0021-7557/08/84-02/107 Jornal de Pediatria Copyright © 2008 by Sociedade Brasileira de Pediatria ARTIGO DE REVISÃO Emergence agitation in pediatric anesthesia: current features Agitação no despertar da anestesia em crianças: aspectos atuais Leopoldo Muniz da Silva1, Leandro Gobbo Braz2, Norma Sueli Pinheiro Módolo3 Resumo Objetivo:Aagitaçãopós-operatória éum fenômenoclínicobem documentado em crianças, com incidência variando de 10 a 67%. Não existe explicação definitiva para a agitação no despertar. Várias causas têm sido discutidas na literatura, como rápido retorno à consciência em ambiente não familiar, presença de dor (ferida, dor degarganta,distensãovesical, etc.), estressena indução,hipoxemia, obstrução da via aérea, ambiente barulhento, duração da anestesia, temperamentodacriança,usodemedicaçãopré-anestésicae técnica anestésicaempregada.Oobjetivodesteestudoédiscutir aspossíveis causas da agitação pós-operatória em crianças, subsidiando ações referentes à identificação e prevenção mais adequada. Fontes dos dados: Artigos originais e revisões, publicados no período de 1991 a 2007 e indexados no MEDLINE e PubMed, utilizando as seguintes palavras-chave: agitação no despertar, incidência, etiologia, diagnóstico, tratamento, criança, anestesia pediátrica. Síntese dos dados: É apresentada neste artigo uma revisão depossíveisdesencadeadoresdeagitação,assimcomoumaproposta de escala para uniformização adequada do diagnóstico e medidas que implementam a prevenção e o tratamento. Conclusões: Nenhum fator pode, de maneira isolada, ser implicado como causador de agitação pós-operatória, devendo ser considerada como uma síndrome com componentes biológicos, farmacológicos, psicológicos e sociais, os quais o anestesiologista e o pediatra intensivista devem estar preparados para identificar, prevenir e intervir adequadamente quando necessário. J Pediatr (Rio J). 2008;84(2):107-113: Agitação no despertar, incidência, etiologia, tratamento, anestesia pediátrica, crianças. Abstract Objective: Postoperative agitation in children is a well-documented clinical phenomenon with incidence ranging from 10% to 67%. There is no definitive explanation for this agitation. Possible causes include rapid awakening in unfamiliar settings, pain (wounds, sore throat, bladder distension, etc.), stress during induction, hypoxemia, airway obstruction, noisy environment, anesthesia duration, child’s personality, premedication and type of anesthesia. Thepurposeof thispaper is todiscuss thepossible causes of postoperative agitation in children, providing a foundation for better methods of identifying and preventing this problem. Sources: MEDLINE and PubMed were searched using the following words: emergence, agitation, incidence, etiology, diagnosis, treatment, children, pediatric, anesthesia. Summary of the findings: This study includes a review of potential agitation trigger factors and a proposal for a standardized diagnostic score system, in addition to measures to improve prevention and treatment. Conclusion: No single factor can identified as the cause of postoperative agitation, which should therefore be considered a syndromemadeupof biological, pharmacological, psychological and social components, and which anesthesiologists and pediatric intensive care specialists should be prepared to identify, prevent and intervene appropriately as necessary. J Pediatr (Rio J). 2008;84(2):107-113: Agitation on emergence, incidence, etiology, treatment, pediatric anesthesia, children. Introdução A agitação pós-operatória, também denominada na lite- ratura mundial como emergence delirium, é um fenômeno clínico bem documentado, principalmente em crianças. Caracteriza-se por confusão mental, irritabilidade, desorien- tação, choro inconsolável e prolongamento do tempo de recu- peração na sala de recuperação pós-anestésica, aumentando a preocupação e ansiedade dos pais quanto ao estado clínico 1. Médico. Departamento de Anestesiologia, Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP. 2. Doutor. Professor assistente, Departamento de Anestesiologia, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP. 3. Professora adjunta, Departamento de Anestesiologia, Faculdade de Medicina, UNESP, Botucatu, SP. Não foram declarados conflitos de interesse associados à publicação deste artigo. Como citar este artigo: da Silva LM, Braz LG, Módolo NS. Emergence agitation in pediatric anesthesia: current features. J Pediatr (Rio J). 2008;84(2):107-113. Artigo submetido em 15.10.07, aceito em 21.11.07. doi:10.2223/JPED.1763 107 dos pacientes. Pode levar à perda de cateteres intravenosos, desconexão de cabos e instrumentos de monitorização. Osprimeiros30minutosapósodespertar caracterizam-se por serem os de maior incidência de agitação, que geral- mente tem duração limitada e resolução espontânea. Entre- tanto, episódiosdeagitaçãoprolongadaporaté2dias já foram relatados1. Não existe explicação definitiva para a agitação no des- pertar. Várias causas têm sido aventadas, tais como rápido retorno à consciência em ambiente não familiar, presença de dor (ferida, dor de garganta, distensão vesical, etc.), estresse na indução, hipoxemia, obstrução da via aérea, ambiente barulhento, duração da anestesia, temperamento da criança, uso de medicação pré-anestésica e técnica anestésica empre- gada2. A dificuldade em estabelecer a etiologia explica a grande variabilidade de prevalência relatada na literatura, com taxas que variam de 10 a 67%3-5. Muitos estudos utilizam escalas de mensuração e defini- ções diferenciadas, dificultando a comparação entre os diver- sos trabalhos quanto às taxas de incidência, fatores de risco e técnicas de controle e prevenção da agitação pós-operatória. Os autores comentam a existência de 16 escalas compa- rativas e duas escalas analógicas visuais, criadas com o pro- pósito de avaliar a agitação no despertar. A crítica a essas escalas é que elas são deficientes em dois aspectos: conte- údo e avaliação psicométrica. Desta forma, comportamentos como choro, agitação e falta de cooperação, incluídos nessas escalas, não são específicos da agitação e podem ser compor- tamentos comuns a crianças com dor, fome, medo ou ansie- dade. Além disso, algumas escalas são desenvolvidas para adolescentes, sendo inapropriadas para crianças em idade escolar ou pré-escolar6. Alguns pesquisadores, com o objetivo de minimizar o erro na avaliação clínica da agitação em crianças, desenvolveram uma escala válida e confiável para medir este fenômeno e a denominaram Pediatric Anesthesia Emergence Delirium (PAED)7. Esta escala consta de cinco itens: 1) a criança faz contato com os olhos do cuidador; 2) as ações da criança são propositais, decididas; 3) a criança está consciente do ambiente que a circunda; 4) a criança está desassossegada; 5) a criança está inconsolável. Os itens 1, 2 e 3 são avaliados em escores de 4 a 0: 4 = nunca; 3 = quase nunca; 2 = às vezes; 1 = muito; 0 = extre- mamente. Os itens 4 e 5, por sua vez, são avaliados em esco- res de 0 a 4: 0 = nunca; 1 = quase nunca; 2 = às vezes; 3 = muito; 4 = extremamente. Após conversão dos itens em escores, eles deverão ser somados, e o grau de agitação corresponderá ao escore total, sendo que quanto maior, mais agitada estará a criança. Embora a escala PAED tenha se mostrado útil e confiá- vel8, foram identificadas algumas limitações, sendo a princi- pal a dificuldade em se separar a agitação pós-anestésica dos sintomas referentes à dor pós-operatória7,8. Entretanto, há a concordância de que a utilização da escala PAED é útil para melhorar a metodologia e as investigações nesta área, prin- cipalmente quando a dor pós-operatória for descartada como causa de agitação pós-operatória. Existe, ainda, o desafio a respeito das definições básicas e a necessidade de instrumen- tos clínicos acurados para estabelecer o diagnóstico e a ava- liação da agitação no despertar8. Adotar escala específica para avaliação da dor de acordo com a idade, associada à escala PAED, poderá ser útil para definir o diagnóstico e a avaliação da agitação no despertar. Fatores implicados à agitação no despertar Vários fatores podem ter impacto no comportamento do paciente no pós-operatório, como será descrito a seguir. Idade A maior incidência de agitação, após anestesia com sevo- flurano, está em crianças em idade pré-escolar, em compara- ção àquelas em idade escolar. Outros estudos confirmaram estes resultados e, desde então, o grupo mais estudado situa-se na faixa etária de 2 a 4 anos de idade7-9. A explica- ção para incidência maior neste grupo parece ser a labilidade emocional exacerbada diante de uma situação de estresse em um ambiente estranho, além de condições fisiológicas do hipocampo ainda imaturo nessa faixa etária10. Fatores psicológicos, sociais e ambientais relacionados ao ato operatório As crianças menores, com comportamento impulsivo e emocional, menos sociáveis e cujos pais são mais ansiosos, parecem ser mais propensas para desenvolver este fenô- meno clínico5,11. Quando da separação da criança dos seus pais, no momento do encaminhamento para a sala de cirur- gia, é muito traumática, aumenta o risco do aparecimento da agitaçãonodespertar12.No campoexperimental, foi demons- trado que a separação de ratas dos seus filhotes, no período pré-operatório, desencadeia agitação pós-operatória13. Altos escores de ansiedade pré-operatória são preditivos para o desenvolvimento de eventos adversos no pós- operatório, como agitação no despertar, ou mesmo mudan- ças comportamentais noperíodopós-operatório. Empesquisa que envolveu 791 crianças, demonstrou-se que o risco para o aparecimentodos sintomasdaagitaçãonodespertar aumenta em 10% para cada aumento de 10 pontos no escore de ava- liação da ansiedade pré-operatória das crianças14. Embora inúmeros trabalhos tenham avaliado o efeito da presença dos pais na qualidade da indução da anestesia, não existe um consenso na literatura sobre se este evento é um fator causal independente para ocorrência de agitação pós- operatória ou apenas um viés. Não se observou relação entre 108 Jornal de Pediatria - Vol. 84, Nº 2, 2008 Agitação no despertar da anestesia- da Silva LM et al.108 os fatores psicossociais e comportamentais quando compa- rados à ocorrência de agitação no pós-operatório. Contudo, não foi utilizada no estudo escala padronizada para agitação, mas sim uma análise observacional do evento, além da redu- zida amostra do estudo9. Os fatores de risco para ocorrência de agitação foram ava- liados e não se encontrou evidência de associação em relação à presença dos pais na sala de recuperação anestésica. A agi- tação parece refletir primariamente um processo parcial- mente consciente, no qual a presença dos pais não tem impacto significativo no comportamento da criança. Avaliou-se também a relação entre ansiedade dos pais, his- tórico comportamental da criança e distúrbios durante o sono e a presença de agitação pós-operatória. Concluiu-se que crianças que apresentam acessos de raiva freqüente e sepa- ração traumática dos pais durante o encaminhamento para a sala de operação tendem a apresentar mais freqüentemente agitação pós-operatória, mas sem apresentarem conseqüên- cias psicológicas a longo prazo15. Entretanto, mesmo que a presença dos pais não seja um fator protetor definitivo para prevenção da ocorrência de agitação, ela torna o ambiente da sala de recuperação menos hostil, transmitindo maior segurança e conforto à criança. Houve relatos16 de conseqüências negativas no compor- tamento em longo prazo de crianças que foram submetidas a anestesia, e a relação entre a agitação pós-operatória e as mudanças comportamentais em longo prazo foi pesquisada, sendo que nenhuma relação causa-efeito pôde ser encontrada14. Dor pós-operatória A dor pós-operatória tem sido um dos principais fatores de confusão na análise dos fatores desencadeantes da agita- çãoaodespertar. Emdiversosestudos, ousodeanalgesia pre- emptiva proporcionou redução significativa da agitação ao despertar. Observou-se redução da ocorrência de agitação com o uso de cetorolaco intravenoso, no intra-operatório, em procedimentos cirúrgicos otorrinolaringológicos de curta duração, nos quais o pico do efeito analgésico do fármaco ocorreu após o despertar17. Contudo, mesmo quando a dor pós-operatória é eficientemente tratada ou mesmo ausente (procedimentos anestésicos realizados para exames de res- sonância nuclear magnética), a agitação pós-operatória pode ocorrer. Foram estudados dois grupos de pacientes submeti- dos a anestesia inalatória com sevoflurano para procedimen- tos não cirúrgicos. O grupo controle apresentou incidência de agitação ao despertar de 47% e, no grupo que recebeu dex- medetomidina no intra-operatório, foi de apenas 4,8%18. Observou-se, também, a ocorrência de agitação ao desper- tar em pacientes submetidos a anestesia geral que recebe- ram bloqueio caudal determinando analgesia efetiva19. Assim, a dor pós-operatória parece ser fator agravante, e suas manifestações comportamentais podem confundir o diagnóstico de agitação ao despertar. Portanto, não parece ser um fator etiológico independente, uma vez que mesmo em pacientes nos quais a dor está ausente, a agitação pode ocorrer, permanecendo assim como fenômeno clínico inde- pendente da dor pós-operatória. Entretanto, recomenda-se descartar, com o uso de analgesia adequada, a dor pós- operatória em todos os pacientes que manifestem sinais com- patíveis com a agitação ao despertar. Tipo de cirurgia Procedimentos cirúrgicos otorrinolaringológicos, como amigdalectomia, tireoidectomia e cirurgias oftalmológicas, parecem apresentar incidência maior de agitação11,20. Especula-se que a sensação de sufocamento em procedimen- tos otorrinolaringológicos possa ser responsável pelo evento; entretanto, são escassas e pouco consistentes as evidências científicas atuais que embasem este fator como causador de agitação. Anestésicos inalatórios e intravenosos Diversos estudos foram realizados para determinar se o aparecimento da agitação no despertar estaria relacionado à técnica anestésica ou aos anestésicos. A anestesia, por cau- sar depressão dos centros inibitórios do sistema nervoso cen- tral ou desbalanço dos neurotransmissores, como a serotonina, dopamina e acetilcolina, poderia, também, con- tribuir para o aparecimento deste evento adverso. Muitos autores encontraram maior incidência desta com- plicação em anestesia geral inalatória com o uso de sevoflu- rano, em comparação ao halotano21-23. Outros anestésicos inalatórios, como o desflurano e o isoflurano, também são implicados na ocorrência de agitação no despertar11,24. Com o emprego do desflurano, demonstrou-se incidência de 50 a 80% desta complicação24. Agitação ao despertar foi detectada em 2/3 dos pacientes que foram submetidos a miringotomia para colocação de tubo de ventilação sob anestesia com sevoflurano. Frente a esses resultados, os autores contra-indicaram este fármaco para manutenção anestésica de pacientes nos quais é desejado mínimo esforço para evitar deslocamento do tubo de ventila- ção e, conseqüentemente, prejuízo ao procedimento3. A adição de óxido nitroso à anestesia com sevoflurano, mediante efeito do segundo gás, diminui a concentração alve- olar mínima (CAM) do sevoflurano, de forma que se utiliza menor concentração do anestésico, diminuindo assim a inci- dência de agitação no pós-operatório25. Quando comparado ao isoflurano, o sevoflurano parece não somente aumentar a incidência de agitação ao despertar como também prolonga a duração da agitação quando esta ocorre, problema este detectado em crianças mantidas sob anestesia com sevoflurano, nas quais a ocorrência desta com- plicação foi de 20%, comparada à incidência de 7% com o emprego do isoflurano26. Uma das hipóteses aventadas para esta maior incidência de agitação ao despertar com o uso de sevoflurano seria a baixa solubilidade sangüínea deste agente em comparação à Agitação no despertar da anestesia- da Silva LM et al. Jornal de Pediatria - Vol. 84, Nº 2, 2008 109109 do halotano, promovendo despertar mais precoce da aneste- sia e agitação ao despertar4,17. Entretanto, a anestesia reali- zada com propofol também promove rápido despertar, com taxas de incidência de agitação menores em relação àquelas encontradas com uso do sevoflurano27. Além disso, a redu- ção gradual da concentração do sevoflurano, promovendo um despertar mais prolongado, não demonstrou diminuir a inci- dência de agitação com este agente28. Alterações eletroencefalográficas causadas pelo efeito do sevoflurano no sistema nervoso central também foram aven- tadas como agente causador de agitação. Entretanto, a ativi- dade epileptiforme foi observada tanto em paciente com agitação como naqueles que não evidenciaram este fenô- menoaoseremanestesiados comsevoflurano29. Tambémnão existem dados científicos que comprovem a influência neuro- tóxica dos produtos de degradação do sevoflurano e sua inte- ração com outros tipos de medicação anestésica no fenômeno da agitação ao despertar1. Por outro lado, sevoflurano, isoflu- rano e desflurano induzem a alterações eletroencefalográfi- cas similares durante a anestesia, mas diferentes das alterações provocadas pelo halotano. Este fato poderia expli- car a menor incidência de agitação nos pacientes anestesia- dos com halotano29-31. Entretanto, outros autores observaram que não houve diferença significativa na incidência da agitação ao despertar e nas mudanças comportamentais, no período pós- operatório, ou distúrbio do sono em crianças, quando se uti- lizou o sevoflurano ou o halotano32. Assim, diante de tais evidências, fica claro que os anesté- sicos inalatórios, principalmente o sevoflurano e o desflu- rano, são potencias desencadeadores de agitação ao despertar, não existindo ainda explicação definitiva para a causa desencadeante. Medicação pré-anestésica e drogas adjuvantes na anestesia Na literatura, existe contradição sobre se o uso de medi- cação pré-anestésica pode diminuir a incidência da agitação no despertar. O fármaco mais utilizado na medicação pré- anestésica na criança é o midazolam. Alguns autores obser- varam diminuição da ansiedade pré-operatória, facilidade na separação dos pais e diminuição da agitação quando o mida- zolam foi utilizado como medicação pré-anestésica, seguida de anestesia com o sevoflurano3. Entretanto, alguns autores encontraram um prolongamento do tempo de despertar com o uso do midazolam3,33. A associação de midazolam com pequenas doses de dia- zepam, comomedicaçãopré-anestésica, determinoumelhora na qualidade da recuperação, com diminuição da incidência de agitação após anestesia com sevoflurano34. Entretanto, outros autores verificaram que crianças sob medicação pré-anestésica com o midazolam apresentaram maior incidência de agitação ao despertar do que as que não receberam estes fármacos, tendo como explicação, segundo os autores, os efeitos antianalgésicos do midazolam. Con- tudo, não houve randomização no processo de seleção dos pacientes neste estudo, devendo os resultados ser analisa- dos com ressalva12. Embora existam resultados contraditórios, a utilização de medicação cuja duração de ação seja curta, sem efeito resi- dual no final da cirurgia, é defendida pelo fato de diminuir a ansiedade pré-operatória que pode ser causa da agitação ao despertar5. Da mesma forma, medicação com longa duração de ação, como a oxicodona, que foi utilizada em medicação pré- anestésica, diminuiu a incidência desta complicação quando a anestesia foi realizada com o halotano, mas o efeito prote- tor não foi observado em anestesia realizada com sevoflurano35. Outras medicações, empregadas como medicação pré- anestésica, têm sido analisadas quanto ao potencial de blo- queio do aparecimento de agitação pós-operatória. A melatonina, embora tenha grau de ansiólise pré-operatória similar ao midazolam, apresentou menor incidência de agita- ção pós-operatória ou distúrbio do sono durante a observa- ção por 2 semanas de pós-operatório36. Outro fármaco utilizado como medicação pré-anestésica, a cetamina, na dose de 6 mg/kg-1 por via oral, reduziu em 34% a incidência de agitação no despertar em crianças sob anestesia com des- flurano para a realização de adenoamigdalectomia37. Comparando-se a nalbufina (0,1 mg/kg-1) e a cetamina (0,25 mg/kg-1), administradas no final da anestesia inalató- ria com sevoflurano para realização de ressonância magné- tica cerebral em crianças com idades entre 6 meses a 8 anos, houve menor incidência de agitação pós-despertar no grupo de pacientes que recebeu nalbufina. A ocorrência de agitação foi maior no grupo controle38. Os α2-agonistas adrenérgicos têm sido empregados em pediatria, com indicações cada vez mais amplas, como, por exemplo, medicação pré-anestésica, adjuvantes de blo- queios centrais e periféricos, analgésico em perfusão intrate- cal, controle da tolerância e síndrome de privação a outros sedativos. Podemos incluir, neste cenário, a prevençãoeo tra- tamento da agitação no despertar39. Portanto, o emprego dos α2-agonistas para prevenção da agitação no despertar pode ser justificado pela ação destes fármacos na diminuição da liberação de noradrenalina do locus ceruleos, facilitando o deflagrar dos neurônios inibitó- rios, como os do sistema do ácido gama-aminobutírico40,41. Comparou-se a incidência de agitação em crianças sob medi- cação pré-anestésica com midazolam (0,5 μg/kg-1) e cloni- dina (nas doses de 2 e 4 μg/kg-1). O grupo que recebeu a maior dose de clonidina apresentou incidência estatistica- mente menor do que a do grupo que recebeu dose menor de clonidinaoumidazolan, emboraesse resultadonão tenhacon- senso na literatura42. 110 Jornal de Pediatria - Vol. 84, Nº 2, 2008 Agitação no despertar da anestesia- da Silva LM et al.110 Em crianças submetidas a anestesia com sevoflurano, a administração de clonidina (2 μg/kg-1) por via endovenosa, como fármaco adjuvante, diminuiu a incidência de agitação no despertar43,44. Outros autores compararam a efetividade da clonidina, nas doses de 1 e 3 μg/kg-1, administrada por via caudal, juntamente com a bupivacaína 0,175%, com a cloni- dina por via endovenosa, na dose de 3 μg/kg-1, associada à anestesia com sevoflurano. A conclusão dos autores foi que a clonidina, na dose de 3 μg/kg-1 de peso corporal, previne a agitação no despertar, independente da via de administra- ção. Todavia, isso parece ocorrer com a clonidina por via cau- dal na dose de 1 μg/kg-1 de peso corporal45. Comparando-se o tropisetron (0,1 mg/kg-1) e a cloni- dina, na dose de 1,5 μg/kg-1, administrada após a indução anestésica em crianças submetidas a anestesia com sevoflu- rano para realização de adenoamigdalectomia, o tropisetron mostrou-se eficaz em reduzir a agitação no despertar, mas não a clonidina46. A clonidina (2 μg/kg-1) endovenosa, administrada após a indução da anestesia, diminuiu a incidência de agitação no despertar, embora tenha ocorrido sonolência mais acentu- ada no pós-operatório, mas sem que se observasse nenhum evento cardiorrespiratório adverso44. Utilizando α2-agonistas mais seletivos, verificou-se inci- dência deagitaçãode4,8%empacientes que receberamdex- medetomidina, na dose de 1 μg/kg-1 por via endovenosa, contra 47,6% no grupo placebo, sem ter encontrado aumento de tempo de despertar ou de repercussões hemodinâmicas intra-operatórias18. Nas doses de 0,15 e 0,3 μg/kg-1 de peso corporal, a admi- nistração de dexmedetomidina após a indução da anestesia com sevoflurano foi comparada ao grupo placebo. Houve menor incidência de agitação no despertar em ambos os gru- pos que receberam dexmedetomidina, sem que ocorresse diferença no tempo do despertar. Também não houve relação entre agitação durante a indução da anestesia e de agitação no despertar47. Utilizada em infusão contínua, na dose de 0,2 µg/kg-1/h-1, a dexmedetomidina mostrou-se eficaz em reduzir a incidên- cia de agitação no despertar na anestesia mantida com sevo- flurano18. Da mesma forma, foi eficaz na prevenção desta complicação na dose de 0,5 µg/kg-1 de peso corporal48. Assim, os α2-agonistas parecem ser úteis na redução de agitação pós-operatória na criança. Conclusão Em resumo, nenhum fator pode, de maneira isolada, ser implicado como causador de agitação pós-operatória, devendo ser considerada como uma síndrome com compo- nentes biológicos, farmacológicos, psicológicos e sociais, os quais o anestesiologista deve estar preparado para identifi- car, prevenir e intervir adequadamente quando necessário. Para as crianças, algumas medidas são recomendadas para evitar ou minimizar a ocorrência de agitação pós-operatória: - Acordar a criança em ambiente silencioso, evitando esti- mulação física ou verbal durante o transporte para a sala de recuperação pós-anestésica, até a criança estar total- mente acordada e com percepção do estímulo externo. - Manter a criança em normotermia e oferta de oxigênio suplementar adequada, sempre que houver necessidade. - Se necessário, administrar analgésicos em caso de sus- peita de dor, tais como dipirona, tramadol e antiinflamató- rios, ou outro analgésico que estiver indicado. - Permitir a presença dos pais ou pessoas que estejam acom- panhandoa criançadurante apermanência na sala de recu- peração anestésica, auxiliando a diminuição da agitação. Pela literatura atual, os α2-agonistas parecem ser o grupo de fármaco mais efetivo na prevenção e tratamento desta complicação. A agitação pós-anestésica é um fenômeno limitado, e não existem evidências que estes curtos episódios de agitação prejudiquem a recuperação e o comportamento das crianças a longo prazo. Entretanto, é desagradável uma recuperação turbulenta, além de não ser compatível com uma boa prática da anestesia. A agitação e o choro da criança são fatores que diminuem a satisfação dos pais com o atendimento anesté- sico à criança. Referências 1. Vlajkovic GP,Sindjelic RP.Emergencedelirium inchildren:many questions, few answer. Anesth Analg. 2007;104:84-91. 2. Veyckemans F. Excitation phenomena during sevoflurane anaesthesia in children. Curr Op Anesthesiol. 2001;14:339-43. 3. Lapin SL, Auden SM, Goldsmith LJ, Reynolds AM. Effects of sevoflurane anaesthesia on recovery in children: a comparison with halothane. Paediatr Anaesth. 1999;9:299-304. 4. Welborn LG, Hannallah RS, Norden JM, Ruttimann UE, Callan CM. 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Correspondência: Norma Sueli Pinheiro Módolo Departamento de Anestesiologia Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP Caixa Postal 530, Distrito de Rubião Júnior CEP 18618-970 - Botucatu, SP E-mail: nmodolo@fmb.unesp.br Agitação no despertar da anestesia- da Silva LM et al. 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