UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
ANÁLISE DA DIVERSIDADE GENÉTICA DE BEGOMOVÍRUS EM
TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill) NO CENTRO-OESTE
PAULISTA
MARCO ANTONIO DE ANDRADE COTRIM
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Mestre em
Agronomia (Proteção de plantas)
BOTUCATU-SP
Maio - 2005
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CÂMPUS DE BOTUCATU
ANÁLISE DA DIVERSIDADE GENÉTICA DE BEGOMOVÍRUS EM
TOMATEIRO (Lycopersicon esculentum Mill) NO CENTRO-OESTE
PAULISTA
MARCO ANTONIO DE ANDRADE COTRIM
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Renate Krause Sakate
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Agronômicas da Unesp - Câmpus de
Botucatu, para obtenção do título de Mestre em
Agronomia (Proteção de plantas)
BOTUCATU - SP
Maio – 2005
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela graça da vida, aos meus pais Marco e Denise, por terem me ensinado os
valores da vida e pelo apoio incondicional, a minha irmã Patrícia e a minha avó Aida, que
sempre me incentivaram em minha caminhada, e a todas as pessoas que acompanharam a
minha vida acadêmica e pessoal que com certeza estarão sempre comigo em pensamento.
À minha linda e doce noiva, Karina Carnielli Zamprogno, que tanto me incentiva e
compreende. Sou abençoado por ter uma pessoa tão especial ao meu lado.
À minha orientadora, Prof. Dra. Renate Krause Sakate, pela competência, pelos ensinamentos
e pela paciência ao longo deste difícil caminho.
Ao Prof. Dr. Francisco Murilo Zerbini e a Nobuioshi Narita pela ajuda na condução do
experimento, pelas valiosas informações e conselhos.
Aos companheiros de laboratório Márcia César, Jorge Massaki e Marcio Sanches por todo
apoio, amizade e lealdade.
Aos amigos Fabio Scudeler, Marcel Bonini, Anderson Parussolo e Tatiana Paulossi pela
amizade sincera, pela força e pelos momentos de descontração.
A todos os professores e funcionários que de alguma forma me auxiliaram durante a pesquisa,
não apenas pelos serviços prestados, mas pela convivência e amizade. Em especial aos
Professores Marcelo Agenor Pavan, Antônio Carlos Maringoni, Edson Luiz Furtado e Nilton
Luiz de Souza pela formação.
E a todos que de alguma maneira contribuíram na realização deste projeto.
iv
SUMÁRIO
Página
1. Resumo......................................................................................................................
2. Summary...................................................................................................................
3. Introdução.................................................................................................................
4. Revisão de Literatura................................................................................................
4.1. Geminiviridae.........................................................................................................
4.2. Begomovirus..........................................................................................................
5. Material e Métodos...................................................................................................
5.1. Fonte dos vírus utilizados.......................................................................................
5.2. Extração do DNA viral...........................................................................................
5.3. PCR........................................................................................................................
5.4. Sequenciamento do produto de PCR......................................................................
5.5. Análises comparativas das seqüências...................................................................
5.6. Obtenção de primers específicos para as espécies ToRSV e ToYVSV.................
6. Resultados e Discussão.............................................................................................
7. Conclusões................................................................................................................
8. Referências Bibliográficas........................................................................................
1
2
3
6
6
8
16
16
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19
20
21
21
22
35
36
v
LISTA DE FIGURAS
Página
1.Representação esquemática do genoma de um begomovírus típico. Linhas pretas
representam o genoma viral, dividido em dois componentes com
aproximadamente 2.600 nucleotídeos cada. Setas indicam os genes e proteínas
virais e a direção em que ocorre a transcrição. A região comum (RC) também está
indicada......................................................................................................................
14
2.Sintomas observados no campo: a) amarelecimento das nervuras; b) mosaico
generalizado; c) enfezamento da planta.....................................................................
17
3.Localização dos 8 municípios da mesoregião de Marília, onde foram realizadas as
coletas de amostras de tomateiro exibindo sintomas semelhantes àqueles
causados por begomovírus..........................................................................................
18
4.Representação da região do genoma amplificada com o uso dos oligonucleotídeos
PAL1v1978 / PAR1c496, em vermelho, e PAL1v1978 / PAVlc715, em verde.
Setas azuis representam os genes virais. A linha preta representa o genoma viral,
contendo a região comum, em cinza.........................................................................
20
5.Vetor (Bemisia tabaci) presente em altas populações nas áreas da coleta................. 23
6.Produto de amplificação em gel de agarose 2,0% dos fragmentos obtidos via
PCR, utilizando-se os oligonucleotídeos PAL1v1978/PAR1c715. M: marcador 1
Kb Ladder.-Invitrogen; + : controle positivo; - : controle negativo; B : branco e
1e, 2b, 3b, 9a, 19c, 28a, 30a, 31a, 31b correspondem a amostras provenientes do
campo.........................................................................................................................
24
7.Alinhamento múltiplo da seqüência de nucleotídeos correspondentes à parte da
região N-terminal da capa protéica dos begomovírus encontrados infectando
tomate no Centro-Oeste do estado de São Paulo e de espécies já relatadas
infectando tomate no Brasil com o uso do programa MultAling (CORPET, 1988).
29
vi
8.Árvore filogenética preparada com o uso do programa Mega 2.1 dos nucleotídeos
correspondentes a parte da região N-terminal da capa protéica. Valores de
bootstrap 2000. Outgroup: ACMV.....................................................................
30
9.Alinhamento múltiplo das sequências de nucleotídeos das amostras encontradas
no campo infectando tomateiro e das seqüências do ToRSV e ToYVSV
depositadas no GenBank, com os primers desenhados para ToYVSV (a) e ToSRV
(b)...............................................................................................................................
31
10.Ocorrência de begomovírus infectando tomateiro no estado de São Paulo............... 33
vii
LISTA DE QUADROS
Página
1.Begomovírus que infectam tomateiro no Brasil. Vírus em itálico foram
reconhecidos pelo ICTV (International Commitee on Taxonomy of Viruses)........
11
2.Begomovírus detectados via PCR utilizando-se os oligonucleotídeos universais
PAL1v1978/ PAR1c496 e PAL1v1978/PAVlc715 (ROJAS et al., 1993) e
caracterizados por sequenciamento direto...............................................................
25
3.Espécies virais, siglas e números de acesso de 13 espécies de begomovírus
utilizados nas comparações e citados no texto. As espécies em itálico foram
reconhecidas pelo ICTV (International Commitee on Taxonomy of Viruses)........
26
4.Porcentagem de identidade de nucleotídeos de parte da região codificadora para
a capa protéica entre isolados analisados. As cores representam os maiores
valores de identidade entre os isolados coletados e as espécies de vírus
conhecidas................................................................................................................
28
1
1 RESUMO
A variabilidade genética dos vírus pertencentes ao gênero Begomovirus que infectam o
tomateiro (Lycopersicon esculentum) foi avaliada em regiões produtoras do Centro-Oeste
paulista. No período de janeiro de 2003 a fevereiro de 2004, 166 amostras de tomate
apresentando sintomas típicos de doenças causadas por begomovírus, foram coletadas em
propriedades produtoras de tomate. Após a extração do DNA, a infecção viral foi verificada
por meio de PCR nessas amostras, utilizando-se oligonucleotídeos universais para o gênero. A
presença de begomovírus foi observada em 60% das amostras coletadas. O sequenciamento
direto dos produtos de PCR de 17 dessas amostras e comparação com seqüências de
nucleotídeos depositadas no GenBank indicou a possível presença do Tomato severe rugose
virus (ToSRV), da espécies tentativa Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV), do Sida
mottle virus (SiMoV) e de uma possível nova espécie. A presença do ToSRV e do SiMoV
ainda não havia sido reportada no estado de São Paulo. Estes resultados indicam alta
diversidade de espécies de begomovírus infectando tomate, servindo como um alerta para
melhoristas que trabalham na busca de fontes de resistência de tomate a este importante grupo
de patógenos.
2
GENETIC DIVERSITY OF BEGOMOVIRUS INFECTING TOMATO (Lycopersicon
esculentum Mill) FROM SÃO PAULO MIDLE-WEST. Botucatu, 2005. 42p.
Dissertação (Mestrado em Agronomia / Proteção de Plantas) – Faculdade de Ciências
Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.
Author: MARCO ANTONIO DE ANDRADE COTRIM
Adviser: RENATE KRAUSE-SAKATE
2 SUMMARY
The genetic variability of viruses belonging to the Begomovirus genus
infecting tomatoes (Lycopersicon esculentum Mill) was evaluated in production areas from
mid-western region of São Paulo state. From January 2003 to February 2004, 166 tomato
samples with typical symptoms of begomovírus infection were collected from the field.
After DNA extraction, the presence of begomoviruses was verified by PCR using universal
primers. The presence of begomoviruses was observed on 60% of the collected samples.
Direct sequencing of PCR products of 17 selected samples and comparison with nucleotide
sequences deposited in GenBank indicated the possible presence of Tomato severe rugose
virus (ToSRV), the tentative species Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV), Sida
mottle virus (SiMoV) and a possible new specie of begomovirus. The presence of ToSRV
and SiMoV had not yet been reported in São Paulo state. These results indicate the existence
of a high degree of genetic diversity of begomovírus species infecting tomatoes, and serve as
an alert for breeders searching for resistance against this important group of pathogens
3
3 INTRODUÇÃO
A cultura do tomateiro (Lycopersicon esculentum Mill) é de grande
importância econômica para nosso país, com uma área cultivada de mais de 61 mil hectares no
ano de 2004, produção de mais de 3,6 milhões de toneladas e um rendimento médio de 59
ton/ha (IBGE, 2004). Além do aspeto econômico, o cultivo e processamento do tomate são
atividades de grande importância social como fonte geradora de empregos.
No Brasil e demais paises produtores de tomate, seu cultivo durante o
ano inteiro propicia condições favoráveis ao surgimento de doenças causadas por fungos,
bactérias e principalmente por fitovírus (BROWN et al., 1992). Dentre elas, as causadas pelos
begomovírus, transmitidas por moscas-brancas do complexo Bemisia tabaci podem ser
consideradas como limitantes à produção comercial do tomate (FARIA et al., 2000).
A família Geminiviridae é dividida em quatro gêneros: Mastrevirus,
Curtovirus, Topocuvirus e Begomovirus (FARIA et al., 2000; VAN REGENMORTEL et al.,
2000). Os geminivírus em geral e os begomovírus em particular, são considerados grupos
emergentes de vírus de plantas, devido ao grande aumento na incidência e severidade das
4
doenças por eles causadas nas últimas décadas (FARIA et al., 2000; MORALES &
ANDERSON, 2001; POLSTON & ANDERSON, 1997). Uma explicação para a alta
ocorrência de begomovírus está possivelmente relacionada à presença do biótipo B de
Bemisia tabaci (Homoptera: Aleyrodidae), que possui uma maior gama de hospedeiros e
maior fecundidade em relação ao biótipo A (NARANJO & ELLSWORTH, 2001).
Atualmente B. tabaci é considerada uma das pragas que mais causa danos em diversas
culturas ao redor do globo, sendo responsável pela transmissão de mais de 80 tipos diferentes
de vírus de plantas (LIMA et al., 2002; VAN REGENMORTEL et al., 2000). O biótipo B de
B. tabaci é uma espécie polífaga com mais de 500 hospedeiros e distribuída pelas regiões
tropicais e subtropicais do globo (MORALES & ANDERSON, 2001), e coloniza o tomateiro
e outras solanáceas com alta eficiência (BEDFORD et al., 1994) além de um grande número
de espécies de plantas da vegetação espontânea (FARIA & MAXWELL, 1999).
A presença do novo biótipo da mosca-branca, no estado de São Paulo,
pôde ser notada a partir de 1992, possivelmente após ser introduzida da Europa ou EUA pela
importação de plantas ornamentais (LOURENÇÃO & NAGAI, 1994). No Distrito Federal a
presença do biótipo B foi confirmada em 1993 associada a sintomas de infecção por
begomovírus em plantas de tomateiro para processamento industrial. (FRANÇA et al., 1996).
Nos últimos anos, pôde-se observar um aumento na incidência das doenças causadas por
begomovírus nas regiões produtoras de tomate nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia,
Pernambuco, e no Distrito Federal, causando danos de 40 a 100% (FARIA et al., 1997;
RIBEIRO et al., 1998; RIBEIRO et al., 2003). Begomovírus também foram detectados na
Serra de Ibiapaba, principal região produtora de tomate do Ceará (LIMA et al., 1999).
Essas epidemias parecem estar associadas a conjunções favoráveis de
vários fatores, como abundância de plantas hospedeiras suscetíveis e a rápida disseminação da
Bemisia tabaci biótipo B. A co-infecção de plantas com diferentes begomovírus, favoreceu o
surgimento de novas variantes/espécies (ZHOU et al., 1998; LEGG & THRESH, 2000;
RIBEIRO et al., 2001), devido a eventos de recombinação ou pseudo-recombinação
(reagrupamento dos componentes genômicos) dos genomas desses vírus (HARRISON &
ROBINSON, 1999).
5
No Brasil já foram identificados 14 begomovírus infectando tomate,
sendo que alguns destes ainda não foram reconhecidos como novas espécies. No estado de São
Paulo, nos últimos anos, o geminivírus comumente encontrado infectando tomateiros pertence
à espécie tentativa Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV) (FARIA et al., 1997), além do
Tomato severe mosaic virus (TSMV) (COLARICCIO et al., no prelo).
Deste modo, o objetivo deste trabalho foi o estudo da diversidade
genética de begomovírus infectando tomate em áreas produtoras do Centro-Oeste paulista.
6
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Geminiviridae
Os vírus da família Geminiviridae possuem como principal
característica a morfologia icosaédrica e partículas geminadas de seus capsídeos, além do
genoma composto por DNA circular de fita simples. Essas partículas virais são formadas por
icosaédros incompletos de 18-20 x 30-32 nm unidos, sendo cada icosaédro composto de 11
subunidades (LAZAROWITZ, 1992). Os icosaédros são constituídos por aproximadamente
80% de proteínas e possuem massa molecular de 28-34 KDa (HANLEY-BOWDOIN et al.,
1999).
A família é dividida em quatro gêneros: Mastrevirus, Curtovirus,
Topocuvirus e Begomovirus com base no número de componentes do genoma, tipo de inseto
vetor, gama de hospedeiros e relacionamento filogenético (VAN REGENMORTEL et al.,
2000).
7
Os Mastrevirus incluem os vírus com um único componente
genômico, que infectam monocotiledôneas e são transmitidos por cigarrinhas (homóptera:
Cicadellidae). O Maize streak virus (MSV) é a espécie-tipo, do qual o gênero deriva seu
nome. Este gênero inclui alguns patógenos importantes de culturas como o milho e o trigo.
Possuem DNA com duas regiões intergênicas, uma curta (SIR), com aproximadamente 50
nucleotídeos, e uma longa (LIR), com aproximadamente 200 nucleotídeos. Há duas ORFs
(open reading frames) no sentido viral, mp e cp, e duas no sentido complementar, repA e repB.
O Tobacco yellow dwarf virus (TobYDV) e Bean yellow dwarf virus (BeyDB) são exceções
ao gênero, já que esses são patógenos de dicotiledôneas (RYBICKI et al., 2000).
O gênero Curtovirus é constituído por vírus com um único
componente genômico, infetam dicotiledôneas, são transmitidos por cigarrinhas e possuem
somente a região intergênica longa. Há três ORFs no sentido viral, mp, V3 e cp, e quatro no
sentido complementar, C4, rep, C2 e ren. O Beet curly top virus (BCTV) é a espécie-tipo do
gênero Curtovirus (RYBICKI et al., 2000).
Os membros do gênero Begomovirus possuem dois componentes
genômicos, infectam dicotiledôneas e são transmitidos por mosca-branca (homóptera:
Aleurodidae). Esses componentes possuem cerca de 2,6 kpb cada, sendo encapsidados em
partículas geminadas distintas. O Bean golden mosaic virus – Puerto Rico (BGVM) é a
espécie-tipo deste gênero (RYBICKI et al., 2000). Alguns isolados do TYLCV (Tomato
yellow leaf curl virus - nome dado a um complexo de begomovírus que infectam tomate)
possuem apenas um componente genômico e podem ser transmitidos de uma maneira sexo-
dependente, na ausência de qualquer outra fonte de vírus. Em um experimento, TYLCV foi
transmitido de machos virulíferos a fêmeas, e de fêmeas virulíferas a machos, mas não entre
insetos do mesmo sexo (GHANIM & CZOSNEK, 2000). Além disso, o DNA do TYLCV
pôde ser constatado na progênie de insetos que tinham adquirido o vírus, indicando a
transmissão transovariana (GHANIM et al., 1998). Uma vez adquirido, o genoma do vírus
acompanha o inseto por toda a sua vida. Esta longa relação está associada com o decréscimo
na taxa de transmissão do vírus, longevidade e fecundidade do inseto. O TYLCV pode ser
transmitido pelo ovo para pelo menos duas gerações seguintes. Os insetos ao receber o vírus
são capazes de eficientemente inocular o vírus em plantas sadias, produzindo sintomas típicos
8
da doença (GHANIM & CZOSNEK, 2000; KNELL & WEBBERLEY, 2004). A transmissão
vertical e horizontal na ausência de um hospedeiro alternativo é de extrema importância, já
que o vetor pode servir como um reservatório do vírus na ausência de um hospedeio
(CZOSNEK et al., 2002).
O espécie-tipo e a única espécie do gênero Topocuvirus é o Tomato
pseudo-curly top virus (TPCTV), transmitindo por cigarrinhas (Homóptera; Auchenorryncha)
para dicotiledôneas e com um único componente genômico. O sequenciamento do genoma
completo indicou que a espécie surgiu da recombinação entre um ancestral do BCTV e um
vírus sem semelhança com qualquer outro geminivírus conhecido. A criação desse novo
gênero foi baseada na organização do genoma e no relacionamento filogenético com outras
espécies de geminivírus, indicando que a taxonomia de vírus pode envolver não só
características filogenéticas, número de componentes do genoma, o modo de transmissão e a
gama de espécies hospedeiras, mas também parâmetros relacionados com o processo evolutivo
das espécies (RYBICKI et al., 2000).
De acordo com ICTV (2005) atualmente são reconhecidas 99 espécies
de geminivírus nos 4 gêneros que compõem a família: o gênero Mastrevirus possui 12
espécies, com 2 espécies candidatas; Curtovirus com 5 espécies e 2 candidatas; Begomovirus,
com 82 espécies e 37 candidatas; e Topocuvirus com apenas 1 espécie.
4.2 Begomovirus
O nome do gênero Begomovirus (VAN REGENMORTEL et al.,
2000) é derivado da primeira fitovirose transmitida por mosca-branca a ganhar notoriedade na
América do Sul, causada pelo “Bean golden mosaic virus” (BGMV). A relação entre os
begomovírus e a mosca branca, incluindo diversas características de transmissão do vírus pelo
vetor, tais como período de aquisição, de inoculação, de latência, de retenção, passagem
transovariana, entre outras é variável e relacionada à estirpe viral envolvida, à região
geográfica e às condições locais (SANTOS et al., 2003). O BGMV foi primeiramente
observado em 1961 no estado de São Paulo, Brasil, infectando Phaseolus vulgaris (feijão
9
comum) e Phaseolus lunatus (feijão-de-lima) (MORALES & JONES, 2004). Costa (1965)
descreveu o agente etiológico como de importância econômica insuficiente para que medidas
de controle fossem necessárias. Uma década mais tarde o mesmo relator reportou que o
BGMV estava “agora presente em todas as culturas de feijão importantes do país” (COSTA,
1975).
Atualmente, as espécies virais classificadas no gênero Begomovirus
incluem alguns dos principais patógenos de plantas em regiões tropicais e subtropicais do
globo (BROWN & BIRD, 1992; POLSTON & ANDERSON, 1997), ocorrendo em culturas
alimentares básicas como mandioca (Manihot esculenta Crantz) (LEGG & THRESH, 2000),
feijão (Phaseolus vulgaris L.) (MORALES & ANDERSON, 2001), algodão (Gossypium
hirsutum L.) (BRIDDON et al., 2001), pimentão (Capsicum annum) e tomate (Lycopersicon
esculentum Mill) (FARIA et al., 2000). No mundo, já foram descritas 53 espécies
reconhecidas e 13 espécies candidatas de begomovírus capazes de infectar tomate, sendo que
mais de 20 ocorrem nas Américas e 14 destas espécies (tentativas e reconhecidas) ocorrem
aqui no Brasil (Quadro 1) (GeminiDetective, 2005).
A América Latina é atualmente a região mais afetada em termos de
número total de espécies conhecidas de begomovírus, de culturas afetadas, de perdas na
produção e do tamanho da área agrícola atingida por esses patógenos. No momento, 5 milhões
de hectares de terra agricultável em 20 países latino-americanos estão sob o ataque de mais de
30 geminivírus distintos (MORALES & ANDERSON, 2001).
No Brasil uma “clorose infecciosa” em tomate foi primeiramente
relatada no final da década de 50 (FLORES et al., 1960). Esta doença, causada por um vírus
transmitido pela mosca-branca, foi posteriormente caracterizada por Matys et al. (1975) e
identificada como “mosaico dourado do tomateiro”. Outra doença do tomateiro (mosaico
amarelado), associada com a mosca-branca, foi descrita no começo dos anos 60 na Venezuela
(DEBROT et al., 1963). Esta doença era denominada “mosaico amarelo do tomateiro”
(ANZOLA & LASTRA, 1985; LASTRA & UZCÁTEGUI, 1975).
Na região do Triângulo Mineiro, a ocorrência de sintomas típicos de
begomovírus em tomateiros tem sido observada desde 1995. Um levantamento de campo
10
realizado em junho de 2000 nos municípios de Araguari, Indianópolis e Uberlândia indicou a
prevalência do Tomato rugose mosaic virus - ToRMV em tomateiros: das 148 amostras
coletadas e positivas para begomovírus, 108 (73%) estavam infetadas pelo ToRMV
(FERNANDES, 2001).
Na Zona Metalúrgica de Minas Gerais, um begomovírus foi
identificado em amostras de tomateiro (ZERBINI et al., 1996) e caracterizado biológica e
molecularmente por Ambrozevicius et al. (1999) e Andrade et al. (2002). A comparação da
seqüência de nucleotídeos completa dos componentes A e B com outros begomovírus
demonstrou tratar-se de uma nova espécie, denominada Tomato chlorotic mottle virus -
ToCMoV (ANDRADE et al., 2002; RIBEIRO et al., 2003). A homologia de seqüência entre o
ToCMV e o ToRMV é de aproximadamente 85% para o componente A e 80% para o
componente B, indicando tratar-se de vírus distintos, porém altamente relacionados. Outros
isolados do ToCMoV foram identificados no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e
Pernambuco (RIBEIRO et al., 2003).
O ToSRV quando comparado ao ToRMV possui 89% de identidade
para os aminoácidos da capa protéica, indicando tratar-se de uma nova espécie. Ribeiro et al.
(2003), relataram o Tomato chlorotic vein virus (ToCVV) e as espécies candidatas Tomato
crinckle leaf yellow virus (ToCLYV-Bz) e Tomato infectious yellows virus (ToIYV) também
no estado de Minas Gerais.
No estado de São Paulo, nos últimos anos, o geminivírus comumente
encontrado infectando tomateiros pertence à espécie tentativa descrita por Faria et al. (2000)
como Tomato yellow vein streak virus (ToYVSV). A alta incidência de ToYVSV em lavouras
de tomate em São Paulo, no início desta década, tem produzido decréscimos significativos na
produção. Também foi verificada recentemente a espécie Tomato severe mosaic virus (TSMV)
(COLARICCIO et al., no prelo).
11
Vírus Número de acesso das seqüências
depositadas no GenBank
Isolados prováveis pertencentes
à espécie
Sida micrantha mosaic
virus (SimMV) SimMV AJ557451
Sida mottle virus
(SiMoV) SiMoV-BZ AY090555
Tomato chlorotic vein
virus (ToCVV) ToCVV-BZ AY049205
Tomato crinkle leaf
yellow virus
(ToCLYV)
ToCLYV-BZ (Brazil) AY090556
Tomato crinkle virus
(ToCV) ToCV-BZ (Brazil) AY049218
Tomato chlorotic mottle
virus (ToCMoV)
ToCMoV-BZ ( BA-Se1) AF490004
ToCMoV-Cr (crumple) AY090557
ToCMoV-PE-Pq1 AY049223
ToCMoV-PE-Pt4 AY049220
ToCMoV-BA-Ju2 AY049213
ToCMoV-PE-Be1 AY049210
ToCMoV-RJ-Sf1 AY049209
ToCMoV-Mg-Ig1 AY049206
Tomato infectious
yellows virus (ToIYV) ToIYV -AY049208
Tomato golden mosaic
virus (TGMV)
TGMV-Com - EUA (Common) M73794
TGMV-YV - EUA (Yellow Vein)
K02029
Tomato golden vein
virus (TGVV) TGVV AY751742
Tomato mottle leaf curl
virus (ToMoLCV) ToMoLCV-BZ (Brazil) AY049227
ToMoLCV-BA-Ju1 AY049212
ToMoLCV-PePt1 AY049217
ToMoLCV-PePt2 AY049219
ToMoLCV-PePt3 AY049215
ToMoLCV-PePt5 AY049222
ToMoLCV-PePt6 AY049221
ToMoLCV-PB-Cg3 AY049211
ToMoLCV-PE-Pq2 AY049216
Tomato rugose mosaic
virus (ToRMV) ToRMV AF291705
Tomato severe rugose
virus (ToSRV) ToSRV AY029750
Tomato severe mosaic
virus (TSMV) TSMV AY049207
Tomato yellow vein
streak virus (ToYVSV) ToYVSV U79998
Quadro 1. Begomovírus que infectam tomateiro no Brasil. Vírus em itálico foram
reconhecidos pelo ICTV (International Commitee on Taxonomy of Viruses).
12
Recentemente, o surgimento e a disseminação de diversos novos
begomovírus infetando tomateiros nas Américas veio ressaltar de forma dramática o impacto
causado por esses patógenos na agricultura (POLSTON & ANDERSON, 1997). Essas
epidemias têm sido associadas a mudanças drásticas nos sistemas de exploração agrícola, com
expansão de culturas como a soja, que funcionam como excelentes hospedeiras para a mosca-
branca (MORALES & ANDERSON, 2001). Além de vetora de vírus, a mosca-banca pode
ocasionar danos diretos pela sucção da seiva e pela ação toxicogênica, além da liberação de
secreções açucaradas que propiciam o desenvolvimento de fumagina. No tomateiro ela pode
ocasionar o amadurecimento irregular dos frutos (“irregular ripening of tomato”) causado pela
injeção de toxinas durante a alimentação do inseto (HOKKO, 2005).
Os begomovírus possuem várias características que dificultam o uso
de técnicas tradicionais para sua detecção, dentre elas: dificuldade de transmissão de muitos
desses vírus via extrato vegetal tamponado, presença de sintomas idênticos em plantas
infectadas por espécies de vírus distintos, difícil purificação das partículas na sua forma
estável, vírions pouco imunogênicos e proteínas capsidiais antigenicamente indistintas.
Durante muitos anos esses vírus foram pouco estudados, em parte porque as doenças por eles
causadas não resultavam em perdas importantes, mas principalmente devido à dificuldade para
diagnosticá-las. Este é o caso de BGMV, que, embora seja uma doença importante no Brasil
há pelo menos três décadas, seus estudos só foram intensificados nos últimos 15 anos, com a
utilização de técnicas baseadas na detecção do DNA viral (MELLO, 2001).
As técnicas mais utilizadas na detecção e identificação de
begomovírus em plantas e no inseto-vetor têm sido a reações em cadeira da polimerase, ou
PCR (ROJAS et al., 1993), e a hibridização de ácidos nucléicos (MELLO, 2001). A aplicação
das ferramentas moleculares não se restringe à diagnose, pois, também permite a determinação
da concentração de vírus nos tecidos vegetais, a localização das partículas virais no nível sub
celular, e o estudo das interações vírus hospedeiro, possibilitando assim, um maior
entendimento dos mecanismos moleculares da infecção. As técnicas moleculares também se
aplicam a estudos taxonômicos, através da comparação de seqüências de nucleotídeos ou de
aminoácidos, a fim de determinar de forma mais precisa o relacionamento entre isolados.
Padidam et al. (1995), comparando seqüências genômicas de 36 geminivírus, sugeriram que a
13
análise da seqüência de uma pequena região do genoma (a região 5’ do gene cp) seria
suficiente para classificar um isolado em espécie. Porém verificada a ocorrência de novos
geminivírus por meio de recombinações, Padidam et al. (1999) verificaram a fragilidade de se
analisar uma pequena porção do genoma, de forma que diferentes critérios (número de
componentes do genoma, tipo de inseto vetor, gama de hospedeiros e relacionamento
filogenético) devem ser analisados antes de se classificar um isolado como uma nova espécie.
Um dos critérios indicativos da presença de espécies distintas esta na análise da identidade da
seqüência nucleotídica da capa protéica. Isolados com identidade superior a 90% podem ser
considerados à primeira instância como pertencentes a uma mesma espécie. Porém a
classificação definitiva poderá ser obtida, entre outros parâmetros, com o sequenciamento
completo do componente A (FAUQUET et al., 2003).
O genoma dos begomovírus existe sob variadas formas. A variação
mais evidente é a ausência do DNA-B em algumas espécies. No caso do TYLCV, o DNA-A
mostrou-se suficiente para desempenhar todas as funções essenciais ao vírus, tanto as
relacionadas com a replicação quanto as relacionadas ao movimento (KHEYR-POUR et al.,
1991). Geminivírus com genoma monopartido podem estar associados a uma molécula de
ssDNA que é encapsidada pela CP do vírus, replicada pela Rep viral e que contém o
nonanucleotídeo TAATATTAC, chamada de DNA-β (BRIDDON, et al., 2003). Estas
moléculas modulam os sintomas da infecção viral e já foram associadas a diversas espécies de
plantas no Velho Mundo, onde ocorrem os geminivírus monopartidos. Sem estes satélites estes
begomovírus não são capazes de causar infecção ou são pouco agressivos ao hospedeiro do
qual foram isolados. Apesar da função destas moléculas ainda não ter sido totalmente
esclarecida, sabe-se que o DNA-β é essencial para a indução de sintomas por esses vírus e
aumenta o nível de ácido nucléico viral nas plantas infectadas (BRIDDON et al., 2004; BULL
et al., 2004).
Para aqueles begomovírus que apresentam genoma com dois
componentes, sabe-se que existe maior variabilidade de seqüência no DNA-B, entre diferentes
isolados, do que na seqüência do DNA-A. É a região comum (RC) a parte do genoma que
mostra maior variação entre diferentes espécies de begomovírus. Entre os dois componentes
de DNA de uma mesma espécie de begomovírus ela é idêntica ou muito similar, exceto para o
14
Cabbage leaf curl virus (CLCV), no qual foram encontradas 80% de homologia entre as
seqüências das RCs do DNA-A e do DNA-B (HOU et al., 1998). A RC é onde se inicia o
processo de replicação dos geminivírus (FONTES et al., 1994a, b). Ela é formada por cerca de
200 nucleotídeos com elementos de seqüência altamente conservados, tais como a referida
seqüência TAATATTAC, sítio de clivagem da proteína Rep, as “caixas” TATA, envolvidas
na iniciação da transcrição do gene cp, na fita viral, e a do gene rep, na fita complementar
(ARGUELLO-ASTORGA et al., 1994) (Figura 1).
Figura 1. Representação esquemática do genoma de um begomovírus típico. Linhas pretas
representam o genoma viral, dividido em dois componentes com aproximadamente 2.600
nucleotídeos cada. Setas indicam os genes e proteínas virais e a direção em que ocorre a
transcrição. A região comum (RC) também está indicada.
O produto do gene rep, a proteína Rep, é essencial para a replicação
viral, pois cliva a forma replicativa do vírus (dsDNA) no nonanucleotídeo conservado
TAATATTAC, iniciando a replicação, e religa as novas unidades genômicas virais ao fim da
replicação, uma vez concluído o processo de replicação via círculo rolante
(GUTIERREZ,1999). A proteína Rep é a mais variada dentre todas as proteínas codificadas
15
pelos genes presentes no DNA-A, refletindo a grande variação encontrada na RC, uma vez que
Rep se liga aos “iterons” (sítios de ligação da proteína Rep de alta afinidade) da RC de
maneira específica com base na seqüência de nucleotídeos desses iterons. Essa especificidade
de interação mantém a similaridade entre as RCs dos DNAs-A e -B, visto que ambos
necessitam de Rep para a replicação. Assim como para CP, existe uma clara divisão entre as
Reps de diferentes espécies de begomovírus.
Ren é uma proteína acessória, que amplifica a replicação viral, e
TrAp, é ativadora da transcrição dos genes de sentido viral, cp e ns (GUTIERREZ, 1999). Os
genes do DNA-B, mp e ns estão envolvidos no movimento do vírus na planta. A proteína NS é
responsável pelo tráfego do DNA viral do núcleo para o citoplasma, enquanto a proteína MP
está envolvida na passagem intercelular do DNA viral, via plasmodesmas (NOUEIRY et al.,
1994; SANDERFOOT et al., 1996).
Outras ORFs, como AV2 e AC4, são encontradas em alguns, mas não
em todos os begomovírus. A AC4 está inserida no gene rep, mas em outra fase de leitura
(ELMER et al., 1988).
16
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Fonte e manutenção das amostras
Foram coletadas 166 amostras foliares de Lycopersicon esculentum
pertencentes a cultivares e híbridos de tomateiro para mercado in natura plantados no Brasil,
apresentando clorose, nanismo, encrespamento das folhas, mosaico, pouca floração e\ou frutos
com áreas descoloridas (Figura 2). As coletas foram realizadas nos municípios de Marília,
Alvinlândia, Campos Novos Paulista, Pederneiras, Oriente,Vera Cruz, Ubirajara e Ocauçu
entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2004 (Figura 3, Quadro 2).
As amostras, constituídas das folhas de plantas exibindo os sintomas
anteriormente descritos, foram coletadas aleatoriamente dentro da área de plantio,
acondicionadas em sacos de plástico individuais e transportadas em caixas de isopor até o
laboratório, onde foram identificadas e armazenadas em ultracongelador (-80ºC) até a extração
do ácido nucléico.
17
a)
b)
c)
Figura 2. Sintomas observados no campo: a) amarelecimento das nervuras; b) mosaico
generalizado; c) enfezamento da planta.
18
Figura 3. Localização dos 8 municípios da mesoregião de Marília, onde foram realizadas as
coletas de amostras de tomateiro exibindo sintomas semelhantes àqueles causados por
begomovírus.
5.2 Extração do DNA viral
O DNA viral foi extraído segundo Dellaporta et al. (1983). Um
pequeno pedaço de tecido foliar (correspondente a um disco com 1 cm de diâmetro) foi
macerado em um tubo de microcentrífuga de 1,5 ml, na presença de 500 µl de tampão de
extração (100 mM TRIS pH 8.0, 50 mM EDTA, 500 mM NaCl, 10 mM β-mercaptoetanol).
Foram adicionados 33 µl de SDS 20% e o conteúdo agitado no vortex por dois minutos e
incubado a 65°C. Após dez minutos foram adicionados 160 µl de acetato de potássio 5M e o
conteúdo agitado novamente e centrifugado nas mesmas condições. O sobrenadante foi
transferido para um novo tubo, onde foram adicionados 300 µl de isopropanol. Após agitação e
centrifugação por dez minutos o sobrenadante foi descartado e adicionou-se 500 µl de etanol
70%. A solução foi centrifugada por cinco minutos e todo o sobrenadante removido. O "pellet"
19
foi seco a vácuo e ressuspendido em 150 µl de água Milli-Q. As centrifugações foram
realizadas a 12.000 g.
5.3 PCR
Fragmentos do DNA-A dos vírus presentes nas amostras foram
amplificados via PCR. Os oligonucleotídeos utilizados nas reações de PCR (PAL1v1978/
PAR1c496 e PAL1v1978/PARlc715) (ROJAS et al., 1993) são universais para o gênero
Begomovirus, e amplificam um fragmento correspondente a dois terços do gene rep, toda a
região comum e um terço (1978/496) ou metade (1978/715) do gene cp (Figura 4). A
combinação PAL1v1978 (5' GCATCTGCAGGCCCACATYGTCTTYCCNGT 3') e
PAR1c715 (5' GATTTCTGCAGTTDATRTTYTCRTCCATCCA 3') foi utilizada
preferencialmente para sequenciamento dos isolados, pois abrange um fragmento maior da
região codificadora para a capa protéica.
A reação de PCR foi preparada em um volume total de 25 µl, contendo
tampão 10x (Tris-HCl 100 mM, pH 8,3 e KCl 500 mM), MgCl2 5 mM, mistura de dNTPs a 0,5
mM, 1,0 µM de cada oligonucleotídeo, uma unidade de Taq DNA polimerase e 5 µl de DNA
molde, completando-se o volume com água.
Foram realizados 30 ciclos de desnaturação a 94°C por 1 minuto,
anelamento a 55°C por 2 minutos e extensão a 72°C por 2 minutos. Os resultados foram
analisados por eletroforese em gel de agarose (0,9% p/v) contendo brometo de etídeo. Após a
eletroforese verificou-se a presença de fragmentos com aproximadamente 1.200 nucleotídeos
(PAL1v1978/ PAR1c496) e 1.400 nucleotídeos (PAL1v1978/PAVlc715). Controles positivo,
negativo e branco (reação de PCR com água substituindo o DNA molde) foram incluídos na
extração e nas reações de PCR a fim de validar e confirmar e especificidade do método
utilizado.
Não foi realizada detecção do componente B nas amostras analizadas
pois a finalidade deste trabalho foi analisar a diversidade genética, sendo utilizada para tal uma
porção da região codificadora para a capa protéica, localizada no componente A (FAUQUET
et al., 2003).
20
Figura 4. Representação da região do genoma amplificada com o uso dos oligonucleotídeos
PAL1v1978 / PAR1c496, em vermelho, e PAL1v1978 / PAVlc715, em verde. Setas azuis
representam os genes virais. A linha preta representa o genoma viral, contendo a região
comum, em cinza.
5.4 Sequenciamento do produto de PCR
As amostras que após a reação de PCR com o par de primers
PAL1v1978/PAVlc715, apresentaram uma banda nítida e algumas amostras em que só foi
possível uma amplificação de qualidade com o uso dos primers PAL1v1978/PAR1c496 foram
escolhidas para o sequenciamento. Novas reações, em um volume total de 100 µl foram
realizadas com o DNA extraído destas amostras, utilizando-se os mesmos reagentes e
condições descritos no item anterior. Os produtos amplificados foram purificados utilizando-
se o kit "Concert Rapid PCR Purification System" (Gibco-Invitrogen). A concentração final de
DNA foi estimada por eletroforese em gel de agarose (2% p/v). A reação de sequenciamento
foi realizada utilizando-se os oligonucleotídeos PARc496 e PARc715.
21
5.5 Análises comparativas das seqüências
As seqüências foram analisadas inicialmente pelo programa Blast n
(BRIDDON et al., 2001), Clustal X (THOMPSON et al., 1997) e Mega versão 2.1 (KUMAR
et al., 2001). Para obtenção da arvora filogenética foram utilizados os seguintes parâmetros:
Neighbor Joining, Kimura 2 e Bootstrap 2000.
5.6 Obtenção de oligonucleotídeos específicos para as espécies ToSRV e ToYVSV
O desenvolvimento de oligonucleotídeos específicos teve como
objetivo efetuar a identificação dos isolados sem a necessidade de sequenciamento.
Fragmentos correspondentes a regiões do genoma desses vírus, depositadas no GenBank e as
amostras seqüenciadas, foram então utilizadas como molde para o desenho dos primers
para amplificação dos fragmentos específicos : ToSRV forward 5´-
ATCATATTGGGCCTGTCG-3 - Tm 54°C´ e ToSRV reverse 5´-
TCTCGTCATGATGTTTCCC-3´ - Tm 56°C; ToYVSVforward 5´-
AGAATCTATTTGCCACGTGG-3´- Tm 58°C e ToYVSV reverse 5´-
AGGTATACCCAAGCGTGATG-3´ - Tm 60°C. A reação de PCR foi preparada conforme o
item 4.3 e os pares de oligonucleotídeos (ToSRV forward / ToSRV reverse e ToYVSV
forward / ToYVSV reverse) foram então testados em amostras positivas para ToSRV e
ToYVSV respectivamente, anteriormente seqüenciadas.
22
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A primeira etapa do projeto permitiu avaliar a incidência dos
begomovírus infectando tomateiro nos municípios de Marília, Alvinlândia, Campos Novos
Paulista, Pederneiras, Oriente,Vera Cruz, Ubirajara e Ocauçu. A coleta das amostras foi
realizada em plantas apresentando sintomas possivelmente causados por begomovírus (dos
cultivares Débora Max, Débora Plus, Santa Clara e Colibri). Em algumas propriedades
observou-se alta população do inseto vetor mesmo com a prática de rodízio de inseticidas
(Figura 5), favorecida pelo cultivo de pepino (Cucumis sativus) ao lado de estufas de tomate.
Esta elevada população propicia o aumento na incidência das doenças causadas por
begomovírus.
Após a extração do DNA viral das 166 amostras coletadas confirmou-
se por PCR a presença de vírus em 100 destas, ou 60% das amostras. A reação de PCR desta
etapa foi realizada com os oligonucleotídeos PAL1v1978/ PAR1c496 (ROJAS et al., 1993) já
23
que para diagnose estes são mais indicados que os PAL1v1978/PAVlc715 (ROJAS et al.,
1993).
Figura 5. Vetor (Bemisia tabaci) presente em altas populações nas áreas da coleta.
Nas amostras em que o resultado foi negativo, pode ter ocorrido uma
baixa concentração viral, infecção tardia ou distribuição irregular de vírus na planta,
considerando que estas plantas apresentavam sintomas característicos àqueles causados por
geminivirus. Muitas plantas apresentavam amadurecimento irregular dos frutos, causado pela
injeção de toxinas durante a alimentação da mosca-branca.
Em uma segunda etapa foi realizado o levantamento das espécies de
begomovírus em tomateiro. Foi feita uma nova reação de PCR para um volume total de 100 µl
com os oligonucleotídeos PAL1v1978/ PAR1c715. A confirmação da amplificação do
fragmento foi feita em gel de agarose 2% (Figura 6). O produto da PCR foi submetido a
sequenciamento direto para obtenção da seqüência correspondente a região 5’ do gene cp.
24
Figura 6. Produto de amplificação em gel de agarose 2,0% dos fragmentos obtidos via PCR,
utilizando-se os oligonucleotídeos PAL1v1978/PAR1c715. M: marcador 1 Kb Ladder.-
Invitrogen; + : controle positivo; - : controle negativo; B : branco e 1e, 2b, 3b, 9a, 19c, 28a,
30a, 31a, 31b correspondem a amostras provenientes do campo.
Dentre as 37 amostras enviadas para sequenciamento, obteve-se
seqüências de boa qualidade para 21 delas. Destas 21 amostras, 17 foram sequenciadas com o
primer PARc715 e usadas na elaboração da árvore filogenética. Aquelas seqüenciadas com
PARc496 não foram computadas na elaboração da árvore, pois o fragmento amplificado
corresponde a uma pequena porção da capa protéica (Figura 4, Quadro 2).
M 1e 2b 3b 9a 19c 28a 30a 31a 31b - + B
1.0 kbp
1.6 kbp
25
Quadro 2. Begomovírus detectados via PCR utilizando-se os oligonucleotídeos universais
PAL1v1978/ PAR1c496 e PAL1v1978/PAVlc715 (ROJAS et al., 1993) e caracterizados por
sequenciamento direto.
Amostra Primer Município Variedade Produtor Blast n
> homologia
1e 715 Oriente Colibri Homero Mosquini ToYVSV
2b 715 Oriente Débora Plus Dorival Mosquini Junior ToSRV
3b
SDA 496 Sumaré Carmem Sakata Seed Sudamérica ToYVSV
9a 496 Pederneiras Débora Plus Produtos Rainer Bracht ToYVSV
19c 715 Ubirajara Débora Max Amarildo
Bordin ToSRV
26a 715 Campos
Novos Paulista Santa Clara José Barbosa ToYVSV
28a 715 Ocauçú Débora Plus Alberto Fonseca ToYVSV
30a 715 Ocauçú Colibri Alberto Fonseca ToYVSV
31a 715 Ocauçú Débora Plus Alberto Fonseca ToYVSV
31b 715 Ocauçú Débora Plus Alberto Fonseca ToYVSV
33f 496 Marília Débora Plus Valmir ToYVSV
49 715 Alvinlândia Débora max Silvio de Almeida Pssivelmente
SiMoV
51 715 Alvinlândia Débora max Silvio de Almeida ToSRV
73 715 Ubirajara - Domingos Inácio ToSRV
74 715 Ubirajara - Domingos Inácio ToSRV
90a 715 Marília Débora Max Vanderlei Tonezzi ToSRV
91c 715 Vera Cruz Débora Max Paulo Haraguchi ToYVSV
86 715 Ubirajara Débora Max Toninho Soares ToYVSV
21 715 Alvinlândia Débora Max Amarildo Bordim ToSRV
2609 715 Araguari Densus Sakata Seed Sudamérica ToSRV
26
Vírus Sigla Acesso no GenBank
African cassava mosaic virus
Nigéria
ACMV-NG X17095
Bean golden mosaic virus BGMV M88686
Bean golden yellow mosaic
virus – Porto Rico
BGYMV-PR M10070
Sida mottle virus SiMoV AY090555
Tomato chlorotic mottle
virus
ToCMoV AY049206
Tomato chlorotic vein virus ToCVV AY049205
Tomato golden mosaic virus-
Yellow vein TGMV-YV K02029
Tomato golden vein virus TGVV AY751742
Tomato rugose mosaic virus ToRMV AF291705
Tomato severe rugose virus ToSRV AY029750
Tomato yellow vein streak
virus
ToYVSV-Faria U79998
Tomato yellow vein streak
virus
ToYVSV-IAC AY829113
Quadro 3. Espécies virais, siglas e números de acesso de 13 espécies de begomovírus
utilizados nas comparações e citados no texto. As espécies em itálico foram reconhecidas pelo
ICTV (International Commitee on Taxonomy of Viruses).
27
Quadro 4. Porcentagem de identidade de nucleotídeos de parte da região codificadora para a
capa protéica entre isolados analisados. As cores representam os maiores valores de identidade
entre os isolados coletados e as espécies de vírus conhecidas.
BGMV-PR 70
71
70
71
71
70
70
70
76
76
76
77
77
77
74
76
76
80
70
72
78
74
32
76
71
66
47
74
10
0
BGMV-Bz 76
76
76
76
76
77
77
77
78
78
78
78
82
82
76
78
78
80
77
76
79
77
52
77
76
77
38
10
0
ACMV-NG 40
41
40
41
41
40
40
40
41
41
41
49
46
46
38
41
41
41
40
41
39
42
16
38
38
40
10
0
TGVV 95
95
95
95
95
96
96
96
80
80
80
79
79
79
79
80
80
81
96
93
78
75
50
78
86
10
0
TGMV-YV 88
87
88
87
87
86
86
85
83
83
83
83
79
79
80
83
83
86
86
86
80
74
50
82
10
0
ToCVV 81
81
81
81
81
79
79
79
94
94
94
93
81
81
77
94
93
93
79
81
79
75
50
10
0
ToCMoV 50
50
50
50
50
51
51
50
52
52
52
51
58
58
51
52
51
52
51
49
52
63
10
0
ToRMV 75
75
75
75
75
74
74
74
75
75
75
74
80
80
76
75
74
76
74
74
77
10
0
SiMoV 81
82
81
82
82
81
81
81
81
81
81
81
87
87
94
81
84
81
81
81
10
0
ToYVSV-Far 95
96
95
96
96
95
95
94
82
82
82
82
81
81
82
83
83
84
95
10
0
ToYVSV-IAC 97
97
97
97
97
10
0
10
0
99
82
82
82
81
79
79
81
82
83
82
10
0
ToSRV 83
84
83
84
84
82
82
82
97
97
97
96
85
85
80
97
97
10
0
21 83
83
83
83
83
83
83
82
99
99
99
98
83
83
80
98
10
0
2b 83
83
83
83
83
82
82
81
99
99
98
97
83
83
80
10
0
49 81
82
81
82
82
81
81
81
80
80
80
80
84
84
10
0
74 79
80
79
80
80
79
79
78
83
83
83
83
10
0
10
0
73 79
80
79
80
80
79
79
78
83
83
83
83
10
0
2609 81
82
81
82
82
81
81
81
99
99
99
10
0
90a 82
83
82
83
83
82
82
82
10
0
10
0
10
0
51 82
83
82
83
83
82
82
82
10
0
10
0
19c 82
83
82
83
83
82
82
82
10
0
1e 96
96
96
96
96
99
99
10
0
91c 97
97
97
97
97
10
0
10
0
86 97
97
97
97
97
10
0
31a 98
10
0
98
10
0
10
0
30a 98
98
10
0
10
0
31b 10
0
98
10
0
28a 98
10
0
26a 10
0
A
m
os
tra
s
26
a
28
a
31
b
30
a
31
a
86
91
c
1e
19
c
51
90
a
26
09
73
74
49
2b
21
To
SR
V
To
Y
V
SV
IA
C
To
Y
V
SV
F
ar
ia
Si
M
oV
To
R
M
V
To
C
M
oV
To
C
V
V
TG
M
V
-Y
V
TG
V
V
A
C
M
V
-N
G
B
G
M
V
-B
z
B
G
M
V
-P
R
28
Das 17 amostras escolhidas para identificação da espécie viral, pôde-
se determinar que oito destas (26a, 28a, 31b, 30a, 31a, 86, 91c e 1e) encontravam-se
possivelmente infectadas por ToYVSV (espécie tentativa) e seis (19c, 51, 90a, 2609, 2b e 21)
pelo ToSRV. As amostras 26a, 28a, 31b, 30a, 31a, 86, 91c e 1e apresentaram identidade
superior a 94% com o ToYVSV e TGVV. As amostras 19c, 51, 90a, 2609, 2b, 21
apresentaram identidade superior a 93% com o ToSRV e ToCVV. Porém neste último caso,
mesmo entre ToSRV e ToCVV a identidade na região analisada foi de 93%, indicando que
estes dois vírus denominados como espécies distintas tratam-se possivelmente da mesma
espécie viral. A amostra 49 apresentou maior identidade (94%) com o SiMoV e as de números
73 e 74 somente 87% de identidade com o SiMoV, além de não terem sido agrupados na
árvore filogenética com esta espécie. Este resultado sugere, que as amostras 73 e 74 podem
representar uma possível nova espécie de begomovírus (Figura 7).
Utilizando-se os programas Clustal X (THOMPSON et al., 1997) e
Mega (KUMAR et al., 2001), uma árvore filogenética foi preparada (Figura 8) com base em
parte dos nucleotídeos da região N terminal da proteína capsidial para os isolados previamente
selecionados (Quadro 4). Pôde-se verificar que os isolados puderam ser agrupados com as
espécies ToYVSV, ToSRV e SiMoV, com exceção das amostras To-73 e To74.
Apesar dos primers desenhados específicos para ToYVSV e ToSRV
terem apresentado alta identidade no alinhamento com as seqüências depositadas no GenBank
e com as amostras coletadas (Figura 9, Quadro 2), mesmo após mudanças na temperatura de
anelamento (55°C) e na concentração de MgCl2 e dNTPs, não foi possível obter o produto de
amplificação esperado.
29
Figura 7. Alinhamento múltiplo da seqüência de nucleotídeos correspondentes à parte da
região N-terminal da capa protéica dos begomovírus encontrados infectando tomate no
Centro-Oeste do estado de São Paulo e de espécies já relatadas infectando tomate no Brasil
com o uso do programa MultAling (CORPET, 1988).
30
Figura 8. Árvore filogenética preparada com o uso do programa Mega 2.1 dos nucleotídeos
correspondentes a parte da região N-terminal da capa protéica. Valores de bootstrap 2000.
Outgroup: ACMV.
31
a)
ToYVSV
ToYVSVforward
91c-PAR1c715
86-PAR1c715
1e-PAR1c715
26a-PAR1c715
31b-PAR1c715
28a-PAR1c715
ToYVSVreverse
30a-PAR1c715
31a-PAR1c715
AATTGGGGAAAGGGTCTCAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATATATTTGCCACGTGG 60
----------------------------------------AGAATCTATTTGCCACGTGG 20
AATTGGGGAATGGGTCTCAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATCTATTTGCCACGTGG 60
AATTGGGGAATGGGTCTCAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATCTATTTGCCACGTGG 60
AATTGGGGAATGGGTCTCAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATCTATTTGCCACGTGG 60
AATTGGGGAATGGGTCTCAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATCTATTTGCCACGTGG 60
AATTGGGGAATGGGTCTCAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATCTATTTGCCACGTGG 60
AATTGGGGAATGGGTTCGAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATCTATTTGCCACGT-- 57
------------------------------------------------------------
AATTGGGGAATGGGTTCTAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATCTATTTGCCACGT-- 58
AATTGGGGAATGGGTTCTAATATATAGTAGAGTCCATTATAGAATCTATTTGCCACGT-- 58
******************
ToYVSV
ToYVSVforward
91c-PAR1c715
86-PAR1c715
1e-PAR1c715
26a-PAR1c715
31b-PAR1c715
28a-PAR1c715
ToYVSVreverse
30a-PAR1c715
31a-PAR1c715
ATTATTCACCTCGTGGAGGTATGTCCAAGCGGGATGCTTGGGTTAACAGGCCCATGTACA 359
------------------------------------------------------------
ATTTTTCACCTCGGGGAGGTATACCCAAGCGGGATGCTTGGGTAAACAGGCCCATGTACA 358
ATTTTTCACCTCGGGGAGGTATACCCAAGCGGGATGCTTGGGTAAACAGGCCCATGTACA 358
ATTTTTCACCTCGGGGAGGTATACCCAAGCGGGATGCTTGGGTAAACAGGCCCATGTACA 358
ATTATTCACCTCGGGGAGGTATACCCAAGCGTGATGCTTGGGTTAACAGGCCCATGTACA 358
ATTATTCACCTCGGGGAGGTATACCCAAGCGTGATGCTTGGGTTAACAGGCCCATGTACA 358
ATTATTCACCTCGGGGAGGTATACCCAAGCGTGATGCTTGGGTTAACAGGCCCATGTACA 357
----------------AGGTATACCCAAGCGTGATG------------------------ 20
ATTATTCACCTCGGGGAGGTATACCCAAGCGTGATGCTTGGGTTAACAGGCCCATGTACA 358
ATTATTCACCTCGGGGAGGTATACCCAAGCGTGATGCTTGGGTTAACAGGCCCATGTACA 358
****** ****** ****
b)
51-PAR1c715
ToSRVreverse
2b-PAR1c715
Sakata-PAR1c715
73-PAR1c715
90a-PAR1c715
19c-PAR1c715
90a-PAR1c715
ToSRV
ToSRVforward
ATCATATTGGGCCTGTCCAGCTTAGATATTTGTAACAACTTAAGGCCCAAGTTGTTAAAC 60
------------------------------------------------------------
ATCATATTGGGCCTGTCTAGCTTAGATATTTGTAACAACTTAAGGCCCAAGTTGTTAAAC 60
ATCATATTGGGCCTGTCGAGCTTAGATATTTGTAACAACTTAAGGCCCAAGTTGTTAAAC 60
ATCATATTGGGCCTGTCGAGCTTAGATATTTGTAACAACTTAAGGCCCAAGTTGTTAAAC 60
ATCATATTGGGCCTGTCGAGCTTAGATATTTGTAACAACTTAAGGCCCAAGTTGTTAAAC 60
ATCATATTGGGCCTGTCGAGCTTAGATATTTGTAACAACTTAAGGCCCAAGTTGTTAAAC 60
ATCATATTGGGCCTGTCGAGCTTAGATATTTGTAACAACTTAAGGCCCAAGTTGTTAAAC 60
ATCATATTGGGCCTGTCGAGCTTAGATAGTTGTATCAACTTAAGGCCCAAGTTGTTAAAC 60
ATCATATTGGGCCTGTCG------------------------------------------ 18
*****************
51-PAR1c715
ToSRVreverse
2b-PAR1c715
Sakata-PAR1c715
73-PAR1c715
90a-PAR1c715
19c-PAR1c715
90a-PAR1c715
ToSRV
ToSRVforward
CTTGTAAGGTTCAGTCTTACGAGTCTCGTCATGATGTTTCCCATGTCGGGAAGGTGATTT 359
-----------------------TCTCGTCATGATGTTTCCC------------------ 19
CTTGTAAGGTTCAGTCTTACGAGTCTCGTCATGATGTTTCCCATGTCGGGAAGGTGATTT 359
CTTGTAAGGTTCAGTCTTACGAGTCTCGTCATGATGTTTCCCATGTCGGGAAGGTGATTT 359
CTTGTAAGGTTCAGTCTTACGAGTCTCGTCATGATGTTTCCCATGTCGGGAAGGTGATTT 359
CTTGTAAGGTTCAGTCTTACGAGTCTCGTCATGATGTTTCCCATGTCGGGAAGGTGATTT 360
CTTGTAAGGTTCAGTCTTACGAGTCTCGTCATGATGTTTCCCATGTCGGGAAGGTGATTT 359
CTTGTAAGGTTCAGTCTTACGAGTCTCGTCATGATGTTTCCCATGTCGGGAAGGTGATTT 359
CTTGTAAGGTTCAGTCTTACGAGTCTCGTCATGATGTTTCCCATGTCGGGAAGGTGATTT 359
------------------------------------------------------------
*******************
Figura 9. Alinhamento múltiplo das sequências de nucleotídeos das amostras encontradas no
campo infectando tomateiro e das seqüências do ToRSV e ToYVSV depositadas no GenBank,
com os primers desenhados para ToYVSV (a) e ToSRV (b).
32
A existência no campo de begomovírus capazes de infectar solanáceas
naturalmente, a presença destes vírus em hospedeiras alternativas, e a ampla disseminação da
“mosca-branca”, formam uma combinação potencialmente perigosa para esta cultura, visto
que podem favorecer a ocorrência de infecções múltiplas e, com isso, favorecer o
aparecimento de novas variantes virais.
É possível que após a verdadeira explosão na incidência de
begomovírus, que ocorreu com a introdução do biótipo B de B. tabaci, uma ou poucas
espécies que se mostrem mais adaptadas ao novo hospedeiro passem a predominar. Essas
espécies provavelmente serão o resultado de recombinação e/ou pseudo-recombinação entre
espécies pré-existentes em plantas daninhas ou silvestres. Resultados obtidos por diversos
grupos de pesquisadores sugerem que esse processo de evolução, adaptação e seleção de
espécies de begomovírus pode, ocorrer em períodos de tempo relativamente curtos, da ordem
de 10 a 20 anos (HOU & GILBERTSON, 1996; SANZ et al., 2000; SCHNIPPENKOETTER
et al., 2001; TORRES-PACHECO et al., 1993). Deste modo, estaríamos ainda passando por
este processo de adaptação de espécies de begomovírus no campo.
A multiplicidade de variantes encontradas entre isolados de
begomovírus tem implicações na taxonomia destes vírus e em muitos casos dificulta o
delineamento preciso das espécies virais. Um dos problemas taxonômicos fundamentais neste
grupo de vírus é o de como nomear espécies distintas e causadoras de doenças
macroscopicamente indistinguíveis. O outro problema está relacionado aos vírus
recombinantes. A aplicação do conceito de espécie em begomovírus permanece, portanto
controversa, e os limites entre espécies têm sido estabelecidos mais por uma questão de
conveniência do que de lógica (HARRISON & ROBINSON, 1999).
Nenhuma estratégia de controle, quando utilizada isoladamente, tem
demonstrado ser efetiva para as doenças causadas por begomovírus (MATOS, 2003). O
controle químico das moscas-brancas é prejudicado pela constante migração de grandes
populações do inseto de lavouras mais velhas para as mais novas, e também devido a
possibilidade de se tornarem resistentes aos inseticidas. Portanto, as medidas de controle
devem enfatizar a eliminação ou a redução das fontes de vírus, a redução da população do
inseto vetor existente e, finalmente, alterações do nível de suscetibilidade do hospedeiro.
33
Nesta última linha, pesquisas para identificação de fontes de resistência começaram por volta
de 1970 (LATERROT, 1995).
Os programas de melhoramento visando à resistência de tomate a
begomovírus precisam levar em consideração o alto grau de variabilidade genética existente
nos begomovírus que infectam tomateiros no Brasil. Um gene de resistência específico pode
ser extremamente eficiente contra uma espécie de begomovírus em particular e totalmente
ineficiente contra espécies distintas ou não relatadas. Como a taxa de evolução dos
begomovírus parece ser extraordinariamente alta (PADIDAM et al., 1999), a emergência de
novas estirpes ou espécies pode contornar genes de resistência. Portanto, a durabilidade da
resistência baseada em um único gene é questionável e a ocorrência de outras espécies em
outras regiões do Brasil deve ser levada em consideração em programas de melhoramento
(AMBROZEVICIUS, 2002).
Figura 10. Ocorrência de begomovírus infectando tomateiro no estado de São Paulo.
34
A análise da diversidade genética avaliada nesta região indicou que a
espécie ToSRV e SiMoV que anteriormente não haviam sido relatadas no estado de São
Paulo, já se encontram presentes nos tomateiros. Atualmente, cinco espécies de begomovírus
encontram-se presentes neste estado (Figura 11). A presença de diversidade genética entre
isolados de begomovírus aqui observada corrobora com resultados observados em outras
regiões do país (FARIA, et al, 2000; MELLO, 2001; AMBROZEVICIUS et al., 2002)
independente da cultura analisada.
35
7 CONCLUSÕES
• Begomovírus ocorrem em alta incidência na região Centro-Oeste paulista e com
considerável diversidade genética em tomateiro.
• Duas espécies novas, ToSRV e SiMoV, foram verificadas ocorrendo nesta cultura no
estado de São Paulo.
36
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CAPA
FOLHA DE ROSTO
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
1 RESUMO
2 SUMMARY
3 INTRODUÇÃO
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Geminiviridae
4.2 Begomovirus
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Fonte e manutenção das amostras
5.2 Extração do DNA viral
5.3 PCR
5.4 Sequenciamento do produto de PCR
5.5 Análises comparativas das seqüências
5.6 Obtenção de oligonucleotídeos específicos para as espécies ToSRV e ToYVSV
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
7 CONCLUSÕES
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS