Comunidades arbóreas em fragmentos de Mata Atlântica: composição florística, fitossociológica e estrutura da paisagem

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Data

2017-05-23

Orientador

Assis, Marco Antonio de

Coorientador

Pós-graduação

Ciências Biológicas (Biologia Vegetal) - IBRC

Curso de graduação

Título da Revista

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Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Esta investigação foi parte do projeto temático ECOFOR: “Biodiversity and Ecosystem Functioning in Degraded and Recovering Amazonian and Atlantic Forests” (NERC/FAPESP), projeto no qual se pretende compreender de maneira mais apropriada o papel das florestas tropicais alteradas pelo homem, sobretudo entender a contribuição que essas florestas possuem para a diversidade, a ciclagem de nutrientes e estoques de carbono. A Mata Atlântica é considerada um dos biomas mais diversos do mundo, posicionada entre os 25 hotspots de diversidade mundial, destacada pelo elevado grau de endemismo, a alta diversidade florística e papel importantíssimo no estoque de carbono. A intensa ocupação humana levou esse domínio fitogeográfico a um avançado processo de fragmentação com a consequente transformação da paisagem e um contínuo declínio nos serviços ambientais. Poucos estudos integram métricas da paisagem a parâmetros fitossociológicos para tentar responder qual o papel dos remanescentes florestais para a manutenção da diversidade da flora. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento da estrutura e da composição florística em comunidades arbóreas de seis fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Montana e verificar se a estrutura e a composição possuem relação com o tamanho, a conectividade e o tempo de recuperação dos fragmentos. O estudo foi desenvolvido na região de São Luís do Paraitinga, Leste do Estado de São Paulo. Os fragmentos estudados possuem tamanhos variados entre 12,2 ha até 94,6 ha sendo três deles com alta conectividade e três, baixa conectividade. Para o levantamento florístico e fitossociológico, no interior de cada fragmento foi alocado um transecto (10x250 m), com 25 sub parcelas de 10x10 m, sendo amostrada a comunidade arbórea (PAP > 15 cm), incluindo palmeiras, samambaiaçus e indivíduos mortos. O sistema de classificação adotado para classificar os espécimes foi o Angiosperm Phylogeny Group IV (APG IV, 2016). Foram calculados os principais parâmetros fitossociológicos bem como a área basal, a equabilidade (Pielou) e o índice de diversidade florística (Shannon-Wiener) para a região e para cada fragmento. Tendo em vista a diferença do número de indivíduos e o grande número de espécies raras (um ou dois indivíduos), foram utilizados estimadores de riqueza para cada fragmento estudado. As espécies encontradas foram classificadas segundo suas síndromes de dispersão, classes sucessionais e classificação de ameaça. Duas análises de similaridade foram realizadas, ambas utilizando o método de agrupamento Ward e o índice de Bray Curtis. Uma das análises incluíu apenas os fragmentos estudados, para verificar se existe variação da composição e estrutura florística às métricas da paisagem (área e conectividade) e ao tempo de recuperação. A outra análise de similaridade, averiguou a similaridade dos seis fragmentos e outros nove estudos desenvolvidos em Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual. Foram amostrados 3048 indivíduos e os resultados mostraram alta diversidade e riqueza regional, sendo encontradas 271 espécies, 62 famílias e H’= 4,65 nat.ind-1. As diversidades e riquezas para cada fragmento variaram de 44 espécies (H’= 2,55) a 112 espécies (H’= 4,09), mostrando comunidades heterogêneas com baixa coocorrência de espécies e consequente baixa similaridade florística entre si. Foram encontradas sete espécies em alguma classe de ameaça e a classificação de guildas ecológicas demonstrou um grande domínio de espécies não-pioneiras com dispersão zoocórica. As métricas da paisagem consideradas não apresentaram relação com as variáveis-resposta. Para os dados de estrutura, encontramos uma diferença significativa para o aumento do número de indivíduos vivos associado ao tempo de recuperação dos fragmentos. A análise de similaridade entre outros estudos mostrou um agrupamento dos fragmentos aos estudos desenvolvidos em áreas mais influenciadas à fitofisionomia da Floresta Estacional Semidecidual indicando que os fragmentos estudados estão, possivelmente situados em uma zona de transição entre esta fitofisionomia e a floresta Ombrófila Densa.

Resumo (inglês)

This research was part of the thematic project ECOFOR: “Biodiversity and Ecosystem Functioning in Degraded and Recovering Amazonian and Atlantic Forests” (NERC/FAPESP), in which the aim is to comprehend the role of the human-modified tropical forests (HMTFs) more appropriately, especially understanding the contribution of HMTFs to the diversity, nutrient cycling and stocks of carbon.The Atlantic Rain Forest is one of the most diverse biomes in the world, among the 25 hotspots of world diversity, highlighted by its high level of endemism, high floristic diversity and its very important role in the carbon stock. The intense human occupation took this biome to an advanced fragmentation process with the consequent landscape transformation and a continuous decline of environmental services. Few studies integrate landscape metrics to phytosociological parameters to try to find out what is the role of forest remnants to the diversity and flora maintenance. The aim of this study was to conduct a survey of the floristc structure and composition in tree communities of six fragments of Dense Ombrophilous Forest, and assess whether the structure and composition are influenced by the fragment size, connectivity and recovery time. The study was developed in the region of São Luís do Paraitinga, East of the State of São Paulo, Brazil. The studied fragments have sizes ranging from 12.2 ha to 94.6 ha, three of them with high connectivity and three with low connectivity. A transect (10x250 m) was allocated in each fragment, with 25 subplots of 10x10 m, being the tree community (DBH > 4,8 cm) sampled, including palm trees, tree ferns and dead individuals. The classification system adopted to classify the specimens was the Angiosperm Phylogeny Group IV. The main phytosociological parameters were calculated, as well as the basal area, the equability (Pielou) and the floristic diversity index (Shannon-Wiener) for the region and for each fragment. Because of the difference in the number of individuals and the large number of rare species (one or two individuals), richness estimators were used for each fragment studied. The species were classified according to their dispersion syndromes, ecological groups and threat categories. Two similarity analyzes were performed, using the Ward’s method and the Bray-Curtis dissimilarity index. One of the analyzes included only the studied fragments, to verify if there was variation of the floristic composition and structure to the landscape metrics (area and connectivity) and the recovery time. The other similarity analysis verified the resemblance of the six fragments and eight other studies in Dense Ombrophilous Forest and Seasonal Semideciduous Forest. We found 3048 individuals and the results showed high regional diversity and richness which is evident by the following data: 271 species, 62 families and H’= 4,65 nat.ind-1. Diversities and richness for each fragment varied from 44 species (H’= 2.55) to 112 species (H’= 4.09), showing heterogeneous communities with low floristic similarity between them. Seven species were found in some threat class and the classification of ecological guilds showed a predominance of non-pioneer and animal-dispersed species. We found a significant differences for the number of live trees and the recovery time of the fragments. The comparison between our sites and other forest remnant showed that the studied sites are more similar to Seasonal Semideciduous Forest than Dense Ombrophilous Forest areas.

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Português

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