RESSALVA Atendendo solicitação da autora, o texto completo desta tese será disponibilizado somente a partir de 05/09/2019. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS Cristina de Moraes Uma velha moldura habitada por silêncios, um fundo territorial e seis verbos para integrar: a formação territorial do Oeste catarinense (1880/1940) Rio Claro-SP 2018 DOUTORADO EM GEOGRAFIA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO – CAMPUS RIO CLARO INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS Programa De Pós-Graduação Em Geografia UMA VELHA MOLDURA HABITADA POR SILÊNCIOS, UM FUNDO TERRITORIAL E SEIS VERBOS PARA INTEGRAR – A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO OESTE CATARINENSE (1880-1940) Tese de Doutorado apresentada ao Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas do Campus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Geografia Orientação: Professor Doutor Paulo Roberto Teixeira de Godoy; Co-Orientadora: Professora Doutora Carla Mariana Lois (UBA/CONICET) Rio Claro - SP 2018 Moraes, Cristina de Uma velha moldura habitada por silêncios, um fundo territorial e seis verbos para integrar: a formação territorial do oeste catarinense (1880-1940) / Cristina de Moraes. - Rio Claro, 2018 352 f. : il., figs. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas Orientador: Paulo Roberto Teixeira de Godoy Coorientadora: Carla Mariana Lois 1. Santa Catarina - Geografia. 2. Formação territorial. 3. Oeste catarinense. 4. Ideologias geográficas. 5. Práticas espaciais. 6. Fundo territorial. I. Título. 918.164 M827u Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP - Adriana Ap. Puerta Buzzá / CRB 8/7987 Doutorado Cristina de Moraes UMA VELHA MOLDURA HABITADA POR SILÊNCIOS, UM FUNDO TERRITORIAL E SEIS VERBOS PARA INTEGRAR – A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO OESTE CATARINENSE (1880-1940) Tese de Doutorado apresentada ao Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Geociências e Ciências Exatas do Campus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Geografia. Comissão Examinadora: Prof. Dr. Paulo Roberto Teixeira de Godoy IGCE – Unesp/Rio Claro Profª Drª Bernadete Aparecida Caprioglio de Castro IGCE – Unesp/Rio Claro Prof. Dr. Manoel Fernandes Sousa Neto FFLCH – USP, São Paulo/SP Prof. Dr. Paulo Pinheiro Machado CFCH – UFSC, Florianópolis/SC Profª Drª Rogata Soares Del Gaudio IGC – UFMG, Belo Horizonte/MG Resultado: Aprovada Rio Claro, SP, 05 de março de 2018. Agradecimentos O trabalho da pesquisa é um caminhar solitário, porém, não se faz sozinho. E nesse andar, longe de terras e hábitos templanos há presenças, apoios e companheirismos que ficam para além da escrita. E, portanto, é necessário agradecer aqueles/aquelas que tornaram possível a feitura desta tese e deste caminho. Com enorme carinho e satisfação por tê-los na minha vida, agradeço o apoio, amizade, as longas, agradáveis e construtivas conversas tecidas com Tiago Cavalcanti, Raiane Florentino, Rafael Henrique Teixeira da Silva, Camila Benatti e Guilherme Caruso. Pessoas que sem sombra de dúvidas tornaram mais agradável esta jornada. Sou grata ainda a Pati Martinelli, Messias de Lira, Lisa Farias, Rodrigo Cavalcanti e aos colegas do CEGeo: Beatriz, José Renato, Ricardo, Adma e Jéssica, bem como a todos os demais colegas, funcionários e professores que convivi. Em especial, minha gratidão ao professor e amigo Fabrício Gallo pela amizade acolhedora e incentivo constante. Sempre pronto e disposto a oferecer uma mão amiga. Minha gratidão também para com os funcionários de todos os acervos que realizei a pesquisa documental. Igualmente as funcionárias da Biblioteca da Unesp de Rio Claro, sempre gentis e prestativas, transformando o simples ato de retirar um livro um “encontro” que carinhosamente ficou em minhas lembranças deste ambiente. Em especial aos professores Manoel Fernandes Sousa Neto e Paulo Pinheiro Machado pelo aceite de participar do desenvolvimento deste estudo enquanto avaliadores na qualificação e defesa. Sou grata ainda as professoras: Bernadete de Castro, que além de avaliadora deste trabalho final, sempre colaborou com seu carinho, acolhimento e exemplo de pessoa. Minha admiração por ti é enorme. Sou grata ainda a professora Rogata Soares del Gaudio pelas importantes contribuições, apontamentos e correções realizadas. Embora sou a única responsável pelo o que é afirmado neste trabalho, acredito que a pesquisa não seria a mesma se não tivesse recebido as orientações e sugestões que recebi de vocês. Portanto, ofereço os parcos resultados desta pesquisa, bem como, expresso minha imensa gratidão e estima. Para a professora e co-orientadora Carla Lois fica uma nota especial por sua inestimável ajuda, pelo respeito recebido e pelo incentivo constante que serviram para tornar mais palpável o desenvolver desta pesquisa e evitar que “eu ficasse cega a luz da procura”. Suas contribuições foram valorosas para além da pesquisa, mas também como exemplo de pesquisadora e pessoa. Meus agradecimentos ao CNPq, agencia de fomento responsável pelo financiamento desta pesquisa. Sem referido apoio financeiro este estudo seria praticamente impossível. Sou grata e desejosa que este auxílio seja multiplicado e distribuído para outros/outras pesquisadoras. A ciência é fundamental para o desenvolvimento social e para isto, é igualmente primordial que ciência, educação e tecnologia sejam âmbitos acessíveis a um amplo e diversificado conjunto populacional. Por fim, mas não menos importante, meus agradecimentos aos meus familiares e aqueles que mesmo distante torceram por mim. Muito obrigado!! Era um fim de dia quieto Para quem quisesse ouvi-lo Apesar do céu sangrando Alguns mateavam tranquilos. Foi quando cascos nas pedras E constâncias de esporas Quebraram o calmo das casas Chamando olhares pra fora. Iam adentrando o povoado Quatro homens bem montados Três baios de cabos-negros Bem à direita um gateado Ponchos negros sobre os ombros, Chapéus batidos na face Silhuetas desconhecidas Pra qualquer um que olhasse. Traziam vozes de mandos Nas suas bocas cerradas E aparecendo nos ponchos Pontas de adagas afiadas. Olhavam sempre por perto Até mirarem um "ranchito" E sofrenarem os cavalos Onde um apeou solito. Primeiro um rangido fraco Depois um grito "prendido" E a intenção da adaga Tinha mostrado sentido. E os quatro em seus silêncios Voltaram no mesmo tranco Deixando junto a soleira Vermelho num lenço branco. Era mais um que ficava Depois que os quatro partiam Por certo em baixo dos ponchos Algum mandado traziam. Traziam fios de adagas E silêncios pra entregar... -era um gateado e três baios Foi o que deu pra enxergar!! Ninguém sabe, ninguém viu Notícias viram depois. Alguém firmava na adaga Só não se sabe quem foi. E o povoado segue o mesmo Dormindo sempre mais cedo Dormem ouvindo o silêncio E silenciam por medo! “No silêncio das janelas do povoado”. Luiz Marenco. Aquele ali, se aquentando, Que parece estar dormindo, É o velho "seu" Esmelindro Que ao pé do fogo se esconde, Quando lhe falam, responde, Mas senão, vive calado, Olhar triste, entrecerrado Perdido, não sei onde! É desses índios de estância Que ninguém conhece o drama. Tem só os arreios da cama E um poncho velho que o cobre. E embora nunca se dobre, Nem ao guascaço mais duro, Pouco lhe importa o futuro, Pois já nasceu pra ser pobre! Conhece de tudo um pouco, Trança, laça e gineteia Não fala da vida alheia Nem se mete em discussão E já ao primeiro clarão, A estrela d'alva saindo Encontra o velho Esmelindro De pé, batendo tição! É quem recolhe os cavalos Bem antes que o dia venha, Puxa água e corta lenha Pra as chinocas da cozinha. É quem cuida de galinha E dá quirera pra pinto. Sabe tudo por instinto E o que não sabe, adivinha! Surgiu um dia na estância Ao tanco dum baio-ruano E ficou. Passou-se um ano, Foi ficando, até ficar... E ao fim de tanto penar Só tem, além da ossamenta, Esse fogo onde se esquenta E esse galpão que é o seu lar. A ninguém diz de onde veio Nem tampouco pra onde vai. Não tem mãe, nem teve pai Que lhe acolherasse um nome E à medida que se some No tremendal da amargura Vai vendo que sem ternura As almas morrem de fome. Por isso é que ao pé do fogo Cabisbaixo e silencioso Vive a pensar no repouso Da cruz do campo, sozinha, Quando ali de tardezinha O vento for repetindo: Dorme aqui um tal de Esmelindro Que nem sobrenome tinha! “Seu Esmelindro” Gabriel Ortaça Resumo Esta pesquisa procurou analisar a formação territorial do Oeste de Santa Catarina, no período de 1880/1940, com o objetivo de desconstruir a interpretação de que os processos de formação possuem seu momento de gênese na implantação dos núcleos coloniais (a partir da segunda metade do século XX). Para isso, em um primeiro momento, constrói uma reflexão sobre como esta interpretação (da origem do Oeste catarinense a partir da colonização) produz uma moldura interpretativa que coloca em silêncio um significativo conjunto de eventos, agentes, relações e conflitos e acaba produzindo uma significação da “colonização” como evento fundador dessa região. Propõe-se como hipótese de investigação que essa perspectiva, de certo modo ainda vigente, acaba por tornar robusta a interpretação historiográfica proposta pela ideologia dominante. Sustenta-se, ainda, que a adoção do espaço-tempo de 1880-1940 como um fundo territorial em processo de integração corresponde a um fio investigativo que permite ultrapassar os silenciamentos produzidos pela historiografia. Também permite incorporar no enfoque acerca da formação dessa região alguns elementos que têm sido expurgados do passado oestino (como os conflitos advindos das relações de poder, os litígios territoriais, a atuação dos engenheiros militares na formação regional, o processo de mapeamento e racionalização etc). Conjuntamente com a ideia de fundo territorial, propõe-se que sejam consideradas as práticas espaciais que permitem a integração deste fundo. São identificadas seis práticas, as quais estão escritas na forma de verbos com o intuito de remeter a necessidade de compreendê-las sempre em uma perspectiva histórica, considerando-as sempre em movimento. São: partilhar, alinhavar, conhecer, significar, tecer e cultivar. Palavras-chave: Fundo territorial – Oeste catarinense – formação territorial – moldura interpretativa - práticas espaciais – ideologias geográficas. Abstract: This research intended to analyze the West territory formation of the State of Santa Catarina – Brazil, in the period of 1880 – 1940, aiming to break up the interpretation that the formation processes have their genesis moment in the implementation of colonial centers (from the second half of the XX Century). In this regard, at a first moment, it builts a reflection about how this interpretation (of the Santa Catarina West origin from the colonization) produces an interpretative frame that puts in silence a significant set of events, agents, relations and conflicts. Also produces a significance of the “colonization” as the founder event of this region. As an investigation hypothesis it is proposed that this perspective, in a certain way still valid, turns robust the historiographic interpretation suggested by the dominant ideology. It is argued yet that the adoption of the time-space 1880-1940 as a territorial fund in integration process agrees to an investigative line which allows to overcome the silences produced by historiography. Also allows to incorporate some elements that have been pushed out of the West past in the approach about this region formation (such as the conflicts from power relations, territorial disputes, military engineers performance in the regional formation, mapping and rationalization process, etc). Together with the idea of territorial fund, it is offered that all the space practices which allow the fund integration should be considered. Six practices are identified, in verb form, with the goal of contemplate the necessity of understanding them always under a historical perspective, always in movement: to divide, to baste, to know, to mean, to weave and to cultivate. Key-words: territorial fund – Santa Catarina Wes – territory formation – interpretative frame – space practices – geographical ideologies. Lista de Ilustrações Figura 01: Carta da Província de Corrientes do Território de Misiones de autoria de Martin de Moussy....................................................................................................................................109 Figura 02: Parte do Mapa das Cortes (1749) “Pepiri” e o rio Santo Antônio.........................112 Figura 03: Carta “Le Paraguay”- Parte S. D’Anville............................................................ 116 Figura 04: Mapa do Território Nacional de Misiones........................................................... 120 Figura 05: “American Progress” ...........................................................................................136 Figura 06: Mosaico de imagens capturadas durante os trabalhos demarcatórios entre os dois países, sob o título de “Cataratas do Iguaçu ou Salto de Santa Maria”.....................................................................................................................................140 Figura 07: Mosaio com o Mapa do Estado do Paraná............................................................143 Figura 08: Caricatura - República brasileira se opõe a partilha de Missões ................................................................................................................................................ 146 Figura 09: Caricatura sobre o Mapa das Cortes......................................................................153 Figura 10: Mappa das Questões de Limites entre Paraná e Santa Catharina......................... 174 Figura 11: Detalhe do Mappa das Questões de Limites entre Paraná e Santa Catharina........175 Figura 12: Legenda do Mappa das Questões de Limites entre Paraná e Santa Catharina......175 Figura 13: Mapa do Estado do Paraná (1896).........................................................................177 Figura 14: Planta de Viação do Estado do Paraná no ano de 1906....................................... 178 Figura 15: Carta do Estado de Santa Catharina (1907)..........................................................179 Figura 16: Mapa Geral mostrando a Estrada de Ferro de Paranaguá a Coritiba e seu prolongamento até a Foz do rio Iguassu nos limites imperais com as Repúblicas do Paraguay e Argentina.................................................................................................................................182 Figura 15: Detalhe da porção Oeste do Mapa Geral mostrando a Estrada de Ferro de Paranaguá a Coritiba...............................................................................................................183 Figura 18: Plano urbanístico de 1938, assinado por Serafim Bertaso....................................188 Figura 19: Imagem do monumento “o Desbravador”.............................................................192 Figura 20: Mosaico composto com imagens do Actas da Segunda Partida (Argentina/Brasil)...................................................................................................................205 Figura 21: Segundo mosaico composto com imagens do Actas da Segunda Partida........... 206 Figura 22: Imagens das cadernetas de campo........................................................................209 Figura 23: Mosaico de imagens referentes aos trabalhos demarcatórios da fronteira entre Santa Catarina e Paraná..........................................................................................................211 Figura 24: Fazendas Registradas pela Comissão Demarcatória em 1916........................................................................................................................................213 Figura 25: Mapa da distribuição magnética da serra divisória da fronteira entre Brasil e Argentina divisor das águas do S.(anto) Antônio do Pepery Guassu, kilometro 09...........................................................................................................................................217 Figura 26: Levantamento expedido pelo Coronel José B. Bormann como parte dos trabalhos da Colônia Militar do Chapecó..................................................................................................................................229 Figura 27: Detalhes do Levantamento expedido pelo Coronel José B. Bormann como parte dos trabalhos da Colônia Militar do Chapecó...................................................................................................................................229 Figura 28: Parte da Carta Corográfica do Paraná, ano de 1882............................................. 230 Figura 29: Mosaico de imagens relativas a Viagem de 1929..................................................239 Figura 30: Propaganda usada pela Sociedade Territorial Mosele, Eberle, Ahrons & Cia com emprego de mapas, plantas cadastrais e fotografias...............................................................251 Figura 31: Litografia “Os assentamentos alemães no Norte do Estado de Santa Catarina, Sul do Brasil”................................................................................................................................252 Figura 32: Localização das Fazendas, Colônias e concessões territoriais no período de 1910- 1920........................................................................................................................................260 Figura 33: Representação da mesma área, mas a partir de uma carta da localização das colônias militares nos Campos de Palmas..............................................................................260 Figura 34 – Localização de algumas das concessões de terras “devolutas” do Estado e das fazendas.................................................................................................................................. 262 Figura 35: Foto do edital expedido pela Brazil Railway proibindo a ocupação e posse das terras situadas às margens do rio do Peixe..............................................................................271 Figura 36: Caminhos e vias em 1880..................................................................................... 279 Figura 37: “Schema da Parte do Sul do Brazil demonstrando a localização geral e linhas da Brazil Railway Company” ....................................................................................................292 Figura 38: Mapa do Estado de Santa Catarina em 1927, com destaque para as comunicações construídas até o período........................................................................................................ 307 Figura 39: Mosaico comparativo de imagens das vias em 1880, 1882 (Campos de Palmas) e 1927 (Oeste catarinense)....................................................................................................... 306 Figura 40: Destaque para a região Oeste catarinense a partir do “Mapa do Estado de Santa Catarina em 1927”, com as vias de comunicação existentes ao final da integração do fundo territorial Oeste catarinense.....................................................................................................309 Figura 41: Propaganda da Colônia Bom Retiro em Concórdia – SC.....................................318 Figura 42: Propaganda da Colônia Rio Branco......................................................................319 Figura 43: Propaganda da Colônia Concordia........................................................................320 Figura 44: Os assentamentos alemães no norte do Estado de Santa Catarina (Sul do Brasil), datada de 1898........................................................................................................................322 Figura 45: Mosaico com detalhe de certificado de Técnico Agrícola e a Direita Brasão da Empresa Colonizadora Bertaso, Maia e Cia...........................................................................328 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 18 CAPÍTULO 01. DA PROBLEMÁTICA, HIPÓTESE E TESE.........................................21 01.01. Alinhavando ideias, incômodos e estranhamentos......................................................21 01.02. O atual conhecimento sobre a formação do Oeste catarinense....................................23 01.03. Do desconforto ao esboço de uma nova interpretação – o conceito de fundo territorial.................................................................................................................................. 35 CAPÍTULO 02. DO MÉTODO E DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA DESFAZER A MOLDURA. ....................................................................................55 02.01. A apresentação da proposta construída......................................................................... 63 CAPÍTULO 03. CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO TERRITORIAL DO BRASIL E SOBRE OS CAMPOS DE PALMAS NO FINAL DO OITOCENTOS........ 83 03.01. Considerações sobre a formação do território brasileiro no final do Oitocentos.................................................................................................................................83 03.02. Os “Campos de Palmas e territórios contíguos” no final do Oitocentos...................100 CAPÍTULO 04. INTERESSES, MAPAS E LINHAS A PARTILHAR ESPAÇOS. O LITÍGIO DE MISIONES/PALMAS E SUAS IMPLICAÇÕES NA INSERÇÃO DO FUNDO TERRITORIAL OESTE CATARINENSE........................................................106 04.01. Em busca de estabilidade política e territorial na Bacia platina: o caso do litígio de Misiones/Palmas.....................................................................................................................106 04.02. La tierra del oro verde: a importância de Misiones na formação territorial da República Argentina.................................................................................................................................119 04.03. A interiorização do Império e defesa das fronteiras: a importância das Colônias Militares para o expansionismo imperial brasileiro ...............................................................129 04.04. O Peperi vale mais que o Nicarágua” ou “as Cataratas do Iguaçú valem mais que as Quedas de Niágara”? Os interesses nas disputas territoriais da Questão de Misiones/Palmas.....................................................................................................................137 04.05. Aproximações políticas: a moeda de troca territorial..................................................144 04.05. “Vitória dos mapas” – a moldura cartográfica para (não) entendimento das práticas de poder no litígio........................................................................................................................152 CAPÍTULO 05. AJUSTES DE INTERESSES ENTRE TRILHOS, TERRAS E MATE: A QUESTÃO DE LIMITES ENTRE OS ESTADOS DE SANTA CATARINA E PARANÁ................................................................................................................................159 05.01. Origens e a construção dos limites territoriais entre os dois Estados......................... 160 05.02. Limites demarcados pelos enredos políticos e econômicos: o desenlace e alguns possíveis interesses.................................................................................................................179 05.03. Partilhar e cultivar: a criação dos novos municípios, instituição dos poderes locais e incorporação das ideologias geográficas.................................................................................183 CAPÍTULO 06. ALINHAVAR, CONHECER E SIGNIFICAR: COLOCAR LINHAS, SIGNIFICADOS E PODER NOS CONFINS....................................................................195 06.01. Alinhavar: a geometrização do espaço e o controle estatal..........................................198 06.01.02. As definições dos limites: práticas, questões técnicas, leituras e discursos territoriais................................................................................................................................202 06.02. Linhas, imagens e plantas cadastrais: a formação de um novo saber territorial..........218 06.03. A criação de significações geográficas funcionais a formação territorial................... 227 CAPÍTULO 07. AS TERRAS DO “SERTÃO” À ESPERA DOS “OBREIROS DA NAÇÃO”: LEIS E AGENTES DA COMERCIALIZAÇÃO DE TERRAS NO OESTE CATARINENSE....................................................................................................................242 07.01.Terras para agricultura comercial: o fundamento da lei imperial de terras...................243 07. 02. Constituição de 1891: autonomia para as oligarquias regionais.................................253 CAPÍTULO 08. TECER: O VERBO A COSTURAR OS SERTÕES.............................278 08. 01. Por terras, por águas: Os caminhos do domínio territorial e “descaminhos” do isolamento econômico dos Campos de Palmas em finais do século XIX..............................279 08.02. Caminho de ferro, mais caminhos por terra: intensificação da integração do fundo territorial por meio do ajuste espacial.....................................................................................292 08.03. Tempos e espaços entre as “costuras”: algumas leituras possíveis..............................304 CAPÍTULO 09 – CULTIVAR: A TERRA E O MITO FUNDANTE..............................312 09.01: Retratos do paraíso e “terras de fertilidade”: discursos a tecer o comércio e cultivar significações............................................................................................................................313 09.02. Rupturas e expropriação: elementos constituintes da colonização no e do Oeste catarinense...............................................................................................................................329 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................347 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................352 FONTES.................................................................................................................................365 18 Introdução Este trabalho apresenta o resultado da pesquisa de doutoramento que teve como estudo a formação territorial do Oeste catarinense, com o intuito de construir uma abordagem distinta daquela que permanece até contemporaneamente sobre esse processo. A concepção existente e majoritária aponta, direta ou indiretamente, a adoção do evento da colonização como “marco zero”, o que funciona como um arquétipo de interpretação que acaba por impor uma interdição histórica, designando os eventos que são considerados como pertencentes a essa interpretação. Por conseguinte, acaba por indicar o que não é considerado como elemento do Oeste catarinense, bem como propõe que alguns eventos pertencem a um passado sem vínculo com a implantação dos núcleos coloniais e daquilo que hoje conhecemos como a região Oeste de Santa Catarina. Essa visão, funciona como uma moldura interpretativa, que dentre as consequências mais notáveis, têm-se a existência de saltos explicativos (com intervalos de décadas), os quais são apresentados apenas justapostos, e a não investigação de práticas espaciais e suas articulações desenvolvidas durante a transição do século XIX para o XX. O resultado desta pesquisa está exposto em nove capítulos. A apresentação da problemática, da hipótese e da tese está explícita no Capítulo 01, o qual possui uma exposição sobre reflexões acerca do emprego conceitual referente a pesquisas que abordam a presente temática. Trata de conceitos como os de sertão, colonização e fronteira, para, a partir desses pensamentos, apresentar de forma sucinta a tese construída. Uma apresentação das obras de caráter regional que são referência para estudo da área de pesquisa também integra esse capítulo. No Capítulo 02, discorro sobre método, procedimentos metodológicos e diálogos afins, os quais julgo pertinentes para explicar sobre a construção desta pesquisa. É nesse mesmo capítulo que apresento uma proposta alternativa de interpretação, visto que além da crítica, convém indicar outras possibilidades de estudo e investigação. De certa forma, o Capítulo 01 e o Capítulo 02 estão muito relacionados, de modo que as suas ideias somente são compreendidas de maneira satisfatória com a leitura de ambos. A partir do Capítulo 03, expõe-se a proposta de investigação elaborada. Especificamente esse terceiro capítulo, intitulado “Considerações sobre a formação territorial do Brasil e sobre os Campos de Palmas no final do Oitocentos” foi construído com o objetivo de fornecer um panorama da formação territorial brasileira, por meio da qual a integração do 19 fundo territorial adquiriu caráter processual. É a contar dessa estrutura que o projeto de modernização do território e da sociedade foi construído, sendo importante o entendimento deste para contextualizar as intervenções territoriais e sociais que posteriormente foram realizadas nos Campos de Palmas. Os Capítulos 04 e 05 exploram as intervenções e os interesses que caracterizaram os dois litígios territoriais que integraram as áreas em estudo, sendo a querela das Misiones/Palmas e a formação dos limites entre Paraná/Santa Catarina. A resolução da soberania e da administração de um espaço corresponde a um evento primordial para o desenvolvimento de políticas que visam à formação territorial, visto que somente após essas resoluções é que as práticas de integração podem ser desenvolvidas com maiores efetividade e investimento. O Capítulo 06, denominado “Alinhavar, conhecer e significar: colocar linhas, significados e poder nos confins”, tem como objetivo descrever sobre o que identifico como segundo, terceiro e quarto verbos da inserção de um fundo territorial. O primeiro refere-se ao processo de geometrização do espaço, com o intuito de torná-lo passível de uma leitura que atenda às demandas do Estado territorial, bem como a episteme do capital. Conjuntamente, o ato de conhecer as feições geográficas consubstancia esse processo de tornar conhecido o espaço para melhor exercício do poder e também do desenvolvimento do referido modelo econômico. O ato de conhecer não corresponde necessariamente a uma leitura fidedigna daquilo que é observado. Por fim, a construção de significações funcionais à formação territorial integra e finaliza esse capítulo. O Capítulo 07, “As terras do “sertão” à espera dos “obreiros da nação”: Leis e agentes da comercialização de terras no Oeste catarinense”, versa sobre alguns agentes que orquestraram a colonização do Oeste catarinense, bem como sobre os aportes jurídicos e relacionais que ancoraram a produção de espaço sob os moldes capitalistas, destacando as alianças políticas que funcionaram como domínio de classes. O Capítulo 08, intitulado “Tecer: o verbo a costurar os sertões”, contempla especificamente a construção dessas estradas de rodagens, estradas vicinais e ferrovias construídas, sobretudo, a partir da expansão territorial do capitalismo, cuja integração de fundo territorial é um processo elementar. Isso ocorreu mediante a ruptura das barreiras geográficas e a atribuição de fluidez do espaço, regularidade dos fluxos, dinamicidade dos povoados já existentes. Permite a produção do espaço a partir da articulação de padrões espaciais distintos. 20 Por fim, o Capítulo 09, “Cultivar: a terra e o mito fundante”, tem como objetivo discorrer sobre as leituras sociais tecidas em relação aos caboclos e colonos-migrantes, consistindo em uma expressão do conflito advindo das diferentes formas de organização social desencadeadas a partir da privatização da terra. Essas leituras tecidas e inseridas com fortes ingredientes de animosidade e desprezo para o grupo já residente podem ser compreendidas como estruturas que definem os papéis e as hierarquias dos grupos a partir de certa ideologia veiculada. Ao final do item, tento mostrar como essas representações também estruturam relações de poder, outorgando aos “desbravadores” (e agentes que adotam postura semelhante) a função de direcionar a sociedade, seja como modelo, seja por meio das instituições políticas locais. 347 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pretendeu-se, neste estudo, refletir sobre as limitações de abordagens investigativas que adotam a compreensão o Oeste catarinense a partir da colonização, situando esta última como o evento fundante de referida região. Essa postura acaba por reproduzir um processo de silenciamento que uma série de eventos e agentes foram condicionados. Também se teve como objetivo apresentar uma proposta alternativa de estudo com o intuito de superar esta interdição, mediante o emprego do conceito de fundo territorial ao espaço-tempo do Oeste catarinense entre 1880/1940. Ao longo do desenvolvimento deste estudo foi possível reiterar que a ideia de início do Oeste catarinense a partir da colonização implica em um ângulo de análise que não permite incorporar eventos importantes da formação territorial, os quais foram fundamentais para conformar a realidade que atualmente caracteriza esta região. Estes eventos, embora primordiais, sofreram um processo de silenciamento advindo da significação que o evento da colonização recebeu a partir do discurso oficial e da historiografia. Esta significação ao mesmo tempo que atribui um conteúdo semântico para a colonização como momento fundante, também implica na produção de silêncios para o conteúdo histórico, geográfico, social, antropológico, etc., que ocorreu antes deste movimento migratório. A existência deste silêncio não significa necessariamente que estes eventos são totalmente desconhecidos ou que sua existência seja negada. O que acaba por ser ocultado quando se propõe que estes eventos não integram a história do Oeste de Santa Catarina é as relações de poder, os conflitos, os interesses, as práticas de violências, que estão articulados nestes acontecimentos. Aqui vale retomar que o silêncio é produzido também no entremeio das palavras (ORLANDI, 1992), um silêncio que pode ser produzido segundo nossos métodos e fundamentações teóricas adotados para estudar algo. Com o intuito de apresentar uma proposta alternativa, a qual deveria explorar as relações entre os eventos que o discurso oficial insiste em considerar como momentos desconexos e sem relação, foi proposto o emprego do conceito de fundo territorial para caracterizar o Oeste catarinense no período de 1880-1940. Essa sugestão requer a adoção de uma perspectiva histórica para subsidiar o entendimento dos processos geográficos, acatando a ideia de movimento como intrínseco as categorias de estudo. Deste modo, ao mesmo tempo que o estudo analisa processos mais genéricos relacionados com o espaço, também permite ajustar o ângulo de análise para a dimensão histórica que está relacionada com a formação do 348 território – um processo dotado de especificidade e que tem nas condições econômicas e políticas importantes elementos da sua formação. Conforme salienta Moraes (2002) são dois níveis de abordagem: um mais genérico, dialoga com os macroindicadores que delimitam as estruturas de funcionamento; e outro que corresponde à “malha fina do desenrolar das conjunturas” (MORAES, 2002, p.60) e atribui ênfase à atuação política. Outro norteamento importante para desenvolver esta pesquisa foi a adoção da categoria de ideologias geográficas (MORAES, 1996) como elemento constituinte da formação territorial. Esse procedimento investigativo permite uma postura analítica que congregue tanto a produção dos arranjos espaciais nos processos de territorialização como também os discursos e representações que são veiculados com o intuito de inculcar, de moldar, de interferir na forma como os sujeitos sociais se relacionam com o espaço. As ideologias geográficas são o conteúdo das representações coletivas que impulsionavam a transformação ou acomodamento do/no espaço. Como é uma categoria que possibilita analisar a partir dos desígnios que moldam planos e projetos para um determinado espaço, tem como mérito a incorporação dos valores e interesses que norteiam as ações. Estes projetos, mesmo quando são fracassados ou mesmo quando ficam restritos ao papel, devem ser compreendidos como eivados de valores e leituras espaciais que revelam as intenções que determinados grupos constroem para certas porções do espaço. Deste modo, estes planos são importantes materiais para elucidar os processos territoriais. A disseminação de discursos coextensivos a ideologia dominante tinha como objetivo de inculcar comportamentos, orientar práticas e leituras sociogeográficas em sujeitos (os agentes sintagmáticos, na leitura de Raffestin [1993]), afim de atribuir concretude aos projetos elaborados pela classe dominante. Destes desígnios, alguns podem ser retomados: conquistar a soberania sobre os Campos de Palmas frente ao litígio com a Argentina, impulsionar e direcionar o fluxo migratório para povoamento do Oeste catarinense, colocar em silêncio as populações caboclas e indígenas mediante a identificação dessa área como sertão (que remete a área desocupada), inculcar um modelo ideal de relação com a natureza (quando reforça a associação de progresso e civilização com o desenvolvimento de atividades econômicas de grandes intervenções na natureza e norteadas para atender o comércio), etc. Observou-se que o ajuste dos discursos e representações conforme avançava a integração do fundo territorial é uma importante evidência que os eventos que ocorreram antes da colonização e aqueles que ocorreram após integram um mesmo processo. De importante contribuição para demonstrar a relação entre os eventos no intervalo do tempo de 1880 a 1940, é o conceito de práticas espaciais. Seguindo a proposta de Moraes 349 (2002), a qual sugere a adoção de uma abordagem histórica, as práticas foram identificadas por verbos, visando destacar que as mesmas devem ser compreendidas como formadoras deste movimento de transição de um fundo territorial para a região Oeste. Embora foram apresentadas separadamente uma das outras, ao longo da pesquisa ficava clara a relação estabelecida entre elas. As práticas espaciais escolhidas são exatamente aquelas fundamentais para que este fundo territorial fosse integrado. Ao longo da pesquisa foi possível perceber que estas práticas possuem aproximação nos eventos e muitas vezes, um mesmo fato apresenta mais que uma prática para ser efetivado. Essas aproximações entre são constantes e recorrentes ao longo do todo o processo de integração, cuja aproximação pode ser melhor analisada de acordo com o enfoque que o pesquisador escolher. Torna-se importante ressaltar que as práticas espaciais indicadas compõem conjuntamente o processo de integração deste fundo territorial e não apenas uma ou outra. Como exemplo dessa articulação tem-se o caso da construção da ferrovia São Paulo - Rio Grande, a qual intensificou as conexões necessárias para elevar a territorialização do poder e expansão territorial do capitalismo. Todavia, a construção desta rede geográfica só foi possível mediante a produção de saber relacionados ao espaço, que identificamos como alinhavar e conhecer (conforme consta no Capítulo 06). Uma consideração que deve ser destacada é que este processo de integração não ocorreu somente a partir de influências internas do território e de agentes brasileiros, mas também com a presença e atuação de agentes internacionais, sobretudo o capital financeiro internacional. Essa condição fica evidente mediante a atuação da Brazil Raiwlay Companhy na construção da ferrovia São Paulo-Rio Grande, concretizando o que Harvey (2006) define como ajuste espacial do capitalismo. Portanto, pode-se afirmar que é fundamental entender este processo a partir da articulação de diferentes escalas geográficas (SMITH, 2002), articuladas a partir da diferenciação espacial (SMITH, 1988) intrínseca ao espraiamento da economia mercantil. Essa diferenciação espacial a qual nos referimos é a funcionalização por qual o fundo territorial passou mediante a atuação de diferentes agentes (colonos-militares, sitiantes, caboclos, colono-migrante) até o assentamento da economia camponesa subordinada ao capital com a criação dos núcleos coloniais. A adoção do conceito de práticas espaciais também permitiu considerar as relações espaciais a partir das diferentes naturezas do espaço (HARVEY, 2010). A imagem do Oeste catarinense com significativo fraccionamento do espaço representado através das plantas cadastrais era algo que chamava a atenção, sobretudo indagando como que de um espaço 350 quase ignoto pelas autoridades do Estado (inclusive chamado esta região de sertão) passou desta condição de pouco conhecimento e pouco controle para a um notório retalhamento espacial? A curiosidade acerca dos procedimentos e caminhos tomados para realizar o mapeamento e levantamento topográfico instigou de forma significativa o andar desta pesquisa. A transição de um espaço com posses indicadas somente por nomes para um espaço com lotes retilíneos, delimitados e regularizados evidenciam a transição de relações espaciais de natureza distinta. Grande parte das posses que existiam quando este espaço era identificado como Campos de Palmas e/ou sertão, eram dotadas de uma natureza relacional (nos mapas apareciam apenas com a localização ou o nome da fazenda escrito próximo a esta localização), que posteriormente foi substituída por uma natureza absoluta – esta última fundamental para o controle do espaço (que aparece nos documentos cartográficos através das delimitações bem definidas) 396. No estudo dessa prática de alinhavar e conhecer é incontestável a importância que os engenheiros militares alocados na Colônia Militar do Chapecó desempenharam. E esta atuação dos militares é praticamente desconhecida quando se busca as bases histórico-geográficas para discorrer sobre a formação do Oeste de Santa Catarina. Sem sombras de dúvidas, é um campo temático, conjuntamente com todo o processo de racionalização das relações espaciais correspondem a temáticas que precisam ser melhores estudados e incorporados aos saberes sobre esta região. Aliás, a carência de estudos que abordam algumas temáticas aqui vistas é um fato a ser destacado. Acerca disto é possível fazer dois apontamentos. O primeiro é sobre a dificuldade que isso implicou para o desenvolvimento desta pesquisa. Embora a quantidade de temáticas é grande, a quantidade de estudos existentes é exatamente o oposto, o que tornou esta pesquisa trabalhosa e, implicou também na forma como abordamos os assuntos aqui. A descrição excessiva presente nos capítulos teve como objetivo organizar um conjunto de informações a partir das quais desenvolvemos a reflexão acerca das práticas espaciais e sua implicação no processo de formação territorial. O segundo apontamento, relacionado com o anterior, é exatamente sobre o amplo campo de pesquisas que está aberto. Esta afirmação é válida se pensarmos em estudos com o objetivo de aprofundar a temática que compõe esta tese, seja para explorar outros enfoques, estudar agentes e eventos de forma mais aprofundada. 396 Na dúvida acerca da comparação aqui proposta, poderá o leitor comparar a imagem que contém parte da Carta Corográfica do Paraná (1882), atentando que nesta só a localização da Colônia Militar, mas não está designada a delimitação da área que pertence a Colônia Militar e posteriormente analisar a figura que contém a “Localização das Fazendas, Colônias e concessões territoriais no período de 1910-1920”, atentando para a delimitação das posses. A existência destes limites territoriais expressa uma grande mudança na natureza da relação com o espaço. 351 Por fim, pode-se constatar que existem relações fundamentais entre os eventos (como os dois litígios, a atuação dos engenheiros militares, povoamento caboclo) que estavam privados da condição de pertencer a formação do Oeste catarinense. A identificação destas relações torna evidente o processo de silenciamento que os mesmos sofreram mediante a significação da colonização como momento fundante desta região. As relações entre estes eventos podem ser apreendidas conforme o ajuste teórico e metodológico que é adotado para conduzir os processos investigativos. É por esta razão que a identificação deste espaço-tempo (1880-1940) como fundo territorial em processo de integração, é uma proposta interessante, pois trabalha com a ideia de transição de uma condição espacial a outra. Tem ainda o mérito de incorporar nessa transição, as relações de poder e os conflitos que constituíram essa formação territorial. Por fim, ainda é necessário apontar duas considerações. A primeira é ressaltar que o estudo realizado não teve a pretensão de esgotar as discussões, pesquisas e reflexões que podem ser construídos a partir da problemática proposta aqui. A segunda consideração é que pela decisão de arriscar uma perspectiva distinta daquelas que existem, nos deparamos com muitas dificuldades, de modo que, o resultado que apresentamos neste momento, está também composto por falhas e mesmo fraqueza de algumas passagens. A necessidade de iniciar um caminho não percorrido antes, conduziu um cansativo (porém necessário) trabalho de campear pequenas (mas importantes) informações, vasculhar incessantemente arquivos, para posteriormente, novamente buscar a resolução de perguntas sem cair em perspectivas que poderiam reforçar a “moldura” teve como produto um trabalho com fraquezas. Porém, este mesmo trabalho, propõe um convite para a percorrermos caminhos não trilhados para olharmos para o mundo para além das “molduras” e ouvir, ler e indagar o conteúdo dos documentos, mapas, sujeitos, etc., para assim, dar voz aos silêncios produzidos pelos dizeres do discurso. 352 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, Maurício. Construindo uma geografia do passado: Rio de Janeiro, cidade potuária, século XVIII. GEOUSP, Espaço e Tempo, pg. 13-25, 2000. AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? Revista Ilha de Santa Catarina; 2º sem/2005. AGNEW, John; CORBRIDGE, Stuart. Mastering space: hegemony territory and international political economic. London, New York, Routledge, 1995. ALCARÁZ, Alberto Daniel. La gestacion de una elite local durante la explotacion yerbatera- maderera en el Alto Paraná (1870-1920) - Domingos Barthe um representante paradigmático. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Antropologia Social. Universidad Nacional de Missiones, Posadas, 2013. ALDER, Ken. 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