� � �UNESP - Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” Campus de Bauru Faculdade de Engenharia de Bauru Departamento de Engenharia Mecânica Projeto mecânico e análise térmica de tanques cilíndricos verticais com agitação e superfície de troca de calor Silvio Luiz Arfelli Licenciado em Engenharia Mecânica Bauru 2009 � � Projeto mecânico e análise térmica de tanques cilíndricos verticais com agitação e superfície de troca de calor Silvio Luiz Arfelli Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia da Unesp – Campus de Bauru, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Mecânica. Orientador: Prof. Dr. Paulo César Razuk Bauru 2009 � � Arfelli, Silvio Luiz. Projeto mecânico e análise térmica de tanques cilíndricos verticais com agitação e superfície de troca de calor / Silvio Luiz Arfelli. - Bauru 2009. 56 f. : Il. Orientador: Paulo César Razuk Dissertação (Mestrado)–Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia, Bauru, 2009 1. Tanques. 2. Agitação. 3. Transferência de calor. 4. Reatores I. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia. II. Título. � � ii� � Às pessoas que eu amo, especialmente para meus pais, filhos e esposa. DEDICO � � Agradecimentos Ao Prof. Dr. Paulo César Razuk, do Departamento de Engenharia Mecânica, UNESP – Bauru, pela orientação, incentivo, amizade e dedicação durante o desenvolvimento deste trabalho. Aos professores do programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, UNESP – Bauru. À diretoria da ZBN Indústria Mecânica, os amigos Celço Nicoletti, José Carlos Brochi e José Carlos Zamoner, pela gentileza em permitir que me ausentasse do serviço para cumprir toda a carga acadêmica deste curso. Aos amigos Evandro Carriel, Ricardo Roberto Cristovam, Humberto de Souza Neves e Fabrício Brochi, pela contribuição prestada na área computacional. Aos amigos de curso, pela amizade e convivência. � � Sumário LISTA DE TABELAS ................................................................................................................ i� LISTA DAS FIGURAS .............................................................................................................. ii� SIMBOLOGIA .......................................................................................................................... iii� RESUMO ................................................................................................................................... ix� ABSTRACT ................................................................................................................................. x� 1.� Introdução ........................................................................................................................ 1� 1.2� Objetivo ....................................................................................................................... 1� 2.� Revisão de literatura ........................................................................................................ 2� 2.1� Tanques ........................................................................................................................ 2� 2.1.1� Relação entre diâmetro (T) e altura (H) ....................................................................... 3� 2.1.2� Determinação do volume ............................................................................................. 4� 2.2� Sistema de agitação .................................................................................................... 13� 2.2.1� Tipo de agitadores ...................................................................................................... 14� 2.2.2� Determinação de cálculo de agitação ......................................................................... 15� 2.2.3� Nível de agitação........................................................................................................ 19� 2.3� Formas de transmissão de calor ................................................................................. 20� 2.3.1� Sistema de transmissão de calor em tanques .............................................................. 23� 2.3.2� A jaqueta convencional e a serpentina meia-cana ...................................................... 24� 2.3.3� Opção de aquecimento na jaqueta, vapor saturado ou água quente. .......................... 26� 2.3.4� Coeficiente global de troca de calor ........................................................................... 27� 2.3.5� Operação contínua ou em bateladas ........................................................................... 27� 2.3.6� Coeficiente de película gerada pelo fluido que circula na jaqueta ............................. 28� 2.3.7� Sistema de aquecimento com serpentina meia-cana .................................................. 30� 2.3.8� Fluidos em condensação na jaqueta ........................................................................... 30� 2.3.9� Coeficiente de película para o produto no interior do reator ...................................... 31� ii� � 3.� Materiais e métodos ....................................................................................................... 35� 3.1� Propriedades físicas dos fluidos ................................................................................. 35� 3.2� Programa Geopack ..................................................................................................... 38� 3.3� Avaliação da geometria dos tanques .......................................................................... 40� 3.4� Estudo dos coeficientes de películas e área de transmissão de calor em um reator industrial .............................................................................................................................. 41� 4.� Resultados e discussões ................................................................................................. 42� 4.1� Avaliação da influência da relação (T/H) no aproveitamento das chapas e na área disponível para aquecimento. .............................................................................................. 42� 4.2� Estudo da agitação, potência consumida e determinação do coeficiente de película interno. ................................................................................................................................. 44� 4.2.1� Determinação do coeficiente de película externo (fluido de aquecimento) ............... 46� 4.2.2� Determinação do coeficiente global de troca de calor ............................................... 47� 4.2.3� Determinação da área de troca de calor para o tempo de 1 hora de aquecimento ...... 48� 4.2.4� Consumo de combustível para geração do vapor ....................................................... 50� 4.2.5� Capacidade máxima dos tanques estudados ............................................................... 51� 5.� Conclusão ...................................................................................................................... 52� 6.� Referências bibliográficas citadas e consultadas ........................................................... 53� i� � Lista de Tabelas Tabela 1 - Tipos de tampos e indicações de uso......................................................................... 2� Tabela 2 - Dimensões principais do tampo toroesférico ............................................................ 7� Tabela 3 - Volumes das seções do tampo toroesférico ............................................................... 7� Tabela 4 - Dimensões principais do tampo toricônico ............................................................... 9� Tabela 5 - Volumes das seções do tampo toricônico ................................................................ 10� Tabela 6 - Níveis de agitação ................................................................................................... 20� Tabela 7 - Constantes da equação (81) ..................................................................................... 32� Tabela 8 - Constantes do impelidor Rushton e seis pás inclinadas a 45° ................................. 34� Tabela 9 - Viscosidade, calor específico e condutibilidade térmica do xarope de açúcar cristal simples em função da temperatura (� = 1300 kg/m³ e 60° Brix) ............................................. 36� Tabela 10 - Propriedades físicas da água.................................................................................. 36� Tabela 11 - Propriedades termodinâmicas do vapor d´água..................................................... 37� Tabela 12 - Dimensionais dos tanques em estudo .................................................................... 42� Tabela 13 - Resultados obtidos para sistema de agitação e coeficiente de película interno ..... 44� Tabela 14 - Determinação do coeficiente de película externo para pressões de 5 e 10 bar ..... 47� Tabela 15 - Determinação do coeficiente global de troca de calor .......................................... 47� Tabela 16 - Área (m²) necessária para aquecimento ................................................................ 49� Tabela 17 – Consumo (kg) de óleo BPF para uma hora de aquecimento ................................ 50� Tabela 18 - Comparação das capacidades máximas de aquecimento entre os tanques ............ 51� ii� � Lista das Figuras Figura 1 - Foto tampo toroesférico – Fonte Eica Equipamentos Industriais (2008) .................. 4� Figura 2 - Tampo toroesférico raio 6% - Fonte Eurobase (2008) .............................................. 5� Figura 3 - Tampo toroesférico raio 10% - Fonte Eurobase (2008) ............................................ 5� Figura 4 - Solda entre cascos e tampos - Norma ASME – Razuk (2006) .................................. 5� Figura 5 - Divisão do tampo toroesférico para cálculo de volume – Razuk (2006) ................... 6� Figura 6 - Dimensões principais do tampo toroesférico - Fonte Razuk (2006) ......................... 6� Figura 7 - Tampo cônico de diâmetro T e semi-ângulo da geratriz com vertical (�1) ............... 8� Figura 8 - Dimensões principais do tampo toricônico - Fonte Razuk (2006) ............................ 9� Figura 9 - Divisão do tampo toricônico – Razuk (2006) ............................................................ 9� Figura 10 - Formatos dos principais tipos de agitadores – Fonte Barcza (1991) .................... 14� Figura 11 - Linhas de fluxo provocadas pelos agitadores - Fonte Barcza (1991) .................... 14� Figura 12 - Jaqueta convencional ou camisa em três zonas: duas no costado e uma no fundo 25� Figura 13 - Tanque dotado de serpentina meia-cana no costado e fundo................................. 25� Figura 14 - Sequência do cálculo da geometria de tanques ...................................................... 38� Figura 15 - Planilha final do cálculo da geometria do tanque .................................................. 39� Figura 16 - Opções de cálculo de agitação ............................................................................... 40� Figura 17 - Dimensões principais dos tanques ......................................................................... 43� Figura 18 - Potência (kW) x relação d/T .................................................................................. 45� Figura 19 - Rotação do impelidor (rpm) x relação d/T............................................................. 45� Figura 20 - Coeficiente de película interno x relação d/T ........................................................ 46� Figura 21 - Comparação do coeficiente global x relação d/T e variação da pressão de vapor . 48� Figura 22 - Área de aquecimento x relação d/T com variação de pressão ............................... 49� iii� � Simbologia Símbolos Arábicos a fator dimensão da superfície A área [m²] Aaq área necessária de aquecimento [m²] Aj área de seção transversal da jaqueta [m²] c calor específico do fluido que circula na jaqueta [kcal/kg°C] cp calor específico [kcal/kg°C] csv concentração de sólidos em volume C fator de forma Cm coeficiente de agitação CT custo total Ca coeficiente de resistência ou de arraste Cco sobrespessura para corrosão d diâmetro do impelidor [m] Ds diâmetro do disco planificado (tampo) [m] Dc diâmetro médio da jaqueta [m] De diâmetro equivalente [m] dext diâmetro externo [m] dint diâmetro interno [m] dci diâmetro interno do tubo [m] e espessura da chapa do tanque [m] ecc espessura da chapa do costado [m] ET espessura do tampo [m] EC espessura do costado [m] e/R relação de excentricidade do agitador F força [N] g aceleração da gravidade [m/s²] iv� � h altura da pá [m] h1 altura reta do tampo [m] h2 altura do rebordeado do tampo [m] H altura do costado do tanque [m] HT altura total do tampo [m] hj coeficiente de película externo [kcal/h m² °C] hi coeficiente de película interno [kcal/h m² °C] hLv calor Latente [kcal/kg] hr coeficiente de transferência por radiação [kcal/h m² °C] ht altura da calota do fundo do tampo [m] Iw largura da chicana no costado do tanque [m] k condutibilidade térmica [kcal/h m °C] kL condutibilidade térmica da fase liquida [kcal/h m °C] l largura da jaqueta [m] L dimensão característica ou fator de posição LS linha de solda LT linha de tangência mv massa de vapor [kg] M altura da seção cilíndrica [m] n número de agitadores no mesmo eixo-árvore nw número de chicanas no costado do tanque N rotação do impelidor [rpm] NA nível de agitação NNu número de Nusselt Npo número de potência NPr número de Prandtl Nq número de bombeamento ou agitação NRe número de Reynolds p pressão de vapor [bar ou Pa] v� � p passo dos defletores P potência [cv] PCI poder calorífico inferior [kcal/kg] Q capacidade de deslocamento volumétrico [m³/min] Q’ quantidade de calor necessária para gerar um quilograma de vapor [kcal] q quantidade de calor fluxo de calor [kcal] q. fluxo de calor [kcal/h] Qza quantidade de calor por zona de aquecimento [kcal] r raio de concordância da seção toroidal [m] r1 raio do centro do tampo até centro do raio de concordância do tampo [m] r2 raio do centro do tampo até extremidade da calota [m] R raio [m] S área [m²] St secção transversal [m²] t temperatura [°C] T diâmetro do tanque [m] TA temperatura ambiente Tq temperatura fonte quente t’ temperatura de alimentação da caldeira [°C] Tm temperatura média do produto [°C] t2 temperatura final do produto [°C] t1 temperatura inicial do produto [°C] Tvs temperatura de vapor saturado [°C] U coeficiente global da transmissão de calor [kcal/h m² °C] v velocidade [m/s] V vazão volumétrica de vapor [m³/s] Vu volume útil [m³] VT volume total [m³] w largura da pá do agitador [m] vi� � W vazão de fluido na jaqueta [m³/s] We perímetro molhado da jaqueta [m] Wf módulo de resistência a flexão x título do vapor X altura da secção toroidal [m] Y altura do centro do raio da calota até inicio da parte reta do tampo [m] Z distância do centro do raio da calota até centro do raio de concordância tampo toroesférico [m] Za zona de aquecimento Símbolos Gregos � difusividade térmica [m²/h] �1 ângulo entre a linha de centro da calota e a linha de centro do raio de concordância secção toroidal tendo como origem o centro da calota [°] � coeficiente de dilatação volumétrica [1/°C] �1 ângulo reto menos o ângulo da secção toroidal [°] � constante relacionada com a variação da condutibilidade �t diferença de temperatura média logarítmica [°C] �t diferença de temperatura [°C] � emissividade � tempo [h] �1 ângulo da secção toroidal [°] viscosidade na temperatura média [Ns/m²] �w viscosidade do fluido na temperatura da parede [Ns/m²] volume especifico do vapor [m³/kg] � densidade [kg/m³] �L densidade do condensado fase líquida [kg/m³] �v densidade do condensado fase vapor [kg/m³] � viscosidade cinemática [m²/s] vii� � � constante de Stefan-Boltzmann [kcal/hm²k4] eficiência de caldeira � vazão mássica de condensado [kg/s] ƒƒi resistência térmica (incrustação interna do tanque) [kcal/h m² °C] ƒƒj resistência térmica (incrustação na jaqueta) [kcal/h m² °C] Subscritos a arraste aq área de aquecimento c médio da jaqueta cc costado ci médio interno co corrosão e equivalente ext externo i interno tanque int interno j jaqueta L fase líquida Lv calor latente m coeficiente de agitação Nu Nusselt p calor específico po potência Pr Prandtl q bombeamento ou agitação Re Reynolds s área planificada viii� � sv sólido em volume T total t transversal u útil v vapor vs vapor saturado w parede ou costado do tanque za zona de aquecimento Sobrescritos �������� (U) coeficiente global e (A )área do tanque, e (W) e (C) vazão e calor específico do fluido que circula na jaqueta b constante para resfriamento ou aquecimento csv concentração de sólidos l/d relação da largura e diâmetro do impelidor M constante do tipo de impelidor p constante em função da largura e diâmetro do impelido x diâmetro do tanque Abreviaturas e Siglas API American Petroleum Institute ASME American Society of Mechanical Engineers BS British Standard Code EC espessura do costado ET espessura do tampo LS linha de solda LT linha de tangência NA Nível de Agitação ix� � Resumo� Arfelli, S. L. (2009).�Projeto mecânico e análise térmica de tanques cilíndricos verticais com agitação e superfície de troca de calor. Bauru, 2009. 62 p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia de Bauru, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho.� Este estudo tem como objetivo utilizar expressões disponíveis na literatura para analisar a influência das diferentes geometrias dos tanques no coeficiente global de troca de calor. Optou-se por estudar o aquecimento do xarope de açúcar cristal por tratar-se de um produto largamente aplicado na fabricação de doces, alimentos e bebidas carbonatadas. Pesquisou-se na literatura as propriedades termodinâmicas e as características físicas do vapor d´água, da água e do xarope de açúcar, aplicados nos cálculos dos coeficientes de película e no balanço de energia do sistema térmico. Os estudos e simulações feitas com a utilização do programa Geopack, para os tanques com relação T/H de 0,8, 1,0 e 1,2 e impelidores com relação d/T de 02, 0,4 e 0,7, estabeleceram as faixas de valores para a rotação dos impelidores, velocidade média do produto, a capacidade de deslocamento volumétrico e a potência requerida, mantendo-se constante o número de impelidores e o nível de agitação. Aplicou-se a teoria clássica da transmissão de calor, os fundamentos da teoria da agitação, as considerações mecânicas e as equações apropriadas para o dimensionamento do tanque. Os resultados mostraram que os tanques mais esbeltos, com impelidor descentralizado, apresentam melhor aproveitamento. Concluiu-se que, na definição geométrica de um reator, a relação entre o diâmetro e altura T/H deve ser menor que 1,0. Por sua vez, em decorrência da potência consumida, o impelidor com diâmetro igual a 0,4 do diâmetro do tanque, mostrou-se mais adequado. O emprego de pressões maiores para o vapor saturado reduz o tempo de processamento, embora possa implicar no aumento da espessura da chaparia e no consumo de combustível na caldeira. � Palavas Chaves: Tanques. Agitação. Transferência de calor. Reatores. x� � Abstract Arfelli, S. L. (2009).� Mechanical design and thermal analysis of vertical cylindrical tanks with agitation and the heat exchange surface. Bauru, 2009. 62 p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Engenharia de Bauru, Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho.� This study have how objective to analyze expressions available in the literature for the calculation of the global coefficient of exchange of heat in tanks with different model geometric. It was opted to study the heating of the syrup of crystal sugar because of treating a product widely applied in the manufacture sweets, foods and carbonated drunks. Were investigated in the literature the properties thermodynamics and the physical characteristics of the steam of water, of the water and of the syrup of sugar, applieds in the calculations of the coefficients of film and in the swinging of energy of the thermal system. The studies and simulations done with the use of the program Geopack, for the tanks with the T/H (0,8, 1,0 and 1,2) and impellers with ratio d/T (02, 0,4 and 0,7), established the range valves for the rotation of the impellers, average speed of the product, the capacity of volumetric dislocation and the applied power, when the number is remaining constant of impellers and the level of agitation. It was applied the classic theory of the transmission of heat, the foundations of the theory of agitation, the mechanical considerations and the appropriate equations for calculating the size of the tank. The results showed that the most slender tanks, impeller with decentralized, present better use. It was concluded that, in the geometrical definition of a reactor, the relation between the diameter and height of the back must be smaller than to 1,0. For its time, as a result of the consumed power, the impeller with equal diameter to 0,4 of the diameter of the tank, appeared more appropriate. The employment of the bigger pressures for the full steam reduces the time of processing, though it could tease in the increase of plate thickness and in the consumption of fuel in the boiler. Keywords: Tanks. Agitation. Heat transfer. Reactors 1� � Capítulo 1 1. Introdução Os primeiros estudos criteriosos sobre os coeficientes de película foram realizados na década de 1940, em vasos contendo serpentina e sistema de agitação. Seguiram-se muitos outros estudos para modelos contendo variações quanto à geometria do vaso e sistemas de agitação e aquecimento. Ao conjunto constituído de tanque, agitador e aquecedor denomina- se, genericamente, de reator. O coeficiente global de transferência de calor é o parâmetro mais importante na análise de qualquer equipamento que troque calor. Com ele, pode-se qualificar o equipamento em teste, frente aos demais disponíveis no mercado. O coeficiente global é uma variável que depende entre outros parâmetros, das características físicas do fluido de aquecimento ou refrigeração de um determinado produto, do tempo de vida do equipamento e de sua condição operacional. Isto porque a operação normal pode provocar a alteração das superfícies de troca de calor tanto do fluido frio quanto do fluido quente. Estas alterações são normalmente devidas às incrustações que ocorrem na superfície dos tubos ou chapas, tanto no contato do fluido quente quanto no do fluido frio, atuando como uma resistência térmica adicional no processo de troca. A maioria das indústrias química, farmacêutica, alimentícia entre outras, que requer o uso de reatores no processamento de seus produtos, o fazem, empiricamente, sem controle sobre as condições de escoamento do vapor d’água, sem conhecimento preciso das propriedades físicas do produto e do nível de agitação adequado. Devido o desconhecimento não há a preocupação em diminuir o custo operacional através da redução do consumo de energia pela minimização do tempo de processamento e da potência requerida pelo acionamento. 1.2 Objetivo Este estudo tem como objetivo analisar as expressões disponíveis na literatura para o dimensionamento de tanques de processos com xarope de açúcar cristal. Consideraram-se diversas variáveis como geometria dos tanques, potência de acionamento do sistema de agitação, coeficiente global de troca de calor, que influenciam no desempenho do equipamento. Várias simulações foram efetuadas permitindo a escolha da melhor opção dependendo das exigências do processo. 2� � Capítulo 2 2. Revisão de literatura 2.1 Tanques Denominam-se tanques todos os recipientes, de qualquer tipo, formato ou dimensões, capazes de conter ou processar um determinado fluido. Vários fatores influenciam o projeto e a classificação de um tanque: sua função, condições de operação, natureza do fluido, capacidade, localização e eventuais cargas atuantes. As características necessárias do tanque para cálculo da sua geometria são: � Tipo de tanque: um tanque pode ser atmosférico ou pressurizado � Tipo de material: os materiais permitidos pelo sistema para a construção de tanques são inúmeros sendo os mais comuns o aço inoxidável e o aço carbono. � Tampos: existem inúmeros tipos de tampos permitidos; sua recomendação deve atender as necessidades do produto e o custo envolvido na sua conformação. A tabela 1 traz algumas indicações de uso Tabela 1 - Tipos de tampos e indicações de uso Tipos de tampos Tanque Atmosférico Tanque Pressurizado Superior Inferior Superior Inferior � Toroesférico com raios de concordância iguais a 6 ou 10% do diâmetro X X X X � Semi elíptico com relação entre diâmetros 2:1 X X X X � Toricônico com raios de concordância iguais a 6 ou 10% do diâmetro X X X X � Cônico X X X X � Difusor com raios de concordância iguais a 5 ou 6% do diâmetro X � Semi-esférico X X � Plano partido ou bipartido X X 3� � 2.1.1 Relação entre diâmetro (T) e altura (H) Existe uma relação entre T/H que varia entre dois limites: - inferior: que ocorre quando os custos do costado e tampos, por unidade de área, são independentes de T e H. Esta condição se aplica aos tanques de pequeno volume, em que a instabilidade elástica impõe a espessura. - superior: quando a espessura das chapas utilizadas depende de T e H. Esta condição é válida para os tanques de grande volume que seguem os critérios citados pelo American Petroleum Institute (API). Segundo RAZUK (2006) A1 área do costado � � � �� � (1) A2 área da seção transversal do tanque � �� � � ����� (2) C1 ................custo de fabricação do costado C2 ................custo de fabricação do fundo C3 ................custo de fabricação do tampo C4 ................custo de fabricação da fundação O custo total será �� � � � � ��� �� �� �� ��� ����� (3) A equação (3) fica: � � � � �� �� � � � �� �� � ��� ���� � ��� (4) Como o volume da parte cilíndrica é �� � � � �� �� � � (5) Tem-se da equação (4) � � ��� ���� � �� �� �� �� �� ����� ���� ����� (6) Quando os custos são independentes de D e H, é possível diferenciar o custo total da equação (6) em relação ao diâmetro, assim:- �� ��� � ������ � ��� �� � � �� �� ���� ���� ����� (7) Para a condição mínima de custo �� ��� � � e ���� ��� � ������ � ��� � � � �� �� ���� ���� ����� � � �� � !� �� � �� � �� � �� ������ (8) Substituindo na equação (8) o valor de Vc da expressão (5) tem-se � �� � ����� �� ���� ���� ������ (9) 4� � O levantamento destes custos indica que é possível fazer C1=C2=C3 e tomando C4 =0 já que é um custo independente de quem fabrica, tem-se: � �� � " (10) 2.1.2 Determinação do volume RAZUK (2006) recomenda que o cálculo da capacidade de um tanque passa pela determinação do volume do tampo de fechamento inferior. A relação entre a altura do costado e o diâmetro deve variar de 0,5 a 1,5 recomendando-se o valor 1,0 para a maioria das aplicações, o que também atende ao critério de estabilidade estrutural. Tampo toroesférico Os tampos toroesféricos são constituídos por uma calota central esférica de raio R e por uma seção toroidal de concordância de raio r, conforme as figuras 1 e 2 . � Figura 1 - Foto tampo toroesférico – Fonte Eica Equipamentos Industriais (2008) � O código ASME, seção VIII, divisões 1 e 2 exige para os tampos toroesféricos que o raio r seja no mínimo 6% do diâmetro do tanque conforme figura 2. Quanto menos profundo for o tampo, isto é, quanto menor o raio de concordância, mais fácil é fabricá-lo. Inversamente sua resistência será tanto maior quanto maior for o raio de concordância. 5� � Figura 2 - Tampo toroesférico raio 6% - Fonte Eurobase (2008) De acordo com a norma inglesa BS 5500 o r (raio) mínimo é de 10 % do diâmetro, na figura 3 mostra o ASME 10%. � Figura 3 - Tampo toroesférico raio 10% - Fonte Eurobase (2008) Uma pequena seção cilíndrica (saia ou parte reta) é incorporada ao tampo para estabelecer certa distância entre a linha de tangência (LT) e a linha de solda (LS), mostrada na figura 4, evitando a deposição de calor numa região de transição de forma e, portanto, já com concentrações de tensões. No entanto, segundo a norma ASME, para costado e tampo com a mesma espessura a seção cilíndrica é opcional. A figura 4 mostra espessuras diferentes e a recomendação para a distância entre as linhas de tangência e de solda é de que seja superior a três vezes a espessura do tampo, mas que não exceda 40 mm. Figura 4 - Solda entre cascos e tampos - Norma ASME – Razuk (2006) # � $% � �&�' � $(� � �)�*��+&��,,�- �� �"+�*�+��,,�-� �� ��&"'.� $�$/ � �0 $1234 56*71813*�4� � "&�!� $ � �� - � "&+� � (��469,( � �&�!� $� # � $% � �&" � $ (� � �)�*�)"&:+�,,�- �� �"+�*�+��,,�-� �� ��&".):� $�$/2 �0 $1234 56*71813*�4� � �"&"�� $ � �� - � "&+�� (�469,( � �&"� $� ;�� "&�+;� ��< � );���,=71,4� Não precisa exceder 38 mm A seção cilíndrica é obrigatória ;� � ;��49�;� > "&�+;� A seção cilíndrica do tampo é opcional � EC M ET Linha de tangência Se çã o C ili nd ric a� Linha de tangência Se çã o C ili nd ric a� E EC M a) Solda de topo entre casco e tampo de espessuras diferentes b) Solda de topo entre casco e tampo de mesma espessura 6� � Para determinação apurada da capacidade do tampo ele deve ser divido em três regiões geométricas conforme a figura 5. Figura 5 - Divisão do tampo toroesférico para cálculo de volume – Razuk (2006) Na figura 6, observam-se todas as variáveis dimensionais do tampo toroesférico T = R Figura 6 - Dimensões principais do tampo toroesférico - Fonte Razuk (2006) � � A determinação das variáveis dimensionais estão representadas no Tabela 2 e as expressões que calculam o volume de cada seção do tampo são mostradas no Tabela 3. Y �1 h t H T R Z �1 h 1 X r �1 r 2 � 1 D C CB A A............. segmento de esfera B............. tronco de cone C............. duas porções de toróide D ............ parte cilíndrica� r1 7� � Tabela 2 - Dimensões principais do tampo toroesférico� ?� � �@& @A � B ? � @& C�� B D �� ��:&.E��� F � '�&"E D � �'&�E F � �')&'E G� � ��&�+)�� � � G � �&�!.+!�� � H� � ��&.� � � H � �&.� � � I� � �&!)�'' � � I � �&!�'�)�� � -J �� ��&""')� � � -J � �&"��".�� � %"� � ��&�� � � %" � �&)....�� � %�� � ��&�'!�. � � %� � �&������� � ��� � ��&"'.)� � � �� � �&".)::�� � Tabela 3 - Volumes das seções do tampo toroesférico As equações (11) e (12) são simplificações frequentemente usadas para indicar o volume do tampos. ASME 6% �K � �&�.:�!�� �� � �&�"'�� �� (11) �K �� ��&�'�� �� (12) Volume = ƒ(T) SEÇÃO VOLUME ? � @& @A � B ?� � �@& C � B A � -J' L)� � ��� %��� � -J�M �&���!' � �� �&�)�.�� �� B � -J) � �% � � % � %� � %�� �&�)�)+ � �� �&�+��" � �� C � � � ��� %��� �� % � F )'� �&��+). � �� �&�").+ � �� D N �� $�� O � - �&�"' � �� �&�"'�� �� 8� � ASME 10% �K � �&�!�'�� �� � ��&�"'�� ��� (13) �K �� ��&"�� �� (14) Tampos cônico e toricônico Tampo cônico Os tampos cônicos são mais fáceis de construir e de menor custo, porém bem menos resistentes para a mesma espessura e mesma inclinação. São utilizados quando é necessário o esvaziamento rápido e completo ou quando os fluidos são difíceis de escoar como os de alta viscosidade ou com sólidos em suspensão. Nas equações (15) e (16) são determinados o volume e altura do tampo, representado na figura 7. �K � � P& �PQ��KRJSTU (15) �1 ................ semi-ângulo do vértice - � � K �����JSTU (16) � Figura 7 - Tampo cônico de diâmetro T e semi-ângulo da geratriz com vertical (�1) T �1 9� � Quando os tampos cônicos têm �1 maior do 30°, o código ASME exige a concordância toroidal, passando-os a condição de toricônico. Este tipo de tampo também é dotado de uma parte cilíndrica com finalidade de deslocar a solda da região de concordância como mostrado na figura 8 e na Tabela 4. Figura 8 - Dimensões principais do tampo toricônico - Fonte Razuk (2006) Tabela 4 - Dimensões principais do tampo toricônico � ?� � �@& @A � B ? � �@& C�� B % � ��&�� � � %� � ��&���� �� � �&�' � � � 342D -� � ��&�'�� ��� 2(7D� - � ���� ��&�� � �&�' � � � 342D�VWD % � ��&���� �� %� � �&� � �� � ��&"�� 342D -� � ��&"�� ��� 2(7D� - � � � ��&� � �&"�� ��� 342D� VWD A figura 9, mostra como o volume é determinado. Figura 9 - Divisão do tampo toricônico – Razuk (2006) C C D B A h c m h r r 1 �1 T �1 � 1 10� � As equações (17) a (28) são utilizadas para a determinação do volume e altura do tampo toricônico conforme demonstrado. Tabela 5 - Volumes das seções do tampo toricônico � Volume = ƒ (D) Secão Volume ? � @& @A � B ?� � �@& C � B A )�� - � % ��� � )� VWD � ��&�� � � � �&�' � �� 342D �� )� VWD � ��&� � $ � �&"�� �� 342D �� B � -�) � % � � % � %� ��%�� ���� 2(7D � ��&�)'�. � �&���.! � 342D � �&����) � 342�D � ������2(7D �� ��&�+��: � �&�"�+:����342D �� �&��"�+����342�D � C � � �� ��� %��� �� % � )'� . � "�XY � D � �� �&��� "�X��� D � �� D �� �� � �, �&��"' � �� �&��"'�� �� Volume e altura total para r = 0,06.T � �J � .�� "�XY� D�� �� ������ 2(7D �� ��&�)'�. � �&���.!�� 342D �� �&����)�� 342�D � � � �)�� VWD ��� � � ��&���� � � �&�'�� �� 342D �� � �&��"'�� �� (17) � = 30° ��J � �&�).)�� �� � ��&�"'�� �� (18) � = 60° �J � �&"����� �� � ��&�"'�� �� (19) -K � �&�'�� ��� 2(7D � L��� ��&�� � �&�'�� 342D �M VWD � �, (20) � = 30° -K� � �&!!)� �� � �, (21) � = 60° -K � �&)�)� �� � �, (22) 11� � Volume e altura total para r = 0,1.T � �J � �&��� "�X�� D �� �� ������ 2(7D �� ��&�+��: � �&�"�+:�� 342D �� �&��"�+�� 342�D � � � �)�� VWD ��� � � ��&��� � � �&"�� �� 342D �� � �&��"'�� �� (23) � = 30° �J � �&��'+'�� �� � ��&�"'�� �� (24) � = 60° �J � �&"":+�� �� � ��&�"'�� �� (25) -K � �&"�� ��� 2(7D � L��� ��&� � �&�'�� 342D�M VWD� �, (26) � = 30° -K � �&!.)� �� � �, (27) � = 60° -K � �&)�'� �� � �, (28) Tampo elíptico O fundo elíptico (ASME 2:1), com relação de semi-eixos 2:1, isto é, o diâmetro do tampo é quatro vezes a sua altura. É construído com chapa da mesma espessura do casco do cilindro, pois a sua resistência interna é praticamente igual a do cilindro do mesmo diâmetro. A determinação do volume é através da equação (29) �K �� ��&")�.� �Z� � ��&�"'� �[ (29) Determinação da espessura para tanque atmosférico A resistência estrutural requer uma espessura mínima para garantir a sua estabilidade permitindo a montagem e evitando o colapso pelo próprio peso. Utilizam-se as equações (30) e (31) conforme norma N-270: Aço carbono (\=]^\_ � �&+ � �&��"� � � ��` (30) Aço inoxidável (\=]^\_ � "&' � �&��"� � (31) 12� � - meios poucos corrosivos = 1,5 mm - meios medianamente corrosivos = 3,0 mm - meios muito corrosivos = de 4 a 6,0 mm A espessura final a ser adotada para o casco e os tampos, será a espessura comercial da chapa imediatamente superior a mínima necessária. Para aço-carbono não são usuais espessuras inferiores a 4,0 mm. Para a emenda de chapas de espessuras diferentes, em qualquer parte do vaso, deve ser feito na chapa de maior espessura, um chanfro de transição cujo comprimento, de acordo com o ASME, deve ser no máximo de três vezes a diferença de espessura. Pode ser dispensado quando a diferença for inferior a 3,0 mm ou 25% da chapa mais fina, o que for menor. Aços inoxidáveis Um aço poderá ser classificado como inoxidável, desde que contenha na sua composição química um mínimo de 12 % de cromo (Cr). Os aços inoxidáveis podem ser classificados dentro da estrutura granular nos seguintes tipos: austenítico, ferrítico, martensítico e estrutura composta. A estrutura metalográfica dos aços inoxidáveis é basicamente determinada por sua composição química, sobretudo pelos teores de carbono (C), cromo(Cr), níquel (Ni), molibdênio (Mo), etc., bem como pelos tratamentos térmicos e mecânicos aplicados. Nos aços inoxidáveis o carbono, a partir de um certo teor, torna o aço temperável e por este motivo são classificados como martensíticos; com teores mais baixos de carbono, o mesmo aço não é temperável, enquadrando-se portanto entre os aços ferríticos, como é o caso típico dos aço-cromo com o percentual de 13% a 18% de Cr. Os aços inoxidáveis com teores de carbono acima da faixa de 0,03% são mais propensos a sofrer corrosão intercristalina devido ao fenômeno de sensitização. O elemento cromo é a liga fundamental nos aços inoxidáveis. Adicionado em teores mínimos da ordem de 12%, sua função básica é a formação de uma película impermeável, que protege contra o ataque de agentes agressivos. O elemento níquel, depois do Cr é o mais importante, pois favorece ao aparecimento da austenita dando maior resistência a corrosão e ao calor. O elemento molibdênio é adicionado na composição dos aços inoxidáveis na faixa entre 2% e 4% e melhora ainda mais a resistência à corrosão e ao calor. 13� � 2.2 Sistema de agitação A agitação, segundo BROWN et al. (1963), citados por RAZUK(2006), consiste em produzir movimentos mais ou menos regulares no interior de fluidos, por meio de dispositivos mecânicos denominados sistemas de agitação. Constitui um processo importante porque, entre outras finalidades, favorece a transmissão de calor e mantém a temperatura constante e uniforme em todo o meio, quando se emprega o sistema de agitação apropriado para este fim. REY (1970), citados por RAZUK(2006), diz que a operação básica da agitação é a mais difícil de sujeitar-se a uma análise científica. Não existe uma fórmula verdadeira ou equação generalizada para pré-determinar a velocidade de um agitador sob determinadas condições. A agitação pode ser feita por impelidores de fluxo, como a recirculação por bombas; rotativos rápidos, como os navais, pás retas inclinadas e rotativos lentos, como as âncoras. As lâminas do agitador, segundo FOUST et al. (1982), citados por RAZUK(2006), podem assumir formas diferentes dependendo do serviço a ser realizado. O tanque pode possuir defletores de costado ou chapas metálicas (chicanas ou quebra-ondas) montadas verticalmente nas paredes, cujos efeitos principais são: promover maior ação de mistura e provocar a formação de uma superfície livre mais ou menos horizontal. Na ausência dos defletores, com o agitador centrado e a velocidades elevadas forma-se um redemoinho, em virtude da ação centrifuga sobre o líquido e da sua superfície livre que pode responder à força. Definem ainda, que a velocidade de fluxo criada em um tanque por um agitador tem três componentes: uma componente radial atuando na direção perpendicular ao eixo de rotação; uma componente longitudinal, atuando paralelamente ao eixo de rotação, e uma componente de rotação, que atua na direção tangencial ao circulo de rotação. Relatam também, que tanto a componente radial como a longitudinal contribuem efetivamente para a mistura, o que não acontece com a tangencial. Essa componente tangencial produz uma camada de fluxo em rotação ao redor do eixo, em geral, em escoamento laminar o que praticamente impede a movimentação longitudinal. O conteúdo do tanque gira somente, sem produzir quase nenhuma ação de mistura, podendo ocorrer outro inconveniente que é a separação de eventuais partículas sólidas por ação da força centrífuga. Operações de agitação são importantes em processos químicos, principalmente quando estão envolvidos reagentes e produtos em fases diferentes (sólido, líquido ou gás) ou líquidos 14� � imiscíveis. Na figura 10, são apresentados alguns tipos de agitadores utilizados nos diversos processos industriais. 2.2.1 Tipo de agitadores � � � Figura 10 - Formatos dos principais tipos de agitadores – Fonte Barcza (1991) A escolha do tipo de agitador, uso de chicanas, velocidade e outras características importantes estão relacionada, principalmente, com a viscosidade e estado físico de reagentes e produtos. A figura 11, mostra os efeitos obtidos em decorrência da escolha do tipo do agitador, posição, presença ou ausência de chicanas. Figura 11 - Linhas de fluxo provocadas pelos agitadores - Fonte Barcza (1991) Pá Torcida Pás retas inclinadas Pás curvas Turbina de pás curvas Âncora Hélice naval Vista Lateral Vista Fundo Chicana Hélice (com chicanas) Posição do agitador Vista Fundo Turbina (sem chicanas) Vista Lateral Vista Fundo Turbina (com chicanas) Chicana Nível do Líquido 15� � RAZUK (2006) descreve que os agitadores de pás inclinadas de maneira geral, possuem uma ação suave que, com frequência, deseja-se para a maioria das substâncias. São empregados em geral em fluxo longitudinal, radial e circunferêncial. Atendem a maioria das aplicações pelo fato de poderem trabalhar com líquidos de 1 a 100000 cP (de viscosidade), criando alta e baixa turbulência dependendo da velocidade de operação. O consumo de potência é de moderado a alto. São úteis para operações envolvendo líquidos miscíveis ou na preparação de dissoluções de produtos sólidos. Agitadores do tipo âncora são empregados para líquidos mais viscosos, a fim de promover maior transmissão de calor nas operações de aquecimento ou resfriamento em reatores e minimizar a formação de depósitos. Produzem somente fluxo tangencial, baixa turbulência e provocam alto consumo de potência. Agitadores navais giram em grande velocidade e produzem principalmente correntes longitudinais e rotatórias. Em função do seu pequeno diâmetro não são efetivos em tanques grandes. Produzem alta turbulência com baixo consumo de potência. Devido a predominância longitudinal das correntes de fluxo, as hélices navais devem ser montadas em eixos-árvores verticais descentrados em relação ao diâmetro do tanque e de preferência, formando um ângulo em relação a vertical. Podem ser colocados lateralmente, mas sem posicioná-los no centro. São mais efetivos na mistura de líquidos pouco viscosos (inferior a 3000 cP). Pelo fato de cortar e cisalhar o produto dispersam sólidos e preparam emulsões. Existem muitas variantes para o agitador de palhetas. Possuem fluxo tangencial, requerem mais energia que os navais e as turbinas. O comprimento, o número de palhetas e sua inclinação podem variar. As palhetas compridas são utilizadas para dissolução e dispersão. 2.2.2 Determinação de cálculo de agitação RAZUK (2006) descreve que o movimento da lâmina do agitador no fluido e o movimento resultante do fluido pelas paredes provocam um atrito característico e um arraste que dependem da velocidade de rotação e do modelo das lâminas e do tanque. Sabe-se que o coeficiente de resistência ou de arraste é função do número de Reynolds e indicado na equação (32): �_ � 8�abcd� 16� � e� W �f� g�� h�� � 8���� g� h��i� (32) e f� força aplicada ao fluido por unidade de área, vFP .� �� potência é igual ao produto da força pela velocidade de aplicação da força, representado na equação (33) g� e f�� � �5 f� (33) Como a área é proporcional a d2, obtém-se a equação (34). e f� � �5 �g� ���� (34) Na equação (35), a velocidade tangencial da ponta do agitador é proporcional a rotação. j��klmkmlnompqr�q��s� t (35) Substituindo (34) e (35) em (32), obtém-se a equação (36) 5� W �a�� �Y� h�� � 8���� a� h i� � (36) au` � 8�abcd� o coeficiente de arraste nos sistemas de agitação é conhecido como número de potência. NAGATA (1975), é um dos investigadores que tem estudado o consumo de potência em sistemas agitados. Pode-se notar que os resultados disponíveis apresentam algumas divergências em decorrência das inúmeras variáveis em jogo e dos dispositivos utilizados para a medida da potência. Um dos métodos mais empregados consiste na colocação de extensômetros elétricos no eixo-árvore do agitador. O sinal emitido é captado, amplificado e permite, através da análise das deformações e tensões, a determinação do torque. O autor indica a equação (37) válida para a região de fluxo laminar � au` � abcd� ���49���5 � �� �i� h v�� �� a�� �� � � w� a�� �� (37) 17� � Para a região turbulenta é dada pela equação (38) au` � � abcd� � x� ��"�� � "&�� abcdP&yy� �"�� � )&�� abcdP&yyz ��u (38) Onde as variáveis A, B e p são representadas pelas equações (39), (40) e (41) � "� � { �� �� L�':��� ��� �� � ��&'�� � "!+ (39) x � "�� (|}�� L�"&)� � ��� ��{ �� � ��&+�� � "&"� � �� �M (40) } � "&" � �{ �� � �&+�� �� � �&+�� � :� �{ �� �� (41) Conforme verificado experimentalmente por NAGATA (1975), o aumento na largura das pás do agitador provoca incremento na potência consumida, tão mais acentuada quanto maior a viscosidade do fluido. Este incremento tende a se estabilizar a partir de certo valor para a relação w/d, no entanto, para fluidos com viscosidade acima de 2000 cP a potência consumida passa a aumentar linearmente com a largura. Não há dúvida que quanto menor o ângulo de inclinação das pás com a horizontal, menor é a potência consumida. O efeito desta redução depende, em última análise, do número de Reynolds. Na medida em que ele decresce, menos significativa é a inclinação das pás na potência consumida. A altura definida pela superfície livre do líquido também sofre a mesma influência do número de Reynolds, isto é, passa a ser significativa na potência, a medida em que se avança no regime turbulento. RAZUK (2006) cita que considerando estas variáveis, a equação (38) fica modificada para (42): au` � � abcd� � x��"�� � "&�� abcdP&yy� �"�� � )&�� abcdP&yyz ��u�� $� ��P&�Y~���� �2(7F�U� (42) A posição do impelidor no tanque em relação a vertical, tem pouquíssima influência na potência consumida. Isto é, também o que se nota com a potência exigida por uma pá com determinada largura em comparação a duas pás, arbitrariamente separadas no eixo-árvore, com metade da largura de cada uma. RAZUK (2006) descreve que a colocação de chicanas promove um aumento considerável (5 a 15 vezes) na potência exigida pelo sistema agitado quando comparado a um 18� � tanque sem chicanas. A potência sobe quanto maior for a largura e o número de chicanas, chegando ao máximo na condição representada pela equação (43): ��� �� � �� � 7� � �&)+ (43) Quando o eixo-árvore do agitador é deslocado do centro de um tanque sem chicanas, a potência exigida aumenta gradualmente no início, depois sobe quase abruptamente e estabiliza-se em um valor máximo de até quatro vezes o inicial. Nesta condição, o eixo-árvore está a uma distância do centro de aproximadamente igual a metade do diâmetro das pás. BROWN et al (1963), mostram o consumo de energia para vinte e nove condições diferentes de agitação, expressando graficamente o número de potência em função do número de Reynolds. Ainda que o sistema empregado não seja exatamente o estudado pelos autores é possível avaliar a potência consumida. É preciso que ambos tenham entre si semelhança geométrica. A equação (44) empírica é sugerida embora seus resultados não sejam precisos. 5 � �\� h� L"� � �i�U� ] (44) a potência, em CV é expressa por unidade de volume (m³), a viscosidade em centipoise e o coeficiente Cm varia, desde 3,3.10-2 para agitação de elevado nível, até 3,3.10-3 para a de pouca intensidade. GARRISON (1981), mostra que a potência pode ser representada conforme a equação (45): 5 � h� �� �� (45) em que: � � a��a� �� (46) ������������������klmkmlnompqr���q����s�� t�� (47) Assim, a equação (45), pode ser reescrita conforme a equação (48): 5 � au`� h� a�� �Y (48) O número de potência é determinado experimentalmente para várias geometrias. O número de bombeamento ou de agitação (Nq) é a eficiência que afeta a capacidade efetiva do agitador ou seu deslocamento volumétrico(Q). Seu valor, que depende da relação entre os diâmetros do impelidor e do tanque, tende a ficar constante na região de fluxo turbulento. Conhecendo como Npo e Nq se comportam e como a potência se relaciona com a rotação e o diâmetro, pode-se avaliar o efeito de mudanças nestas duas variáveis, para o mesmo torque, através da equação (48) e com o auxílio da (49). 19� � 5� � 5 � �au`� au` � �� �a� a � � (49) Para o mesmo tipo de impelidor, a relação entre os números de potência pode assumir a unidade. Percebe-se que é possível diminuir a potência reduzindo a rotação e aumentando o diâmetro das pás. No entanto, deve-se lembrar, que um motor com maior número de pólos ou uma transmissão com maior redução são mais caros. 2.2.3 Nível de agitação RAZUK (2006) cita que até alguns anos atrás, a intensidade de agitação era dividida em três ou quatro categorias: fraca ou débil, moderada ou média, vigorosa ou grande e violenta ou muito grande. � FRACA - significava baixa turbulência, cuja superfície apresenta-se praticamente estagnada ou com lento movimento circular; � MODERADA - a superfície do líquido apresenta intensa movimentação, mas sem redemoinhos ou borbulhamentos, isto é, alto grau de turbulência na parte inferior do tanque; � VIGOROSA - compreende alto grau de turbulência em todos os pontos do líquido, sendo que na superfície aparecerão redemoinhos e borbulhamentos; � VIOLENTA - onde se tem todas as condições de agitação vigorosa mais a tendência à formação de vórtices. Outro critério para definir o nível ou a intensidade de agitação é reportar-se a determinada potência transferida por unidade de volume de fluido. Este é um critério relativo, pois, dois agitadores consumindo a mesma potência, podem ter o nível de agitação distinto. Para quantificar objetivamente o grau de agitação, RAZUK (1992) fixou a velocidade média imprimida aos fluidos pelas pás, na faixa de 1,8 a 18,3 m/min. Uma escala de 1 a 10 foi, então estabelecida para cobrir essa faixa. Desta forma, o nível de agitação (NA) fica definido através da divisão da velocidade média do fluido por 1,8, como aplicado no Tabela 6. 20� � Tabela 6 - Níveis de agitação BAIXO MÉDIO ALTO NA Velocidade do fluido (m/min) NA Velocidade do fluido (m/min) NA Velocidade do fluido (m/min) 1 1,8 3 5,4 7 12,6 2 3,6 4 7,2 8 14,4 5 9,0 9 16,2 6 10,8 10 18,3 Os níveis 1 e 2 são utilizados nas aplicações que requerem menor movimentação do produto, os níveis de 3 a 6 são utilizados na maior parte das aplicações industriais e os níveis de 7 a 10 são os processos que necessitam de alta velocidade. Para a determinação do nível de agitação são fatores importantes no estabelecimento do melhor sistema: a densidade específica, a viscosidade do produto na temperatura de operação e a própria geometria do tanque. Para tanque alto é necessário um elemento impulsor para cada diâmetro de altura do recipiente. A posição da hélice é de fundamental importância nas operações do equipamento, pois, influi na formação de vórtices ou na aspiração de ar para o produto. O vórtice pode se formar, dependendo das condições de rotação e potência, quando a hélice está colocada no centro de um tanque sem chicanas ou quando aparece muito perto da superfície, livre do líquido. Deslocar o agitador para fora do centro do tanque é uma das maneiras de se evitar a formação de vórtices. 2.3 Formas de transmissão de calor A literatura define a transmissão de calor como sendo a transferência de energia de uma região para outra em decorrência de uma diferença de temperatura entre elas. Reconhece como formas de transmissão de calor a condução, a radiação e convecção, podendo ocorrer um mecanismo combinado entre dois ou mais processos. A condução é definida por KREITH (1977), como sendo o processo pelo qual o calor flui de uma região de alta temperatura para outra de baixa, dentro de um meio sólido, ou entre 21� � meios diferentes em contato físico direto. A transferência de energia pode ocorrer pelo impacto elástico (como nos fluidos) entre moléculas de diferentes energias cinéticas, portanto de diferentes temperaturas; ou por difusão de elétrons de movimento rápido das regiões de alta para as de baixa temperatura (como nos metais). KREITH (1977) cita, ainda, que a relação básica para a transmissão de calor por condução é o postulado de Fourier, que estabelece: “ A quantidade infinitesimal de calor �q, que no tempo dt, passa através da superfície ds, é proporcional a esta superfície, ao tempo, ao gradiente térmico ( dxdt ) e a um coeficiente k, característico da matéria da qual o corpo é constituído”. Para escrever a equação da condução de calor em forma matemática, deve-se adotar uma convenção de sinais. Especificando que a direção de aumento da distância x deve ser a direção de fluxo de calor positivo. Assim, como, pela segunda lei da termodinâmica, o calor automaticamente fluirá dos pontos de temperatura mais alta para os de mais baixa, o fluxo de calor será positivo quando o gradiente de temperatura for negativo. Assim sendo, a equação elementar para a condução unidimensional no regime permanente é representado pela equação (50): �� � � V� � ��� � �K�� (50) O coeficiente k é denominado condutibilidade térmica e segundo KERN (1980), sofre influência principalmente da temperatura, cuja variação pode ser expressa pela relação linear simples representada pela equação (51): � � �P � �� (51) onde ko é a condutibilidade a 0°C e � é uma constante que designa a variação da condutibilidade por grau de variação de temperatura, característica do material. KREITH (1977), define a convecção como um processo de transporte de energia pela ação combinada da condução de calor, armazenamento de energia e movimento de mistura. Diz que, a importância da convecção está na transferência de energia entre uma superfície sólida e um líquido ou um gás. Esclarece também, que o calor fluirá por condução da superfície para as partículas adjacentes do fluido. Em conseqüência, aumentará a temperatura e a energia interna dessas partículas, as quais, ao se moverem para uma região de menor temperatura promoverão a mistura e a transferência de energia. A velocidade e turbulência do fluido influenciam diretamente na rapidez da transferência de energia auxiliada pelas correntes de mistura, tornando o mecanismo da condução menos importante. 22� � Afirma ainda que, para transmitir calor por convecção através de um fluido, a uma dada razão, é necessário um maior gradiente de temperatura numa região de baixa velocidade do que numa região de alta velocidade. Entretanto, quando um fluido escoa ao longo de uma superfície, seja o escoamento laminar ou turbulento, as partículas são desaceleradas em virtude das forças viscosas. O resultado, segundo ARAUJO (1982), é a formação de uma película fina do fluido de espessura variável, sendo tão mais espessa e relativamente estagnada, quanto menor for a velocidade do fluido. Tal película chamada de filme ou camada limite, assume dimensões e comportamentos diferentes ligados a uma série de fatores relativos à superfície - como posição, acabamento e forma; ao fluido como massa especifica - calor específico, viscosidade e condutibilidade térmica; além da diferença de temperatura entre a superfície e o fluido. A influência da camada de fluido quase estacionária sobre a quantidade de calor transmitido é a de uma parede isolante ou de uma condução de baixo rendimento. Define assim, o calor transmitido por unidade de tempo, por convecção entre uma superfície e um fluido, por meio da equação (52): � � -� � �� (52) cujo o coeficiente h, denominado coeficiente de condutância de filme ou simplesmente coeficiente de película, é capaz de exprimir a influência da camada limite na transmissão de calor. Na convecção livre ou natural, ainda segundo ARAUJO (1982), o coeficiente de película pode ser calculado pela equação (53): - � �� � �� � �D� ��� ���\ (53) e são introduzidas as constantes C, L e a relacionadas com a forma, posição e dimensão da superfície e as propriedades físicas do fluido contactante, respectivamente. Na prática, o coeficiente de película pode ser calculado através do adimensional número de Nusselt pela equação (54): - � a�� � �� (54) Duas importantes propriedades físicas do fluído, conceituadas por HOLMAN (1983), a viscosidade cinemática (�) e a difusividade térmica (�), relacionam-se através do número de Prandtl pela equação (55): a�� � � D� � 3�� i �� (55) 23� � As soluções analíticas para os problemas de convecção nem sempre podem ser obtidas e nestes casos, segundo HOLMAN (1983), deve-se recorrer aos métodos experimentais. Quando existe uma solução analítica para um problema semelhante e, portanto a função é conhecida, os dados experimentais são usados para a determinação das constantes ou expoentes de certos parâmetros significativos como os números de Reynolds e Prandtl. Caso contrário, deve ser utilizada a intuição aliada à compreensão física do problema e apontar as vantagens óbvias da utilização de toda e qualquer informação que for disponível. KREITH (1977), KERN(1980) e HOLMAN (1983), descrevem a radiação como um processo de transmissão de calor que envolve mecanismos complexos, definida de uma maneira geral, como a energia transmitida na forma de ondas eletromagnéticas por uma fonte quente. Analisaram também, as equações de transmissão de calor por radiação levando em consideração as temperaturas envolvidas, as emissividades, (que são adimensionais que sofrem influência, do comprimento de onda, da temperatura e das condições da superfície ) e a disposição geométrica dos corpos. Para o cálculo da energia de radiação perdida por um objeto quente no interior de um ambiente grande, estes autores indicam a equação (56); � � �� � �� ���� � ���� (56) Como os problemas de transferência de calor por radiação estão muitas vezes relacionados com o fenômeno da convecção, HOLMAN (1983), cita a conveniência de considerar ambos os processos numa mesma base, definindo um coeficiente de transferência por radiação, hr, e um de convecção, h. O calor total transferido, sendo dado pela equação (57), que representa a soma da radiação e convecção: � � �- � -��� � ��� � ��� (57) cujo o coeficiente hr é calculado em função das temperaturas, geometria e das emissividades dos corpos envolvidos. 2.3.1 Sistema de transmissão de calor em tanques RAZUK (2006), cita que a transferência de calor em tanques, operando em bateladas, depende do sistema de agitação e do tipo de jaqueta adotados. A jaqueta oferece um ótimo método de aquecimento ou resfriamento em vasos de processo, em termos de controle e qualidade do produto. 24� � O uso da jaqueta como meio de transferência de calor possibilita usufruir muitas vantagens: a) Qualquer fluido de aquecimento ou refrigeração pode ser usado; b) Permite o controle da vazão, temperatura e velocidade do meio, que propicia a troca de calor com o produto; c) A jaqueta pode frequentemente, ser fabricada com material mais barato que o utilizado na confecção do tanque propriamente dito; d) A contaminação, problemas de limpeza e manutenção são virtualmente eliminados. Em geral, a troca de calor ocorre como parte do processamento requerido pelo produto, tais como a suspensão e dissolução de sólidos, dispersão de gás ou a mistura de líquidos miscíveis ou imicíveis entre si. Nestes casos, o tipo, tamanho, localização e rotação do agitador são estabelecidas para atender as exigências do processo de mistura. Em outras situações, no entanto, o impelidor e o nível de agitação são determinados em decorrência das necessidades de troca de calor. Quando o processamento é controlado pela troca térmica, variáveis como diferença de temperatura média logarítmica, coeficiente global e superfície de transferência de calor, predominam sobre aquelas ligadas à mistura. A agitação pode afetar apenas a resistência convectiva interna, que é uma das inúmeras resistências inseridas no coeficiente global. Estas operações de aquecimento e resfriamento oferecem dificuldades adicionais de análise, pois as propriedades densidade, viscosidade, condutibilidade térmica, calor específico, dentre outros variam durante seu processamento. 2.3.2 A jaqueta convencional e a serpentina meia-cana Dois são os principais tipos de jaquetas: a convencional (camisa) e a serpentina meia- cana, descreve RAZUK (2006). A jaqueta convencional, camisa ou serpentina integral, ilustrada na figura 12, é uma parede extra ao redor da parte ou de todo o tanque. O espaço anular é preenchido com difusores de costado com a finalidade de direcionar o fluido de aquecimento ou resfriamento a ocupar toda a superfície de troca de calor disponível e servir de reforço para o costado interno submetido à pressão externa. 25� � Figura 12 - Jaqueta convencional ou camisa em três zonas: duas no costado e uma no fundo O projeto da serpentina meia-cana, soldada ao costado do tanque, permite obter do fluido de aquecimento ou refrigeração, boa velocidade e turbulência, o que implica em alto coeficiente de filme ou baixa resistência térmica convectiva. Além do mais, sua construção faz com que o tanque tenha rigidez estrutural, possibilitando a redução na espessura da chapa do costado - uma forma de economia principalmente se o tanque for construído com aço inoxidável. Como indicado na figura 13, a serpentina meia-cana pode ser dividida em múltiplas zonas. Não existem limitações para o número e a localização das conexões de entrada e saída do fluido que circula por ela. Primeiro, dar-se-á, o processamento de batelada de diferentes volumes no mesmo tanque; segundo, a redução da perda de carga através da superfície de troca de calor. Esta divisão em zonas é particularmente interessante no uso do vapor d´água, pois minimiza a formação de condensado ou fluxo de duas fases. � Figura 13 - Tanque dotado de serpentina meia-cana no costado e fundo� 26� � Para a máxima transferência de calor, o espaço entre as serpentinas é de 20 mm. No entanto, se o coeficiente do filme do lado do produto for baixo ou se o costado tiver disponibilidade, o passo da serpentina pode ser aumentado para facilitar a construção sem significativa perda da superfície de troca de calor. Neste espaço entre as serpentinas, existe transferência de calor por condução. Uma comparação entre as duas opções permite afirmar: - se a pressão externa é fator determinante no estabelecimento da espessura da chapa do costado do tanque, a serpentina meia-cana é muito mais econômica do que a camisa; - a serpentina meia-cana exige mais solda e mão de obra; - para tanques pequenos – com capacidade inferior a 1500 litros – é viável o emprego da jaqueta convencional do que a meia-cana. 2.3.3 Opção de aquecimento na jaqueta, vapor saturado ou água quente. �O uso da água quente circulando pela jaqueta elimina alguns problemas associados ao uso do vapor: - a temperatura pode ser melhor controlada; - o fluxo de calor é distribuído ao produto de maneira uniforme, evitando o aparecimento de “pontos quentes”, que podem queimá-lo e, consequentemente comprometer a batelada; - o sistema pode ser programado para aquecer, manter a temperatura e resfriar o produto sem interrupção do processo; - o reator é gradualmente aquecido e resfriado eliminando a possibilidade de um impacto térmico. A água quente requerida pela jaqueta pode ser obtida, indiretamente, através de um trocador de calor projetado para aproveitar o calor latente do vapor, ou seja, aproximadamente 83% da energia total disponível no vapor. O calor sensível (17% do total) é eliminado, via purgador, no condensado. O vapor pode ser injetado diretamente no circuito da água pela jaqueta. Neste caso, tanto o calor latente como o sensível são aproveitados gerando uma economia significativa de combustível na caldeira em relação ao uso do trocador de calor. 27� � 2.3.4 Coeficiente global de troca de calor RAZUK (2006) cita que coeficiente global (U), é determinado a partir de uma série de cinco resistências impostas ao fluxo de calor: duas convectivas �� � � �� � ih 1 e � � � � � � � fh 1 , uma condutiva �(�� �� � e duas relacionadas as incrustações �iff e �fff dado pela equação (58). " �� � " -^� � 88̂ � (�� �� � 88� � " -�� (58) A equação (58) é válida na situação em que o diâmetro do tanque é muito grande quando comparado com a espessura de sua parede, isto é, a resistência condutiva do tanque é desprezada. 2.3.5 Operação contínua ou em bateladas Quando o tanque e sua jaqueta ou a serpentina são operados continuamente sob condições isotérmicas, a equação (59) pode ser aplicada diretamente para o cálculo da quantidade de calor trocada (q), através da área (A) e por conta da diferença de temperatura (�t): � � �� � �V (59) No entanto, quando o fluido que circula pela jaqueta apresenta uma diferença de temperatura entre a entrada e a saída, a equação (60) deve ser usada: � � �� � �t� (60) em que �t� é a diferença de temperatura média logarítmica entre o produto no interior do reator e a temperatura média do fluido pela jaqueta. Conforme KERN (1980), no caso de operação em bateladas, com o produto massa (m) e calor específico (cP) inicialmente a temperatura (ti) depois de (�) horas, a temperatura (t2), as equações (61) e (62) são usadas para o aquecimento e o resfriamento, respectivamente: 67 �V � V � �V � V��� � ���� � �,� 3u��� � F (61) 28� � 67 �V XV� �V� � V�� � ���� � �,� 3u��� � F (62) Quando a temperatura (t) do fluido pela jaqueta não é constante essas equações podem ser usadas se a diferença entre as temperaturas de entrada e saída for menor que 10% comparada com a diferença média logarítmica entre a temperatura média da jaqueta e a temperatura do produto. Caso contrário, são recomendadas as equações, (63) para o aquecimento e (64) para o resfriamento: rp��V � V � �V � V��� � �� � �� �,� 3u�� ���� � "� �� �� F (63) 67 �V � V� �V� � V�� � �� � �� �,� 3u�� ���� � "� �� �� F (64) em que � � (���_� ����¡�� e (W) e (cj), vazão e o calor específico do fluido que circula pela jaqueta. O coeficiente global de transferência de calor em um tanque dotado de agitação e jaqueta pode ser determinado através da equação de balanço de energia e correlações empíricas. Com a agitação pode-se pressupor que as propriedades físicas do produto, como a temperatura, o calor especifico e a viscosidade são uniformes em todo o volume ocupado. É importante observar também que estes reatores são normalmente operados com a superfície interna limpa no início de cada batelada, portanto a resistência oferecida pela incrustação do lado do produto é ignorada. Deve aparecer na equação uma parcela referente a resistência térmica oferecida pelo depósito incrustante do lado do fluido que circula pela jaqueta ( ffj ), conforme equação (66): ¢#J � " -^� � " -�� � 88� (65) 2.3.6 Coeficiente de película gerada pelo fluido que circula na jaqueta RAZUK (2007), indica para o cálculo do coeficiente de película (hj) para jaquetas sem defletores, as correlação de Dittus – Boelter. Ela relaciona o Número de Nusselt (NNu) com os Números de Reynolds (NRey > 10000) e Prandtl (NPr<700) representada pela equação (67): 29� � a�� � � �abcd�P&££� �a���¤� � ¥¥¦�P& � (67) Onde A1 é uma constante que vale 0,0243 para o aquecimento e 0,0265 para o resfriamento O expoente (b) é igual: 0,4 para o aquecimento e 0,3 para o resfriamento Sendo a�� � i� 3u �� ���(��a�� � -��§¨ �� w a viscosidade do fluido na temperatura da parede; De o diâmetro equivalente $c � �� �  c� Aj área da seção transversal da jaqueta [ passo dos defletores (p) x largura da jaqueta (l)]; We perímetro molhado da jaqueta  c � �� 6 � �� } ; , �, cp e k a viscosidade, a densidade, o calor específico e a condutibilidade térmica do fluido que circula pela jaqueta na sua temperatura média. A equação (67), pode ser assim reescrita: -� � ��� $c� �� �$c� ©� h ª� ��R� �i� 3u �� �¤� �i i�� �P& � (68) em que é a velocidade de escoamento do fluido pela jaqueta. Já BONDY, F. e LIPPA, S.(1983), indicaram a equação (69) de Sieder-Tate para jaquetas com defletores em espiral, válida para NRey> 10000: -� � ��&��:� � $c� �� �abcd�P&£� �a���P&��� �i i�� �P& �� L" � )&+� �$c $�� �M (69) para a jaqueta de seção retangular o diâmetro equivalente é $c � �� 6 e Dc, seu diâmetro médio. A velocidade de escoamento na jaqueta é calculada considerando que apenas 60% da vazão circula pela sua seção transversal (l.p). Para 2100 104), em tanque com jaquetas sem defletores de costado e (H/D) entre 0,5 e 1,5 obtiveram a equação (87): a�� � �&��� �abcd�P&y²� �a���P&��� �i i�� �P& �� L"&+"� �( #� �� � �&)"'� �( #� � � " (87) Para o impelidor naval, a equação (88): a�� � �&�":� �abcd�P&y²� �a���P&��� �i i�� �P& �� L"&'�!� �( #� �� � �&"!'� �( #� � � "M (88) Onde: e é a excentricidade do eixo do impelidor em relação ao centro do reator e R é o raio interno do reator Em relação aos resultados experimentais, as expressões (87) e (88) apresentaram um erro de aproximadamente 9%. KAREZ e CUDAK (2002), também demonstraram que, independentemente do tipo de impelidor, a transferência de calor é mais efetiva quando ele está deslocado do centro do tanque e gerando correntes longitudinais ascendentes. Por outro lado, o número de potência (NPo) depende fortemente com o aumento do valor da relação (e/R). Modificam, então, o número de Reynolds (NReyP/V), introduzindo a energia de agitação (P/Vu) requerida para determinado fluxo específico de calor (q/Vu). Para uma potência (P) e um volume útil (Vu) indicado pela equação (89): abcd��µ � ��5 ��� �� ��� h�� i�� (89) A correlação (90) foi apresentada para a troca de calor em tanques com jaqueta e impelidor de alta eficiência com três pás: a�� � �&".:� � �� �P&��� � �µ¶ � ��� h� i�z �P&�� � �a���P&��� �i i�� �P& �� 8 � �� �� �� 8�� �( #� � (90) Onde 8 � �� �� �� 8�� �( #� � � L��&�""� �� �� �� � �&��)� �� �� � � "M� L"&�:'� �( #� �� � �&".+� �( #� � � "M (91) Os mesmos autores propuzeram para o impelidor naval a equação (92): a�� � �&��+� � �� �P&��� � �µ¶ � ��� h� i�z �P&�� � �a���P&��� �i i�� �P& �� 8 � �� �� �� 8�� �( #� � (92) sendo: 8 � �·K� � 8�� �cb� � ¸��&�.� "�X�� �·K� � � �&"):� �·K� � "¹ � L"&.'!� �cb� � � �&�''� �cb� � "M (93) 34� � As equações (90) e (92) apresentaram, em relação ao resultados experimentais, um erro de 5,5 e de 4%, respectivamente. Para ambas, a melhor situação aconteceu quando Re .53,0� e .1� T H KAREZ e CUDAK, (2006), mostram a equação genérica (94): a�� � �� � �� �P&��� � �µ¶ � ��� h� i�z �P&�� � �a���P&��� �i i�� �P& � (94) sendo: � � �P� � �( #� � (95) e � �( #� � � *£� �( #� ��� *Q� �( #� � � " (96) As constantes das equações (95) e (96) estão indicadas no quadro 8, particularmente para os impelidores Rushton e o de seis pás inclinadas a 45° gerando fluxo ascendente. Tabela 8 - Constantes do impelidor Rushton e seis pás inclinadas a 45° Tipo do Impelidor Ko a8 a9 Rushton 0,258 0,232 - 0,048 Seis pás inclinadas a 45° 0,302 1,904 -1,268 Fonte: Karez, J.; Cudak, M. (2006) 35� � Capítulo 3 3. Materiais e métodos Com o objetivo de analisar o melhor resultado para o coeficiente global de troca de calor, através do aquecimento do xarope de açúcar cristal simples, utilizou-se três diferentes tanques e diâmetros de impelidores. Procurou-se verificar a influência dos fatores geométricos, das condições de escoamento do vapor e do emprego de sistemas de agitação sobre a área de troca de calor, intimamente relacionada com os coeficientes de transmissão. Para isso, adotou-se a metodologia que segue abaixo: 1. Obtenção, na literatura, das propriedades físicas: calor específico, viscosidade, condutibilidade térmica e massa específica da água e do xarope e das propriedades termodinâmicas do vapor d’água, que influenciam direta ou indiretamente o coeficiente de película e o balanço de energia do sistema térmico; 2. Obtenção, na literatura, de expressões que determinam o coeficiente de película gerado pelo fluido de aquecimento e pelo produto no interior do tanque (reator); 3. Para determinação do sistema de agitação utilizou-se o programa Geopack. 3.1 Propriedades físicas dos fluidos A obtenção das propriedades físicas dos fluidos que foram utilizados para o desenvolvimento da metodologia, foram subtraídas de literaturas específicas tais como: PANCOAST (1980), VAN WYLEN (2003), KREITH (1977) e mostrados nos Tabelas 9, 10 e 11. O calor específico do xarope de açúcar cristal simples utilizado na indústria de alimentos para uma concentração de 60 °Brix. 36� � Tabela 9 - Viscosidade, calor específico e condutibilidade térmica do xarope de açúcar cristal simples em função da temperatura (� = 1300 kg/m³ e 60° Brix)� Fontes: Pancoast (1980) Tabela 10 - Propriedades físicas da água� Fonte: Kreith (1977) t(°C) (N.s/m²) 3u (W/kg.K) k (W/mK) 0 0,238 2,678 0,383 10 0,110 2,720 0,394 20 0,057 2,761 0,405 30 0,034 2,803 0,415 40 0,021 2,845 0,419 50 0,014 2,887 0,434 60 0,010 2,971 0,441 70 0,007 3,012 0,449 80 0,005 3,054 0,455 t (°C) hº (kg/m³) L x 10³ (N.s/m²) kL (W/m.K) 30 994,8 0,345 0,621 40 993,2 0,308 0,630 50 993,2 0,308 0,630 60 980,4 0,196 0,665 70 980,4 0,196 0,665 80 980,4 0,196 0,665 90 962,8 0,138 0,682 100 962,8 0,138 0,682 37� � Tabela 11 - Propriedades termodinâmicas do vapor d´água � Pressão manometrica de vapor (bar) 1 2 3 4 5 6 7 10 Título do vapor (%) 95 95 95 95 95 95 95 95 Temperatura saturação ( ºC) 120,23 133,35 143,63 151,86 158,85 164,97 170,43 184,09 Volume especifico do vapor (m³/kg) 0,8857 0,6058 0,4625 0,3749 0,3157 0,2729 0,2404 0,1775 Volume especifico do liquido (m³/kg) 0,0011 0,0011 0,0011 0,0011 0,0011 0,0011 0,0011 0,0011 Calor Latente (kcal/kg) 525,91 516,84 509,65 503,61 498,30 493,53 489,16 477,79 hlv (kcal/kg) 499,64 491,00 484,17 478,43 473,39 468,85 464,70 453,90 Fonte: Van Wylen/Sonntag (2003) � 38� � 3.2 Programa Geopack As figuras 14, 15 e 16 mostram a sequência de cálculo da geometria dos tanques e opções de cálculo de agitação. agitação. � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Figura 14 - Sequência do cálculo da geometria de tanques ����� ������ � ��� 39� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � Figura 15 - Planilha final do cálculo da geometria do tanque � � 40� � 3.3 Avaliação da geometria dos tanques � � � Figura 16 - Opções de cálculo de agitação � � � � � 41� � Definiu-se o volume útil do tanque em 10000 litros por ser um volume empregado nas indústrias de alimentos. Os tampos toroesféricos têm raio de concordância de 6% por ter custo menor. Os tanques estudados não são pressurizados e sua geometria é definida a partir de três relações T/H dos tanques (0,8; 1,0 e 1,2). Calculou-se os volumes para cada tanque, obedecendo à relação T/H e determinou-se o melhor aproveitamento de chapa. Para a determinação da potência utilizou-se o programa Geopack, fixando para todos os tanques, a posição descentralizada, número de impelidores, nível de agitação, diâmetro das pás e velocidade média do produto. 3.4 Estudo dos coeficientes de películas e área de transmissão de calor em um reator industrial Para todas as situações foram fixados o NA variando a relação d/T (0,2, 0,4 e 0,7), trabalhando na rotação em se que manteve o NA = 4 e a viscosidade média do líquido na temperatura média de 50°C. Foi utilizada a equação (83), com a finalidade de determinar o coeficiente de película interno. Para determinação do coeficiente de película externa utilizou-se a expressão (79) para serpentinas meia-cana e vapor saturado. A equação (52) para a determinação do coeficiente global de troca foi empregada considerando a ausência de incrustações e considerado o termo de condução da parede do tanque desprezível. Para a determinação do tempo de aquecimento utilizou-se a equação (61) que considera a média logarítmica das temperaturas da jaqueta e do produto. 42� � Capítulo 4 4. Resultados e discussões Com objetivo de facilitar a compreensão da análise, optou-se em subdividir os resultados e discussões nos itens: 4.1 Avaliação da influência da relação (T/H) no aproveitamento das chapas e na área disponível para aquecimento. A Tabela 12 mostra a determinação do diâmetro e altura do costado obedecendo às relações T/H em função dos resultados calculou-se o aproveitamento das chapas e consequentemente, qual tanque possui a melhor taxa de aproveitamento de chapa. Tabela 12 - Dimensionais dos tanques em estudo Parâmetros 1 2 3 T/H = 0,8 T/H = 1 T/H = 1,2 Diâmetro Interno [mm] 2146,1 2297,3 2426,3 Diâmetro Externo [mm] 2158,0 2305,3 2435,8 Altura Cilíndrica [mm] 2682,6 2297,3 2021,9 Altura do Costado [mm] 2652,6 2267,3 1991,9 Cota LTI superf. Livre [mm] 2419 2067 1815 Seções do costado 1ª. 2ª. 3ª. 1ª. 2ª. 1ª. 2ª. Altura [mm] 1000 1000 652,6 1267 1000 1000 991 Espessura [mm] 4 4 4 4 4 4 4 Tampos (superior e inferior) Espessura [mm] 4,0 4,0 4,8 Altura da parte reta [mm] 15,0 15,0 15,0 Ø disco planificado [mm] 2374 2537 2678 Altura Total [mm] 378 404,0 426 Área [m²] 4,4 5,1 5,7 Quantidade efetiva de chapa utilizada no corpo do tanque Tampo superior [kg] 140,2 160,2 212,3 Costado [kg] 567,6 519,3 573,5 Tampo inferior [kg] 140,2 160,2 212,3 Peso do tanque vazio [kg] 848,1 839,7 998,2 Volume real [l] 9545 9541 9542 Volume total [l] 11297 11472 11647 Área de troca de calor [m²] 18,1 16,6 15,4 Total de chapa bruta [m²] 32 32 30 Total de chapa líquida [m²] 28 27 26 Taxa aproveitamento [%] 88 85 87 43� � � Figura 17 - Dimensões principais dos tanques � � 44� � 4.2 Estudo da agitação, potência consumida e determinação do coeficiente de película interno. Através do programa Geopack determinou-se a rotação dos impelidores, a capacidade de deslocamento volumétrico e a potência do acionamento mantendo-se constante para todos os tanques a geometria e o número dos impelidores , nível de agitação e a velocidade média do produto no tanque. Realizou-se um estudo sobre o coeficiente de película interna para todos os tanques, com três condições de diâmetro de impelidor d/T (0,2, 0,4 e 0,7), aplicado na equação (84), com temperatura média de aquecimento de 50°. Os resultados estão na Tabela 13 e a comparação destes nas figuras 18, 19 e 20. Tabela 13 - Resultados obtidos para sistema de agitação e coeficiente de película interno � TANQUE 1 2 3 T/H 0,8 1,0 1,2 Impelidor (d/T) 0,20 0,40 0,70 0,20 0,40 0,70 0,20 0,40 0,70 Rotação (rpm) 353 62 15,4 327 58 14,3 311 55 13,5 Nível de agitação 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 4,0 Velocidade produto (m/min) 7,39 7,34 7,38 7,32 7,36 7,35 7,36 7,36 7,33 Capacidade efetiva (m³/min) 26,72 26,55 26,74 30,33 30,51 30,46 34,02 34,03 33,87 Potencia (kW) 10,54 1,83 0,46 11,75 2,11 0,52 13,31 2,36 0,57 Coeficiente de película interno (hi) 897 708 589 871 693 574 859 681 563 45� � � Figura 18 - Potência (kW) x relação d/T O decréscimo da potência com o aumento do diâmetro do impelidor é devido a diminuição da rotação obtido através da equação (46); substituindo a rotação N na equação (48) e deixando tudo em função de d tem-se 5 � �au` »¼�� �� a�� ��. � Figura 19 - Rotação do impelidor (rpm) x relação d/T 0 2 4 6 8 10 12 14 0,2 0,4 0,7 Po te nc ia d e ac io na m en to (k W ) Relação d/T Tanque 1 T/H = 0,8 Tanque 2T/H = 1,0 Tanque 3T/H = 1,2 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0,2 0,4 0,7 R ot aç ão i m pe lid or (R PM ) Relação d/T Tanque 1 T/H = 0,8 Tanque 2 T/H = 1,0 Tanque 3 T/H = 1,2 46� � O decréscimo da rotação do impelidor é mostrado pela equação (46),��a � � �»½� a¾�� .� � Figura 20 - Coeficiente de película interno x relação d/T O decréscimo do coeficiente de película interno é devido a queda de rotação do impelidor e substituindo N da equação (46) na equação (83) tem-se, -^ � �&)'� � �� � ��� h �i� a�� »� �P&y²� �i� 3u �� �P&��� �i i�� �P& � .� � 4.2.1 Determinação do coeficiente de película externo (fluido de aquecimento) Para determinação do coeficiente de película externo utilizou-se a equação (79) para serpentinas meia-cana e vapor saturado, fixando as pressões em 5 e 10 bar. Determinou-se para cada temperatura, o valor do coeficiente de película externo (hj) determinada na Tabela 14. 500 550 600 650 700 750 800 850 900 950 1000 0,2 0,4 0,7 C oe fic ie nt e de p el ic ul a in te rn o (k ca l/m ²h °C ) Relação d/T Tanque 1 T/H = 0,8 Tanque 2 T/H = 1,0 Tanque 3T/H = 1,2 47� � Tabela 14 - Determinação do coeficiente de película externo para pressões de 5 e 10 bar� t(°C) do Produto hj L ¿�_­\[�À�E�M Pressão (bar) 5 10 20 4046,77 3840,69 30 4123,10 3901,54 40 4207,22 3967,54 50 4300,68 4039,53 60 4405,55 4118,56 70 4524,60 4205,99 80 4661,70 4303,56 4.2.2 Determinação do coeficiente global de troca de calor Utilizou-se a equação (58) para a determinação do coeficiente global de troca, considerando ausência de incrustações e o termo de condução da parede do tanque desprezível. Determinou-se o coeficiente global de troca de calor para todas as situações aplicadas (três tanques e três diâmetros dos impelidores) e compondo-se com o coeficiente de película externo para a temperatura média (T = 50°C), mostrados na tabela 14. Analisou-se os resultados da expressão através das curvas representadas na figura 21. Tabela 15 - Determinação do coeficiente global de troca de calor Tanque 1 2 3 Impelidor d/T 0,2 0,4 0,7 0,2 0,4 07 0,2 0,4 0,7 d (mm) 429 858 1502 459 919 1608 485 970 1698 U L �3*6 ,[� -� E�M Pressão = 5 (bar) 742 608 518 724 597 506 716 588 498 Pressão = 10 (bar) 734 602 514 717 592 503 708 583 494 48� � � Figura 21 - Comparação do coeficiente global x relação d/T e variação da pressão de vapor Verificou-se que o coeficiente global de troca é maior à medida que a relação d/T diminui. Seguindo a mesma proporção do coeficiente de película interno. Mostra-se que, quanto menor o diâmetro do impelidor maior é a sua rotação para NA = 4, provocando uma maior é a troca térmica, demonstrado pelas equações. 4.2.3 Determinação da área de troca de calor para o tempo de 1 hora de aquecimento Para a determinação da área necessária de aquecimento utilizou-se a equação (62), que considera a média logarítmica das temperaturas da jaqueta e do produto, considerando o tempo de aquecimento de 1 hora para elevar a temperatura de 20 à 80°C, demonstrado na tabela 16 e comparado na figura 22. 450 500 550 600 650 700 750 800 0,2 0,4 0,7 C oe fic ie nt e gl ob al d e tr oc a de c al or (k ca l/m ².h .°C ) Relação d/T Tanque 1 - 5 bar Tanque 2 - 5 bar Tanque 3 - 5 bar Tanque 1 - 10 bar Tanque 2 - 10 bar Tanque 3 - 10 bar 49� � Tabela 16 - Área (m²) necessária para aquecimento Tanque 1 2 3 Impelidor (d/T) Pressão (bar) 5 10 5 10 5 10 0,2 6,74 5,48 6,91 5,62 6,99 5,68 0,4 8,23 6,68 8,38 6,80 8,51 6,90 0,7 9,66 7,83 9,88 8,01 10,05 8,14 � Figura 22 - Área de aquecimento x relação d/T com variação de pressão Verificou-se que quanto maior o coeficiente global de troca necessita de uma área de troca menor mostrado pela equação (61), pois a área é proporcional ao coeficiente global de troca. 5 6 7 8 9 10 11 0,2 0,4 0,7 Á re a de tr oc a de c al or ( m ²) Relação d/T Tanque 1 - 5 bar Tanque 2 - 5 bar Tanque 3 - 5 bar Tanque 1 - 10 bar Tanque 2 - 10 bar Tanque 3 - 10 bar 50� � Em relação ao vapor, quanto maior a pressão tem-se temperatura e velocidade mais elevada do vapor, consequentemente necessita-se de uma área menor de troca analisado pela equação (61). 4.2.4 Consumo de combustível para geração do vapor Para determinação do consumo específico de óleo combustível em caldeira flamotubular para produzir um quilograma de vapor , PERAGALLO (1995) define através das equações (97) e (98) a quantidade de calor necessária e a eficiência de uma caldeira como: �¯ � '�'&+ � �&)�+��®/ � Vw� (97) Á � "��� �w�,® 5��� (98) calculou-se, através da equação (99), o fluxo de calor sensível (q) requerido pelo xarope: � � ,� 3u� �V (99) O consumo de óleo BPF com PCI = 9500 kcal/kg, com eficiência de combustão estimada em 85 % e temperatura de alimentação da caldeira t’= 20°C, encontra-se na Tabela 17. Tabela 17 – Consumo (kg) de óleo BPF para uma hora de aquecimento � Velocidade do vapor (m/s) 10 Diâmetro das serpentinas (mm) 76,2 Número de zonas de aquecimento 4 Quantidade de calor (kcal/kg) 530400 Tanque 1 Diferença percentual de consumo, para as diferentes pressões (%) Consumo de BPF (kg) Pressão (bar) 5 10 90 95 5,6 51� � 4.2.5 Capacidade máxima dos tanques estudados Calculou-se a área de aquecimento total disponível nos tanques, somando a área do costado até a cota livre do produto, com a área do tampo inferior. Comparou-se a redução no tempo de aquecimento para a relação d/T = 0,4 para os impelidores. Os resultados estão