Campus de Botucatu UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – CAMPUS DE BOTUCATU PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE PEIXES DA BACIA DO RIO GUAREÍ, SÃO PAULO, BRASIL VALTER MONTEIRO DE AZEVEDO-SANTOS BOTUCATU - SP 2020 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – CAMPUS DE BOTUCATU PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE PEIXES DA BACIA DO RIO GUAREÍ, SÃO PAULO, BRASIL VALTER MONTEIRO DE AZEVEDO-SANTOS Esta tese é parte das exigências para obtenção do título de doutor em Ciências Biológicas (A/C Zoologia), pela UNESP de Botucatu, São Paulo, Brasil. Orientador: Prof. Dr. Raoul Henry Coorientador: Prof. Dr. Fernando Mayer Pelicice BOTUCATU – SP 2020 ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO DE PEIXES DA BACIA DO RIO GUAREÍ, SÃO PAULO, BRASIL COMISSÃO EXAMINADORA Dra. Andréa Bialetzki (UEM) Dr. André Batista Nobile (UNESP) Dr. Ângelo Antônio Agostinho (UEM) Dr. Raoul Henry (UNESP) Dr. Reinaldo José de Castro (UFSCar) Dedico à minha tia Valquíria Achcar (in memoriam), pelo carinho que teve comigo. As conversas que tivemos — sempre com o seu apoio e estímulo — foram fundamentais para o meu crescimento pessoal e profissional. Aos meus queridos pais, Valter e Isabel, e à minha tia-avó, Lourdes Cabral, pelo apoio de sempre na longa caminhada científica. Amo todos vocês. AGRADECIMENTOS Ao Prof. Raoul Henry, pelos ensinamentos, sobre tolerância e ecologia, durante o desenvolvimento desta tese. Meu agradecimento ad aeternum por ter aceitado me orientar. Ao Prof. Fernando Pelicice, pelos ensinamentos de longa data (quase uma década de orientação e parceria!). Agradecimento ad aeternum também. À minha família: meus pais, Valter e Isabel, e meus irmãos, Tailise e Wagner, pelo apoio constante no decorrer desta tese. Incluo aqui minhas tias, Valquíria (in memoriam) e Lourdes, e minha noiva, Paula Coelho, pessoas que também fizeram (fazem) meus dias mais felizes. Amo vocês. Aos meus tios e amigos, pescadores de primeira, Mané, Joca Jr, e Fernét, pelas inúmeras aulas de pescaria. Ao amigo Eugen, o Mark Twain Carmelitano. Ao Hamilton e ao Sílvio, que foram imprescindíveis na execução das atividades de campo. Sem vocês não seria possível concluir este trabalho. À Paula N. Coelho, Vanessa S. Daga, e Jamile Queiroz-Sousa, pelas ajudas com as estatísticas de capítulos contidos na tese. À Prof. Dra. Andréa Bialetzki, pelas ajudas com as identificações das larvas de peixes e pela excelente recepção quando estive na UEM. Aos munícipes de Guareí e Angatuba, em especial os que nos receberam bem nas suas propriedades onde coletas ocorreram. Ao Gabriel, pela ajuda com a formatação da tese. Aos Professores Reinaldo Castro e André Nobile, pelas excelentes sugestões nos capítulos 1 e 3 apresentados na qualificação. Aos Professores Dra. Andréa Bialetzki, Dr. Reinaldo Castro, Dr. André Nobile, e Dr. Ângelo Agostinho, por aceitarem avaliar este trabalho. Muitíssimo obrigado. Ao Ricardo Benine, pelo estímulo em seguir adiante com a ecologia. Ao pessoal do EcoRoad, pela oportunidade de participar dos fóruns sobre meio ambiente em Angatuba, São Paulo. Aos amigos da 5 de Paus, a melhor república de Botucatu. Tenho receio de listar os nomes e esquecer alguém (muita gente). Aos amigos de laboratório, de departamento, e da faculdade em geral, pelo carinho. Aos amigos de Carmo do Rio Claro, Minas Gerais. Aos amigos do Fish & Friends. Sigo relembrando “A amizade duplica as alegrias e divide as tristezas” (Francis Bacon). À família da Paulinha, por ter me acolhido muito bem nos dias que passei em Frutal, Minas Gerais. A todos os coautores de trabalhos científicos que desenvolvi durante o doutorado (aprendi muito com cada um). A todos os especialistas ou colegas que me ajudaram de alguma forma (agradecimentos mais específicos podem ser encontrados em cada capítulo). A todos os cidadãos do Brasil, pela bolsa de estudos (CAPES), e ao paulista, pela oportunidade de estudar gratuitamente em uma excelente universidade. A todos que de alguma forma me ensinaram algo no decorrer da tese e durante a minha vida; muito obrigado! COMENTÁRIO GERAL Atualmente tem sido comum a divisão de teses em capítulos escritos em formato de artigos científicos. Isso é notável em muitos trabalhos de colegas ictiólogos e de outras áreas. Nesta tese, também optei por redigir cada estudo em forma de artigo. Os capítulos deste trabalho foram todos formatados seguindo as normas do periódico Biota Neotropica (http://www.scielo.br/revistas/bn/iinstruc.htm), com o intuito de seguir um padrão. Esta tese não deve ser considerada publicação, mesmo estando presente em repositório institucional da universidade. Se houver necessidade de citá-la, colegas devem entrar em contato através do seguinte e-mail: valter.ecologia@gmail.com. http://www.scielo.br/revistas/bn/iinstruc.htm mailto:valter.ecologia@gmail.com SUMÁRIO RESUMO ...................................................................................................................................... 11 ABSTRACT .................................................................................................................................... 13 INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................................................... 15 CAPÍTULO 1 ................................................................................................................................. 20 RESUMO ................................................................................................................................ 21 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 22 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 24 RESULTADOS ....................................................................................................................... 31 DISCUSSÃO ........................................................................................................................... 41 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 45 CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO ............................................................................................. 46 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 52 MATERIAL SUPLEMENTAR .............................................................................................. 63 CAPÍTULO 2 ................................................................................................................................. 72 RESUMO ................................................................................................................................ 73 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 74 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................... 75 RESULTADOS ....................................................................................................................... 80 DISCUSSÃO ........................................................................................................................... 87 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 90 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 91 MATERIAL SUPLEMENTAR .............................................................................................. 96 CAPÍTULO 3 ............................................................................................................................... 102 RESUMO .............................................................................................................................. 103 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 104 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 106 RESULTADOS ..................................................................................................................... 111 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 120 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 126 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 127 MATERIAL SUPLEMENTAR ..................................................................................................... 136 CAPÍTULO 4 ............................................................................................................................... 143 RESUMO ................................................................................................................................ 144 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 145 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 146 RESULTADOS ..................................................................................................................... 147 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 148 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 150 MATERIAL SUPLEMENTAR ............................................................................................ 153 CAPÍTULO 5 ............................................................................................................................... 154 RESUMO ................................................................................................................................ 155 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 156 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................................. 157 RESULTADOS ..................................................................................................................... 158 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 163 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 166 MATERIAL SUPLEMENTAR ............................................................................................ 170 COMENTÁRIOS FINAIS ............................................................................................................... 175 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 176 11 RESUMO A bacia do Rio Guareí está situada dentro do sistema do Paranapanema (alto Paraná), em São Paulo, sudeste do Brasil. O primeiro estudo ictiológico dentro do seu perímetro, considerando peixes não fossilizados, ocorreu na década de 2000. Posteriormente, outros, poucos, ocorreram na região. Assim, esta tese foi idealizada com base nos déficits de estudos sobre peixes, e consequentemente de conhecimento, da bacia do Rio Guareí. O objetivo principal deste trabalho foi investigar a composição, a distribuição, a ecologia, e avaliar aspectos sobre a conservação da ictiofauna da bacia do Rio Guareí. O Capítulo 1 traz um levantamento — provavelmente o mais completo até agora — das espécies de peixes que foram encontradas no sistema. Foram capturadas um total de 50 espécies, a maioria nativa. Contudo, com base nos outros capítulos, a riqueza aumentou para 52 espécies; as quais foram inseridas em uma chave de identificação no Capítulo 1. No Capítulo 2, avaliou-se, sob abordagem espacial e funcional, a predação de piranhas sobre as espécies de peixes do Rio Guareí. Foram encontradas diferenças nas mutilações ao longo do corpo d’água. Além disso, peixes com os mais variados traços foram atacados. O Capítulo 3, assim como o anterior, tem como foco apenas o Rio Guareí. Foram amostrados três sítios e capturado um total de 19 táxons, considerando a identificação máxima (que foi de classe até espécie). Houve a captura de larvas de Prochilodus lineatus (migrador de longa distância), mas em baixas densidades — quando comparada com outros táxons. Por outro lado, não houve diferenças nas densidades de larvas e ovos ao longo do corpo d’água. Além disso, não foram obtidas diferenças na estrutura das larvas. Contudo, a análise da estrutura deve ser considerada com ressalva, basicamente porque foi realizada utilizando apenas famílias — dada as limitações na determinação de larvas ao nível de espécies. Ainda, são feitas avaliações sobre o papel do Rio Guareí na manutenção das populações, ou mesmo comunidades de peixes, do 12 reservatório de qual é tributário (i.e., Jurumirim). No Capítulo 4, registra-se o primeiro caso de albinismo para espécie Cambeva guareiensis. Por fim, o Capítulo 5 traz relatos de organismos associados a peixes dos estudos anteriores. O conhecimento da ictiofauna da região, como aqui apresentado, tem implicações importantes para conservação e para realização de novos trabalhos científicos, de inúmeros escopos, na bacia do Rio Guareí. 13 ABSTRACT The Guareí River basin is located within the Paranapanema system (upper Paraná), in São Paulo, southeastern Brazil. The first ichthyological study within its perimeter, considering non-fossilized fish, took place in the 2000s. Since then, a few others have been carried out in the region. Thus, this thesis was conceived based on the shortfalls of studies on fish and, consequently, of knowledge of the Guareí River basin. The main objective of the work was to investigate the composition, distribution, ecology, and to evaluate aspects of the conservation of the ichthyofauna from the Guareí River basin. Chapter 1 provides a survey — probably the most complete up to now — of the species of fish found in the system. Collections resulted in a total of 50 species, most of them native. However, based on the other chapters, the richness increased to 52 species; these are included in an identification key in Chapter 1. In Chapter 2, using a spatial and functional approach, the predation of piranhas on fish species of the Guareí River is evaluated. Differences were found in mutilations along the waterbody. In addition, fish with the most varied traits were attacked. Chapter 3, as the previous one, focuses only on the Guareí River. Three sites were sampled and a total of 19 taxa were captured, considering the maximum level of identification (from class to species). Larvae of Prochilodus lineatus (long-distance migrator) were collected, but at low densities when compared to other taxa. No differences in the densities of larvae and eggs along the waterbody were found. In addition, no differences in the structure of larvae were obtained. However, the analysis of the structure must be considered tentative, basically because it was performed using only families given the limitations in determining larvae at the species level. In addition, evaluations were performed on the role of the Guareí River in maintaining the fish populations, or even communities, of the Jurumirim reservoir. In Chapter 4, the first case of albinism for Cambeva guareiensis is registered. Lastly, 14 Chapter 5 provides reports of organisms associated with fish of previous studies. The knowledge of the ichthyofauna of the region, as presented herein, has important implications for conservation and for carrying out new scientific works, of wide-ranging scope, in the Guareí River basin. 15 INTRODUÇÃO GERAL O Rio Guareí (23°29'26.30"S, 48°28'40.44"W) é um tributário do alto Rio Paranapanema, no sudeste do território brasileiro (Fulan et al. 2012). Atualmente, contudo, sua foz (~ 23°28'32.93"S, 48°37'54.49"W) está sob influência das águas represadas pela hidrelétrica de Jurumirim (Leite et al. 2012). Em seu trajeto de mais de oitenta quilômetros (Leite et al. 2012), recebe dezenas de tributários os quais apresentam diferentes níveis hierárquicos em termos fluviais (sensu Strahler 1954); sendo a maioria de primeira e segunda ordem. Na sua bacia, existem algumas lagoas e poças marginais, muitas das quais se conectam, geralmente em períodos de chuvas fortes (especialmente em dezembro e janeiro), com o canal do Rio Guareí (Oliveira et al. 2012). A bacia do Rio Guareí fornece muitos serviços ecossistêmicos (sensu Millennium Ecosystem Assessment 2005) para populações humanas que a habitam (i.e., áreas urbanas e rurais). Por exemplo, o principal fornecedor de recursos hídricos do município de Angatuba (São Paulo) é um afluente do Rio Guareí, conhecido localmente como “Ribeirão da Cachoeira”. Outros exemplos são os serviços relacionados à biodiversidade (e.g., pesca recreativa) e atividades de lazer (e.g., cachoeiras). Atualmente, a bacia do Rio Guareí tem sido submetida a muitas perturbações humanas. Numerosos riachos afluentes do Rio Guareí tiveram trechos de sua mata ciliar removidos; provavelmente para facilitar o acesso e dessedentação de animais (i.e., bovinos). No Rio Guareí, dentre outros impactos observados, está também a poluição decorrente da agropecuária (Fulan & Henry 2013), aporte de plásticos (e.g., sacolas, garrafas), e efluentes de cidades. Essas ações, que estão presentes em ecossistemas aquáticos de outras regiões brasileiras (e.g., Martins et al. 2010; Andrade et al. 2019), podem estar gerando, em algum nível, efeitos prejudiciais diretos e/ou indiretos sobre os organismos aquáticos do Rio Guareí e corpos hídricos a jusante (e.g., Jurumirim). 16 No decorrer do desenvolvimento deste trabalho, foram observados moluscos (Bivalvia e Gastropoda), micro (Copepoda) e macrocrustáceos (Macrobrachium sp. e Aegla sp.), pássaros aquáticos, mamíferos (Lontra sp.), formas imaturas de anfíbios, dentre outros. Além disso, dentro da bacia do Rio Guareí existem muitos registros fósseis (Maranhão & Petri 1996). Deste modo, apesar deste trabalho abordar peixes, a região possibilita iniciar incontáveis estudos sobre outros organismos, aquáticos e terrestres. Nas décadas recentes, alguns estudos sobre a biodiversidade da bacia, aqui se tratando de vários grupos, foram realizados (e.g., Cesar & Henry 2017; Fulan et al. 2012; Fulan & Henry 2013). Destes, somente quatro publicações são exclusivamente sobre a ictiofauna, incluindo levantamentos em poucos corpos d’água (Castro et al. 2003; Seabra et al. 2012), biologia de duas espécies (Azevedo-Santos et al. 2018), e descrição de um bagre (Katz & Costa 2020). Neste cenário, a bacia do Rio Guareí, em uma perspectiva sobre a riqueza e composição da sua ictiofauna, ainda precisa ser estudada. Além disso, outros aspectos ecológicos de suas espécies de peixes são desconhecidos. Por fim, o papel da bacia para a ictiofauna do reservatório de Jurumirim é pouco compreendido. O objetivo principal deste trabalho foi investigar a composição, a distribuição, a ecologia, e aspectos sobre a conservação da ictiofauna da bacia do Rio Guareí. A presente tese deve ser vista como estudos integrados sobre os peixes da área de estudo. A seguir, apresenta-se brevemente o conteúdo de cada um dos capítulos contidos na tese. No Capítulo 1, foi realizado um extenso levantamento dos peixes em diferentes regiões da bacia do Rio Guareí. Nele está contida uma chave de identificação; a qual foi elaborada com o intuito de facilitar e estimular novos estudos (e.g., ecológicos, biológicos) sobre a ictiofauna de riachos ou mesmo do canal principal do Rio Guareí. O Capítulo 2 é voltado à ecologia. Nele são explorados aspectos sobre mutilações em peixes causadas por Serrasalmus maculatus (piranhas). Neste estudo, verificou-se a 17 existência de diferenças espaciais no número de indivíduos lesionados. Além disso, investigou-se a relação entre as mutilações com traços funcionais das espécies mutiladas. No Capítulo 3 são apresentados aspectos reprodutivos dos peixes. Nele, descreve- se a distribuição do ictioplancton no canal principal, considerando o gradiente longitudinal, e sob uma perspectiva temporal. As relações dos componentes biológicos (i.e., ovos e larvas) com as variáveis ambientais (i.e., limnológicas) também são exploradas. Com base nos resultados obtidos, inferiu-se o papel do Rio Guareí na manutenção da ictiofauna do seu receptor, o reservatório de Jurumirim. No Capítulo 4, registra-se um caso de albinismo em um trichomicterídeo do gênero Cambeva (Siluriformes; Trichomycteridae). Por sua vez, no Capítulo 5 são fornecidas informações sobre organismos associados a peixes da bacia do Rio Guareí. REFERÊNCIAS ANDRADE, M.C., WINEMILLER, K.O., BARBOSA, P.S., FORTUNATI, A., CHELAZZI, D., CINCINELLI, A. & GIARRIZZO, T. 2019. First account of plastic pollution impacting freshwater fishes in the Amazon: Ingestion of plastic debris by piranhas and other serrasalmids with diverse feeding habits. Environ. 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Novas ocorrências de fósseis nas formações Corumbataí e Estrada Nova do Estado de São Paulo e considerações preliminares sobre seus significados paleontológico e bioestratigráfico. Rev. IG São Paulo 17: 33-54. https://doi.org/10.5935/0100-929X.19960002. 19 MARTINS, C.C., BRAUN, J.A.F., SEYFFERT, B.H., MACHADO, E.C. & FILLMANN, G. 2010. Anthropogenic organic matter inputs indicated by sedimentary fecal steroids in a large South American tropical estuary (Paranaguá estuarine system, Brazil). Mar. Pollut. Bull. 60: 2137-2143. https://doi.org/10.1016/j.marpolbul.2010.07.027. MILLENNIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT, 2005. Ecosystems and Human Well- being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC. OLIVEIRA, M. A., SANTOS, A.M.V., SILVA, A.A.M., SANTOS, A.O., CIRIACO, C.A.T., MEDEIROS, E.R., POMPEU, F.C., RODRIGUES, J.M., DELGADO, P. F. O., PAULO, M.J.L., SUIBERTO, M.R., SILVA, C.V. (2012). 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C//IIf., Algiers, 1952, sec. 13, pt. 3, pp. 341-354. 20 CAPÍTULO 1 CONHECENDO A BIODIVERSIDADE: PEIXES DA BACIA DO RIO GUAREÍ, SISTEMA DO ALTO RIO PARANÁ, SÃO PAULO, BRASIL Capítulo 1 21 CONHECENDO A BIODIVERSIDADE: PEIXES DA BACIA DO RIO GUAREÍ, SISTEMA DO ALTO RIO PARANÁ, SÃO PAULO, BRASIL RESUMO A bacia do Rio Guareí é um tributário do Rio Paranapanema, na região a montante do reservatório de Jurumirim, no sistema do alto Rio Paraná. Os estudos ictiológicos dentro da sua área de drenagem começaram na década de 2000, mas se restringem a poucos corpos d’águas. Neste trabalho, é apresentado os resultados de um estudo que acessou a ictiofauna de riachos tributários e do canal principal do Rio Guareí. Amostragens foram realizadas entre Fevereiro de 2017 e Novembro de 2018 em 36 trechos e utilizando diferentes metodologias de coleta. Foram capturados 2169 exemplares de 50 espécies, representando 16 famílias e seis ordens. Das espécies coletadas, 47 foram consideradas nativas e três não nativas (Hyphessobrycon eques, Oreochromis niloticus, e Poecilia reticulata). Dentre as espécies nativas, duas são desconhecidas da ciência, i.e. não descritas (Bryconamericus aff. iheringii e Hypostomus sp. n.), e três migradoras (Leporinus friderici, Megaleporinus obtusidens, e Pimelodus maculatus). Duas outras espécies (Prochilodus lineatus e Hyphessobrycon anisitsi) foram capturadas em outros trabalhos fora do período deste levantamento, elevando para 52 a riqueza conhecida para a bacia do Rio Guareí. A fim de facilitar novos trabalhos na região, uma chave de identificação das espécies é fornecida. Por ser uma bacia com foz disposta em um reservatório (i.e., Jurumirim) e por abrigar elevada riqueza de espécies, ações de conservação devem ser direcionadas ao Rio Guareí e seus afluentes. PALAVRAS-CHAVE Chave de identificação; espécies não descritas; inventário; peixes migradores; peixes não nativos; reservatório de Jurumirim; Rio Paranapanema. Capítulo 1 22 INTRODUÇÃO Não há dúvidas de que a ictiofauna de água doce do Brasil (> 3000 espécies conhecidas; ICMBio 2018) é mais rica do que a de qualquer outro país da América do Sul (e.g., Litz & Koerber 2014; Mirande & Koerber 2015; DoNascimiento et al. 2017). Em partes, esse número relativamente alto de espécies pode ser atribuído ao fato de o país deter uma porção considerável da bacia Amazônica, região em que se encontra elevada parcela da ictiofauna do mundo (Dagosta & de Pinna 2019). Mas, além disso, o Brasil detém outros sistemas com enorme biodiversidade de peixes; este é o caso, por exemplo, do alto Rio Paraná (Langeani et al. 2007; Ota et al. 2018). Para essa última bacia, a estimativa quase no final dos anos 2000, mas que já deve ter sido superada, foi de mais de trezentas espécies; e dezenas desconhecidas (Langeani et al. 2007). No último século, numerosos estudos, sobre composição, biologia, ecologia, taxonomia de peixes, dentre outros, foram realizados no alto Rio Paraná (e.g., Agostinho & Júlio-Jr. 1999; Britto & Carvalho 2006; Brandão et al. 2009; Dias & Tejerina-Garro 2010; Cionek et al. 2012; Santos et al. 2017; Frota et al. 2020); os quais possibilitaram conhecer a ictiofauna em muitas regiões do sistema. Contudo, novas coletas na bacia são imprescindíveis, e por diferentes razões. Por exemplo, a ocorrência de Phenacorhamdia tenebrosa (Schubart, 1964) no alto Rio Paraná já foi registrada por diversas vezes (e.g., Schubart 1964; Manoel & Uieda 2018; Cavalli et al. 2019; Vicentin et al. 2019), mas a sua distribuição real dentro do sistema é desconhecida. Outro aspecto é que muitas áreas do alto Rio Paraná são próximas a de outras bacias independentes, já isoladas (e.g., Rio Doce). Este cenário pode ter possibilitado “capturas de cabeceiras” (cf. Aquino & Colli 2017) no passado, o que resultou em uma fauna compartilhada entre as drenagens e que precisa ser conhecida. Mas o último ponto forte é que corpos d’água do alto Rio Paraná que ainda não foram amostrados, em especial os riachos (incluindo de cabeceiras), podem abrigar espécies desconhecidas da ciência (Langeani et al. 2007). Capítulo 1 23 Além dos déficits de conhecimento sobre a ictiofauna, há uma série de ações, em geral justificadas pelas mais variadas necessidades humanas, que causaram e ainda causam impactos deletérios sobre rios da bacia do Rio Paraná (e.g., Orsi & Agostinho 1999; Agostinho et al. 2008; Júlio Júnior et al. 2009). Uma das atividades mais pervasivas no sistema, sem dúvidas, são as hidrelétricas (Agostinho et al. 2008; Pelicice et al. 2018). Por exemplo, em um dos seus afluentes de margem esquerda, o Rio Paranapanema, a regulação do fluxo ocorreu em diferentes porções; resultando em uma “cascata” de reservatórios (Pelicice et al. 2018). Como iniciativas de conservação dependem também de levantamentos de ictiofauna (Azevedo-Santos et al. 2019), estes trabalhos precisam ser intensificados em corpos hídricos da bacia do Rio Paranapanema. O reservatório de Jurumirim, disposto na porção alta do Rio Paranapanema, foi alvo de diferentes estudos de fauna aquática (e.g., Panarelli et al. 2001; Sartori et al. 2009), incluído peixes (e.g., Castro et al. 2003a; Lima et al. 2018; Queiroz-Sousa et al. 2019). Kurchevski & Carvalho (2014), através de compilação de publicados, realizaram um levantamento da composição da ictiofauna da área sobre influência da barragem. Outros trabalhos (e.g., Seabra et al. 2012; Botelho et al. 2012; Lima et al. 2016; Nobile et al. 2019) trouxeram informações sobre os peixes da bacia de tributários do reservatório de Jurumirim, como, por exemplo, as dos rios Taquarí e Guareí. O Rio Guareí tem sua foz localizada na região de confluência entre o Rio Paranapanema e reservatório de Jurumirim (Leite et al. 2012). Para sua bacia, foram publicados quatro trabalhos ictiológicos. Castro et al. (2003b; p. 7) amostraram a ictiofauna em um tributário de margem esquerda do Rio Guareí, mencionado pelos autores como “Córrego Poço dos Patos”. Posteriormente, Seabra et al. (2012), durante um projeto de extensão com alunos de escolas públicas do município de Angatuba (São Paulo, Brasil), realizaram um estudo sobre a ictiofauna associada às macrófitas de três Capítulo 1 24 lagoas marginais e de um dos seus tributários. Azevedo-Santos et al. (2018) investigaram aspectos sobre a biologia populacional de duas espécies de bagres, e Katz & Costa (2020) descreveram uma espécie até então conhecida somente para a bacia. Apesar dos três estudos disponíveis, muitos riachos tributários, bem como o canal do Rio Guareí, precisam ter sua ictiofauna conhecida. A necessidade de novos estudos é reforçada pelo fato de a bacia ter sua foz em um reservatório de hidrelétrica. Neste trabalho, é apresentado um levantamento dos peixes da bacia do Rio Guareí. Além disso, uma chave de identificação completa das espécies da região é fornecida. MATERIAL E MÉTODOS ÁREA DE ESTUDO A bacia do Rio Guareí drena diretamente para o Rio Paranapanema na zona a montante do reservatório de Jurumirim (Leite et al. 2012). Está inserida em uma região que tem sido considerado por muitos autores (e.g., Langeani et al. 2007) como “sistema do alto Rio Paraná”. A sua área de drenagem está totalmente situada no Estado de São Paulo (Brasil), e abrange os municípios de Guareí, no seu curso alto, e Angatuba, aproximadamente porção média e baixa estendendo-se até a sua foz (Fulan et al. 2012). Estima-se que a região de drenagem tenha 70860 hectares (Leite et al. 2012). É possível observar que muitos riachos tiveram a sua vegetação total ou parcialmente extirpada. Este parece ser um problema antigo e que se estende para toda a bacia hidrográfica. Por exemplo, um estudo no final do século passado, mostrou que, naquela época, a bacia do Rio Guareí já era composta por pasto em sua maior parte (> 50%) e áreas com vegetação recuperadas (~11%) (Henry & Gouveia 1993). Capítulo 1 25 METODOLOGIA A amostragem da ictiofauna deste trabalho foi realizada entre fevereiro de 2017 e novembro de 2018 (Tabela 1). A captura de indivíduos foi autorizada pelo SISBio (número 57047). Foram amostrados o canal do Rio Guareí e mais de 20 riachos (Figura 1), totalizando 36 trechos ao longo da bacia. A coordenada de cada segmento amostrado foi obtida no ponto inicial de coleta. No próprio Rio Guareí e em alguns riachos (e.g., Ribeirão Grande, Ribeirão Guarda-Mor), mais de um trecho foi amostrado (Tabela 1). As amostragens nos riachos foram realizadas com um puçá (com tela de nylon de ~ 1,5 mm), quando possível uma tarrafa de 7 mm (14 mm entre nós opostos), e duas redes de espera; uma com malha de 5 mm e outra de 10 mm (entre nós opostos). As amostragens com puçá ocorreram em trechos de 50 a 100 metros e eram sempre realizadas da jusante em direção a montante do corpo d’água (i.e., contra a correnteza). Nos riachos, as coletas foram feitas no período diurno. As amostragens no canal do Rio Guareí foram efetuadas utilizando-se redes de espera de malhas 30, 40, 50, 60, 70, 80 e 100 mm (entre nós opostos), as quais foram armadas (esticadas) ao entardecer e removidas na manhã do dia seguinte (permanecendo na água por um total de ~12 horas). Também foi utilizada tarrafa de 7 mm, e por vezes um puçá (~ 1,5 mm), que foi passado nas margens. Capítulo 1 26 Figura 1. Mapa da bacia do Rio Guareí com a localização (círculos amarelos) dos trechos (1 a 36) amostrados. Construído no Software QGis (Sherman et al. 2012). Ainda em campo, os peixes coletados foram sacrificados com solução de água com eugenol ou benzocaína e inseridos em solução de água com formol (concentração 10%). Vouchers foram preparados (limpados com água e transferidos para álcool 70%) e depositados nas coleções biológicas (ictiológicas) do DZSJRP, LBP, LIRP, MNRJ, NUP, UFRGS, UNT [a definição de cada uma das siglas pode ser encontrada em Sabaj Perez (2016)]. A classificação de cada espécie de peixe em sua respectiva família foi realizada com base em Fricke et al. (2019a); as quais, posteriormente, foram organizadas em sua respectiva ordem (táxon) com base em Fricke et al. (2019b). Capítulo 1 27 A curva de rarefação da riqueza para a bacia do Rio Guareí foi calculada considerando a espécies capturadas nos 36 trechos amostrados (com base na Tabela S1 e Tabela S2). Análises e a figura de acumulação foram feitas totalmente no programa PRIMER 6 (Clarke & Warwick, 2001). Capítulo 1 28 TABELA 1. Informações sobre os trechos amostrados em corpos d’água da bacia do Rio Guareí, São Paulo, Brasil. TRECHO NOME DO CORPO D’ÁGUA ORDEM (sensu Strahler 1954) COORDENADAS MUNICÍPIO MÊS E ANO 1 Ribeirão da Areia Branca 2 23°16'54.11"S, 48° 9'37.59"W Guareí Agosto de 2017 e Maio de 2018 2 Ribeirão Guareí (?) 2 23°18'29.75"S, 48° 7'36.23"W Guareí Agosto de 2017 e Maio de 2018 3 Córrego Inholava 3 23°20'49"S, 48°13'10.3"W Guareí Março de 2017 e Maio 2018 4 Riacho de nome desconhecido 1 23°21'26.9"S, 48°12'49.3"W Guareí Março de 2017 5 Ribeirão Jacutinga da Boa Vista 3 23°22'56.8"S, 48°10'37.1"W Guareí Agosto e Dezembro de 2017 6 Ribeirão Guarda-Mor (jusante) 4 23°22'48.27"S, 48° 9'43.17"W Guareí Fevereiro, Agosto, e Dezembro de 2017 7 Ribeirão Guarda-Mor (curso médio) 3 23°24'28.41"S, 48° 8'41.84"W Guareí Fevereiro e Agosto de 2017 8 Ribeirão Guarda-Mor (montante) 2 23°26'9.17"S, 48° 7'45.42"W Guareí Agosto de 2017 e Maio de 2018 9 Ribeirão Grande 2 4 23°28'7.04"S, 48°15'8.24"W Guareí-Angatuba Agosto de 2017 e Maio de 2018 10 Córrego da Cachoeira do Martinho 1 23°28'13.47"S, 48°19'24.59"W Angatuba Junho de 2017 e Junho de 2018 11 Riacho de nome desconhecido 1 23°26'33.29"S, 48°19'42.93"W Angatuba Abril de 2017 12 Ribeirão do Durvalino 2 23°26'36.97"S, 48°20'40.80"W Angatuba Abril de 2017 e Maio de 2018 Capítulo 1 29 13 Riacho de nome desconhecido 1 23°26'44.26"S, 48°21'35.16"W Angatuba Abril de 2017 e Junho de 2018 14 Riacho de nome desconhecido 1 23°27'3.11"S, 48°22'13.19"W Angatuba Abril de 2017 e Maio de 2018 15 Riacho de nome desconhecido 1 23°27'20.00"S, 48°22'25.51"W Angatuba Abril de 2017 e Maio de 2018 16 Riacho de nome desconhecido 1 23°27'17.21"S, 48°23'19.17"W Angatuba Abril de 2017 e Junho de 2018 17 Ribeirão Corrente 2 23°26'05.7"S, 48°23'19.3"W Angatuba Março, Junho, e Setembro de 2017 18 Ribeirão da Cachoeira (abaixo da cachoeira) 2 23°27'36.28"S, 48°24'50.84"W Angatuba Agosto de 2017 e Novembro de 2018 19 Ribeirão da Cachoeira (acima da cachoeira) 2 23°25'34.39"S, 48°25'13.24"W Angatuba Fevereiro de 2017 e Setembro de 2017 20 Canal do Rio Guareí (curso médio) - 23°27'53.90"S, 48°25'18.84"W Angatuba Fevereiro e Agosto de 2017 e Fevereiro, Maio, Junho e Novembro de 2018 21 Córrego da Esperança 2 23°28'59.80"S, 48°25'7.27"W Angatuba Fevereiro de 2017 e Junho de 2018 22 Córrego Catanduva (jusante) 3 23°29'18.12"S, 48°24'37.36"W Angatuba Fevereiro de 2017 e Maio de 2018 23 Córrego Catanduva (montante) 1 23°31'12.05"S, 48°24'43.48"W Angatuba Fevereiro de 2017 e Maio de 2018 24 Ribeirão Grande (curso médio) 3 23°29'15.2"S, 48°24'28.2"W Angatuba Abril de 2017 e Maio de 2018 25 Ribeirão Grande (montante) 3 23°29'37.65"S, 48°20'8.98"W Angatuba Fevereiro Abril e Junho de 2017 e Novembro de 2018 26 Riacho de nome desconhecido 2 23°29'47.51"S, 48°20'18.38"W Angatuba Fevereiro de 2017 e Maio de 2018 Capítulo 1 30 27 Ribeirão dos Libânios 3 23°27’34.4” S, 48°26’50.9” W Angatuba Fevereiro de 2017 28 Córrego Zacarias 3 23°29'21.8"S, 48°27'08.4"W Angatuba Abril de 2017 e Junho de 2018 29 Ribeirão da Barra 3 23°29'25.62"S, 48°29'49.69"W Angatuba Abril de 2017 30 Riacho de nome desconhecido 1 23°29'28.78"S, 48°30'9.95"W Angatuba Abril de 2017 31 Riacho de nome desconhecido 2 23°29'14.74"S, 48°30'30.15"W Angatuba Junho de 2017 e Maio de 2018 32 Riacho de nome desconhecido 1 23°29'6.57"S, 48°31'13.40"W Angatuba Junho de 2017 e Maio de 2018 33 Ribeirão do Cambuí 3 23°28'24.31"S, 48°30'33.54"W Angatuba Junho de 2017 34 Rio do Ribeiro 2 23°27'34.91"S, 48°29'42.72"W Angatuba Junho de 2017 35 Córrego do Aterradinho 3 23°27'33.77"S, 48°34'26.71"W Angatuba Maio 2018 36 Canal do Rio Guareí (curso baixo) - 23°27'51.57"S, 48°34'40.57"W Angatuba Junho 2017 e Janeiro, Fevereiro de 2018 Capítulo 1 31 RESULTADOS Foi coletado um total de 2169 indivíduos, com representantes de 50 espécies na bacia do Rio Guareí (Tabela 2; e Figura 2 até Figura 6). A curva de rarefação para a área estudada não mostrou tendência de estabilização (Figura 7). Do total de espécies coletadas, foram encontrados, considerando toda a bacia, representantes de 6 ordens e 16 famílias de peixes. A ordem com maior riqueza, para toda área estudada, foi Characiformes, representada por 48% de todas as espécies coletadas (Figura 8). Characidae, com 24 % do total, destacou-se como família com elevada riqueza na bacia do Rio Guareí, a qual foi seguida por Loricariidae e posteriormente por Heptapteridae (Figura 9). Baixas riquezas de espécies por família foram encontradas em Erythrinidae, Serrasalmidae, Trichomycteridae e Synbranchidae, com 2 % em cada uma (Figura 9). As riquezas encontradas nos trechos da bacia do Rio Guareí ficaram entre 1 a 25 espécies. Nos trechos 20 e 36, no canal do curso principal, foram capturadas 25 e 21 espécies, respectivamente. As abundâncias variaram entre um a 283 indivíduos nos sítios amostrados (Tabela S1 e Tabela S2). Astyanax lacustris [Figura 3 (e) e Figura S1(d)], um caracídeo, foi encontrada em mais da metade dos trechos amostrados, em 21 dos 36. Outras espécies com ampla distribuição foram A. fasciatus, encontrada em 19 trechos, e Imparfinis mirini, em 16. Mais de 10 espécies, incluindo nativas e não nativas, foram encontradas em apenas um dos trechos amostrados na bacia do Rio Guareí (e.g., Hyphessobrycon eques, Hypostomus tietensis). Apesar de ter sido coletada em menos trechos, Phalloceros harpagos apresentou uma abundância considerável, 253 indivíduos (Tabela 2). Quatro espécies (i.e., Leporinus friderici, Leporinus striatus, Pimelodella gracilis, Synbranchus marmoratus) tiveram baixo número de indivíduos, com apenas um cada. Capítulo 1 32 Três espécies coletadas (i.e., Hyphessobrycon eques, Oreochromis niloticus e Poecilia reticulata), são aqui consideradas não nativas na bacia do Rio Guareí. Não foi possível determinar se Gymnotus pantanal foi introduzida ou é nativa da área de estudo, então sua ocorrência foi considerada “indeterminada”. Os indivíduos de H. eques foram coletados no trecho 32, os de O. niloticus no 29 — em um riacho disposto em sua totalidade na zona rural —, e os de P. reticulata em 21 e 22, ambos no perímetro urbano do município de Angatuba. As abundâncias variaram para essas espécies; por exemplo, apenas P. reticulata, foi coletado um total de 78 indivíduos (cf. Tabela 2). Durante as coletas, foi destaque também a presença de duas espécies não descritas, uma da ordem Siluriformes e uma de Characiformes (Bryconamericus aff. iheringii, Hypostomus sp. n.). De ambas, a com distribuição mais ampla foi B. aff. iheringii, encontrada em 12 trechos. Hypostomus sp. n. foi coletada apenas no canal do Rio Guareí (nos dois trechos amostrados) e em um tributário (Tabela S1 e Tabela S2). TABELA 2. Espécies (Actinopterygii) coletadas na bacia do Rio Guareí, Brasil. ESPÉCIE ABUNDÂNCIA OCORRÊNCIA VOUCHER CHARACIFORMES Crenuchidae Characidium gomesi Travassos 1956 90 Nativa MNRJ 50435 Characidium zebra Eigenmann 1909 7 Nativa LBP 29211 Erythrinidae Hoplias malabaricus (Bloch 1794) 15 Nativa LBP 29218 Parodontidae Apareiodon affinis (Steindachner 1879) 12 Nativa LBP 29223 Parodon nasus Kner 1859 10 Nativa LBP 29231 Serrasalmidae Serrasalmus maculatus Kner 1858 6 Nativa LBP 29230 Anostomidae Leporinus friderici (Bloch 1794) 1 Nativa DZSJRP 22777 Leporinus striatus Kner 1858 1 Nativa LBP 29220 Megaleporinus obtusidens (Valenciennes 1837) 2 Nativa LBP 29222 Capítulo 1 33 Schizodon nasutus Kner 1858 21 Nativa LBP 29214 Curimatidae Cyphocharax modestus (Fernández-Yépez 1948) 56 Nativa LBP 29228 Steindachnerina insculpta (Fernández-Yépez 1948) 33 Nativa LBP 29221 Characidae Astyanax bockmanni Vari & Castro 2007 97 Nativa DZSJRP 22747 Astyanax fasciatus (Cuvier 1819) 166 Nativa DZSJRP 22754 Astyanax lacustris (Lütken 1875) 221 Nativa DZSJRP 22817 Astyanax cf. paranae Eigenmann 1914 12 Nativa DZSJRP 22757 Bryconamericus aff. iheringii (Boulenger 1887) 148 Nativa DZSJRP 22812 ‘Cheirodon’ stenodon Eigenmann 1915 23 Nativa UFRGS 28084 Galeocharax gulo (Cope 1870) 8 Nativa LBP 29229 Hyphessobrycon eques (Steindachner 1882) 3 Não Nativa LBP 29219 Oligosarcus paranensis Menezes & Géry 1983 6 Nativa DZSJRP 22816 Piabarchus cf. stramineus (Eigenmann 1908) 24 Nativa DZSJRP 22779 Piabina argentea Reinhardt 1867 11 Nativa DZSJRP 22838 Serrapinnus notomelas (Eigenmann 1915) 100 Nativa DZSJRP 22756 GYMNOTIFORMES Gymnotidae Gymnotus carapo Linnaeus 1758 6 Nativa LBP 29209 Gymnotus pantanal Fernandes, Albert, Daniel-Silva, Lopes, Crampton & Almeida-Toledo 2005 5 Indeterminada LBP 29210 SILURIFORMES Trichomycteridae Cambeva guareiensis Katz & Costa 2020 71 Nativa DZSJRP 22781 Callichthyidae Callichthys callichthys (Linnaeus 1758) 12 Nativa LBP 29216 Hoplosternum littorale (Hancock 1828) 5 Nativa LBP 29215 Loricariidae Hisonotus depressicauda (Miranda Ribeiro 1918) 26 Nativa DZSJRP 22749 Hypostomus ancistroides (Ihering 1911) 26 Nativa NUP 22311 Hypostomus iheringi (Regan, 1908) 62 Nativa LBP 29213 Hypostomus sp. n. 57 Nativa NUP 22310 Hypostomus tietensis (Ihering 1905) 2 Nativa LBP 29212 Hypostomus strigaticeps (Regan 1908) 63 Nativa NUP 22312 Rineloricaria pentamaculata Langeani & de Araujo 1994 7 Nativa DZSJRP 22834 Capítulo 1 34 Heptapteridae Imparfinis borodini Mees & Cala 1989 9 Nativa DZSJRP 22741 Imparfinis mirini Haseman 1911 111 Nativa LIRP 14330 Phenacorhamdia tenebrosa (Schubart 1964) 35 Nativa DZSJRP 22752 Pimelodella avanhandavae Eigenmann 1917 37 Nativa LBP 29226 Pimelodella gracilis (Valenciennes 1835) 1 Nativa LIRP 14328 Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard 1824) 9 Nativa DZSJRP 22751 Pimelodidae Iheringichthys labrosus (Lütken 1874) 4 Nativa LBP 29225 Pimelodus maculatus Lacépède 1803 7 Nativa LBP 29224 SYNBRANCHIFORMES Synbranchidae Synbranchus marmoratus Bloch 1795 1 Nativa DZSJRP 22827 CICHLIFORMES Cichlidae Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard 1824) 60 Nativa DZSJRP 22789 Oreochromis niloticus (Linnaeus 1758) 20 Não-Nativa LBP 29217 CYPRINODONTIFORMES Poeciliidae Phalloceros harpagos Lucinda 2008 253 Nativa UNT 016904 Phalloceros reisi Lucinda 2008 129 Nativa UNT 16404 Poecilia reticulata Peters 1859 78 Não-Nativa DZSJRP 22765 Capítulo 1 35 FIGURA 2. Indivíduos de espécies (Actinopterygii) coletadas na bacia do Rio Guareí: (a) Characidium gomesi, 51,5 mm CP; (b) Characidium zebra, 64,8 mm CP; (c) Hoplias malabaricus, 93,5 mm CP; (d) Apareiodon affinis, 89,7 mm CP; (e) Parodon nasus, 91,3 mm CP; (f) Serrasalmus maculatus, 86, 7 mm CP; (g) Leporinus friderici, 144,9 mm CP; (h) Leporinus striatus, 87,1 mm CP; (i) Megaleporinus obtusidens, 86,2 mm CP; (j) Schizodon nasutus, 137,2 mm CP. Capítulo 1 36 FIGURA 3. Indivíduos de espécies (Actinopterygii) coletadas na bacia do Rio Guareí: (a) Cyphocharax modestus, 96,4 mm CP; (b) Steindachnerina insculpta, 67,9 mm CP; (c) Astyanax bockmanni, 59,8 mm CP; (d) Astyanax fasciatus, 63,1 mm CP; (e) Astyanax lacustris, 64,3 mm CP; (f) Astyanax cf. paranae, 38,1 mm CF; (g) Bryconamericus aff. iheringii, 49,1 mm CP; (h) ‘Cheirodon’ stenodon, 29,1 mm CP; (i) Galeocharax gulo, 167,9 mm CP; (j) Hyphessobrycon eques, 22,1 mm CP. Capítulo 1 37 FIGURA 4. Indivíduos de espécies (Actinopterygii) coletadas na bacia do Rio Guareí: (a) Oligosarcus paranensis, 144,3 mm CP; (b) Piabarchus cf. stramineus, 48,1 mm CP; (c) Piabina argentea, 58,2 mm CP; (d) Serrapinnus notomelas, 29,5 mm CP; (e) Gymnotus carapo, 108,6 mm CT; (f) Gymnotus pantanal 197,2 mm CT; (g) Imparfinis borodini, 32,8 mm CP; (h) Imparfinis mirini, 60,2 mm CP; (i) Phenacorhamdia tenebrosa, 80,1 mm SL; (j) Pimelodella avanhandavae, 83,7 mm CP. Capítulo 1 38 FIGURA 5. Indivíduos de espécies (Actinopterygii) coletadas na bacia do Rio Guareí: (a) Pimelodella gracilis 60,1 mm CP; (b) Rhamdia quelen, 47,6 mm CP; (c) Iheringichthys labrosus, 101,8 mm CP; (d) Pimelodus maculatus, 81,9 mm CP; (e) Cambeva guareiensis, 55, 4 mm CP; (f) Callichthys callichthys, 56,5 mm CP; (g) Hoplosternum littorale, 100,8 mm CP; (h) Hisonotus depressicauda, 34,8 mm CP; (i) Hypostomus ancistroides, 141,4 mm CP; (j) Hypostomus iheringi, 93,7 mm CP. Capítulo 1 39 FIGURA 6. Indivíduos de espécies (Actinopterygii) coletadas na bacia do Rio Guareí: (a) Hypostomus sp. n., 81,3 mm CP; (b) Hypostomus tietensis, 81,5 mm CP; (c) Hypostomus strigaticeps, 129,4 mm CP; (d) Rineloricaria pentamaculata, 145,3 mm CP; (e) Synbranchus marmoratus, 131,7 mm CT; (f) Geophagus brasiliensis, 58,7 mm CP; (g) Oreochromis niloticus, 64,4 mm CP; (h) Phalloceros harpagos, 24,5 mm CP; Phalloceros reisi, 25,4 mm CP; Poecilia reticulata, 16,4 mm CP. Capítulo 1 40 FIGURA 7. Curva de rarefação da riqueza de espécies (nativas, não determinada, e não nativas) da bacia do Rio Guareí, São Paulo, Brasil. FIGURA 8. Riqueza de espécies (%) em cada uma das seis ordens encontradas na bacia do Rio Guareí, São Paulo, Brasil. Capítulo 1 41 FIGURA 9. Riqueza de espécies (%) em cada uma das 16 famílias encontradas na bacia do Rio Guareí, São Paulo, Brasil. DISCUSSÃO Neste estudo, foram encontradas um total de 50 espécies na bacia do Rio Guareí. Contudo, a curva não se estabilizou (Figura 7), o que sugere a existência de outras não capturadas para região. Considerando as estimativas mais recentes de Jarduli et al. (2020), a bacia do Rio Guareí detém ~22 % de toda a riqueza registrada para a área de drenagem do Rio Paranapanema. Quando consideramos o trabalho de Langeani et al. (2007), a área aqui estudada abriga ~16 % do total de espécies que é encontrada em todo o sistema do alto Rio Paraná. Por ser relativamente pequena (~70, 9 mil ha.; Leite et al. 2012), a bacia do Rio Guareí apresenta uma riqueza de espécies muito expressiva. A riqueza específica aqui encontrada (50 espécies) foi próxima da inventariada para todo o reservatório de Jurumirim (no Rio Paranapanema); onde se localiza a foz da bacia do Rio Guareí. Kurchevski & Carvalho (2014), em sua compilação de trabalhos, Capítulo 1 42 registraram um total de 58 espécies na área de Jurumirim. Quando se leva em consideração apenas composição, contudo, das espécies listadas por Kurchevski & Carvalho (2014) pouco mais de 25% foram encontradas na bacia do Rio Guareí. Characiformes e Siluriformes representaram 84% das espécies coletadas, sendo as duas ordens com maior riqueza na bacia do Rio Guareí. Jarduli et al. (2020) mostraram que essas ordens correspondem a pouco mais de 70 % das espécies da bacia do Rio Paranapanema. Na bacia do Rio Guareí, contudo, Characiformes apresentou maior número de espécies que Siluriformes, um padrão inverso do que se conhece atualmente para a bacia do Rio Paranapanema (Jarduli et al. 2020). Apesar disso, a explicação provável é que a distribuição dos representantes dessas duas ordens é variável em pequenas bacias (e.g., Rio Guareí) que drenam para o Rio Paranapanema. As famílias com maiores riquezas na bacia do Rio Guareí foram Characidae, com 24 %, e Loricariidae, com 14% do total de espécies capturadas. Cetra et al. (2016), estudando riachos da porção alta da bacia do Paranapanema, encontraram maiores riquezas nessas famílias, sendo ambas com ~ 41% do total das espécies. Para a bacia do Rio Paranapanema, Jarduli et al. (2020) mostraram que ambas são as famílias mais ricas, e juntas detêm 32 % das espécies conhecidas da bacia do Rio Paranapanema. Hyphessobrycon eques foi considerada nativa no alto Rio Paraná (Langeani et al. 2007). Na bacia do Rio Paranapanema, contudo, muitos autores (e.g., Vidotto-Magnoni et al. 2015; Pelicice et al. 2018) assinalam essa espécie como não nativa. Pelo fato da bacia do Rio Guareí integrar a do Rio Paranapanema, a espécie foi considerada aqui como não nativa. A maioria das espécies capturadas neste trabalho são nativas da bacia do Rio Guareí, com a exceção de H. eques (veja parágrafo acima), Oreochromis niloticus, Poecilia reticulata. Castro et al. (2003b), em seu trabalho, já haviam registrado O. Capítulo 1 43 niloticus na bacia do Rio Guareí. Enquanto as vias de introdução de H. eques são desconhecidas para a área deste estudo, as de O. niloticus e P. reticulata são aqui sugeridas. Assim como já foi verificado na própria bacia do Rio Paranapanema (Orsi & Agostinho 1999; Casimiro et al. 2018), possivelmente a presença de O. niloticus na área de estudo foi resultado de escapes de tanques escavados; os quais estão presentes a montante do riacho que a espécie foi coletada. Por outro lado, Poecilia reticulata é uma espécie agora amplamente disseminada no sudeste brasileiro (Dias et al. 2020); inclusive no alto Rio Paraná, onde foi introduzida como consequência de controle de insetos (Langeani et al. 2007). Neste estudo, os indivíduos de P. reticulata foram capturados em trechos dentro da cidade de Angatuba. Acredita-se que a sua introdução nos riachos da bacia do Rio Guareí esteja relacionada à tentativa de controle biológico de populações de Aedes aegypti (Linnaeus, 1762), como tem sido verificado para outras regiões. Gymnotus pantanal, uma das espécies aqui coletadas, foi descrita por Fernandes et al. (2005), os quais mostraram a sua ocorrência na porção baixa do Rio Paraná, na bacia do Rio Prata, e em um tributário da bacia Amazônica. Posteriormente, Langeani et al. (2007) consideraram que essa espécie é natural também do alto Rio Paraná. Contudo, subsequentemente, Júlio Júnior et al. (2009) ponderaram que a distribuição de G. pantanal no alto curso do Rio Paraná seria consequência da barragem de Itaipu; a qual, quando foi construída, levou à inundação de uma região de cachoeiras que servia de barreira entre o baixo e alto Rio Paraná (sensu Langeani et al. 2007; cf. também Vitule et al. 2011). Mais recentemente, afirmou-se que a espécie foi introduzida na bacia do Rio Paranapanema devido a inundação de sete quedas e por atividades de pesca (Jarduli et al. 2020). Neste estudo, a espécie foi capturada em riachos tributários e no canal do Rio Guareí. É difícil afirmar que a ocorrência da espécie na drenagem aqui estudada possa estar associada à inundação de Sete Quedas, dada a distância e a quantidade de barragens Capítulo 1 44 ao longo do Rio Paranapanema (cf. Pelicice et al. 2018); as quais, muitas construídas antes de Itaipu (e.g., Jurumirim), devem ter servido de barreira para a espécie. Além disso, apesar de ser uma prática que resulta em introduções (e.g., Daga et al. 2016; Pereira & Vitule 2019), a pesca esportiva não parece ser a consequência da ocorrência de G. pantanal. Neste caso, seria necessário eventos repetidos de introdução no Rio Guareí ou região do alto Paranapanema, o que parece improvável. Dado o histórico exposto, não foi possível definir o ‘status’ (i.e., nativa ou não nativa) da espécie na bacia do Rio Guareí. Nas coletas no Rio Guareí foram capturados Leporinus friderici, Megaleporinus obtusidens, e Pimelodus maculatus, três espécies “migradoras” (Vazzoler, 1996: p. 97) e de interesse para atividade pesqueira e provisão de sustento dos pescadores na região de Angatuba (Novaes & Carvalho 2009) e, provavelmente, de muitas outras cidades ao longo do Rio Paranapanema. É provável que outros migradores ocorram no Rio Guareí, seja todo o ano ou sazonalmente (i.e., em períodos reprodutivos); mas possivelmente devido à seletividade ou à incipiência na frequência das coletas elas não foram capturadas. Lucinda (2008), ao propor Phalloceros reisi, não assinalou a sua ocorrência para a bacia do Rio Paranapanema. Provavelmente o primeiro registro foi feito por Cetra et al. (2012) em riachos de cabeceira da área de drenagem. Posteriormente, outros autores também relataram a espécie em diferentes corpos d´água da bacia do Rio Paranapanema (Cerqueira et al. 2016; Cetra et al. 2016). Neste trabalho, P. reisi foi encontrado em 12 trechos (~33 %), resultado que amplia consideravelmente a sua distribuição para a bacia do Rio Paranapanema. Bryconamericus aff. iheringii e Hypostomus sp. n. — duas espécies não descritas — já haviam sido capturadas em áreas próximas da bacia do Rio Guareí. No seu trabalho, Kurchevski & Carvalho (2014) mencionaram a ocorrência de H. cf. paulinus (pela foto dos autores provavelmente Hypostomus sp. n.) e Bryconamericus iheringii para o Capítulo 1 45 reservatório de Jurumirim. Cambeva guareiensis, recentemente descrita, é conhecida somente de riachos da bacia do Rio Guareí (Katz & Costa 2020; este trabalho). Não se descarta que a espécie tenha uma distribuição fora da área aqui estudada, assim como foi verificado para outros táxons do gênero (e.g., Cambeva diabola Bockmann, Casatti, de Pinna 2004) que tinham distribuição restrita (e.g., Bockmann et al. 2004), mas que novas amostragens revelaram a sua ocorrência em outras regiões (cf. Cetra et al. 2016). Algumas espécies ficaram com a identificação incerta. Astyanax cf. paranae integra o grupo complexo Astyanax scabripinnis, que apresenta formas morfologicamente muito semelhantes entre si (Bertaco & Lucena 2006), algumas sabidamente não descritas (Azevedo-Santos et al. 2019). Até uma melhor definição de A. paranae Eigenmann, 1914, preferiu-se atribuir cf. (conferir) a forma capturada na bacia do Rio Guareí. Por outro lado, Piabarchus cf. stramineus não apresenta nenhum vestígio de cromatóforos na região do úmero, como relatado por Eigenmann (1908) na descrição da espécie. Como não foi possível saber se esse caráter representa variação morfológica de indivíduos da espécie, optou-se por tratar a sua identificação como incerta. Dois outros peixes, Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1837) e Hyphessobrycon anisitsi (Eigenmann, 1907), ocorrem no canal principal do Rio Guareí (Capítulo 2 e Capítulo 3). Assim, são conhecidas para toda a bacia hidrográfica 52 espécies. CONCLUSÃO Aqui apresentamos o levantamento mais abrangente da ictiofauna da bacia do Rio Guareí. Foram encontradas 50 espécies, o que inclui aquelas desconhecidas para ciência e migradores de valor comercial. Além disso, há a ocorrência de três espécies não nativas, as quais ainda são restritas a poucos corpos d’água da bacia. A riqueza da ictiofauna encontrada é relativamente elevada, e provavelmente é maior — uma vez que a curva de Capítulo 1 46 rarefação não atingiu a estabilização. Além disso, sabe-se da ocorrência de Prochilodus lineatus e Hyphessobrycon anisitsi no canal do curso principal, o que elava para 52 o número de espécies conhecidas na área de drenagem. Por ser uma bacia com foz direta para o reservatório de Jurumirim, e por abrigar elevada riqueza em um contexto regional, ações de conservação devem ser direcionadas para a bacia do Rio Guareí. CHAVE DE IDENTIFICAÇÃO 1. α. Possui nadadeira dorsal..............................................................................................4 1. β. Não possui nadadeira dorsal.......................................................................................2 2. α. Possui nadadeira anal; e com mais de 50 raios............................................................3 2. β. Não possui nadadeira anal; corpo cilindriforme.................Synbranchus marmoratus 3. α. Corpo com faixas hialinas (transversais) que vão desde a região ventral até o dorso.......................................................................................................Gymnotus carapo 3. β. Corpo com faixas hialinas (transversais) finas ou muito tênues; a maioria, principalmente as próximas a cabeça, não atingindo o dorso...............Gymnotus pantanal 4. α. Não possui nadadeira adiposa.....................................................................................5 4. β. Possui nadadeira adiposa..........................................................................................13 5 α. Nadadeira dorsal possuindo menos de 18 raios (ramificados e não ramificados)........7 5 β. Nadadeira dorsal possuindo mais de 18 raios (ramificados e não ramificados)............6 6 α. Possui uma faixa preta transversal sobre a face........................Geophagus brasiliensis 6 β. Não possui uma faixa preta transversal sobre a face..................Oreochromis niloticus 7 α. Corpo escamoso ou coberto por pele; mas nunca placas.............................................9 7 β. Corpo recoberto por placas ossificadas e justapostas...................................................8 8. α. Corpo bem achatado; possui filamento na cauda..........Rineloricaria pentamaculata 8. β. Corpo não achatado; não possui filamento na cauda............Hisonotus depressicauda Capítulo 1 47 9 α. Boca em posição terminal ou superior......................................................................10 9 β. Boca em posição subterminal.....................................................Cambeva guareiensis 10 α. Nadadeira dorsal (em comparação com a pélvica — em uma linha vertical) se originando posteriormente...............................................................................................11 10 β. Nadadeira dorsal (em comparação com a pélvica — em uma linha vertical) se originando anteriormente...................................................................Hoplias malabaricus 11 α. Fêmeas com uma mancha alongada ou “riscos” pretos e verticais dispostos na lateral do corpo; macho com uma mancha alongada ou “riscos” pretos e verticais dispostos na lateral do corpo.................................................................................................................12 11 β. Fêmea sem qualquer mancha ou “riscos” verticais pretos na lateral do corpo; machos, por vezes, com a presença de traços de coloração laranja metálico ou outras cores, mas nunca “riscos” pretos verticais..............................................Poecilia reticulata 12 α. Fêmeas e machos com uma mancha preta ligeiramente alongada na lateral do corpo................................................................................................Phalloceros harpagos 12 β. Fêmeas e machos sem uma mancha preta alongada; “riscos” pretos orientados verticalmente............................................................................................Phalloceros reisi 13 α. Corpo recoberto por escamas ou completamente sem escamas (i.e., apenas pele); nunca por placas...............................................................................................................14 13 β. Corpo recoberto por placas ossificadas justapostas; nunca por escamas ou somente pele...................................................................................................................................46 14 α. Corpo completamente sem escamas (i.e., apenas pele)..........................................15 14 β. Corpo recoberto por fileiras de escamas..................................................................22 15 α. Nadadeira adiposa (em comparação com a anal) originando anteriormente............16 15 β. Nadadeira adiposa (em comparação com a anal) originando-se posteriormente........................................................................Phenacorhamdia tenebrosa Capítulo 1 48 16 α. Nadadeira caudal possuindo dois lobos (i.e., superior e inferior).............................17 16 β. Nadadeira caudal possuindo um único lobo (semelhante a uma ponta de lança)...................................................................................................Imparfinis borodini 17 α. Nadadeira anal, em vista lateral, com margem aproximadamente arredondada....18 17 β. Nadadeira anal, em vista lateral, com margem pontiaguda......................................21 18 α. Ausência de quatro máculas, aproximadamente em forma de barras, ao longo da região dorsal.....................................................................................................................19 18 β. Presença de quatro máculas, aproximadamente em forma de barras, ao longo do dorso........................................................................................................Imparfinis mirini 19 α. Possui uma faixa preta, e fina, que se estende ao longo do flanco (i.e., na lateral do corpo)...............................................................................................................................20 19 β. Não possui uma faixa preta no flanco; padrão de coloração fuliginoso ou com pequenas maculas escuras.........................................................................Rhamdia quelen 20 α. Possui uma faixa preta (por vezes muito sutil) se estendendo longitudinalmente na região dorsal do corpo..............................................................Pimelodella avanhandavae 20 β. Não possui uma faixa preta se estendendo longitudinalmente na região dorsal do corpo....................................................................................................Pimelodella gracilis 21 α. Possui lábios robustos e projetados para fora........................Iheringichthys labrosus 21 β. Não possui lábios robustos e projetados para fora....................Pimelodus maculatus 22 α. Não possui dentes....................................................................................................23 22 β. Possui pelo menos uma fileira de dentes..................................................................24 23 α. Flancos com uma faixa preta — em geral melhor de ser visualizada em indivíduos já preservados — disposta longitudinalmente...........................Steindachnerina insculpta 23 β. Flancos sem uma faixa preta disposta longitudinalmente......Cyphocharax modestus Capítulo 1 49 24 α. Detém mais de 24 escamas transversais entre a nadadeira pélvica e a nadadeira dorsal...............................................................................................................................25 24 β. Detém menos de 24 escamas transversais entre a nadadeira pélvica e a nadadeira dorsal...............................................................................................................................26 25 α. Possui uma quilha na região ventral......................................Serrasalmus maculatus 25 β. Não possui quilha na região ventral................................................Galeocharax gulo 26 α. Menos de 100 dentes na boca (considerando todos os dentes).................................27 26 β. Mais de 100 dentes na boca (considerando todos os dentes)......Prochilodus lineatus 27 α. Boca em posição terminal ou subsuperior................................................................28 27 β. Boca em posição inferior ou subterminal.................................................................38 28 α. Nadadeira dorsal com origem igual ou posterior quando comparada com a origem da nadadeira pélvica (em visão lateral).............................................................................29 28 β. Nadadeira dorsal com origem anterior quando comparada com a origem da nadadeira pélvica (em visão lateral)......................................................Leporinus friderici 29 α. Detém mancha na região do úmero..........................................................................30 29 β. Não detém mancha na região do úmero...................................................................36 30 α. Menos de nove escamas acima da linha lateral........................................................31 30 β. Nove ou mais escamas acima da linha lateral........................Oligosarcus paranensis 31 α. Primeira mancha umeral se alonga verticalmente....................................................32 31 β. Primeira mancha umeral aproximadamente arredondada..............Astyanax lacustris 32 α. Fileira completa de escamas perfuradas ao longo do flanco.....................................33 32 β. Fileira incompleta de escamas perfuradas ao longo do flanco..................................35 33 α. Possui apenas a primeira mancha na região umeral.................................................34 33 β. Possui uma segunda mancha na região umeral..........................Astyanax bockmanni Capítulo 1 50 34 α. Nadadeira caudal, quando em vida (ou antes de preservado em álcool), amarelada à rosa....................................................................................................Astyanax cf. paranae 34 β. Nadadeira caudal, quando em vida (ou antes de preservado em álcool), detendo coloração vermelha intensa...................................................................Astyanax fasciatus 35 α. Possui uma mancha preta que se estende horizontalmente no pedúnculo caudal...........................................................................................Hyphessobrycon anisitsi 35 β. Não possui mancha no pedúnculo caudal...............................Hyphessobrycon eques 36 α. Possui uma mancha preta localizada no pedúnculo caudal......................................37 36 β. Não possui mancha no pedúnculo caudal..........................Piabarchus cf. stramineus 37 α. Mancha no pedúnculo se assemelhando a uma ponta de lança.................................................................................................‘Cheirodon’ stenodon 37 β. Mancha no pedúnculo aproximadamente arredondada........Serrapinnus notomelas 38 α. Mais de 17 raios (ramificados e não ramificados) na nadadeira anal.....................39 38 β. Menos de 17 raios (ramificados e não ramificados) na nadadeira anal..................40 39 α. Pré-maxilar (fileira interna) apresentando dentes tricúspides.......Piabina argentea 39 β. Pré-maxilar (fileira interna) apresentando dentes pentacúspides......................................................................Bryconamericus aff. iheringii 40 α. Dentes do pré-maxilar (especialmente os próximos da sínfise) com mais de oito cúspides; em formato de serrilha.....................................................................................41 40 β. Dentes do pré-maxilar com menos de oito cúspides; ou cúspides ausentes...........42 41 α. Faixa preta, orientada longitudinalmente, na lateral do corpo (formando aproximadamente zigue-zague)..................................................................Parodon nasus 41 β. Faixa preta orientada longitudinalmente (em vista lateral); presença de cinco barras pretas na região do dorso (em vista dorsal)...............................Apareiodon affinis 42 α. Dentes do dentário não possuindo cúspide; incisivos............................................43 Capítulo 1 51 42 β. Dentes do dentário possuindo cúspides..................................................................44 43 α. Possui faixas pretas dispostas horizontalmente na lateral do corpo......................................................................................................Leporinus striatus 43 β. Não possui faixas pretas dispostas horizontalmente; presença de três manchas arredondadas em ambas as laterais do corpo.............................Megaleporinus elongatus 44 α. Presença de manchas pretas (em formato aproximado de barras) dispostas verticalmente na lateral do corpo.....................................................................................45 44 β. Ausência de manchas pretas (em formato aproximado de barras) dispostas verticalmente na lateral do corpo..........................................................Schizodon nasutus 45 α. Região entre as bases das nadadeiras peitorais sem qualquer escama...............................................................................................Characidium gomesi 45 β. Região entre as bases das nadadeiras peitorais provido de escamas................................................................................................Characidium zebra 46 α. Possui pelo menos dois pares de barbilhão............................................................47 46 β. Possui apenas um par de barbilhão (os maxilares).................................................48 47 α. Nadadeira caudal com margem formando uma forquilha (bifurcada)......................................................................................Hoplosternum littorale 47 β. Nadadeira caudal com margem arredondada........................Callichthys callichthys 48 α. Padrão geral marrom com manchas pretas (arredondadas ou outras formas)........49 48 β. Padrão geral marrom com manchas arredondadas hialinas.........................................................................................Hypostomus strigaticeps 49 α. Ausência total ou apenas quilhas vestigiais............................................................50 49 β. Presença de três quilhas (horizontais) na lateral do corpo...........................................................................................Hypostomus ancistroides 50 α. Manchas difusas, vermiculares, ou formando barras.............................................51 Capítulo 1 52 50 β. Manchas arredondadas, em geral pretas, ao longo do corpo........Hypostomus sp. n. 51 α. Manchas escuras, em geral pretas, formando barras difusas...Hypostomus iheringi 51 β. Manchas escuras, em geral pretas, aproximadamente vermiculares......................................................................................Hypostomus tietensis AGRADECIMENTOS Ao Hamilton A. Rodrigues (UNESP) e Paula N. Coelho (UNESP), pelo auxílio durante as atividades de coleta. A Carla S. Pavanelli (NUP), Claudio Oliveira (LBP), Flávio A. Bockmann (LIRP), Paulo A. Buckup (MNRJ), Paulo H. F. Lucinda (UNT), Francisco Langeani (DZSJRP), pela assistência no depósito de material testemunho nas coleções. Também sou grato ao Jack M. Craig (UL), pela confirmação da determinação de alguns gimnotídeos, e ao Cláudio H. Zawadzki (UEM), pela identificação de alguns loricariídeos. A Jessica Colavite (UNESP), pelo empréstimo da câmera a qual foi utilizada para as fotografias (Figura 2-6). Isabel M. Soares (UNESP), pelos auxílios com algumas fotografias. À Geovana S. Andrade (UFT) e Carolina G. Santiago (UFT), pelas ajudas com a separação de parte dos vouchers (material testemunho) e verificação da chave de identificação. Este estudo foi possível devido a bolsa concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES - 001). REFERÊNCIAS AGOSTINHO, A.A. & JÚLIO-JR. H.F. 1999. 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Espécies (Actinopterygii) coletadas e sua abundância em cada trecho (1 a 18) da bacia do Rio Guareí, São Paulo, Brasil ESPÉCIES TRECHOS AMOSTRADOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Apareiodon affinis - - - - - - - - - - - - - - - - - - Astyanax bockmanni 3 - - - 25 1 - - - - - 1 1 1 - 29 - - Astyanax cf. paranae - - - - - - 4 - - - - - - - - - - - Astyanax fasciatus - - 1 - 1 - - - - - 4 9 - 35 6 - 1 22 Astyanax lacustris - 1 1 - - 3 9 - - - 7 - 14 4 13 - - 11 Bryconamericus aff. iheringii 6 15 2 - 10 5 - 6 - - - - 36 - 7 - - - Callichthys callichthys - - - - - - - - - - - - 1 7 - - - - Cambeva guareiensis1 - - - - - - - - - 5 - - - - - 15 42 - Characidium gomesi - - - - - 2 - - 1 - - 14 7 - 4 10 6 21 Characidium zebra - - - - - - - - - - - - 4 1 2 - - - ‘Cheirodon’ stenodon - - - - - - - - - - - - - - - - - - Capítulo 1 64 Cyphocharax modestus - - - - - - - - - - - - - - - - - - Galeocharax gulo - - - - - - - - - - - - - - - - - - Geophagus brasiliensis 6 2 - - 4 - - - - - - - 9 2 5 - - - Gymnotus carapo - - - - 1 - - - - - - 1 1 - - - - - Gymnotus pantanal - - - - - - - - - - - - 1 - - - - 1 Hisonotus depressicauda 1 - 5 - 7 1 - - - - - - - - - - - 1 Hoplias malabaricus - - - - 1 - - - - - 2 - 1 2 2 - - - Hoplosternum littorale - - - - - - - - - - - - - 2 - - - - Hyphessobrycon eques - - - - - - - - - - - - - - - - - - Hypostomus ancistroides 4 7 - - 2 3 - - - - - - 5 - - - - - Hypostomus iheringi - - - - - 3 - - 4 - - 3 - - - - 1 6 Hypostomus sp. n. - - - - - - - - - - - - - - - - - - Hypostomus strigaticeps - - - - - - - - - - - - - - - - - - Hypostomus tietensis - - - - - - - - - - - - - - - - 2 - Iheringichthys labrosus - - - - - - - - - - - - - - - - - - Capítulo 1 65 Imparfinis borodini - - - - - 5 1 1 1 - - - - - - - - - Imparfinis mirini2 1 - 8 - 26 21 2 3 1 - - 4 - - - 14 - 8 Leporinus friderici - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 Leporinus striatus - - - - - - - - - - - - - - - - - - Megaleporinus obtusidens - - - - - - - - - - - - - - - - - - Oligosarcus paranensis - - - - - - - - - - - - - - - - - - Oreochromis niloticus - - - - - - - - - - - - - - - - - - Parodon nasus - - - - - - - - - - - - - - - - - 8 Phalloceros harpagos 42 - - - - 1 - 1 - 12 16 - 2 - 54 11 - - Phalloceros reisi - - - - - - - - - - - 1 3 - - - 22 2 Phenacorhamdia tenebrosa3 - - - - - 18 6 - 8 - - - - - - - - - Piabarchus cf. stramineus - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 Piabina argentea - - - - - - - - - - - 1 - - - - - 1 Pimelodella avanhandavae - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 Pimelodella gracilis - - - - - - - - - - - 1 - - - - - - Capítulo 1 66 Pimelodus maculatus - - - - - - - - - - - - - - - - - - Poecilia reticulata - - - - - - - - - - - - - - - - - - Rhamdia quelen - - - - 3 - - - - - - - - - - - - - Rineloricaria pentamaculata - - - - - 1 - - - - - 1 - - - - - - Schizodon nasutus - - - - - - - - - - - - - - - - - - Serrapinnus notomelas - - - - 1 - 20 - - - - - 4 17 4 - - - Serrasalmus maculatus - - - - - - - - - - - - - - - - - - Steindachnerina insculpta - - - - - - - - - - - - - - - - - - Synbranchus marmoratus - - - 1 - - - - - - - - - - - - - - 1 Espécie registrada no trecho 17 por Katz & Costa (2020). 2 Espécie registrada no trecho cinco por Azevedo-Santos et al. (2018). 3 Espécie registrada no trecho seis por Azevedo-Santos et al. (2018). Capítulo 1 67 TABELA S2. Espécies (Actinopterygii) coletadas e sua abundância em cada trecho (19 a 36) da bacia do Rio Guareí, São Paulo, Brasil ESPÉCIES TRECHOS AMOSTRADOS 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 Apareiodon affinis - 10 - - - - - - - - - - - - - - - 2 Astyanax bockmanni 8 1 2 - - 2 23 - - - - - - - - - - - Astyanax cf. paranae - - - - 8 - - - - - - - - - - - - - Astyanax fasciatus - 47 1 2 - 4 9 - - 3 4 2 - - 3 - 3 9 Astyanax lacustris 1 61 2 9 - 1 - 6 - - 3 2 17 14 - - 8 34 Bryconamericus aff. iheringii - - 4 23 - - 33 - - - - - - - 1 - - - Callichthys callichthys - - - - - - - - - - 2 - 2 - - - - - Cambeva guareiensis 6 - - - - - 3 - - - - - - - - - - - Characidium gomesi 3 10 - - - 6 - - 5 - - 1 - - - - - - Characidium zebra - - - - - - - - - - - - - - - - - - ‘Cheirodon’ stenodon - - - - - - - - - - - - - - - - - 23 Capítulo 1 68 Cyphocharax modestus - 18 - - - - - - - - - - - - - - - 38 Galeocharax gulo - 7 - - - - - - - - - - - - - - - 1 Geophagus brasiliensis 1 6 - 2 - - 3 1 - - - 1 8 9 - - - 1 Gymnotus carapo - - - 1 - - - - - - 2 - - - - - - - Gymnotus pantanal - - - - - - - - - - - - 2 - - - - 1 Hisonotus depressicauda - - - - - - 9 - - - - 2 - - - - - - Hoplias malabaricus - 1 - - - - - - - - - - 2 4 - - - - Hoplosternum littorale - - - - - - - - - - 1 - - 2 - - - - Hyphessobrycon eques - - - - - - - - - - - - - 3 - - - - Hypostomus ancistroides - 2 - 2 - - - - - - - - - - - - - 1 Hypostomus iheringi - 1 - 1 - 6 36 - - - - 1 - - - - - - Hypostomus sp. n. - 21 - - - - - - - - - - - - 1 - - 35 Hypostomus strigaticeps - 38 - - - - - - - - - - - - - - - 25 Hypostomus tietensis - - - - - - - - - - - - - - - - - - Iheringichthys labrosus - 2 - - - - - - - - - - - - - - - 2 Capítulo 1 69 Imparfinis borodini - - - - - - 1 - - - - - - - - - - - Imparfinis mirini - - - - 3 7 7 - 1 - - 3 - - - 2 - - Leporinus friderici - - - - - - - - - - - - - - - - - - Leporinus striatus - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 Megaleporinus obtusidens - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 Oligosarcus paranensis - 5 - - - - 1 - - - - - - - - - - - Or