Branca como a morte: o gótico e o palimpsesto em releituras de Branca de Neve e os Sete Anões

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Data

2019-05-31

Orientador

Rossi, Aparecido Donizete

Coorientador

Pós-graduação

Estudos Literários - FCLAR

Curso de graduação

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

O presente trabalho tem o objetivo de promover relações teórico-críticas entre o conceito de palimpsesto cunhado por Gérard Genette, a definição de Texto desenvolvida por Roland Barthes e o gótico. Por meio da análise das releituras da história de Branca de Neve, “Snow, Glass, Apples”, de Neil Gaiman, e “Branca dos Mortos e os Sete Zumbis”, de Fábio Yabu, buscamos dar um novo olhar ao processo de revisitação de contos de fadas: pelo viés do gótico. Assim como o palimpsesto mostra sombras dos textos anteriores, a releitura possui sombras das obras que revisitam. Essas sombras são profundas, indo além das personagens, cenários e enredo que nos são familiares. A leitura analítica de uma releitura percebe as sombras das lacunas deixadas pelos contos de fadas. Entendemos que assim como uma releitura possui sombras de textos anteriores, algo unheimlich (FREUD, 2010) na temática ou estilo, o processo revisionista pode ser estruturalmente unheimlich. A leitura do processo revisionista como algo unheimlich, estruturalmente gótico, permite uma reflexão sobre as sombras que levaram os autores a reinterpretarem o conto da Branca de Neve da maneira que fizeram, além de ajudar a estabelecer as similaridades entre o conto de fadas e o gótico. Essas relações entre gêneros permitem discutir o teor gótico amplamente presente nas releituras de contos de fadas estudadas, possibilitando o entrelaçamento dos dois universos. Com base em teorias de Fred Botting, Sigmund Freud, Roland Barthes, Gerárd Genette, Jean-François Lyotard e outros teóricos sobre o revisionismo, a pós-modernidade e o gótico, buscamos reler o processo revisionista por meio de um fazer gótico.

Resumo (inglês)

This research aims to promote theoretical-critical relations among the concept of palimpsest coined by Gérard Genette, the definition of Text developed by Roland Barthes, and the Gothic. By analyzing Neil Gaiman's "Snow, Glass, Apples", and "Branca dos Mortos e os Sete Zumbis" by Fábio Yabu, which are retellings of "Snow White", it is intent to give a new perspective to the process of retelling fairy tales: through the notion of gothic. Just as it is possible to discern shadows of previous texts in a palimpsest, the retellings carry shadows of the works it revisits. These shadows are deep, and go beyond familiar characters, scenarios and plot. The analytical reading of a retelling notices the shadows inside the fissures left by the fairy tales. It is believed that just as a retelling contains shadows of earlier texts that causes an unheimlich (FREUD, 2010) sensation in terms of theme or style, the retelling process structure can be unheimlich. Considering the retelling process as something unheimlich, or structurally Gothic, allows researchers to better understand the shadows that led the authors to retell Snow White tale in the way they did. In addition, it helps to establish the similarities between fairy tale and gothic. The relation between these genres promotes a wider discussion about the use of Gothic content in the fairy-tale retellings studied in this work, promoting the interweaving of both universes. Based on theories of Fred Botting, Sigmund Freud, Roland Barthes, Gerárd Genette, Jean-François Lyotard and other theorists on revisionism, postmodernism and the gothic, we aim to reread the retelling process as something gothic.

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Português

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