Pensamento pós-crítico, currículo e teoria crítica: aproximações, tensões
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Data
2017-03-10
Autores
Orientador
Bueno, Sinésio Ferraz
Coorientador
Pós-graduação
Educação - FFC
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto
Resumo
Resumo (português)
A presente pesquisa pretende realizar uma análise crítica da problemática epistemológica moderna no campo educativo, com o recorte para os estudos da teoria curricular. A proposta empreendida foi de analisar a recepção do pensamento pós-crítico nos estudos do currículo, no intuito de compreender o campo de problematização filosófico educacional acerca da teoria crítica e pós-crítica no enfrentamento das limitações do projeto moderno. O projeto da modernidade se desenvolve tendo como referências a razão, o progresso, a emancipação e a liberdade, e deposita no sujeito a capacidade para confrontar a pluralidade dos sujeitos singulares a um conteúdo universal e objetivo. No entanto, a razão moderna assume um caráter totalitário que exclui aquilo que não enquadra em suas leis, e a multiplicidade da experiência, necessária à formação humana, é negligenciada pela cegueira do formalismo lógico. São inúmeras as críticas, questionamentos radicais que colocam sob suspeita princípios basilares, dentre eles, o da possibilidade de emancipação e do sujeito racional. A crítica se articula ao discurso pós-crítico, de deslegitimação dos metarrelatos pedagógicos modernos, que prescinde da universalidade e de qualquer mediação conceitual, se apoia na contingência, no efêmero, na multiplicidade, entendendo a realidade em sua constituição discursiva. A questão aqui levantada é que o discurso pós-crítico recai num irracionalismo inevitável, no “culto à imediaticidade irracional” (ADORNO, 2009, p. 15), na esteira da instrumentalização da cultura, excluindo os potenciais críticos, na resignação a novas formas de dominação por detrás do discurso de liberdade, o que torna inconsistente sua recepção no campo educativo. Apresentamos a dialética negativa como opção metodológica para mobilizar o conceito de diferença, como suporte teórico mais adequado, que nos permite realizar uma leitura para além da singularidade absoluta do plano empírico. A dialética negativa pressupõe o movimento de confrontação do particular com a universalidade, para que os potenciais do objeto possam se realizar historicamente, para que a diferença e a multiplicidade da experiência, subsumidas pelo procedimento científico, possam emergir desse confronto. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica.
Resumo (inglês)
The present research intends to carry out a critical analysis of the modern epistemological problematic in the educational field, with emphasis for the studies of the curricular theory. The proposal was to analyze the reception of post-critical thinking in curriculum studies, in order to understand the field of philosophical educational problematization about critical and post-critical theory in the face of the limitations of the modern project. The project of modernity is developed with reference the reason, the progress, the emancipation and the freedom, and places in the subject the capacity to confront the plurality of individual subjects with a universal and objective content. However, modern reason assumes a totalitarian character that excludes what does not fit into its laws, and the multiplicity of experience, necessary for human formation, is neglected by the blindness of logical formalism. There are innumerable criticisms, radical questions that put under suspicion basic principles, among them, the possibility of emancipation and the rational subject. Criticism articulates the post-critical discourse, the delegitimation of modern pedagogical meta-narratives, which dispenses with universality and any conceptual mediation, rests on contingency, ephemeral, multiplicity, understanding reality in its discursive constitution. The point raised here is that post-critical discourse falls on an unavoidable irrationalism, in the "cult of irrational immediacy" (ADORNO, 2009, p.15), on the field of the culture instrumentalization, excluding potential critics, resignation to new forms Of domination behind the discourse of freedom, which makes its reception in the educational field inconsistent. We present the negative dialectic as a methodological option to mobilize the concept of difference, as a more adequate theoretical support, which allows us to perform a reading beyond the absolute singularity of the empirical plane. The negative dialectics presuppose the movement of confrontation of the individual with universality, so that the potentials of the object can be realized historically, and that the difference and multiplicity of experience, subsumed by scientific procedure, can emerge from this confrontation. This is a bibliographical research.
Descrição
Idioma
Português