Leonardo Maciel Campos EFEITO DE MATERIAL CIMENTANTE E DO TEMPO NA RESISTÊNCIA ADESIVA DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” para obtenção do título de Doutor em Odontologia (Área de Concentração: Dentística Restauradora). Orientadora: Profª Dra. Maria Salete Machado Candido ARARAQUARA 2007 2 Campos, Leonardo Maciel Efeito de material cimentante e do tempo na resistência adesiva de pinos de fibra de vidro. / Leonardo Maciel Campos. – Araraquara: [s.n.], 2007. 127f. ; 30 cm. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia. Orientadora: Profa. Dra. Maria Salete Machado Candido 1. Cimentos dentários 2. Resistência à tração 3. Saliva artificial 4. Adesivos dentinários I. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Marley Cristina Chiusoli Montagnoli CRB 8/5646 Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Odontologia de Araraquara / UNESP 3 LEONARDO MACIEL CAMPOS EFEITO DE MATERIAL CIMENTANTE E DO TEMPO NA RESISTÊNCIA ADESIVA DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO COMISSÃO JULGADORA TESE PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR Presidente e Orientadora Profª. Dr.ª Maria Salete Machado Candido 2º Examinador Prof. Dr. Abraham Lincoln Calixto 3º Examinador Prof. Dr. Luiz Alberto Plácido Penna 4º Examinador Prof. Dr. José Roberto Cury Saad 5º Examinador Prof. Dr. Marcelo Ferrarezi Araraquara, 11 de setembro de 2007. 4 Dados Curriculares NASCIMENTO: 06.11.1962 – Porto Alegre/RS FILIAÇÃO: Leó Umberto Campo Vilma Maciel Campos 1985-1989: Curso de Graduação Faculdade de Odontologia da PUCRS 1992-1993: Curso de Especialização em Dentística Restauradora Faculdade de Odontologia da PUCRS 1996-1997: Professor Auxiliar da Disciplina de Urgência e Triagem do Curso de Odontologia da Ulbra / Campus Canoas - RS 1998-2001: Curso de Pós-Graduação em Dentística Restauradora, Nível de Mestrado, na Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP 2001-2004: Professor Adjunto de Dentística Restauradora do Curso de Odontologia da Ulbra/ Campus Cachoeira do Sul – RS 2004-2007: Curso de Pós Graduação em Dentística Restauradora, Nível de Doutorado, na Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP 5 Dedicatória Dedico este trabalho ao Professor José Plínio Furtado Rahde, responsável por meu ingresso na carreira Docente e, sobretudo, pela confiança em mim depositada desde os tempos de graduação. A nossa amizade assim como teus ensinamentos científicos e técnicos, eu os levarei para sempre, já o respeito e admiração por tua pessoa, são renovados a cada dia. 6 Agradecimentos Especiais Aos meus pais Léo e Vilma Campos pelo incentivo e força nos momentos mais difíceis dessa caminhada. À minha esposa Rosane e filhas Ana Carolina e Ana Clara pelas palavras de apoio e coragem nos momentos de minha ausência. Vocês representam a esperança de um futuro melhor! Aos meus irmãos Vladimir e Maria Cleci por estarem sempre ao meu lado. A minha orientadora Profª. Dra. Maria Salete Machado Candido pela orientação científica e comprometimento em todas as etapas deste trabalho assim como, todo o trabalho desenvolvido ao longo de sua carreira Docente, cujo objetivo, foi sempre elevar o nome da Faculdade de Odontologia de Araraquara em nível nacional. Muito obrigado! 7 Agradecimentos Aos meus colegas e amigos Prof. Dr. Fábio Hermann Coelho de Souza e Prof. Dr. Celso Afonso Klein Júnior pela competência e espírito de equipe, quando da minha ausência durante o Curso de Doutorado. A convivência em harmonia e a grande amizade jamais serão esquecidas. À Faculdade de Odontologia de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista - “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, na pessoa de sua Diretora Rosemery Adriana Chiérici Marcantonio e seu vice-diretor José Cláudio Martins Segalla. Aos Professores do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara, pela atenção dedicada. Aos Professores de Dentística, do Departamento de Odontologia Restauradora: Maria Salete Machado Candido, Marcelo Ferrarezi, José Roberto Cury Saad, Osmir Baptista de Oliveira Júnior, Sillas Luiz Lordelo Duarte Júnior, Sizenando de Toledo Porto Neto, Welington Dinelli, pela atenção e conhecimentos transmitidos. À Professora Maria Helena Matsumoto Komasti Leves pelo excelente trabalho de correção e revisão da bibliografia. Aos funcionários da biblioteca da Faculdade de Odontologia de Araraquara pela gentileza e competência com que sempre me atenderam. Aos funcionários do Departamento de Pós-Graduação pelo respeito, eficiência e amizade para com todos os alunos de pós-graduação. Aos funcionários do Departamento de Odontologia Restauradora, pela atenção e colaboração. 8 Aos colegas de turma: Cláudia Freitas, Cristina Takeuchi, João Kina, Renato Roperto, Rinaldo Telles, Júlio Ueda e Walisson Vasconcelos. Aos técnicos de laboratório Cláudio Tita, Vanderlei e Mário pelo apoio na execução da parte experimental deste trabalho. Ao Professor Dr. Luis Geraldo Vaz pela grande colaboração na realização do teste piloto deste trabalho. A cirurgiã-dentista Carla Biscaglia responsável pelas ilustrações deste trabalho. Ao técnico do SENAI (São Leopoldo/RS), Laércio Rigodanzo, pelo auxílio na realização dos ensaios de tração mecânica. À colega Roberta Esberard pela realização do tratamento endodôntico nas raízes bovinas utilizadas neste trabalho. À Simone Echeveste pela realização do teste estatístico. Ao colega de turma Prof. Dr. Eraldo Luiz Batista Júnior pela versão em inglês do resumo deste trabalho. 9 “Somente quem não encara as coisas materiais como coisas materiais, podem ser senhor das coisas” Chang Tse (335-275 a.C.) 10 SUMÁRIO Resumo ........................................................................................................... 11 Abstract ........................................................................................................... 13 Introdução ....................................................................................................... 15 Revisão da literatura ..................................................................................... 19 Proposição ...................................................................................................... 74 Material e método ........................................................................................... 76 Resultado ........................................................................................................ 100 Discussão ........................................................................................................ 105 Conclusão ....................................................................................................... 115 Referências .................................................................................................... 117 Anexos ............................................................................................................. 124 11 Campos LM. Efeito de material cimentante e do tempo na resistência adesiva de pinos de fibra de vidro [tese de doutorado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2007. Resumo O objetivo desse estudo foi avaliar in vitro a resistência à tração de pinos de fibra de vidro cimentados em raízes de dentes bovinos com quatro agentes cimentantes em dois períodos de tempo de armazenamento em saliva artificial: com 48 horas e após 240 dias. Para tal, foram utilizadas 80 raízes de dentes bovinos que, após tratamento endodôntico, foram divididas em 8 grupos com 10 raízes para cada grupo. Para a fixação dos pinos foram utilizados 4 diferentes agentes cimentantes sendo que, os quatro primeiros grupos foram armazenados em saliva artificial por 48 horas antes do teste de tração; a saber: Grupo I – cimento resinoso dual (Rely X e Adper Single Bond-3M/ESPE), Grupo II – cimento de ionômero de vidro (Bioglass “C”- BIODINÂMICA), Grupo III – cimento de fosfato de zinco (SS WHITE), Grupo IV – cimento resinoso quimicamente ativado (C&B Cement e One- Step/ BISCO). Os outros 4 Grupos (V, VI, VII e VIII) receberam os mesmos agentes cimentantes citados acima e na mesma seqüência porém, armazenados em saliva artificial por 240 dias antes da realização do teste de resistência à tração em uma Máquina de Ensaio Universal (VERSAT 500) à velocidade de deslocamento de 1,0 mm/min. Os dados foram catalogados e submetidos à análise estatística mediante os testes Análise de Variância, Tukey e t-student. Os resultados mostraram após 48 horas de armazenamento, o comportamento dos Grupos em estudo e podem assim 12 ser representados: G IV > G III > G I > G II, no entanto, após 240 dias: G VIII = G VII ≥ G VI ≥ G V; concluindo que: a resistência à tração de pinos de fibra de vidro; cimentada em raízes bovina, foi influenciada com o tempo, pois, quanto maior o tempo de envelhecimento, menor é o valor da resistência, com exceção do cimento de ionômero de vidro. Palavras-chave: Cimentos dentários; resistência à tração; saliva artificial; adesivos dentinários. 13 Campos LM. Effect of cementing material and time on tensile bond strength of fiber glass posts [tese de doutorado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2007. Abstract The purpose of the present investigation was to assess the in vitro tensile bond strength resistence of fiberglass posts retained with different cementing agents in bovine teeth at different time points, upon incubation with artificial saliva. To that end, eighty roots harvested from bovine teeth received endodontic treatment and were split into 8 groups (10 roots per group). The fiberglass posts were retained with four different cementing agents, and the first groups were incubated with artificial saliva 48 hours before the tensile test. The groups were distributed as follows: Group I – dual resin cement (Rely X e Adper Single Bond-3M/ESPE), Group II – glass ionomer cement (Bioglass “C”- BIODINÂMICA), Group III – zinc phosphate cement (SS WHITE) and Group IV – chemically activated resin cement (C&B Cement e One -Step/BISCO). The remaining four groups (V, VI, VII and VIII) were accordingly treated with the same cementing agents and conditions, except for the fact that they were incubated with artificial saliva for 240 days before being subjected to the tensile test using a Universal Testing Machine (VERSAT 500) at 1.0 mm/min. The data generated were collected and subjected to statistical analysis through ANOVA, Tukey post-hoc and Student-t tests. After 48 hours of incubation in artificial saliva, the outcome can be presented as follows regarding the traction test: G IV > G III > G I > G II. On the other hand, after 240 days of incubation the outcome was G VIII = G VII 14 ≥ G VI ≥ G V. The findings allow us to state that the tensile bond strength of fiberglass posts cemented in bovine teeth roots was affected by the variable time because the longer the aging the lower is the resistance, except the glass ionomer cement. Keywords: Dental cements; tensile bond strength; saliva artificial; dentin bonding agents 15 Introdução 16 1 Introdução Atualmente, o uso de pinos estéticos pré-fabricados em dentes tratados endodonticamente, tem sido uma alternativa para restaurar dentes amplamente destruídos em razão de prover retenção ao material restaurador a ser utilizado, assim como, proteger o remanescente dental fragilizado em decorrência de múltiplas restaurações, cáries extensas, fraturas coronárias ou pelo próprio tratamento endodôntico que remove considerável quantidade de tecido dental.4,38 Os pinos radiculares e núcleos de preenchimento são utilizados com o objetivo de dar maior resistência à fratura radicular e possibilitar uma melhor retenção à restauração final. O sistema de pinos pré-fabricados de fibra de vidro apresenta características mecânicas que se assemelham muito mais à dentina quando comparados aos pinos metálicos pré-fabricados e fundidos. Esses novos materiais são fáceis de usar e tem a vantagem de reduzir o risco de fratura radicular por serem constituídos de fibras paralelas permitindo-os absorver e dissipar tensões.14,38,47. Entre outras vantagens desse sistema de pinos pré-fabricados, podemos evidenciar a possibilidade de um preparo mais conservador do canal radicular para a cimentação dos pinos, menor número de sessões para a realização do tratamento reduzindo de custos, uma vez que não há a necessidade da etapa laboratorial.3,38,47. Atualmente, os pinos metálicos fundidos, deixaram de ser a única grande opção para restaurar dentes tratados endodonticamente, pelo fato de serem antiestéticos, de provocarem corrosão e possível escurecimento dental, em especial pelo potencial de promoverem fraturas radiculares, pois são materiais extremamente rígidos e absorvem pouco o stress mastigatório. 17 Muitos são os fatores que determinam a seleção de um sistema de pinos tais como: comprimento da raiz, anatomia do dente, largura do pino, configuração do canal radicular, quantidade de remanescente dental, design do pino, material que é confeccionado o pino, estética, etc. Esses fatores devem ser avaliados pelos clínicos, pois, é pouco provável que somente um único sistema de pinos satisfaça as exigências retentivas para todas as situações clínicas.14,38. A seleção do material cimentante para a fixação de pinos pré-fabricados é de grande importância para o sucesso da cimentação no conduto radicular.16,38. Os pinos de fibra de vidro, segundo seus fabricantes, possuem uma matriz de resina obtida pela polimerização de um monômero resinoso e que deve ser compatível com o Bis-GMA e monômeros, presentes em alguns cimentos resinosos e, portanto, indicado para a cimentação adesiva dos pinos de fibra de vidro.38 O cimento fosfato de zinco e o cimento de ionômero de vidro (CIV) são agentes cimentantes, freqüentemente usados pela facilidade de manipulação e também pela história de sucesso em procedimentos de cimentação.32,47,54 Os sistemas adesivos utilizam o condicionamento ácido para remover a smear layer e desmineralizar a dentina, de forma que, uma rede de fibras colágenas fique exposta para a infiltração do monômero resinoso do sistema adesivo, formando a camada híbrida e desse modo, criando retenção micromecânica. Essa adesão micromecânica, assim como o material cimentante pode falhar em função de vários fatores e, portanto, todos os procedimentos realizados devem ser rigorosamente observados; desde o tratamento endodôntico até o momento da cimentação do pino, deste modo as soluções irrigadoras, assim como os materiais obturadores e seladores, podem interferir na adesão de pinos junto às paredes dentinárias .4,15-17 18 Outro fator a ser considerado no momento da cimentação é o modo de ativação e aplicação do cimento resinoso, assim como, a escolha do tipo de sistema adesivo.15-17 Ainda que os resultados de alguns trabalhos mostrem uma melhor combinação das propriedades físicas e mecânicas, a fotopolimerização de materiais resinosos, ainda se faz necessária para maximizar força e rigidez. Por outro lado, a profundidade de polimerização e a característica estrutural do substrato dentinário são fatores que podem levar a cimentação adesiva ao insucesso, assim como o envelhecimento dos materiais cimentantes com o passar do tempo, em razão do stress mastigatório e do meio úmido da cavidade oral. Portanto, alguns fatores deverão ser analisados com bases em evidências científicas, especialmente com relação aos elementos que podem interferir nos procedimentos adesivos tais como: ação das soluções irrigadoras dos canais radiculares e materiais obturadores; ativação química dos cimentos resinosos de dupla polimerização; sistemas adesivos utilizados e o comportamento dos agentes cimentantes, frente à resistência adesiva de pinos de fibra de vidro em dentina radicular. Mediante o exposto, justifica-se o presente trabalho que tem por objetivo mostrar por meio do teste de resistência à tração o desempenho, ao longo do tempo, de alguns materiais cimentantes na fixação de pinos radiculares. 19 Revisão da literatura 20 2 Revisão da literatura Em um trabalho clássico publicado em 1955, Buonocore8 cita algumas possibilidades de se obter adesão entre materiais restauradores à base de resina acrílica e estrutura dental, como: 1) o desenvolvimento de novos materiais resinosos que teriam propriedades adesivas; 2) modificações nos materiais atuais para torná- los adesivos; 3) utilização de um adesivo na interface material restaurador/estrutura dental; e 4) alteração da superfície dental através do tratamento químico, com a finalidade de produzir uma nova superfície na qual os materiais atuais pudessem aderir. Desta forma, inspirado pela observação da utilização de ácido fosfórico pelas indústrias, com o objetivo de preparar as superfícies de metal para melhorar a adesão da pintura e coberturas de resina, o autor investigou o aumento da adesão de resinas acrílicas às superfícies de esmalte tratadas com ácido fosfórico a 85% ou com fosfomobilidato a 50% em conjunto com o ácido oxálico a 10%. A adesão produzida pelo tratamento com ácido fosfórico mostrou-se bem superior e mais duradoura que a produzida pelo tratamento com fosfomobilidato / ácido oxálico. Os resultados sugeriram que o aumento da adesão foi devido ao grande aumento em área de superfície e que o mesmo efeito poderia ser obtido com a utilização de outros ácidos. Buonocore et al.9, em 1956, realizaram testes in vitro para verificar a capacidade de selamento marginal e resistência à tração de um adesivo dentinário à base de dimetacrilato ácido glicerofosfórico, em restaurações de resina acrílica realizadas em dentes humanos extraídos. Os testes mostraram que a resina acrílica 21 ligou-se fortemente à superfície dentinária dos dentes extraídos e que esta resistência de união pôde ser melhorada mediante condicionamento ácido da superfície dentinária com ácido clorídrico a 7%. Para as superfícies não condicionadas, as ligações adesivas iniciais foram de 28 Kg/cm², sendo reduzidas para 15 Kg/cm² após três meses de imersão em água. Já para as superfícies condicionadas, as ligações adesivas iniciais foram de 53 Kg/cm², sendo reduzidas para 28 Kg/cm² após cinco meses de imersão em água. Ficou sugerida a hipótese de que o adesivo dentinário teria a capacidade de unir-se quimicamente com a resina acrílica restauradora e com o tecido dentinário. Segundo Bowen5, a grande evolução na área de restaurações de resina composta em dentes posteriores se deu por volta de 1960, e após várias pesquisas reuniu resina epóxica com resina acrílica, obtendo o Bis-GMA (bisphenol A glicidil metacrilato). O éster glicidil do bisfenol A reage com o metacrilato da resina acrílica, dando origem à resina de Bowen, que é a parte orgânica da resina composta. Uma carga inorgânica unida à matriz por meio de um agente de união (silano) foi adicionada, com o objetivo de melhorar as propriedades físicas e mecânicas deste material. A incorporação de pó de sílica tratado com silano vinílico em polímero orgânico, veio a reforçar este material. Este reforço deu um número de propriedades mais semelhantes as dos tecidos dentários do que as obtidas com resina dentária não reforçada. A mesma resina agregada com sílica não tendo o tratamento superficial do agente vinílico, tinha propriedades inferiores depois de imersão equivalente em água. 22 Em 1965, Bowen6 realizou um trabalho com o objetivo de testar a hipótese que um co-monômero ativador de superfície pudesse melhorar a resistência à água da união entre uma resina acrílica e a dentina humana. O agente de união utilizado neste experimento foi o produto da reação de adição entre N-pentil glicol e glicidil metacrilato (NPG-GMA). A resistência de união entre a resina acrílica e a dentina, quando os corpos de prova não receberam este agente de união, e eram armazenados em água por 20 horas, girou em torno de 0-1,4 kg/cm². Quando da aplicação da solução de NPG-GMA, a resistência à tração da união situou-se entre 10,5 e 22,5 kg/cm². A reaplicação da solução aumentou ainda mais a resistência de união entre o material e o substrato, chegando a 46 kg/cm². Nakabayashi et al.35, em 1982, realizaram um estudo verificando a efetividade da solução 4-META (4 metacriloxietil trimetacrilato anidro) na adesão de um cilindro de acrílico ao esmalte e à dentina (bovina e humana) condicionados com uma solução formada pela mistura de ácido cítrico a 10% e cloreto férrico a 3%. Observaram que monômeros resinosos com grupos hidrofóbicos e hidrofílicos, como o 4-META, infiltravam-se por entre as fibras colágenas expostas pelo tratamento ácido e, após polimerização, constituía-se em uma zona mista, ácida resistente de dentina desmineralizada e permeada pela resina, denominada de “camada híbrida”. Tal camada promovia um aumento na resistência de união da resina composta à dentina. Este trabalho foi considerado um marco no estudo dos adesivos dentinários por ter demonstrado que a obtenção de uma ótima adesão não se dava exclusivamente pela formação de tags no interior dos túbulos dentinários como se 23 acreditava até então, mas principalmente pela retenção micro-mecânica dos agentes resinosos com as fibras colágenas da dentina intertubular. Em 1984, Goldman et al.21, avaliaram o efeito da smear-layer na resistência à tração de pinos metálicos pré-fabricados, cimentados com cimento de fosfato de zinco, cimento de policarboxilato e cimento resinoso. Desta forma, 100 dentes humanos, unirradiculares e recentemente extraídos, foram selecionados, suas coroas foram cortadas na altura da linha amelo-cementária, e os canais foram preparados para pino com brocas apropriadas, em diferentes profundidades: 4,0 mm e 7,0 mm. Em seguida, os dentes foram divididos em dois grupos de 60 dentes cada (GI e GII), sendo 30 dentes com preparo para pino até 4,0 mm de profundidade (GI A e GII A) e os demais com preparo até 7,0 mm (GI B e GII B). Nas amostras dos grupos GI A e GII A, a irrigação foi realizada com 2cc NaOCI a 5,25%, enquanto nas amostras dos grupos GI B e GII B a irrigação foi com 1cc de EDTA a 17%. Cada um destes grupos foi dividido em três subgrupos, de acordo com o material de cimentação utilizado: (1) cimento de fosfato de zinco; (2) cimento de policarboxilato; (3) cimento resinoso. Após uma semana de cimentação dos pinos, as amostras foram submetidas ao teste de tração em Máquina de Ensaios (Instron Corp.). Os resultados mostraram que os pinos cimentados com cimento resinoso, a 7,0 mm de profundidade, independente do tipo de solução irrigadora utilizada, foram duas vezes mais resistentes à tração que àqueles cimentados com cimento de fosfato de zinco e três vezes mais resistentes que os cimentados com cimento de policarboxilato. 24 Tjan, Nemetz52, em 1992, avaliaram o efeito residual do eugenol na retenção de pinos metálicos pré-fabricados, cimentados com cimento resinoso quimicamente ativado (Panavia Ex). Com exceção do Grupo I (controle), todos os canais radiculares dos dentes dos demais grupos foram contaminados com uma gota de eugenol (aproximadamente 0,04 ml) proveniente do líquido de um cimento endodôntico (Routh Eugenol USP, Roth International). Em seguida, todos os dentes foram armazenados a 37°C, em umidificador, por 7 dias, até a cimentação dos pinos. Os dentes contaminados com eugenol foram divididos aleatoriamente, de acordo com a solução de limpeza utilizada, a saber: (GII) água destilada; (GIII) água destilada e 2 ml de álcool etílico, (GIV) água destilada, 2 ml de álcool etílico, 2 ml de solução de ácido cítrico a 25% e água destilada, (GV) água destilada, 2 ml de álcool etílico e 1ml de acetona, (GVI) ácido fosfórico a 37% por 60 segundos e com água destilada, (GVII) água destilada e cimentação com cimento de fosfato de zinco. Após estes procedimentos, os pinos pré-fabricados foram cimentados com Panavia Ex (exceção Grupo VII), as amostras foram armazenadas por 7 dias, a 37° C em 10% de umidade, e em seguida foram submetidos ao teste de tração em Máquina Universal de Ensaios (Instron Corp.). A limpeza com álcool etílico e o condicionamento da dentina com ácido fosfórico a 37%, foram eficazes na retenção dos pinos intra-radiculares, entretanto, os melhores resultados foram apresentados pelo álcool etílico. A infiltração do monômero resinoso, no interior da dentina quimicamente condicionada, é considerada a chave do aumento da adesão na interface resina/dentina. Desta forma, Gwinnett23, em 1993, avaliou, quantitativamente, a 25 contribuição da hibridização na resistência adesiva de uma resina composta a dentina. Para isso, 30 dentes humanos foram seccionados transversalmente na região do terço médio coronário e a dentina foi polida com discos de lixa 600; e em seguida, divididos em 3 grupos (GI) smear-layer intacta; (GII) remoção da smear- layer com Profy Jet; (GIII) condicionamento da dentina com ácido fosfórico a 37% por 20 segundos. Um quarto grupo foi formado por dez dentes fraturados no terço médio coronário. A superfície dentinária foi tratada com sistema adesivo AII Bond 2, seguido da restauração com resina composta P50, polimerizada a cada incremento de 1,0 mm. Após armazenamento em água a 37° por 24 horas, as amostras foram submetidas ao teste de resistência adesiva em Máquina Universal de Ensaio, numa velocidade de 5,0 mm/min. Após o teste, a superfície dentinária das amostras foi avaliada em Microscopia Eletrônica de Varredura. A partir da análise estatística e das observações das fotomicrografias, os autores concluíram que a hibridização contribuiu aproximadamente em um terço na resistência adesiva. Rueggeberg, Caughman42 em 1993, analisaram o grau de conversão dos monômeros constituintes dos cimentos resinosos de polimerização “dual”: Uktra- Bond (Dent-Mat), Mirage FLC (Chamelon), Porcelite Dual Cure (Kerr) e Heliolink (Vivadent) em função de: (a) grupo de ativação exclusivamente química; (b) grupo fotoativado diretamente por 60 segundos; (c) grupo fotoativado durante 20 segundos com interposição de um disco de 1,5mm de resina composta e (d) grupo fotoativado por 60 segundos, porém com interposição de um disco de resina de 1,5mm de espessura, semelhante ao grupo anterior. A análise foi feita por meio de espectrometria de absorção na região do infravermelho nos períodos de 2,5,10 e 30 26 minutos, 1 e 24 horas após a espatulação dos materiais. Os resultados revelaram que o grupo de ativação exclusivamente química apresentou o menor grau de conversão quando comparado aos demais grupos, que receberam alguma intensidade de luz. Além disso, para a maioria dos sistemas testados, a polimerização avaliada aos dez minutos foi quase equivalente à correspondente às 24 horas, dentro de cada tipo de tratamento, e apesar das afirmações dos fabricantes, não houve evidências de uma indução significativa de polimerização química dos sistemas duais logo após a exposição à luz. Powell40, em 1993, realizou um estudo in vitro, avaliando os efeitos dos materiais forradores nas propriedades de uma resina fotopolimerizável, visto que é difícil determinar, em nível clínico, se uma restauração fotopolimerizável atingiu um nível suficiente de polimerização, pois se for polimerizado uma camada espessa ou utilizada uma curta exposição à luz, as porções profundas do material da cavidade podem não polimerizar completamente. E ainda, em cavidades muito profundas, os clínicos cobrem o assoalho pulpar e paredes do preparo cavitário com material forrador para proteger o tecido pulpar vital do ataque de irritantes químicos. O estudo foi direcionado ao material forrador (forrador cavitário, cimento ou medicamento) sobre uma restauração realizada com resina de micropartículas. Os materiais forradores constituídos de hidróxido de cálcio, cimento de fosfato de zinco, cimento de policarboxilato de zinco, cimento de ionômero de vidro e cimento de óxido de zinco e eugenol foram proporcionados e misturados como especificado pelos respectivos fabricantes, e cada mistura foi transferida para uma folha de papel e distribuída uniformemente. As camadas endurecidas formaram aproximadamente 27 0,02 cm de espessura e foram recobertas com eugenol. Imediatamente após, esses papéis foram utilizados na produção de amostras de resina composta que foram polimerizadas contra um substrato de forrador cavitário, cimento e eugenol. As amostras foram, então, envelhecidas por uma câmara ambiental mantida em 37°C ± 2°C e 100% de umidade relativa. Uma técnica de 2 incrementos foi utilizada para preencher as matrizes. O volume de cada incremento de compósito não polimerizado foi aproximadamente 0,09cm³. Em todos os casos, o primeiro incremento foi polimerizado antes do segundo incremento a ser colocado. A polimerização foi realizada por 40 segundos de exposição de cada incremento por uma fonte de luz artificial. Foram produzidas 84 peças, 12 peças testadas para cada seis grupos de experimento (um grupo de forrador, quatro grupos de cimento e um grupo de eugenol). As amostras polimerizadas foram transferidas para uma câmara ambiental, depois de 7 dias uma amostra de cada grupo e do grupo controle foi retirado da câmara e o restante foi retido, permitindo o envelhecimento durante um tempo adicional de 21 dias. Após, os pesquisadores utilizaram uma máquina de ensaio universal para avaliar o tempo e a carga empregada para cada teste. A mais alta resistência de tração do meio foi exibida por 28 dias de envelhecimento dos espécimes polimerizados e envelhecidos em contato com hidróxido de cálcio ou eugenol, mostraram resistência mínima. O eugenol e os subgrupos de controle de 28 dias permitiram os mais altos valores de meio e os mais baixos para o esforço na ruptura de tração, respectivamente. No entanto, estatisticamente o efeito do material forrador e o tempo de envelhecimento não tem significância na força da ruptura. A relação de estresse-força mais alta foi a amostra polimerizada com 7 dias de envelhecimento sobre o cimento policarboxilato de zinco, em contrapartida, a mais 28 baixa relação foi para amostras em contato com hidróxido de cálcio. No entanto, estatisticamente os efeitos do material forrador x tempo de envelhecimento na relação estresse/força não foram significantes. Em 1994, Mitchell et al.32, tiveram como objetivo comparar em um estudo in vitro as cargas máximas e modos de falhas de quatro cimentos de ionômero de vidro para cimentação durante os testes de tração de pinos. Os dois cimentos incluídos no estudo tomaram como base o cimento de ionômero de vidro convencional químico, um cimento misturado manualmente e um cimento encapsulado, e tomou como base dois novos cimentos com química ativada pela luz, um cimento restaurador usado na proporção pó/líquido e um cimento experimental. Cento e quarenta incisivos bovinos foram cortados a 13 mm do ápice e preparado os canais para a colocação dos pinos com 1,75 mm de diâmetro e 9mm de comprimento. Pinos de liga de Ni/Cr/Mb foram fundidos e lixados antes da cimentação dentro das raízes com cada um dos cimentos. Vinte e quatro horas depois, os testes de tração dos pinos foram calibrados para a distensão a uma velocidade de 0.5 mm/min. As forças máximas e modos de falhas foram anotados. Os dados obtidos foram analisados usando um teste de Kruskal-Wallis. Os resultados mostraram que, a comparação das cargas máximas, revelou diferença significante entre o cimento convencional encapsulado e todos os outros cimentos. Mostrou que a performance dos novos cimentos foi melhor que os cimentos convencionais e que pesquisas futuras in vitro e in vivo são necessárias para observarmos o comportamento dos cimentos de ionômero de vidro em situações clínicas nas quais a luz não é possível. 29 Em 1995, Peutzfeldt39, realizou um estudo para determinar o efeito da fotoativação no grau de desgaste e na quantidade de duplas ligações remanescentes (C=C) de alguns cimentos resinosos de dupla polimerização. Para análise da intensidade do desgaste, após a espatulação, os cimentos receberam um dos seguintes tratamentos: (a) fotoativação por 90 segundos ou (b) foram protegidos da ação da luz. Posteriormente, os corpos-de-prova foram armazenados em água a 37°C durante uma semana e então submetidos ao desgaste em uma máquina desenvolvida especificamente para tal finalidade. A avaliação percentual da quantidade de duplas ligações remanescentes foi realizada por meio de espectrometria de absorção, na região do infravermelho das amostras, antes e após a polimerização. Após a análise dos dados, a autora pôde observar que nos cimentos cujo componente químico desencadeador da reação de polimerização era bastante eficaz, como o Duo Cement (Colténe), a fotopolimerização não diminui significativamente o desgaste, nem a quantidade de duplas ligações quando comparado com os grupos não fotoativados. Por outro lado, nos cimentos Dicor Cement (Vivadent) e Vita Cerec Duop Cement (Vita), altamente dependentes da luz, a fotoativação reduziu de forma significativa aqueles dois fatores. Burrow et al.10, em 1996, avaliaram a resistência adesiva de quatro sistemas adesivos à dentina bovina, coronária e radicular, e analisaram a estrutura da camada híbrida formada nestes dois substratos. Inicialmente, sobre a superfície dentinária, tanto coronária como radicular, foi demarcada uma área, na qual foram aplicados os seguintes sistemas adesivos: All Bond 2; Super-Bond D-Liner Plus, Clearfil Liner Bond II e Pro-Bond. Os dentes foram armazenados em água deionizada a 37°C por 30 24 horas, e em seguida, submetidos ao teste de resistência adesiva. Os corpos-de- prova foram então preparados para análise da camada híbrida. O sistema adesivo All Bond 2 apresentou menor resistência adesiva na dentina coronária que na dentina radicular, enquanto o sistema Liner Bond II apresentou resultados opostos. Não houve diferenças significantes na resistência adesiva entre a dentina coronária e radicular para os sistemas Pro-Bond e Super-Bond D-Liner Plus. A camada híbrida pôde ser observada nos sistemas All Bond 2, Liner Bond II e Super-Bond D-Liner Plus, sem diferenças aparentes entre a camada híbrida formada na dentina coronária e radicular. No caso do sistema Pro-Bond, o qual a smear layer não foi removida antes da aplicação do primer, parece que a mesma foi incluída na camada híbrida. As diferenças na resistência adesiva podem ser devido aos diferentes mecanismos de adesão de cada material, bem como devido a diferenças no substrato coronário e radicular dos dentes bovinos. McComb30, em 1996, realizou uma revisão de literatura sobre cimentos adesivos e de acordo com a autora, quando os cimentos resinosos são associados a procedimentos adesivos, estes promovem uma unidade extremamente forte, retentiva e praticamente indissolúvel aos fluidos orais, resultando em um selamento efetivo. Os problemas relacionados à espessura da película destes cimentos foram solucionados a partir da redução do tamanho das partículas e da adição de monômeros diluentes, resultando em uma linha de cimentação adequada. Ainda segundo a autora, nem todos os cimentos de dupla ativação apresentam uma polimerização satisfatória quando não fotoativados, constituindo-se um agravante, 31 pois a polimerização completa do cimento é essencial para sua resistência, retenção e longevidade. Gordan et al.22, em 1997, avaliaram in vitro, a resistência adesiva de dois sistemas adesivos auto-condicionantes, Clearfil Liner Bond 2 e Denthesive, ao esmalte e dentina. Os dois sistemas adesivos auto-condicionantes foram utilizados sobre a superfície dental condicionada e não condicionada por ácido, e como controle, foi utilizado o sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus. Após aplicação dos sistemas adesivos, uma resina de micropartículas Silux Plus foi inserida e polimerizada por 40 segundos dentro de uma matriz de 2,5 mm de diâmetro, a qual foi colocada sobre a superfície dental tratada. As amostras foram submetidas à ciclagem térmica (500 ciclos) e a resistência adesiva foi determinada através de uma máquina de ensaios mecânicos da marca Zwick. Os resultados mostraram que a resistência adesiva em esmalte do Denthesive com condicionamento ácido foi semelhante ao Clearfil Liner Bond 2 sem condicionamento, sendo estatisticamente maiores que a aplicação de Clearfil Liner Bond 2 com condicionamento, que o Scotcbond Multi-Uso Plus, e que o Denthesive sem condicionamento. Para a dentina, a resistência adesiva do Clearfil Liner Bond 2, com e sem condicionamento, foram significativamente maiores que o Denthesive sem condicionamento. Em 1998, Ganss, Jung20, avaliaram o efeito de materiais temporários da resistência adesiva de resinas compostas na dentina. Para isso, 60 dentes terceiros molares humanos livres de cárie foram embebidos em material resinoso fotopolimerizável, e em seguida foram seccionados horizontalmente na altura da 32 câmara pulpar e na metade da coroa dentária. A superfície dentária coronária foi polida com lixa d’água 60, em politriz elétrica. Os dentes foram divididos em quatro grupos, de acordo com o material temporário utilizado: (GI) óxido de zinco e eugenol; (GII) Temp Bond (a base de eugenol); (GIII) Fermit (a base de resina); (GIV) Provicol (a base de hidróxido de cálcio). As amostras do Grupo V permaneceram sem material provisório e serviram como controle. Após armazenagem em solução salina por dez dias, o material provisório foi removido, e a dentina foi tratada com agente adesivo (Syntac). Em seguida, matrizes plásticas cilíndricas foram colocadas sobre a dentina e preenchidas com Dual Cement, o qual, após fotopolimerização e remoção da matriz, apresentou-se em forma de coluna, com 1,4 mm de diâmetro. Foram confeccionadas duas colunas de cimento resinoso em cada dente. As amostras foram submetidas ao teste de cisalhamento em Máquina Universal de Ensaio. O modo de fratura foi observado com um Microscópio Óptico e a espessura da dentina na interface compósito/dentina foi mensurado com paquímetro. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos estudados e o modo de fratura predominante foi o adesivo. Os autores concluíram que os materiais temporários utilizados neste estudo não interferiram na resistência adesiva do cimento resinoso “dual”. Em 1998 Schwartz et al.46, avaliaram os efeitos dos cimentos endodônticos a base de eugenol na retenção de pinos intra-radiculares. Desta forma, 60 caninos humanos foram divididos em 4 grupos, de tal forma que cada dente recebeu o tratamento endodôntico adequado e o canal radicular foi preparado para o pino. Dois tipos de cimentos endodônticos foram utilizados: com eugenol em sua composição 33 (Roth’s 801 Elite Grade Cement) e isento de eugenol (AH26). Os pinos foram fixados com cimentos de fosfato de zinco e cimento resinoso. A retenção dos pinos para cada combinação de cimento endodôntico e material de cimentação foi testado em Máquina de Ensaio (Instron). Concluíram que o tipo de cimento endodôntico utilizado não interferiu na retenção de pinos, independente do cimento utilizado, entretanto, a retenção do pino foi significativamente maior quando cimentado com fosfato de zinco que com cimento resinoso. Navarro, Pascotto36, em 1998, relataram que a reação de presa dos cimentos de ionômero de vidro convencionais ocorre em três estágios que se superpõem que são: a) fase de deslocamento de íons que tem início durante a aglutinação do pó ao líquido em razão da fase aquosa dos ácidos umedecer e dissolver a camada externa das partículas de vidro do pó. O hidrogênio desloca os íons cálcio e alumínio, que reagem inicialmente com o flúor, formando fluoretos de cálcio e a alumínio. Posteriormente, o fluoreto de cálcio (que é instável) se dissocia e reage com co- polímeros acrílicos para formar complexos mais estáveis; b) fase de formação da matriz de poliácidos: o cálcio encontra-se carregado positivamente e tem a sua liberação acelerada reagindo com as cadeias aquosas de poliácidos (carregadas negativamente) para formar ligações cruzadas de poliacrilato de cálcio formando a matriz de gel. Essa fase ocorre cerca de 5 a 10 minutos após o início da manipulação; c) fase de gel de polissais: essa fase ocorre principalmente nas primeiras 24 horas, acompanhada de pequena expansão em condições de alta umidade, quando o material atinge seu endurecimento final, que se continua por meses ou anos. A maturação da matriz ocorre quando o alumínio, que é liberado 34 mais lentamente, auxilia na formação do hidrogel de polissais que circunda as partículas de vidro não reagidas. Em relação às propriedades mecânicas dos cimentos de ionômero de vidro, as autoras afirmam que as resistências à tração e à compressão, são consideradas indicador crítico de sucesso dos materiais odontológicos e nesse contexto, é sabido que os cimentos de ionômero convencionais são quebradiços e, portanto, apresentam grande possibilidade de falhas ou limitações em testes de tração. Kato, Nakabayashi27, em 1998, avaliaram a resistência adesiva por tração em dentina bovina de sistemas adesivos com condicionamento ácido total a 65% por 30 segundos e com diferentes tempos de armazenamento em água a 37°C 1 dia, 1 semana, 1 mês, 3 meses, 6 meses e 1 ano. Os resultados mostraram uma redução na resistência adesiva significativa em 3 dias em relação às 24 horas e em 1 ano em relação a 6 meses ou 30 dias. O armazenamento por 30 dias já foi capaz de prejudicar a resistência adesiva. Os espécimes fraturados foram analisados em M.E.V., que mostrou uma diminuição das fraturas coesivas da resina composta com o passar do tempo e um aumento das fraturas adesivas e coesivas da dentina com o aumento do tempo de armazenamento. Os autores discutem o fato de que a hibridização incompleta da dentina desmineralizada possa causar defeitos de adesão; e que o colágeno exposto proveniente da dentina desmineralizada está sujeito à degradação hidrolítica, quando deixado em contato com a água por longos períodos de tempo. 35 Stockton47, em 1999, realizou uma extensa revisão de literatura, abordando os fatores que afetam a retenção de sistema de pinos em dentes tratados endodonticamente. O objetivo deste estudo foi traçar diretrizes para ajudar o clínico a selecionar o sistema de pino mais adequado para cada caso, objetivando maior retenção e minimizando o risco de fratura da raiz. Alguns estudos indicaram que a resistência à fratura está relacionada diretamente a espessura de dentina remanescente, especialmente na direção vestíbulo-lingual e, portanto protrusões excessivas durante o tratamento endodôntico ou preparação do espaço do canal para a colocação do pino podem aumentar o risco de fracasso. Experimentos em laboratório investigaram a retenção de vários sistemas de pinos e mostraram algumas variáveis que devem ser observadas tais como: comprimento, diâmetro e design do pino, forma do canal radicular, agente de cimentação, método de cimentação, preparação do espaço do canal e local no arco dental. Fosfato de zinco, cimento de ionômero de vidro e cimentos resinosos são os agentes cimentantes que podem ser utilizados uma vez que a literatura não evidência que um material seja superior a outro. Os cimentos de fosfato de zinco e de ionômero de vidro são freqüentemente usados por causa da sua facilidade de manipulação e uma história de sucesso em procedimentos de cimentação. O uso de cimentos resinosos vem aumentando, contudo, por ser uma técnica sensível e por vezes complexa, é que ainda requer alguns estudos, especialmente quanto ao modo de polimerização. Em relação ao tipo de pino utilizado, a literatura indica que na maioria das situações clínicas, um pino passivo paralelo nas mãos de um clínico, permite restabelecer a reconstrução de um dente tratado endodonticamente. 36 Ainda em 1999, Xie et al.56, avaliaram as propriedades mecânicas e microestrutura de dez marcas comerciais de cimentos de ionômero de vidro (CIV) sendo sete convencionais: Ketac-Bond (ESPE), α-Silver (DMG-Hamburg), α-Fil (DMG-Hamburg), Ketac-Silver (ESPE), Ketac-Fil (ESPE), Ketac-Molar (ESPE) e Fuji II (GC International); e três modificados por resina: Vitremer (3M Dental), Fuji II LC (GC International) e Photac-Fil (ESPE). Os testes mecânicos realizados foram: força de flexão (FF), força de compressão (FC), força de tração diametral (FTD), dureza superficial Knoop (DK) e resistência ao desgaste. As superfícies de fratura desses elementos foram examinadas usando a microscopia eletrônica de varredura (M.E.V.). Os espécimes foram confeccionados de acordo com as instruções de cada fabricante. Os espécimes foram preparados em moldes feitos de tubos de vidro com dimensões de 4 mm de diâmetro x 8 mm de comprimento para o teste de força de compressão (FC); 4 mm de diâmetro x 2 mm de comprimento para os testes de força de tração diametral (FTD) e microdureza; e 3,5 mm de diâmetro x 5 mm de comprimento para o teste de resistência ao desgaste. Para o teste de força de flexão, os espécimes foram preparados usando uma matriz de Teflon com as seguintes dimensões: 2 mm de largura x 2 mm de profundidade x 25 mm de comprimento. Os espécimes foram armazenados em água destilada a 37ºC (± 2ºC) por 7 dias. Com o objetivo de comparar os grupos entre si, foram realizados os testes estatísticos: análise de variância e o teste de comparações múltiplas de Tukey-Kramer. Resultados: os cimentos de ionômero de vidro modificados por resina apresentaram alta força de flexão e tração diametral e não raramente, alta força de compressão. Os mesmos apresentaram ainda baixa dureza Knoop e baixa resistência ao desgaste, quando comparados aos ionômeros convencionais. 37 Vitremer (3M Dental) teve os valores mais altos de força de flexão e de tração diametral; Fuji II LC (GC International) e Ketac-Molar (ESPE) apresentaram as mais altas forças de compressão; Ketac-Fil (ESPE) apresentou a maior microdureza. Ketac-Bond (ESPE) teve a mais baixa força de flexão; α-Silver (DMG-Hamburg) teve os valores mais baixos de força de compressão. Quatro cimentos de ionômero de vidro (α-Fil, α-Silver, Ketac-Bond e Fuji II) tiveram valores inferiores de força de tração diametral e que não foram significantemente diferentes um do outro; α- Silver e Ketac-Silver tiveram valores baixos de dureza superficial (Knoop). A mais alta resistência ao desgaste foi mostrada pelo α-Silver e Ketac-Fil; Fuji II LC teve a mais baixa resistência ao desgaste. Os cimentos convencionais de ionômero de vidro mostraram comportamento frágil, uma vez que os cimentos ionoméricos modificados por resina sofreram deformação plástica substancial na compressão. A microestrutura mais integrada, alta força de flexão e tração diametral. Alta força de compressão foi correlacionada as menores partículas de vidro; e alta microdureza foi encontrada na qual havia uma combinação de partículas menores e baixa porosidade. Partículas de vidro de tamanho grande e microestrutura mais integrada contribuíram para a alta resistência ao desgaste. Os autores concluíram que as propriedades mecânicas dos cimentos de íonômero de vidro foram rigorosamente relacionadas as suas microestruturas. Fatores tais como a integridade da interface entre as partículas de vidro e a matriz de polímero, o tamanho da partícula, o número e tamanho das lacunas, têm importante papel na determinação das propriedades mecânicas. 38 Mayhew et al.31, em 2000, avaliaram o efeito de três cimentos endodônticos e quatro soluções de irrigação na retenção de pinos metálicos pré-fabricados cimentados com cimento resinoso Panavia 21. Foram utilizados 160 dentes pré- molares de humanos, os quais foram divididos em quatro grupos, com 40 dentes cada, de acordo com o cimento obturador utilizado, a saber: (GI) guta-percha sem cimento endodôntico (controle); (GII) guta-percha + AH26; (GIII) guta-percha + EWT (a base de eugenol); (GIV) guta-percha + Nogenol. Após 72 horas, foi realizado o preparo dos canais para receber os pinos, e cada grupo foi subdividido em quatro subgrupos de 10 dentes cada, de acordo com a solução irrigadora utilizada para a limpeza dos canais: (A) 2 ml de solução salina (0,9%); (B) 2 ml de solução salina, 2 ml de NaOCI a 5,25%, 2 ml de solução salina;(C) 2 ml de solução salina, 2 ml de ácido cítrico a 50%, 2 ml de solução salina; (D) 2 ml de solução salina, gel de ácido fosfórico a 40% por 30 segundos, 2 ml de NaOCI a 5,25%, 2 ml de solução salina. Os pinos foram cimentados com Panavia 21 e após 72 horas, as amostras foram submetidas ao teste de tração em Máquina Universal de Ensaios, a 5 mm/min. Todos os dentes obturados com Nogenol apresentaram os menores resultados de resistência à tração. Os melhores resultados foram apresentados pelas amostras obturadas com AH26 e EWT, cujos resultados foram melhores quando a dentina foi condicionada com ácido fosfórico a 37%. Em 2000, Ferrari, Mannocci15 realizaram um trabalho com o objetivo de avaliar, in vivo, o comportamento de um sistema adesivo de frasco único na dentina radicular, na cimentação adesiva de um pino de fibra de vidro. Desta forma, foi selecionado para o presente trabalho, um caso clínico de fratura radicular vertical, 39 cujo dente havia sido endodonticamente tratado há sete anos e estava indicado para extração. Após a devida autorização da paciente, o canal radicular foi preparado para cimentação de um pino de fibra de vidro através de brocas especiais, em baixa rotação. Em seguida, foi realizado condicionamento ácido da dentina radicular com ácido fosfórico a 32% por 15 segundos, lavagem com spray ar/água, secagem com pontas de papel absorvente, e aplicação de duas camadas do sistema adesivo One- Step, o qual foi fotopolimerizado por 20 segundos. Após aplicação do sistema adesivo, um pino de fibra de vidro foi cimentado com C&B Resin Cement. Uma semana após a cimentação, o dente foi extraído e seccionado no sentido longitudinal mésio-distal. Uma das secções foi preparada para análise em Microscopia Eletrônica de Varredura (M.E.V.) da camada híbrida, enquanto a secção correspondente foi imersa em solução de ácido clorídrico a 30% por 24h para completa dissolução do substrato dental e observação dos “tags” de resina e dos braços laterais de adesivo, também em M.E.V. Observou-se que a densidade e o comprimento dos “tags” de resina foram maiores no terço cervical que nos terços médio e apical, enquanto a camada híbrida apresentou espessura média de 3 a 5um. Os autores concluíram que o sistema adesivo One-Step associado ao cimento resinoso C&B Resin Cement pode ser utilizado para a cimentação de pinos de fibra de vidro, pois a trama de “tags” de resina formados pela penetração do sistema adesivo na dentina desmineralizada contribui para adesão do pino às paredes do canal radicular sob condições clínicas. Além disso, a fotopolimerização do sistema adesivo antes da cimentação do pino não interferiu na adaptação do pino ao canal radicular. 40 Ferrari et al.17, em 2000, realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a morfologia dos túbulos dentinários do canal radicular, o aumento da área superficial para adesão após o condicionamento ácido, determinar a influência da densidade dos túbulos na formação da camada híbrida e identificar as áreas da dentina com deficiência de adesão. Foram utilizados 30 dentes anteriores humanos, extraídos por problema periodontal, os quais tiveram as coroas dentárias removidas através de disco de diamante. Em seguida, as raízes remanescentes foram instrumentadas através da técnica escalonada, com irrigação de hipoclorito a 2,5%, e foram aleatoriamente divididas em três grupos com 10 amostras cada, a saber: (GI) as amostras deste grupo foram preparadas para observação da morfologia original e das dimensões dos túbulos da dentina radicular em Microscopia Eletrônica de Varredura (M.E.V.) após a instrumentação endodôntica e antes do condicionamento ácido; (GII) as amostras radiculares deste grupo foram preparadas para observação em M.E.V. da morfologia dos túbulos, para calcular o aumento de superfície dentinária para adesão e identificar as áreas com deficiências de adesão após condicionamento da dentina radicular com ácido fosfórico a 32% por 15 segundos; (GIII) as amostras deste grupo foram preparadas para observação da camada híbrida, dos “tags” e braços laterais de resina. Para isso, o canal radicular foi condicionado com ácido fosfórico a 32%, lavados, secos com pontas de papel absorvente, e em seguida, foi aplicado o sistema adesivo AII Bond 2 em todas as paredes do canal. Um pino de fibra de carbono foi então cimentado com cimento resinoso C&B Resin Cement. Após a cimentação do pino e completa polimerização do cimento, uma coroa em resina composta foi confeccionada e as amostras foram fraturadas no sentido longitudinal. Metade de cada uma das amostras foi preparada 41 para avaliação em M.E.V. da espessura da camada híbrida e do diâmetro dos túbulos, enquanto a outra metade foi preparada para avaliação, também em M.E.V., dos “tags” e braços laterais de resina. As observações revelaram que a densidade dos túbulos foi significativamente maior no terço coronário que nos terços médio e apical. A média do diâmetro dos túbulos foi 2,5um no terço coronário e médio antes do condicionamento e 3,5um após o condicionamento, enquanto no terço apical o diâmetro dos túbulos aumentou de 2,0um a 3,0um após o condicionamento ácido. A superfície dentinária disponível para adesão aumentou em 202% no terço coronário, 156% no terço médio e 113% no terço apical após o condicionamento ácido. A camada híbrida apresentou-se menos espessa nas áreas com baixa densidade dos túbulos, ou seja, no terço apical, enquanto no terços médio e cervical, nos quais os túbulos apresentaram alta densidade, a espessura da camada híbrida foi significativamente maior. Os braços laterais de resina somente foram observados nos terços médio e cervical, e segundo os autores isto pode acontecer durante a menor pressão exercida durante os procedimentos adesivos no terço apical comparado ao terço cervical. Fonseca18, em 2001, avaliou o grau de polimerização de cimentos resinosos em função de diferentes intensidades de luz, através de ensaio de dureza e resistência à remoção por tração de coroas cimentadas em troqueis com diferentes cimentos. Inicialmente, corpos-de-prova confeccionados com os cimentos Panavia F, Scotchbond Resin Cement, Enforce e Cement-It, fotopolimerizados ou não, foram submetidos ao ensaio de dureza Vickers em diferentes tempos, a saber: imediatamente após a confecção dos corpos-de-prova, 1 hora, 2 horas, 24 horas e 7 42 dias. Para o segundo ensaio, foram confeccionados troquéis e coroas, ambos em liga NiCr, os quais, após jateamento e aplicação de agente catalisador do sistema adesivo Scotchbond Multi-Uso Plus, foram cimentados aos pares, com os materiais descritos anteriormente, além do cimento de fosfato de zinco. A análise dos resultados revelou que os cimentos resinosos alcançaram maior dureza nos grupos fotoativados em todos os tempos analisados, com exceção apenas do Scotchbond Resin Cement e Enforce, que aos 7 dias mostraram igualdade estatística entre os tratamentos. Todos os materiais apresentam progressão de polimerização em função do tempo na ausência de luz, com diferentes velocidades. Os cimentos Panavia F e fosfato de zinco apresentaram, respectivamente, a maior e a menor força de remoção por tração, tendo o Scotchbond Resin Cement, Enforce e Cement It ficado em posição intermediária, diferenciando-se significativamente dos demais materiais, porém, não entre si. Hofmann et al.25, em 2001, realizaram um estudo com o objetivo de comparar a eficiência da ativação química, física (mediante fotopolimerização) e dupla ativação na polimerização efetiva de cimentos resinosos “duais”. Deste modo, foram analisados quatro cimentos resinosos de dupla polimerização: Variolink II (Vivadent); Cerec Vita Duo Cement (Colténe); Sono Cem (ESPE); Nexus (Kerr), e um cimento quimicamente ativado: Panavia 21 (Kuraray). Os corpos-de-prova de cada cimento foram polimerizados de cinco formas diferentes: (a) ativação química, pela mistura da pasta base e catalisadora; (b) ativação “dual”, pela mistura da pasta base e catalisadora, seguido de fotopolimerização direta; (c) ativação “dual” como descrito em (b), porém com fotopolimerização realizada através de um espaçador cerâmico 43 de 2,5 mm de espessura; (d) fotopolimerização da pasta base; (e) fotopolimerização da pasta base através do espaçador cerâmico. Após 24 horas, as amostras foram submetidas aos testes de resistência a flexão, determinação do módulo de elasticidade e dureza superficial (Vickers). Em todos os cimentos avaliados, os resultados mostraram que a dupla ativação determinou os maiores resultados de resistência a flexão, módulo de elasticidade e dureza Vickers, mesmo quando a fotopolimerização foi realizada através do espaçador cerâmico. O uso deste espaçador reduziu os valores obtidos pelos testes na maioria dos cimentos. Os autores concluíram que a dupla polimerização determinou melhores resultados frente à polimerização química e foto, para os mesmos cimentos, além de compensar a falta de irradiação nos grupos fotopolimerizados através do espaçador cerâmico. Miyazaki et al.33, em 2001, avaliaram a capacidade de adesão ao esmalte e a dentina de dois novos sistemas adesivos (Reactmer e One-up Bond), de um compômero (Clicker/F2000) e dois sistemas adesivos de dois passos (Fluoro Bond / Life-Fil II A e Single Bond / Z100). Este trabalho foi realizado sobre superfícies vestibulares preparadas de esmalte e dentina de dentes bovinos. Após aplicação dos sistemas adesivos, de acordo com as instruções dos fabricantes, os materiais restauradores foram condensados no interior de um molde de Teflon com 2,0 mm de comprimento e 4,0 mm de diâmetro. As amostras foram armazenadas em água por 24 horas, e em seguida, submetidas ao teste de cisalhamentos, a uma velocidade de 1,0 mm/min. A resistência de união de novos sistemas adesivos 12,3 MPa e 14,5 MPa para o esmalte e 13,7 MPa a 13,7 MPa a 13,8 MPa para a dentina. Para o 44 compômero, os valores foram aproximadamente 12,6 MPa esmalte e 13,1 MPa para dentina. Os sistemas adesivos de dois passos apresentaram os maiores valores de resistência a união, entre 16,8 MPa a 21,7 MPa para o esmalte e 18,1 MPa a 18,4 MPa para a dentina. Boone et al.3, em 2001, avaliaram o efeito dos cimentos endodônticos, com e sem eugenol, e de diferentes tempos (imediato e mediato) após a obstrução endodôntica na cimentação adesiva de pinos intra-radiculares pré-fabricados metálicos. Para isso, 120 caninos humanos, recentemente extraídos, foram preparados endodonticamente e divididos em diferentes grupos experimentais, a saber: (GI) obturação endodôntica com Roth’s 801 Elie Grade Cement (com eugenol); (GII) obturação endodôntica com AH26 (a base de resina epóxica). Estes dois grandes grupos foram subdivididos em: (GI A e GII A) cimentação do pino imediatamente após a obturação endodôntica; (GI B e GII B) cimentação do pino após 7 dias da obturação endodôntica. Após armazenamento de 7 dias em 100% de umidade a 37°C, os dentes foram montados em tubos de PVC, com resina acrílica, e as amostras submetidas ao teste de tração em Máquina Universal de Ensaios (Instron), a uma velocidade constante de 0,5 mm/min. Os resultados foram estatisticamente analisados e pôde-se concluir que nem o tipo de cimento, nem os tempos de obturação interferiram na retenção dos pinos intra-dentinários. Em 2001, Caughman et al.11, avaliaram o grau de conversão de cimentos resinosos duais submetidos a diferentes condições luminosas. Discos confeccionados à partir dos cimentos Calibra (Dentsply), Choice (Bisco), Insure 45 (Cosmedent), Lute-It (Jeneric-Pentron), Nexus (Kerr) e Variolink II (Vivadent) receberam um dos seguintes tratamentos: (a) fotoativação durante 40 segundos através de uma matriz transparente de poliéster, (b) fotoativação pelo mesmo tempo com interposição de uma lâmina de porcelana de 3,0 mm de espessura, (c) sem fotoativação, havendo apenas o gatilho químico para a reação de polimerização dos materiais. Nas três situações anteriores, os cimentos foram empregados na sua forma dual, diferentemente dos tratamentos (d) e (e) nos quais apenas foi utilizada a pasta fotoativada nas condições descritas para os tratamentos (a) e (b) respectivamente: Após o armazenamento dos corpos-de-prova no escuro e a temperatura ambiente durante 7 dias, foi realizada a análise em espectrometria de absorção na região do infravermelho para a determinação do potencial de conversão dos grupos. A análise estatística dos resultados mostrou que em todos os cimentos avaliados a porcentagem de conversão nos grupos cuja ativação da reação de polimerização foi exclusivamente química, foi significativamente menor do que nos duais fotoativados através de tira matriz ou da interposição de porcelana, com exceção do cimento Calibra que, neste último caso, apresentou igualdade estatística. Ferrari et al.16, em 2001, avaliaram a influência de quatro sistemas adesivos na formação de “tags” de resina, braços laterais de adesivo e formação da zona de interdifusão dentinária (dentin interdifusion zone-RDIZ) quando utilizados na cimentação de pinos intra-radiculares. Para este trabalho, foram utilizados 40 dentes anteriores humanos extraídos por razões periodontais. Os dentes tiveram as coroas removidas e os canais foram tratados endodonticamente. Em seguida, os dentes 46 foram aleatoriamente divididos em quatro grupos com 10 dentes cada: (GI) One- Step, aplicado com um pincel do fabricante e fotopolimerizado antes da cimentação + Dual Link; (GII) One-Step, aplicado com Microbrush e fotopolimerizado antes da cimentação + Dual Link; (GIII) One-Step, aplicado com pincel do fabricante sem fotopolimerização + Dual Link; (GIV) All Bond 2 + C&B (controle). Nos grupos II e IV os sistemas adesivos e os cimentos resinosos foram utilizados de acordo com as instruções do fabricante. Após uma semana os dentes foram seccionados no sentido longitudinal, e devidamente processados para análise em M.E.V. Uma secção de cada dente foi preparada para análise de RDIZ, enquanto as secções radiculares correspondentes foram imersas em solução de ácido clorídrico a 30% para completa dissolução do substrato dentinário e observação dos “tags” de resina e dos braços laterais de adesivo. Os resultados mostraram que a RDIZ das amostras do Grupo II mostrou-se uniforme em toda a extensão do canal, enquanto os demais grupos apresentaram RDIZ menos representativa, sendo que as amostras do Grupo III apresentaram os resultados menos significativos. Os Grupos I, II e III apresentaram “tags” maiores nos terços médio e cervical que no terço apical, e os braços laterais de adesivos também foram observados. As amostras do Grupo II mostraram “tags” de resina e braços laterais de adesivo, mais uniformes nos três terços. Os autores concluíram que quando Microbrush foi utilizado, o mecanismo de adesão criado entre a dentina radicular condicionada e o sistema adesivo foi uniforme ao longo das paredes do canal, sendo esta uma técnica de fácil aplicação clínica. Sanares et al.44, em 2001, avaliaram os efeitos de quatro sistemas adesivos de frasco único, com diferentes pHs, na união a resinas foto e quimicamente 47 ativadas, mediante teste de microtração e análise em M.E.V. Foram selecionados 24 terceiros molares humanos recentemente extraídos. O esmalte da face oclusal foi inicialmente removido por corte mediante o uso de um disco de diamante e a dentina subjacente foi polida com lixa 600, sob refrigeração à água com o objetivo de criar smear layer. Os dentes foram divididos aleatoriamente em 4 grupos, de acordo com o sistema adesivo utilizado, a saber: (GI) Prime & Bond NT; (GII) Optbond Solo; (GIII) Single Bond; e (GIV) One-Step. Os sistemas adesivos foram aplicados de acordo com as instruções dos fabricantes. A seguir, cada grupo foi dividido em dois subgrupos, de acordo com o tipo de polimerização da resina composta utilizada: resina composta fotopolimerizável (Z100) e quimicamente ativada (BisFil 2B), totalizando 8 subgrupos, com 3 dentes cada. Estes materiais foram aplicados de acordo com as instruções do fabricante de tal forma que um bloco de resina com 5,0mm de altura foi confeccionado sobre a superfície dentinária. Após serem armazenadas em água destilada por 24h a 37°C, cada amostra foi cortada com disco de diamante em pequenos palitos de 0,9 mm de espessura, totalizando 48 a 67 palitos para cada grupo, os quais foram devidamente fixados e submetidos ao teste de microtração a uma velocidade de 1,0 mm/min em Máquina Universal de Ensaios (Model 4440, Instron Inc., Canton, MA,USA). O modo de fratura foi individualmente avaliado em estereomicroscópio a 30x, e foram classificadas em: (a) falha adesiva; (b) falha mista e (c) falha coesiva. Os dados foram submetidos à análise estatística (ANOVA) para avaliar os efeitos dos sistemas adesivos e do modo de polimerização das resinas compostas, e a interação entre estes dois parâmetros na resistência adesiva. Para análise em M.E.V. foram selecionados quatro palitos de cada grupo. Além disso, foi obtida a acidez de cada sistema adesivo e a correlação 48 entre este fator e a resistência adesiva foi analisada através de regressão linear simples. Os resultados mostraram que o efeito dos diferentes sistemas adesivos, os modos de polimerização das resinas compostas e a interação entre estes dois fatores estatisticamente significantes (p<0,001). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significantes na força adesiva entre os quatro sistemas adesivos testados com a resina fotopolimerizável (p>0,05), entretanto, a resistência adesiva foi significativamente menor quando a resina quimicamente ativada foi utilizada. Encontrou-se uma correlação positiva entre a acidez dos sistemas adesivos e a força adesiva para o subgrupo da resina composta quimicamente ativada. O tipo de falha predominante ocorreu ao longo da interface sistema adesivo/ resina composta. Braga et al.7, em 2002, analisaram a resistência a flexão, a dureza superficial e o módulo de elasticidade de quatro diferentes cimentos resinosos. Os materiais estudados foram: Enforce e Variolink II (polimerização química, foto e dual); Rely X ARC (polimerização química e dual) e C&B Resin Cement (polimerização química). Os cimentos foram analisados em todas as suas formas de polimerização. No caso dos cimentos Enforce e Variolink II, as amostras fotoativadas foram confeccionadas através da fotopolimerização da pasta base. A resistência à flexão das amostras dos diferentes materiais foi obtida pelo teste de flexão dos três pontos. A carga necessária para a fratura das amostras foi utilizada para o cálculo do módulo de elasticidade. A dureza superficial (Knoop) foi obtida nos fragmentos restantes do teste flexão. Todos os testes foram realizados após 24 horas de confecção das amostras. Os resultados mostraram que a polimerização dual do Rely X ARC apresentou os maiores valores de resistência à flexão e que tanto o Rely X ARC 49 como o Variolink II dependem da fotoativação para alcançar os maiores valores de dureza. O Enforce apresentou valores similares de dureza nas amostras quimicamente ativadas e com polimerização dual. Não houve relação entre resistência a flexão e os valores de dureza, indicando que outros fatores, tais como, quantidade de carga e tipo de monômero, influenciam na resistência a flexão, além do grau de conversão. Pest et al.38, em 2002 avaliaram a força de união entre materiais de cimentação, dentina radicular e pinos de fibra por teste de push-out mecânico e examinou a integração entre esses três componentes por meio de microscopia eletrônica de varredura (M.E.V.). Foram utilizadas 50 raízes de dentes extraídos e, radiografadas para eliminar os elementos com canais muitos irregulares. Logo após o tratamento endodôntico das raízes, as mesmas foram desobturadas, de modo que um espaço de 8 mm foi preparado para colocação do material cimentante e, em seguida, seccionado transversalmente em 4 secções de 2 mm cada para avaliar a força de união entre a dentina e o material de cimentação. Os materiais utilizados foram: Clearfil Photocore, Clearfil Core, Panavia F e Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray Co.), C&B Cement, All Bond 2 (Bisco Inc.) e Ti Core Titanium (EDS Inc.) As amostras também estavam preparadas para avaliar a força de união entre o material de cimentação e o pino. Sessenta plásticos grossos de 3 mm de espessura foram preparados colando um pino no centro e cercando este com material de cimentação na seguinte ordem: Endocomposipost + All Bond 2 + C&B; Tech 2000 + Ed Primer + Panavia F; Tech 2000 + Clearfil Liner Bond 2V + Clearfil Core; Tech 21 Xop + Clearfil Liner Bond 2V + Clearfil Core. EndoComposipost + All Bond 2 + Ti Core e 50 Luscent Anchors + Clearfil Liner Bond 2V + Clearfil Photocore. Todos os espécimes foram armazenados em água destilada 24 horas antes do teste. Os testes push-out foram executados na velocidade de 0,5 mm/min utilizando uma Máquina de Teste Universal (Acquati, Varese, Italy).Os valores foram registrados em Newtons e então convertidos em MPa. A análise estatística foi realizada aplicando-se análise de variância (ANOVA) seguida pelo teste de Scheffe em nível de significância p<0,05. Os resultados apresentaram amostras com força de união alta (entre 26-30MPa), embora os valores obtidos para a combinação de Tech 2000 ou Tech 21 com Panavia F ou Clearfil Liner Bond 2V fossem significativamente mais altos (p<0,05). Há uma diferença estatística significante entre o grupo cimento resinoso e o grupo resina composta/adesivo. Os autores concluíram que a união adesiva de pinos é uma técnica que é comparada e algumas vezes superior à técnica tradicional que usa cimentos resinosos. Resinas compostas são fáceis de usar e economicamente vantajosas, porque o mesmo material pode ser usado para cimentar o pino e confeccionar o núcleo. Todavia, uma investigação se faz necessária para demonstrar a conversão de polimerização de compósitos a diferentes profundidades. Sung et al.48, em 2002, estudaram o efeito in vitro de 4 soluções irrigadoras com níveis de pureza diferentes sobre os agentes de adesão dentinária. Quarenta molares hígidos de humanos foram extraídos e posteriormente limpos e armazenados em água de torneira na temperatura ambiente por uma semana. Logo após, cada dente foi inserido na resina acrílica autopolimerizável ficando a coroa exposta. Depois da polimerização completa da resina, as faces da dentina foram expostas com o uso de disco de diamante, realizando cortes longitudinais nas 51 coroas de cada dente de tal modo que todas as 4 faces tiveram uma superfície de dentina plana para a união. Os espécimes preparados foram divididos em quatro grupos de soluções de irrigação: água de torneira (controle), água estéril, solução de NaCl a 0,9% e água filtrada. Dentro de cada grupo de irrigação estavam quatro subgrupos de agentes de adesão: Prime & Bond Adhesive NT (Dentsply), One-Step (BISCO), Single Bond Adhesive (3M) e Optibond Solo (Kerr). Para cada combinação agente de irrigação/adesão, havia 10 superfícies de dentina. As superfícies da dentina foram condicionadas com ácido fosfórico a 37% por 10 segundos e enxaguadas com solução de irrigação durante 15 segundos e então secadas com leves jatos de ar, de modo que a dentina ficasse levemente umedecida. Um cilindro plástico (3 mm de comprimento x 3 mm de diâmetro) foi utilizado como matriz para a confecção de amostras de resina composta (Herculite XRV / Kerr) que foram aderidas às superfícies dentinárias. As amostras foram levadas para uma máquina universal (Instro Corp, Canton, Mass), para avaliar a resistência adesiva através do teste mecânico de cisalhamento. A força foi aplicada na base dos cilindros de resina composta, paralela as superfícies dentinárias a uma velocidade de 0,05 in/min até a fratura. Os valores foram registrados. Os dados de força adesiva foram comparados com análise de variância (p<.05). Foram realizadas comparações de meios com testes t e valores de p ajustados para comparações múltiplas (método de Bonferroni). Os resultados mostraram que as falhas para todos os espécimes foram na interface compósito/dentina. A irrigação com água corrente (grupo controle), não mostrou nenhuma diferença significante de resistência adesiva para qualquer agente de união testado. Quando outras soluções irrigadoras foram usadas, One-Step produziu constantemente resistências adesivas menores que outros agentes de 52 adesão dentinária (p<.05). Quando solução irrigadora de NaCl a 0,9% era utilizada, One-Step e Opti Bond Solo apresentaram redução significativas na resistência a adesão (p<.05). Portanto dentro das limitações desse estudo, a força de adesão da dentina à resina composta, irrigada com diferentes soluções, foi dependente do agente de união dentinário utilizado. Kanno et al.26, realizaram em 2002, um estudo para avaliar a força adesiva entre cimentos resinosos duais e as paredes dos canais radiculares de dentes bovinos. Os dentes foram aleatoriamente divididos em dois grupos, de acordo com o cimento resinoso utilizado: (GI) Bistite II (Tokuyama); (GII) Panavia F (Kuraray). A dentina radicular foi tratada com os “primers” de cada sistema, de acordo com as instruções do fabricante e o conduto foi preenchido com cimento resinoso. Na seqüência, as amostras foram divididas em dois subgrupos, de acordo com o sistema de ativação do cimento: (a) fotoativados e (b) não fotoativados. Nas amostras do subgrupo (a) o cimento foi fotoativado por 60 segundos a partir da coroa, enquanto que no subgrupo (b) as amostras foram armazenadas em ambiente escuro por 30 minutos. Após 24 horas de armazenamento em água a 37ºC as amostras foram preparadas para o teste de microtração, obtendo-se palitos de 0,7mm de espessura a partir de cortes perpendiculares ao longo eixo da raiz, os quais foram colados a um dispositivo especial adaptado à máquina de testes universal a uma velocidade de 1,0 mm/min. A análise estatística revelou diferenças significantes entre os materiais (p= 0,0136) e entre os métodos de polimerização (p= 0,009). Por outro lado, não houve diferenças estatísticas entre a região coronária e o ápice radicular (p= 0,1097), apesar dos valores de resistência adesiva serem 53 maiores na região coronária quando o cimento foi fotoativado que para os demais grupos (p>0.05). Vichi et al.55, em 2002, avaliaram através da Microscopia Eletrônica de Varredura (M.E.V.), a efetividade de três sistemas adesivos de frasco único e dois sistemas adesivos de três passos na formação da camada híbrida, bem como na formação de “tags” de adesivo na dentina radicular após cimentação adesiva de pinos estéticos pré-fabricados. Para este estudo, os autores selecionaram 50 dentes anteriores de humanos tratados endodonticamente e que seriam extraídos por razões endodônticas ou periodontais. Os canais radiculares foram re-instrumentados sob abundante irrigação com hipoclorito de sódio a 2,5%. Os canais radiculares foram obturados pela técnica da guta percha plastificada e injetável. Em seguida o preparo do conduto radicular foi realizado com brocas específicas de cada sistema de pinos utilizado, (Aesthetic-Plus; quartzo fiber posts, RTD, França) e os dentes foram aleatoriamente divididos em 5 grupos com 10 dentes cada, de acordo com o sistema adesivo e cimento resinoso utilizado, a saber: (GI) All Bond II e C&B Resin Cement; (GII) Scotchbond Multi-Purpose Plus e Opal Luting Composite; (GIII) Scotchbond 1 e Rely X ARC Resin Cement; (GIV) One-Step e C&B Resin Cement e (GV) All Bond Experimental e Post Cement HI-X. Os sistemas adesivos e os cimentos resinosos foram utilizados de acordo com as instruções dos fabricantes. Os sistemas adesivos de frasco único foram todos polimerizados antes da cimentação dos pinos. Após uma semana, os dentes foram extraídos e preparados para observação em M.E.V., da camada híbrida e dos “tags” de resina. Foi observada para todos os grupos a formação evidente da camada híbrida, entretanto, ela 54 apresentou-se mais uniforme nos terços coronário e médio do que no terço apical. Em alguns espécimes foi observada uma fenda entre o sistema adesivo e o cimento resinoso. Os “tags” de resina foram mais evidentes nos terços cervical e médio que no terço apical de todos os grupos. Não houve diferenças estatísticas para os “scores” do terço coronário de todos os grupos, enquanto para os terços médio e apical, os Grupos 3 e 4 mostraram uma significante menor formação de “tags” de resina que os Grupos 1,2 e 5. Não foram encontradas diferenças estatísticas entre os três grupos formados por sistemas adesivos de frasco único entre os três terços do canal radicular. Os autores concluíram que os sistemas adesivos de três passos podem determinar uma maior retenção micromecânica com a dentina radicular que os sistemas adesivos de frasco único. Hashimoto et al.24, em 2003, avaliaram a resistência de união por microtração de restaurações de resina composta com diferentes sistemas adesivos em diferentes tempos de armazenamento: 24 horas, 6 meses e 12 meses. Foram realizadas restaurações de resina composta em pré-molares, utilizando os sistemas adesivos One-up Bond F e Gluma One Bond, sendo esse último testado com adesão seca e úmida. Os resultados foram analisados estatisticamente e mostraram que para 24 horas, o sistema adesivo One-up Bond F (autocondicionante) apresentou melhor desempenho que o Gluma One Bond (com condicionamento) úmido, que por sua vez foi superior ao seco. Para 6 e 12 meses de armazenamento, houve redução significativa na adesão para os grupos; o sistema adesivo Gluma One Bond seco foi inferior aos demais, os quais não diferiram entre si. Houve maior número de falhas adesivas para as restaurações após 6 e 12 meses de armazenamento. O sistema 55 adesivo com condicionamento ácido também apresentou falhas na porção de dentina desmineralizada, o que não ocorreu no autocondicionante. Os autores sugerem que a hidrólise das fibras colágenas pode favorecer o pior desempenho da adesão seca ao longo do tempo. Konno et al.28, em 2003, avaliaram o efeito do tempo de armazenamento sobre a resistência ao cisalhamento de restaurações de resina composta em dentina bovina com 5 diferentes sistemas adesivos. Foram utilizados 150 dentes incisos inferiores bovinos que tiveram uma área de 4 mm de dentina exposta para adesão, em que foram utilizados os seguintes adesivos: Clearfil Liner Bond 2V, Scotchbond Multiuso, Optobond Solo, Prime & Bond NT e Etch & Prime 3.0, restaurados com resina composta Z100. Os espécimes foram subdivididos em 3 tempos de armazenamento em água (1 dia, 3 a 6 meses), para, então, serem submetidos ao teste de resistência ao cisalhamento com velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados encontrados mostraram que, em relação ao sistema adesivo utilizado, para 1 dia de armazenamento, o adesivo Clearfil Liner Bond 2V foi estatisticamente superior aos demais; o Scotchbond Multiuso e o Optibond Solo não diferiram entre si; o Prime & Bond NT não diferiu do Optibond Solo; e o Etch & Prime 3.0 foi inferior aos demais, não diferindo apenas do Prime & Bond NT. No tempo de 3 meses de armazenamento, o melhor desempenho também foi do Clearfil Liner Bond 2V, seguido dos adesivos Scotchbond Multiuso, Prime & Bond NT e Optibond Solo, que não diferiram entre si; e o adesivo Etch & Prime 3.0 foi inferior aos demais. Para 6 meses de armazenamento, o melhor resultado ainda foi do Clearfil Liner Bond 2V, seguido do Scotchbond Multiuso, que não diferiu do Prime & Bond NT. O Optibond 56 Solo não diferiu do Prime & Bond NT. O Optibond Solo não diferiu do Prime & Bond NT, e o Etch & Prime 3.0 foi inferior aos demais, não diferindo apenas do Optibond Solo. Em relação ao tempo de armazenamento, o adesivo Clearfil Liner Bond 2V melhorou seu desempenho após 3 meses; o tempo de 6 meses não foi diferente de 3 meses ou 1 dia. Os adesivos Scotchbond Multiuso, Prime & Bond NT e Etch & Prime 3.0 não mostraram diferenças significativas nos 3 tempos de avaliação. O adesivo Optibond Solo apresentou redução da resistência adesiva após 6 meses de armazenamento. A análise em lupa estereoscópica mostrou maior quantidade de falhas adesivas para o Optibond Solo, Prime & Bond NT e Etch & Prime 3.0, nos 3 tempos de armazenamento. Para o Clearfil Liner Bond 2V a maioria das falhas foi do tipo mista. A análise em MEV mostrou adesivo entrelaçado nos túbulos dentinários, após fratura dos espécimes, para os adesivos Clearfil Liner Bond 2V, Scotchbond Multiuso e Optibond Solo. Para os adesivos Prime & Bond NT e Etch & Prime 3.0 não foi encontrada penetração efetiva do adesivo em dentina. Tay et al.50, em 2003, avaliaram a compatibilidade da união adesiva de sistemas adesivos de frasco único (dois passos com condicionamento ácido prévio) associado à resina composta Bis-core, utilizada de modo quimicamente ativado, somente fotoativada e fotoativação retardada após 20 minutos da inserção do material, em relação à microtração e nanoinfiltração, variando, ainda o grau de hidratação da dentina (hidratada e desidratada). Os melhores resultados de resistência de união foram encontrados nos grupos de dentina hidratada com resina somente fotoativada, seguido de dentina desidratada com fotoativação retardada e dentina desidratada com resina quimicamente ativada com auxilio de um co-iniciador 57 a base de álcool (livre de monômeros), os quais não diferiram entre si. O uso da fotoativação retardada reduziu a resistência de união quando empregado em dentina hidratada. Quando foi utilizada a resina composta quimicamente ativada na dentina hidratada houve uma redução significativamente da resistência de união. Os autores atribuem essa incompatibilidade, aos monômeros ácidos presentes no adesivo de frasco único, o que prejudicaria a ação da amina terciária para reagir com o peróxido de benzoíla e gerarem radicais livres para induzir a polimerização das resinas quimicamente ativadas. Da mesma forma, o caráter semipermeável desses adesivos pós-polimerizados também contribui para essa incompatibilidade, pois por pressão osmótica, permitiria que gotículas de água penetrassem na resina composta não polimerizada, prejudicando seu processo de polimerização. Attar et al.2, em 2003, realizaram um estudo avaliando a resistência à flexão, o módulo de elasticidade, a radiopacidade e o pH de cinco tipos de cimentos odontológicos: cimento de fosfato de zinco (Flecks-Keystone M); cimento de ionômero de vidro convencional (Fuji I − GC Corp.); cimento de ionômero de vidro resinoso (Rely X Vitremer – 3M/ESPE); dois cimentos resinosos “duais” (Calibra- Dentsply-Caulk e Rely