UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA FLÁVIA MENDES DOS SANTOS LOURENÇO METODOLOGIA DO TESTE DE ENVELHECIMENTO ACELERADO EM SEMENTES DE TOMILHO (Thymus vulgaris L.) E MINI TOMATE (Solanum lycopersicum var. cerasiforme) Ilha Solteira 2018 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL FLÁVIA MENDES DOS SANTOS LOURENÇO METODOLOGIA DO TESTE DE ENVELHECIMENTO ACELERADO EM SEMENTES DE TOMILHO (Thymus vulgaris L.) E MINI TOMATE (Solanum lycopersicum var. cerasiforme) Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – UNESP como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre. Especialidade em Produção Vegetal. Nome do orientador Marco Eustáquio de Sá Ilha Solteira 2018 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho aos meus pais, Marcos e Cleonice, minha base. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, pelo dom da vida, e por não deixar faltar fé nos momentos mais difíceis de minha caminhada. A Universidade Estadual Paulista -“Júlio de Mesquita Filho”- UNESP, por ter me proporcionado conhecimentos necessários para construir a segunda parte de minha carreira acadêmica, o mestrado. A CAPES, pela concessão da bolsa de estudos durante o período estudado. Aos meus pais Marcos e Cleonice e aos demais familiares, pela compreensão nos momentos difíceis, pela paciência e amor. Ao professor orientador Dr. Marco Eustáquio de Sá, pela paciência, amizade e empenho em meu aprendizado. Fortalecendo minha caminhada, com muito ânimo e muita fé! Aos amigos que fiz durante minha trajetória, que me ajudaram no decorrer dos experimentos, mesmo aos finais de semana, noites e feriados. A todos aqueles que de uma forma ou outra contribuíram para o meu aprendizado. Muito obrigada. “Quando alguém julgar seu caminho, empresta-lhe seus sapatos”. Fabiola Simões. RESUMO A utilização de testes de vigor, que sejam eficientes no diagnóstico da qualidade das sementes, é de vital importância no sucesso da agricultura. Nesse sentido, a utilização de metodologias que sejam mais adequadas à determinadas espécies é uma ferramenta importante para ser utilizada nos testes de vigor, visando realizar uma avaliação apurada da qualidade das sementes. Assim, objetivou-se estudar se as variações na realização do teste de envelhecimento acelerado, em termos de tempo de exposição e temperatura, realizado na forma tradicional ou em solução salina, resultaria numa combinação eficiente para avaliar a qualidade fisiológica de sementes de tomilho (Thymus vulgaris L.) e mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme). Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado com os tratamentos obtidos da combinação temperaturas (36, 38, 40 e 42 ºC) x tempo de exposição (24, 36, 48 e 72 horas) x procedimentos (tradicional e solução salina), com quatro repetições para cada lote. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Determinou-se também o coeficiente de correlação simples (r) entre os resultados dos testes de envelhecimento acelerado e o teste de emergência de plântulas em substrato. Tanto o tempo de exposição como a temperatura, foram fatores que afetaram o desempenho das sementes, de modo geral reduzindo-o com o aumento da temperatura. O uso da solução salina, permitiu a utilização de determinada temperatura por maior espaço de tempo, sem reduzir drasticamente os resultados. Palavras-chave: Tempo de exposição. Temperatura. Vigor. Adequação de metodologia. Qualidade fisiológica de sementes. ABSTRACT The use of vigor tests, which are efficient in the diagnosis of seed quality, is of vital importance in the success of agriculture. In this sense, the use of methodologies, which are more appropriate to certain species, is an important tool to be used in the vigor tests, aiming at an accurate evaluation of the seeds quality. The aim of this study was to study whether the variations in the performance of the accelerated aging test, in terms of exposure time and temperature, in the traditional form or in saline solution, would result in an efficient combination to evaluate the physiological quality of thyme seeds (Thymus vulgaris L.) and tiny tomato (Solanum lycopersicum var. cerasiforme). It was used a completely randomized design with the treatments obtained from the combination of temperatures (36, 38, 40 and 42 ºC) x exposure time (24, 36, 48 and 72 hours) x procedure (traditional and saline solution) repetitions for each batch. The averages were compared by the Tukey test at 5% probability. The simple correlation coefficient (r) between the accelerated aging test results and the emergence test of substrate seedlings was also determined. Both the exposure time and temperature were factors that affected seed performance, generally reducing it with increasing temperature. The use of saline allowed the use of a certain temperature for a longer period, without drastically reducing the results. Keywords: Exposure time. Temperature. Vigor. Adaptation methodology. Physiological quality of seeds. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................. 9 2 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 11 2.1 CULTURA DO TOMILHO............................................................................. 11 2.2 CULTURA DO TOMATE.............................................................................. 12 2.3 VIGOR............................................................................................................. 14 2.4 ENVELHECIMENTO ACELERADO............................................................ 15 3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 19 3.1 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO................................................................ 21 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................... 22 4.1 SEMENTES DE TOMILHO........................................................................... 22 4.2 SEMENTES DE MINI TOMATE................................................................... 31 5 CONCLUSÃO................................................................................................ 41 5.1 SEMENTES DE TOMILHO........................................................................... 41 5.2 SEMENTES DE MINI TOMATE................................................................... 41 5.3 CONCLUSÃO GERAL................................................................................... 41 REFERÊNCIAS............................................................................................. 42 9 1 INTRODUÇÃO A utilização de testes de vigor permite avaliar, com maior precisão, os avanços da deterioração das sementes, possibilitando diferenciar lotes com poder germinativo semelhante. Diversos testes têm sido desenvolvidos para avaliar a qualidade das sementes, porém ainda não existe um método padronizado que possa ser recomendado para todas as espécies (MENDOÇA e al., 2008). Entre os diversos testes de vigor, o teste de envelhecimento acelerado vem apresentando resultados satisfatórios, sendo um dos mais sensíveis e eficientes para determinar o potencial fisiológico de sementes de diversas espécies, quando essas são submetidas a temperatura e umidade relativa elevadas (DELOUCHE; BASKIN, 1973). O princípio do teste de envelhecimento acelerado baseia-se no aumento da taxa de deterioração das sementes pela sua exposição a níveis elevados de temperatura e umidade relativa do ar, sendo esses os fatores ambientais de maior influência na intensidade e velocidade de deterioração das sementes (TEKRONY, 1995; MARCOS FILHO, 1999a). A sequência hipotética do processo de deterioração das sementes envolve a degradação das membranas celulares, redução das atividades respiratórias e biossintéticas, da velocidade de germinação, do potencial de conservação durante o armazenamento, da taxa de crescimento e desenvolvimento, da uniformidade e da emergência de plântulas em campo, aumentando a ocorrência de plântulas anormais com perdas no poder germinativo (DELOUCHE; BASKIN, 1973). Outras alternativas foram estudadas para a condução do teste de envelhecimento acelerado, como por exemplo, a substituição da quantidade de água colocada no interior da caixa plástica por soluções saturadas de sal. Essa iniciativa permite a obtenção de umidade relativa de aproximadamente 87, 76 e 55%, quando são usados respectivamente, KCl, NaCl e NaBr (JIANHUA; MCDONALD, 1996). A redução da velocidade de captação de água e da intensidade de deterioração provoca efeitos menos drásticos sobre as sementes e resultados menos variáveis (JIANHUA; MCDONALD, 1996; PANOBIANCO; MARCOS FILHO 2001). Conforme observações de Ramos et al. (2004), um dos aspectos que deve ser considerado no teste de envelhecimento acelerado é a diferença de absorção de água entre as sementes expostas à atmosfera úmida, gerando resultados pouco consistentes principalmente em sementes de pequeno tamanho. Empresas produtoras de sementes precisam de decisões rápidas, referentes ao manejo durante a colheita, recepção, beneficiamento, armazenamento e comercialização, de modo que 10 redução no tempo para avaliação da qualidade fisiológica das sementes é considerada prioridade. Neste sentido, a pesquisa procura desenvolver testes que possam ser usados para estimar rapidamente e com eficiência, o comportamento de lotes quanto à viabilidade e vigor ou possam ser auxiliares em rotinas de laboratórios (CUSTÓDIO, 2005). Assim, objetivou-se estudar se as variações na realização do teste de envelhecimento acelerado, em termos de tempo de exposição e temperatura envolvidos na metodologia do teste, realizado na forma tradicional ou em solução salina saturada, resultaram numa combinação eficiente para avaliar a qualidade fisiológica de sementes de tomilho (Thymus vulgaris L.) e mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme). 11 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 CULTURA DO TOMILHO O tomilho (Thymus vulgaris L.) pertencente à família Lamiaceae, planta nativa da região Mediterrânea Ocidental da Europa, é abundantemente encontrado em todo o sul da França, Portugal, Espanha e Itália (DIGEST, 1999). É uma planta aromática, verde, lenhosa, de porte pequeno tendo entre 10 e 50 centímetros de altura, com numerosos ramos lenhosos, eretos e compactos. Suas flores são numerosas e podem ser brancas ou lilás-rosadas, púrpuras ou rosadas-esbranquiçadas. Popularmente ela também recebe outros nomes, que variam de acordo com cada região cultivada, podendo ser chamada de Arçã, Arçanha, Erva Urso, Poejo, Segurelha, Timo, Tomilho de Inverno, Tomilho de Jardim, Tomilho Ordinário ou Tomilho Vulgar (PEDRO RAU, 2018). Dentre suas funções possui atividades inseticidas, fungicidas, antimicrobianas, antioxidante, propriedades fenólicas e condimentos alimentares usados como temperos na culinária (MIRANDA et al., 2015). Os metabólitos secundários dessas plantas, com ênfase nos óleos essenciais, vêm sendo estudados especialmente para o desenvolvimento de métodos de controle alternativo de pragas, doenças e inibidores de plantas espontâneas (SAITO, 2004). Os óleos essenciais, segundo Kalemba et al. (2003) podem também apresentar três formas de ação antimicrobiana: a primeira pelo aumento da permeabilidade e da perda dos constituintes celulares; a segunda pela interferência na dupla camada fosfolipídica da parede celular da bactéria; e a terceira por alteração em uma variedade de sistemas enzimáticos, como os que estão envolvidos na produção de energia celular e na síntese de componentes estruturais, ou até mesmo na destruição do material genético. O óleo essencial, extraído do tomilho, apresenta atividade antisséptica, expectorante, carminativa e antiespasmódica. Essas ações normalmente são atribuídas ao timol (2isopropil- 5-metil-fenol) e seu isômero carvacrol (5isopropil-2-metil-fenol), que geralmente constituem 40 a 50% desse óleo essencial (SIMÕES et al., 2007). Esses óleos essenciais apresentam uma fonte muito importante de compostos que atuam no combate a agentes infecciosos, tendo, em algumas espécies, grande eficácia comprovada cientificamente (SIQUEIRA et al., 2015). Medice et al. (2007), ao avaliarem o efeito in vitro e in vivo de diferentes óleos essenciais sobre o fungo Phakopsora pachyrhizi, agente da ferrugem asiática da soja, verificaram que os óleos de tomilho, eucalipto citriodora, citronela e nim tiveram efeito direto na germinação de uredosporos de P. pachyrhizi e reduziram a severidade da doença em plantas 12 em casa-de-vegetação. Os autores ainda relataram que a possível forma de atuação do óleo de tomilho foi sobre a germinação dos uredosporos na folha, na formação de urédias e sobre a viabilidade dos uredosporos, enquanto que os demais óleos apenas sobre o tamanho das urédias, mostrando a eficácia do óleo extraído do tomilho. Em estudos sobre o efeito do óleo de tomilho na germinação, crescimento micelial e desenvolvimento do fungo Cercospera coffeicola, em folhas de mudas de cafeeiro, foi verificado que o óleo de tomilho é tóxico aos conídeos do fungo, retarda o seu desenvolvimento micelial, e também confere proteção parcial em plantas de cafeeiro atacadas pelo fungo (PEREIRA et al., 2008). Dentre todas as pesquisas relacionadas ao uso do óleo essencial do tomilho, a importância que a cultura vem adquirindo comercialmente, e a falta de pesquisas em relação a qualidade fisiológica de suas sementes, é de grande importância se estudar a qualidade fisiológica, as características químicas e nutricionais da planta, as quais são fundamentais para levar aos agricultores e produtores aspectos de importância como, fisiologia da planta, da semente e a exploração comercial da cultura. Além de subsidiar os pesquisadores no desenvolvimento de trabalhos para uma melhor utilização da espécie. 2.2 CULTURA DO TOMATE Originário das regiões andinas do Peru, Bolívia e Equador, o tomateiro (Lycopersicum esculentum L.) começou a ser cultivado no século XVI, sendo difundido e ampliado no século XIX (EMBRAPA, 1999). No Brasil, a introdução do tomate deveu-se a imigrantes europeus no final do século XIX (ALVARENGA, 2004). Na safra 2016/2017, a área plantada foi de 58. 616 mil hectares, com uma produção de 3.787.324 toneladas, com rendimento médio de 64.612 kg/ha (IBGE, 2017). Nos anos de 2009/2010, o Brasil ocupou o 9º lugar na produção mundial, superado pela China como maior produtora, seguido dos Estados Unidos e da Índia (ABCSEM, 2012), sendo que as cultivares que se destacam no mercado de tomate de mesa no Brasil são: tomate Salada com 52,2%; tomate Italiano com 25,1%; tomate Santa Cruz com 21,9% e tomate Cereja com 0,8% do mercado. Atualmente no ano de 2017, o Brasil o ocupou a 7° posição na produção mundial, superado pelos Estados Unidos como maior produtor, seguido pela China e Itália (WPTC, 2017). No Brasil, Goiás é o maior estado produtor de tomate, seguido por São Paulo, e Minas Gerais, sendo que a participação dos três estados, somam 64,9 % da produção de tomate no país (RIO GRANDE DO SUL, 2017). 13 O tomateiro pertence à família das Solanáceas, como a berinjela, batata e o pimentão, é uma planta herbácea, de caule redondo, piloso e macio tornando-se fibrosa com o passar do tempo, as folhas são alternadas, com comprimento entre 11 a 32 cm. Sua flor é hermafrodita, com inflorescência do tipo cacho ou racemo, sendo considerada uma planta autógama, podendo ocorrer pequenas taxas de polinização cruzada (GOULD, 1992). As sementes do tomateiro apresentam de 2 a 3 mm de diâmetro, formato oval, com depressões laterais e superfície externa, a testa, de cor creme-acinzentada, coberta de pelos e pesam entre 2,44 a 4,4 mg (RUBATZKY; YAMAGUCHI, 1997). Diferentemente do tomateiro comum, o tomateiro do tipo cereja (Solanum lycopersicum var. cerasiforme), foi introduzido no Brasil através das fezes de pássaros migratórios e pelos imigrantes italianos que chegaram ao país no final do século XIX (AZEVEDO FILHO; MELO, 2001). As plantas são de crescimento indeterminado com número de frutos/penca variando de 15 a 50, de forma redonda ou comprida, pesando entre 10 e 30 gramas, e de coloração vermelho-brilhante (POSTALI et al., 2004). O grupo cereja, caracterizado pela produção de frutos pequenos, difere completamente dos objetivos da produção dos demais grupos, onde se preconiza frutos graúdos como característica desejável (SILVA et al., 1997). O tipo cereja tem se tornado uma alternativa para grande parte dos agricultores, uma vez que possui boa rusticidade, tolerância a pragas e doenças, alto valor de mercado, maior produtividade e boa aceitação por parte dos consumidores (AZEVEDO FILHO; MELO, 2001). Tomateiros silvestres do tipo cereja, apresentam crescimento espontâneo em qualquer tipo de solo e condições climáticas, e têm as sementes disseminadas via fezes de pássaros (AZEVEDO FILHO; MELO, 2001). As plantas são vigorosas, de vegetação abundante, agressiva e apresentam frutos de coloração vermelha-intensa, com formas bem definidas e contrastantes, redondo ou comprido (POSTALI et al., 2004) Acredita-se que o tomateiro cereja seja um ancestral da maioria das espécies de tomate atuais, disseminado pelos povos antigos na América Central (ALVES FILHO, 2006). Grande parte das cultivares de tomate cereja é híbrida. A nomenclatura do grupo cereja vem sendo discutida por alguns autores que afirmam que a melhor denominação seria mini tomate, uma vez que os materiais variam amplamente na forma: redonda, periforme ou ovalada; coloração: amarelo, vermelho ou laranja; e tamanho: frutos de 5 a 30 g, podendo as pencas apresentar de 6 a 18 ou mais frutos (ALVARENGA, 2004). Dentre as olerícolas, o tomate se destaca pelo alto valor de comercialização de suas sementes, merecendo atenção especial quanto a qualidade fisiológica das sementes 14 comercializadas. Por isso, é interessante que as empresas produtoras de sementes, disponham de métodos eficientes que avaliam com segurança o potencial fisiológico dos lotes (BARROS et al., 2002). 2.3 VIGOR Conforme Dornbos Jr. (1995), grandes esforços têm sido desprendidos para avaliar os níveis de vigor das sementes e relacionar estes níveis de vigor com o estabelecimento das plantas em campo e a produtividade. Numerosos testes têm sido avaliados e desenvolvidos para medir com efetividade o vigor correlacionando-os com desempenho em campo. Conforme Marcos Filho (2015), os quatros componentes básicos da qualidade das sementes apresentam importância equivalente, mas o potencial fisiológico geralmente desperta atenção especial da pesquisa; sendo que ao mesmo tempo, sob a ótica do produtor rural, o estabelecimento do estande representa a primeira oportunidade real para avaliar o desempenho das sementes adquiridas e o grau de sucesso dos procedimentos adotados para a semeadura. Os testes de vigor são capazes de identificar, com precisão, os avanços da deterioração das sementes, possibilitando diferenciar lotes com germinação semelhante. Diversos testes vêm sendo estudados para avaliar o vigor, porém não existe método padronizado que possa ser recomendado para todas as espécies (MENDONÇA et al., 2008). A avaliação da qualidade fisiológica das sementes, que confere valor para fins de comercialização, é expressa principalmente, pelo teste de germinação, onde cada espécie exige determinadas condições, nas quais as sementes conseguem expressar o seu potencial máximo, pelo qual pode-se comparar lotes e determinar o seu valor para a semeadura (MENEZES et al., 2004). Entretanto, um único teste de vigor não é capaz de caracterizar todas as interações possíveis entre as sementes e as condições ambientais, antes, durante e após a colheita. Nesse sentido, vários testes de vigor precisam ser realizados para aumentar as informações e reduzir os erros associados à decisão de se aceitar ou rejeitar um lote de sementes para armazenamento e/ou comercialização e semeadura (HAMPTON; COOLBEAR, 1990). Além da necessidade de padronização de metodologias e de critérios para a interpretação de resultados, esses devem apresentar relação com a emergência de plântulas em campo, além de serem rápidos, objetivos, simples, de baixo custo e alta reprodutibilidade (AOSA, 1983). As empresas produtoras de sementes e as instituições oficiais têm incluído testes de vigor como a primeira contagem de germinação, condutividade elétrica, teste do pH do exsudato, tetrazólio, envelhecimento acelerado, entres outros testes, em programas internos 15 de controle de qualidade ou para a garantia da qualidade das sementes destinadas à comercialização (MARCOS FILHO, 1999b). 2.4 ENVELHECIMENTO ACELERADO Entre os diversos testes de vigor, o teste de envelhecimento acelerado vem apresentando resultados satisfatórios, sendo um dos mais sensíveis e eficientes para determinar o potencial fisiológico de sementes de diversas espécies, quando essas são submetidas a temperatura e umidade relativa elevadas (DELOUCHE e BASKIN, 1973). O princípio do teste baseia-se no aumento da taxa de deterioração das sementes pela sua exposição a níveis elevados de temperatura e umidade relativa do ar, sendo esses os fatores ambientais de maior influência na intensidade e velocidade de deterioração das sementes (TEKRONY, 1995; MARCOS FILHO, 1999b). A sequência hipotética do processo de deterioração das sementes envolve a degradação das membranas celulares, redução das atividades respiratórias e biossintéticas, da velocidade de germinação, do potencial de conservação durante o armazenamento, da taxa de crescimento e desenvolvimento, da uniformidade e da emergência de plântulas em campo, aumentando a ocorrência de plântulas anormais com perdas no poder germinativo (DELOUCHE e BASKIN, 1973). A exposição das sementes às condições de temperatura e umidade relativa do ar durante o teste de envelhecimento acelerado pode promover diferenças acentuadas no comportamento das amostras avaliadas simultaneamente. Esses efeitos têm sido detectados, de maneira mais drástica em sementes tipicamente de menor tamanho, como as hortaliças (MARCOS FILHO, 2005). O teste pode apresentar limitações porque essas sementes absorvem água e deterioram- se mais intensa e rapidamente, dificultando a obtenção de resultados confiáveis (TORRES; MARCOS FILHO, 2001). Por esse motivo, tem sido estudada alternativas para a condução do teste de envelhecimento acelerado, como por exemplo, a substituição da quantidade de água colocada no interior da caixa plástica por soluções saturadas de sal. Essa iniciativa permite a obtenção de umidade relativa de aproximadamente, 87, 76 e 55%, quando são usados respectivamente, KCl, NaCl e NaBr (JIANHUA E McDONALD, 1996). A redução da velocidade de captação de água e da intensidade de deterioração provoca efeitos menos drásticos sobre as sementes e resultados menos variáveis (MARCOS FILHO, 2001). Observa-se que o teste de envelhecimento acelerado com solução saturada de sal é promissor para utilização em programas de controle de qualidade, pois além de proporcionar 16 condições para absorção de menores quantidades de água e de maneira mais uniforme pelas sementes, requer equipamentos e metodologia semelhantes ao método tradicional (sem o NaCl), constituindo-se em um método alternativo no auxílio da padronização do teste de envelhecimento acelerado para avaliação do vigor de sementes (TORRES; MARCOS FILHO, 2001). Em sementes de rúcula, Ramos et al (2004) verificaram que o período de 48 horas a 41 °C, com solução saturada de NaCl ou água foi eficiente na diferenciação do vigor dos lotes. Em sementes de maxixe, a eficiência do teste de envelhecimento acelerado foi estabelecido com a exposição das sementes pelo período de 72 horas, utilizando solução salina (NaCl), a 41 °C (TORRES; MARCOS FILHO, 2001). A utilização tanto do procedimento tradicional como de solução salina apresentou sensibilidade para avaliação do potencial fisiológico das sementes de tomate, no período de 72 horas a 41 °C (PANOBIANCO e MARCOS FILHO, 2001). Já em sementes de pimenta, as temperaturas de 38 ou 42 ºC por 96 horas, tanto pelo método tradicional como pelo método modificado, foi eficaz para a classificação dos lotes em diferentes níveis de vigor (BHERING et al., 2006). Portanto, o teste de envelhecimento acelerado é eficiente para várias espécies, tanto pelo método tradicional como para o método com solução salina, sendo essencial o estabelecimento desse teste em sementes de alto valor comercial. 17 3 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no Laboratório de Análise de Sementes da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP – do Campus de Ilha Solteira/ SP, utilizando-se três lotes comerciais de sementes de tomilho não tratadas, da linha Top Seed Garden - Blue Line Ervas, e três lotes comerciais de sementes de tomate cereja vermelho (mini tomate) não tratadas, da linha Top Seed Garden - Blue Line. As sementes foram submetidas aos testes de germinação total, índice de velocidade de germinação, primeira contagem de germinação, emergência em substrato, comprimento de plântulas, matéria seca de plântulas, teste de frio, condutividade elétrica e variações na condução do teste de envelhecimento acelerado. A determinação do teor de água foi feita pelo método da estufa a 105 ±2 °C durante 24 horas (BRASIL, 2009), sendo realizadas duas subamostras de 20 sementes para cada lote. O teste de germinação foi realizado com quatro repetições de 50 sementes, distribuídas em caixas plásticas (gerbox), contendo uma folha de papel germibox umedecidas com água deionizada na proporção de 2,5 vezes a massa do papel não hidratado, no qual foram mantidas no germinador a temperatura de 25 °C, sendo as contagens realizadas aos 21 dias após a semeadura para a cultura do tomilho e 8 dias após a semeadura para a cultura do mini tomate (BRASIL, 2009). A primeira contagem foi realizada juntamente com o teste de germinação, computando-se a porcentagem de plântulas normais, obtidas aos sete e cinco dias após a instalação do teste para o tomilho e o mini tomate. O índice de velocidade de germinação foi obtido juntamente com o teste de germinação, sendo feito o cálculo conforme fórmula de Maguire (1962), no qual foram realizadas contagens diárias a partir da implantação do teste de germinação conforme estabelecido pela RAS (Regras para Análise de Sementes), computando-se o número de plântulas normais. Para a realização do teste de emergência de plântulas foram utilizadas caixas de poliestireno expandido (isopor) com substrato e irrigações diárias (2 vezes ao dia). A avaliação das plântulas foi efetuada aos 21 dias para o tomilho e 8 dias para o mini tomate, após a semeadura, mediante a contagem de plântulas emergidas, sendo consideradas as duas folhas cotiledonares abertas e acima do substrato (NAKAGAWA, 1999), sendo utilizadas quatro repetições de 50 sementes. Após as contagens, dez plântulas de cada repetição foram separadas em parte aérea e raiz, sendo submetidas a estufa termoelétrica de circulação de ar forçada regulada a 65 °C durante 48 h. Após o período de secagem, as amostras foram pesadas 18 utilizando balança analítica (0,0001g), sendo que o peso obtido para cada repetição foi dividido pelo número de plântulas normais avaliadas, resultando na massa média por plântula. Para o crescimento de plântulas foram utilizadas quatro repetições de 20 sementes por tratamento, semeadas sobre três folhas de papel germitest, sendo duas em baixo e uma em cima, sobre uma linha traçada no terço superior com distância da margem de 3 cm no sentido longitudinal. As amostras em rolos de papel foram colocadas em sacos plásticos e fechadas com elástico, sendo levadas ao germinador e permanecendo por sete dias no escuro a 25 °C. Após esse período foi medido o comprimento, em cm, da parte aérea e da raiz de plântulas normais, com o auxílio de uma régua graduada em mm (NAKAGAWA, 1999). Conjuntamente com o teste de comprimento de plântulas foi mensurada a massa de matéria seca, cujas partes das plântulas medidas foram colocadas em sacos de papel e levadas a estufa termoelétrica com circulação de ar forçada, regulada a 65 °C durante 48 h. Após o período de secagem, as amostras foram pesadas utilizando balança analítica (0,0001g), sendo que o peso obtido para cada repetição foi dividido pelo número de plântulas normais avaliadas, resultando na massa média por plântula. Para o teste de frio foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes para cada lote, distribuídas em caixas plásticas (gerbox), contendo uma folha de papel germibox umedecidas com água deionizada na proporção de 2,5 vezes a massa do papel não hidratado. As caixas foram mantidas em B.O.D. a 10 ºC, durante sete dias. Após este período, foram transferidas ao germinador à temperatura constante de 25 ºC, onde permaneceram por mais sete dias, quando foi feita a contagem de plântulas normais. No teste de condutividade elétrica, 25 sementes foram pesadas, em balança de precisão de 0,0001 g, sendo colocadas em copos plásticos contendo 75 mL de água deionizada e mantidos em germinador durante 24 horas a 25 ºC. As leituras da condutividade elétrica foram realizadas em condutivímetro e os valores médios, expressos em µS.cm-1.g-1 de semente. O teste de envelhecimento acelerado (procedimento tradicional) foi conduzido utilizando-se caixas plásticas transparentes (11,5 x 11,5 x 3,5 cm) com compartimentos individuais (mini-câmaras), conhecido como método do gerbox, possuindo em seu interior suportes para apoio de uma tela metálica. Na superfície de cada uma dessas, foram distribuídas em camada única, aproximadamente 220 sementes para cada lote. Para o controle da umidade relativa do ar no interior das caixas, foram colocados 40 mL de água deionizada. As caixas foram tampadas e mantidas em câmaras fechadas do tipo B.O.D durante os períodos de envelhecimento 24, 36, 48 e 72 horas, sendo utilizadas quatro temperaturas 36, 38, 40 e 42 ºC. Após cada período de envelhecimento, as sementes foram 19 submetidas ao teste de germinação, sendo a avaliação realizada aos sete e cinco dias após a semeadura, para o tomilho e o mini tomate. Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais, para cada lote. Também foi determinado o grau de umidade das sementes, após cada período de envelhecimento, visando à avaliação da uniformidade das condições do teste, impostas pelas condições do teste. Quanto ao teste de envelhecimento acelerado utilizando solução saturada de NaCl, foi conduzido da mesma maneira que o procedimento tradicional, com exceção de serem adicionados ao fundo da caixa plástica, 40 mL de solução saturada de NaCl, em substituição à água. Essa solução foi obtida através da mistura de 40 g de NaCl em 100 mL de água, estabelecendo com isso, um ambiente com 76% de umidade relativa do ar (JIANHUA; McDONALD, 1996). Para a cultura do tomilho, as folhas de papel germitest e germibox utilizadas, foram umedecidas com água deionizada, na proporção de 2,5 vezes o peso do papel não hidratado. Para a cultura do mini tomate, as folhas de papel germitest e germibox utilizadas, foram umedecidas com uma solução de 0,2% de KNO3, para a quebra de dormência das sementes. 3.1 DELINEAMENTO ESTATÍSTICO Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado com os tratamentos obtidos da combinação temperaturas (4) x tempos de exposição (4) x procedimentos (2), com quatro repetições para cada lote. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Determinou-se também o coeficiente de correlação simples (r) entre os resultados dos testes de envelhecimento acelerado (procedimento tradicional e com solução salina) e o teste de emergência de plântulas em substrato. Quando necessário, foi realizada a transformação dos dados para log10 𝑌 para condutividade elétrica, e √𝑌 + 0,5 para comprimento de plântulas e massa seca, para a cultura do tomilho. Para a cultura do mini tomate quando necessário, foi realizada a transformações dos dados para √𝑋 2 para o teste de frio, e √𝑋 + 1 para comprimento de plântulas e massa seca. Foi feita a comparação do teste de envelhecimento acelerado (tradicional e solução salina) com a emergência de plântulas, afim de mostrar outras alternativas de avaliação. 20 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 SEMENTES DE TOMILHO As sementes apresentaram baixo teor de água (Tabela 1), o que é uma das características das sementes de hortaliças e ornamentais, principalmente quando estão em embalagens herméticas. Segundo Tunes et al. (2011), quando as sementes apresentam teor de água relativamente baixo, é possível obter maior confiabilidade nos resultados obtidos nos testes de qualidade fisiológica. Os testes de germinação e primeira contagem de germinação, não conseguiram diferenciar estatisticamente os três lotes de tomilho (Tabela 1). Pois, o teste de germinação por ser realizado em condições ótimas de água, temperatura e oxigênio, pode muitas vezes não detectar as possíveis diferenças de vigor existentes entre os lotes. A primeira contagem de germinação pode ser considerada um indicativo de vigor, porém a redução da velocidade da germinação das sementes não está entre os primeiros eventos do processo de deterioração (DELOUCHE; BASKIN, 1973), justificando a menor eficiência do teste de primeira contagem de germinação, nas sementes de tomilho, em detectar pequenas diferenças de vigor (Tabela 1). O teste de condutividade elétrica não conseguiu detectar diferenças entre os lotes (Tabela 1), porém, na literatura há vários relatos desse tipo de comportamento. Albuquerque et al. (2001), utilizando quatro genótipos de girassol, avaliaram a qualidade de sementes pelo teste de condutividade elétrica, e verificaram que o teste foi pouco eficiente na avaliação dos genótipos de girassol. Fonseca et al. (2004), ao avaliarem sementes de mamona pelo teste de condutividade elétrica, observaram que a determinação do vigor por meio deste teste não evidenciou diferenças entre os lotes estudados. Para Marcos Filho (2015), um dos indicativos da queda de vigor é o decréscimo no número de plântulas normais, com maior exigência das plantas em relação as condições do meio. As manifestações do baixo potencial fisiológico de lotes de sementes podem ser verificadas por meio de maior intervalo entre a semeadura e o início da germinação. Assim, o índice de velocidade de germinação ao ser comparado com a primeira contagem de germinação, mostrou que os lotes que apresentaram baixo desempenho na primeira contagem de germinação apresentaram baixo índice de velocidade de germinação (Tabela 1). O índice de velocidade de germinação ainda conseguiu diferenciar estatisticamente os lotes, mostrando a inferioridade do lote 1 em relação aos outros dois lotes (Tabela 1). 21 O teste de emergência de plântulas constitui um parâmetro indicador da eficiência dos testes para avaliação do potencial fisiológico de lotes de sementes (MARCOS FILHO, 2005). Assim, o teste de emergência de plântulas em substrato, foi sensível em demonstrar o potencial fisiológico dos diferentes lotes de sementes de tomilho, mostrando o baixo potencial do lote 1 em relação aos outros dois lotes (Tabela 1), tendo assim concordância com o índice de velocidade de germinação (Tabela 1). Para o teste de frio, o lote 3 teve melhor desempenho em relação aos lotes 1 e 2 (Tabela 1). Conforme Marcos Filho (2015), a perda de vigor se caracteriza inicialmente por pequenas alterações na velocidade de germinação, maior tempo para emergência e maior sensibilidade as condições adversas do ambiente, o que pode ser observado nos resultados do teste de frio, havendo indicativo de redução significativa na qualidade fisiológica das sementes, em condições de baixa temperatura e alta umidade. Tabela 1. Grau de umidade (GU), germinação (G), primeira contagem de germinação (PCG), índice de velocidade de germinação (IVG), condutividade elétrica (CE), emergência de plântulas, teste de frio (TF), valores médios da parte aérea (CPA), comprimento de raiz (CRA), massa seca de parte aérea (MSPA), massa seca de raiz (MSRA), massa seca da parte aérea da emergência (MSEPA) e massa da raiz da emergência (MERA), em três lotes de sementes de tomilho (Thymus vulgaris L.). LOTES GU G (%) PCG CE (μS.cm1.g1) IVG EMERGÊNCIA (%) TF 1 2,75 88,00 a 72,50 a 2,07 a 16,05 b 51,50 b 58,50 c 2 4,10 89,00 a 77,00 a 2,15 a 21,06 a 78,00 a 76,00 b 3 3,75 90,50 a 78,00 a 2,19 a 21,24 a 81,00 a 84,00 a CV (%) 6,92 8,95 6,41 7,15 10,91 4,73 LOTES CPA (cm) CRA MSPA MSRA (g) MSEPA MERA 1 1,53 a 1,31 a 0,7079 b 0,7079 b 0,7153 a 0,7169 a 2 1,46 a 1,30 a 0,7218 a 0,7216 a 0,7090 a 0,7115 a 3 1,40 a 1,24 a 0,7154 ab 0,7154 ab 0,7131 a 0,7163 a CV (%) 5,57 9,17 0,64 0,62 1,28 1,35 Nota: Letras distintas dentro da coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: Elaboração do próprio autor. 22 O comprimento da parte aérea, comprimento da raiz primária, massa seca da parte aérea da emergência em substrato e massa seca da raiz em substrato das sementes de tomilho, não evidenciaram diferença significativa entre os três lotes de tomilho (Tabela 1). No entanto, a massa seca de parte aérea e massa seca de raiz na germinação evidenciaram superioridade do lote 2 em relação ao lote 1, confirmando as observações verificadas pelos testes iniciais de vigor (índice de velocidade de germinação, emergência de plântulas e teste de frio) (Tabela 1), no qual o lote 1 apresenta inferioridade em relação os outros dois lotes. Assim, é de se esperar que o lote 1 apresente baixo potencial fisiológico, quando submetido ao teste de envelhecimento acelerado ou a situações adversas de ambiente. No procedimento tradicional verificou-se que, para todos os períodos de envelhecimento e temperaturas utilizadas, o lote 1 apresentou menor potencial fisiológico (Tabela 2), concordando com as avaliações iniciais (índice de velocidade de germinação, emergência de plântulas e teste de frio) (Tabela 1), exceto quando se utilizou o período de 72 horas a 38 e 42 °C. Em sementes de pimenta, o envelhecimento nas temperaturas de 38 ou 42 ºC, foi eficaz para a classificação dos lotes em diferentes níveis de vigor (BHERING et al., 2006). Para as temperaturas de 36, 38 e 42 °C o tempo de 24 horas foi o que melhor separou os lotes de acordo com vigor, em que o lote 3 apresentou qualidade superior em relação aos demais lotes (Tabela 2). Em relação a temperatura de 40 °C, o período de 24 horas não foi o mais adequado para separar a qualidade dos lotes, sendo os períodos de 48 e 72 horas os mais apropriados (Tabela 2); tendo assim, concordância na ordenação dos lotes com relação as avaliações iniciais (índice de velocidade de germinação, emergência de plântulas e teste de frio). Em seus estudos, Ohlson et al. (2010), constataram que o período de 48 horas permitiu diferenciar lotes de sementes de trigo. Entretanto, Torres e Marcos Filho (2001) constataram que o período de 48 horas a 41 ºC, mostrou-se pouco sensível para estimar o potencial fisiológico de sementes de maxixe, indicando que há variação entre as espécies. 23 Tabela 2. Porcentagem de plantulas normais (%) de tomilho (Thymus vulgaris L.), após os períodos de envelhecimento tradicional. Envelhecimento acelerado (tradicional) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 35,00 c 39,00 b 52,50 b 54,00 b 40,50 b 48,50 b 55,00 c 49,00 a 2 56,00 b 65,50 a 62,50 a 57,50 ab 59,50 a 64,50 a 70,80 a 50,00 a 3 74,50 a 41,50 b 62,50 a 59,50 a 60,00 a 65,50 a 59,50 b 47,00 a CV(%) 4,51 Envelhecimento acelerado (tradicional) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 50,50 b 62,50 c 43,50 c 29,00 b 34,00 c 23,50 c 45,50 c 48,00 a 2 75,00 a 73,50 b 64,67 b 67,50 a 48,00 b 58,50 b 59,00 b 33,00 b 3 74,00 a 80,00 a 75,50 a 63,50 a 54,00 a 70,00 a 72,00 a 46,50 a CV (%) 4,51 Nota: Letras distintas dentro da coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: Elaboração do próprio autor. Com relação ao tempo de condicionamento, verificou-se que o período de 24 horas de envelhecimento acelerado, mostrou-se eficiente na separação dos lotes em diferentes níveis de vigor, reforçando o lote 3 com melhor desempenho (Tabela 2). Apesar de vários estudos terem sido executados, ainda não há consenso entre os pesquisadores, quanto aos períodos mais adequados na execução do teste de envelhecimento acelerado para sementes de diversas espécies de importância econômica (ALVES; SÁ, 2012). Alguns trabalhos com sementes de hortaliças se destacam na literatura, por meio de tentativas de vários períodos de exposição, como por exemplo: rúcula a 41 °C/ 48 h (RAMOS et al., 2004) e a 41 ºC / 72 e 96 h (ALVES; SÁ, 2012) e maxixe a 41 °C / 72 h (TORRES; MARCOS FILHO, 2001). No procedimento com solução salina, o lote 1 apresentou menor desempenho (Tabela 3), concordando com os testes iniciais (Tabela 1) e o envelhecimento acelerado tradicional (Tabela 2). Para as temperaturas de 36 e 38 ºC o período de 24 horas se destacou na separação dos lotes. Entretanto, para a temperatura de 40 ºC o período que se destacou na separação dos 24 lotes foi o de 72 horas, e para a temperatura de 42 °C o melhor tempo foi de 48 horas de exposição das sementes (Tabela 3). Tabela 3. Germinação (%) de três lotes de sementes de tomilho (Thymus vulgaris L.), após os períodos de envelhecimento com solução salina. Envelhecimento acelerado (solução salina) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 26,00 b 65,50 a 42,50 a 40,00 a 33,50 b 64,50 a 57,50 b 49,50 a 2 55,50 a 68,00 a 44,50 a 43,00 a 83,00 a 75,50 a 80,80 a 61,00 a 3 69,00 a 24,00 b 45,00 a 40,00 a 79,50 a 69,50 a 12,00 c 55,25 a CV (%) 21,71 Envelhecimento acelerado (solução salina) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 69,00 a 63,50 a 63,50 a 50,00 b 59,00 b 64,00 a 34,50 b 53,00 a 2 77,00 a 78,00 a 81,33 a 70,50 a 79,00 a 80,00 a 77,00 a 59,00 a 3 71,50 a 75,50 a 76,50 a 74,00 a 64,50 ab 67,50 a 60,00 a 65,00 a CV (%) 21,71 Nota: Letras distintas dentro da coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: Elaboração do próprio autor. Estudos de Freitas e Nascimento (2006), constataram que o uso de solução salina em sementes de lentilha, no período de 48 horas a 41 ºC, foi o procedimento mais adequado para a classificação dos lotes em diferentes níveis de vigor. Já para Torres (2005), o período de 72 horas a 38 e 41 ºC, com uso de solução salina, destacou-se para avaliação do potencial de fisiológico de sementes de pimenta-malagueta. Para Godoy et al. (2012), o teste de envelhecimento acelerado com solução salina, a 42 ºC por 24 horas, apresentou sensibilidade para avaliação do potencial fisiológico de sementes de cenoura. O teste de envelhecimento acelerado com solução salina é promissor para utilização em programas de controle de qualidade, pois além de proporcionar condições para absorção de menores quantidades de água e de maneira mais uniforme pelas sementes, requer equipamentos e metodologia semelhantes ao método convencional (sem NaCl) (TORRES, 2005). 25 Entretanto, algumas dificuldades na execução do teste de envelhecimento acelerado com solução salina (Tabela 3), podem ter levado a uma elevada quantidade de sal nas sementes de tomilho, dificultando a sua realização. Conforme foi sendo executado o teste, fazendo o uso de seus materiais tradicionais, as caixas plásticas transparentes (gerbox), essas possuem uma profundidade relativamente rasa em relação a distância da tela metálica e o diâmetro das sementes de tomilho, que estavam em sua superfície, facilitando o contato da água saturada de sal com as sementes. Por ser sementes de tamanho pequeno, esse contato com a água, elevou os teores de sal e consequentemente dificultou a germinação, após o período de envelhecimento com solução salina. Justificando a queda da germinação das sementes de tomilho, condicionadas ao envelhecimento acelerado com solução salina (Tabela 3). As sementes apresentaram baixo grau de umidade, no início para as realizações dos testes (Tabela 1), porém alto grau no final (Tabela 4), e este fato reforça as afirmações de Ramos et al. (2004), de que em sementes pequenas pode ocorrer grandes variações na taxa de absorção de água o que pode gerar resultados pouco consistentes. Da mesma forma cuidados adicionais quando se utiliza câmaras do tipo B.O.D., com variações de temperaturas, na realização de testes de envelhecimento acelerado, devem ser tramados para que não haja flutuações de temperaturas, e os resultados tenham a maior confiabilidade possível. Conforme Tekrony (2003), variações de 0,5 ºC na temperatura da câmara de envelhecimento acelerado podem afetar significativamente o resultado do teste, alterando o desempenho de amostras e beneficiando principalmente as de médio vigor. Dessa forma, um controle rigoroso nestes aspectos é fundamental para que se tenha resultados fidedignos do comportamento das sementes. Nas tabelas 4 e 5, estão os dados referentes aos teores de água após os períodos de envelhecimento acelerado tradicional e com solução salina, respectivamente para os três lotes de sementes de tomilho. Observou que para envelhecimento acelerado com solução salina, os lotes de sementes estabelecidos em cada tratamento, apresentaram umidade relativa inferior ao se comparar com o envelhecimento acelerado tradicional, mostrando a eficiência do teste com solução salina na redução da umidade no interior das caixas, assim reduzindo a velocidade e a intensidade da deterioração das sementes. Em estudos, Tunes et al. (2012) observaram que as sementes de brócolis envelhecidas tradicionalmente, atingiram teores de água mais elevados e com maiores variações, quando comparadas ao o envelhecimento com solução salina. 26 Tabela 4.Teor de água (%) de três lotes de sementes de tomilho (Thymus vulgaris L.), após os períodos de envelhecimento tradicional. Envelhecimento acelerado (tradicional) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 27,14 27,16 37,78 40,65 24,00 30,14 37,17 38,54 2 25,70 28,34 35,91 39,21 23,33 33,81 36,84 37,17 3 28,57 27,75 39,64 37,76 24,61 31,98 36,52 39,90 Envelhecimento acelerado (tradicional) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 26,60 30,76 34,92 42,06 29,15 30,94 32,73 42,84 2 28,04 34,91 37,46 42,44 22,04 33,83 34,95 42,56 3 29,48 32,83 36,19 41,67 25,60 36,71 37,16 42,70 Fonte: Elaboração do próprio autor. Tabela 5.Teor de água (%) de três lotes de sementes de tomilho (Thymus vulgaris L.), após os períodos de envelhecimento com solução salina. Envelhecimento acelerado (solução salina) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 12,25 16,34 18,25 20,06 15,34 17,45 19,22 23,20 2 11,12 17,95 18,74 19,26 16,88 17,79 19,24 22,32 3 13,37 17,75 19,55 23,45 16,11 18,13 19,26 24,07 Envelhecimento acelerado (solução salina) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 11,60 13,97 16,47 22,53 17,44 17,93 18,42 26,91 2 13,22 14,38 15,77 23,61 16,16 16,27 17,45 26,03 3 14,83 14,95 15,07 24,69 16,80 17,10 17,94 27,78 Fonte: Elaboração do próprio autor. 27 Verificou-se que, para o envelhecimento acelerado tradicional, houve correlação significativa com a emergência de plântulas em substrato para: 24 horas a 36, 38 e 42 ºC; 36 horas a 42 ºC; 48 e 72 horas a 40 ºC (Tabela 6). Para o envelhecimento com solução salina, verificou-se correlação significativa com a emergência de plântulas em substrato para 24 horas a 36 e 38 ºC (Tabela 6). Assim, essas combinações relacionam-se com a emergência de plântulas, podendo ser considerada eficiente para identificar diferenças entre lotes de sementes de tomilho quanto ao seu potencial fisiológico. A correlação positiva com a emergência é de grande importância indicando que, as sementes de tomilho envelhecidas nos tempos 24, 36, 48 e 72 horas, nas temperaturas de 36, 38, 40 e 42 °C poderão apresentar alto desempenho em condições de campo. Tabela 6. Coeficientes de correlação simples (r) entre os dados obtidos no teste de envelhecimento acelerado (procedimento tradicional e solução salina) e a emergência de plântulas para três lotes de sementes de tomilho (Thymus vulgaris L.). TRADICIONAL SOLUÇÃO SALINA 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h 36°C 0,83* 0,44 0,49 0,24 0,83* -0,41 0,31 0,35 38°C 0,92* 0,63 0,39 -0,14 0,84* 0,50 -0,26 -0,37 40°C 0,78 0,65 0,85* 0,82* 0,24 0,72 0,71 0,78 42°C 0,93* 0,90* 0,55 -0,37 0,46 0,33 0,67 -0,23 Nota: * r significativo a 5% de probabilidade (0,8 ≤. R < 1). Fonte: Elaboração do próprio autor. Ao se comparar estatisticamente a emergência de plântulas com o envelhecimento acelerado tradicional (Tabela 7), o comportamento dos lotes em termos de temperaturas e tempo de exposição aos quais não foram adequados na correlação positiva, tiveram resultados semelhantes ao da emergência de plântulas, mostrando a importância de se comparar o teste de envelhecimento com a emergência, tendo assim, uma maior ampliação dos resultados e uma melhor adequação do teste para a cultura estudada. As temperaturas e tempos de exposição que se assemelham a emergência de plântulas foram: 36 °C a 24 e 48 horas; 38 °C a 24 e 36 horas; 40 °C a 24, 36, 48 e 72 horas; 42 °C a 24, 36 e 48 horas. Apenas as temperaturas e os tempos de exposição, que tiveram a comparação positiva, estão descritos na tabela, os dados com tracejados não corresponderam com a emergência de plântulas. 28 Tabela 7.Comparação da emergência de plântulas e o envelhecimento acelerado tradicional para os três lotes de tomilho (Thymus vulgaris L.). Envelhecimento acelerado (tradicional) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES EMERGÊNCIA (%) (%) 1 51,50 b 35,00 c - 52,50 b - 40,50 b 48,50 b - - 2 78,00 a 56,00 b - 62,50 a - 59,50 a 64,50 a - - 3 81,00 a 74,50 a - 62,50 a - 60,00 a 65,50 a - - Envelhecimento acelerado (tradicional) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES EMERGÊNCIA (%) (%) 1 51,50 b 50,50 b 62,50 c 43,50 c 29,00 b 34,00 c 23,50 c 45,50 c - 2 78,00 a 75,00 a 73,50 b 64,67 b 67,50 a 48,00 b 58,50 b 59,00 b - 3 81,00 a 74,00 a 80,00 a 75,50 a 63,50 a 54,00 a 70,00 a 72,00 a - Fonte: Elaboração do próprio autor. O envelhecimento acelerado com solução salina ao ser comparado estatisticamente com a emergência de plântulas (Tabela 8), também mostrou resultados diferentes quando se correlacionou o envelhecimento acelerado com solução salina e a emergência de plântulas. Para as temperaturas e tempos de exposição obteve-se: 36 °C a 24 e 36 horas; 38 °C a 24 horas; 40 °C a 72 horas e 42 °C a 48 horas. A comparação do teste de envelhecimento com a emergência de plântulas, possibilita realizar o teste em laboratório e ter um diagnóstico potencial do desempenho da semente. Apenas as temperaturas e os tempos de exposição, que tiveram a comparação positiva, estão descritos na tabela, os dados com tracejados não corresponderam com a emergência de plântulas. 29 Tabela 8. Comparação da emergência de plântulas e o envelhecimento acelerado com solução salina para os três lotes de tomilho (Thymus vulgaris L.). Envelhecimento acelerado (solução salina) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES EMERGÊNCIA (%) (%) 1 51,50 b 26,00 b 65,50 b - - 33,50 b - - - 2 78,00 a 55,50 a 68,00 a - - 83,00 a - - - 3 81,00 a 69,90 a 24,00 b - - 79,50 a - - - Envelhecimento acelerado (solução salina) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES EMERGÊNCIA (%) (%) 1 51,50 b - - - 50,00 b - - 34,50 b - 2 78,00 a - - - 70,50 a - - 77,00 a - 3 81,00 a - - - 74,00 a - - 60,00 a - Fonte: Elaboração do próprio autor. 4.2 Sementes de mini tomate Os dados referentes as percentagens médias do grau de umidade inicial das sementes (Tabela 9), foram semelhantes para os três lotes de mini tomate estudados. Este fato é importante na execução dos testes de envelhecimento acelerado, pois a uniformização do teor de água das sementes é imprescindível para a padronização dos procedimentos e a obtenção de resultados consistentes (MARCOS FILHO, 2005). 30 Tabela 9. Grau de umidade (GU), germinação (G), primeira contagem de germinação (PCG), índice de velocidade de germinação (IVG), condutividade elétrica (CE), emergência de plântulas, teste de frio (TF), valores médios da parte aérea (CPA), comprimento de raiz (CRA), massa seca de parte aérea (MSPA), massa seca de raiz (MSRA), massa seca da parte aérea da emergência (MSEPA) e massa da raiz da emergência (MERA), em três lotes de sementes de mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme). LOTES GU G (%) PCG CE (μS.cm1.g1) IVG EMERGÊNCIA (%) TF 1 8,34 79,00 b 64,00 a 304,95 b 8,79 b 65,50 b 67,50 b 2 8,15 78,00 b 44,50 b 361,82 c 7,50 c 73,50 b 62,00 b 3 8,76 94,00 a 71,50 a 46,87 a 10,46 a 95,50 a 94,00 a CV (%) 5,63 7,47 7,45 5,64 10,24 7,45 LOTES CPA (cm) CRA MSPA MSRA (g) MSEPA MERA 1 2,05 a 2,19 a 1,0193 a 1,0220 a 1,0846 a 1,1042 a 2 2,11 a 2,04 b 1,0101 a 1,0104 b 1,0804 a 1,0970 a 3 2,51 a 2,21 a 1,0183 a 1,0220 a 1,0726 a 1,1042 a CV (%) 20,35 3,18 0,68 0,33 0,83 0,82 Nota: Letras distintas dentro da coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: Elaboração do próprio autor. Os resultados do teste de germinação (Tabela 9), indicaram diferenças significativas entre os lotes, destacando o lote 3 como o de qualidade superior e os lotes 1 e 2 apresentam- se com qualidade inferior sem diferirem entre si. Porém, resultados semelhantes e elevados no teste de germinação, não significam que todos os lotes possuem alto vigor, pois o teste de germinação é conduzido em condições favoráveis de temperatura, umidade e teores de oxigênio, permitindo aos lotes a expressão do potencial máximo, para produzir plântulas normais (MARCOS FILHO, 1999b). Entretanto, para a primeira contagem de germinação, considerada parâmetro de vigor, o lote 3, continuou apresentando melhor desempenho, porém, não diferiu do lote 1, sendo os dois lotes superiores ao lote 2 (Tabela 9). O teste de condutividade elétrica (Tabela 9), conseguiu detectar diferenças entre os três lotes, podendo ainda caracterizar o lote 3 como o de maior vigor, o lote 1 intermediário, e o lote 2 como o de menor vigor. Torres et al. (2015), utilizando quatro cultivares de coentro, avaliaram a qualidade de sementes pelo teste de condutividade elétrica, e verificaram que o 31 teste foi eficiente na avaliação do potencial fisiológico dessas cultivares. Sá (1999), ao avaliar sementes de quatro lotes comerciais de tomate pelo teste de condutividade elétrica, observou que a determinação do vigor por meio deste teste foi eficiente para diferenciar os lotes estudados. O índice de velocidade de germinação (Tabela 9), confirmou os resultados do teste de condutividade elétrica, no qual o lote 3 apresenta maior potencial, o lote 1 sendo intermediário e o lote 2 inferior. Pode-se observar que os lotes que apresentaram baixa velocidade de germinação, possuíram inferioridade na porcentagem de germinação no teste de primeira contagem de germinação (Tabela 9). O teste de emergência de plântulas (Tabela 9), considerado parâmetro indicador da eficiência dos testes para avaliar o potencial fisiológico de sementes (Marcos Filho, 2015), foi sensível ao avaliar os três lotes de mini tomate, confirmando a superioridade do lote 3, em relação aos outros dois lotes. No mesmo sentido, o teste de frio (Tabela 9), foi capaz de avaliar o potencial fisiológico dos lotes de mini tomate, sob condições de alta umidade e baixa temperatura, validando o teste de emergência de plântulas e os demais testes vigor, mostrando a superioridade do lote 3. Para o comprimento de plântula e massa seca da parte aérea dos três lotes de mini tomate (Tabela 9), não houve diferença significativa entre eles. No entanto, o comprimento de raiz e a massa seca da raiz dos três lotes (Tabela 9), evidenciaram diferença significativa, sendo os lotes 3 e 1 superiores ao lote 2, corroborando com o teste de primeira contagem de germinação. Para a massa seca da parte aérea e a massa da raiz da emergência de plântulas (Tabela 9), o comportamento dos lotes foi o mesmo, não tendo diferença significativa. O desempenho superior do lote 3 na maioria dos testes faz-se esperar que, quando submetido ao teste de envelhecimento acelerado ou a situações adversas do ambiente, apresente superioridade em relação os outros dois lotes de mini tomate. O teste de envelhecimento acelerado tradicional (Tabela 10), nos tempos de exposição de 24, 36, 48 e 72 horas para a temperatura de 36 °C, foram sensíveis para a avaliação do potencial fisiológico dos três lotes de mini tomate, mostrando superioridade do lote 3 em relação os outros dois lotes, corroborando com os testes iniciais (Tabela 9). 32 Tabela 10. Porcentagem de plantulas normais (%) de mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme), após os períodos de envelhecimento tradicional. Envelhecimento acelerado (tradicional) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 53,00 c 55,25 b 48,00 b 36,50 b 64,00 b 65,00 b 39,00 c 50,00 b 2 70,00 b 67,00 b 59,00 b 56,00 a 63,50 b 61,50 b 53,50 b 65,50 a 3 90,50 a 81,00 a 73,00 a 65,50 a 84,50 a 87,00 a 80,50 a 66,50 a CV (%) 12,14 Envelhecimento acelerado (tradicional) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 60,50 b 55,00 c 62,50 a 61,00 b 60,50 b 64,50 a 71,50 a 62,50 a 2 60,50 b 75,50 b 64,50 a 70,50 b 67,50 b 74,00 a 54,00 b 58,00 a 3 84,50 a 93,00 a 69,00 a 90,50 a 86,00 a 77,50 a 78,00 a 58,50 a CV (%) 12,14 Nota: Letras distintas dentro da coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: Elaboração do próprio autor. Já para a temperatura de 38 °C, o tempo de 48 horas foi o que melhor diferenciou os três lotes, no qual o lote 3 apresentou o maior potencial fisiológico, o lote 2 intermediário, e o lote 1 o de menor potencial (Tabela 10). Casaroli et al. (2006), ao estudarem sementes de abóbora, pelo método do envelhecimento acelerado tradicional, verificaram que o período de 48 horas, foi capaz de estratificar os lotes de abóbora. Radke et al. (2016), ao analisarem sementes de coentro, pelo teste de envelhecimento acelerado, verificaram que o período de 48 horas, também foi eficiente na expressão de vigor de suas sementes. Para a temperatura de 40 °C, o melhor tempo observado foi o de 36 horas, conseguindo novamente diferenciar os três lotes de tomate cereja, no qual o lote 3 apresentou maior potencial, o lote 2 intermediário e o lote 1 o de menor potencial (Tabela 10). As diferenças de cultivares e de espécies, que caracterizam o vigor genético faz com que variados estudos sejam realizados, visando melhor adequar os métodos, temperaturas e tempos de exposição utilizados. O teste de envelhecimento acelerado com solução salina (Tabela 11), mostrou que para a temperatura de 36 °C, o melhor tempo de exposição para avaliar os lotes foi o de 72 horas, 33 sendo o lote 3 o de maior potencial. Para a temperatura de 38 °C, o melhor tempo de exposição foi novamente o de 72 horas, tendo o lote 3 como o de melhor desenvolvimento. Barbosa et al. (2011), ao avaliarem sementes de alface pelo método do envelhecimento acelerado com solução salina saturada, verificaram que o melhor tempo de exposição para avaliar o potencial dessas sementes foi o de 72 horas. Lopes et al. (2010), também observaram que o melhor período de exposição de sementes de quiabo, utilizando o envelhecimento acelerado com solução salina saturada foi o de 72 horas. Tabela 11. Porcentagem de plantulas normais (%) de mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme), após os períodos de envelhecimento com solução salina. Envelhecimento acelerado (solução salina) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 46,50 b 55,25 b 60,00 b 40,00 c 53,25 b 60,00 b 53,25 b 53,50 b 2 42,00 b 54,00 b 62,00 b 55,25 b 50,50 b 51,00 b 37,25 c 53,25 b 3 89,00 a 79,50 a 83,25 a 89,50 a 79,25 a 81,00 a 90,00 a 88,00 a CV (%) 11,62 Envelhecimento acelerado (solução salina) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 47,25 b 54,50 b 56,50 b 45,00 b 49,50 b 61,25 b 59,25 b 48,50 b 2 57,00 b 52,00 b 59,25 b 38,00 b 40,00 b 50,00 b 60,00 b 42,25 b 3 73,00 a 83,25 a 89,50 a 85,50 a 85,25 a 80,00 a 88,00 a 78,50 a CV (%) 11,62 Nota: Letras distintas dentro da coluna diferem entre si pelo Teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Fonte: Elaboração do próprio autor. Na temperatura de 40 °C, o melhor período de exposição foi o de 48 horas, mostrando novamente a superioridade do lote 3 em relação aos outros dois lotes (Tabela 11). Resultados como o de Pereira et al. (2011), apresentaram o tempo de exposição de 48 horas, como sendo eficiente para avaliar os lotes de sementes de coentro, pelo teste de envelhecimento acelerado com solução salina saturada. Já para a temperatura de 42 °C, os períodos de exposição que foram eficientes na separação dos lotes foram o de 24, 48 e 72 horas, mostrando a superioridade do lote 3 em 34 relação os outros dois lotes (Tabela 11), concordando com os testes iniciais (Tabela 9) e o teste de envelhecimento acelerado tradicional (Tabela 10). Com relação ao teor de água das sementes após os períodos de envelhecimento tradicional (Tabela 12), os resultados mostraram-se, em geral semelhantes para os três lotes estudados. Observou-se também, um aumento de umidade conforme se aumentou a temperatura e o tempo de exposição. Mesmo o lote 3 não apresentando teores de água inferiores aos outros dois lotes, o que se esperava, pois, um lote com umidade relativamente maior que a de outro lote, teoricamente deveria apresentar maior velocidade de deterioração, e o lote 3 se sobressaiu em todos os testes submetidos, principalmente aos de envelhecimento acelerado tradicional e com solução salina. Tabela 12.Teor de água (%) de três lotes de sementes de mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme), após os períodos de envelhecimento tradicional. Envelhecimento acelerado (tradicional) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 28,45 67,56 67,19 66,94 26,40 66,67 67,15 66,08 2 29,40 63,34 66,88 66,62 27,75 63,18 63,63 52,48 3 27,46 59,12 66,58 66,29 30,81 59,69 60,11 58,88 Envelhecimento acelerado (tradicional) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 45,79 63,97 69,13 60,11 68,92 61,45 69,35 76,71 2 48,28 68,01 66,60 63,44 67,61 62,70 70,25 75,57 3 47,03 65,99 67,57 66,76 66,29 60,21 68,44 74,43 Fonte: Elaboração do próprio autor. Verificou-se que o teor de água das sementes expostas à solução salina (Tabela 13) apresentou valores menores, após os períodos de envelhecimento em relação aos observados para as sementes envelhecidas tradicionalmente. Isto indica que o uso de solução salina contribui para retardar a absorção de água pelas sementes no teste de envelhecimento acelerado (LOPES et al, 2010). Tunes et al. (2012) observaram que em sementes de brócolis envelhecidas tradicionalmente, atingiram teores de água mais elevados e com maiores 35 variações, quando comparadas ao o envelhecimento com solução salina. Costa et al. (2008) ao estudarem o teste de envelhecimento acelerado em sementes de brássicas, observaram que o procedimento tradicional, resultou em maiores variações entre os teores de água dos lotes de sementes de repolho e couve-brócolis, quando comparados aos teores de água do procedimento com solução salina, evidenciando maior uniformidade das condições do teste. Tabela 13.Teor de água (%) de três lotes de sementes de mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme), após os períodos de envelhecimento com solução salina. Envelhecimento acelerado (solução salina) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 11,57 13,99 18,29 26,89 7,79 7,95 14,65 28,51 2 10,46 15,37 17,23 20,95 6,69 8,50 16,04 29,26 3 12,68 16,75 19,34 24,52 9,30 8,48 17,42 27,76 Envelhecimento acelerado (solução salina) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES (%) (%) 1 10,74 12,30 16,49 24,85 13,41 14,63 15,85 21,75 2 10,35 9,31 14,06 23,35 9,63 13,29 16,95 23,57 3 9,21 9,91 13,89 21,85 11,52 15,97 16,40 25,38 Fonte: Elaboração do próprio autor. A correlação positiva entre o envelhecimento acelerado tradicional e a emergência de plântulas (Tabela 14), mostrou adequação dos coeficientes acima ou iguais a 0,80, para as temperaturas e os tempos de exposição a seguir: 36°C a 24, 36, 48 e 72 horas; 38 °C a 48 horas; 40 °C a 36 horas; verificou-se que para a temperatura de 42 °C, não houve correlação para nenhum dos tempos de exposição testados. Para a correlação entre o envelhecimento acelerado com solução saturada e a emergência de plântulas (Tabela 14), mostrou adequação dos coeficientes acima ou iguais a 0,80, para as temperaturas e os tempos de exposição a seguir: 36 °C a 72 horas; 38 °C a 24 e 72 horas; 40 °C a 48 horas; 42 °C a 24, 48 e 72 horas. Isso indica que a correlação do teste de envelhecimento (Tradicional / Solução salina) com a emergência de plântulas é eficiente para 36 avaliar a qualidade fisiológica das sementes de mini tomate, quando submetidas as temperaturas de 36, 38, 40 e 42 °C nos tempos de exposição de 24, 36, 48 e 72 horas. Tabela 14. Coeficientes de correlação simples (r) entre os dados obtidos no teste de envelhecimento acelerado (procedimento tradicional e solução salina) e a emergência de plântulas para três lotes de sementes de mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme). TRADICIONAL SOLUÇÃO SALINA 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h 36°C 0,90* 0,83* 0,80* 0,80* 0,77 0,78 0,76 0,91* 38°C 0,69 -0,86 0,80* 0,60 0,88* 0,69 0,72 0,87* 40°C 0,73 0,86* 0,18 0,78 0,63 0,73 0,84* 0,78* 42°C 0,67 0,56 0,44 0,60 0,81* 0,71 0,89* 0,81* * r significativo a 5% de probabilidade (0,8 ≤. R < 1). Fonte: Elaboração do próprio autor. Ao comparar estatisticamente a emergência de plântulas com o envelhecimento acelerado tradicional (Tabela 15), o comportamento dos lotes em termos de temperaturas e tempo de exposição aos quais não foram adequados na correlação positiva, tiveram resultados semelhantes ao da emergência de plântulas, mostrando a importância de se comparar o teste de envelhecimento com a emergência, tendo assim, uma maior ampliação dos resultados e uma melhor adequação do teste para a cultura estudada. As temperaturas e tempos de exposição que se assemelham a emergência de plântulas foram: 36 °C a 24, 36 e 48 horas; 38 °C a 24 e 36 horas; 40 °C a 24,36 e 72 horas e 42 °C a 24 horas. Apenas as temperaturas e os tempos de exposição, que tiveram a comparação positiva, estão descritos na tabela, os dados com tracejados não corresponderam com a emergência de plântulas. 37 Tabela 15. Comparação da emergência de plântulas e o envelhecimento acelerado tradicional para os três lotes de sementes de mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme). Envelhecimento acelerado (tradicional) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES EMERGÊNCIA (%) (%) 1 65,50 b 53,00 c 55,25 b 48,00b - 64,00 b 65,00 b 39,00 c - 2 73,50 b 70,00 b 67,00 b 59,00 b - 63,50 b 61,50 b 53,50 b - 3 95,50 a 90,50 a 81,00 a 73,00 a - 84,50 a 87,00 a 80,50 a - Envelhecimento acelerado (tradicional) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES EMERGÊNCIA (%) (%) 1 65,50 b 60,50 b 55,00 c - 61,00 b 60,50 b - - - 2 73,50 b 60,50 b 75,50 b - 70,50 b 67,50 b - - - 3 95,50 a 84,50 a 93,00 a - 90,50 a 86,00 a - - - Fonte: Elaboração do próprio autor. O envelhecimento acelerado com solução salina ao ser comparado estatisticamente com a emergência de plântulas (Tabela 16), também mostrou resultados diferentes quando se correlacionou o envelhecimento acelerado com solução salina e a emergência de plântulas. Observou que para todas as temperaturas e tempos de exposição houve comparação significativa com a emergência de plântulas, mostrando a amplitude que se pode obter ao se fazer a relação. A comparação dos testes, possibilita adequar maiores intervalos de tempos e períodos de exposição, em relação a correlação positiva (Tabela 16). Apenas as temperaturas e os tempos de exposição, que tiveram a comparação positiva, estão descritos na tabela, os dados com tracejados não corresponderam com a emergência de plântulas. 38 Tabela 16. Comparação da emergência de plântulas e o envelhecimento acelerado com solução salina para os três lotes de sementes de mini tomate (Solanum lycopersicum var. cerasiforme). Envelhecimento acelerado (tradicional) 36°C 38°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES EMERGÊNCIA (%) (%) 1 65,50 b 46,50 b 55,25 b 60,00 b 40,00 c 53,25 b 60,00 b 53,25 b 53,50 b 2 73,50 b 42,00 b 54,00 b 62,00 b 55,25 b 50,50 b 51,00 b 37,25 c 53,25 b 3 95,50 a 89,00 a 79,50 a 83,25 a 89,50 a 79,25 a 81,00 a 90,00 a 88,00 a Envelhecimento acelerado (tradicional) 40°C 42°C 24h 36h 48h 72h 24h 36h 48h 72h LOTES EMERGÊNCIA (%) (%) 1 65,50 b 47,25 b 54,50 b 56,50 b 45,00 b 49,50 b 61,25 b 59,25 b 48,50 b 2 73,50 b 57,00 b 52,00 b 59,25 b 38,00 b 40,00 b 50,00 b 60,00 b 42,25 b 3 95,50 a 73,00 a 83,25 a 89,50 a 85,50 a 85,25 a 80,00 a 88,00 a 78,50 a Fonte: Elaboração do próprio autor. 39 5 CONCLUSÃO 5.1 SEMENTES DE TOMILHO O teste de envelhecimento acelerado tradicional utilizando as combinações de 24 horas a 42 ºC, apresentou sensibilidade para a avaliação do potencial fisiológico das sementes de tomilho. O teste de envelhecimento acelerado com solução salina, utilizando as combinações de 24 horas a 38 ºC, apresentou sensibilidade para a avaliação do potencial fisiológico das sementes de tomilho. Para o teste de envelhecimento acelerado tradicional e com solução salina, o tempo de exposição de 24 horas, foi eficiente para a avaliação do potencial fisiológico das sementes de tomilho. 5.2 SEMENTES DE MINI TOMATE O teste de envelhecimento acelerado tradicional utilizando as combinações de 24 horas a 36 ºC, apresentou sensibilidade para a avaliação do potencial fisiológico das sementes de mini tomate. O teste de envelhecimento acelerado com solução salina, utilizando as combinações de 72 horas a 36 ºC, apresentou sensibilidade para a avaliação do potencial fisiológico das sementes de mini tomate. Para ambos os testes de envelhecimento acelerado, a temperatura de 36 °C foi eficiente para a avaliação do potencial fisiológico das sementes de mini tomate. 5.3 CONCLUSÃO GERAL Tanto o tempo de exposição como a temperatura, foram fatores que afetaram o desempenho das sementes, de modo geral reduzindo-o com o aumento da temperatura. A relação ente os dados do envelhecimento acelerado e a emergência de plântulas, permite maior amplitude de realização do teste, do que simplesmente realizar a correlação positiva entre a porcentagem de plântula normais no envelhecimento acelerado e a emergência de plântulas. O uso da solução salina, permitiu a utilização de determinada temperatura por maior espaço de tempo, sem reduzir drasticamente os resultados. 40 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO COMÉRCIO DE SEMENTES E MUDAS - ABCSEM. Campinas, 2012. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2017. ALBUQUERQUE, M. C. F. E.; MORO, F.V.; FAGIOLI, M.; RIBEIRO, M. C. 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