Fractal: Revista de Psicologia, v. 32, n. 2, p. 171-176, maio-ago. 2020. doi: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i2/5778 Artigos Mais de cento e vinte anos se passaram desde o nas- cimento de Wilhelm Reich, em 24 de março de 1897, e mais de sessenta anos se passaram desde sua morte, em 3 de novembro de 1957. Primogênito de uma família de origem judaica, ainda que não ortodoxa, nasceu em finais do século XIX em uma cidade do então Império Austro-húngaro, não tar- dando a ganhar o mundo para ser reconhecido, persegui- do e seguido como o foi ao se tornar Wilhelm Reich. Para muitos, entretanto, esse ainda continua sendo o nome de um ilustre desconhecido, mesmo que, médico de formação, logo tenha se enveredado pelos meandros da Psicanálise, pautado, nada mais nada menos, nos en- sinamentos de Sigmund Freud, de quem anos depois se distanciou completamente – física e teoricamente. Das marcas que ficaram registradas em sua história anos e anos após a sua morte, não se esquecem as expul- sões, das quais foi alvo entre 1933 e 1934, quando deixou de ser membro do Partido Comunista e da Associação Psicanalítica Internacional, apesar das intensas contribui- ções prestadas a ambas as instituições a partir de 1927 e 1920, respectivamente. Também é preciso lembrar que Reich viveu numa época ímpar na história da humanidade, impossível de ser esquecida: o período entre guerras. Na primeira, ti- nha apenas 17 anos, o que lhe valeu o alistamento vo- luntário no exército austríaco. Logo depois, seguiu a carreira médica ao ingressar, em 1918, na Faculdade de Medicina da Universidade de Viena, tornando-se um dos jovens psicanalistas próximos a Freud e que, sem hesi- tar, atendia os pacientes conferidos pelo mestre ao mes- mo tempo em que publicava inúmeros textos em revistas tais como: Zeitschrift für Sexualwissenschaft [Revista de Ciência Sexual] e Internationale Zeitschrift für Psychoa- nalyse [Revista Internacional de Psicanálise], a partir de 1920 (MATTHIESEN, 2007), quando publicou seu pri- meiro texto, isto é, Über einen Fall von Durchbruch der Inzestschranke [Sobre um caso de transgressão da barreira do incesto] (REICH, 1920/1975). Na Segunda Guerra já era conhecido e, como outros, fora alvo dos ataques pre- conceituosos e vorazes contra os judeus, enaltecido pelo fato de ser psicanalista e integrante do Partido Comunista. Talvez por isso seja preciso lembrar que ao mesmo tempo em que se encantou com as idéias de Malinowski, expondo-as, em 1932, no livro Irrupção da moral sexual repressiva (REICH, 1932/1980), Reich assombrava-se com os avanços do fascismo, revelando, em 1933, em Psicologia de massas do fascismo (REICH, 1933/2001), sua compreensão acerca do envolvimento e aceitação das massas em relação a princípios e normas que deveriam ser rejeitados sem hesitação. De Berlim, mediante as drásticas consequências do fascismo que o forçaram a deixar para trás tudo o que havia construído no campo da clínica terapêutica e do trabalho social junto aos trabalhadores, retornou a Viena No aniversário de Wilhelm Reich: o que há para comemorar? Sara Quenzer Matthiesen, H Gabriela Grimaldi Bessani Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Rio Claro, SP, Brasil Resumo Mais de cento e vinte anos se passaram desde o nascimento de Wilhelm Reich, em 1897, e mais de sessenta anos se passaram desde sua morte, em 1957, mas seu pensamento continua vivo e merece ser amplamente divulgado. Nisso, as Tecnologias da Informação e Comunicação, tão comuns na atualidade, têm papel determinante. Nesse sentido, este texto teve como objetivo identificar, com base nos vídeos disponíveis no Youtube, aqueles capazes de contribuir para a difusão deste autor, ainda tão pouco conhecido no Brasil. Por meio de pesquisa exploratória no site do Youtube, nos certificamos de que ao menos 10 dos vídeos coletados contribuem para que se tenha uma ideia inicial de quem foi esse autor. Ao organizar um banco de dados inicial, divulgando-o por meio desta pesquisa, esperamos contribuir para a difusão do pensamento deste autor, que muito tem a contribuir para a discussão de temas contemporâneos nas mais diferentes áreas do conhecimento. Palavras-chave: Wilhelm Reich; Tecnologias da Informação e Comunicação; Youtube. On Wilhelm Reich’s birthday: what to celebrate? Abstract More than one hundred and twenty years have passed since the birth of Wilhelm Reich in 1897 and more than sixty years have pas- sed since his death in 1957, but his ideas remais alive and desserves to be disseminated. In this, Information and Communication Technologies, so common nowadays, have a determining role. In this sense, this text aimed to identify, based on the vídeos available on Youtube, those capable of contributing to the dissemination of this author, still so unknown in Brazil. Through exploratory rese- arch on the Youtube website, we make sure that at least 10 of the collected vídeos contribute for an initial idea of who this author was. By organizing an initial database, disseminating it through this research, we hope to contribute to the dissemination of the ideas of this author who has a lot to contribute to the discussion of contemporary themes in the most differents areas of knowledge. Keywords: Wilhelm Reich; Information and Communication Technologies; Youtube. H Endereço para correspondência: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mes- quita Filho, Instituto de Biociências de Rio Claro, Departamento de Educação Física. Av. 24A, n. 1515 - Bela Vista - Rio Claro, SP - Brasil. CEP: 13506-900 E-mails: saraqm@rc.unesp.br, ggrimaldi.gl@gmail.com Os dados completos das autoras encontram-se ao final do artigo. Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Recebido em: 30 de janeiro de 2017 1ª avaliação: 5 de agosto de 2017 2ª avaliação: 27 de janeiro de 2020 Aceito em: 9 de março de 2020 https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i2/5778 https://orcid.org/0000-0001-6005-5271 https://orcid.org/0000-0001-5998-9851 mailto:saraqm@rc.unesp.br mailto:ggrimaldi.gl@gmail.com http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/ Sara Quenzer Matthiesen; Gabriela Grimaldi Bessani e logo seguiu para a Dinamarca e, depois, Suécia e No- ruega, onde intensificou suas pesquisas laboratoriais na Universidade de Oslo por volta de 1934. Nesse período, as mudanças foram tantas quanto as idéias e pesquisas que afloraram de seu pensamento. Da clínica com base na “Análise do caráter”, entre 1926 e 1934, oriunda de sua experiência psicanalítica relatada em livro de mesmo nome em 1933, Reich desenvolveu pouco a pouco a “Vegetoterapia carátero-analítica”, reve- lando, cada vez mais, a importância do corpo no processo terapêutico e da função do orgasmo em livros como: A função do orgasmo: problemas econômico-sexuais da energia biológica, o primeiro de seus escritos a ser tradu- zido para o inglês, em 1942, e para o português, em 1975 (MATTHIESEN, 2007). Mas isso não foi tudo! Como muitos intelectuais de sua época, atravessou o Atlântico, em direção aos Estados Unidos da América; intensificou seus estudos nos campos biológico e físico, o que lhe valeu a descoberta da energia orgone; avançou nas pesquisas contra o câncer, criando, em 1940, o acumulador de orgone para fins terapêuticos, sem saber que esse viria a ser o alvo principal das acusa- ções que sofrera nos anos finais rumo aos seus 60 anos. Mas foi em seus primeiros anos na América, onde viveu entre 1939 e 1957, que Reich encontrou um espaço amplo para o desenvolvimento de seu trabalho. Para além do aten- dimento clínico e intensas pesquisas laboratoriais, Reich ainda lecionava em uma das Universidades de Nova York – a New School for Social Research –, entre 1940 e 1941. Morando em Forest Hills, em Nova York, não demo- rou para que conhecesse e se apaixonasse pela bela região de Rangely, no Maine, para lá se transferindo, definitiva- mente, no início da década seguinte. Em Orgonon, nome dado à propriedade por ele adquirida nesse município, transformada pouco a pouco num centro de referência em pesquisa orgonômica, Reich e seus colaboradores deli- neavam contornos nítidos para a Orgonomia publicando suas descobertas em periódicos tais como o extinto Orgo- ne Energy Bulletin [Boletim e Energia Orgone]. Entretanto, o tempo, que foi insuficiente para que Reich construísse todas as instalações que pretendia em Orgonon, não o foi para a publicação, em 1947, de arti- gos difamatórios a seu respeito, como os de Mildred Edie Brady “The new cult of sex and anarchy”, na Harper’s Magazine, e “The strange case of Wilhelm Reich”, na New Republic, colocando em risco seu trabalho e inte- gridade, sufocados, pouco a pouco, por uma campanha difamatória que se nutria de acusações infundadas em relação à sua vida e obra, em plena era Macarthista (MA- TTHIESEN, 2007). Alvo de incriminações sórdidas, incapazes de acom- panhar os avanços de seu pensamento, Reich foi conde- nado a dois anos de prisão, após um processo longo e difícil nos Estados Unidos da América. As consequên- cias, talvez, não pudessem ser outras que não um ataque cardíaco que o levou à morte em 3 de novembro de 1957, pouco tempo depois do registro de seu testamento,1 em 8 de março desse mesmo ano. A morte física, entretanto, não provocou a morte de suas ideias, embora muitos tenham tentado sufocá-las ao longo dos tempos, incinerando, por exemplo, seus livros e artigos em momentos distintos. Felizmente outros, ain- da hoje, resistem ao aniquilamento de suas contribuições, fazendo-as aflorar em debates, vídeos, textos e produções científicas, como fruto da interface com os mais diferen- tes campos do conhecimento; afinal, até 2008, eram 11 as áreas do conhecimento que concentravam as produções acadêmicas relacionadas ao pensamento reichiano em Programas de Pós-Graduação de diferentes universida- des brasileiras (MATTHIESEN, 2012). Mas uma coisa é fato: Reich foi intenso nas análises que fez e árduo defensor da possibilidade de um mundo melhor. Daí sua aposta na possibilidade de prevenção das neuroses, preocupação não apenas de ordem médica, mas de ordem social e, portanto, inevitavelmente atrelada à educação (ALBERTINI, 1994; MATTHIESEN, 2005). Se esses dados, dentre tantos outros, merecem ser aqui registrados, há tantos outros que merecem ser lem- brados e que nos levam a questionar: o que há para se comemorar em seu aniversário? Ora, se o bolo ainda é pequeno se comparado à grandeza das ideias desse ilustre pensador, é fato que hoje já são muitos os brasileiros que se debruçam sobre suas preocupações, dando-lhe o devi- do valor e aprofundamento em dissertações de mestrado e teses de doutorado que o colocam no palco científico, como lhe é merecido, hoje chegando a mais de uma cen- tena de produções científicas. Na clínica terapêutica, embora ainda não sejam tantos os terapeutas reichianos quanto talvez se pudesse haver, não há dúvidas dos benefícios provenientes do trabalho de abordagem corporal, para o qual sua teoria da eco- nomia sexual propicia caminhos tão nítidos. Talvez esse número pudesse ser ainda mais crescente se fosse dada a devida atenção às suas ideias nos cursos de graduação, especialmente de Psicologia, para além do esforço incan- sável de centros de formação que se dedicam a oferecer essa oportunidade àqueles que reconhecem a importân- cia dessa perspectiva, a exemplo do Centro de Formação Reichiana, de Curitiba; do Ligare, em Americana; do Ins- tituto Lúmen, em Ribeirão Preto; do Núcleo de Psicote- rapia Reichiana, do Rio de Janeiro; entre tantos outros. Mas talvez o que haja para comemorar seja o fato de se poder falar e investigar suas ideias abertamente e sem medo, lembrando que foram elas que o levaram preso e à morte em uma penitenciária americana em finais dos anos de 1950, vitimado por um ataque cardíaco fulminan- te. Hoje, como constatado por Matthiesen (2007), alguns de seus livros podem ser lidos em português, sendo que muitos deles, a exemplo de Análise do caráter (REICH, 1933/1995) e Escute Zé Ninguém! (REICH, 1948/1998) tiveram seu conteúdo revisto, evitando-se imprecisões dispensáveis de edições mais antigas. 1 Sobre o assunto ver: Matthiesen (2001). 172 Fractal, Rev. Psicol., v. 32 – n. 2, p. 171-176, 2020 https://centroreichiano.com.br/ https://centroreichiano.com.br/ http://ligare.psc.br/ http://www.institutolumen.com.br/ http://www.institutolumen.com.br/ http://www.nucleopsic.org.br/ http://www.nucleopsic.org.br/ No aniversário de Wilhelm Reich: o que há para comemorar? Se divulgar informações dessa natureza é tarefa obri- gatória de todo e qualquer reichiano, contar com o auxílio das Tecnologias da Informação e Comunicação, em es- pecial da internet, parece ser algo irrefutável. Dentre as possibilidades – quase inesgotáveis – de divulgação e di- fusão deste e de tantos outros conteúdos, uma “rede social estruturada” pode “ter suas mensagens disseminadas com velocidade e força suficiente para gerar grandes mudan- ças” (CAPPRA, 2013), favorecendo pesquisas rápidas e/ ou aprofundadas ou disponibilizando vídeos, textos e de- bates promovidos por interessados na difusão de conheci- mentos, ainda que cuidados rigorosos quanto à veracidade do conteúdo não devam ser dispensados, mas confronta- dos – como o foram neste artigo – com fontes bibliográfi- cas seguras de especialistas na área e/ou do próprio Reich, evitando-se aqueles que, de forma perniciosa, denigrem sua imagem e ideias, também na internet. Iniciando uma reflexão sobre as contribuições das Tecnologias da Informação e Comunicação na difusão do pensamento reichiano Se são amplas as possibilidades de utilização das Tecnologias da Informação para a difusão do pensa- mento reichiano, iniciamos essa reflexão pautando-nos nas constatações de Bessani e Matthiesen (2015), que iniciaram uma busca pela identificação de conteúdos da internet publicados ou traduzidos para o português re- lacionados à vida e à obra de Wilhelm Reich, estabele- cendo um elo – até então, pouco explorado – de ligação entre Wilhelm Reich e as Tecnologias da Informação e Comunicação. Isso demonstra que, mais do que textos dedicados a registrar dados marcantes da vida deste ilus- tre pensador, na intenção de difundir esse conhecimen- to como o fez Matthiesen (2007), vídeos da internet, a exemplo dos disponíveis no Youtube, dão conta – e de forma certamente mais rápida e dinâmica –, de divulgar amplamente, mundo afora, quem foi Reich, afinal! Quadro 1: Alguns dos vídeos sobre Wilhelm Reich disponibilizados na internet. Vídeos produzidos Nome Descrição Endereço Data de acesso Wilhelm Reich - A Man's Right to Know Trata-se de um documentário produzido pelo Wilhelm Reich Museum, em inglês, de 29’12”, que conta detalhes da trajetória da vida de Wilhelm Reich, desde seu nascimento, em 1897, às circunstâncias que envolveram a sua morte em 1957. https://www.youtube.com/watc h?v=vpYdwj7vq7k 09 de Jun/2020 The Strange Case of Wilhelm Reich 2012 Trata-se de um vídeo disponível desde 2012, de 1h 46’25”, parte em alemão e parte em inglês, retratando os experimentos reichianos em torno do cloudbouster, do acumulador de orgone, sua relação com a filha Eva Reich e acontecimentos que antecederam seu julgamento nos Estados Unidos da América, quando foi condenado a dois anos de prisão. https://www.youtube.com/watc h?v=2KUjEexRraI 09 de Jun/2020 Wilhelm Reich and the Orgone Energy Trata-se de um vídeo produzido pelo Orgone Biophysical Research Lab-OBRL, de 9’58”, em inglês, é uma breve introdução à descoberta da energia orgone realizada por Wilhelm Reich e aos experimentos reichianos em torno desta descoberta a partir de 1940, como os experimentos bions, o acumulador de orgone, cloudbouster e outros experimentos biofísicos que antecederam o processo de perseguição que culminou em sua prisão e morte em 1957, na prisão. Faz referência a obra reichiana e a autores que, a exemplo de James DeMeo, deram prosseguimento às pesquisas em torno do pensamento reichiano. https://www.youtube.com/watc h?v=sPV-JExUPns 09 de Jun/2020 Wilhelm Reich Trata de um recorte do filme “It can be done” dirigido por Jon East em 1999 nos EUA, este vídeo, de 4’34”, em inglês, retrata um período da terapia reichiana, em que se evidencia a importância do corpo para o processo terapêutico. https://www.youtube.com/watc h?v=aN-ZCObMwNs 09 de Jun/2020 Fractal, Rev. Psicol., v. 32 – n. 2, p. 171-176, 2020 173 http://www.youtube.com.br https://www.youtube.com/watch?v=2KUjEexRraI https://www.youtube.com/watch?v=vpYdwj7vq7k https://www.youtube.com/watch?v=sPV-JExUPns https://www.youtube.com/watch?v=aN-ZCObMwNs Sara Quenzer Matthiesen; Gabriela Grimaldi Bessani É fato que o Youtube tornou possível, a qualquer usu- ário de computador, postar na internet vídeos passíveis de serem vistos por milhares de pessoas em poucos mi- nutos. Assim, a grande variedade de tópicos cobertos por esse portal tornou o compartilhamento de vídeos uma das mais importantes partes da cultura da internet (PELLE- GRINI et al., 2010). No que se refere às publicações on-line sobre Wilhelm Reich, Bessani (2016) identificou que 42% do que se encon- tra na internet está disponível no site do Youtube, registran- do as facilidades de se localizar/acessar informações sobre um determinado conteúdo, como fizemos neste texto. Por meio de pesquisa exploratória no site do Youtube, utilizando filtros e recursos de organização, a exemplo dos termos: “Wilhelm Reich”, “pensamento reichiano” e Vídeo-imagens Nome Descrição Endereço Data de acesso Wilhelm Reich: Imagens de uma vida em movimento Trata de um vídeo, de 2´56”, com diversas fotos de Reich, seus colegas de trabalho e familiares https://www.youtube.com/watc h?v=i9OmtK4su6s 09 de Jun/2020 Vídeo-entrevistas Nome Descrição Endereço Data de acesso Quem foi Wilhelm Reich Trata-se de uma entrevista, de 7’56”, elaborada pelo grupo Congresso Saúde sem Limites, com Ralph Viana de Florianópolis, o qual aborda, de forma geral, o trabalho de Wilhelm Reich e suas implicâncias na vida moderna. https://www.youtube.com/watc h?v=zflzrWAefPI 09 de Jun/2020 O Orgone e Wilhelm Reich Trata de um vídeo de ficção, em inglês com legenda em português, de 7’38”, que se remete aos experimentos de Reich com o cloudbouster, narrado por alguém que supostamente conhecera este equipamento e Wilhelm Reich nesse período, que antecedeu a sua prisão. https://www.youtube.com/watc h?v=CMM1-kAZF0E 09 de Jun/2020 Wilhelm Reich parte 1 El Comienzo/ Wilhelm Reich parte 2 Sus Investigaciones Trata de dois vídeos, o 1º com 22’39” e o 2º com 22’45”, elaborados pelo Mundo Desconocido falando um pouco sobre o pesquisador impressionante que foi Reich e os seus estudos. https://www.youtube.com/watc h?v=GxC-c2ysFoE https://www.youtube.com/watc h?v=jf-nFPfkWro 09 de Jun/2020 Wilhelm Reich, Orgonomia e Educação - 1ª, 2ª e 3ª Parte Trata-se de três vídeos, o 1º com 9’47”, o 2º com 9’01” e o 3º com 8’36”, falando sobre o pensamento reichiano e relacionando a realidade brasileira. https://www.youtube.com/watc h?v=SrNCSM0AmQo https://www.youtube.com/watc h?v=ut-9cxBT1VI https://www.youtube.com/watc h?v=05yQ5fNrUgo 09 de Jun/2020 Wilhelm Reich: Teoria da Personalidade Trata de 8 vídeos, com um total de 102’72”, filmando uma palestra do Centro Universitário de Brasília falando sobre o pensamento reichiano. O 1º vídeo traz uma introdução, o 2º os mitos sobre Reich, o 3º fala da importância dada por Reich a genitalidade, o 4º sobre as contribuições à psicanálise, o 5º fala sobre a personalidade, o 6º sobre a pulsação energética, o 7º sobre traumas e o 8º perguntas para discussão após a palestra. https://www.youtube.com/watc h?v=tdsfNA8kECI https://www.youtube.com/watc h?v=bphZ0qqs4Io https://www.youtube.com/watc h?v=CXgtDBeO3bw https://www.youtube.com/watc h?v=8DnRXzCmp6Y https://www.youtube.com/watc h?v=T1-z7Vd1myA https://www.youtube.com/watc h?v=K-FbWOC0Qpk https://www.youtube.com/watc h?v=xfUDwaH-d6M https://www.youtube.com/watc h?v=klPhf6BCLB8 09 de Jun/2020 Quadro 1: continuação. 174 Fractal, Rev. Psicol., v. 32 – n. 2, p. 171-176, 2020 https://www.youtube.com/watch?v=zflzrWAefPI https://www.youtube.com/watch?v=CMM1-kAZF0E https://www.youtube.com/watch?v=GxC-c2ysFoE https://www.youtube.com/watch?v=jf-nFPfkWro https://www.youtube.com/watch?v=SrNCSM0AmQo https://www.youtube.com/watch?v=ut-9cxBT1VI https://www.youtube.com/watch?v=05yQ5fNrUgo https://www.youtube.com/watch?v=tdsfNA8kECI https://www.youtube.com/watch?v=bphZ0qqs4Io https://www.youtube.com/watch?v=CXgtDBeO3bw https://www.youtube.com/watch?v=8DnRXzCmp6Y https://www.youtube.com/watch?v=T1-z7Vd1myA https://www.youtube.com/watch?v=K-FbWOC0Qpk https://www.youtube.com/watch?v=xfUDwaH-d6M https://www.youtube.com/watch?v=klPhf6BCLB8 https://www.youtube.com/watch?v=i9OmtK4su6s No aniversário de Wilhelm Reich: o que há para comemorar? “terapia reichiana”, chegou-se a vídeos que nos remetem, de imediato, às informações sobre aspectos concernentes à vida e à obra de Reich, como é o caso de “Wilhelm Reich –Man’s Right to Know”, “Quem tem medo de Wi- lhelm Reich?”, “The Strange Case of Wilhelm Reich”, “Wilhelm Reich and the Orgone Energy”, “Wilhelm Rei- ch”, “Quem foi Wilhelm Reich”, “O orgone e Wilhelm Reich”, “Wilhelm Reich parte 1 El Comienzo”, “Wilhelm Reich, Orgonomia e Educação Parte 1”, “Wilhelm Reich: Teoria da Personalidade”, “Wilhelm Reich: imagens de uma vida em movimento”, cujas sinopses aqui registra- das visam motivar o leitor à sua apreciação (Quadro 1). Selecionados os vídeos dentre aqueles que conside- ramos, com base em referências tais como Matthiesen (2005; 2007), serem fieis às informações concernentes à vida e obra de Reich, agrupamos esse material de forma que, ao terem acesso a essas informações, outros possam conhecer um pouco – de forma introdutória e fidedigna – o pensamento desse importante autor. O fato é que esses são apenas exemplos que ilustram possibilidades de aproximação, ou melhor, de utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação como aliadas para a divulgação e difusão de aspectos concer- nentes à vida e à obra de Reich. Ou seja, a internet tem muito a contribuir neste processo, constituindo-se em um ganho contemporâneo, sem precedentes, para a difusão do pensamento reichiano, se bem aproveitada (BESSANI, 2016), desde que preservada das especulações e difama- ções que rondam o universo reichiano também nesse meio e que podem, por outro lado, contribuir para a difusão de ideias equivocadas a seu respeito e acerca de sua obra. Registrando essa possibilidade própria das circuns- tâncias atuais de vincular a divulgação e difusão do pensamento reichiano aos desígnios das tecnologias, evi- denciamos serem muitos os benefícios dela decorrentes quando leais às informações fidedignas sobre a temática, as quais poderão ser exploradas por todos aqueles que in- tencionam investigar, conhecer e/ou dialogar sobre Reich. O final de um bom começo Mesmo que esta se revele como uma pesquisa preli- minar sobre um tema tão promissor, que aproxima Reich das Tecnologias da Informação e Comunicação, sugeri- mos ao leitor um acesso imediato ao material – leia-se vídeos – que integra a Figura 1, de modo a compartilhar desta discussão. Por ora, e com base no exposto, só nos resta, em mais esse aniversário de Wilhelm Reich, dar-lhe os parabéns. Parabéns, Reich! Parabéns pela coragem, pela astúcia e pela hombridade de ter defendido suas ideias tão inten- samente, registrando-as em uma obra tão vasta, fazendo com que hoje possamos seguir seus ensinamentos – tam- bém com apoio da internet –, nos mais diferentes campos do conhecimento, com paixão, porém não sem crítica. Parabéns por ter entusiasmado outros a prosseguirem com seu trabalho, difundindo e aprofundando suas ideias, em busca de uma vida mais digna. Parabéns por manter-se presente nas discussões acer- ca da sexualidade, da liberdade, da vida em si e que hoje, com auxílio das Tecnologias da Informação e Comunica- ção, em especial da internet, ganham mais espaço e opor- tunidades para serem – mais rapidamente – conhecidas ou, como prefere a geração atual, “curtidas”. Informações sobre os autores: Sara Quenzer Matthiesen https://orcid.org/0000-0001-6005-5271 http://lattes.cnpq.br/7067580329376825 Possui licenciatura em Educação Física e Técnico Desportivo pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1987); mestrado em Educação: História, Política, Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1996) e doutorado em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2001). É docente aposentada da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, onde atuou na área de Educação Física, com ênfase em Educação Física Escolar, atletismo e pensamento reichiano. Gabriela Grimaldi Bessani https://orcid.org/0000-0001-5998-9851 http://lattes.cnpq.br/7695005120927795 Possui bacharelado em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista (2011); mestrado em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela Universidade Estadual Paulista, campus de Rio Claro (2016), onde estudou sobre a vida e obra de Wilhelm Reich. Certificada pela Sociedade Brasileira de Personal Trainers e como instrutora de Treinamento Funcional pelo Institute Human Performance, especialista no método Pilates e em Avaliação Física Postural e Multifuncional. Contribuições das autoras: As autoras colaboraram ao longo do processo, desde a elaboração até a revisão final do manuscrito. Ambas aprovaram o manuscrito final para publicação. Como citar este artigo: ABNT MATTHIESEN, Sara Quenzer; BESSANI, Gabriela Grimaldi. No aniversário de Wilhelm Reich: o que há para comemorar?. Fractal: Revista de Psicologia, Niterói, v. 32, n. 2, p. 171-176, maio./ago. 2020. https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i2/5778 APA Matthiesen, S. Q., & Bessani, G. G. (2020, Maio/Agosto). No aniversário de Wilhelm Reich: o que há para comemorar?. Fractal: Revista de Psicologia, 32(2), 171-176. doi: https://doi. org/10.22409/1984-0292/v32i2/5778 Copyright: Copyright © 2020 Matthiesen, S. Q., & Bessani, G. G. Este é um artigo em acesso aberto distribuído nos termos da Licença Creative Commons Atribuição que permite o uso irrestrito, a distribuição e reprodução em qualquer meio desde que o artigo original seja devidamente citado. Copyright © 2020 Matthiesen, S. Q., & Bessani, G. G. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original article is properly cited. Fractal, Rev. Psicol., v. 32 – n. 2, p. 171-176, 2020 175 https://youtu.be/vpYdwj7vq7k https://youtu.be/vpYdwj7vq7k https://youtu.be/53zQd1-igMs https://youtu.be/53zQd1-igMs https://youtu.be/2KUjEexRraI https://youtu.be/sPV-JExUPns https://youtu.be/aN-ZCObMwNs https://youtu.be/aN-ZCObMwNs https://youtu.be/zflzrWAefPI https://youtu.be/CMM1-kAZF0E https://youtu.be/CMM1-kAZF0E https://youtu.be/GxC-c2ysFoE https://youtu.be/SrNCSM0AmQo https://youtu.be/SrNCSM0AmQo https://youtu.be/tdsfNA8kECI https://youtu.be/tdsfNA8kECI https://youtu.be/i9OmtK4su6s https://youtu.be/i9OmtK4su6s https://orcid.org/0000-0001-6005-5271 https://orcid.org/0000-0001-6005-5271 http://lattes.cnpq.br/7067580329376825 http://lattes.cnpq.br/7067580329376825 https://orcid.org/0000-0001-5998-9851 https://orcid.org/0000-0001-5998-9851 http://lattes.cnpq.br/7695005120927795 http://lattes.cnpq.br/7695005120927795 https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i2/5778 https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i2/5778 https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i2/5778 Sara Quenzer Matthiesen; Gabriela Grimaldi Bessani Referências ALBERTINI, PAULO. 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