635Comportamento de genótipos de feijoeiro ao ataque de Bemisia tabaci (Genn.) biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae). Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.4, p.635-641, out./dez., 2010 COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO AO ATAQUE DE BEMISIA TABACI (GENN.) BIÓTIPO B (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE) F.G. Jesus1, B.C. Martins2, F.S. Rocha2, A.L. Boiça Junior3, S.A.M. Carbonel4, A.F. Chiorato4 1Instituto Federal Goiano, Laboratório de Entomologia Agrícola, Rod. Prof. Geraldo da Silva Nascimento, km 2,5, CEP 75790-000, Urutaí, GO, Brasil. E-mail. fgjagronomia@zipmail.com.br RESUMO Avaliou-se o comportamento de genótipos de feijoeiro sob infestação de Bemisia tabaci (Genn.) biótipo B em condições de campo, nas épocas de cultivo “da seca” e “das águas”. Utilizaram-se os genótipos IAC-Tybatã, IAC-Una, FT-Nobre, Pérola, LP 98-122, LP 02-130, LP 01-38, LP 9979, BRS-Pontal, BRS-Requinte, BRS-Triunfo, BRS-Grafite, CV-48 e Z-28. Adotou-se o delineamento de blocos casualizados com 14 tratamentos e três repetições. As avaliações foram realizadas semanal- mente, contando-se o número de ovos e de ninfas de B. tabaci biótipo B em dez folíolos por parcela. Na safra “da seca” os genótipos menos ovipositados por B. tabaci biótipo B foram IAC-Una e LP 02-130 e os mais ovipositados foram os genótipos Z-28 e Pérola. As menores presenças de ninfas de mosca-branca foram observadas em LP 98-122 e FT-Nobre e as maiores em LP 01-38, Pérola e Z-28. Para a safra “das águas” os genótipos não diferiram entre si em relação ao ataque de B. tabaci biótipo B. Os fatores da produção apresentaram diferença estatística somente na safra das secas. PALAVRAS-CHAVE: Phaseolus vulgaris, mosca-branca, resistência de plantas a insetos. ABSTRACT BEHAVIOR OF BEAN GENOTYPES TO ATTACK BY BEMISIA TABACI (GENN.) BIOTYPE B (HEMIPTERA: ALEYRODIDAE). Bean genotypes were evaluated under the infestation of Bemisia tabaci (Genn.) biotype B under field conditions in the dry and rainy season. The genotypes used were IAC-Tybatã, IAC-Una, FT-Nobre, Pérola, LP 98-122, LP 02-130, LP 01-38, LP 9979, BRS- Pontal, BRS-Requinte, BRS-Triunfo, BRS-Grafite, CV-48 and Z-28. The experiment was arranged in randomized blocks with 14 treatments and 3 replications. The evaluations were made on a weekly basis by counting B. tabaci biotype B eggs and nymphs on 10 leaflets per plot. In the dry season the least oviposited genotypes by B. tabaci biotype B were IAC-Una and LP 02-130, while the most oviposited were Z-28 and Pérola. The least presence of nymphs of whitefly was observed on LP 98-122 and FT-Nobre, and the most on LP 01-38, Perola and Z-28. For the rainy season the genotypes did not differ in relation to the attack of B. tabaci biotype B. The yield factors presented a statistical difference only in the dry season. KEY WORDS: Phaseolus vulgaris, whitefly, host plant resistance. 2Universidades Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ipameri, Ipameri, GO, Brasil. 3Universidade Estadual P aulista, Departamento de Fitossanidade, Jaboticabal, SP, Brasil. 4Instituto Agronômico, Centro de Análises e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio dos Grãos e Fibras, Campinas, SP, Brasil. INTRODUÇÃO O Brasil destaca-se na produção mundial de feijão (Phaseolus vulgaris L.) e também por ser considerado o maior consumidor, encontrando nessa leguminosa sua principal fonte protéica vegetal. O feijoeiro é uma das principais culturas plantadas na entressafra em sistemas irrigados, na região central e sudeste do Brasil (BarBosa Filho et al., 2001). Embora o Brasil seja o maior produtor e o maior consumidor mundial de feijão, a produtividade na- cional é considerada baixa, em torno de 700 kg. ha-1, e está centrada em pequenos produtores. Segundo Magalhães; Carvalho (1998) esses valores podem ser atribuídos, entre outros fatores, a estresses am- bientais e ao baixo nível tecnológico empregado pelo produtor brasileiro. A cultura do feijoeiro é de relevante importância no estado de Goiás. Ocupa, anualmente, uma área aproximada de 130.100 hectares, com produção em torno de 446.600 toneladas e rendimento médio por safra ao redor de 1.895 kg.ha-1 (vieira et al., 2006). IdeaPad Texto digitado DOI: 10.1590/1808-1657v77p6352010 636 F.G. Jesus et al. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.4, p.635-641, out./dez., 2010 Vários fatores influenciam a produtividade desta cultura e, entre estes podem ser citadas as pragas, merecendo destaque a mosca branca Bemisia tabaci biótipo B, que prejudica o feijoeiro pela transmissão do vírus do mosaico-dourado e, dependendo da época do ano, e das plantas hospedeiras as perdas podem ser totais (silva et al., 1993). Entre as causas da alta incidência da mosca- branca estão a expansão da área de plantio da soja, uma das plantas hospedeiras preferenciais do inseto, a ampliação da época de semeadura e os cultivos sucessivos e escalonados do feijoeiro com o uso de pivô-central (vieira et al., 1998). O controle de moscas-brancas tem sido feito quase que exclusivamente por inseticidas e por tratos cul- turais (PraBhaker et al., 1985). Em razão de problemas causados pelos inseticidas no agroecossistema, mé- todos alternativos de controle vêm sendo estudados. Entre esses métodos, pode-se citar a resistência de plantas a insetos (lara, 1991). O estudo de resistência varietal a B. tabaci biótipo B é uma área que pode e deve ser explorada com o intuito de reduzir os danos causados por esse inseto (MCauslane, 1996), apresentando grande potencial como estratégia de manejo em um programa integrado. Portanto, o objetivo do trabalho foi discriminar genótipos de feijoeiro, quanto ao ataque à mosca- branca, observando parâmetros referentes à produ- tividade em duas épocas de cultivo. MATERIAL E MÉTODOS O experimento da safra “da seca” foi instalado e conduzido no período de abril de 2007 a junho de 2007, e da safra “das águas” no período de dezembro de 2007 a fevereiro de 2008, sendo o primeiro con- duzido no Município de Catalão, GO e o segundo na Universidade Estadual de Goiás na Unidade Universitária de Ipameri, GO. O delineamento experimental adotado foi o de blocos casualizados com 14 tratamentos cor- respondentes aos genótipos IAC-Tybatã, IAC-Una, FT-Nobre, Pérola, LP 98-122, LP 02-130, LP 01-38, LP 9979, BRS-Pontal, BRS-Requinte, BRS-Triunfo, BRS-Grafite, CV-48 e Z-28 e três repetições. Cada parcela foi constituída de quatro linhas de 4 m de comprimento, totalizando 8 m2 de área total e 4 m2 de área útil, totalizando uma área experimen- tal de 336 m2. O espaçamento de plantio da cultura foi de 0,50 m na entre linha, com densidade de 12 plantas por metro linear. Na adubação de plantio foram utilizados 430 kg.ha-1 da fórmula 04-14-08 e em cobertura 180 kg.ha-1 de sulfato de amônia ao redor dos 20 dias após a emergência. A partir de 20 dias após a emergência do feijoeiro as amostragens de incidência de mosca-branca foram realizadas semanalmente, contando-se o número de ovos e de ninfas de B. tabaci biótipo B em dez folíolos por parcela, retirados da parte mediana da planta, que segundo rossetto et al. (1977) constitui a região de maior preferência pela praga, até aos 42 dias após a emergência. A avaliação da porcentagem de plantas com sintomas de mosaico-dourado foi realizada aos 30 e 50 dias após a emergência das plantas. Quando as vagens atingiram a maturidade fi- siológica (com, aproximadamente, 110 dias após a semeadura), foi feita a colheita manual das duas linhas centrais, da área útil de cada parcela. No momento da colheita foi contada o número de plantas da área útil de cada parcela e, destas foram coletadas dez plantas, das quais anotaram-se o número de vagens, a massa total de grãos, a massa de 100 grãos e o número de grãos por vagem. Com a trilhagem das plantas somada à massa dos grãos destas dez colhidas, foi calculado o rendimento de grãos por hectare em cada tratamento. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância através do teste F e as médias foram compara- das pelo teste de Tukey ao nível de 5% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1, encontram-se os dados do número de ovos por dez folíolos, nos genótipos estudados, onde constatou-se que ocorreram diferenças estatísticas significativas somente aos 21 dias após a emergên- cia das plantas (DAE). Para a avaliação realizada aos 21 DAE, observa-se menores oviposições em LP 02-130, LP 9979, LP 98-122, Pérola, BRS-Grafite, CV-48 e BRS-Pontal (2,0; 3,7; 4,3; 5,3; 6,0; 6;0 e 7,3 ovos respectivamente), já a maior oviposição foi observada no genótipo Z-28 (46,7 ovos). oriani et al. (2005) estudando a oviposição de B. tabaci biótipo B em genótipos de feijoeiro portadores de arcelina em condições de telado, observaram menores taxas de oviposições naqueles portadores deste gene, caracterizando resistência do tipo não-preferência para oviposição. Segundo os mesmos autores, o cultivar Bolinha foi suscetível a praga e que esta preferência pode estar relacionada ao grande número de tricomas aciculares longos presentes neste material. Os dados do número médio de ninfas de mosca- branca por dez folíolos aos 14, 21, 28, 35 e 42 (DAE), encontram-se na Tabela 2. Verificam-se diferenças significativas entre os genótipos somente nas avaliações de 21 e 28 (DAE). Aos 21 (DAE) com menores infestações, destacaram- se os genótipos LP 98122 e CV-48 (35,3 e 44,0 ninfas) respectivamente, o que sugere que tais genótipos apresentam resistência do tipo não-preferência para oviposição e/ou antibiose. Já o genótipo LP 01-38 (252,2 ninfas) apresentou-se como o mais infestado por ninfas da praga nos folíolos avaliados. 637Comportamento de genótipos de feijoeiro ao ataque de Bemisia tabaci (Genn.) biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae). Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.4, p.635-641, out./dez., 2010 Tabela 1 - Número médio de ovos de Bemisia tabaci biótipo B em dez folíolos, obtidos em 14 genótipos de feijoeiro, em cinco amostragens na safra “da seca”. Catalão, GO, 2007. Genótipos1 Dias após a emergência das plantas Média 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias 42 dias 1-IAC-Tybatã 42,0 11,0 ab 16,0 4,0 12,0 17,0 2- IAC-Una 5,3 16,0 ab 15,0 8,0 5,0 9,86 3- FT-Nobre 72,7 12,0 ab 10,3 3,3 6,7 21,0 4- Pérola 117,7 5,3 b 11,3 8,0 12,0 30,9 5- LP 98-122 24,7 4,3 b 16,0 1,0 12,0 11,6 6- LP 02-130 28,0 2,0 b 12,0 1,7 4,7 9,7 7- LP 01-38 69,7 12,0 ab 6,3 2,3 6,0 19,2 8- LP 99-79 117,0 3,7 b 13,3 4,0 15,3 30,6 9- BRS-Pontal 65,3 7,3 b 9,0 2,3 4,0 17,6 10- BRS-Requinte 109,0 14,3 ab 5,3 9,3 9,3 29,4 11- BRS-Triunfo 63,0 18,0 ab 7,7 6,7 3,0 19,7 12- BRS-Grafite 24,3 6,0 b 14,7 14,7 1,3 12,2 13- CV-48 45,3 6,0 b 18,7 4,0 5,3 15,9 14- Z-28 102,0 46,7 a 19,3 10,7 14,7 30,7 F (Tratamentos) 0,87NS 3,19** 0,84NS 0,99NS 1,85NS 1,63NS C. V. (%) 47,57 39,18 36,43 58,19 37,16 33,94 1Para analise os dados foram transformados em (x + 0,50)1/2 Tabela 2 - Número médio de ninfas de Bemisia tabaci biótipo B em dez folíolos, obtidos em 14 genótipos de feijoeiro, em cinco amostragens na safra “da seca”. Catalão, GO, 2007. Genótipos1,2 Dias após a emergência das plantas Média 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias 42 dias 1- IAC-Tybatã 17,3 88,0 ab 6,3 ab 22,7 8,7 28,60 2- IAC-Una 24,7 96,3 ab 16,3 ab 3,7 8,3 29,86 3- FT-Nobre 21,3 52,0 b 8,0 ab 9,3 5,7 19,26 4- Pérola 63,0 194,7 bc 3,3 b 20,3 7,0 57,66 5- LP 98-122 17,0 35,3 a 5,7 ab 6,7 1,7 13,28 6- LP 02-130 14,3 58,7 b 1,7 b 26,0 5,0 21,14 7- LP 01-38 19,7 252,7 c 3,7 b 26,7 7,0 61,96 8- LP 99-79 38,7 81,3 ab 8,0 ab 32,0 2,7 32,54 9- BRS-Pontal 17,0 117,3 bc 4,7 ab 9,3 16,0 32,86 10- BRS-Requinte 46,3 126,7 bc 5,0 ab 13,3 21,0 42,46 11- BRS-Triunfo 30,7 147,7 bc 3,0 b 18,7 3,7 40,76 12- BRS-Grafite 21,3 100,0 bc 3,3 b 26,7 10,7 32,40 13- CV-48 39,0 44,0 a 6,3 ab 5,7 2,3 19,86 14- Z-28 22,0 184,0 bc 23,7 a 46,7 6,3 56,54 F (Tratamentos) 0,84NS 3,42** 2,16* 1,90NS 0,67NS 1,87NS C.V. (%) 39,44 28,36 40,59 38,05 60,49 30,39 1Médias seguidas da mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. 2Para analise os dados foram transformados em (x + 0,50)1/2 Aos 28 (DAE) os genótipos LP 02-130, BRS- Triunfo; Pérola, BRS-Grafite e LP 01-38 (1,7; 3,0; 3,3; 3,3 e 3,7 ninfas) respectivamente, apresentaram as menores infestações da praga, sugerindo que estes genótipos apresentam algum componente morfológico e/ou químico que causam resistência ao inseto (lara, 1991). O genótipo Z-28 apresentou o maior número de ninfas da mosca-branca (23,7) em média por dez folíolos. Jesus (2007) avaliando o comportamento de genótipos de feijoeiro em condições de campo em Jaboticabal, SP, observou também que é nesse período que ocorre as maiores infestações da praga. Boiça Junior; vendraMiM (1986) observaram que no genótipo BAT 363 houve reduzido número de ninfas da praga e menor oviposição. Já as pesquisas de Faria (1998), levou a recomendação do genótipo Ônix para o cultivo na época da seca para o Estado de Goiás. 638 F.G. Jesus et al. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.4, p.635-641, out./dez., 2010 Nas demais avaliações não houve diferença es- tatística significativa entre os genótipos estudados. Em relação à safra “das águas” os dados do número médio de ovos de mosca-branca por dez folíolos aos 14, 21, 28, 35 e 42 dias após emergência das plantas (DAE), encontram-se na Tabela 3. Na safra “das águas” não houve diferença sig- nificativa entre os tratamentos, contudo na média ocorreu uma tendência de menor oviposição nos genótipos BRS-Grafite; BRS-Triunfo e IAC-Una (0,5; 0,5 e 0,5 ovos) e maior oviposição nos genótipos FT-Nobre, BRS-Pontal, BRS-Requinte, LP 01-38, LP 98-122 e CV-48 (2,6; 2,1; 2,1; 2,0; 1,9 e 1,7 ovos) respectivamente. Os dados do número médio de ninfas de mosca-branca na safra “das águas” por dez folíolos encontram-se na Tabela 4. Estatisticamente não houve diferença entre os tratamentos avaliados, porém ocorreu uma tendência de menor presença de ninfas nos genótipos BRS-Grafite; IAC-Tybatã e LP 02-130 com médias de (0,6; 0,8 e 0,8 ninfas) e maior número de ninfas de B. tabaci biótipo B, nos genótipos LP 01-38, LP 99-79 e CV-48 apresentando uma média de (3,9; 3,7 e 3,5 ninfas) respectivamente. Tabela 3 - Número médio de ovos de Bemisia tabaci biótipo B em dez folíolos, obtidos em 14 genótipos de feijoeiro, em cinco amostragens na safra “das águas”. Ipameri, GO, 2007. Genótipos1 Dias após a emergência das plantas Média 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias 42 dias 1- IAC-Tybatã 3,0 2,0 0,0 2,7 0,0 1,5 2- IAC-Una 2,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 3- FT-Nobre 8,0 4,7 0,3 0,0 0,0 2,6 4- Pérola 3,0 2,0 0,0 2,0 0,3 1,5 5- LP 98-122 3,7 3,7 0,7 1,3 0,0 1,9 6- LP 02-130 5,0 1,3 1,3 0,3 0,3 1,6 7- LP 01-38 7,3 2,0 0,3 0,7 0,0 2,1 8- LP 99-79 5,7 1,3 0,0 0,3 0,0 1,5 9- BRS-Pontal 8,7 1,0 0,3 0,3 0,3 2,1 10- BRS-Requinte 5,7 1,0 2,0 1,3 0,0 2,0 11- BRS-Triunfo 1,7 0,0 0,3 0,3 0,0 0,5 12- BRS-Grafite 2,7 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5 13- CV-48 3,3 3,0 2,0 0,3 0,0 1,7 14- Z-28 4,0 1,3 0,3 0,3 0,7 1,3 F (Tratamentos) 0,75 NS 1,24 NS 0,84 NS 1,97 NS 0,79NS 1,12 C. V. (%) 50,11 50,05 49,99 37,13 25,26 42,51 1Para analise os dados foram transformados em (x + 0,50)1/2 Tabela 4- Número médio de ninfas de Bemisia tabaci biótipo B em dez folíolos, obtidos em 14 genótipos de feijoeiro, em cinco amostragens na safra “das águas”. Ipameri, GO, 2007. Genótipos1 Dias após a emergência das plantas Média 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias 42 dias 1- IAC-Tybatã 0,0 0,7 0,7 2,3 0,3 0,8 2- IAC-Una 5,3 8,7 0,7 1,3 0,3 3,3 3- FT-Nobre 5,7 2,7 0,7 1,0 0,0 2,0 4- Pérola 4,7 5,7 2,7 0,3 1,0 2,9 5- LP 98-122 5,3 1,3 4,7 0,3 1,7 2,7 6- LP 02-130 0,7 1,0 0,7 0,7 1,0 0,8 7- LP 01-38 4,3 7,0 5,0 2,0 1,3 3,9 8- LP 99-79 9,7 6,3 0,0 1,0 1,7 3,7 9- BRS-Pontal 7,3 1,3 2,7 1,3 0,3 2,6 10- BRS-Requinte 1,7 1,3 2,7 1,3 3,3 2,1 11- BRS-Triunfo 0,7 5,7 2,0 1,0 3,7 2,6 12- BRS-Grafite 0,0 2,3 0,0 0,0 0,7 0,6 13- CV-48 6,7 7,0 1,3 1,0 1,3 3,5 14- Z-28 2,7 6,3 0,0 0,3 0,3 1,9 F (Tratamentos) 1,35 NS 1,43 NS 1,44 NS 0,68 NS 1,01 NS 1,18 NS C. V. (%) 60,47 49,94 55,16 44,05 50,03 51,93 1Para analise os dados foram transformados em (x + 0,50)1/2 639Comportamento de genótipos de feijoeiro ao ataque de Bemisia tabaci (Genn.) biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae). Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.4, p.635-641, out./dez., 2010 Boiça Junior et al. (2008), avaliando a interação de genótipos de feijoeiro e inseticidas naturais e quími- cos no controle de B. tabaci biótipo B em diferentes épocas de cultivos, observaram menores infestações e oviposições da praga nas safras “das água” e “de inverno” em relação à “safra da seca”. O mesmo foi constatado por Jesus (2007), avaliando a resistência de genótipos de feijoeiro nas três épocas de cultivo. Tabela 6- Valores médios referente ao número de plantas por 4 m2, rendimento em gramas por 4 m2 e Mg ha-1, obtidos em 14 genótipos de feijoeiro na safra “da seca”. Catalão, GO, 2007. Genótipos1,2 Nº de plantas/(4m2) Rendimento g/(4m2) Mg/ha-1 1- IAC-Tybatã 64,00 a 647,92 1,62 2- IAC-una 52,00 abc 885,41 2,22 3- FT-Nobre 48,67 abc 758,60 1,90 4- Pérola 62,67 a 798,94 2,00 5- LP 98-122 36,33 c 581,27 1,45 6- LP 02-130 46,67 abc 605,02 1,51 7- LP 01-38 54,00 abc 683,25 1,71 8- LP 99-79 58,00 ab 645,22 1,61 9- BRS-Pontal 40,33 bc 686,39 1,72 10- BRS-Requinte 61,33 a 671,63 1,68 11- BRS-Triunfo 60,00 a 922,19 2,31 12- BRS-Grafite 47,33 abc 778,87 1,95 13- CV-48 44,33 abc 587,26 1,47 14- Z-28 54,33 abc 812,02 2,03 F (tratamentos) 2,28** 0,68NS 0,69NS C. V. (%) 9,51 16,62 12,63 1Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste Tukey 5%. 2Para analise os dados foram transformados em (x + 0,50)1/2 Tabela 5- Valores médios referente ao número de vagens, massa total de grãos, massa de 100 grãos e número de grãos por vagem, obtidos em 14 genótipos de feijoeiro na safra “da seca”. Catalão, GO, 2007. Genótipos1,2 Análise de 10 plantas de feijoeiro Nº de vagens Massa total de grãos (g) Massa de 100 grãos (g) Nº de grãos por vagem 1- IAC-Tybatã 164,33 ab 209,80 25,24 b 4,87 ab 2- IAC-Una 206,00 ab 214,49 23,43 b 4,53 b 3- FT-Nobre 218,67 ab 230,16 19,58 b 5,38 ab 4- Pérola 181,67 ab 221,73 24,16 b 5,05 ab 5- LP 98-122 204,33 ab 258,59 25,70 b 5,24 ab 6- LP 02-130 156,67 ab 174,73 24,06 b 4,64 b 7- LP 01-38 139,33 b 150,35 23,70 b 4,35 b 8- LP 99-79 149,67 ab 168,18 22,41 b 4,98 ab 9- BRS-Pontal 179,67 ab 269,25 23,70 b 6,70 a 10- BRS-Requinte 156,00 ab 228,60 26,60 ab 5,51 ab 11- BRS-Triunfo 178,00 ab 192,48 19,60 b 5,54 ab 12- BRS-Grafite 189,33 ab 263,31 40,40 a 4,06 b 13- CV-48 172,00 ab 242,29 27,45 ab 5,27 ab 14- Z-28 229,33 a 234,12 22,62 b 4,45 b F (tratamentos) 1,19** 1,11NS 1,36** 1,65** C. V. (%) 11,68 14,36 12,35 7,84 1Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste Tukey 5%. 2Para analise os dados foram transformados em (x + 0,50)1/2 Na Tabela 5, encontram-se os dados médios referente ao número médio de vagens por dez plantas, massa total média de grãos em dez plantas, massa média de 100 grãos e o número médio de grãos por vagem. Analisando os valores obtidos, o genótipo que apresentou maior número de vagens foi Z-28 (229,33) e menor LP 01-38 (139,33). O valor da massa total média de grãos em dez plantas, não 640 F.G. Jesus et al. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.4, p.635-641, out./dez., 2010 Tabela 7- Valores médios referente ao número de vagens, massa total de grãos, massa de 100 grãos e número de grãos por vagem, obtidos em 14 genótipos de feijoeiro na safra “das águas”. Ipameri, GO, 2007. Genótipos1 Análise de 10 plantas de feijoeiro Nº de vagens Massa total de grãos (g) Massa de 100 grãos (g) Nº de grãos por vagem 1- IAC-Tybatã 144,61 184,62 22,21 4,29 2- IAC-Una 147,28 188,75 20,62 3,99 3- FT-Nobre 210,02 202,54 17,23 4,73 4- Pérola 159,87 195,12 21,26 4,44 5- LP 98-122 179,81 227,56 22,62 4,61 6- LP 02-130 137,87 153,76 21,17 4,08 7- LP 01-38 142,50 132,31 20,86 3,83 8- LP 9979 131,71 148,00 19,72 4,38 9- BRS-Pontal 138,24 236,94 20,86 4,34 10- BRS-Requinte 137,28 201,17 23,41 4,85 11- BRS-Triunfo 156,64 169,38 17,25 4,88 12- BRS-Grafite 152,58 231,71 21,12 3,57 13- CV-48 145,36 213,22 23,24 4,64 14- Z-28 201,81 206,03 19,91 3,92 F (tratamentos) 1NS 1 NS 1 NS 1 NS C. V. (%) 12,20 13,95 6,7 5,64 1Para analise os dados foram transformados em (x + 0,50)1/2 Tabela 8 - Valores médios referente ao número de plantas por 4 m2, rendimento em gramas por 4 m2 e Mg ha-1, obtidos em 14 genótipos de feijoeiro na safra “das águas”. Ipameri, GO, 2007. Genótipos1 Nº de plantas/(4m2) Rendimento g/(4m2) Mg/ha-1 1- IAC-Tybatã 56,00 570,17 1,43 2- IAC-una 59,00 779,16 1,95 3- FT-Nobre 45,20 667,57 1,67 4- Pérola 54,17 703,07 1,76 5- LP 98-122 42,15 511,52 1,28 6- LP 02-130 56,20 532,42 1,33 7- LP 01-38 57,00 601,26 1,50 8- LP 9979 63,28 567,79 1,42 9- BRS-Pontal 46,41 604,02 1,51 10- BRS-Requinte 65,24 591,03 1,48 11- BRS-Triunfo 58,74 811,53 2,03 12- BRS-Grafite 51,02 685,41 1,72 13- CV-48 56,78 516,79 1,29 14- Z-28 45,13 714,58 1,79 F (tratamentos) 1 NS 1 NS 1 NS C. V. (%) 10,30 12,57 7,31 1Para analise os dados foram transformados em (x + 0,50)1/2 apresentou diferença estatística entre os tratamen- tos. Para a massa média em gramas de 100 grãos o maior valor foi visualizado em BRS-Grafite (40,40), BRS-Requinte (26,60) e CV-48 (27,45) e o menor em FT-Nobre (19,58), porém sem diferir dos demais. Em relação ao número médio de grãos por vagem o maior valor foi observado em BRS-Pontal (6,7) e o menor em BRS-Grafite (4,06), LP 01-38 (4,35), Z-28 (4,45), IAC Una (4,53) e LP 02-120 (4,64). Na Tabela 6, encontram-se os dados referentes ao número médio de plantas por 4m2 (área útil do tratamento), rendimento médio em gramas por 4 m2 e produção média em megagramas por hectare, mostrando que houve diferença significativa somente no número médio de plantas por 4 m2. Para a avaliação do número médio de plantas, o maior valor foi observado em IAC-Tybatã (64,00), Perola (62,67), BRS-Requinte (61,33) e BRS-Triunfo (60,00) e o menor em LP- 98-122 (36,33). Uma obser- vação relevante é que mesmo com o estande final de plantas variando, os tratamentos não apresentaram diferença estatística entre si no rendimento de grãos. 641Comportamento de genótipos de feijoeiro ao ataque de Bemisia tabaci (Genn.) biótipo B (Hemiptera: Aleyrodidae). Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.77, n.4, p.635-641, out./dez., 2010 Em relação à safra “das águas” não houve dife- rença estatística entre nenhum parâmetro avaliado em relação aos dados de produção (Tabelas 7 e 8). Não foram observados sintomas do vírus do mosaico-dourado do feijoeiro em nenhuma das avaliações realizadas em ambas as safras. CONCLUSÕES Nas condições do presente experimento conclui- se que: - Os genótipos IAC-Una, LP 02-130 foram menos ovipositados pela B. tabaci biótipo B na safra “da seca”; - Os genótipos LP 98-122 e FT-Nobre apresentaram as menores infestações de ninfas de mosca-branca na safra “da seca”; - As maiores oviposições ocorreram aos 14 DAE e maiores infestações de ninfas de B. tabaci biótipo B aos 21 DAE na safra “da seca”; - As maiores infestações de B. tabaci biótipo B ocor- reram na safra “da seca”. REFERÊNCIAS BARBOSA FILHO, M. P.; FAGERIA, N. K.; SILVA, O. F. Aplicação de Nitrogênio em Cobertura no Feijoeiro Irrigado. 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