FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA PROGRAMA DE POS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ”JULIO DE MESQUITA FILHO” Análises, Aplicações e Validações – Numérico/Experimentais do Modelo SWAN em Áreas Restritas e ao Largo Adriana Silveira Vieira Tese de Doutorado Ilha Solteira 2013 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA ”JULIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA Análises, Aplicações e Validações – Numérico/Experimentais do Modelo SWAN em Áreas Restritas e ao Largo Adriana Silveira Vieira Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da UNESP, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Engenharia Elétrica. Área de concentração: Automação Prof. Dr. Carlos Roberto Minussi Orientador Prof. Dr. Geraldo de Freitas Maciel Coorientador Ilha Solteira 2013 FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da UNESP - Ilha Solteira. Vieira, Adriana Silveira. V658a Análises, aplicações e validações – numérico/experimentais do modelo SWAN em áreas restritas e ao largo / Adriana Silveira Vieira. – Ilha Solteira: [s.n.], 2013 251 f. : il. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira. Área de conhecimento: Automação, 2013 Orientador: Carlos Roberto Minussi Coorientador: Geraldo de Freitas Maciel Inclui bibliografia 1. SWAN. 2. Praia da Vitória, Açores, Portugal. 3. Solteira, Ilha (SP). 4. Previsão de ondas. 5. Ondas gravitacionais. DEDICATÓRIA Dedico essa Tese aos meus pais: Antônio Vieira Sobrinho e Zoraide Silveira Vieira e ao meu irmão Aylton Silveira Vieira, minha família amada. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por me conceder o dom da vida, abrindo meus caminhos e me dando forças para lutar e alcançar meus objetivos. Agradeço aos meus pais Antônio e Zoraide e meu irmão Aylton pela força, coragem, pelos subsídios emocionais e financeiros que me deram ânimo para continuar nesta luta. Aos meus amigos Manuel Marçal, Fernanda Batista, Adriana Negrão, Gilson Fernandes, Lucas Teles, Marlon Borges, Guilherme Fiorot, Joel Vasco e Evandro Fernandes pela amizade, companheirismo durante todos esses anos. A todos os meus professores do PPGEE, que contribuíram muito para o meu processo de aprendizagem. Ao Professor Dr. Geraldo de Freitas Maciel pelas orientações constantes, pela amizade e por todos esses anos de incentivo constante à pesquisa, que com certeza fez, e continuará fazendo uma grande diferença em minha vida. A Engenheira Dr. Conceição Juana Fortes pela orientação durante o doutorado sanduíche (Laboratório Nacional de Engenharia Civil – LNEC – Lisboa, Portugal) e durante todo o processo para obtenção deste título, uma pessoa estupenda, que me ajudou muito nos processos de aprendizagem e, além disso, sendo amiga. A Professora Dr. Mônica Pinto Barbosa pela amizade, compreensão, força, incentivo e apoio durante toda a minha formação (mestrado/doutorado). Ao meu orientador Dr. Carlos Roberto Minussi, pela amizade, incentivo, energia, compreensão que sempre teve comigo. Ao Professor Dr. Milton Dall’Aglio Sobrinho pelo colaboração dos dados e implementações numéricas necessárias para a execução desta Tese, incentivando-me a buscar novos conhecimentos. Aos colegas e funcionários do Departamento de Engenharia Civil (DEC) UNESP– Ilha Solteira, por me acolherem com muito carinho. A todos os meus amigos do LNEC, Sara, Ana Mendonça, Jorge, Liliana, Rui Capitão, Erick, Diogo, Rute, João Alfredo, Maria Tereza, Laurinda, Fatinha, Edgar, Gil, Euclides, Javier, Ricardo, Gonçalo, Ruben, enfim toda a gente que adorei conhecer. A todos os meus amigos que me ajudaram de forma direta ou indireta na construção deste trabalho em especial a Fabiana, Joel David e Jorge Hans amigos verdadeiros que tenho muito carinho e os levarei por toda a vida. Ao Laboratório de Hidrologia e Hidrometria LH2 e equipe de trabalho pela ajuda na parte experimental e coleta de dados. Ao Laboratório de Sistemas Inteligentes (SINTEL) do Departamento de Engenharia Elétrica da UNESP- Campus de Ilha Solteira onde pude executar grande parte do meu trabalho e fazer bons amigos. À FINEP e FAPESP (06/55280-4) pelo apoio financeiro concedido em infraestrutura e notadamente em bolsas que têm permitido a formação de recursos humanos. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela concessão da bolsa de doutorado. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão de bolsa de doutorado sanduíche. A Banca examinadora por aceitar contribuir e participar deste momento tão importante da minha vida. http://www.capes.gov.br/ “Se você quer ser bem sucedido, precisa ter dedicação total, buscar seu último limite e dar o melhor de si mesmo”. (Ayrton Senna) RESUMO Esta pesquisa trata do monitoramento e da previsão da geração de agitação pela ação do vento e da propagação de estados de agitação em dois locais: Porto da Praia da Vitória – Açores – Portugal e Lago da Barragem de Ilha Solteira – São Paulo – Brasil. A metodologia abordada utiliza o modelo numérico SWAN (Simulating WAves Nearshore) que é capaz de simular a geração, propagação e dissipação da agitação marítima, com base na equação para a conservação da ação de onda. Na propagação da agitação marítima, em zonas costeiras abertas ou confinadas, o modelo simula os processos físicos de refração, difração e empolamento devido a variações do fundo e presença de correntes. Também integra na simulação o crescimento de onda por ação dos ventos, a arrebentação por influência do fundo e por excesso de declividade (whitecapping), a dissipação de energia por causa de fricção do fundo, o bloqueio e reflexão por correntes opostas, e a transmissão através de obstáculos. Entre os vários resultados obtidos através do SWAN, destacam-se a altura significativa, os períodos de pico e médio, as direções de pico e média, a dispersão direcional, o parâmetro de largura de banda e nível de água em qualquer parte do domínio computacional. Duas aplicações do modelo SWAN são tratadas nesta tese para a simulação da geração e da propagação de ondas em dois locais distintos: um correspondente a uma zona costeira aberta – a zona marítima adjacente ao porto da Praia da Vitória, na Ilha Terceira do Arquipélago dos Açores, Portugal; e outro correspondente a uma zona confinada, o lago da barragem de Ilha Solteira, São Paulo, Brasil. Para o Porto da Praia da Vitória, utilizaram-se os resultados das previsões da agitação marítima ao largo da zona em estudo, obtidos com o modelo de previsão de larga escala WAVEWATCH III e os dados de vento do modelo MM5 como condições forçantes do modelo SWAN. Os resultados numéricos foram comparados com dados de agitação marítima obtidos a partir de uma boia-ondógrafo instalada a cerca de 4 km da costa a uma profundidade de 90m (Ponto 2), durante os anos de 2009 e 2010, com médias de três em três horas. O modelo numérico SWAN mostrou-se muito eficaz e correspondeu às expectativas de concordância entre dados numéricos e experimentais. Outra vertente deste trabalho foi a comparação das estimativas produzidas pelo modelo numérico SWAN, utilizando a caracterização do vento obtida a partir do Anemômetro 2D sônico instalado no lago da barragem de Ilha Solteira, com as medições da elevação da superfície livre obtidas com o sensor de pressão instalado a 1.5m da superfície e 8 m de profundidade local. As comparações efetuadas indicam a capacidade do modelo SWAN em reproduzir globalmente as características de agitação verificadas no lago em função da boa concordância entre os valores experimentais e os resultados do modelo numérico. A metodologia implementada nesta pesquisa poderá constituir a base para um sistema de previsão da atenuação de ondas que leve em consideração a presença de vegetação nos leitos e margens, por exemplo, cujo objetivo final seria minorar/prevenir processo de erosão em margens de lagos de barragens. Neste sentido, a utilização do modelo SWAN contribuirá para a caracterização da agitação marítima quer nas zonas do lago sem vegetação quer nas suas margens após a atenuação pela vegetação aquática submersa. Palavras-chave: SWAN. Praia da Vitória. Ilha Solteira. Previsão de Ondas. Ondas Gravitacionais. ABSTRACT This research deals with the monitoring and the forecasting of wind wave generation and propagation at Praia da Vitória – Azores - Portugal and at the reservoir of Ilha Solteira Dam – São Paulo – Brazil. The SWAN numerical model (Simulating Waves Nearshore) is employed. Such a model is able to simulate the generation, propagation and dissipation of sea waves, based on the equation for wave action conservation. In the sea-wave propagation across both open and confined coastal regions, the model simulates the physical processes of refraction, diffraction and shoaling due to bottom depth variations. It also is capable of simulate the presence of currents, as well as wave growth due to wind, bottom induced wave breaking and whitecapping, energy dissipation due to bottom friction, wave blocking and reflection by currents and wave transmission across obstacles. Among the several results produced by SWAN model, it is worth mentioning significant wave height, mean and peak periods, mean and peak directions, directional spreading, bandwidth parameter and sea level anywhere in the computational domain. Two applications of SWAN model are developed to simulate sea- wave generation and propagation at two distinct locations: one corresponds to an open coast location – the maritime region adjacent to Praia da Vitória port, on Terceira Island, Azores archipelago, Portugal; and the other corresponding to a confined region, the reservoir of Ilha Solteira Dam, São Paulo, Brazil. For Praia da Vitória port, results from offshore sea wave forecasts obtained through the large scale model WAVEWATCH III and wind data from MM5 model were used as forcing data for SWAN model. The numerical results were compared to sea-wave data obtained from a wave buoy deployed 4 km away from the coast at water depth of 90 m (Point 2), during 2009 and 2010 with three-hourly averages. The numerical model SWAN proved itself quite efficient and in agreement with the expected numerical and experimental data. Another approach of the current work was the comparison between the SWAN estimative produced through wind characterization obtained from 2D sonic anemometer deployed at the reservoir of Ilha Solteira Dam and the free-surface elevation measurements made at the same location with a pressure sensor. The comparison showed the ability of SWAN model to reproduce sea wave characteristics observed in the reservoir and especially at pressure sensor location, due to good agreement between experimental values and numerical model results. The methodology implemented in this research may be the basis for a system to forecast wave attenuation taking into account vegetation on river bed and banks, for example, whose ultimate goal would be prevent/mitigate erosion process at the banks of dam reservoirs. The use of SWAN numerical model will contribute to characterize the sea states at the regions with or without vegetation and at their banks after attenuation by submerged vegetation. Keywords: SWAN. Praia da Vitória. Ilha Solteira. Sea-wave Forecast. Gravity Waves. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - ONDAS NO LAGO MICHIGAN. ............................................................................. 38 FIGURA 2 - TORRES DE TRANSMISSÃO DESTRUÍDA NO LAGO DA BARRAGEM DE ILHA SOLTEIRA. .......................................................................................................... 38 FIGURA 3 - CHOQUE DA BARCAÇA NA TORRE DE TRANSMISSÃO NA HIDROVIA TIETÊ- PARANÁ. ............................................................................................................ 39 FIGURA 4 - REPRESENTAÇÃO DE TRECHO/ROTA DA HIDROVIA TIETÊ-PARANÁ. ................... 40 FIGURA 5 - ORGANOGRAMA DE DETERMINAÇÃO DE ALTURAS E PERÍODOS SIGNIFICATIVOS (D: DURAÇÃO DO VENTO (H)). ........................................................................... 49 FIGURA 6 - LOCALIZAÇÃO DO ESTUÁRIO DE DIEGO LOPES. ................................................. 53 FIGURA 7- CURVAS DE ATENUAÇÃO DA PRESSÃO DINÂMICA SOB UMA ONDA PROGRESSIVA COM D/L= 0,20. .................................................................................................. 58 FIGURA 8 - DIAGRAMA ESPECTRAL ...................................................................................... 59 FIGURA 9 - FATOR DE ATENUAÇÃO EM FUNÇÃO DA FREQUÊNCIA, PROFUNDIDADE 15M. ...... 60 FIGURA 10 - REPRESENTAÇÃO DE PROCESSO DE DIFRAÇÃO: A) EGITO, B) FRANÇA E C) ITÁLIA. ............................................................................................................... 65 FIGURA 11 - ONDA TIPO MERGULHANTE: 180KM DA COSTA DE SAN DIEGO (ESTADOS UNIDOS). ............................................................................................................ 66 FIGURA 12 - ONDA TIPO DESLIZANTE: AUSTRÁLIA. ............................................................... 67 FIGURA 13 - ONDA TIPO ASCENDENTE. PRAIA DO TOMBO-GUARUJA. .................................... 67 FIGURA 14 - REPRESENTAÇÃO DO EFEITO, NO ESPECTRO, DO TERMO FONTE RELATIVO AO FORÇAMENTO DE UM CAMPO DE VENTOS............................................................ 73 FIGURA 15 - REPRESENTAÇÃO DO EFEITO DAS INTERAÇÕES NÃO LINEARES A TRÊS ONDAS NO ESPECTRO DE VARIÂNCIA. .................................................................................. 74 FIGURA 16 - REPRESENTAÇÃO DO EFEITO DAS INTERAÇÕES NÃO LINEARES A QUATRO ONDAS NO ESPECTRO DE VARIÂNCIA. ............................................................................. 74 FIGURA 17 - REPRESENTAÇÃO DO EFEITO DA ARREBENTAÇÃO PARCIAL NO ESPECTRO DE VARIÂNCIA. ........................................................................................................ 76 FIGURA 18 - REPRESENTAÇÃO DO EFEITO DO ATRITO DE FUNDO, EM ÁGUAS POUCO PROFUNDAS, NO ESPECTRO DE VARIÂNCIA DE JONSWAP. ................................ 76 FIGURA 19 - REPRESENTAÇÃO DO EFEITO DA ARREBENTAÇÃO INDUZIDA PELO FUNDO NO ESPECTRO DE VARIÂNCIA. .................................................................................. 77 FIGURA 20 - REGIÕES AFETADAS PELAS CONDIÇÕES DE FRONTEIRA NO DOMÍNIO COMPUTACIONAL A SOMBREADO. ...................................................................... 78 FIGURA 21 - COORDENADAS pcx E pcy CORRESPONDENTES À ORIGEM DO DOMÍNIO DE CÁLCULO, RELATIVAMENTE AO “SISTEMA LOCAL DE COORDENADAS”. ............. 79 FIGURA 22 - ESTRUTURA GERAL DO SOPRO......................................................................... 82 FIGURA 23 - FLUXOGRAMA DE DADOS, TIPO DE PROGRAMA E AMBIENTE- SOPRO ............... 82 FIGURA 24 - JANELA INICIAL DO PACOTE SOPRO. ................................................................ 83 FIGURA 25 - MÓDULO SWAN: FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO E ACESSO AOS BOTÕES DE COMANDO. ....................................................................................... 86 FIGURA 26 - FORMULÁRIOS DO SWAN: A) COMPUTATIONAL GRID; B) BATHYMETRY GRID. .... 87 FIGURA 27 - FORMULÁRIOS DO SWAN: A) SPECTRUM RESOLUTION; B) PHYSICAL PROCESSES. ........................................................................................................ 88 FIGURA 28 - FORMULÁRIOS DO SWAN: A) WAVE CONDITIONS; B) OUTPUT SPECIFICATION. .. 89 FIGURA 29 - A) OBTENÇÃO DOS ARQUIVOS DE DADOS, EXECUÇÃO DO MODELO, VISUALIZAÇÃO DE RESULTADOS E CÁLCULO DA MATRIZ DE TRANSFERÊNCIA; B) FORMULÁRIO RESULTS. ............................................................................................................ 90 FIGURA 30 - FORMULÁRIO DO SWAN: STATIONARY WIND CONDITIONS. ................................. 91 FIGURA 31 - PORTO DE PRAIA DA VITÓRIA. ........................................................................... 93 FIGURA 32 - MEDIÇÕES DA AGITAÇÃO MARÍTIMA NA BOIA-ONDÓGRAFO DO PROJETO CLIMAAT COLOCADA PRÓXIMO A PRAIA DA VITÓRIA. ................................... 93 FIGURA 33 - BATIMETRIA NA REGIÃO MARÍTIMA ADJACENTE À ILHA TERCEIRA. .................. 94 FIGURA 34 - BATIMETRIA NA ZONA DA PRAIA DA VITÓRIA. ................................................... 94 FIGURA 35 - METODOLOGIA UTILIZADA PARA A CARACTERIZAÇÃO DA AGITAÇÃO MARÍTIMA NA ZONA DO PORTO DA PRAIA DA VITÓRIA. ....................................................... 95 FIGURA 36 - MALHAS UTILIZADAS NAS SIMULAÇÕES FEITAS COM O SWAN. ........................ 97 FIGURA 37 - MEDIÇÕES DA AGITAÇÃO MARÍTIMA NA BOIA-ONDÓGRAFO DO PROJETO CLIMAAT COLOCADA PRÓXIMO DA PRAIA DA VITÓRIA. ............................... 100 FIGURA 38 - POSIÇÃO DO PONTO P1 E P2 (BOIA). ................................................................ 101 FIGURA 39 - EXEMPLO DO TIPO DE ARQUIVO TAB77. ........................................................... 102 FIGURA 40 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO.BAT RESPONSÁVEL POR EXTRAIR AS CARACTERÍSTICAS DA AGITAÇÃO MARÍTIMA. .................................................. 102 FIGURA 41 - INTERFACE DAS MEDIDAS DE U10 E V10 FORNECIDAS PELO MODELO MM5. .. 103 FIGURA 42 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO DE VELOCIDADE DO VENTO UV2009010101_D4.DAT. ............................................................................... 104 FIGURA 43 - BATIMETRIA NA REGIÃO MARÍTIMA ADJACENTE À ILHA TERCEIRA .................. 104 FIGURA 44 - ESQUEMA REPRESENTATIVO DA POSIÇÃO DAS COORDENADAS DAS MALHAS.... 106 FIGURA 45 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO DE PONTOS. ..................................................... 107 FIGURA 46 - PLANILHA REPRESENTATIVA DE COMPARAÇÕES ENTRE DADOS DO SWAN E DA BOIA. ............................................................................................................... 108 FIGURA 47 - FLUXOGRAMA DA ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS SWAN E BOIA. ... 110 FIGURA 48 - REPRESENTAÇÃO DA PASTA DE ARQUIVOS DE DADOS ESTATÍSTICOS. ............... 111 FIGURA 49 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO DE ESTATÍSTICA. .............................................. 111 FIGURA 50 - REPRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS PELO PROGRAMA INDICES_CONCORDANCIA_ETA_H.F................................................................. 112 FIGURA 51 - RESERVATÓRIO DA BARRAGEM DE ILHA SOLTEIRA E LOCALIZAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE AQUISIÇÃO E COMUNICAÇÃO DE DADOS. ............................ 115 FIGURA 52 - ÁRVORE DE INSTRUMENTAÇÃO NO LAGO DA BARRAGEM DE ILHA SOLTEIRA... 124 FIGURA 53 - (A) ANEMÔMETRO SÔNICO 2D, (B) SOFTWARE WAVESMON (ONDA). .......... 124 FIGURA 54 - TORRE REPETIDORA NO FAROL DE SÃO MARTINHO. ........................................ 125 FIGURA 55 - LOCALIZAÇÃO DA TORRE DE INSTRUMENTAÇÃO, REPETIDORA E RECEPTORA. . 125 FIGURA 56 - REPRESENTAÇÃO DOS DADOS BRUTOS DE VENTO EXTRAÍDOS DO ANEMÔMETRO. ................................................................................................. 126 FIGURA 57 - IMAGEM DO ECOBATÍMETRO NAVISOUND 205. ................................................ 127 FIGURA 58 - IMAGEM DO DGPS MAX – CSI WIRELESS. ...................................................... 127 FIGURA 59 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 3D DA BATIMETRIA DO LAGO DE ILHA SOLTEIRA (UNIDADE DE MEDIDA (M)). .............................................................................. 127 FIGURA 60 - TRECHO DO CÓDIGO DO PROCESSO PARA CÁLCULO DE H(F). ............................ 128 FIGURA 61 - PLANILHA DE RESULTADO DA EXECUÇÃO DOS MACROS DE CÁLCULOS DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS DE ONDAS OBTIDAS A PARTIR DO ESPECTRO DE PRESSÃO. .......................................................................................................... 129 FIGURA 62 - PAINEL DE CONTROLE PARA CÁLCULO DE MÉDIAS. .......................................... 130 FIGURA 63 - DEFINIÇÃO DAS MALHAS DO MODELO SWAN E LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS NO LAGO DA BARRAGEM DA ILHA SOLTEIRA PARA A OBTENÇÃO DOS RESULTADOS: A) MALHA1, B) MALHA2 E C) MALHA3. ............................................................. 131 FIGURA 64 - REPRESENTAÇÃO DE DADOS TRATADOS DE VENTO. ......................................... 132 FIGURA 65 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP=13S, HS=2M E DIR=2600. .................................................. 136 FIGURA 66- ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP =13S, HS=5M E DIR=2600. .................................................. 136 FIGURA 67 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP =15S, HS=2M E DIR=3200. .................................................. 137 FIGURA 68 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP =15S, HS=5M E DIR = 3200. ................................................ 138 FIGURA 69 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP =13S, HS=2M E DIR=2600. .................................................. 139 FIGURA 70 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP=13S, HS=2M E DIR=3200. .................................................. 139 FIGURA 71 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP =15S, HS=2 M E DIR=260º. ................................................. 140 FIGURA 72 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP =15S, HS=2M E DIR=320º. .................................................. 141 FIGURA 73 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP =15S, HS=2M E DIR=3200. .................................................. 142 FIGURA 74 - ALTURA SIGNIFICATIVA, PERÍODO MÉDIO E DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE COM TP =13S, HS=2M E DIR=320º. .................................................. 142 FIGURA 75 - A) ALTURA SIGNIFICATIVA E B) DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE DO DIA 1 DE JANEIRO DE 2009 À 01:00 (HS= 1,819 M, TP =8,313 S, DIR=275,.60º). 143 FIGURA 76 - A) ALTURA SIGNIFICATIVA E B) DIREÇÃO DE PICO PARA UMA ONDA INCIDENTE DO DIA 1 DE JANEIRO DE 2009 À 10:00 (HS= 2.08M, TP=8.453S, DIR=276.70). .... 143 FIGURA 77 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA ALTURA SIGNIFICATIVA AO LARGO (PONTO 0) E NO PONTO P2, DIA 1 DE JANEIRO DE 2009. ............................................................ 144 FIGURA 78 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS PERÍODOS AO LARGO (PONTO P0) E NO PONTO P2, DIA 1 DE JANEIRO DE 2009......................................................................... 145 FIGURA 79 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS DIREÇÕES DE ONDA AO LARGO (PONTO P0) E NO PONTO P2, DIA 1 DE JANEIRO DE 2009. ............................................................ 145 FIGURA 80 - RESULTADOS DO SWAN - 3 MALHAS PARA HS = 4,5 M, TP = 11 S E DIR = 314º. 147 FIGURA 81 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS DE ONDAS DOS MESES DE JANEIRO E FEVEREIRO DE 2009 DE 3 EM 3 HORAS, NA BOIA E NO PONTO2 COM E SEM VENTO. .................................................................................................. 149 FIGURA 82 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PERÍODO DE PICO NOS MESES DE JANEIRO E FEVEREIRO DE 2009 DE 3 EM 3 HORAS, NA BOIA E NO PONTO 2 COM E SEM VENTO. ............................................................................................................. 149 FIGURA 83 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DA ALTURA SIGNIFICATIVA OBTIDOS COM O SWAN COM AS MEDIÇÕES DA BOIA, PARA O PERÍODO 2009. ........................... 150 FIGURA 84 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DO PERÍODO DE ZERO ASCENDENTE OBTIDOS COM O SWAN COM AS MEDIÇÕES DA BOIA, PARA O PERÍODO 2009. ................ 151 FIGURA 85 - COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS DAS DIREÇÕES MÉDIA DE ZERO ASCENDENTE OBTIDOS COM O SWAN COM AS MEDIÇÕES DA BOIA, PARA O PERÍODO 2009. .. 151 FIGURA 86 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS DE ONDAS (2009- 2010). .............................................................................................................. 152 FIGURA 87- REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DOS PERÍODOS DE PICO NA BOIA E NO PONTO2(SWAN)- (2009-2010). ...................................................................... 153 FIGURA 88 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS DIREÇÕES MÉDIAS PONTO 2 E BOIA (2009-2010). ......................................................................................................................... 153 FIGURA 89 - REPRESENTAÇÃO DAS OCORRÊNCIAS DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS. .............. 154 FIGURA 90 - REPRESENTAÇÃO DAS OCORRÊNCIAS DOS PERÍODOS DE PICO. .......................... 155 FIGURA 91 - REPRESENTAÇÃO DAS OCORRÊNCIAS DAS DIREÇÕES MÉDIAS. .......................... 155 FIGURA 92 - ROSA DOS VENTOS DAS OCORRÊNCIAS DAS DIREÇÕES MÉDIAS 2009-2010. ..... 156 FIGURA 93 - LAGO DA BARRAGEM DE ILHA SOLTEIRA. ....................................................... 158 FIGURA 94 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS A) ALTURAS SIGNIFICATIVAS(HS) E B)PERÍODO MÉDIO DE ONDA (TP). ........................................................................................ 159 FIGURA 95 - RESULTADOS DO SWAN DAS 3 MALHAS PARA UM VENTO DE 25M/S NA DIREÇÃO 3000. ................................................................................................................ 159 FIGURA 96 - REPRESENTAÇÃO DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS DE ONDAS E VENTOS PARA O PERÍODO QUE VAI DE 22 A 31 DE OUTUBRO DE 2010. ........................................ 161 FIGURA 97 - REPRESENTAÇÃO DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS DE ONDAS E VENTOS PARA O PERÍODO QUE VAI DE 01 A 23 DE NOVEMBRO DE 2010. ..................................... 161 FIGURA 98 - REPRESENTAÇÃO DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS DE ONDAS E VENTOS PARA O PERÍODO QUE VAI DE 01 A 31 DE JANEIRO DE 2011. .......................................... 162 FIGURA 99 - REPRESENTAÇÃO DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS DE ONDAS E VENTOS, PARA O PERÍODO QUE VAI DE 01 A 23 DE FEVEREIRO DE 2011 . ..................................... 162 FIGURA 100 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DAS ALTURAS SIGNIFICATIVAS DE ONDA DE 01 A 21 DE MARÇO DE 2011. ......................................................................................... 163 FIGURA 101 - GRÁFICO REPRESENTATIVO DAS OCORRÊNCIAS DE ALTURAS SIGNIFICATIVAS (2010-2011). ................................................................................................... 164 FIGURA 102 - OCORRÊNCIAS DAS DIREÇÕES DO VENTOS. ...................................................... 164 FIGURA 103 - REPRESENTAÇÃO DO SITE DE DADOS DE PREVISÃO DE ONDAS DO WWIII........ 190 FIGURA 104 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO.BAT. ................................................................ 191 FIGURA 105 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO PONTOS2_EXP.TXT. ......................................... 192 FIGURA 106 - INTERFACE DO SITE DOS VENTOS. .................................................................... 192 FIGURA 107 - INTERFACE – SOPRO - IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO. ...................................... 205 FIGURA 108 - INTERFACE – SOPRO - GRADE COMPUTACIONAL. .......................................... 206 FIGURA 109 - INTERFACE – SOPRO - GRADE BATIMÉTRICA. ............................................... 206 FIGURA 110 - INTERFACE – SOPRO - CARACTERÍSTICA DO ESPECTRO. ................................. 207 FIGURA 111 - REPRESENTAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EXECUTARO SWAN................. 207 FIGURA 112 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO DE SAÍDA DO SWAN. ...................................... 207 FIGURA 113 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO DO SWAN EM EXCEL. .................................... 208 FIGURA 114 - REPRESENTAÇÃO DE TIPO DE ARQUIVO E FORMATO DOS DADOS. ..................... 208 FIGURA 115 - REPRESENTAÇÃO DE TIPO DE EXTENÇÃO DO ARQUIVO. ................................... 209 FIGURA 116 - REPRESENTAÇÃO DA PLANILHA DE DADOS DE COMPARAÇÃO ENTRE SWAN E BOIA. ............................................................................................................... 210 FIGURA 117 - EXEMPLO DO ARQUIVO NUMERICOCV_HS É: .................................................... 211 FIGURA 118 - EXEMPLO DO ARQUIVO ANALITICO_HS É: ........................................................ 211 FIGURA 119 - REPRESENTAÇÃO DA PASTA DE ARQUIVOS DE DADOS. ..................................... 212 FIGURA 120 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO ESTATÍSTICA.BAT. ........................................... 212 FIGURA 121 - REPRESENTAÇÃO DO ARQUIVO RMSE_WILOTT_MAE. ................................. 213 FIGURA 122 - REPRESENTAÇÃO DOS ARQUIVOS QUE SÃO OBTIDOS NO ARQUIVO ÍNDICE_ CONCORDANCIA_NUMERICO. ........................................................................... 213 FIGURA 123 - PROCESSO INICIAIS PARA CONSTRUÇÃO DAS MALHAS. .................................... 218 FIGURA 124 - MODO DE COMO CARREGAR O ARQUIVO BATIMÉTRICO. .................................. 218 FIGURA 125 - PROCESSOS PARA A CONSTRUÇÃO DAS MALHAS. ............................................. 219 FIGURA 126 - RESULTADO INCIAL DA CONSTRUÇÃO DAS MALHAS. ....................................... 219 FIGURA 127 - PROCESSO PARA ACONSTRUÇÃO DAS MALHAS. ............................................... 220 FIGURA 128 - REPRESENTAÇÃO DA MALHA COMPLETA ILHA. ............................................... 220 FIGURA 129 - ESCOLHA DA ÁREA A SER CRIADA A MALHA E O ESPAÇO UTILIZADO NA GRADE1. .......................................................................................................... 220 FIGURA 130 - PROCESSO PARA CONSTRUÇÃO DAS MALHAS. .................................................. 221 FIGURA 131 - SEQUÊNCIA PARA CONSTRUÇÃO DAS MALHAS. ................................................ 221 FIGURA 132 - PROCESSO PARA CONSTRUÇÃO DAS MALHAS. .................................................. 222 FIGURA 133 - PROCESSO PARA A CONSTRUÇÃO DAS MALHAS. ............................................... 222 FIGURA 134 - PROCESSOS PARA A CONSTRUÇÃO DAS MALHAS. ............................................. 223 FIGURA 135 - PASSOS PARA A GERAÇÃO DAS MALHAS. .......................................................... 223 FIGURA 136 - ESTRUTURA PARA SALVARO ARQUIVO DE COORDENDAS BATIMÉTRICAS. ........ 224 FIGURA 137- DADOS BRUTOS DE VENTO ............................................................................... 228 FIGURA 138 - PLANILHA PARA ARQUIVO DE INTERVALO DE MÉDIA E INICIO DE DIA MÊS E ANO. ................................................................................................................. 228 FIGURA 139 - PLANILHA COM VÁRIOS DATA_INICIO PARA GERAÇÃO DE ARQUIVOS DE VENTOS. ........................................................................................................... 229 FIGURA 140 - RESULTADO DA EXECUCÃO DO PROGAMA PARA GERAÇÃO DA PLANILHA DE MÉDIA DE VENTOS. ........................................................................................... 231 FIGURA 141 - ARQUIVO PARA A EXECUÇÃO DO PROGRAMA DE MÉDIA DOS VENTOS COM CORREÇÃO DA ALTURA DO VENTO. .................................................................. 232 FIGURA 142 - REPRESENTAÇÃO DA PLANILHA DE RESULTADO DOS VENTOS COM MÉDIAS E COM CORREÇÃO DO VENTO. ..................................................................................... 234 FIGURA 143 - PLANILHA DE MÉDIAS DOS DADOS DO SENSOR EXCEL. ..................................... 234 FIGURA 144 - ARQUIVO GERADO NA TRANSFORMAÇÃO DO ESPECTRO DE ONDA OBTIDO PELO SENSOR DE PRESSÃO PARA ALTURA SIGNIFICATIVA. ......................................... 250 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 - REPRESENTAÇÃO DA LISTA DE VENTOS.TXT. ...................................................... 104 QUADRO 2 - ESQUEMA DE ARMAZENAGEM DE VARIÁVEIS DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO. ..... 116 QUADRO 3 - RESUMO DA ANÁLISE DA TEMPORIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA. .......... 117 QUADRO 4 - TIPOS DE ARQUIVOS COM DADOS DAS LEITURAS DE VENTO E ONDA. .................. 118 QUADRO 5 - EXEMPLO DOS DADOS BRUTOS ORIGINAIS .......................................................... 119 QUADRO 6 - EXEMPLO DO CONTEÚDO DOS ARQUIVOS TIPO RD1. .......................................... 119 QUADRO 7 - EXEMPLO DO CONTEÚDO DOS ARQUIVOS TIPO RD2. .......................................... 120 QUADRO 8 - EXEMPLO DO CONTEÚDO DO ARQUIVO EVENTOS.TXT ....................................... 120 LISTA DE TABELAS TABELA 1- IMPORTÂNCIA DOS DIFERENTES PROCESSOS QUE AFETAM A EVOLUÇÃO DAS ONDAS EM ÁGUAS PROFUNDAS, INTERMÉDIAS E POUCO PROFUNDAS. ............................... 52 TABELA 2 - DETERMINAÇÃO DOS VALORES DE 1/[H(F)]2, PARA D = 30M E Z = -20M. ............. 61 TABELA 3 - PERÍODOS SELECIONADOS, VELOCIDADE DA ONDA E PROFUNDIDADE NA QUAL A ONDA SENTE O FUNDO E SE TORNA ONDA DE ÁGUA RASA. .................................... 63 TABELA 4 - CARACTERÍSTICAS DAS MALHAS UTILIZADAS NA SIMULAÇÃO COM O SWAN. ..... 98 TABELA 5 - COORDENADAS DOS PONTOS ESTUDADOS. .......................................................... 101 TABELA 6 - CARACTERÍSTICAS DAS MALHAS ADOTADAS PARA O PORTO DA PRAIA DA VITÓRIA. ............................................................................................................ 105 TABELA 7 - CARACTERÍSTICAS DAS MALHAS UTILIZADAS NA SIMULAÇÃO COM O SWAN. ... 131 TABELA 8 - CÁLCULOS DAS CONDIÇÕES DE AGITAÇÃO MARÍTIMA OBSERVADA AO LONGO DE 10 HORAS NO DIA 01 DE JANEIRO DE 2009. ......................................................... 146 TABELA 9 - OCORRÊNCIAS DE DIREÇÕES MÉDIAS: SWAN E BOIA 2009-2010 ....................... 156 TABELA 10- ANÁLISE ESTATÍSTICA......................................................................................... 157 TABELA 11 - ANÁLISE ESTATÍSTICA (ÍNDICES CALCULADOS COM BASE EM NÍVEL DE PERSISTÊNCIA DE 97% DE HS) ............................................................................. 165 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADCP Acoustic Doppler Current Profiler ARHANA Administração da Hidrovia do Paraná DIA Discrete Interaction Approximation DWR Directional Wave Rider IEA International Energy Agency JONSWAP Joint North Sea Wave Project LTA Lumped Triad Approximation LNEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil- Lisboa - Portugal MM5 The Fifth-Generation NCA/Penn State Mesoscale Model NCEP National Centers for Environmental Prediction NIO National Institute of Oceanography – Inglaterra NOAA National Oceanic and Atmospheric Administration OPEP Organização dos Países Produtores de Petróleo OWC Oscilating Water Column SWAN Simulating Waves Nearshore VBA Visual Basic for Applications WAM Wave Analysis Model WMO World Meteorological Organization WW3 Wave Watch III Model ZCIT Zona de Convergência Intertropical LISTA DE SÍMBOLOS H Altura das ondas (m) g Aceleração da gravidade (m/s2) U10 Velocidade do vento a 10m de altura da superfície (m) t Tempo de atuação do vento (s) F = F(f, , x, y, t) Espectro direcional de onda cg Celeridade de grupo  Potencial de velocidade d Profundidade local z Ordenada vertical a partir do nível médio, positivo para cima  Massa específica da água Sp( f ) Espectro de pressão Sn( f ) Espectro de variância de superfície H( f ) Função de transferência da massa de água f Frequência K Número de onda Gxy Espectro xy Spn(f) Gy espectro de y (Sn(f))  Frequência relativa  Direção da onda Sds Fenômenos físicos de dissipação da energia da onda Sds,b Dissipação da energia das ondas por atrito de fundo Sds,br Dissipação da energia das ondas por efeito da batimetria Sds,w Dissipação da energia das ondas por rebentação parcial Sin Fenômenos físicos de geração da energia da onda Snl Fenômenos físicos de redistribuição da energia da onda Snl3 Transferência de energia das ondas associada à interação de 3 ondas Snl4 Transferência de energia das ondas associada à interação de 4 ondas Stot Fenômenos físicos de geração, redistribuição e dissipação da energia da onda. ),(S bdiss,  Atrito do fundo ),(Sdiss,  Arrebentação induzida pela diminuição da profundidade ),(S wdiss,  Arrebentação parcial cσ Velocidade de propagação no espectro na direção σ cθ Velocidade de propagação no espectro na direção θ cx Celeridade segundo o eixo x cy Celeridade segundo o eixo y E(σ,θ) Espectro densidade de energia s Deslocamento na direção de propagação h Profundidade m Deslocamento na perpendicular *u Velocidade de atrito DC Coeficiente de arrastamento m Frequência média mk Número médio de onda bC Coeficiente inerente ao atrito de fundo Hs Altura significativa da onda (m) Ts Período significativo da onda (s) tp Período médio da onda (s) g Aceleração da gravidade (m/s2) U Velocidade do vento (m/s) F Pista efetiva (km) Hmax Altura máxima (m) C Constante de Creager Γ Coeficiente de declividade 1. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 37 1.1 Motivação e Justificativa ......................................................................................... 37 1.2 Objetivos.................................................................................................................... 42 2 ESTADO DA ARTE .................................................................................................. 45 2.1 Modelos de Geração de Ondas ................................................................................ 47 2.1.1 SMB............................................................................................................................ 48 2.1.2 JONSWAP ................................................................................................................. 48 2.1.3 Modelos de 3ª Geração .............................................................................................. 50 2.1.4 SWAN ......................................................................................................................... 52 2.1.5 Considerações Gerais sobre Medição de Pressão com Presença de Ondas ............ 54 3 PROPOSTAS DE MODELAGEM DA AGITAÇÃO EM ÁGUAS CONFINADAS DEVIDO À AÇÃO DO VENTO................................................................................ 56 3.1 Revisão Condensada da Teoria Linear e Técnicas de Medição ........................... 56 3.1.1 Medição por Pressão.................................................................................................. 57 3.1.2 Função de transferência H (f) .................................................................................. 59 3.1.3 Cálculo de H (f) ......................................................................................................... 60 3.1.4 Características da energia da onda ........................................................................... 62 3.1.5 Classificação .............................................................................................................. 62 3.2 FORMULAÇÃO MATEMÁTICA DO MODELO SWAN .................................. 68 3.2.1 Equação do balanço de energia ................................................................................ 69 3.2.2 Os termos de propagação........................................................................................... 70 3.2.3 Forçamento pelo campo de ventos ............................................................................ 72 3.2.4 Interação não linear das ondas ................................................................................. 73 3.2.5 Dissipação de energia ................................................................................................ 75 3.2.6 Arrebentação parcial (Whitecapping) ....................................................................... 75 3.2.7 Atrito de fundo ........................................................................................................... 76 3.2.8 Arrebentação induzida pelo fundo ............................................................................ 77 3.2.9 Procedimentos de Pré e Pós-Processamento ............................................................ 77 3.3 Modelos de Previsão de Ondas com Aplicação em Águas Confinadas ............... 80 3.3.1 O Módulo SOPRO ..................................................................................................... 80 3.3.2 Módulo SWAN ........................................................................................................... 84 3.3.3 Interface do módulo SOPRO/SWAN ........................................................................ 84 4 Materiais e Métodos .................................................................................................. 92 4.1 Porto da Praia da Vitória – Açores – Portugal ...................................................... 92 4.1.1 Condições gerais de aplicação do modelo................................................................. 97 4.1.2 Cálculos efetuados ..................................................................................................... 99 4.1.3 Instalação dos equipamentos de medição ............................................................... 100 4.1.4 Condições forçantes do modelo SWAN (Ondas e ventos) ...................................... 101 4.1.5 Ventos ....................................................................................................................... 103 4.1.6 Batimetria ................................................................................................................. 104 4.1.7 Domínio Computacional .......................................................................................... 105 4.1.8 Programas Utilizados no Tratamento de Resultados .............................................. 107 4.2 Lago da Barragem de Ilha Solteira – São Paulo – Brasil ................................... 112 4.2.1 Instalação e Operação dos Equipamentos (histórico das atividades desenvolvidas pela equipe do Ondisa) ............................................................................................. 112 4.2.2 Programas de Aquisição de Dados .......................................................................... 116 4.2.3 Tratamento dos Dados ............................................................................................. 118 4.2.3 Programas Utilizados no Tratamento de Dados ..................................................... 120 4.2.4 Metodologia Utilizada e Explorada Especificamente nesta Tese ........................... 123 4.2.5 Coleta de dados de ventos e tratamentos ................................................................. 123 4.2.6 Metodologia utilizada para a construção da batimetria ......................................... 126 4.2.7 Metodologia utilizada para o cálculo de H(f) ......................................................... 128 4.2.8 Discretização do domínio de cálculo ....................................................................... 130 4.2.9 Condições de vento e parâmetros gerais do modelo ............................................... 131 4.2.10 Metodologia utilizada para a construção das malhas ............................................ 133 5 RESULTADOS ....................................................................................................... 134 5.1. O Porto da Praia da Vitória .................................................................................. 134 5.1.1 Situação I - Sem vento ............................................................................................. 134 5.1.1.1 Análise da influência da altura de onda ................................................................... 135 5.1.1.2 Análise da influência da direção da onda ................................................................ 138 5.1.1.3 Análise da influência do período da onda. ............................................................... 141 5.1.1.4 Análises Malha 3 - 1 de Janeiro de 2009, às 01:00 e às 10:00 horas ...................... 143 5.1.1.5 Evolução das características da agitação marítima................................................. 144 5.1.2 Situação II - Com Vento .......................................................................................... 146 5.1.2.1 Resultados em todo o domínio computacional ......................................................... 146 5.1.2.2 Evolução das características da agitação marítima................................................. 148 5.1.3 Comparações entre Boia e SWAN ........................................................................... 150 5.1.4 Análises completas para os anos de 2009 a 2010.................................................... 152 5.1.5 Ocorrência de Eventos ............................................................................................. 154 5.1.6 Dados estatísticos: Janeiro de 2009 a março de 2010 ............................................ 157 5.2. Lago da Barragem de Ilha Solteira ...................................................................... 157 5.2.1 Comparações do Modelo Numérico SWAN e dados Obtidos pelo Sensor de Pressão ...................................................................................................................... 160 5.2.2 Ocorrências de Eventos............................................................................................ 163 5.2.3 Análises Estatísticas ................................................................................................. 165 6 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS .................................................................... 166 6.1 Conclusões .............................................................................................................. 166 6.2 Perspectivas Futuras .............................................................................................. 168 6.3 Artigos publicados pela pesquisadora durante o período de doutorado .......... 169 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 171 ANEXO A – Programas desenvolvidos pela equipe de Ondas Gravitacionais. 179 A.1 Programas para a conversão de espectro de pressão para altura significativa de onda ............................................................................................... 179 A.1.1 Reduz 4 ....................................................................................................... 179 A.1.2 Macro1 ....................................................................................................... 182 A.1.3 Corrige ....................................................................................................... 183 A.2 Programas para aquisição de dados ....................................................... 188 APÊNDICE A – Programas utilizados no desenvolvimento da Tese ................ 190 A.1 Programas para estruturação dos dados de vento de acordo com as normas exigidas pelo modelo SWAN .................................................................... 190 A.1.1 Previsões de ondas ..................................................................................... 190 A.1.2 Programa dados_previsão_77 ................................................................... 191 A.1.3 Ventos......................................................................................................... 192 A.1.3.1 Programa para gerar UV para os meses de Janeiro a Setembro ............ 193 A.1.3.2 Programa para gerar UV para os meses de Outubro a Dezembro .......... 199 A.2 Metodologia para Gerar os Transfer´s................................................... 205 A.2.1 Interface gráficas do SWAN .................................................................... 205 A.2.2 Computacional Grid .................................................................................. 206 A.3 Metodologia de como gerar os arquivos da boia de 3 em 3 horas ....... 208 A.4 Metodologia de como criar os arquivos para do SWAN de 3 em 3 horas 209 A.5 Metodologia de como fazer as comparações entre dados da boia e dados do SWAN de 3 em 3 horas ..................................................................................... 210 A.6 Metodologia de como gerar os dados Estatístico ................................... 211 A.7 Programa para os cálculos Estatísticos e índices de concordância ...... 213 A.8 Rotinas para criar malhas a partir de sua batimetria .......................... 217 A.9 Processo para transformar coordenadas ............................................... 224 A.10 Programas para a correção das alturas de vento .................................. 225 A.11 Programas para separar a agitação da Boia em dados de 3 em 3 horas .......................................................................................................... 226 A.12 Programa para separar os dados gerados pelo SWAN de 3 em 3 horas .......................................................................................................... 227 A.13 Programa para calcular a média dos ventos e organizar de acordo com as necessidades para a leitura pelo SWAN ............................................ 228 A.14 Programa para organizar os ventos de acordo com que lê o SWAN com correção do vento. .................................................................................... 231 A.15 Programas para execução de macros a fim de determinar alturas significativas de onda a partir de espectro de pressão. ......................... 234 A.16 Programa para organizar os valores das alturas significativas, profundidade, altura máxima e altura média, com médias a cada 30 minutos ...................................................................................................... 238 A.17 Programa para organizar os valores das alturas significativas, profundidade, altura máxima e altura média, com médias a cada 1 hora ........................................................................................................... 241 A.18 Programa para organizar os valores das alturas significativas, profundidade, altura máxima e altura média, com médias a cada 1 minuto ....................................................................................................... 243 A.19 Programa para organizar os valores das alturas significativas, profundidade, altura máxima e altura média, com médias a cada 5 minutos ...................................................................................................... 246 A.20 Programa que executa os macros necessários para o calculo das alturas significativas de ondas (Macro1, Corrige e Reduz4) ............................ 250 37 1 INTRODUÇÃO 1.1 Motivação e Justificativa Atualmente diversas pesquisas estão sendo voltadas para o meio ambiente devido à grande preocupação com os fatores que ameaçam a sua integridade. O Efeito-Estufa é um exemplo de grande escala que pode ser citado devido aos impactos ambientais ocasionados, como a elevação do nível do mar, o que vem afetar de forma direta todo o litoral do planeta. Numa escala local, mecanismos de geração e propagação de ondas por ação do vento têm constituído estudo clássico para áreas abertas. Estudos dessa natureza têm sido convalidados, com significativo sucesso, a partir de códigos de cálculo consagrados no meio costeiro, e de resultados confrontados com medições oportunas ao largo ou na costa (boias). Uma segunda vertente, ainda bastante carente em termos de estudos de previsão e validação, são ondas geradas por vento em corpos d’água interiores de grande superfície, como é o caso de lagos de reservatórios de barragens, ainda que tais ambientes forneçam condições favoráveis para estudos de engenharia fluvial, mais especificamente hidráulica de reservatórios. Se a navegação interior constitui meio de transporte fundamental para a economia brasileira, deve-se destacar que a Hidrovia Tietê-Paraná como elo de ligação entre as regiões produtoras da região do cerrado brasileiro e o sistema ferroviário que se destina ao porto de Santos. Se no passado recente este sistema hidroviário chegou prestes a ser inviabilizado e paralisado como resultado de acordos regulatórios que favoreciam exclusivamente à geração de energia elétrica, quando se cogitou bloquear o canal Pereira Barreto, este transporte aquaviário constitui, hoje, efetivamente, opção mitigadora das emissões de gases de efeito estufa, devendo ser significativamente ampliado nas próximas duas décadas. Acidentes com embarcações de navegação interior, especialmente em lagos ou em trechos de hidrovias em lagos de barragens, têm motivado o estabelecimento de serviços de alerta e de previsão de ondas. Levando em conta esses acidentes, os de ocorrência mais frequente têm sido os de abalroamento ou choque de comboios de embarcações em estruturas de pontes e torres, com sérios comprometimentos das obras, a ponto de causar interdições em rodovias de tráfego intenso. Exemplos destes acontecimentos são ilustrados nas Figuras 1, 2 e 3, onde a Figura 1 ilustra a formação de ondas devido a fortes rajadas de vento de até 60 km/h no Lago Michigan nos Estados Unidos. Ciclistas e praticantes de corrida tiveram que se 38 proteger das fortes ondas (VENTOS..., 2013). No Brasil, dois acidentes ocorreram recentemente na Hidrovia Tietê – Paraná foram bem significativos: o primeiro ocorreu em 17/10/2010 (Figura 2) onde fortes ventos em Ilha Solteira fizeram com que nove torres de transmissão da Usina Hidrelétrica caíssem nas águas do Rio Paraná. A queda afetou 4 das 6 linhas de transmissão impossibilitando a geração plena de energia pela Usina, que foi obrigada a abrir seus vertedores para manter o sistema (TORRES..., 2010). Tais ventos causaram ondas da ordem de 1.5m no reservatório. O segundo, ilustrado na Figura 3 indica uma barcaça da empresa ADM/Sartco que navegava pela Hidrovia Tietê-Paraná na região de Araçatuba, entre a barragem de Nova Avanhandava e o reservatório de Três Irmãos, quando se chocou com uma torre de retransmissão de energia elétrica da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP), o que ocasionou estragos em mais duas torres no leito do rio e três em terra. Segundo as empresas de navegação, este acidente gerou um prejuízo de mais de R$12 milhões, pois cerca de 100 mil toneladas de soja não foram transportadas nos 8 dias em que a Hidrovia ficou fechada. Figura 1 - Ondas no Lago Michigan. Fonte: Adaptada de Ventos... (2013) Figura 2 - Torres de Transmissão destruída no Lago da barragem de Ilha Solteira. Fonte: Adaptada de Almeida (2013). 39 Figura 3 - Choque da Barcaça na Torre de Transmissão na Hidrovia Tietê- Paraná. Fonte: Adaptado de Paralisação... (2013). Assim exposto, a segurança da navegação, em particular da navegação interior, requer uma estimativa precisa das ondas de vento e sua ação (forças das ondas) sobre as estruturas, sejam estruturas fixas (barragem, quebra mar, muros tipo Galveston), sejam estruturas móveis (a própria embarcação, etc). Por estes motivos, tem-se tornado cada vez mais importante o desenvolvimento de metodologias e ferramentas capazes de promover a monitorização, a previsão e a formação de ondas geradas por ventos em espelhos d’água de reservatórios, lagoas e trechos de hidrovias, bem como das consequências dessa agitação em termos de navegabilidade e estabilidade das margens de reservatórios e finalmente o desenvolvimento de sistemas de alerta e aviso de situações de emergência. No Brasil, apesar de já se contar com especialistas e experiência acumulada em engenharia costeira, pouco se tem utilizado desta experiência em problemas de lagos de barragem, uma vez que os projetos da maioria das barragens foram elaborados na década de 60. Além de estudos dessa natureza carecerem na literatura, estudar o assunto em águas interiores, pela redução das dimensões físicas do problema em relação às condições oceânicas, bem como por se tratar de condições menos agressivas, e de se dispor de apoio logístico mais fácil, torna-se uma oportunidade singular, sobretudo em trechos/rotas de hidrovia em lagos de barragens de importância comercial como ilustrado na Figura 4. 40 Figura 4 - Representação de trecho/rota da hidrovia Tietê-Paraná. Fonte: Elaboração do autor com imagem do banco de dados da Equipe Ondas Gravitacionais do Laboratório de Hidrologia e Hidrometria da UNESP, Ilha Solteira. No que tange à modelagem matemática, os modelos numéricos de geração e propagação de ondas em zonas costeiras e portuárias têm-se apresentado como uma excelente alternativa para a determinação do clima de ondas em regiões carentes desse tipo de informação. São assim utilizados para transferir as características da onda (alturas, direção e período) do largo ou de um local na costa onde sejam conhecidos, para o local de interesse de estudo. Dependendo da complexidade do modelo numérico, este pode incluir diferentes fenômenos que afetam a geração e propagação das ondas em zonas costeiras, tais como, a refração, a difração, a reflexão, a arrebentação de ondas, efeitos não lineares e interação onda- corrente. Um exemplo deste tipo de modelo de geração e propagação de ondas é o modelo SWAN (BOOIJ; HOLTHUIJSEN; RIS, 1996), utilizado para obter estimativas do espectro de ondas em áreas costeiras, lagos e estuários, a partir de campos de vento, batimetria e correntes fornecidos por outros modelos. Foi desenvolvido na Universidade Técnica de Delft (TUDelft), Holanda, constituindo-se em modelo numérico de terceira geração que permite 41 obter parâmetros das características da agitação marítima desde águas profundas a águas pouco profundas (rasas). Uma das grandes vantagens do modelo SWAN é a sua versatilidade, pode ser aplicado a grandes zonas costeiras abertas ou pode ser aplicado a zonas confinadas (como estuários ou lago de barragens) e em ambos os casos o forçamento pode ser efetuado por ventos, ondas e/ou correntes. O modelo efetua a geração e/ou propagação de estados de agitação marítima desde o largo até à zona costeira. A aplicação do SWAN envolve o estabelecimento das características das malhas computacionais, das condições de fronteira e das condições de agitação incidente (características do espectro direcional de ondas) bem como dos campos de ventos e de campos de correntes. É também necessário o estabelecimento de um conjunto de parâmetros relacionados com as formulações admitidas no modelo SWAN, os quais têm de ser calibrados para cada caso de estudo e que tem um papel fundamental nos resultados obtidos. Do exposto, julga-se interessante a aplicação do modelo em situações distintas e principalmente para as quais existam dados de medição que permitam fazer essa calibração, e avaliar o desempenho do modelo. Neste âmbito, a existência de um conjunto de dados de ondas que vem sendo medido desde 2009 na zona da Praia da Vitória, na Ilha da Terceira, do Arquipélago dos Açores, Portugal, torna-se de importância capital, pois o porto ali localizado é responsável por receber containers, gasolina e mercadorias etc., cuja operacionalidade afeta toda a Ilha. Desta forma, uma caracterização da agitação marítima à entrada do porto e principalmente a sua previsão por modelos WWIII+SWAN são essenciais para garantir as operações e a boa gestão portuária. Além disso, o fato de estar instalada lá uma boia é fundamental para a validação do modelo SWAN. Por outro lado, uma das motivações desta pesquisa conforme já mencionado, advém da necessidade do monitoramento, previsão e formação de ondas por ventos em lagos de reservatório a fim de analisar os possíveis danos e sua ação sobre as embarcações e infraestruturas de apoio, além de sua ação intermitente sobre as margens dos reservatórios. Assim, torna-se também muito interessante a utilização do modelo SWAN na região da Hidrovia Tietê-Paraná, lago da barragem de Ilha Solteira, zona confinada, para a qual existe também um conjunto de dados de ventos e ondas. Note-se que o SWAN é normalmente utilizado em zonas costeiras abertas, havendo muito poucas aplicações realizadas em zonas confinadas, como estuários ou lagos, o que constitui uma inovação desta Tese. 42 Em resumo, esta tese de doutorado aborda o problema de ondas geradas por ventos em duas regiões distintas, quais sejam a costa aberta do porto da Praia da Vitória – Arquipélago dos Açores-Portugal e o lago da Barragem de Ilha Solteira no noroeste do Estado de São Paulo – Brasil. Utilizando-se do modelo espectral SWAN, a partir de campos de vento, foi possível fazer uma previsão de ondas e proceder à sua confrontação com dados medidos de boias e sensores de pressão, tanto para o caso português como o brasileiro. 1.2 Objetivos Esta tese de doutorado propõe um estudo voltado à modelação, geração e propagação de ondas geradas por vento em zonas costeiras abertas, com aplicação na zona marítima adjacente à Praia da Vitória – Arquipélago do Açores - Portugal e em zonas confinadas, com aplicação no Lago da Barragem de Ilha Solteira e suas respectivas validações a partir de dados físicos medidos em campo. Nesse âmbito, foram executadas nessa tese de doutorado duas grandes tarefas, a saber: Análise do desempenho do modelo numérico SWAN na caracterização da agitação marítima na zona do Porto da Praia da Vitória – Açores – Portugal. Utilizaram-se os resultados das previsões da agitação marítima ao largo da zona em estudo obtidos com o modelo de previsão de larga escala WAVEWATCH III e os dados de vento do modelo MM5 como condições forçantes do modelo SWAN. Os resultados numéricos foram comparados com dados de agitação marítima obtidos a partir de uma boia-ondógrafo instalada a cerca de 4 km da costa a uma profundidade de 90m, durante os anos de 2009 e 2010, com médias de três em três horas. Análise do desempenho do modelo numérico SWAN na caracterização da agitação no lago da barragem de Ilha Solteira, o que exigiu uma adaptação do modelo as condições de recinto fechado utilizando a caracterização do vento obtida a partir do anemômetro 2D sônico instalado no lago da barragem, obtiveram-se estimativas das ondas geradas no lago com o modelo SWAN que foram comparadas com as medições da elevação da superfície livre obtidas com o sensor de pressão Druck instalado no lago da barragem. Esta Tese esta dividida em sete capítulos, um anexo e um apêndice organizados da seguinte maneira: 1 - Introdução: Trata da problemática e do controle de sobrelevação de nível de água em recintos fechados (Lagos de Barragens) pela ação do vento. O capitulo 1 faz alusão à preocupação desse controle em função da compatibilização das atividades econômicas da 43 região com o efeito do aquecimento global, estando portanto a temática desta tese de doutorado inserida em riscos e catástrofes e políticas de mitigação. Também se explica as vantagens da utilização de modelagem, bem como se indica a proposta de trabalho e os objetivos a serem alcançados com estes estudos. 2 - Estado da Arte: Este capítulo tem como foco principal uma revisão sobre a evolução dos estudos já realizados sobre métodos computacionais utilizados no decorrer desta tese, desde os trabalhos realizados por Jeffreys (1924, 1925), enfocando o surgimento de ondas a partir da ação de ventos, bem como modelos de geração de ondas oceânicas em áreas abertas e em recintos fechados. 3 - Propostas de Modelagem da Agitação Marítima e uso do software SWAN para águas confinadas devido à ação do vento: Neste capítulo faz-se uma revisão teórica de conceitos necessários para o estudo de vento, tipos e características de ondas. Faz-se um estudo dos modelos empíricos de previsão de altura de onda: SGM, SMB e JONSWAP. Explica-se a formulação matemática do modelo SWAN, a equação de balanço de energia, os termos de propagação de ondas, o forçamento pelos campos de ventos, a interação não linear das ondas, a arrebentação parcial (whitecapping), a influência do atrito de fundo e a arrebentação induzida pelo fundo, enfoca também os procedimentos de pré e pós- processamento para a geração de ondas utilizando este modelo. Descreve-se o software SOPRO, interface gráfica que permite a montagem de forma intuitiva de projetos de caracterização da agitação marítima numa dada região ou de simulação de trajetórias de navios em portos. Este software foi desenvolvido no LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil - Lisboa Portugal. 4 - Materiais e Métodos: Constam neste Capítulo, os procedimentos utilizados na elaboração desta tese; o material utilizado e as linguagens de programação. 5 - Estudos de Casos: Neste capítulo descreve-se primeiramente a aplicação do modelo numérico espectral SWAN na simulação da geração e propagação de ondas na zona marítima adjacente ao porto da Praia da Vitória – Açores - Portugal, para um período de dois anos (2009 e 2010). Efetua-se também a comparação dos resultados do modelo com os dados obtidos na boia-ondógrafo instalada a cerca de 4km da costa em profundidade de 90m, para avaliação do desempenho do modelo SWAN. Em sequência, descreve-se a aplicação e análise do desempenho do modelo SWAN na caracterização de ondas geradas pelo vento numa zona confinada como é o caso do lago da Barragem de Ilha Solteira - São Paulo – Brasil no período de outubro de 2010 a março de 2011. Utilizaram-se dados de ventos obtidos no Anemômetro 2D sônico instalado no lago da barragem onde foram captadas as intensidades e direções dos 44 ventos, como forçantes do modelo SWAN e obtiveram-se as estimativas de ondas que foram comparadas com dados medidos pelo sensor de pressão da marca Druck instalado também no lago. Este sensor fornece os espectros de pressão, que com auxílios de programas desenvolvidos pela equipe de trabalho, foram convertidos em alturas significativas. 6 - Comentários e Perspectivas Futuras: Consta neste item uma visão geral de todo o trabalho realizado, verificando e analisando os casos estudados com o modelo numérico e tirando conclusões quanto ao desempenho do modelo. Tendo em vista que o trabalho é de grande interesse para o estabelecimento de um sistema de alerta à ocorrência de ondulação prejudicial à navegação em geral, e em particular, ao tráfego de barcaças de etanol em toda a Hidrovia Tietê-Paraná. Como proposta de trabalho futuro é interessante uma análise das alturas de ondas significativas e máximas no decorrer de toda a hidrovia, principalmente na região próxima as pontes situadas em toda a hidrovia, pois a propagação das ondas próxima aos pilares destas pontes podem causar danos às estruturas das mesmas. Além disso, uma segunda proposta seria a previsão da atenuação das ondas pela vegetação utilizando o modelo numérico SWAN para a redução da erosão em encostas de lagos de barragens. Referências: Têm-se aqui as referências dos materiais utilizados para a escrita e estudos para a construção da tese. Anexos: Programas computacionais necessários para a execução desta tese desenvolvidos pela equipe de trabalho. Programas para a conversão de espectro de pressão para altura significativa de onda. Apêndices: Programas computacionais necessários para a execução desta tese a saber: Programas para estruturação dos dados de vento de acordo com as normas exigidas pelo modelo SWAN; Programas para a correção das alturas de vento; Programas para a geração de planilhas de cálculos de filtros de dados de vento e onda. Programas para execução de macros a fim de determinar alturas significativas de onda a partir de espectro de pressão. 45 2 ESTADO DA ARTE No contexto do mar e dos processos de interação mar-costa, assim como em grande lagos interiores naturais ou formados pela existência de barragens, a importância do vento na formação de ondas é significativa e a sua descrição é um dos problemas mais intrigantes da teoria de ondas de gravidade superficiais. Jeffreys (1924, 1925) assume que o fluxo de ar acima do mar é protegido pelas ondas. Isto daria uma diferença de pressão, de tal modo a permitir que o vento exerça trabalho. No entanto, experimentos em laboratório indicam que a diferença de pressão é muito pequena para explicar as taxas de crescimento observadas. Consequentemente esta hipótese foi abandonada e a amplificação de ondas de água pelo vento permaneceu sem entendimento. Entre o final dos anos 40 e princípio dos anos 50 era comum pesquisadores proporem fórmulas empíricas que relacionassem à altura das ondas com a velocidade dos ventos, ambas observadas em um mesmo local. A influência da escala Beaufort, criada no princípio do século 19, era evidente nesta metodologia. Porém, foi logo notado que estas fórmulas eram inadequadas, pois as ondas observadas em um determinado local dependiam não apenas da velocidade do vento, mas também da pista (fetch; dimensão da área em que o vento está atuando) e da sua duração. Além disto, muitas vezes ondas são observadas sem a presença de ventos. Sabe-se que durante tempestades, a altura e a contínua quebra de ondas são fenômenos observáveis e significativos. Neste estágio a agitação marítima é chamada de vagas (sea ou windsea). Quando o vento cessa ou as ondas avançam para outra região sem vento, recebem o nome de marulho (swell). Neste regime, as cristas são arredondadas e a distância entre elas são maiores. Parecem "calmas" enquanto as vagas parecem "nervosas". A fonte de energia torna-se pequena com o enfraquecimento do vento, e as ondas curtas desaparecem primeiro, deixando somente as maiores. As cristas ponte-agudas tornam-se menos frequentes. A irregularidade, ou a aparente falta de organização com quebra de ondas de várias direções desaparecem. As cristas que restam diminuem de altura, perdem a ingremidade e se assemelham às ondas que se formam pelo impacto de um objeto arremessado em um lago calmo. No entanto, nos anos 50, Philips (1957) e Miles (1957) publicaram suas contribuições à teoria da formação de ondas de superfície pelo vento. Ambas teorias dizem que as ondas são formadas pelo fenômeno de ressonância: Philips considera a ação ressonante de ondas de 46 superfície livre por flutuações de pressão turbulentas, enquanto Miles considera a interação ressonante entre flutuações de pressão induzidas pelas ondas e as ondas de superfície livres. O mecanismo de Philips mostra ser ineficaz, pois mostra um aumento linear do espectro de onda no tempo. O mecanismo de Miles mostra-se mais promissor, sendo proporcional ao espectro de onda em si, o que implica em aumento exponencial, e é da ordem de grandeza da proporção das massas específicas do ar e da água. Estudos realizados nos anos 70 mostram que o crescimento da altura das ondas em função da duração e da pista era similar ao de uma função tangente hiperbólica. Vários experimentos observacionais foram realizados com a finalidade de se ajustar os parâmetros que controlam as características desta função. Sanders, em 1976, determinou que supondo um mar infinito (sem obstáculos) a altura das ondas H (em metros) sobre a ação de um vento medido a 10 metros de altura e constante sobre todo o oceano (sem variar a direção e a intensidade) é dada pela equação (1). 75.0 10 4 2 10 101.6tanh22.0                 U gt U gH (1) sendo: H : altura das ondas (m); g : aceleração da gravidade (m/s2); U10 : velocidade do vento a 10m de altura da superfície (m) e t : tempo de duração do vento (s). Também nos anos 70, centros meteorológicos e oceanográficos canadenses utilizam da equação (2) para quantificar o período em função da pista. 25.0 2 10 2 10 077.0tanh54.7                  U gh U gT (2) sendo: T: período das ondas (s); h: comprimento da pista (m). Segundo Mitsuyasu e Honda (1982), as ondas geradas pelo vento são quase sempre aleatórias; a altura da onda, o período e a direção de propagação variam de uma maneira irregular ao redor de cada valor médio, fato que dificultou o processo dos estudos das ondas por um longo tempo. 47 2.1 Modelos de Geração de Ondas Nos modelos numéricos espectrais são calculados os espectros de onda e seus parâmetros integrais como altura de onda, frequência de pico, direção de pico, dentre outros. Este tipo de modelo calcula a evolução espacial e temporal do espectro bidimensional de ondas EfPara isto, é resolvida a equação de transporte advectivo com base na conservação da densidade espectral de energia conforme a equação (3): totg SFc t F    (3) sendo: F = F(f ,, x, y, t) : espectro direcional de onda; cg : celeridade de grupo; Stot = (Sin + Snl + Sds): termo fonte; Sin: entrada de energia pelo vento; Snl: interações não lineares do tipo onda-onda e Sds: dissipação por quebra (whitecapping). O modelo espectral pode ser classificado como sendo de primeira, segunda ou terceira geração de acordo com suas características. Os modelos de primeira geração consideram que o termo fonte total é composto apenas pelo somatório do termo de entrada pelo vento e dissipação por whitecapping, Stot = Sin + Sds. Os modelos de primeira geração superestimavam a contribuição atmosférica e só produziam bons resultados para regiões geográficas ou sistemas meteorológicos para os quais haviam sido criados. Para modelos de segunda geração, o termo fonte consiste no somatório do termo de entrada pelo vento, termo de interação onda-onda e o termo de dissipação Stot = Sin + Snl + Sds. O que diferencia este modelo é o fato de que o mesmo inclui uma função paramétrica para representação das interações não lineares onda-onda no termo Snl. O balanço dos termos fonte nos modelos de terceira geração é representado da mesma forma que para os modelos de segunda geração. As diferenças fundamentais aparecem na forma de cálculo apresentado nestes modelos. O maior e principal avanço é o fato de apresentarem uma solução completa para o termo de interação não linear onda-onda. 48 2.1.1 SMB SMB (Sverdrup, Munk e Bretschneider) é um dos métodos de previsão de ondas em águas rasas, desenvolvido através de relações empíricas que foi proposto por Sverdrup e Munk (1947), revisado por Brestscneider (1952) e desde então tem sofrido – revisão sucinta com diversas modificações. De acordo com Mitsuyasu e Honda (1982) o crescimento do espectro de onda devido ao vento determinado através de observações experimentais em laboratório, seguindo o método da versão utilizada pelo United States Department of the Interior – Bureau of Reclamation tem –se as seguintes equações empíricas:                42,0 22 **0125,0tanh*283,0* U Fg U Hg s (4)                25,0 2 **077,0tanh*2,1 **2 * U Fg U Tg s  (5) sendo: Hs : altura significativa da onda (m); Ts : período significativo da onda (s); g : aceleração da gravidade (m/s2); U : velocidade do vento (m/s) e F : pista efetiva (km). 2.1.2 JONSWAP O método JONSWAP (Joint North Sea WAve Project), foi utilizado para o caso de simulação de ondas usando o SWAN no lago de Ilha Solteira e também quanto do uso de um primeiro modelo mais simplificado tanto quanto do uso do SWAN quanto do ONDISACAD na estimativa de ondas. O JONSWAP trata-se de método bastante empregado na estimativa das ondas máximas geradas pela ação de ventos é o que consistiu em uma série de levantamentos de dados de ventos e ondas realizados no Mar do Norte ao longo dos anos de 1968 e 1969, com o objetivo de melhor compreender o processo de formação das ondas pelo vento. A coleta de dados foi realizada ao longo de um trecho de 160 km a partir da costa a oeste da Dinamarca. Os resultados deste estudo foram utilizados para estabelecer fórmulas de previsão de altura significativa e período de ondas considerando uma velocidade de vento constante e incluindo as limitações de pista e de duração para desenvolvimento da onda. 49 O modelo desenvolvido pelo projeto JONSWAP parte do modelo de Pierson e Moskowitz (1964) que propuseram uma formulação para mar plenamente desenvolvido, considerando que a velocidade e a direção do vento permanecem constantes, e o que limita o desenvolvimento das ondas pode ser tanto o tamanho da pista, quanto à duração do vento, conforme apresentado na Figura 5, com base nos resultados de Carter (1982). Figura 5- Organograma de determinação de alturas e períodos significativos (D: Duração do vento (h)). Fonte: Morais, Cunha e Maciel (2009). Com base nos estudos de Carter (1982), considera-se que a velocidade e a direção do vento permanecem constantes, independentemente da pista ou da duração, e o que limita o desenvolvimento das ondas é o tamanho da pista (condição de mar em desenvolvimento) de acordo com a equação (6): 40 70 1671 , , , U FD  (6) sendo: D : duração do vento (horas); U : velocidade (m/s) e F : pista efetiva (km). O resultado final, para previsão de altura de onda, em termos da pista de vento e da velocidade do vento é dado pela equação (7): 50 UFH s 5001630 , , (7) sendo: Hs : altura significativa da onda. Outra relação diz respeito ao estado de mar, segundo a qual este não se desenvolverá plenamente quando 2322 UF , . Para o mar desenvolvido, a expressão de altura significativa da onda segue a equação (8): 202480 UH s , (8) 2.1.3 Modelos de 3ª Geração O modelo de onda WAM (WANDI GROUP, 1988) é utilizado pelo ECMWF, o modelo WAVEWATCH III (TOLMAN, 2002) é utilizado pela NOAA/NCEP e modelo SWAN (BOOIJ; HOLTHUIJSEN; RIS, 1999; RIS; HOLTHUIJSEN; BOOIJ, 1999) é utilizado pela Delft University of Technology. Trata-se de modelos espectrais, donde se pode obter o período de pico, altura significativa e direção de pico, podendo descrevê-los como uma relação do espectro, que descreve o cenário geral das condições de onda em um determinado momento. Entretanto, para compor a totalidade de energia contida em um espectro, necessita-se da composição das energias de ondas formadas por ventos locais (wind- sea) em uma determinada região e grupos de ondas originários de locais afastados (swell), que se unem ao wind-sea desta região. Desta forma, quando se caracteriza um clima de ondas de uma região, é necessário ter conhecimento de suas características de formação, isto é, se a região estudada possui maior influência de wind-sea ou de swell, de ambas ou de uma composição mais complexa com dois ou mais sistemas de swell. Para esta finalidade é necessário realizar o particionamento da energia do espectro identificando qual sistema é predominante. O WW3 é um modelo de previsão de ondas de terceira geração, desenvolvido pela NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) / NCEP (National Centers for Environmental Prediction), similar ao modelo WAM (WANDI GROUP, 1988). O WW3 é uma evolução do WAVEWATCH I desenvolvido na Delft University of Technology (TOLMAN, 1989) e WAVEWATCH II desenvolvido na NASA, Goddard Space Flight Center (TOLMAN, 1992). A física do modelo inclui geração de energia, dissipação devido à quebra de ondas e fricção com o fundo, refração, advecção, e interações onda-onda 51 quádruplas. A física do WW3 não era apropriada para águas rasas (abaixo de 40m de profundidade), principalmente por não considerar as interações não lineares triplas que dominam a propagação das ondas nestas localidades, porém, esta parametrização foi incluída na última versão 3.14 (TOLMAN, 2009). Com o intuito de analisar a precisão do modelo de previsão de ondas WW3, muitos trabalhos foram realizados. Tomando como exemplo os autores Rogers, Hwang e Wang (2002), estes utilizando-se de diferentes modelos físicos e com forçantes de campo de vento discutem a sensibilidade da energia do campo de ondas. Seus estudos mostraram que quem define as maiores diferenças na altura significativa dos campos de onda gerados pelo modelo numérico são as forçantes e não os modelos físicos de onda. Através de diferentes forçantes, para estimativas de campos de ventos, Feng, Li e Meyers (2004) comparam valores de campos de ondas. Uma delas é com campos de ventos da reanálise do NCEP e a outra forçante um produto combinado entre ventos da reanálise do NCEP com dados do escaterômetro Quickscat (satélite de monitoração terrestre que fornece informações de velocidade e direção do vento nos oceanos para a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA)). Esses campos de vento foram implementados no WW3 e comparados com dados do satélite de altimetria TOPEX, tanto para uma grade global, como para grades regionais. Valores de altura significativa gerados por campos de vento da reanálise do NCEP foram mais coincidentes para a grade global, com o período subestimado antes de 8,2s e superestimado acima deste valor. Na grade regional, os valores foram coincidentes para todos os dados de entrada no modelo. Para casos acima de 1,5m de altura significativa, os modelos apresentaram mais consistência, sugerindo que regiões com ventos mais fortes resultam em campos de onda com maior precisão. No intuito de analisar modelos de terceira geração WW3, SWAN e WAM, Padilla- Hernandez (2002), fizeram comparações com os dados de boias DWR (Directional Wave Rider) e com um ADCP (Acoustic Doppler Current Profiler). Concluíram que todos os modelos realizam satisfatoriamente a previsão de ondas, apesar de em casos específicos, como a passagem de tempestades, a rápida variação de campos de vento faz com que os modelos subestimem os valores de altura significativa, concluindo que quanto menor o intervalo de atualização dos campos de vento, melhor os resultados gerados pelos modelos. Concluem também que o desempenho do WW3 é melhor quando comparado com os dados das boias e do ADCP, e que a relação do SWAN com o WW3 apresenta resultados ligeiramente melhores do que SWAN com WAM. http://pt.wikipedia.org/wiki/National_Oceanic_and_Atmospheric_Administration http://pt.wikipedia.org/wiki/National_Oceanic_and_Atmospheric_Administration 52 2.1.4 SWAN O SWAN é utilizado para obter estimativas do espectro de ondas em áreas costeiras, lagos e estuários, podendo utilizar campos de vento, batimetria e correntes fornecidos por outros modelos. É um modelo numérico de terceira geração que permite obter parâmetros característicos da agitação marítima desde águas profundas a águas pouco profundas. É baseado na equação de balanço espectral da ação de onda (BOOJI; RIS; HOLTHUIJSEN, 1999), e surgiu da necessidade de complementar os modelos de terceira geração desenvolvidos, essencialmente, para aplicações operacionais preferencialmente em águas profundas. O modelo propaga, no domínio geográfico, o espectro direcional e, consequentemente, calcula a evolução das ondas geradas pelo vento em zonas costeiras. O modelo SWAN é de domínio público e está disponível a qualquer utilizador. A formulação matemática do modelo SWAN envolve não só os fenômenos de geração, dissipação e interação não linear entre quatro ondas características, por exemplo, do modelo WAM (KOMEN et al., 1994), mas também os processos existentes em águas pouco profundas, como a dissipação devido ao atrito do fundo, interação não linear entre três ondas e arrebentação induzida pela diminuição de profundidade. O artigo de revisão de Battjes e Stive (1985) indica a importância relativa dos diferentes processos que afetam a evolução das ondas em águas profundas, intermediarias e pouco profundas, estando o seu resumo representado na Tabela 1. Tabela 1- Importância dos diferentes processos que afetam a evolução das ondas em águas profundas, intermédias e pouco profundas. Processo Águas profundas Águas intermediarias Águas pouco profundas Geração do vento xxx xxx x Interações quádruplas xxx xxx x Interações triplas o o xx Arrebentação parcial o xxx x Atrito de fundo o xx xx Refração x x xx Empolamento o xx xxx Rebentação o x xxx Reflexão o o x/xx Difração o o x xxx Dominante xx Significativo x Pouco relevante o Irrelevante Fonte: Adaptação do quadro descrito por Battjes e Stive (1985). 53 2.1.4.1 Aplicações do Modelo SWAN Matos et al (2011) apresentou nas Jornadas Portuguesas a aplicação do modelo numérico SWAN afim de modelar a agitação marítima na região adjacente do estuário de Diogo Lopes (RN, Brasil), entre os municípios de Macau e Guamaré. Os resultados numéricos foram comparados com os dados obtidos em campanhas de medições in situ de modo a avaliar o desempenho do modelo SWAN para a região. A Figura 6 ilustra a zona de estudo analisada. Figura 6 – Localização do Estuário de Diego Lopes. Fonte: Matos et al. (2011). Neste trabalho, foi aplicado o modelo SWAN na propagação de várias condições de agitação incidente desde o largo até junto à costa da área adjacente ao estuário de Diogo Lopes. Afim de comparar alturas significativas e períodos de ondas. Foram analisados dois pontos de estudo: o primeiro localizado a uma profundidade de 4m (PT2) e o segundo a 12m (PT1). Concluiu-se que o modelo SWAN conseguiu reproduzir muito bem o andamento geral e a ordem de grandeza das alturas significativas e períodos de onda ao longo da campanha de medição, para qualquer dos pontos em estudo, especialmente para o ponto PT1, que se situa mais ao largo. Para estas grandezas, os valores numéricos são em geral mais atenuados e na maioria dos casos inferiores aos medidos. Em relação à direção de onda, o modelo apresentou maiores dificuldades na simulação dos valores medidos. O modelo conduziu a resultados numéricos mais próximos dos medidos para o ponto em maiores profundidades, PT1, do que 54 para o de menor profundidade, PT2, onde outros efeitos de correntes e ventos locais variavam mais significativamente. Utilizando também o modelo numérico SWAN, Angelo (2012) determinou a caracterização da agitação marítima no litoral setentrional do Rio Grande do Norte em uma área de exploração petrolífera na bacia potiguar. Foram analisados dados de três campanhas: 11 a 12 e 20 a 27 de Dezembro/2010 e 15 a 22 de Fevereiro/2011. Para realizar este trabalho, utilizaram-se dados de previsões das agitações marítimas do modelo de larga escala WWIII, dados de ventos obtidos pela estação metereológica de Macau e dados de maré da estação marégráfica de Macau. O modelo SWAN foi executado em regime estacionário e foi comparado com as medições in situ. Mostrou-se uma boa concordância global, entretanto para o ponto que estava mais ao largo, o modelo pôde reproduzir melhor a ordem de grandeza das alturas significativas e períodos de pico. 2.1.5 Considerações Gerais sobre Medição de Pressão com Presença de Ondas Dentro do contexto desta tese vale ressaltar o trabalho desenvolvido por François Anctil e Tung T. Quach (Contrôle et analyse de mesures manométriques de vagues de surface) que descreve dúvidas sobre a credibilidade das medidas manométricas de ondas de superfície gerada pelo vento. Então, quando se trata de projetar uma estrutura marítima, é prudente a utilização de tais medidas para finalizar um projeto? Esta questão é o foco do trabalho daqueles autores (ANCTIL; QUACH, 1997), no qual estudos comparativos disponíveis na literatura são compilados para determinar os limites de aplicabilidade de várias funções existentes para transformar flutuações de pressão em flutuações de superfície. Mostra que a teoria linear das ondas realiza adequadamente esta tarefa, enquanto apresentamos neste trabalho de doutorado a utilização de técnica de decomposição espectral. Uma observação também é feita para as medidas de controle e aplicação da teoria linear, incluída para resolver os problemas relacionados com a presença de ruído no sinal. Para esse efeito, um procedimento detalhado é proposto para identificar a parte da cauda do espectro que é mascarado pela amplificação do ruído pela função de transferência, e substituição desta seção do espectro por um mapeamento teórico. Finalmente, o processo proposto é aplicado a uma extensa base de dados para ilustrar a sua eficácia. 55 Deve-se entender que as variações de pressão associadas à passagem de ondas de superfície atenuam rapidamente com a profundidade de imersão. O sucesso das medidas depende, portanto, em grande parte da capacidade do experimentador para prever esta atenuação corretamente de acordo com a informação que se dispõe: componente de frequência, profundidade de imersão e profundidade total de água. Na prática, as flutuações de pressão medida estão se tornando contaminadas pelo ruído gerado pelo sensor ou ainda pelo sistema eletrônico do aparelho e pela ação de outros fenômenos presentes no ambiente. Mesmo em condições controladas de laboratório, correlações perfeitas nunca são obtidas. No entanto, essas restrições não são tão dramáticas, como também deve-se considerar a variabilidade intrínseca das ondas de superfície, um fenômeno irregular no espaço e no tempo. O valor do desvio padrão das alterações de superfície livre varia para um determinado período de tempo (valor que leva à altura significativa) se o local de medição é movido ou se o tempo de início das medições é avançada ou atrasada. Ano após ano, uma margem de erro de ± 10% é geralmente considerada excelente, sendo ainda valores de ± 15 a ± 20% considerados comuns. A base de dados disponível mostrou a eficácia do método proposto para a determinação automática da frequência de corte. As informações contidas nas medições são então utilizadas para determinar o intervalo de frequência para o qual o espectro obtido é válido para as medições manométricas. A parte truncada do espectro da onda (as frequências mais elevadas) é então completada teoricamente. Esta adição permite uma descrição mais adequada da altura de onda significativa. Neste estudo, um aumento de 30% da altura de onda significativa está contido na cauda do espectro adicionado. Entretanto, esta contribuição é atenuada rapidamente em função do incremento de altura significativa. As informações compiladas na literatura e análises realizadas neste estudo apoiam o uso conjunto de medidores e teoria linear de ondas de superfície, em águas profundas e intermediárias. 56 3 PROPOSTAS DE MODELAGEM DA AGITAÇÃO EM ÁGUAS CONFINADAS DEVIDO À AÇÃO DO VENTO As ondas são formadas pela força do vento sobre a água e a amplitude das ondas varia com a velocidade do vento, sua duração e a distância sobre a qual o vento atua. 3.1 Revisão Condensada da Teoria Linear e Técnicas de Medição Em geral as propriedades estatísticas da superfície do oceano variam lentamente no tempo e no espaço. Podem ser descritas localmente por uma transformada de Fourier tridimensional, X (L,, f); isto é, a superfície pode ser considerada como a superposição de ondas de todas as componentes de comprimento de onda L = 2/k e períodos T=1/ f, transitando em todas as direções . Em geral, assume-se que para grandes comprimentos de onda (L>1m) vale a relação de dispersão descrita na equação (9): L π2k f,π 2ω que em gkω2  (9) Isto reduz a dimensão da transformada e o resultado é um espectro direcional  (L,) ou  (f,). A superfície é então descrita por uma superposição de ondas planas com vários comprimentos de onda e direções. A integração de  ao longo de todos os ângulos produz o espectro de uma dimensão G(f) ou G(L) que é o espectro da elevação medida em um ponto. A integração de G ao longo da frequência nos fornece a variância da elevação. Se  é um processo randômico gaussiano de faixa estreita, então a raiz quadrada da variância vale ¼ do terço das maiores ondas, o que é chamado de onda significativa. Para ondas pequenas (L < 1m), a relação de dispersão é desconhecida. Essas ondas são fortemente influenciadas por correntes superficiais. A medida de  deve ser feita em relação a uma referência fixa. Perto de terra isto é fácil, podendo-se colocar o instrumento no fundo (referência para a medição da pressão) ou preso a uma estrutura fixa, como foi o efetuado no posicionamento dos sensores de pressão no lago de Ilha Solteira. No caso marítimo, em alto mar fica mais complicado obter essa referência, a não ser no caso de estruturas offshore, cada vez operando em maiores profundidades. Em geral, em águas profundas, duas referências são utilizadas: o nível médio do mar, em medições inerciais e em nível profundo em que a influência da onda é pequena, em 57 medições por pressão. Tipicamente este nível profundo é da ordem de 0,5 a 2 comprimentos da onda de maior comprimento a ser medida. De forma sumária, as técnicas de medição consideram:  medições em um ponto;  medições em vários pontos;  medições em um ponto ou área por sensoriamento à distância. Enfatizando-se sobre a medição em um ponto (como no caso deste trabalho), em geral, podemos citar três técnicas distintas, a saber:  medição por pressão;  medição direta da superfície;  medição inercial. A medição por pressão foi a escolha adotada neste trabalho por considerações econômicas de custo-benefício. 3.1.1 Medição por Pressão Uma onda progressiva com deslocamento na superfície da água é dada pela Teoria Linear (AIRY, 1845), conforme equação (10). )(cos 2 tkxa   (10) em que: a : amplitude da onda        2 Ha , k = 2/L : número de onda,  = 2/T: frequência, O potencial de velocidade é dado pela equação (11): )( cosh )(cosh 2 txksen kd zdkga       (11) em que : d : profundidade local, z : ordenada vertical a partir do nível médio, positivo para cima. 58 Para os domínios de aplicabilidade da Teoria Linear, e considerando os efeitos combinados das componentes hidrostáticas e dinâmica das pressões pode-se escrever (DEAN; DALRYMPLE, 1984). PTOTAL = PHIDROSTÁTICA + PDINÂMICA t gzp      (12) em que é a massa específica da água. Para uma onda progressiva descrita pelo potencial  na equação (12) obtém-se )(cos cosh )(cosh 2 txk kd zdkagzgp     (13) ou )(zKgzgp P  (14) Portanto, pela teoria linear a variação da pressão, em relação à pressão hidrostática média, produzida por uma onda em um ponto abaixo da superfície é dada pelo segundo termo da equação (14), em que KP é o fator de atenuação de pressão: kd zdkKP cosh )(cosh   (15) A Figura 7, extraída de Dean e Dalrymple (1984) indica as curvas de igual pressão sob uma onda com d/L = 0,2 Figura 7- Curvas de atenuação da pressão dinâmica sob uma onda progressiva com d/L= 0,20. Fonte: Dean e Dalrymple (1984). 59 Portanto pode-se medir ondas por meio da medição das flutuações de pressão e calculando a variação da superfície da água associada às flutuações de pressão, por meio do termo referente à pressão dinâmica: )( hKg p P D     (16) em que h é a profundidade de instalação do sensor. 3.1.2 Função de transferência H (f) Em termos de espectro, um diagrama esquemático pode ser representada pela figura 8: Figura 8 - Diagrama espectral Fonte: Elaboração do próprio autor. em que: Sp( f ): espectro de pressão; Sn( f ): espectro de variância de superfície; H( f ): função de transferência da massa de água. O espectro de pressão é dado pela equação (17): Sp ( f ) = [g] 2 Sn( f ) [H( f )] 2 (17) ou, abandonando o termo [g], que pode ser incorporado à calibragem do sensor, resulta a equação (18): 2 P n ])f(H[ )f(S )f(S  (18) A função de transferência H (f) é dada p