1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” HELEN PATRICIA DA SILVA COSTA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DO RIO PARANAPANEMA NO SETOR DA PONTE PÊNSIL ALVES LIMA (DIVISA ENTRE OS ESTADOS DE SÃO PAULO E PARANÁ) OURINHOS/SP 2019 2 HELEN PATRICIA DA SILVA COSTA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DO RIO PARANAPANEMA NO SETOR DA PONTE PÊNSIL ALVES LIMA (DIVISA ENTRE OS ESTADOS DE SÃO PAULO E PARANÁ) Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Comissão de Avaliação de TCC para a obtenção do título de Bacharel em Geografia da UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) Campus Experimental de Ourinhos-SP, sob orientação da Profª. Drª Luciene Cristina Risso. OURINHOS/SP 2019 3 Banca examinadora Prof.ª Dr.ª Luciene Cristina Risso (Orientadora) ________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Daniela Fernanda da Silva Fuzzo ________________________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Terezinha Brumatti Carvalhal ________________________________________________________________ Suplente: Prof. Dr. Julio Cesar Demarchi ________________________________________________________________ Ourinhos, 12 de junho de 2019. 4 DEDICATÓRIA Dedico à todas as pessoas importantes que me apoiaram durante toda a graduação. À elas, o meu muito obrigada. 5 AGRADECIMENTOS À minha querida orientadora Prof.ª Dr.ª Luciene Cristina Risso, pela sua paciência e orientação desde a bolsa de iniciação científica PIBIC/CNPq, além de sua calma e modo de ver a vida, mostrando um lado mais humano das coisas. Agradeço à UNESP Ourinhos e seu corpo docente, que sempre estiveram dispostos a contrubir com a minha formação. Aos funcionários da unidade, em especial ao pessoal da biblioteca e da área de graduação, pois sempre estiveram à disposição para tirarem minhas dúvidas. Agradeço à minha família, minha mãe, meu pai, minha avó, aos meus irmãos Aline, Vitor Hugo e Renan, ao meu sobrinho, e agradeço, principalmente, aos meus tios, Carlindo Amaral e Domingos Silva, por não medirem esforços para que meus sonhos se concretizassem. À minha tia Maria, que hoje está longe, mas não poderia deixar de dedicar à ela, pois mais do que tia, foi uma segunda mãe. Lhe devo muita coisa! Às amizades verdadeiras que construí ao longo do curso. Agradeço à Mariana, por fazer parte da minha vida e fazer meus dias mais felizes, e também por ter me acompanhado durante todo o desenvolvimento dessa pesquisa. Sem o seu apoio e companheirismo não teria conseguido chegar até aqui. Obrigada por tudo! À minha amiga Naiara, que também está na busca de seu sonho que é se formar em uma universidade pública. Obrigada por todos os momentos compartilhados! Agradeço a todos os entrevistados que contrubuíram respondendo o questionário, pois sem eles essa pesquisa não existiria. Por fim, agradeço à Geografia por ter me permitido enxergar o mundo com outros olhos. 6 EPÍGRAFE TOCANDO EM FRENTE Ando devagar Porque já tive pressa E levo esse sorriso Porque eu já chorei demais Hoje me sinto mais forte Mais feliz, quem sabe Eu só levo a certeza De que muito pouco eu sei Ou nada sei Conhecer as manhas E as manhãs O sabor das massas E das maçãs É preciso amor Pra poder pulsar É preciso paz pra poder sorrir É preciso a chuva para florir Penso que cumprir a vida Seja simplesmente Compreender a marcha E ir tocando em frente Como um velho boiadeiro Levando a boiada Eu vou tocando os dias Pela longa estrada, eu vou Estrada eu sou (Almir Sater e Renato Teixeira) 7 RESUMO O presente estudo, apoiado na metodologia da Geografia Cultural e Sistêmica, tem por objetivo levantar a percepção ambiental em relação à paisagem hídrica do Rio Paranapanema, na Ponte Pênsil Alves Lima (divisa entre os Estados de São Paulo e Paraná). Para cumprir com os objetivos, a metodologia da pesquisa contou com revisão bibliográfica sobre o tema, levantamentos secundários, trabalho de campo, aplicação de questionários online elaborado através da Plataforma Google, tabulação e interpretação dos dados. Os questionários foram publicados através da rede social Facebook nos grupos das cidades de Ourinhos/SP, Chavantes/SP e Ribeirão Claro/PR. Nesse sentido, foram entrevistadas 42 pessoas para o estudo de percepção ambiental. Em relação aos resultados do questionário, todos relataram ter visitado a Ponte Pênsil Alves Lima, porém a maioria desconhece qualquer história relacionada à mesma. Os entrevistados também foram questionados acerca do porquê visitam o Paranapanema, e 89% responderam que vão ao rio para o próprio lazer, 7% dos entrevistados disseram que frequentam o Rio Paranapanema para o trabalho (comercializar produtos), e 4% o visitam para outros fins, dentre eles, a prática de rituais religiosos. Dessa forma, os entrevistados, através de suas percepções, destacaram problemas, preocupações e sugestões acerca dessa paisagem. Vale destacar que alguns dos problemas relatados foram observados no trabaho de campo realizado no local, pois na experiência empírica, notou-se um certo descaso com a área, que deveria estar preservada, pois se trata de uma APP (Área de Preservação Permanente). Após a interpretação dos resultados, foi produzido um folder informativo-educativo com o objetivo de incentivar a população acerca da consciência ambiental, sobretudo relacionada à ponte, contribuindo assim para a popularização da ciência, pois divulgar o saber científico através de recursos alternativos faz-se necessário. Sendo assim, cabe destacar a importância desse material, que é pertinente, porém, sozinho, não é capaz de despertar a consciência ambiental dos indivíduos. Junto a ele, devem-se fazer presentes outras práticas que visem a preservação do meio ambiente como um todo, sobretudo da paisagem em questão. Nesse sentido, o estudo também visa servir de subsídio para o planejamento ambiental e programas de Educação Ambiental, assim como demonstrar essa paisagem como um patrimônio para a região, dada a sua importância social, cultural e ecológica. Palavras-chave: Preservação, Educação Ambiental, Patrimônio Regional, Médio Paranapanema. 8 ABSTRACT This study, supported by the methodology of Cultural and Systemic Geography, aims to raise the environmental perception in relation to the water landscape of the Paranapanema River, at the Ponte Pênsil Alves Lima (border between the States of São Paulo and Paraná). In order to comply with the objectives, the research methodology included a bibliographic review on the subject, secondary surveys, fieldwork, application of online surveys elaborated through Google Platform, tabulation and interpretation of the data. The publication of the questionnaires was through Facebook in the cities of Ourinhos/SP, Chavantes SP, and Ribeirão Claro/PR. To that extent, 42 people were interviewed for the study of environmental perception. In relation to the results of the questionnaires, all of the interviewees have visited the Ponte Pênsil Alves Lima, but most don't know any story related to it. The interviewees were also interrogated about why do they visit Paranapanema River, and 89% answered that they go to the there for their own recreation, 7% of the interviewees said they frequent the Paranapanema River for work business (marketing products), and 4% visit it for other purposes, and among them, the practice of religious rituals. In this way, the interviewees, through their perceptions, highlighted problems, concerns, and suggestions about this landscape. It is worth pointing out that some of the problems reported were observed in the fieldwork at the site, because, in the empirical experience, it was noted that there is neglect with the area, which should be preserved since it is an APP (Permanent Preservation Area). After the interpretation of the results, an informative- educational folder was produced with the aim of encouraging the population about environmental awareness, especially related to the bridge, thus contributing to the popularization of science, as disseminating scientific knowledge through alternative resources is done required. Therefore, it is important to highlight the importance of this material, which is pertinent, however, alone, it is not able to awaken the environmental awareness of individuals. Along with it, it is necessary to make present other practices that aim at the preservation of the environment as a whole, especially the landscape in question. So, the study also aims to serve as a subsidy for environmental planning and Environmental Education programs, as well as to demonstrate this landscape as a patrimony for the region, given its social, cultural and ecological importance. Key words: Preservation, Environmental Education, Regional Patrimony, Middle Paranapanema. 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10 2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 12 2.1 Objetivos gerais e específicos............................................................................................. 12 2.1.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 12 2.1.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 12 3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 12 4 CAPÍTULO 1 ...................................................................................................................... 14 4.1 Paisagem e Percepção Ambiental ...................................................................................... 14 5. CAPÍTULO 2 ..................................................................................................................... 17 5.1 Características gerais da UGHRI-17 ................................................................................. 17 6. CAPÍTULO 3 ..................................................................................................................... 21 6.1 Ponte Pênsil Alves Lima ................................................................................................... 21 7. CAPÍTULO 4 ..................................................................................................................... 30 7.1 Resultados .......................................................................................................................... 30 7.2 Proposta do folder informativo-educativo ......................................................................... 41 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 46 APÊNDICE ............................................................................................................................ 49 10 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Esquema perceptivo ................................................................................................. 16 Figura 2: Bacia hidrográfica do Médio Paranapanema ........................................................... 19 Figura 3: Mapa de localização da Ponte pênsil Alves Lima .................................................... 22 Figura 4: Ponte Pênsil Alves Lima .......................................................................................... 23 Figura 5: Reconstrução da Ponte Pênsil Alves Lima (1934-1935) ......................................... 25 Figura 6: Enchente na Ponte Pênsil Alves Lima (1983) .......................................................... 25 Figura 7: Cenário da Ponte Pênsil antes de sua reconstrução .................................................. 26 Figura 8: Madeira desgastada .................................................................................................. 27 Figura 9: Ponte de concreto construída em 2006 .................................................................... 27 Figura 10: Ponte pênsil Alves Lima sendo restaurada (2009-2011) ....................................... 28 Figura 11: Acesso à ponte pênsil pelo lado paulista ................................................................ 29 Figura 12: Acesso à ponte pênsil pelo lado paranaense .......................................................... 29 Figura 13: Conhecimento a respeito da Ponte Pênsil Alves Lima .................................... 30 Figura 14: Opinião sobre a conservação das matas e do Rio Paranapanema ................... 31 Figura 15: Presença de resíduos na margem do Rio Paranapanema ....................................... 32 Figura 16: Coletor de materiais residuários (lado pertencente ao Paraná) .............................. 33 Figura 17: Coletor de materiais residuários (lado pertencente à São Paulo) ........................... 33 Figura 18: Ausência de vegetação nas margens do Rio Paranapanema .................................. 34 Figura 19: Supressão da mata ciliar ......................................................................................... 35 Figura 20: Placa de coloração preta indicando a área de APP ................................................ 36 Figura 21: Por que visitam o Rio Paranapanema? ............................................................. 36 Figura 22: Diferentes modos de uso do local - Pesca .............................................................. 37 Figura 23: Diferentes modos de uso do local - Balanço .......................................................... 37 Figura 24: Diferentes modos de uso do local - Trampolim ..................................................... 38 Figura 25: Medidas e melhorias para o local ..................................................................... 40 Figura 26: Parte interna do folder ............................................................................................ 43 Figura 27: Parte externa do folder ........................................................................................... 44 10 1. INTRODUÇÃO O presente estudo, apoiado na Geografia Cultural e Sistêmica, visa realizar um levantamento da percepção ambiental e memórias em relação à paisagem hídrica, bem como seus ecossistemas associados na região de Ourinhos/SP, na Ponte Pênsil Alves Lima, localizada no Rio Paranapanema, (divisa entre os municípios de Chavantes/SP e Ribeirão Claro/PR) por meio da aplicação de questionários online. A ponte pênsil Alves Lima foi escolhida devido ao fato de estar localizada na região de Ourinhos/SP, caracterizando um ponto de visitação que recebe, diariamente, públicos distintos. Para além, outro critério utilizado diz respeito à circunstância de a mesma estar situada na divisa de dois Estados brasileiros. As poucas pesquisas referentes à ponte pênsil dessa região também impulsionaram, de certo modo, um sentimento de contribuir para com a valorização de um patrimônio próximo. Dessa forma, escolheu-se trabalhar com o conceito de paisagem dentro da perspectiva da Geografia Sistêmica e Cultura, pois este permitiu a análise integrada da área de estudo. Em síntese, a paisagem, para a Geografia Cultural, considera as subjetividades da mesma, nesse caso, as experiências via estudos de percepção ambiental, essenciais para entender o papel de determinada paisagem, como produtora ou estimuladora de sentimentos (topofílicos ou topofóbicos), experiências e memórias. Para alcançar os objetivos previstos, a metodologia incorpora pesquisa e revisão bibliográfica sobre o tema, levantamentos secundários (fontes históricas, fotos antigas, mapeamentos já realizados, plano de manejo da área, dados do IBGE), caracterização da paisagem e qualificação desta, ou seja, a busca pela percepção ambiental e outros valores imateriais envolvidos. Nesse sentido, a aplicação do questionário foi de extrema importância para o estudo de percepção ambiental, uma vez que, a partir deste, pôde-se entender como o indivíduo ou o grupo percebe determinados lugares. 11 Foram entrevistadas 42 pessoas para o estudo de percepção ambiental. Logo, a presente pesquisa também visa servir de subsídio para o planejamento ambiental e programas de educação ambiental, bem como demonstrar essa paisagem como um patrimônio para a região, dada a sua importância social, cultural e ecológica. Após a interpretação dos resultados, constatou-se que a maioria dos entrevistados desconhece a história sobre a Ponte Pênsil Alves Lima. Nesse sentido, surgiu a ideia de confeccionar um folder informativo-educativo com o intuito de sensibilizar a população acerca da importância e preservação dessa paisagem. Ademais, pretende-se popularizá-lo não somente através das escolas existentes nos municípios de Chavantes/SP e Ribeirão Claro/PR, como também por meio de outros espaços públicos localizados em ambos os Estados. Além de conter informações a respeito da história da ponte pênsil, o folder também funciona como um guia, pois exemplifica, de maneira didática, como deve ser feita a preservação da área, visto que a mesma é uma APP (Área de Preservação Permanente). De acordo com o Comitê de Bacias Hidrogáficas do Rio Paranapanema (2010), o Rio Paranapanema é um corpo hídrico de suma importância, pois além de ser um divisor natural de Estados, abastece diversos municípios, sendo um importante ponto turístico da região. Logo, a mata ciliar que encontra-se ao longo da paisagem em questão deve ser preservada, e por isso, no folder, recomenda-se certas práticas, que devem ser tomadas conscientemente, de modo que contribuam para a preservação do local. Segundo a UNESCO, a Educação Ambiental é um conceito que almeja “formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar, individual e coletivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção nos novos”. (UNESCO, 1975) Portanto, cabe destacar a importância desse material que se faz necessário, porém, sozinho, não é capaz de despertar a consciência ambiental dos indivíduos. Junto a ele, devem-se fazer presentes outras práticas que visem a preservação do meio ambiente como um todo, sobretudo da paisagem em questão. 12 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivos Gerais e Específicos 2.1.1 Objetivo Geral:  O presente estudo visa levantar a percepção ambiental em relação à paisagem hídrica do Rio Paranapanema, na Ponte Pênsil Alves Lima (divisa entre os Estados de São Paulo e Paraná) através da aplicação de questionários online. 2.1.2 Objetivos Específicos:  Contribuir para com a valorização cultural de paisagens;  Entender as experiências e sentimentos com relação à paisagem estudada;  Contribuir com o registro de memórias dos municípios de Chavantes/SP e Ribeirão Claro/PR;  Divulgar a pesquisa em eventos acadêmicos futuros;  Aplicar a teoria e metodologia da Geografia Sistêmica e Cultural;  Confeccionar um folder para incentivar a população acerca da consciência ambiental, sobretudo relacionada à ponte, e posteriormente, divulgar os exemplares nos espaços públicos localizados em Chavantes/SP e Ribeirão Claro/PR. 3. MATERIAIS E MÉTODOS O estudo tem como base teórico-metodológica a Geografia Cultural e Sistêmica, pois através da utilização dessas duas abordagens foi possível realizar um estudo integrado dessa paisagem. Desta forma, para alcançar os objetivos previstos, a metodologia utilizada engloba pesquisas e revisão bibliográfica sobre o tema, levantamentos secundários, caracterização 13 da paisagem e qualificação desta, buscando a percepção ambiental e outros valores imateriais envolvidos. Na segunda etapa foi elaborado um questionário (para a coleta de dados qualitativos) na plataforma Google, e posteriormente a aplicação das entrevistas de forma online. As perguntas contidas no questionário envolviam o conhecimento dos entrevistados a respeito da Ponte Pênsil e do Rio Paranapanema, além da razão pela qual visitam a ponte – e o porquê –, quais os seus sentimentos acerca dessa paisagem e quais medidas poderiam sugerir para que a população frequente mais o local. Sendo assim, as entrevistas foram divulgadas na rede social Facebook e publicadas em grupos dos municípios de Chavantes/SP, Ourinhos/SP e Ribeirão Claro/PR, com o intuito de levantar as memórias referentes às paisagens e à percepção ambiental dos indivíduos. A pesquisa geográfica contou com trabalhos de campo no setor da Ponte Pênsil Alves Lima, os quais foram essenciais para estratégias de observação, coleta e verificação de dados. Os equipamentos utilizados nas atividades empíricas foram diários de campo e câmera fotográfica. Dessa forma, foram coletadas 42 entrevistas, e posteriormente ocorreu a interpretação deste banco de dados, tanto dos dados objetos (materiais), como subjetivos (imateriais) presentes nessa paisagem. Para os resultados, foram elaborados gráficos no software Microsoft Office Excel, os quais contém as informações obtidas por meio dos questionários e são utilizados para uma melhor interpretação do público. Por fim, conforme as informações contidas nos resultados, elaborou-se um folder informativo-educativo, confeccionado no software Microsoft PowerPoint, com o intuito de incentivar a população acerca da memória e conscientização ambiental dessa paisagem. 14 4. CAPÍTULO 1 4.1 Paisagem e Percepção Ambiental A paisagem, conceito chave dentro da Geografia, é fundamental para a compreensão da relação entre homem e natureza; é um conceito muito utilizado no interior dessa ciência, e apresenta uma longa trajetória nesta mesma. A paisagem é comumente entendida como a materialização das relações do homem com a natureza, sendo representada, na visão de alguns, como tudo aquilo que a visão alcança, e para outros, algo além do visível. Logo, não há um acordo sobre o conceito de paisagem, pois o mesmo apresenta diversas abordagens, que se diferenciam ao longo do tempo, de acordo com a corrente e a visão de cada autor. Antes mesmo de a paisagem se tornar um conceito, o homem já representava o meio em que vivia através da arte. Desta forma, as primeiras concepções de paisagem estão presentes nas pinturas rupestres, na bíblia, e posteriormente, nas pinturas renascentistas do século XV. O conceito de paisagem surge na Geografia no século XIX, sendo trabalhado ainda no método descritivo, através dos estudos de Alexander Von Humboldt (1769- 1859), que além de naturalista e explorador, foi uma figura importante no período clássico da Geografia, que com a publicação de suas obras deixou um legado valioso para a popularização da ciência. Para Humboldt, a paisagem (landshaft) surge a partir da união das diversas formas (morfologia), interpretando a natureza como um processo de formação- transformação. Humbold não caracterizou a paisagem somente como estética, pois o mesmo já incluía em suas pesquisas a questão dos sentimentos quanto às paisagens. Na Geografia tradicional alemã, a noção de paisagem surge a partir da observação das áreas visualmente homogêneas. Nesse sentido, destacam-se também nessa mesma época, Carl Ritter e Ratzel. 15 As obras “Cosmos” de Alexander von Humboldt, a “Geografia comparada” de Carl Ritter e a “Antropogeografia” de Friedrich Ratzel são alguns dos exemplos clássicos em que se utilizou o conceito da paisagem como método e transcrição de dados sobre áreas distintas do planeta. (SCHIER, 2003, p.82) Já no século XX, outros geógrafos alemães se dedicaram ao estudo da paisagem, introduzindo a questão cultural, “conceituando e diferenciando a Paisagem Natural (Naturlandschaften) e Paisagem Cultural (Kulturlandschaften)” (RISSO, 2005). Carl Sauer (1889-1975), geógrafo tradicional cultural americano, também conceitua o que é paisagem natural e cultural. Para esse autor, a paisagem natural tem sua própria dinâmica e estrutura natural, que a partir da interferência do homem (transformando o meio em que vive) é transformada em paisagem cultural, que é resultante dessa relação entre o homem e a natureza. Nesse sentido, para Sauer (1998,p. 42): Não podemos formar uma ideia de paisagem a não ser em termos de suas relações associadas ao tempo, bem como suas relações vinculadas ao espaço. Ela está em um processo constante de desenvolvimento ou dissolução e substituição. Assim, no sentido corológico, a alteração da área modificada pelo homem e sua apropriação para o seu uso são de importância fundamental. A área anterior à atividade humana é representada por um conjunto de fatos morfológicos. As formas que o homem introduziu são um outro conjunto. Com a Nova Geografia na década de 50, alguns geógrafos passaram a trabalhar com o conceito de Geossistemas, que foi desenvolvido pelo geógrafo russo Viktor Borisovich Sotchava (1905-1978), que utilizou a Teoria Geral dos Sistemas em seus estudos. Em 1972, Bertrand define Paisagem como a interação de elementos biofísicos e antrópicos, um influindo no outro de forma dialética. Para ele, “a paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados” (1972, p.141). Ainda, acrescenta que é: O resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos, que reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução. A dialética tipo- indivíduo é próprio fundamento do método de pesquisa. Por volta de 1990, ao inserir o sistema tripolar, um dos conceitos que compõem esse instrumento de espaço de análise geográfica é a paisagem, que agora tem um enfoque sociocultural e que leva em conta a subjetividade do indivíduo. Para Bertrand (2007, p.284) “o tempo da paisagem é aquele do cultural, do patrimônio, do identitário e das representações: é o tempo do retorno às fontes, aquele do simbólico, do mito e do ritual”. 16 Na década de 70, o conceito de paisagem é retomado com a Nova Geografia Cultural. Logo, a Geografia Humanística/Cultural, nasce criticando a Geografia Tradicional, e passa a valorizar os sentimentos e as percepções dos indivíduos. Conforme Risso, (2005, p.104) “para cada pessoa ou grupo a paisagem terá um significado, porque, as pessoas atribuem valores e significados diferentes às suas paisagens, dependendo do tipo de experiência ou percepção, traduzidos em sentimentos de enraizamento ou desapego aos lugares”. Percepção é tanto a resposta dos sentidos aos estímulos externos como atividade proposital, nos quais certos fenômenos são claramente registrados, enquanto outros retrocedem para a sombra ou são bloqueados. Muito do que percebemos tem valor para nós, para a sobrevivência biológica, e para propiciar algumas satisfações que estão enraizadas na cultura. (TUAN, 2012, p.18) Del Rio (1996, p.3) conceituou a percepção como “um processo mental de interação do indivíduo com o meio ambiente que se dá através de mecanismos perceptivos propriamente ditos [órgãos sensoriais] e, principalmente, cognitivos. A cognição é a aquisição de conhecimentos. Sendo assim, “nossa mente organiza e representa essa realidade percebida através de esquemas perceptivos e imagens mentais, com atributos específicos” (DEL RIO, 1996). Logo, a Figura 1 ilustra esse esquema perceptivo proposto pelo autor. Figura 1: Esquema Perceptivo Fonte: DEL RIO, 1996. Adaptado por COSTA, 2019. 17 De acordo com a UNESCO (1978), o termo percepção ambiental “hace referencia al conjunto de procesos (sensitivos, cognitivos y actitudinales) a través de los cuales el hombre individual y colectivamente conoce su entorno y se predispone a actuar sobre él”. Nesse sentido, a aplicação do questionário foi de extrema importância para o estudo de percepção ambiental, uma vez que a partir deste podemos entender como o indivíduo ou o grupo percebe determinados lugares. Logo, essa relação de sentimento com o lugar, é definida por Yi-Fu Tuan como Topofilia. A palavra “topofilia” é um neologismo, útil quando pode ser definida em um sentido mais amplo, incluindo todos os laços afetivos dos seres humanos com o meio ambiente material. A resposta ao meio ambiente pode ser basicamente estética: em seguida, pode variar do efêmero prazer que se tem de uma vista, até a sensação de beleza, igualmente fugaz, mas muito mais intensa, que é subitamente revelada. A resposta pode ser tátil: o deleite ao sentir o ar, água, terra. Mais permanentes e mais difíceis de expressar, são os sentimentos que temos para com um lugar, por ser o lar, o locus de reminiscências e o meio de se ganhar a vida. (TUAN, 1980, p. 107) Por fim, escolheu-se trabalhar com o conceito de paisagem com base nas abordagens metodológicas das Geografias Cultural e Sistêmica, pois essas permetiram o entendimento de forma integrada da paisagem, mostrando que as questões biofísicas, antrópicas, sociais, econômicas e as práticas culturais podem ser estudadas em conjunto, uma vez que tudo está interligado. 5. CAPÍTULO 2 5.1 Características gerais da UGRHI-17 Etimologicamente, a palavra “Paranapanema”, é oriunda da junção de duas palavras da cultura tupi-guarani (parana+nema), que significa “rio improdutivo”, pois era visto pelos indígenas como um rio com poucos peixes. Com uma extensão de 929 km, a Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema (UGRHI-17) ocupa cerca 105.900 km², abrangendo áreas do Estado de São Paulo e Paraná (CBH-PARANAPANEMA). Em vista disso, apesar de ser de domínio da União (conforme definido na Constituição de 1988), a Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema é também administrada por esses dois Estados. Logo: 18 Tornou-se fundamental estabelecer procedimentos e ações para fomentar o processo de gestão compartilhada dos recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema, por meio da integração dos órgãos gestores dos recursos hídricos e dos comitês de bacia hidrográfica, com vistas ao estabelecimento de bases de informações integradas e comuns para a gestão compartilhada, assim como para a implementação dos instrumentos de gestão. (SISTEMA INTEGRADO DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS, 2009) Para facilitar a gestão e administração dos recursos hídricos, a hidrografia do Estado de São Paulo foi dividida em UGRHI’s (Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos). Desta forma, fazem parte da bacia do Rio Paranapanema seis comitês de bacias afluentes, sendo eles: Alto Paranapanema, Médio Paranapanema e Pontal do Paranapanema (estado de São Paulo); Norte Pioneiro, Piraponema e Tibagi (estado do Paraná). Sendo assim, a área estudada no presente trabalho está inserida na Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema. (CBH-MP) A UGRHI-17 (Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Médio Paranapanema) é dividida em seis unidades hidrográficas: Pardo, Turvo, Novo, Pari, Capivara e dos tributários até 3ª ordem do Paranapanema. (CBH-MP) O Médio Paranapanema (Figura 2), conforme atual divisão hidrográfica do Estado de São Paulo, ocupa uma área de aproximadamente 328 quilômetros de extensão, apresentando um desnível total de 210 metros, abrangendo cerca de 42 municípios, cujas sedes estão incluídas em sua área de abrangência, complementados por outros 13 “municípios com área contida”, ou seja, possuem parte de seu território inserido no Médio Paranapanema, porém, com suas sedes fora da área da UGRHI-17 (CBH-MP). A nível demográfico, calcula-se que na UGRHI-17 haja 663.899 habitantes, concentrados na parte Sul, acentuando os seguintes adensamentos populacionais: Ourinhos (106.521 habitantes), Assis (97.330 habitantes), Avaré (89.428 habitantes), Santa Cruz do Rio Pardo (44.674 habitantes) e Paraguaçu Paulista (44.307 habitantes). (CBH- PARANAPANEMA) Nesse sentido, a UGHI-17 enfrenta problemas relacionados às concentrações urbanas, tais como disposição de resíduos sólidos, disponibilidade hídrica e abastecimento, coleta e tratamento de esgoto, desmatamento, erosão e assoreamento, além da não capacitação e fortalecimento da gestão participativa (CBH-MP, 2007). 19 Fi gu ra 2 : B ac ia H id ro gr áf ic a do M éd io P ar an ap an em a Fo nt e: C B H -M P - C om itê da B ac ia H id ro gr áf ic a do M éd io Pa ra na pa ne m a. D is po ní ve l em : ht tp :// cb hm p. or g/ in st itu ci on al /. A ce ss o em : 1 0/ 11 /2 01 8. 20 A UGRHI-17 apresenta diversos tipos de solos e as unidades geológicas aflorantes nesse trecho são formadas por rochas sedimentares e ígneas da bacia do Paraná, e depósitos sedimentares recentes, de idade cenozoica. Pouco mais de 60% da dimensão diz respeito aos arenitos do Grupo Bauru e quase 40% às rochas ígneas basálticas da Formação Serra Geral. Estas duas unidades constituem os dois principais aquíferos acessíveis da região: o Bauru e o Serra Geral (CBH-MP, 2007). A formação e ocupação da região estão relacionadas aos ciclos econômicos, que foram realizados por diferentes sujeitos sociais ao longo do tempo. Nesse sentido, vale destacar que há diversas evidências arqueológicas acerca da ocupação de povos tradicionais no período pré-colonial na Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema (GONZÁLEZ, 1995, p. 99). De acordo com Sousa (2008, p. 33), “os índios foram os verdadeiros pioneiros, os primeiros a queimarem a mata e aproveitarem o solo. Povoaram a região do oeste paulista os índios Kaigangs, os Cayuás (Guaranis) e os Xavantes”. Assim, até o início do século XX, a região do Médio Paranapanema era pouco povoada, mas com a expansão da cafeicultura e ampliação da ferrovia no interior de São Paulo até as margens do Rio Paraná (séc. XX), foi possível uma série de transformações nesses espaços. A frente pioneira era uma espécie de fronteira para onde se deslocava parte da população, visto que até então tais áreas eram ocupadas por índios e caboclos. Com isso, novas atividades econômicas eram desenvolvidas nessas áreas, produzindo para exportar no mercado interno, criando novos mercados e continuando a expansão para locais longínquos (DIAS, 2013, p. 58). Desta forma, um dos fatores que levaram à expansão da cultura do café para o oeste foi a disponibilidade de terras. Logo, a cultura do café: [...] até então carro-chefe da expansão da fronteira agrícola foi, a partir de 1930, parcialmente substituído pela cultura do algodão, amendoim e outras, em função do mercado internacional, até que o paulatino esgotamento dos solos aumentasse a extensão dos campos de pastagem”. (CBH-MP, 2013) 21 Diante desse contexto, o uso inadequado da bacia influenciado pela ação antrópica, relacionado às questões sociais, culturais, econômicas e naturais, provocou uma série de transformações nesta mesma. Segundo o Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da UGRHI-17 (1999), há diversos tipos de vegetação na bacia do Médio Paranapanema, que inclui mata natural (ou com pouca interferência antrópica), capoeira, cerrado, cerradão, campos e similares. Considerando que a vegetação exerce certa influência sob clima de determinada região, de acordo com a classificação de Köppen, a Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema está praticamente inserida em um clima temperado brando, chuvoso, com verão quente (Cfa), e o restante apresenta um clima temperado brando, chuvoso, com verão fresco (Cfb). (CBH- MP, 1999) Diante do exposto, é necessário destacar que o Médio Paranapanema: Possui problemas sérios na área rural com o uso e ocupação do solo por práticas agropecuárias que utilizam grande quantidade de defensivos agrícolas e adotam práticas inadequadas de proteção e conservação do solo, incrementando o potencial erosivo da região, o assoreamento e a poluição dos cursos d’água. Da mesma forma que nas áreas rurais, as áreas urbanas apresentam problemas críticos de erosões induzidas pelo incorreto dimensionamento das estruturas de drenagem”. (CBH-MP, 2013) 6. CAPÍTULO 3 6.1 Ponte Pênsil Alves Lima A Ponte Pênsil Alves Lima (Figura 3) está localizada sobre o leito do Rio Paranapanema, na divisa dos Municípios de Ribeirão Claro/PR e Chavantes/SP, sendo pertencente aos dois referidos Estados brasileiros. No Brasil, as pontes pênseis foram construídas desde o início do século XX, e têm como principal característica a sua sustentação por meio de pendurais apoiados em cabos de aço ou barras articuladas, estendidos em curva, apoiados sobre torres e ancoradas nas extremidades em rochas ou blocos maciços de concreto (OLIVEIRA, 2012). 22 El ab or ad o po r S A N TO S, 2 01 8. Fi gu ra 3 : L oc al iz aç ão d a Po nt e Pê ns il A lv es L im a 23 No que refere-se à sua estrutura (Figura 4), a ponte conta com uma extensão de 164 metros, sendo 82,5 metros no setor pênsil e 81,5 metros no setor não pênsil, com largura total de 4,10 metros e 2,88 metros de vão livre, está apoiada por seis pilares de concreto, e é suspensa e mantida por 14 cabos de aço apoiados em duas torres de concreto armado, com 18 metros de altura (AMANCIO, 2011, p. 256). Sendo uma das principais pontes pênseis já construídas no Brasil, a Ponte Pênsil Alves Lima permite a ligação entre as cidades de Ribeirão Claro/PR e Chavantes/SP. Outras importantes construções dizem respeito à Hercílio Luz/SC, Ponte Pênsil de São Vicente/SP construída em 1914, e, a mais antiga, a Ponte Affonso Pena/GO que foi inaugurada em 1909. Figura 4: Ponte Pênsil Alves Lima Foto: COSTA, 2018. Documentadamente, o Norte Pioneiro paranaense foi colonizado por meio de uma ocupação espontânea de grupos de paulistas e mineiros, trazendo a cultura do café para o Paraná. A transposição dos rios, como o Paranapanema, significou uma dificuldade a mais, principalmente na hora de transcorrer a produção (SEEC, SECRETÁRIA DE ESTADO DA CULTURA). 24 Devido à ausência de estradas e meios de transportes precários, de início, a transposição do rio Paranapanema era feita por balsa, consistindo em um processo que não oferecia condições de segurança. Logo, com a ascensão da produção cafeeira, os fazendeiros da região construíram uma estrada de ferro, que posteriormente foi sucedida pela ponte pênsil (SEEC, SECRETÁRIA DE ESTADO DA CULTURA). Sendo assim, no início da década de 20, Manoel Antônio Alves Lima, possessor de uma fazenda localizada à margem esquerda do Paranapanema, solicitou a construção da ponte com auxílio financeiro dos municípios de Ribeirão Claro/PR e Chavantes/SP. O fazendeiro Alves Lima também era proprietário da firma “Alves Lima e Cia”, dedicada ao comércio e exportação de café. Ciente da necessidade de expansão de suas propriedades, Alves Lima encomendou estudos sobre a construção de uma ponte que facilitasse a travessia do rio Paranapanema. Devido a razões econômicas e às características locais, optou-se por construir uma ponte metade pênsil e metade fixa, com tecnologia inglesa. (AMÂNCIO; BARALDI, p. 253, 2011) Com mais de um século de história, a ponte apresenta uma arquitetura que impressiona, além do fato de estar localizada sobre o rio Paranapanema que faz dessa paisagem um importante ponto turístico da região. Logo, vale destacar: A importância fundamental do Rio Paranapanema nos mais diversos aspectos da dinâmica populacional, política, sociocultural, econômica, de uso e ocupação do solo e ambientais. Exercendo, assim, forte determinação sobre a vida dos habitantes da bacia do Paranapanema, com reflexos nos Estados de São Paulo e do Paraná como um todo e, mesmo no país, por se tratar de uma importante reserva de recursos naturais. (CBH-PARANAPANEMA, 2010) Contudo, poucas pessoas conhecem sua história, e muitos não imaginam que a ponte nem sempre esteve em um ambiente de estabilidade, e que na verdade, já passou por três adversidades. A primeira ocorreu em 1924, durante a Revolução Paulista, quando as tropas do capitão Alberto Costa invadiram a cidade de Chavantes, onde a ponte foi completamente queimada; entretanto, foi reconstruída no ano de 1928. Já o segundo infortúnio ficou marcado pela Revolução Constitucionalista de 1932, período no qual a Ponte Pênsil Alves Lima foi dinamitada. Nesse período, tropas gaúchas ficaram alojadas em Ribeirão Claro, exigindo alimentos e outros suprimentos da população. Forçados pelos gaúchos, os revolucionários paulistas retrosseguiram e dinamitaram a ponte para impedir a passagem dos sulistas (SEEC, 25 SECRETÁRIA DE ESTADO DA CULTURA). Logo, sua reconstrução só chegou ao fim no ano de 1935, pelo governo de São Paulo, apesar de ter sido iniciada no ano de 1934 (Figura 5). Figura 5: Reconstrução da Ponte Pênsil Alves Lima (1934-1935) Fonte: CHAVANTES/SP POR LILIA ALONSO. Na última delas, ocorrida em 1983, a força da natureza foi o que atuou, fazendo com que a ponte ficasse destruída após a maior enchente já presenciada na região (Figura 6). Figura 6: Enchente na Ponte Pênsil Alves Lima (1983) Fonte: CHAVANTES/SP POR LILIA ALONSO. 26 Consolidando sua importância histórica e cultural, a ponte foi tombada no ano de 1985 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo através do CONDEPHAAT, e em 2001, pelo Conselho Estadual do Patrimônio Histórico do Paraná. Contudo, sem medidas de manutenção e alvo de depredação (Figuras 7 e 8), a ponte pênsil apresentou riscos à população que transitava por ela, permanecendo esquecida por alguns anos, como pode ser observado nas figuras a seguir. FiguFigura 7: Cenário da ponte pênsil antes de sua reconstrução Fonte: ACERVO FORMAT. 27 Figura 8: Madeira desgastada Fonte: ACERVO FORMARTE. Devido ao seu estado estrutural debilidado, a ponte pênsil foi interditada no ano de 2006, e para não impedir o trânsito de veículos entre os dois Estados, construiu-se uma outra ponte, desta vez, de concreto (Figura 9). Figura 9: Ponte de concreto construída em 2006 Foto: COSTA, 2018. 28 Sendo assim, no ano de 2009, a Ponte Pênsil Alves Lima foi novamente restaurada (Figura 10), mas dessa vez, sua reconstrução foi subsidiada por um grupo de responsáveis pelas hidrelétricas localizadas na extensão do rio Paranapanema como forma de “recompensa” pelo uso do mesmo. Dessa forma, iniciou-se o processo de restauração da ponte, sendo este concluído em 2011, quando a mesma foi novamente reinaugurada. Figura 10: Ponte Pênsil Alves Lima sendo restaurada Fonte: ACERVO FORMARTE. O acesso à ponte dá-se por ambos os lados, e como mostram as Figuras 11 e 12, é proibida a passagem de veículos, sendo esta restrita aos pedestres. 29 Figura 11: Acesso à ponte pelo lado paulista Foto: COSTA, 2018. Figura 12: Acesso á ponte pelo lado paranaense Foto: COSTA, 2018. 30 7. CAPÍTULO 4 7.1 Resultados No presente estudo, a percepção ambiental foi obtida através da aplicação de 42 entrevistas. Os questionários foram divulgados através das redes sociais e publicados em grupos de diversas cidades da região, como Ourinhos/SP, Chavantes/SP e Ribeirão Claro/PR. Em relação às entrevistas aplicadas através do questionário online, dos 42 entrevistados, 23 se identificaram como sendo do gênero feminino, e 19 do gênero masculino. A maioria se enquadra na faixa etária de 18-25 anos. Dos 42 inquiridos, 70% residem na cidade de Ourinhos/SP. No que diz respeito à escolaridade, 23 possuem ensino superior completo, 11 ensino superior incompleto, 5 ensino médio completo e apenas 1 possui ensino médio incompleto. Todos os entrevistados já visitaram a ponte pênsil, mas a maioria (33 pessoas) relatou não conhecer nada a respeito da mesma, como pode-se observar na Figura 13: Figura 13: Conhecimento a respeito da Ponte Pênsil Alves Lima Elaborado por COSTA, 2018. 31 Outra questão presente no questionário se tratava da opinião acerca da conservação ambiental das matas do Rio Paranapanema (Figura 14). Sendo assim, 50% dos entrevistados disseram que a conservação dos mesmos ocorre em nível médio. Figura 14: Opinião sobre a conservação das matas e do Rio Paranapanema Elaborado por COSTA, 2018. Com base nas respostas da pergunta anterior, os entrevistados foram questionados a respeito da conservação ambiental do Rio Paranapanema e das matas ao entorno do mesmo. A maioria das respostas evidencia o ponto no qual essa paisagem hídrica deve ser mais conservada. “Primeiramente que há gigantescas plantações de cana de açúcar que são pulverizadas por venenos e pesticidas que são levados pelas chuvas para o Rio. Segundo, as matas ciliares, em alguns pontos, não existem, e fica visível que o assoreamento das margens está cada vez mais intenso, uma vez que conta com grande quantidade de argila e areias que são utilizadas na construção civil” (ENTREVISTA 3). “Alguns trechos melhores que outros, mas a conservação é prejudicada pelas próprias represas, hidroelétricas ao longo do rio, lixo humano mesmo, pois na ponte pênsil não há uma fiscalização e tem crescido o número de visitantes lá” (ENTREVISTA 6). “O rio tem pouca mata ciliar” (ENTREVISTA 7). 32 Alguns dos problemas relatados pelos entrevistados foram observados no trabalho de campo. Na experiência empírica, notou-se certo descaso com essa área, que deveria estar preservada. Notou-se também a presença de resíduos nas margens do rio (Figura 15), bem como a inexistência da cobertura vegetal, solo exposto, ausência de contentores de coleta seletiva, guardas ambientais, dentre outros. Em detrimento da inexistência de coleta seletiva no local, evidentemente também não existem recipientes de separação de resíduos recicláveis e não-recicláveis. As Figuras 16 e 17 exibem os dois únicos coletores de materiais residuários, os quais são recolhidos e provavelmente dispostos no Aterro Sanitário ou queimados in loco sem os cabidos tratamentos. Vale ressaltar que, se a coleta seletiva se fizesse presente, esses objetos poderiam ser aproveitados e reintroduzidos à cadeia produtiva, o que representaria uma vantagem ao setor de reciclagem. Ademais, como sendo uma prática ambientalmente adequada de recuperação de resíduos, a reciclagem traria vantagens ambientais, bem como benefícios sociais para os trabalhadores deste ofício. Figura 15: Presença de resíduos na margem do Rio Paranapanema Foto: COSTA, 2018. 33 Figura 16: Coletor de materiais resíduários (lado pertencente ao Paraná) Foto: COSTA, 2018. Figura 17: Coletor de materiais resíduários (lado pertencente à São Paulo) Foto: COSTA, 2018. 34 As Figuras 18 e 19 representam áreas desprovidas de cobertura vegetal, as quais deveriam estar preservadas, visto que fazem parte de uma APP (Área de Preservação Permanente). Nesse sentido, o novo código florestal, regulamentado pela Lei 12.651 de 25 de maio de 2012 propõe normas para a proteção da vegetação e define APP como: Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. (LEI Nº 12.651, 2012). Logo, a presença da mata ciliar ao longo dos cursos d’ água é de extrema importância, pois além de preservar a biodiversidade, protege os mananciais dos processos de assoreamento e também os solos, não permitindo que a erosão aconteça de modo acelerado e intenso. Figura 18: Ausência de vegetação nas margens do Rio Paranapanema Foto: COSTA, 2018. http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.651-2012?OpenDocument 35 Figura 19: Supressão da mata ciliar Foto: COSTA, 2018. Além disso, há apenas uma placa de sinalização com tamanho reduzido que diz respeito à área de APP (Figura 20). Portanto, devido ao fato de estar desgastada e apresentar fontes pequenas e letras apagadas, poucas pessoas acabam não visualizando-a. Nesse sentido, o ideal seria a existência de placas de sinalização educativas com boa visualização e de fácil compreensão, pois estas: Buscam estimular no visitante um determinado comportamento ou atitude, informando um perigo, induzindo uma conduta ou estabelecendo a proibição de certas ações. Preferencialmente a informação educativa/ regulatória deverá ser passada com o uso de pictogramas padronizados de interpretação universal e/ou com frases curtas e diretas, evitando-se textos longos. Como muitas vezes esse tipo de sinalização é alvo de vandalismo, especial cuidado deverá ser tomado com a sua fixação. (ICMBIO, 2018, p. 21). 36 Figura 20: Placa de coloração preta indicando a área de APP Foto: COSTA, 2018. Os entrevistados foram questionados acerca do porquê visitam o Paranapanema (Figura 21). A maioria das pessoas (89%) respondeu que vão ao rio para o próprio lazer, cerca de 7% dos entrevistados disseram que frequentam o Rio Paranapanema para o trabalho (comercializar produtos), e 4% o visitam para outros fins, dentre eles, a prática de rituais religiosos. Figura 21: Por que visitam o Rio Paranapanema? Elaborado por COSTA, 2018. 37 Durante o trabalho de campo registrou-se algumas fotos (Figuras 22,23 e 24 ), nas quais pôde-se notar os diferentes usos da paisagem pelos indivíduos que a visitam. Figura 22: Diferentes modos de uso do local – Pesca Foto: COSTA, 2018. Figura 23: Diferentes modos de uso do local - Balanço Foto: COSTA, 2018. 38 Figura 24: Diferentes modos de uso do local - Trampolim Foto: COSTA, 2018. Considerando que a cultura se manifesta através de variadas formas, valores e crenças, perguntou-se aos entrevistados se conhecem mitos, tradições e/ou lendas vinculadas à ponte e ao Rio Paranapanema. Nesse sentido, 36 pessoas disseram desconhecer qualquer tipo de representação do imaginário popular e apenas 6 pessoas relataram conhecer algumas histórias de eventos paranormais na região da ponte pênsil. Segundo os relatos, alguns mencionaram a presença de assombrações por conta das muitas mortes que aconteceram no local, mitos sobre peixes gigantes, barulhos estranhos, dentre outros. “Meu pai conta que o avô dele foi pescar uma vez e ouvia uma música vinda da mata, mas não tinha nada lá, reza a lenda que era música que os soldados escutavam quando estavam lá, antes de morrerem” (ENTREVISTA 16). 39 “A história dos revolucionários na pedra criminosa. Mortes absurdas no rio, assombrações. Eu mesmo já quase morri várias vezes no rio” (ENTREVISTA 35). Quando indagados sobre “O que o Rio Paranapanema significa para você?”, a maioria das pessoas relatou que o rio representa beleza, vida, tranquilidade, prosperidade e paz. Assim, como a pesquisa tem caráter qualitativo, foram selecionadas algumas percepções, mostradas nas falas a seguir: “O rio Paranapanema para mim, representa, primeiramente, vida, embora seja represado em várias alturas de seu curso, ainda conta uma enorme quantidade de peixes que alimenta várias pessoas que moram em bairros periféricos próximos a sua margem (em relação a parte que banha o município de Ourinhos). O rio também me serve para entrar em contato com meu eu, me permite trabalhar minha espiritualidade” (ENTREVISTA 3). “É um lugar de calma, com a paisagem que me traz tranquilidade e de muita beleza natural, apesar de mal conservado” (ENTREVISTA 4). “Perda. Perdi um primo naquele rio um dia depois do Natal” (ENTREVISTA 8). “Fui criado dentro do rio. Representa para mim a única coisa da natureza que se manteve preservada. Muito usado pra o lazer e alimentação. Representa vida” (ENTREVISTA 35). Por último, a fim de contribuir para medidas de intervenções socioambientais que visem melhorias para o local, os entrevistados foram indagados sobre quais ações poderiam sugerir para que a população frequente o local mais frequência (Figura 25). Algumas das sugestões são notórias nas seguintes falas: “Acho que a segurança, no verão a quantidade de mortes no rio é muito alta” (ENTREVISTA 2). “Criação de estrutura física, programas de educação ambiental e criação de mais áreas de proteção” (ENTREVISTA 34). 40 Nesse sentido, os entrevistados sugeriram algumas propostas de medidas e melhorias para o local, para que a população o visite mais. Dentre as sugestões, 29% dos inquiridos sugeriram medidas de conscientização e educação ambiental, 24% disseram que deve-se melhorar a infraestrutura do local, 17% relataram que deve haver mais segurança, 14% sugeriram investimentos no turismo, 9% destacaram que é necessário transporte até o local, e cerca de 7% relataram que é preciso um manejo adequado na área. Figura 25: Medidas e melhorias para o local Elaborado por COSTA, 2018. 41 7.2 Proposta do folder informativo-educativo Conforme o dicionário Houaiss da língua portuguesa, Folder é um “impresso de pequeno porte, constituído de uma só folha de papel, com uma ou mais dobras e que apresenta conteúdo informativo ou publicitário”; “folheto” ou ainda “prospecto dobrável”. Num exame etimológico da palavra folder, de origem inglesa, aparecem referências como “folheto dobrado”, “o que dobra” ou ainda a derivação deste vocábulo do verbo to fold, ou seja, dobrar (PLANETA EDUCAÇÃO). Assim, o folder informativo-educativo (Figuras 26 e 27) apresenta um carater dinâmico e tem como função passar informações de formas objetiva e didática, findando fomentar a curiosidade do leitor, servindo de subsídio para Educação Ambiental. Sendo assim, considera-se que a Educação Ambiental “deve promover a compreensão dos problemas socioambientais em suas múltiplas dimensões: geográficas, históricas, biológicas, sociais e subjetivas, considerando o ambiente como o conjunto das interrelações que se estabelecem entre o mundo natural e o mundo social, mediado por saberes locais e tradicionais, além dos saberes científicos” (CARVALHO, 2004, p. 21). Nesse sentido, devido à falta de informação apresentada pelos entrevistados a respeito da história da ponte pênsil, tanto quanto as sugestões sobre projetos de conscientização ambiental, surgiu a ideia de elaborar um folder informativo-educativo, contribuindo assim para a popularização da ciência. Logo, divulgar o saber científico através de recursos alternativos faz-se necessário, uma vez que deve-se divulgar o que aprende-se no universo acadêmico. Sendo assim, Escrever para todos, quando estudamos a natureza, os seres humanos ou a sociedade, exige vontade de representar o que imaginamos, entendemos ou acreditamos entender, com palavras e desenhos. Acostumados a escrever para o leitor especializado, não o fazemos com a mesma naturalidade para o público comum, leigo. (CANDOTTI, 2002, p. 15) Para a elaboração do folder, primeiramente, pensou-se na divisão da estrutura do papel em três colunas, para que, depois de impresso, o mesmo possa ser dobrado de maneira sequencial. Posteriormente, iniciou-se o processo de confecção virtual do material no software Microsoft PowerPoint, no qual foi preciso coletar as principais informações acerca desse 42 patrimônio, tais como sua história e a problemática da vegetação de seu entorno, que deveria estar preservada. Desse modo, ao final de sua elaboração, esse material constituiu um valioso instrumento, que depois de concretizado poderá auxiliar na introdução de práticas iniciais para com o cuidado e o zelo dessa paisagem hídrica. Nesse sentido, a ideia central é de que esse material (ainda não distribuído), perpasse limites e que futuramente seja divulgado até onde permita o alcance, de modo que população – visitante ou não –, juntamente a outros meios de conhecimento e conscientização, valorize e pratique as orientações, por enquanto teóricas, que o material apresenta. 43 Fi gu ra 2 6: P ar te in te rn a do fo ld er El ab or ad o p or : C O ST A , 2 01 9. 44 Fi gu ra 2 7: P ar te e xt er na d o fo ld er El ab or ad o p or : C O ST A , 2 01 9. 45 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho revelou que a maior parte dos entrevistados desconhece qualquer história a respeito da Ponte Pênsil Alves Lima. Contudo, a maioria das pessoas mostrou-se sensível a respeito da questão da preservação ambiental. Através de suas percepções, destacaram problemas, preocupações e sugestões acerca dessa paisagem. Sendo assim, medidas como projetos de Conscientização e Educação ambiental podem ser importantes ferramentas para que a população preserve e conheça mais a região em que vive, além de contribuir para o registro de memórias dos municípios de Chavantes/SP e Ribeirão Claro/PR. Baseado na interpretação das entrevistas, vale destacar a importância da percepção ambiental nas políticas de planejamento e gestão pública, pois a participação popular é de suma importância para que ocorra uma gestão mais efetiva sobre as tomadas das decisões socioambientais. O presente estudo, utilizando a metodologia da Geografia Cultural e Sistêmica, possibilitou a interpretação da paisagem hídrica do Rio Paranapanema através de várias perspectivas espaciais e temporais, além de diferentes interferências humanas que perpassam modos de produção e que constroem histórias que compõem o imaginário popular. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que faltam medidas de Educação Ambiental que zelem pelo patrimônio regional. Além do mais, é necessária uma maior variedade de trabalhos acadêmicos que perpassem os muros da universidade e atinjam a população para que a mesma se sensibilize acerca das questões socioambientais. O folder informativo-educativo constitui um instrumento importantíssimo para a Educação Ambiental não formal, e, sendo assim, espera-se que esse material alcance a população regional de maneira integrada, fazendo com que os habitantes se movam e cobrem medidas dos orgãos públicos, reivindicando a preservação do patrimônio local, além de buscarem iniciativas próprias, findando manter e cuidar da pasaigem hídirica. 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMANCIO, D. Descrição estrutural da Ponte Pênsil Alves Lima. In: XI CONGRESSO DE EDUCAÇÃO DO NORTE PIONEIRO Jacarezinho. 2011. Anais. UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná – Centro de Ciências Humanas e da Educação e Centro de Letras Comunicação e Artes. Jacarezinho, 2011. ISSN – 18083579. p. 252 – 263. BERQUE, A. Paisagem-marca, Paisagem-matriz: elementos da problemática para uma geografia cultural. In: CORRÊA, R.L; ROSENDAHL, Z. (Org.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p.84-91. BERTRAND.G. Paisagem e Geografia Física Global – esboço metodológico. Tradução de Olga Cruz. Cadernos de Ciências da Terra. n.13 p.1-27 1968. Título Original: Paysage et géographie phisique globale. Acesso em 3 de Dezembro de 2016. BERTRAND, G.; BERTRAND, C. Uma geografia transversal e de travessias: o meio ambiente através dos territórios e das temporalidades. Organizador: Messias Modesto dos Passos. Maringa: Ed Massoni, 2007. 332 p BOSI, E. Memória e sociedade: lembranças de velhos. 3.ed. São Paulo: Companhia das letras, 1994. CANDOTTI, E. Ciência na Educação Popular. In: MASSARANI, L.; MOREIRA, I. C.; BRITO, F. (Org.). Ciência e público: caminhos da divulgação científica no Brasil. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ, 2002. p. 15-23. CARVALHO, I. C. M. Educação ambiental crítica: nomes e endereçamentos da educação ambiental. In: LAYRARGUES, P. P. (Org.). Identidades da educação ambiental brasileira. Brasília: MMA, 2004. p. 13-24. CLAVAL, P. A Geografia Cultural. 2.ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2001. CBH-MP. Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema. Disponível em: < http://cbhmp.org/>. Acesso em: 18/06/2018. CBH-MP. Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema. Relatório de Situação dos Recursos Hídricos, 1999. CBH-MP. Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema. Relatório de Situação dos Recursos Hídricos, 2007. CBH-MP. Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paranapanema. Relatório de Situação dos Recursos Hídricos, 2013. CBH-PARANAPANEMA. Comitê da Bacia Hidrográfica do Paranapanema. Disponível em: http://www.aguasparana.pr.gov.br/arquivos/File/PARANAPANEMA/anexo_3_ata_justificativa.p df. Acesso em: 20/04/2019. http://cbhmp.org/ 47 CBH- PARANAPANEMA. Comitê da Bacia Hidrográfica do Paranapanema. Disponível em: https://paranapanema.org/plano/. Acesso em: 18/06/2018. CBH-PARANAPANEMA. Comitê da Bacia Hidrográfica do Paranapanema. Disponível em: http://geobrasilis.com.br/pirh/ugrh/comites/sp/cbhmp/caracterizacao/. Acesso em: 18/06/2018. CHAVANTES POR LILIA ALONSO. Disponível em: http://chavantesporliliaalonso.blogspot.com/2012/05/ponte-pensil-alves- lima.html.> Acesso em: 20/05/2018. CORRÊA, R.L; ROSENDAHL, Z (org). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. DEL RIO, V., OLIVEIRA, L. (Orgs.). Percepção ambiental: a experiência brasileira. São Paulo e São Carlos, SP: Nobel e UFSCar, 1996. DIAS, F. Segregação residencial na cidade de Ourinhos-SP. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá, 2013. GONZÁLEZ, E. A ocupação ribeirinha pré - colonial do Médio Paranapanema. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo, 5: 99-116, 1995. ICMBIO. Manual de Sinalização de Trilhas. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/comunicacao/publicacoes/publicacoes- diversas/manual_de_sinalizacao_de_trilhas_ICMBio_2018.pdf. Acesso em: 28/04/2019. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: < https://www.ibge.gov.br/> Acesso em: 05/08/2018. INFOPATRIMÔNIO. Disponível em:http://www.infopatrimonio.org/wp- content/uploads/2018/02/COND_024173_1985.pdf. Acesso em: 15/07/2018. OLIVEIRA,I. Pênseis e Estaiadas. Disponível em: https://www.ipt.br/download.php?filename=722- Revista_Noticias_da_Construcao_SindusCon_agosto_de_2012.pdf. Acesso em: 20/04/2018. PLANETA EDUCAÇÃO. Disponível em: http://acervo.plannetaeducacao.com.br/portal/impressao.asp?artigo=570. Acesso em: 20/03/2019. RISSO, L. Paisagem, Cultura e Desenvolvimento Sustentável: um estudo da comunidade indígena Apurinã. Rio Claro: UNESP, 2005 (Tese de Doutorado). SAUER, C.O. A morfologia da Paisagem. In: CORRÊA, R.L; ROSENDAHL, Z. (Org.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p.12-74. SCHIER, R. Trajetórias do conceito de Paisagem na Geografia. Editora UFPR R. RA’E http://chavantesporliliaalonso.blogspot.com/2012/05/ponte-pensil-alves- http://www.ibge.gov.br/ http://www.infopatrimonio.org/wp- 48 GA, Curitiba, n. 7, p. 79-85, 2003. SEEC. Secretária de Estado da Cultura. Disponível em: http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=151. Acesso em: 20/06/2018. SIGRH. Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.sigrh.sp.gov.br/cbhmp/apresentacao. Acesso em: 20/06/2018. SOUSA, A. A formação Histórica do Oeste Paulista: Alguns apontamentos sobre a Introdução da Migração Japonesa. Geografia em Atos, n. 8, v.1. UNESP, Presidente Prudente, 2008. TUAN, Y. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: DIFEL, 1980. 288 pp. TUAN, Y. Topofilia: Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Tradução: Lívia de Oliveira. Londrina: Eduel, 2012. UNESCO. La perception de l’environment: lignes directrices méthodologiques pour les études sur le terrain. Notes techniques du MAB 5, 1978. 49 APÊNDICE: QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA Nome: Gênero: Masculino ( ) Feminino ( ) Outros ( ) Faixa etária: ( ) 18-25 ( ) 26-30 ( ) 31-35 ( ) 36-40 ( ) 41+ Cidade de Nascimento: Qual cidade reside atualmente: Escolaridade: ( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino Médio completo ( ) Ensino superior incompleto ( ) Ensino superior completo 50 Caso você tenha nascido em Ourinhos ou no Paraná, próximo à divisa (perto da ponte pênsil), responda as questões de 1 a 3. Caso contrário, pule para a questão 4. 1) O que você sabe da história da ponte pênsil do rio Paranapanema? 2) O que o rio Paranapanema representa para você? 3) Você tem alguma história contada pela sua família/amigos sobre o rio antigamente? 4) Você visita o rio Paranapanema para: ( )pescar ( ) trabalhar/ comercializar produtos ( ) lazer ( ) outros Com base na questão acima, se sua resposta foi "lazer" ou "outros", descrever as atividades que pratica quando visita o Rio Paranapanema Durante os meses mais frios, você visita o rio Paranapanema? Qual sua opinião sobre a conservação ambiental do rio e das matas do rio Paranapanema? ( ) Ótima ( ) Boa ( ) Média ( ) Ruim/Péssima Com base em sua resposta na questão anterior, descrever sua opinião sobre a conservação ambiental do rio e das matas do rio Paranapanema O que o rio Paranapanema significa para você? Quais medidas/ações de melhorias você sugere para esse local, para que a população frequente mais?