Efeitos da exposição à cocaína ou crack sobre recém-nascidos de gestantes usuárias
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Data
2021-07-13
Autores
Orientador
Lyra, João César
Coorientador
Pós-graduação
Medicina (mestrado profissional) - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
Introdução: O uso da cocaína-crack durante a gestação está associado a alterações placentárias e neuroendócrinas que podem causar efeitos adversos no feto, recém-nascido (RN) e no desenvolvimento da criança. A relação entre exposição fetal e as alterações pós-natais carece de mais estudos, principalmente no Brasil. Objetivo: Caracterizar as gestantes usuárias de cocaína-crack e investigar as alterações encontradas nos RN expostos. Métodos: Estudo longitudinal, prospectivo, observacional e descritivo, com inclusão de RN de mães usuárias de cocaína-crack. Analisadas variáveis maternas, gestacionais e neonatais como peso de nascimento, idade gestacional (IG), condições de nascimento, reanimação em sala de parto, morbidades, malformações, local e tempo de hospitalização. Resultados: Avaliados 38 RN e gestantes (0,8 % do total de nascimentos). Em relação às mães, 47% foram multíparas, 24% com aborto anterior, 90% fizeram uso de cocaína-crack associado a outras drogas lícitas ou ilícitas e 16% apresentaram infecções sexualmente transmissíveis. A mediana do peso dos RN foi de 3077g e IG, 39,1 semanas. Distúrbios respiratórios foram diagnosticados em 37% dos RN. Metade dos neonatos necessitaram de internação em unidade de cuidados intermediários ou intensivos. Malformações foram encontradas em 16% dos casos. 23 RN (60,5%) foram amamentados em seio materno durante a internação. Conclusões: Gestantes drogaditas apresentaram frequentemente associação de drogas, com alta incidência de infecções sexualmente transmissíveis. Recém-nascidos expostos à cocaína-crack durante a gestação apresentaram maiores frequências de prematuridade, baixo peso ao nascer e morbidades do que a população geral, refletindo possivelmente em maior necessidade de hospitalização.
Resumo (inglês)
Background: The use of cocaine-crack during pregnancy is associated with placental and neuroendocrine changes that may cause adverse effects on the fetus, newborn and on the development of the child. The relationship between fetal exposure and postnatal alterations lacks further studies, especially in Brazil. Objective: To characterize pregnant women using cocaine-crack and investigate the alterations found in exposed newborns. Methods: Longitudinal, prospective, observational and descriptive study, with the inclusion of newborns of pregnant cocaine-crack users. Maternal, gestational and neonatal variables were analyzed, such as birth weight, gestational age, birth conditions, resuscitation in the delivery room, morbidities, malformations, location and time of hospitalization. Results: 38 newborns and pregnant women (0,8% of total births) were evaluated. In relationship to mothers, 47% were multiparous, 24% had previous abortion, 90% used cocaine-crack associated with other licit or illicit drugs and 16% had sexually transmitted infections. The median weight of newborns was 3077g and gestational age, 39,1 weeks. Respiratory disorders were diagnosed in 37% of newborns. Half of the neonates required hospitalization in an intermediate or intensive care unit. Malformations were found in 16% of cases. 23 newborns (60,5%) were breast-fed during the hospitalization. Conclusions: Drug addicts pregnant women often had a drug association with a high incidence of sexually transmitted infections. Newborns exposed to cocaine-crack during pregnancy presented superior rates of premature, low birth and morbidities than general population, reflecting possibly in greater need for hospitalization.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português