INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS, LETRAS E CIÊNCIAS EXATAS Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Anne Beatriz Vilela Sarausa Gabrielle Ferreira Neves Thalíssa Ribeiro Educação Sexual e Sexualidade: Ensino Fundamental II e Médio São José do Rio Preto 2023 INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS, LETRAS E CIÊNCIAS EXATAS Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Anne Beatriz Vilela Sarausa Gabrielle Ferreira Neves Thalíssa Ribeiro Educação Sexual e Sexualidade: Ensino Fundamental II e Médio Projeto de estágio apresentado à disciplina de Estágio supervisionado III, na modalidade de licenciatura do curso de ciências biológicas, desenvolvida no Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas IBILCE/UNESP, São José do Rio Preto, São Paulo. Orientador: Profº. Dr. Raul Aragão Martins São José do Rio Preto 2023 Sarausa, Anne Beatriz Vilela. Educação sexual e sexualidade : ensino fundamental II e médio / Anne Beatriz Vilela Sarausa, Gabrielle Ferreira Neves, Thalíssa Ribeiro. -- São José do Rio Preto, 2023 48 f. : il. Orientador: Raul Aragão Martins Relatório final de estágio (licenciatura – Ciências Biológicas) – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto 1. Ciências da vida – Estudo e ensino. 2. Educação sexual para adolescentes (Ensino fundamental). 3. Educação sexual para adolescentes (Ensino médio). 4. Adolescentes - Comportamento sexual. I. Neves, Gabrielle Ferreira. II. Ribeiro, Thalíssa. III. Educação Sexual e Sexualidade: Ensino Fundamental II e Médio. CDU – 574(07) Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do IBILCE UNESP - Câmpus de São José do Rio Preto Anne Beatriz Vilela Sarausa Gabrielle Ferreira Neves Thalíssa Ribeiro Educação Sexual e Sexualidade: Ensino Fundamental II e Médio COMISSÃO EXAMINADORA Prof. Dr. Raul Aragão Martins Departamento de Educação/ IBILCE-UNESP Presidente da Banca Profª. Dra Monica Abrantes Galindo de Oliveira Departamento de Educação/ IBILCE- UNESP 1ª Examinadora Profª. Vânia da Silva dos Santos Nogueira Docente da Escola Estadual Deputado Bady Bassitt 2ª Examinadora Profª. Dra Maria Stella Maioli Castilho Noll. Departamento de Ciências Biológicas Suplente São José do Rio Preto 20 de janeiro de 2023 AGRADECIMENTOS Aos nossos familiares e amigos que sempre estiveram ao nosso lado, nos apoiando ao longo de todo nosso processo de aprendizagem e crescimento pessoal. Agradecemos a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, câmpus São José Do Rio Preto, que nos proporcionou acesso a uma educação pública de qualidade, além de possibilitar nosso desenvolvimento e autoconhecimento. Aos professores, que nos acompanharam no processo formativo, desde o ensino básico até o ensino superior. Ao professor doutor Raul Aragão Martins, que além de ser uma pessoa pela qual temos muita admiração, e é um exímio profissional, também atuou como nosso orientador durante todo o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso, desde sua idealização, aplicação até sua conclusão. As escolas E.E Deputado Bady Bassitt, E.E Professor Oscar Salgado Bueno e E.E Professora Amira Homsi Chalella, e aos membros do corpo docente, Vânia da Silva dos Santos Nogueira, Keide Tukamoto Oyafuço e Marcus Alexandre Mendes Andrade, que nos receberam tão bem e nos auxiliaram na execução das atividades propostas. Aos alunos das escolas, que nos deram a oportunidade da docência, por terem nos acolhido e participado ativamente das aulas ministradas e da pesquisa desenvolvida em sala. RESUMO A sexualidade é intrínseca ao ser humano, se manifestando de modo mais intenso principalmente na fase da puberdade, onde uma série de mudanças físicas, hormonais e psicológicas podem ser observadas. Compreender estas mudanças é fundamental para que haja a compreensão de si mesmo e da individualidade de cada pessoa, que compõem uma sociedade plural. Apesar da educação sexual e sexualidade serem temas que integram o currículo nacional no ensino básico, a sua tratativa por vezes se dá de modo superficial, sendo abordados aspectos biológicos e higienizantes, que apesar de serem importantes são apenas uma reduzida parcela de aspectos que integram temas tão amplos e essenciais para o desenvolvimento de estudantes capazes de assimilar o conteúdo, mas também de cidadãos conscientes capazes de compreender e respeitar as diferenças. Mediante ao exposto, o presente trabalho tem por objetivo promover o debate sobre os temas, assim como abordar aspectos, sociais, culturais, legais, históricos e biológicos, de modo a contribuir para a formação dos alunos, assim como do desenvolvimento do pensamento crítico. Por meio do projeto implementado no desenvolvimento do Estágio curricular supervisionado, foi possível que as estagiárias observassem a dinâmica das aulas de biologia, assim como, ministrassem aulas teóricas, desenvolvessem atividades práticas e aplicassem formulários. Os alunos apresentam conhecimento sob diversos aspectos que compõem os temas, entretanto, tem-se que as concepções destes são marcadas por preconceitos distintos disseminados em uma cultura totalmente marcada pelo machismo, misoginia e LGBTIQA+fobia. Por meio da análise dos dados coletados e da participação dos alunos nas aulas teóricas e atividades práticas, conclui-se que as atividades desenvolvidas se mostraram importantes para ampliação do conhecimento curricular, assim como para o desenvolvimento do senso crítico dos alunos. Ademais, a aplicação do projeto se mostrou essencial para o desenvolvimento profissional e individual das estagiárias. Palavras-chave: Sexualidade. Ensino da sexualidade. Ensino Fundamental. Ensino Médio. Adolescência.Formulários. Abstract Sexuality is intrinsic to the human being, manifesting itself more intensely mainly in puberty, where a series of physical, hormonal, and psychological changes can be observed. Understanding these changes is essential for understanding oneself and the individuality of each person, which makes up a plural society. Although sex education and sexuality are topics that integrate the national curriculum in primary education, their treatment sometimes takes place superficially, with biological and hygienizing aspects being examined, which despite being important, are only a slim portion of aspects that integrate themes so broad and essential for the development of students capable of assimilating the content, but also of conscious citizens capable of understanding and accompanying the differences. Given the above, the present work aims to promote debate on the themes and address social, cultural, legal, historical, and biological aspects to contribute to students' formation and the development of critical thinking. Through the project implemented in the development of the supervised curricular internship, the interns could observe the dynamics of biology classes, teach theoretical classes, develop practical activities, and apply forms. Students know various aspects that make up the themes; however, their conceptions are marked by different prejudices disseminated in a culture marked by male chauvinism, misogyny, and LGBTIQA+phobia. Through the analysis of collected data and the participation of students in theoretical classes and practical activities, it is concluded that the activities experienced are essential for the introduction of curricular knowledge and the development of students' critical thinking. In addition, the application of the project proved to be essential for the professional and individual development of the interns. Keywords: Sexuality. Sex education. Elementary School. High school. Teenagers.Forms. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 9 1.1 Estágio Curricular Supervisionado 9 1.2 Adolescência e Sexualidade 9 2 OBJETIVOS 11 2.1 Objetivo Geral 11 2.2 Objetivos Específicos 11 3. CARACTERIZAÇÃO DOS LOCAIS E DO PÚBLICO- ALVO 12 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 13 4.1 Período de observação das aulas 13 4.2 Período de regência 13 4.3 Aulas teóricas 14 4.3.1 Aula 1 14 4.3.2 - Aula 2 15 4.3.3 - Aula 3 15 4.3.4- Aula 4 15 4.4 Atividades Práticas: 16 4.4.1 Atividade 1: Análise do contexto histórico, social e cultural das músicas 16 4.4.2 Atividade 2: Modelos anatômicos e o uso de preservativos 17 4.4.3 Atividade 3: Observação de lâminas no microscópio 20 5. RESULTADOS 21 6. DISCUSSÃO 32 7. CONCLUSÃO 32 8. CARGA HORÁRIA EFETUADA 33 REFERÊNCIAS 34 ANEXOS 36 ANEXO A - Exemplo da disposição das músicas utilizadas na aula prática 1 36 APÊNDICES 37 APÊNDICE A- Formulário de conhecimentos prévios e posteriores 37 APÊNDICE B - Cronograma de aulas ministradas 39 APÊNDICE C - Plano de aula 41 APÊNDICE D - Fotos das aulas ministradas 45 9 1 INTRODUÇÃO 1.1 Estágio Curricular Supervisionado O Estágio Curricular Supervisionado, atividade obrigatória que faz parte do processo de formação no Ensino Superior, foi regulamentado pelo decreto n° 87.497 em agosto de 1982. Entende-se o Estágio como “[...] lócus de aprendizagens, na qual os estudantes têm a oportunidade de articular as situações práticas vivenciadas na sala de aula, com os conhecimentos teóricos provindos da Universidade, numa perspectiva crítica reflexiva” (MARTINS e CURI, 2019, p. 690). A grade curricular do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", câmpus de São José do Rio Preto, possui quatro disciplinas de Estágio Curricular Supervisionado (ECS), conforme a Resolução UNESP 58/2019, sendo que na III é realizado o planejamento do projeto de conclusão de curso e na IV ocorre a sua implementação. Os estagiários precisam do acompanhamento de um orientador ligado à Instituição em que irão se formar, além da supervisão de um profissional também da Instituição e um profissional da Escola escolhida para a realização do Estágio. O local escolhido para aplicação do projeto deve ser prioritariamente da rede pública, mas, caso seja manifestado interesse, pode-se estender a outros locais, desde que haja concordância entre os Projetos Pedagógicos da Universidade e da Instituição que acolherá os alunos. (UNESP-IBILCE, 2009, p. 01 e 02) É exigido o cumprimento de horas de observação de aulas, planejamento de atividades e preparação de material a ser trabalhado com os alunos, de acordo com o tema escolhido. No caso, as estagiárias trabalharam “Educação Sexual” com alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio em três diferentes Escolas Estaduais do município de São José do Rio Preto. 1.2 Adolescência e Sexualidade A sexualidade é intrínseca ao ser humano, estando presente na vida de todos, ainda que sob diferentes manifestações e chamando atenção principalmente durante a puberdade. É durante essa fase, que compreende aproximadamente dos 10 aos 19 anos de idade, que o indivíduo nota suas mudanças físicas e emocionais e passa a perceber e entender como ele é, do que ele gosta e do que não gosta, tratando-se portanto de um período fundamental para a percepção de seu espaço na sociedade (CRISOSTIMO; ZANOTTO, 2010). Sobre a adolescência, sabemos que 10 [...] é marcada, entre outras características, pela busca de autonomia sobre as decisões, emoções e ações, pelo desenvolvimento de habilidades e a vivência da sexualidade. É um período em que adolescentes exploram mais intensamente sua identidade sexual e de gênero. Em muitos casos, as buscas e experimentações dessa faixa etária possibilitam uma maior exposição às violências e aos comportamentos de riscos, tais como o abuso de álcool e de outras drogas, que podem resultar em uma maior suscetibilidade às doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e em uma gravidez não desejada. Frequentemente, problemas de saúde mental, como depressão e ansiedade, aparecem pela primeira vez durante a adolescência. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, p. 07) A construção da sexualidade se dá durante toda a vida das pessoas, de acordo com suas experiências consigo mesmas e com os outros. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a sexualidade é influenciada pela interação de fatores biológicos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, culturais, legais, históricos, religiosos e espirituais. Fica claro, então, que não engloba apenas a atração sexual, mas também a maneira que entendemos os nossos corpos, nossos sentimentos e como nos relacionamos uns com os outros. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, p. 22) A família é a principal esfera de transmissão de valores e normas para se viver bem em sociedade, porém, nem sempre o ambiente familiar é acolhedor e seguro para discutir determinados temas, seja pela falta de conhecimento, pela falta de abertura por parte dos responsáveis ou pela crença em mitos e existência de tabus. À respeito disso, Nery et al (2015, p. 290) relatam que Para os pais, é difícil lidar com a sexualidade de seus filhos quando eles próprios ainda são cercados de tabus e indefinições. A sexualidade dos filhos traz à tona, para muitos pais, aspectos reprimidos de sua sexualidade. Para abordar o tema, os mesmos são obrigados a refletirem sobre a própria sexualidade, o que ocasionalmente pode gerar sentimentos como a angústia. Nesse contexto, percebe-se a importância de abordar a sexualidade nas escolas, pois os jovens também são formados nesse ambiente e a abordagem dessa temática nesse espaço é fundamental para a sua compreensão, valorização e difusão em outros meios sociais, além de ser uma questão de saúde pública. Portanto, entender a sexualidade a partir do aspecto social e do biológico, abordando desde as transformações da puberdade até temas como identidade de gênero, orientação sexual, gravidez não planejada, pobreza menstrual, ISTs e métodos contraceptivos se faz necessário tanto para o autoconhecimento como também para a transformação da sociedade. 11 O presente projeto desenvolvido a partir da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado III (ECS III), apresenta como tema principal a Sexualidade e a orientação sexual, tema transversal previsto nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997). Ao longo do desenvolvimento do projeto, os temas que compõem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2018), presentes na "Competência II", foram apresentados aos alunos da escola conveniada, a Escola Estadual “Deputado Bady Bassit”, pelas graduandas com a supervisão da professora responsável, Vânia da Silva dos Santos Nogueira, aos alunos da Escola Estadual Professora Amira Homsi Chalella, pela supervisão do professor Marcus Alexandre Mendes Andrade a escola E.E. Prof Oscar Salgado Bueno pela supervisão do professor e coordenador de área, Keide Tukamoto Oyafuço, assim como pela supervisão do orientador, o Professor Dr. Raul Aragão Martins e do Supervisor, o Professor Dr. Edilson Moreira de Oliveira. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Este trabalho teve como objetivo geral apresentar e discutir os conceitos relacionados à sexualidade, como as suas formas de manifestação, prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), gravidez não planejada e pobreza menstrual aos alunos do Ensino Fundamental II e Médio, visando por meio da disseminação de informações científicas confiáveis, promover a formação de pessoas capazes de desenvolverem o pensamento crítico e romperem com os preconceitos existentes e amplamente difundidos na nossa sociedade. 2.2 Objetivos Específicos 1. Abordar os temas previstos, de forma interativa por meio de debates e atividades práticas que proporcionem aos alunos uma melhor elucidação da teoria apresentada; 2. Promover a reflexão sobre questões sociais e culturais acerca do tema, fomentando a formação de pessoas com senso crítico; 3. Trabalhar as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), gravidez não planejada e alterações fisiológicas e anatômicas decorrentes da puberdade, buscando sanar possíveis dúvidas; 4. Trabalhar os conceitos de orientação sexual e gênero, explorando a pluralidade existente, a fim de romper com os preconceitos existentes. 12 3. CARACTERIZAÇÃO DOS LOCAIS E DO PÚBLICO- ALVO O estágio foi realizado durante o ano letivo de 2022, e sua aplicação efetuada em três escolas distintas de Ensino Fundamental II e Médio, sendo elas e a Escola Estadual Deputado Bady Bassit, Professor Oscar Salgado Bueno, Professora Amira Homsi Chalella, localizadas na cidade de São José do Rio Preto. As atividades foram realizadas integralmente de modo presencial, sendo executadas durante o período e dias disponibilizados pelas instituições. Quanto ao público alvo, as aulas foram ministradas para alunos do Ensino Fundamental II e para alunos do Ensino Médio, desta forma todas as atividades teórico/ práticas propostas no projeto de estágio foram desenvolvidas considerando as diferenças entre os públicos atendidos, como o conhecimento teórico em cada fase de aprendizagem ou ainda aspectos relacionados a maturidade das turmas para a abordagem do tema que ainda é visto como tabu. A escola E.E Deputado Bady Bassitt foi selecionada pelas estagiárias para a realização do Estágio Curricular Supervisionado, ocorrendo nesta tanto o período de observação quanto a aplicação do projeto. A oportunidade de trabalhar o tema na instituição E.E Professor Oscar Salgado Bueno, surgiu a partir de uma outra proposta de atividade proveniente de uma disciplina da licenciatura em que foi orientado procurar uma instituição de ensino para ministrar eletivas, oficinas ou projetos sobre temas diversos, sendo assim após reunião com o corpo docente da escola, foi solicitado que fosse abordado pelas estagiárias o tema que já fazia parte do nosso projeto de Estágio, deste modo foi possível desenvolver o projeto e ampliá-lo. O projeto pode ser realizado na instituição de ensino Professora Amira Homsi Chalella, a partir de um convite feito as estagiárias para a tratativa do tema pela docente Profª Drª Patricia Simone Leite Vilamaior em decorrência da procura da escola por alunos do IBILCE que pudessem ministrar o tema sexualidade para turmas da escola,deste modo o projeto desenvolvido pelas estagiárias pode ser aplicado nesta instituição. Na escola Professor Oscar Salgado Bueno, foram aplicadas 4 aulas de 45 minutos em cada uma das 7 turmas - 8ºA, 8º B , 8ºC, 9ºA, 9º B, 9ºC e 9ºD, totalizando 28 aulas dadas. Enquanto que na escola Professora Amira Homsi Chalella as 4 aulas foram ministradas a 4 turmas distintas - 1ºA, 1ºB, 1ºC e 1ºD, sendo totalizadas 16 aulas. Tanto na primeira quanto na segunda escola, foi possível a abordagem do conteúdo programado no projeto inicial de forma integral. Ademais, na Escola Estadual Deputado Bady Bassit, houve a sua redução da quantidade de aulas ministradas em decorrência da menor disponibilidade de aulas que a instituição pode dispor às estagiárias para a tratativa do tema, de modo que não houvesse 13 prejuízo ao cronograma das atividades previstas pela instituição. Deste modo, foram ministradas 2 aulas em cada uma das 4 turmas - 2ºA, 2ºB, 2ºC e 2ºD, totalizando 8 aulas aplicadas, sendo o conteúdo ministrado ao longo das aulas , aqueles previstos e descritos mais adiante, como ‘Aula 03” e “Aula 4”Apesar do tabu que o presente tema apresenta ao ser abordado nas escolas, em todas as instituições em que o estágio foi realizado, houve o apoio e consentimento para que o projeto fosse aplicado de modo satisfatório. 4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 4.1 Período de observação das aulas A primeira etapa do estágio consistiu na observação das aulas ministradas pela professora Vânia da Silva dos Santos Nogueira e da professora Gisele Rodrigues Cucolo na Escola Estadual “Deputado Bady Bassit”, tendo início em 13 de maio de 2022 e término em 18 de novembro de 2022, sendo o intuito a compreensão da dinâmica entre professor e aluno, além da maneira como as aulas eram apresentadas. Esta etapa ocorreu apenas em uma das escolas em que as estagiárias ministraram as aulas em decorrência da ausência de tempo para que o período de observação fosse realizado nas outras duas instituições,apesar disso o tempo exigido para o período observacional, foi realizado de modo integral. Foram acompanhadas as aulas aplicadas aos alunos de quatro turmas (A, B, C e D) do 2º ano do Ensino Médio, sendo possível assim observar a abordagem de temas diversos como: divisões celulares; mutações gênicas; gametas; alterações cromossômicas; fotossíntese; respiração celular; alterações climáticas; extração de madeiras e minérios; além de acompanhar o desenvolvimento das eletivas das turmas. Ainda durante esse período, as estagiárias participaram do ATPC (Aulas de trabalho pedagógico coletivo), no qual foi possível acompanhar a troca de experiência entre os professores sobre as turmas, assim como a análise das metas previstas pela instituição para o desenvolvimento dos alunos e da escola e o que até o momento o corpo docente e a direção escolar já haviam alcançado, o que tornou a experiência muito rica. 4.2 Período de regência Após o período observacional, houve entre os meses de junho a agosto, a preparação das aulas que haviam sido previstas no pré projeto, assim como a confecção do formulário que foi aplicado nas diferentes turmas com intuito de realizar uma pesquisa sobre os conhecimentos prévios e posteriores das aulas ministradas pelas discentes, o qual foi 14 elaborado sob a orientação do Professor Dr Raul Martins Aragão (APÊNDICE A). O período de regência foi dividido em aulas teóricas e atividades práticas e todo o material confeccionado para a ministração das aulas foi disponibilizado previamente aos professores que acompanharam as estagiárias para que posteriormente fosse fornecido aos alunos, possibilitando a estes a realização de consultas as informações apresentadas em sala de aula. 4.3 Aulas teóricas Inicialmente, houve a apresentação das estagiárias e uma breve explicação sobre a pesquisa realizada e o conteúdo presente no formulário. Este foi entregue no momento inicial da primeira aula e foi dado aos alunos 10 minutos para que o respondessem, ao fim do tempo estabelecido estes foram recolhidos pelas estagiárias. Posteriormente, as aulas teóricas foram ministradas de modo expositivo e houve a utilização de recursos audiovisuais, assim como slides contendo uma grande quantidade de imagens e dois vídeos, um tratando sobre a síntese hormonal feminina ao longo do ciclo menstrual e o outro abordando sobre a pobreza menstrual, com a finalidade de auxiliar na compreensão do conteúdo. Além disso, as dúvidas que surgiram ao longo da apresentação dos temas foram sanadas e como alternativa para a realização de questionamentos, foram levadas duas caixas, as quais os alunos que não se sentiram confortáveis em fazer questionamentos durante as aulas, puderam fazer as perguntas por meio de papéis e posteriormente essas perguntas foram sanadas em sala. Por fim, ao término da última aula, o formulário foi aplicado aos alunos novamente e entregue às estagiárias. 4.3.1 Aula 1 Nesta aula foram abordados aspectos históricos e sociais sobre o papel da mulher dentro de uma sociedade marcada pela desigualdade, machismo e subserviência. Houve inicialmente uma contextualização histórica tratando sobre estes aspectos na antiguidade, idade média, idade moderna, além de abordar sobre as conquistas das mulheres ao longo do tempo por meio de muito embate. Ademais, foi abordado os desafios e a contínua luta pela equidade, seja no âmbito educacional, do trabalho, da saúde, da política e ainda do domínio do próprio corpo e da constante reivindicação sobre o direito de existir, de não morrer por ser mulher ou ainda pelo fim das diferentes formas de violência que acometem as mulheres ao redor de todo o mundo. 15 4.3.2 - Aula 2 Houve a tratativa sobre o significado da sigla LGBTQIA +, falando sobre a sua importância e sobre os desafios e a luta por direitos que a comunidade enfrenta no mundo e mais especificamente no Brasil. A contextualização histórica nesta aula teve como principal objetivo evidenciar que a LGBTFOBIA não é algo inato ao ser humano, mas sim faz parte de uma construção social e cultural pautada em aspectos religiosos que foram implementados séculos atrás. Assim sendo, a partir desta perspectiva é possível evidenciar a capacidade da sociedade de mudar, através da educação e de aspectos culturais os preconceitos existentes, responsáveis pela morte de milhões de pessoas todos os anos, como ocorre no Brasil de forma crescente, sendo que em um dos últimos relatórios do grupo Gays da Bahia contabilizou 329 mortes, classificadas como violentas, de pessoas LGBTQIA+, número que ultrapassou o do ano anterior.(Editora Grupo Gay da Bahia, 2020) Outrossim, os direitos conquistados pela comunidade LGBTQIA + no Brasil foram apresentados em aula, assim como dados de pesquisas que retratam o cenário da LGBTFOBIA no país. 4.3.3 - Aula 3 A aula intitulada ‘Educação sexual e sexualidade' foi iniciada com a tratativa sobre o que é educação sexual, além dos diferentes aspectos que culminam no que normalmente chamamos de sexualidade. Foram abordadas as diferenças entre conceitos como sexo biológico, identidade de genêro e orientação sexual, posteriormente foi tratado sobre o sistema reprodutor, evidenciando as estruturas que compõe os órgãos sexuais externos e internos femininos e masculinos, com a utilização de imagens diversas e modelo anatômico para facilitar a compreensão e auxiliar na resposta de possíveis perguntas. Além disso, foi abordada a puberdade, evidenciando as mudanças vivenciadas nessa fase, assim como as alterações hormonais, a menstruação, o funcionamento do ciclo, saúde menstrual e por fim sobre a pobreza menstrual, trazendo os aspectos sociais e culturais acerca do tema e a utilização de dois vídeos para o enriquecimento de conteúdo. 4.3.4- Aula 4 Nesta aula, houve a abordagem das Infecções sexualmente transmissíveis (IST) existentes, com a apresentação de alguns exemplos de infecções causadas por bactérias, vírus, fungos e parasitos, assim como as formas de contágio, sintomas, testes e tratamentos. Ademais, a gravidez não planejada e a gravidez na adolescência assim como o impacto que estas podem acarretar na vida da mulher, foram tratadas em aula. Foi apresentado aos alunos os mais variados métodos contraceptivos, seja de barreira, hormonal ou definitivos, assim como a importância da sua utilização, sendo usados 16 ainda modelos anatômicos para a demonstração prática do uso de camisinha masculina e feminina e as formas corretas de manuseio e utilização. 4.4 Atividades Práticas: 4.4.1 Atividade 1: Análise do contexto histórico, social e cultural das músicas Após as duas primeiras aulas de conteúdos teóricos, foi realizada uma atividade prática, com o uso de músicas nacionais, de diversos estilos musicais e datações. Foram selecionadas quatorze músicas as quais foram distribuídas em 7 folhas, em cada folha foi colocada uma música que evidenciasse a presença do machismo e LGBTfobia e outra música que apresentasse uma letra que mostrasse o oposto. A atividade teve por objetivo mostrar aos alunos que por meio da linguagem artística é possível perceber aspectos sociais e culturais dependendo do período em que foram produzidas. Sendo assim o contraste entre uma música e a outra evidencia as mudanças que ocorreram na sociedade ao longo dos anos e como é possível por meio disso compreender que o preconceito não é inato ao ser humano mas sim algo construído e disseminado, portanto, pode ser desconstruído. A figura 1 expõe grupo de alunos trabalhando este tema. Músicas utilizadas: Pagode(Tião Carreiro e Pardinho); Triste, Louca ou Má(Francisco El Hombre); Se Te Agarro Com Outro Te Mato(Sidney Magal); Pagu(Rita Lee); Bruto, Rústico e Sistemático(João Carreiro e Capataz); Maria Bonita(Mc Tha); Piranha(Bezerra da Silva); Maria da Vila Matilde(Elza Soares); Geni e o Zepelim(Chico Buarque); Disque Denúncia(Nina Oliveira); O que é que eu dou?(Jorge Veiga); 180(Mc Hariel, part Alok, Mc Marks, Mc Davi, Mc Leozinho ZS e Mc Dricka); Que Saudades da Amélia(Ataulfo Alves); Desconstruindo Amélia(Pitty) Figura 1 - Alunos realizando em grupos a análise das letras para que posteriormente pudessem discutir entre si. 17 Fonte: autoras do trabalho. 4.4.2 Atividade 2: Modelos anatômicos e o uso de preservativos Os modelos anatômicos utilizados foram emprestados pelo professor Classius de Oliveria, do Departamento de Ciências Biológicas do IBILCE/UNESP (Figuras 3 a 6), e foram utilizados durante as aulas teóricas 3 e 4, sendo possível observar as estruturas anatômicas que estavam sendo tratadas ao longo da aula. Ao final da apresentação teórica, os alunos foram convidados a irem até a mesa onde os modelos estavam para que pudessem manipulá-los e sanar possíveis dúvidas. Além disso, foram levadas camisinhas masculina e feminina sendo demonstradas as formas ideais de armazenamento, manuseio e utilização destas (Figura 7). Figura 2 – Modelo anatômico da região pélvica masculina e feminina 18 Fonte: acervo Escola Estadual Deputado Bady Bassitt Figura 3 – Modelo anatômico da vagina e útero Fonte: acervo do Prof. Dr. Classius de Oliveira Figura 4 – Modelo anatômico da vagina e útero 19 Fonte: acervo do Prof. Dr. Classius de Oliveira Figura 5 – Modelo anatômico da região pélvica masculina e feminina Fonte: acervo do Prof. Dr. Classius de Oliveira 20 Figura 6 – Modelo anatômico do pênis Fonte: acervo do Prof. Dr. Classius de Oliveira Figura 7 – Autoras do trabalho demonstrando o uso correto de camisinhas masculinas e femininas Fonte: autoras do trabalho. 4.4.3 Atividade 3: Observação de lâminas no microscópio Foram levadas 4 lâminas diferentes, emprestadas pelas docentes do IBILCE, Lilian Casatti (lâmina de Pthirus pubis e de Trichomonas vaginalis) e Rejane Maira Góes (lâmina de testiculo de rato e de útero de cachorra) (Figura 8). Os alunos, por meio da utilização dos microscópios disponibilizados pelas escolas, puderam ter a experiência de observar as lâminas e terem uma prática distinta, uma vez que a grande maioria não havia tido contato com microscópio, o que acabou gerando bastante interesse. 21 Figura 8 – Atividade com o microscópio. Fonte: autoras do trabalho. 5. RESULTADOS Os formulários(APÊNDICE A) respondidos pelos alunos das três escolas foram divididos em duas categorias: conhecimentos anteriores às aulas e conhecimentos posteriores às aulas, sendo que as perguntas, nos dois casos, eram as mesmas. Ao total foram recolhidos aproximadamente 680 formulários, os quais foram analisados e colocados na forma de gráficos. As três primeiras questões dos formulários serviram para que pudesse ser realizada uma categorização sociodemográfica dos alunos em idade, gênero e etnia. Os resultados foram colocados em gráficos que contabilizam as respostas de todos os alunos de 8ºs a 2ºs anos do Ensino Fundamental e Médio (Figuras 9, 10 e 11). Figura 9 – Gráfico expondo distribuição das idades dos alunos 22 Fonte: autoras do trabalho. Figura 10 – Gráfico expondo gênero dos alunos Fonte: autoras do trabalho. Figura 11 – Gráfico expondo etnia dos alunos Fonte: autoras do trabalho. As questões 5, 6, 7, 11 e 12, abordavam de forma objetiva, a importância de falar sobre esses temas em escolas; se o tema já havia sido abordado com os alunos em seus ambientes familiares; com quem os estudantes se sentem à vontade para conversar sobre educação sexual e sexualidade; se os estudantes que menstruam possuem acesso a absorventes e se já deixaram de frequentar algum local pela falta destes. Questão 5: Você acha importante falar sobre esse tema nas escolas? 23 Figura 12- Gráfico evidenciando as respostas dos estudantes anteriormente as aulas das estagiárias Fonte: autoras do trabalho. Essa questão teve alterações consideráveis nas respostas, se compradas antes e após as aulas(Figuras 12 e 13). Sendo que em todas as turmas o número de “Não sei” e “Não” foram reduzidos ou, em certos casos não apareceram, como ocorreu nas turmas do 2º ano Ensino Médio no qual após as aulas não houve a resposta “Não”, após as aulas, sendo assim consequentemente o número de respostas “Sim”, ou seja, que achavam importante que o tema fosse abordado em escolas, foi maior se comparado com as respostas anteriores às aulas. Figura 13 - Gráfico que expoem as respostas dos estudantes após as aulas das estagiárias 24 Fonte: autoras do trabalho. Questão 6: Esse tema já foi tratado com você dentro do seu ambiente familiar? Figura 14 - Gráfico que expoem as respostas dos estudantes após as aulas das estagiárias Fonte: autoras do trabalho. Através dos dados obtidos, é possivel observar que os alunos dos 2º ano do Ensino Médio foram os que mais afirmaram já ter tido conversas sobre sexo e sexualidade dentro de seus ambientes familiares (66%), em contrapartida as turmas que apresentaram menor número de respostas “sim” (54.11%), ou seja, que já conversaram sobre o tema com familiares, foram os 8ºs. O que pode estar relacionado com as idades dos estudantes, já que 25 os mais novos(13 e 14 anos) talvez tenham uma menor abertura para falar com seus familiares sobre o tema. Questão 7:Você se sente à vontade para falar sobre Educação sexual e sexualidade com: Figura 15 - Gráfico que expoem as respostas dos estudantes após as aulas das estagiárias Fonte: autoras do trabalho. A partir dos dados apresentados no gráfico, é possível observar que em todas as turmas, 8ºs a 2º anos, os jovens se sentem mais à vontade para falar sobre sexualidade com seus amigos(44.67%), seguido por amigos e familiares(28.40%). A alternativa “Nenhuma das opções” apareceu com maior frequência nas turmas de 8ºs e 9ºs, sendo mais de 10% nos dois casos, e tendo o menor percentual nas turmas do 2ºs, sendo apenas de 2%. Questão 11: Você possui acesso a absorventes? Figura 16 - Gráfico que expoem as respostas dos estudantes após as aulas das estagiárias 26 Fonte: autoras do trabalho. Por meio dos dados obtidos é possível quantificar que no 8º ano do ensino fundamental 97,63% das pessoas que menstruam possuem acesso a absorventes, enquanto 3,27% possuem acesso às vezes. No 9º ano do ensino fundamental 94,44% possuem acesso, enquanto 1,85% representa a porcentagem de pessoas que possuem acesso às vezes e 3,70% não possuem acesso. No ensino médio , no 1º ano, 96,72% possuem acesso, enquanto 3,27% possuem acesso às vezes e no 2º ano 96,29 % possuem acesso e 3,70% possuem acesso às vezes. Com isso, é possível concluir que nem todas as pessoas que menstruam possuem acesso a absorventes, o que pode influenciar diretamente nas relações sociais e educacionais dessas pessoas. Questão 12: Já deixou de ir a algum local por estar menstruada e não ter absorventes disponíveis? Figura 17- Gráfico que expoem as respostas dos estudantes após as aulas das estagiárias 27 Fonte: autoras do trabalho. Mediante as respostas obtidas nos formulários é possível observar que no 8º ano do ensino fundamental 28,94% das pessoas que menstruam alegaram já terem deixado de ir a determinados locais por estar menstruada e não ter acesso a absorventes, enquanto 71,05% alegam não terem passado por essa situação. No 9º é possível observar que 42,59% alegam já terem passado por essa situação, enquanto 57,40% não passaram. No 1 ano do ensino médio 17,74% das pessoas que menstruam já deixaram de ir a algum local por estarem menstruadas enquanto 82,25% não passaram por essa situação. Por fim, das pessoas que menstruam e compõem o 2º ano do ensino médio 29,62% tiveram resposta afirmativa para o questionamento, enquanto 70,37% tiveram resposta negativa. As questões 4, 8, 9 e 10, abordaram, de forma discursiva, o conhecimentos dos estudantes sobre: o que são e para que servem os preservativos, o que é a sexualidade e o que é a menstruação. As respostas foram então classificadas em três categorias, sendo elas: Insatisfatório (respostas que como “não sei”, “não penso nada sobre”, deixadas em branco, que fugiam do tema e “brincadeiras”), Regular (respostas como “sei”, “sim”, incompletas ou que fugiam um pouco do esperado) e Satisfatórias (respostas completas e objetivas). (Figuras 18, 19, 20, 21 e 22) Questão 4: Do que você acha que se trata a “Educação Sexual”? Figura 18 - Gráfico expondo as respostas dos estudantes, anterior as aulas das estagiárias. 28 Fonte: autoras do trabalho. Figura 19 - Gráfico expondo as respostas dos estudantes, posterior às aulas das estagiárias. Fonte: autoras do trabalho. Questão 8: Você sabe quais as finalidades do uso de camisinhas (preservativos)? Figura 20 - Gráfico expondo as respostas dos estudantes, anterior as aulas das estagiárias. 29 Fonte: autoras do trabalho. Figura 21 - Gráfico expondo as respostas dos estudantes, posterior às aulas das estagiárias. Fonte: autoras do trabalho. Questão 9: O que você entende por “sexualidade”? Figura 22 - Gráfico expondo as respostas dos estudantes, anterior as aulas das estagiárias. 30 Fonte: autoras do trabalho. Figura 23 - Gráfico expondo as respostas dos estudantes, posterior às aulas das estagiárias. Fonte: autoras do trabalho. Questão 10: O que você pensa sobre a menstruação? Figura 24 - Gráfico expondo as respostas dos estudantes, anterior as aulas das estagiárias. 31 Fonte: autoras do trabalho. Anteriormente às aulas, as respostas em todas as turmas foram, em sua maioria, classificadas como "Insatisfatórias"(53.15%), seguidas por "Regulares"(31.85%) e em menores proporções "Satisfatórias"(15%). As turmas com menor quantidade de respostas "Satisfatórias", em proporção ao total de alunos, foram o 2º Ensino Médio e o 9º Ensino Fundamental.(Figura 24). Nessa questão ainda foi possível analisar através das respostas, que a maior parte das respostas "Insatisfatórias" foram de estudantes do sexo biologico masculino, sendo que foram inclsuive os que mais deixaram a questão em branco ou responderam com “Não sei” e “Não penso nada sobre isso”. Figura 25 - Gráfico expondo as respostas dos estudantes, posterior às aulas das estagiárias. Fonte: autoras do trabalho. 32 Após as aulas, houve um aumento nas respostas classificadas como "Satisfatórias" e consequentemente uma diminuição nas respostas "Insatisfatórias", mudança perceptível em todas as turmas, de forma mais acentuada em turmas como as do 1º Ensino Médio, na qual anteriormente as respostas "Satisfatórias" não chegavam a 20 e após as aulas alcançaram quase de 50. (Figura 25) 6. DISCUSSÃO Com base nos resultados obtidos por meio dos formulários e da interação com os alunos ao decorrer das aulas ministradas, constatou-se que o conhecimento prévio dos estudantes muitas vezes se apresenta embasado em preconceitos disseminados culturalmente por uma sociedade marcada pela LGBTfobia, machismo, racismo e misoginia. Quando presente, o conhecimento permeia apenas características biológicas, não estando associado a aspectos sociais, o que influencia diretamente na formação como estudante, mas não como cidadão pertencente a uma sociedade plural. Apesar do tema educação sexual e sexualidade ser tratado dentro das escolas, essa abordagem se dá de modo breve e insuficiente, principalmente após a reestruturação do currículo escolar implementada em janeiro de 2022, que levou à redução de tópicos como esse. Apesar disso, foi possível notar que os estudantes apresentaram interesse pelo assunto e se mostraram receptivos às aulas teóricas assim como as atividades práticas. De modo geral os objetivos do projeto foram alcançados e apesar da adaptação às cargas horárias, de acordo com o tempo disponibilizado em cada escola, foi possível realizar as atividades de modo satisfatório. 7. CONCLUSÃO Por meio do desenvolvimento do projeto, as estagiárias puderam se desenvolver profissionalmente, aprimorando aspectos como a planejamento, oralidade, didática , adaptação às diferenças encontradas nas escolas para ministrar e também socialmente ao se depararem com as diferentes realidades dos alunos. Com relação às escolas em que houve a implementação do projeto, acredita-se que esta cooperação entre estagiárias e as instituições se deu de forma positiva, uma vez que as estagiárias puderam se desenvolver como docentes e ainda promover a aproximação entre a Universidade e instituições básicas de ensino, além disso as escolas puderam proporcionar aulas distintas aos alunos. Outrossim, os alunos por meio da interação com as aulas puderam desenvolver opiniões que fogem do senso comum sobre as questões que envolvem a educação sexual e 33 sexualidade, assim como a ampliação do conhecimento curricular e extracurricular. 8. CARGA HORÁRIA EFETUADA A distribuição da carga horária foi realizada da seguinte forma: 40 horas de observação de aulas (aulas de biologia, práticas, eletivas e ATPC’s); 44 horas de regência (aulas teóricas e práticas) e 60 horas de produção do material didático que foi usado nas aulas. As demais 171 horas foram destinadas a reuniões com o orientador; elaboração do projeto de estágio; estudo aprofundado dos materiais científicos relacionados à área do estágio e redação do relatório final. 34 REFERÊNCIAS AMORIM, R. M.; MAIA, A. C. B. Sexualidade na adolescência: dúvidas de alunos de uma escola pública. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 7, nº 4, p. 95-106, 2012. Acesso em 13 jan 2022. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Pluralidade, Cultura e Orientação Sexual. Brasília: Ministério da Educação, 1997. Acesso em 05 jan 2022. DE OLIVEIRA SILVA, M.; ANJOS DE MOURA, M. . TOCA O SOM DJ! SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE SEXUALIDADE COM O USO DE MÚSICAS E VIDEOCLIPES. Journal of Education Science and Health, [S. l.], v. 1, n. 3, p. 1–17, 2021. DOI: 10.52832/jesh.v1i3.30. Disponível em: https://jeshjournal.com.br/jesh/article/view/30. Acesso em: 14 jan. 2022. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 14 jan. 2022. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Adolescentes e Jovens para educação entre pares: metodologias. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Acesso em 12 jan 2022 MARTINS, Priscila Bernardo; CURI, Edda. Estágio Curricular Supervisionado: uma retrospectiva histórica na legislação brasileira. 2019. Disponível em: https://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/2471/799. Acesso em: 05 dez. 2022. MIRANDA, Jean Carlos; BARROS, Márcia Graminho Fonseca Braz e. Abordagem do tema sexualidade no ambiente escolar. Revista Educação Pública, v. 19, nº 4. Acesso em 12 jan 2022. NACHARD, L. M. Sexualidade na Escola. 2011. Disponível em: http://cev.org.br/biblioteca/sexualidade-escola/. Acesso em 12 jan 2022 . NERY, Inez Sampaio et al. Abordagem da sexualidade no diálogo entre pais e adolescentes. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/9mgxX6s5dDcKSgybqQmfB8p/?lang=pt. Acesso em: 06 dez. 2022. Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Saúde e Sexualidade de Adolescentes. 2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexualidade_adolescente_construindo_e quidade_sus.pdf. Acesso em: 05 dez. 2022. UNESCO (org.). Orientações técnicas internacionais de educação em sexualidade: uma abordagem baseada em evidências. Uma abordagem baseada em evidências. 2019. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000183281_por. Acesso em: 13 jan. 2022. UNESP- IBILCE. Portaria do Diretor Nº 23, de 28 de outubro de 2009. Dispõe sobre o Regulamento de Estágio Curricular Supervisionado III, na modalidade Licenciatura, do Curso 35 de Graduação em Ciências Biológicas deste Instituto. São José do Rio Preto, p. 01-08, 2009. Disponível em: https://www.ibilce.unesp.br/Home/Cursos/Biologia/estagio_licenciatura_regulamento.pdf. Acesso em: 05 dez. 2022. UNESP-IBILCE. Resolução Unesp N°58/2019 de 25 de julho de 2019. Estabelece a estrutura curricular do Curso de Ciências Biológicas – Bacharelado e Licenciatura do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas do Câmpus de São José do Rio Preto. Disponível em: https://www.ibilce.unesp.br/Home/Graduacao450/cbiologicasbac-lic/c.bio.-2019-resolucao-un esp-58_2019-estabelece-estr_curricular.pdf. Acesso em 07 dez. 2022. ZANOTTO, Lenir Salette; CRISOSTIMO, Ana Lúcia. SEXUALIDADE E MUDANÇAS QUE OCORREM NA PUBERDADE. 2010. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2 010_unicentro_cien_artigo_lenir_salette_zanotto.pdf. Acesso em: 20 jul. 2022. https://www.ibilce.unesp.br/Home/Cursos/Biologia/estagio_licenciatura_regulamento.pdf https://www.ibilce.unesp.br/Home/Graduacao450/cbiologicasbac-lic/c.bio.-2019-resolucao-unesp-58_2019-estabelece-estr_curricular.pdf https://www.ibilce.unesp.br/Home/Graduacao450/cbiologicasbac-lic/c.bio.-2019-resolucao-unesp-58_2019-estabelece-estr_curricular.pdf 36 ANEXOS ANEXO A - Exemplo da disposição das músicas utilizadas na aula prática 1 Ai, que saudades da Amélia Nunca vi fazer tanta exigência Nem fazer o que você me faz Você não sabe o que é consciência Não vê que eu sou um pobre rapaz Você só pensa em luxo e riqueza Tudo o que você vê, você quer Ai, meu Deus, que saudade da Amélia Aquilo sim é que era mulher Às vezes passava fome ao meu lado E achava bonito não ter o que comer Quando me via contrariado Dizia: Meu filho, o que se há de fazer! Amélia não tinha a menor vaidade Amélia é que era mulher de verdade Desconstruindo Amélia (Pitty) Já é tarde, tudo está certo Cada coisa posta em seu lugar Filho dorme, ela arruma o uniforme Tudo pronto pra quando despertar O ensejo a fez tão prendada Ela foi educada pra cuidar e servir De costume, esquecia-se dela Sempre a última a sair Disfarça e segue em frente Todo dia até cansar (Uhu!) E eis que de repente ela resolve então mudar Vira a mesa, assume o jogo Faz questão de se cuidar (Uhu!) Nem serva, nem objeto Já não quer ser o outro Hoje ela é um também A despeito de tanto mestrado Ganha menos que o namorado E não entende porque Tem talento de equilibrista Ela é muita, se você quer saber Hoje aos 30 é melhor que aos 18 Nem Balzac poderia prever Depois do lar, do trabalho e dos filhos Ainda vai pra night ferver Disfarça e segue em frente Todo dia até cansar (Uhu!) E eis que de repente ela resolve então mudar Vira a mesa, assume o jogo Faz questão de se cuidar (Uhu!) Nem serva, nem objeto Já não quer ser o outro Hoje ela é um também Uhu, uhu, uhu Uhu, uhu, uhu Disfarça e segue em frente Todo dia até cansar (Uhu!) E eis que de repente ela resolve então mudar Vira a mesa, assume o jogo Faz questão de se cuidar (Uhu!) Nem serva, nem objeto Já não quer ser o outro Hoje ela é um também 37 APÊNDICES APÊNDICE A- Formulário de conhecimentos prévios e posteriores 1- Idade: 2° 2- Gênero: ( ) Masculino ( )Feminino ( )Não binário ( )Outros ___ 3- Etnia : ( )Branca ( )Parda ( )Preta ( )Indigena ( )Amarela ( )Outras __ 4- Do que você acha que se trata a “Educação Sexual”? 5 - Você acha importante falar sobre esse tema nas escolas? ( )Sim ( )Não ( )Não sei 6- Esse tema já foi tratado com você dentro do seu ambiente familiar? ( )Sim ( )Não 7- Você se sente à vontade para falar sobre Educação sexual e sexualidade com: ( ) Família ( ) Amigos ( ) Outros ( ) Família e amigos ( ) Nenhuma das opções acima 8- Você sabe quais as finalidades do uso de camisinhas (preservativos)? 38 9 - O que você entende por “sexualidade”? 10- O que você pensa sobre a menstruação? As próximas perguntas são direcionadas apenas a pessoas que menstruam 11- Você possui acesso a absorventes ? ( )Sim ( )Não ( )Às vezes 12 - Já deixou de ir a algum local por estar menstruada e não ter absorventes disponíveis? ( ) Sim ( ) Não 39 APÊNDICE B - Cronograma de aulas ministradas E.E Professor Oscar Salgado Bueno 22/08 (segunda) 23/08 (terça) 25/08 (quinta) 29/08 (segunda) 30/08 (terça) 02/09 (sexta) 07:05 às 07:50 8º A 8º A 07:50 às 08:35 8º A 8º A 08:35 às 9:20 8º B 8º C 9º B 8º B 9º B intervalo( 25 minutos) 9:45 às 10:30 8 º B 8º C 9º B 8º B 9º B 8º C 10:30 às 11:15 9º C 8º C 11:15 às 12:00 9º C 9º D 9º C 12:00 às 12:45 9º D 9º C almoço (12:45 às 13:45) 13:45 às 14:30 9º A 9º A 9º D 14:30 às 15:15 9º A 9º A 9º D E.E Professora Amira Homsi Chalella 26/08 (sexta) 39/08 (segunda) 02/09 (sexta) 07:15 às 08:00 1º A 08:00 às 08:45 1º D 08:45 às 9:30 1º C intervalo( 20 minutos) 9:50 às 10:35 1 º B 10:35 às 11:20 1º B 11:20 às 12:00 1º A 1º D almoço (12:00 às 13:15) 13:15 às 14:00 1º C 1º B 1º B 14:00 às 14:45 1º A 1º A 1º D 14:45 às 15:30 1º C 1º C 1º D 40 E.E. Deputado Bady Bassitt 07/11 (segunda) 09/11 (quarta) 10/11 (quinta) 11/11 (sexta) 07:00 às 07:45 2º A 2º D 07:45 às 08:30 2º C 2º A 2º B 2º D 08:35 às 9:15 2º C 2º B intervalo( 25 minutos) 9:45 às 10:30 10:30 às 11:15 11:15 às 12:00 12:00 às 12:45 almoço (12:45 às 13:45) 41 APÊNDICE C - Plano de aula Plano de Ensino Plano de Ensino - Presencial Identificação Local: Escola Estadual Deputado Bady Bassit/ Salgado Bueno Público Alvo: Estudantes do Ensino Médio(1º ou 2º ano)/ estudantes do Ensino Fundamental || (9ºano) Período: Diurno Conteúdo Anatomia e características dos órgãos reprodutivos Métodos contraceptivos Infecções sexualmente transmissíveis (IST) Consentimento, privacidade e integridade corporal Relacionamentos(amor, amizade e família) Sexualidade: ● Sexo biológico ● Gênero e construção social de gênero ● Identidade de gênero ● Orientação sexual Objetivo Objetivo geral: Apresentar conceitos relacionados à Orientação Sexual, como a manifestação da sexualidade, prevenção de ISTs e gravidez não planejada a alunos do Ensino Médio. Objetivos específicos: 1. Levantar as ideias iniciais dos alunos a respeito dos temas apresentados; 2. Trabalhar os aspectos biológicos da sexualidade, especificamente a anatomia do corpo, abordando ainda sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e gravidez não planejada; 3. Trabalhar os conceitos de orientação sexual e gênero, explorando a pluralidade existente, 4. Desmistificar a crença de que o ato sexual convém apenas para a reprodução. 42 Plano de Ensino - Presencial Metodologia 1. As aulas serão iniciadas a partir da introdução do tema por meio do diálogo com os alunos para levantar o conhecimento prévio deles. Os alunos serão estimulados a se questionarem sobre o assunto e ao longo da aula os questionamentos serão sanados; 2. Em todas as aulas serão apresentadas formas alternativas para exposição do tema, seja por meio da utilização de vídeos, filmes, acontecimentos atuais, além de atividades práticas com materiais simples e de fácil acesso; 3. As aulas acontecerão seguindo uma abordagem na qual a relação entre docente e discente se dará de modo horizontal; 4. Será disponibilizado aos alunos ao final de cada tema um quiz ao qual não será atribuída nota, para que assim seja possível ter a percepção da compreensão do aluno Recursos ● Recursos midiáticos; ● Materiais de uso individual (caderno, lápis, borracha); ● Para efetivação das atividades práticas serão utilizados sempre materiais disponíveis e de fácil acesso ● Caixa para perguntas dos alunos Avaliação ● Conversas direcionadas; ● Desenvoltura individual e em grupo no desenvolvimento das atividades práticas; ● Quiz temático; ● Fichamento; 43 Referências AMORIM, R. M.; MAIA, A. C. B. Sexualidade na adolescência: dúvidas de alunos de uma escola pública. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 7, nº 4, p. 95-106, 2012. Acesso em 13 jan 2022. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Pluralidade, Cultura e Orientação Sexual. Brasília: Ministério da Educação, 1997. Acesso em 05 jan 2022. DE OLIVEIRA SILVA, M.; ANJOS DE MOURA, M. . TOCA O SOM DJ! SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE SEXUALIDADE COM O USO DE MÚSICAS E VIDEOCLIPES. Journal of Education Science and Health, [S. l.], v. 1, n. 3, p. 1–17, 2021. DOI: 10.52832/jesh.v1i3.30. Disponível em: https://jeshjournal.com.br/jesh/article/view/30. Acesso em: 14 jan. 2022. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_ versaofinal_site.pdf. Acesso em: 14 jan. 2022. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Adolescentes e Jovens para educação entre pares: metodologias. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Acesso em 12 jan 2022 MIRANDA, Jean Carlos; BARROS, Márcia Graminho Fonseca Braz e. Abordagem do tema sexualidade no ambiente escolar. Revista Educação Pública, v. 19, nº 4. Acesso em 12 jan 2022. NACHARD, L. M. Sexualidade na Escola. 2011. Disponível em: http://cev.org.br/biblioteca/sexualidade-escola/. Acesso em 12 jan 2022 . 44 UNESCO (org.). Orientações técnicas internacionais de educação em sexualidade: uma abordagem baseada em evidências. Uma abordagem baseada em evidências. 2019. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000183281_por. Acesso em: 13 jan. 2022. 45 APÊNDICE D - Fotos das aulas ministradas E.E Professora Amira Homsi Chalella 46 E.E Deputado Bady Bassitt 47 48 E.E Professor Oscar Salgado Bueno 49