UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO ALINE DE OLIVEIRA GOMES A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO LANÇAMENTO DO DARDO: BASE PARA O ENSINO DO ATLETISMO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Rio Claro 2010 LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 1 ALINE DE OLIVEIRA GOMES A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO LANÇAMENTO DO DARDO: BASE PARA O ENSINO DO ATLETISMO EM AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Orientadora: SARA QUENZER MATTHIESEN Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Educação Física. UNESP – CAMPUS RIO CLARO 2010 Gomes, Aline de Oliveira A Evolução Histórica do Lançamento do Dardo: Base para o Ensino do Atletismo em Aulas de Educação Física / Aline de Oliveira Gomes. - Rio Claro : [s.n.], 2010 104 f. : il., figs., tabs. Trabalho de conclusão (licenciatura - Educação Física) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro Orientador: Sara Quenzer Matthiesen 1. Atletismo 2. História do esporte. 3. Campo escolar. 4. Material didático. I. Título. 796.4 G633e Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP 1 Dedico este trabalho a meus pais José Valter e Maria Helena, meus anjos. 2 AGRADECIMENTOS Agradecer por tudo �ue devo agradecer, � certamente impossível, ainda mais com poucas palavras... Por�m não e�istiria �uantidade de páginas �ue pudessem contar todo o agradecimento e carinho �ue tenho por todos �ue foram tão importantes nesses �uatro anos... Gostaria de agradecer primeiramente a Deus, por tudo. Sou muito grata por minha vida e pelas pessoas �ue fazem parte dela. Aos meus pais, �os� �alter e Maria Helena. Sem vocês eu não sou nada. Sou muito grata por tudo o �ue fizeram e ainda fazem por mim. Todo apoio, toda a�uda, sempre presentes em todos os momentos. Duas pessoas maravilhosas, batalhadoras, incríveis, dedicados,..., enfim, vocês são especiais e essências para mim. Amo muito vocês� Aos meus irmãos, Bruno e Amanda, por estarem ao meu lado sempre e por terem me incentivado durante a faculdade, também amo vocês, meu “Magrelinho” e minha “Limão”. Tenho muito orgulho de ter uma família como a nossa. E falando em família, tamb�m devo agradecer a toda a minha família por toda a base, união, força, entre muitas e muitas coisas �ue são fundamentais para todos nós. Obrigado a vocês meus avós (Adorinda, Armando e Helena)� a D�bora (cunhadinha)� tios e tias, especialmente Luiz, Cl�ria, Thais, �alter (nunca vou me es�uecer do dia em �ue disse �ue tinha orgulho de mim), Maria Helena, D�alma, Magda (em memória), �altercir (em memória) e Luis (em memória) �ue tenho certeza �ue olham por mim sempre� primos e primas, em especial, Ana e Bi, minhas pe�uenas, tudo para mim, assim como minha “irmãzinha” Natália, obrigado por tudo o �ue somos uma da outra, e ao primo Gioni por sempre estar ao nosso lado, e sempre de bom-humor fazer todo mundo feliz. E como falei de família, não poderia dei�ar de agradecer pela família �ue fiz durante esses anos, meus grandes amigos. �ou começar em ordem alfab�tica para não dar briga. Anderson, tanto o �ue falar de você, meu amigo, inclusive �á comentei isso com você. O Anderson � especial, e ele � a�uele amigo de todas as horas, sempre a�udando todos antes mesmo dele. O Anderson, al�m de meu amigo, ele foi o grande responsável por muito �ue con�uistei nesses anos. Ele me a�udou muito no laboratório. Ando, amo você “Sensação”. Angelica minha parceira desde o primeiro ano. E �uando não estamos �untas, todos sempre perguntavam onde estava a outra. G�, obrigado por tudo, amiga. Pela amizade, companheirismo, confidências, por todos momentos �ue passamos, por toda a�uda, todo apoio, enfim, tamb�m teria muito o �ue te agradecer e te elogiar a�ui. G�, amo você amiga. 3 Juliana, você é demais. A nossa “Mal-humor” e nem um pouco pontual, Ju Brasil. �uliana, você � autêntica e todo esse seu �eitinho con�uista a todos a sua volta. Minha �u�ubras, obrigado por tudo tamb�m. � tanto �ue tenho �ue te agradecer não só na faculdade. �u�ubras, obrigado por todo apoio, amizade, união, e assim como os outros, tenho muito o �ue falar e te agradecer. Amo você, �u�ubras. Leandro - Guloso, “Shu”, o nosso “Culo”. Mesmo ele não demonstrando muito, e todo com seu �eitão meninão, ele �á confessou e nós sabemos �ue ele nos ama. Tantas histórias, hein Guloso. Espero de coração, �ue depois nós continuemos unidos, mesmo você se afastando da gente de vez em �uando, né Gulo. Gulo, Amo “ust”, “Xuxu”. Marcelo, a gente sempre brinca �ue fomos os primeiros a nos conhecer de todos. E deu muito certo, por�ue a gente realmente virou amigo. Temos nossas briguinhas de vez em �uando, mas a gente sabe �ue nos gostamos muito. Obrigado a você tamb�m, viu Marce, �ue tamb�m �á me a�udou bastante com as coisas da faculdade. Marcinho, tamb�m te agradeço por sua amizade, e �uero �ue saiba algo �ue tinha �ue te responder: Nossa amizade vai al�m da formatura, viu Marcinho (você lembra, não ��). Amo você, Marce. Natália, o �ue falar de você tamb�m, hein. A nossa lutadora. E não � só no sentido da briga, n� Nati�� A Nati � uma pessoa batalhadora, e � lutadora de espírito. Não poderia ter um esporte melhor para você. �ocê tamb�m � incrível, e tenho tanto o �ue te agradecer. Muitos momentos... muita amizade (� só olhar no olhinho brilhando). Nati, obrigada por tudo minha amiga. Te amo Nati. O Nuno � o grande amigo �ue fiz em tão pouco tempo, e como ele mesmo diz, nossa amizade ainda � muito forte mesmo separados pelo oceano. Nuno Portuga, muito obrigado pelo tempo �ue ficou com a gente, pela amizade, pela estatística �ue graças a você, nós entendemos. Obrigado pelos momentos incríveis �ue nos proporcionou. Foi tudo tão intenso, e at� ho�e, nós brincamos (eu, Nati, �u e G�), �ue você veio para nos unir de verdade. E com isso, sou mais grata ainda por você e�istir e ter feito parte da minha vida, mesmo �ue por um tempo curto, e �ue agora ainda � forte mesmo �ue por correspondências. “Xuão Bitor”, amo você e te desejo tudo de melhor com sua agora esposa, “Xuana”. Sempre estaremos “ax xinco e meia no favo de mel, com ax meiax bonitax”. Obrigado a todos vocês meus “amigos-irmãos” que são tão especiais e tão importantes para mim. Ando, G�, �u, Gulo, Marce, Nuno e Nati, não tenho nem palavras para descrever tudo o �ue vocês significam e representam para mim. Tenho muito orgulho de vocês e �uero que vocês estejam sempre ao meu lado. “Amo ustedes”! Lembrando �ue citei a�ui poucos, 4 pois foram os �ue eu conheci a mais tempo, e eles tiveram a oportunidade de me a�udar de alguma forma, desde o primeiro momento e serem intensos em minha vida. Não poderia dei�ar de escrever tamb�m sobre essas pessoas maravilhosas �ue eu adoro de pai�ão: Amanda (“Deli”, querida, linda, super), Fê (“Bérninha”, toda meiga e linda mesmo brava), Renato (“Renatarãm”, “Benguélo”). Deli o quanto nós conversamos, saímos, demos risadas, estudamos... hein gata�� Fê, só de olhar para você, �á me enche o coração de felicidade. �ocê tem uma coisa tão boa, menina... �ocê � fofa demais, e mesmo pouco tempo �untas eu te considero muito, e você sabe. Renato, eu + você = risada infinita!!! �ocê merece tudo de bom. E a Elisa �ue chegou depois e nesse pou�uinho tempo se mostrou uma companhia mais do que “0,25”, e eu acho justo te agradecer por momentos ótimos e de muitas risadas, e �ue se�a apenas o começo. Agradeço a vocês �ue são pessoas tão especiais para mim. Tamb�m dese�o �ue nosso contato não termine por a�ui. Gostaria de agradecer tamb�m a melhor classe de todos os anos: LEF 2007. Tenho muito �ue agradecer, por esse período ter sido um dos melhores da minha vida. Com vocês compartilhei muitas coisas, momentos. �ocês �á estão marcados na minha vida, e com certeza devo muito a vocês, por ter feito uma graduação tão ótima como foi. Aline “Potra”, Ayra, �arina, Alemão, �apa, �caro, Imaira, C�mis (quatro anos no grupinho do “F5”), Henri�ue (o nosso cantor - sou sua fã), Mãozinha (meu dançarino predileto – tamb�m sou sua fã), ��nior (aqui eu vou ser obrigada a confessar que te adoro, Juju, seu “gordo”), Renan (alegria na certa – e dança muito também, né “Sexy”?! Grande amigo), Luquinha (o “bonzinho” da sala, tão fofo), D� (tamb�m � alegria na certa e um grande amigo, pena termos passado “pouco” tempo juntos), Flávia (nossa bailarina e divertida com seu jeito “Flávia de ser”), Rodrigo (amigo de longa data), Chorão (meu amigo �ue eu admiro muito, tenho muito orgulho, inteligente, vitorioso. Grande amigo �ue lamento termos tido tão “pouco” tempo também), Hélder (todos adoram você. E serei sempre sua fã: Hélderrrr!!!!). Obrigado galera��� A todo o pessoal do GEPPA, em especial ao Gu� �ue me a�udou bastante nesses �ltimos meses. Obrigado mesmo, por sempre se mostrar disposto. A todos meus amigos de fora da faculdade, e meus amigos “veteranos” e “bixos”, assim como o pessoal do BEF, alguns em especial, �ue com certeza dividiram muitos momentos �ue passei nesta fase. E aos meus professores �ue tenho muito orgulho de dizer �ue tamb�m foram importantes para essa minha �ornada, e foram muito mais do �ue professores para mim, em especial, Gobatto, Gobbi, Afonso, Samuel, Sura�a, Carlos, Osmar, Poliana, Anaruma, Barela, Lilian, Catia, Silvia, Rosa Maria, Camila, Fabinho, Fernanda. P.s.: � � tamb�m Carla Crispim Nascimento, �ue me a�udou muito no primeiro ano. Agradeço muito a você por todo apoio, e ao LAFFE (PROFIT) �ue sempre me recebeu de braços abertos. Por fim, e especialmente, � Sara Quenzer Matthiesen, minha professora e orientadora, �ue desde meu primeiro ano �ue faço parte de seu laboratório - GEPPA, vêm me a�udando com trabalhos, e�periências, e toda a noção de pes�uisa científica, produç�es acadêmicas, enfim, muito do �ue sei devo � você, Sara. Muito obrigada por confiar em mim, e por ter me orientado durante todo esse meu período na graduação. Muito obrigado por essa honra� “Só enquanto eu respirar vou me lembrar de vocês” 6 RESUMO Ainda �ue pouco conhecida, a história do lançamento do dardo revela ser esta uma prova muito antiga, e�istente desde os �ogos Olímpicos da Gr�cia Antiga. Com base nisso, o ob�etivo desta pes�uisa consistiu em resgatar a história dessa prova do atletismo, observando seu desenvolvimento ao longo dos anos, sobretudo no �ue diz respeito �s alteraç�es em suas regras, em seus implementos, em seus resultados, entre outras coisas. Com base em livros, documentos, registros de competiç�es e fotografias de diferentes �pocas, essa pes�uisa histórico-bibliográfica procurou coletar o maior n�mero de dados �ue nos permitem compreender e analisar o desenvolvimento da prova do lançamento do dardo at� os dias atuais. Entre outras coisas, os resultados evidenciam o surgimento do lançamento do dardo a partir da necessidade de sobrevivência do homem, sendo utilizado, sobretudo, em suas atividades de caça e guerra, no período da Pr�-História. No período da Antiguidade Clássica, há registros �ue comprovam a utilização do dardo por infantarias e cavalarias, na Gr�cia Antiga, no Imp�rio Romano e pelos Lusitanos. Entretanto, al�m das guerras, o dardo era tamb�m utilizado nesse período em atividades esportivas. O lançamento do dardo era praticado de duas diferentes formas nessa �poca: o lançamento do dardo em um alvo pr�- determinado (traçava-se um círculo com a dist�ncia dese�ada e o atleta deveria fazer o dardo cair dentro dele). Esse tipo de lançamento ocorria a partir de um ponto fi�o �ue, muito provavelmente, era a linha de partida do estádio (stádion), chamada de “balbís” - e o lançamento do dardo em um alvo predeterminado (�ue acontecia geralmente em cima do cavalo, e o cavaleiro deveria acertar o alvo a partir de um ponto ou uma dist�ncia). Essa competição era denominada aspís (“escudo”) ou agón khalkeîos (“competição de bronze”), devido ao alvo ser um escudo, o �ual era concedido como prêmio ao vencedor. In�ditos no campo do atletismo, os resultados dessa pes�uisa visam, em �ltima inst�ncia, subsidiar o trabalho dos professores no ensino dessa prova, em especial, no campo escolar onde deveria ser trabalhada como parte do conte�do das aulas de Educação Física. Palavras-chave: lançamento do dardo� atletismo� história do esporte. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Homens pr�-históricos caçando um Mamute com suas lanças. .............................. 21 Figura 2: Homem pr�-histórico com sua lança. .................................................................... 22 Figura 3: Pintura rupestre de homens pr�-históricos caçando com suas lanças. .................... 23 Figura 4: Um peltaste grego manuseando a lança e a pelta. .................................................. 24 Figura �: Peltaste armado com suas lanças e a pelta. ............................................................ 24 Figura 6: Hoplita armado com sua lança e o hóplon. ............................................................ 24 Figura 7: Falange grega. ....................................................................................................... 2� Figura �: Soldados da falange grega correndo em direção � batalha, en�uanto recebem flechas atiradas pelo e��rcito adversário. ......................................................................................... 2� Figura 9: Lançamento do dardo em um alvo pr�-determinado. ............................................. 26 Figura 10: Soldado com uma lança. ...................................................................................... 27 Figura 11: Infantaria da Idade M�dia na Batalha de Al�ubarrota. .......................................... 2� Figura 12: Cavalaria armada com lança. ............................................................................... 2� Figura 13: Ilustração de um propulsor (arma). ..................................................................... 29 Figura 14: “Homem Tapuia”. ............................................................................................... 30 Figura 1�: Personagem do Boi-Bumbá do Amazonas. ......................................................... 31 Figura 16: Representação de um soldado mouro da “Cavalhada”, em Minas Gerais. ........... 32 Figura 17: Luta entre cristão (azul – Bem) e mouro (vermelho – Mal). ................................. 32 Figura 1�: Cavaleiro �ogando a Argolinha. ........................................................................... 33 Figura 19: As tribos do �ingu realizam a festa ..................................................................... 34 Figura 20: O índio nahu�uá .................................................................................................. 34 Figura 21: O arpoador de �acar� lançando seu arpão de cima do barco.................................. 34 Figura 22: Estátua representando Poseidon, o Deus do Mar. ................................................. 3� Figura 23: Disco de bronze com a representação do atleta no lançamento do dardo � dist�ncia ............................................................................................................................... 36 Figura 24: Pintura do atleta grego próximo a suposta “balbís” .............................................. 36 Figura 2�: Pista de atletismo – área delimitada do lançamento do dardo ............................... 37 Figura 26: a an��le - “ancile”. ............................................................................................. 3� Figura 27: Pintura em vaso de um atleta grego utilizando a “ancile”, no momento do lançamento ........................................................................................................................... 39 Figura 2�: Treinamento de atletas (nus) para as provas do pentatlo, �ue era composto por � provas: salto, lançamento do dardo, do disco, corrida e luta.................................................. 40 � Figura 29: Dardos oficiais para treinamento. ........................................................................ 41 Figura 30: Dardos oficiais de estrutura de duralumínio. ........................................................ 42 Figura 31: Dardo oficial de estrutura de duralumínio. ........................................................... 43 Figura 32: Ao centro, atleta grego do lançamento do dardo tomando impulso para lançar o dardo, �ue está na posição horizontal, pró�imo � sua cabeça ................................................ 44 Figura 33: Empunhadura ...................................................................................................... 4� Figura 34: Empunhadura tipo “Garfo”.................................................................................. 46 Figura 3�: Empunhadura “Finlandesa”. ................................................................................ 46 Figura 36: Empunhadura “Americana”. ................................................................................ 46 Figura 37: “Posição inicial – Empunhadura” ........................................................................ 46 Figura 3�: “Corrida” ............................................................................................................ 47 Figura 39: “Passos de preparação para o lançamento” .......................................................... 4� Figura 40: “Arremate” ......................................................................................................... 49 Figura 41: Medidas e design do implemento. ...................................................................... �0 Figura 42: �rea de lançamento do dardo. ............................................................................. �1 Figura 43: Eric Lemming no lançamento do dardo nos �ogos Olímpicos de 190�, em Londres .......................................................................................................................... �2 Figura 44: Jan Železný durante o lançamento do dardo ........................................................ �3 Figura 4�: Andreas Thor�ildsen no momento do lançamento. ............................................. �4 Figura 46: Babe Didri�son em posição de lançamento do dardo. .......................................... �� Figura 47: Osleid�s Men�ndez em posição de lançamento. .................................................. �6 Figura 48: Barbora Špotáková no momento do lançamento. ................................................ �6 Figura 49: Cabo de vassoura e bastão. .................................................................................. �� Figura �0: Dardos de tamanho menor, confeccionados com materiais alternativos. .............. �9 Figura �1: �ogo de dardo – Acerte o alvo. ............................................................................ �9 Figura �2: Dardos de brin�uedo. .......................................................................................... �9 Figura �3: �aras de bambu – material alternativo. ................................................................ 90 Figura �4: Bolas de borracha. ............................................................................................... 90 Figura ��: Bola de meia de algodão.. ................................................................................... 91 Figura �6: Bolas de meia-calça ............................................................................................ 91 Figura �7: Bola de saco plástico. .......................................................................................... 91 Figura ��: Canos de P�C. .................................................................................................... 92 Figura �9: Lanças feitas de �ornal. ........................................................................................ 92 Figura 60: Bastão de garrafa pet com pap�is coloridos. ........................................................ 92 9 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 190�.........................�7 Tabela 2: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino (estilo livre) em 190�.... �� Tabela 3: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1912.........................�� Tabela 4: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1920.........................�9 Tabela �: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1924.........................�9 Tabela 6: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 192�.........................�9 Tabela 7: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1932.........................60 Tabela �: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 1932...........................60 Tabela 9: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1936.........................61 Tabela 10: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 1936.........................61 Tabela 11: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 194�.......................62 Tabela 12: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 194�.........................62 Tabela 13: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 19�2.......................63 Tabela 14: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 19�2.........................63 Tabela 1�: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 19�6.......................63 Tabela 16: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 19�6.........................64 Tabela 17: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1960.......................64 Tabela 1�: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 1960.........................6� Tabela 19: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1964.......................6� Tabela 20: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 1964.........................66 Tabela 21: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 196�.......................66 Tabela 22: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 196�.........................66 Tabela 23: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1972.......................67 Tabela 24: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 1972.........................67 Tabela 2�: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1976.......................6� Tabela 26: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 1976.........................6� Tabela 27: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 19�0.......................69 Tabela 2�: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 19�0.........................69 Tabela 29: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 19�4.......................69 Tabela 30: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 19�4.........................70 Tabela 31: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 19��.......................70 Tabela 32: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 19��.........................71 10 Tabela 33: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1992.......................71 Tabela 34: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 1992.........................72 Tabela 3�: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 1996.......................72 Tabela 36: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 1996.........................72 Tabela 37: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 2000.......................73 Tabela 3�: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 2000.........................73 Tabela 39: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 2004.......................74 Tabela 40: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 2004.........................74 Tabela 41: Resultados olímpicos do lançamento do dardo masculino em 200�.......................7� Tabela 42: Resultados olímpicos do lançamento do dardo feminino em 200�.........................7� Tabela 43: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 19�3..................................................................................................................................... 76 Tabela 44: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 19�3.....................................................................................................................................76 Tabela 4�: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 19�7..................................................................................................................................... 77 Tabela 46: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 19�7..................................................................................................................................... 77 Tabela 47: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 1991..................................................................................................................................... 77 Tabela 4�: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 1991..................................................................................................................................... 7� Tabela 49: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 1993..................................................................................................................................... 7� Tabela �0: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 1993.....................................................................................................................................79 Tabela �1: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 199�..................................................................................................................................... 79 Tabela �2: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 199�..................................................................................................................................... 79 Tabela �3: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 1997..................................................................................................................................... �0 Tabela �4: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 1997.....................................................................................................................................�1 11 Tabela ��: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 1999.....................................................................................................................................�1 Tabela �6: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 1999..................................................................................................................................... �1 Tabela �7: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 2001..................................................................................................................................... �2 Tabela ��: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 2001..................................................................................................................................... �2 Tabela �9: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 2003..................................................................................................................................... �3 Tabela 60: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 2003................................................................................................................... .................. �3 Tabela 61: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 200�..................................................................................................................................... �4 Tabela 62: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 200�.....................................................................................................................................�4 Tabela 63: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 2007..................................................................................................................................... �4 Tabela 64: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 2007..................................................................................................................................... �� Tabela 6�: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo masculino em 2009..................................................................................................................................... �� Tabela 66: Resultado do Campeonato Mundial do lançamento do dardo feminino em 2009..................................................................................................................................... �6 12 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14 2. OBJETIVO ..................................................................................................................... 19 3. METODOLOGIA .......................................................................................................... 20 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 21 4.1 História do dardo ........................................................................................................ 21 4.1.1 O lançamento do dardo na Pr�-história ................................................................ 21 4.1.2 O lançamento do dardo na Antiguidade Clássica .................................................. 23 4.1.3 O lançamento do dardo na Idade M�dia ............................................................... 27 4.1.4 Outras formas de utilização do dardo ao longo da história .................................... 29 4.1.� O Lançamento do dardo na Gr�cia Antiga ............................................................... 3� 4.2 O implemento ............................................................................................................. 3� 4.3 Sobre a t�cnica do lançamento do dardo ..................................................................... 44 4.3.1 T�cnica do lançamento na atualidade ................................................................... 4� 4.4 Sobre as regras básicas do lançamento do dardo ......................................................... 49 4.� Sobre os lançadores do dardo ..................................................................................... �2 4.6 Resultados dos �ogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais do lançamento do dardo ... �7 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... �7 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 97 14 1. INTRODUÇÃO O atletismo � uma modalidade esportiva pouco trabalhada na maioria das escolas, durante as aulas de Educação Física (SIL�A, 200�� MATTHIESEN, 200�� 2007). Tal afirmação encontra sustentação em vários outros trabalhos da área, a e�emplo de Silva (200�) �ue observou �ue um dos maiores motivos apontados pelos professores de Educação Física para �ue isso ocorra, � a falta de infra-estrutura das escolas. Entretanto, � preciso salientar o fato de �ue, na maioria das vezes, o atletismo � visto apenas como um esporte de alto rendimento, �ue possui regras rígidas, muitas normas a serem seguidas e movimentos t�cnicos precisos �ue comprometem, muitas vezes, a participação de alguns alunos, sobretudo daqueles vistos como “menos habilidosos” por parte de alguns professores de Educação Física �ue, numa atitude preconceituosa, se es�uecem do real significado de educar. Isso, certamente, colabora para �ue o ensino do atletismo se�a dei�ado de lado, pois para ensiná-lo o professor precisará enfrentar barreiras, entre as �uais, ��uela apontada por �unz (199�) apud Meurer (200�), ao ressaltar �ue: �os alunos preferem mil vezes �ogar, brincar com a bola, do �ue saltar em altura, dist�ncia ou arremessar ou se �matar� numa corrida de �uatrocentos metros� (p.1). Nesse sentido, o autor reforça �ue: A preferência por atividades �ogadas não está somente na falta de ludicidade como de apresentam as chamadas ‘provas’ de atletismo, mas na maioria dos casos, por lembranças de insucesso ou de uma vivência não bem sucedida pelos par�metros normais como essas provas se apresentam (�UN�,199� apud MEURER, 200�, p.1). Al�m desses autores, outros como Barros e Dezem (197�), reforçam �ue, infelizmente, essa � uma das práticas esportivas menos realizadas em aulas de Educação Física. Matthiesen (200�� 2007) por sua vez, enfatiza �ue mesmo sendo considerado como um dos conte�dos fundamentais da Educação Física, envolvendo habilidades básicas como correr, saltar, arremessar, lançar e marchar, o atletismo �, por diversas vezes, dei�ado de lado nas aulas de Educação Física no campo escolar. Al�m desses autores, Almeida e Balugoli (2006) apud Freitas (2009) verificaram �ue o atletismo vem sofrendo um desmerecimento no ambiente escolar, comprovando, em pes�uisa realizada na região de Franca e Ribeirão Preto, �ue são poucas as manifestaç�es dessa modalidade esportiva em aulas de Educação Física. Isso fica claro com a pes�uisa realizada por Betti (199�) �ue constata �ue o atletismo tem sido dei�ado de lado nas aulas de Educação Física, em detrimento de conte�dos como o 1� voleibol, o handebol, o futebol e o bas�uetebol. Al�m dela, Freitas (2009) enfatiza �ue os conte�dos trabalhados nas aulas de Educação Física Escolar são bastante restritos, envolvendo poucas modalidades esportivas e, dificilmente, o atletismo. Para além do predomínio, em aulas de Educação Física, dos “esportes de quadra” em relação ao atletismo, nota-se �ue �uando isso ocorre, seu ensino fica limitado �s corridas de velocidade, resistência e a alguns tipos de saltos, enfatiza Betti (199�). Ou se�a, raramente, observa Matthiesen (200�), os arremessos e lançamentos – dentre os �uais o lançamento do dardo – são desenvolvidos pelos professores durante as aulas de Educação Física na escola. Por outro lado, Silva (200�) ressalta �ue por ser considerado como um esporte de base, o atletismo, muitas vezes, acaba perdendo sua especificidade ou legitimidade. Ou se�a, considerando �ue suas habilidades básicas são, como lembra �ustino (2007), essencialmente necessárias para a prática de outras modalidades esportivas, o atletismo acaba integrando o trabalho de outras modalidades esportivas, sem �ue se dê uma melhor atenção ao seu conte�do específico. Em suas palavras: O lançar uma bola leve confunde-se com um passe ou um arremesso do Handebol, o correr � fundamental em �uase todas as modalidades �ue necessitam de locomoção. A ligação da corrida-impulsão para o salto em altura solicita aç�es semelhantes � preparação do ata�ue no voleibol (�USTINO, 2007, p.3). Para al�m das dificuldades apontadas, nota-se �ue o pouco contato com o atletismo nas aulas de Educação Física durante o Ensino Fundamental e M�dio certamente implica em outros problemas, como a falta de interesse por essa modalidade esportiva por parte dos alunos do Curso de Educação Física no Ensino Superior, os �uais, muitas vezes, não visualizam a aplicação desse conte�do em sua futura vida profissional (MEURER, 200�) Muitas vezes, tal “falta de interesse” é proveniente do próprio desconhecimento - fruto da falta de contato -, dessa modalidade esportiva. Baseada em pes�uisas realizadas com universitários do Curso de Educação Física da UNESP - Rio Claro, Matthiesen (2007) ressalta que dos 56 alunos matriculados na disciplina “Fundamentos do Atletismo” em 2002 (27 universitários do curso de bacharelado e 29 universitários do curso de Licenciatura), apenas 1� (27�) tiveram contato com atletismo na escola, en�uanto 41 (73�) não tiveram contato algum com essa modalidade esportiva durante o período escolar. Tal aspecto, segundo Matthiesen (2007), pode gerar uma outra �ustificativa para o não ensino do atletismo em aulas de Educação Física. Ou se�a, se durante a formação acadêmica o futuro profissional de Educação Física não aprende, de fato, o atletismo, �uer se�a por não ser 16 essa uma disciplina obrigatória da graduação ou por ser seu ensino deficiente no Ensino Superior, ao se formar as possibilidades desse profissional trabalhar com o atletismo serão bastante remotas. Isso, certamente, contribui para �ue as crianças participantes das aulas de Educação Física do Ensino Fundamental e M�dio aprendem cada vez menos o atletismo. Em pes�uisa realizada por Silva (200�) observou-se, por e�emplo, �ue as crianças participantes do Pro�eto de E�tensão da UNESP – Rio Claro, intitulado “Atletismo para crianças e jovens” desde 1999, cada vez mais apresentavam menos conhecimentos em relação a essa modalidade esportiva. Al�m disso, observou �ue a visão inicial das crianças em relação ao atletismo � a�uela vinculada aos conhecimentos provenientes dos meios de comunicação de massa, como a televisão. Ou se�a, a de �ue o atletismo � um esporte fundamentalmente – para não dizer, unicamente - focado em recordes, índices, competiç�es, melhores resultados, propiciando uma imagem do atletismo �ue, na maioria das vezes, se distancia da realidade das escolas brasileiras. Entretanto, � fato �ue os autores no campo da Educação Física têm, cada vez mais, procurado realçar a import�ncia do atletismo no campo escolar. Soares (1996), por e�emplo, enfatiza �ue as habilidades básicas utilizadas no atletismo são atos da vida diária, da vida em sociedade, considerando-os como traços da cultura �ue �á estão inscritas nos corpos. Não por outro motivo, a escola, a metodologia do ensino e do plane�amento, deveriam organizar com criatividade esse conhecimento estabelecendo essas relaç�es da melhor maneira possível. Isso, certamente, vai de encontro ao preconizado por Betti e �uliani (2002) �uando sugerem �ue a Educação Física, en�uanto componente curricular da Educação básica, deva assumir a tarefa de: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão �ue vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do �ogo, do esporte, das atividades rítmicas e da dança, das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da �ualidade da vida (p.7�). Assim, a Educação Física tem como tarefa preparar o aluno para ser um praticante l�cido e ativo, �ue incorpore o esporte e os componentes da cultura corporal em sua vida, para deles tirar o melhor proveito possível, não apenas aprendendo habilidades motoras e desenvolvendo capacidades físicas, mas tamb�m se organizando socialmente para a prática, respeitando o adversário como um companheiro e não como um inimigo, afinal, sem ele não haveria a competição esportiva (BETTI� �ULIANI, 2002). 17 Nesse conte�to, o atletismo, na escola, não deveria ser trabalhado como um esporte de rendimento, lembra �ustino (2007). Deveria, como ressalta Limão et al (2004) apud �ustino (2007), ade�uar-se à realidade social dos alunos, propiciar o “reconhecimento de si mesmo” como enfatiza o Coletivo de Autores (1992, p.74), respeitar a fai�a etária dos alunos, como sugere �och (19�4) apud �ustino (2007), e�plorando não apenas a t�cnica de seus movimentos e suas regras específicas, mas um conhecimento mais profundo de sua história, pontua Matthiesen (2007), �ue faz �uestão de enfatizar essa deficiência, �á �ue � facilmente observável �ue mesmo �uando ensinado, o atletismo dificilmente e�plora a história de suas provas, talvez em função dos poucos registros a ela relacionados. Nota-se �ue dos poucos livros nacionais encontrados, a maioria são livros t�cnicos �ue pouco abordam a história das provas dessa modalidade esportiva. A pes�uisa realizada por Faganello (200�) no acervo das bibliotecas da USP, UNESP, UNICAMP e UFSCAR, demonstra, por e�emplo, �ue dos 66 livros nacionais e 20 traduzidos para o português sobre o atletismo, 24 foram classificados dentro da categoria “Aspectos Regulamentares e Históricos”, ressalta Matthiesen (2010). Dentre eles, a maior parte, remete-se �s regras do atletismo ou a história recente desta modalidade esportiva, destacando-se os resultados de algumas competiç�es e de atletas específicos. Dos livros traduzidos, somente 2 puderam ser classificados nessa categoria, sobretudo por referirem-se �s regras oficiais do atletismo, conclui Matthiesen (2010). Assim, considerando-se �ue não há um material específico �ue contenha informaç�es sobre a história do atletismo, essa pes�uisa terá como ob�etivo coletar as informaç�es e�istentes sobre uma de suas provas, o lançamento do dardo. Com isso, esperamos contribuir com a difusão desta prova do atletismo, subsidiando o trabalho do professor de Educação Física ao elaborarmos um material capaz de concentrar dados referentes � história dessa prova, passível de ensino no campo escolar. �ale observar �ue, durante a elaboração deste pro�eto, foi possível verificar a dificuldade de se encontrar registros sobre a história do lançamento do dardo. Ou se�a, não há, na bibliografia nacional, um material cu�o conte�do proporcione ao professor de Educação Física subsídios para ensinar a história do lançamento do dardo na escola. Desta forma, o ensino da história do atletismo, em especial, do lançamento do dardo, torna-se praticamente inviável � medida �ue, para tanto, seria necessária uma pes�uisa aprofundada sobre essa prova. A elaboração de um material como este, poderá proporcionar aos professores de Educação Física, maiores condiç�es para o ensino da história do lançamento do dardo em suas 1� aulas. Afinal uma das dimens�es dos conte�dos, a dimensão conceitual, evidenciada na área por Darido e Rangel (200�), prevê �ue se�am trabalhadas �uest�es como a história do esporte e as mudanças �ue ocorrem nas modalidades esportivas. Mas, terá o professor condiç�es de realizar uma pes�uisa aprofundada em cada uma de suas provas� Estarão os livros preparados para subsidiar o trabalho dos professores de Educação Física nessa perspectiva� Apesar dessa ser uma das preocupaç�es da proposta para o ensino da Educação Física no Ensino Fundamental para as escolas p�blicas do Estado de São Paulo, elaborada pelo Governo do Estado em 200�, �ue menciona os conhecimentos históricos em diferentes níveis, �uer se�a integrada ao corpo do te�to, �s situaç�es de aprendizagem ou � solicitação de pes�uisas aos alunos sobre o processo histórico (MATTHIESEN, 2010), esse ainda � um desafio, carente de material para consulta por parte dos professores. Assim, esperamos �ue os resultados provenientes dessa pes�uisa, in�dita no campo do atletismo, possam beneficiar tanto professores de Educação Física, �ue poderão utilizar a história do lançamento do dardo em suas aulas, como os alunos, �ue poderão conhecer sobre a história do atletismo, especialmente, do lançamento do dardo. Por fim, os resultados dessa pes�uisa deverão ser divulgados entre profissionais da área, em apresentaç�es de trabalho em eventos científicos, entre atletas da prova e demais interessados no atletismo, como parte do conhecimento a serem veiculados pela Educação Física. 19 2. OBJETIVO Resgatar a história do lançamento do dardo, contribuindo não apenas para um resgate histórico dessa prova, mas como subsídio para o seu ensino na escola, onde deveria ser trabalhada como parte do conte�do de atletismo a ser desenvolvido em aulas de Educação Física. 20 3. METODOLOGIA Esta pes�uisa, de caráter histórico-bibliográfico, teve como finalidade resgatar a história do lançamento do dardo, a fim de reunir as informaç�es e�istentes sobre a história da prova, contribuindo para o seu ensino no campo escolar. Para Cervo e Bervian (19�3), a pes�uisa bibliográfica tem como ob�etivo e�plicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pes�uisa descritiva ou e�perimental. Em ambos os casos, busca-se conhecer e analisar as contribuiç�es culturais ou científicas do passado e�istentes sobre um determinado assunto, tema ou problema. Fundamental para todo e �ual�uer trabalho científico caracteriza-se como um meio de formação por e�celência. Com base nesses mesmos autores observamos que: “Toda investigação nasce de algum problema observado ou sentido, de tal modo �ue não pode prosseguir, a menos �ue se faça uma seleção da matéria a ser tratada” (CERVO� BER�IAN, 19�3, p. 2�). No caso dessa pes�uisa, a carência de referências bibliográficas voltadas � história do lançamento do dardo a partir de sua história, nos levou a �uerer investigá-la, suprindo, com isso, uma deficiência na área. Para isso, foram realizadas pes�uisas na base de livros sobre o assunto. Tamb�m foram realizadas buscas na internet por meio de web sites na área da história do esporte, atletismo e Educação Física �ue possam conter informaç�es e imagens �ue contribuam para o resgate da história dessa prova. Os dados encontrados foram analisados, a fim de organizarmos um material bibliográfico acerca da história desta prova, passível de consulta por professores da área interessados em seu ensino, sobretudo no campo escolar. Em suma, vale ressaltar �ue os dados coletados, registrados nesta pes�uisa, pretenderam, em �ltima inst�ncia, contribuir não apenas para um resgate histórico das provas do atletismo, mas como subsídio para o ensino do atletismo, sobretudo no campo escolar, onde deveria ser trabalhado como parte do conte�do a ser desenvolvido em aulas de Educação Física. 21 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 História do dardo Sin�nimo de lança, o dardo tem sido utilizado de diferentes formas ao longo da história. Não por outro motivo, procuraremos evidenciar os primeiros registros de sua origem reportando-nos � Pr�-história, � Antiguidade Clássica e � Idade M�dia at� chegarmos � Modernidade. Al�m disso, nos referiremos � sua utilização em diferentes conte�tos tais como: por povos ameríndios, em brincadeiras, na religião, no teatro, no trabalho e na mitologia at� chegarmos � sua utilização no meio esportivo. 4.1.1 O lançamento do dardo na Pré-história Assim como outras provas do atletismo, o lançamento do dardo surgiu da necessidade de sobrevivência do homem, sendo utilizado, sobretudo, em suas atividades de caça e guerra, no período da Pr�-História, há apro�imadamente 4000 a.C. Há registros �ue comprovam �ue na fase do Paleolítico Inferior, período mais antigo da Pr�-História, iniciado há cerca de 3 milh�es de anos at�, por volta de 2�0 mil anos atrás, o dardo �á era utilizado pelo homem (� I�IP�DIA, 2009). A figura 1 ilustra, por e�emplo, homens desse período pr�-histórico atacando um Mamute, isto �, uma esp�cie de elefante e�tinto há, apro�imadamente 4000 anos, sendo capaz de atingir � metros de altura (SUAPESQUISA, 2009). Figura 1: Homens pr�-históricos caçando um Mamute com suas lanças. 1 1Fonte: AS MARIAS, Disponível em: �http://images.google.com.br/imgres�imgurl�http://static.blogo.it/dasmariasblog/arte-e-indumentaria-da-pre- 22 Nota-se, tamb�m, �ue ob�etos semelhantes a lanças, com cerca de 400.000 anos, feitos de Picea, isto �, um gênero de árvores coníferas, medindo entre 20 e 70 metros de comprimento, foram encontrados numa mina, na Alemanha. Segundo os pes�uisadores, tais armas eram, provavelmente, utilizadas como dardos medindo entre 1.�2 e 2.2� metros (� I�IP�DIA, 2009), como podemos observar na figura 2, �ue representa o homem pr�- histórico preparando sua lança. Figura 2: Homem pr�-histórico com sua lança. 2 Tamb�m se observou em um estudo realizado em fósseis de rinocerontes, datado de �00.000 anos, a e�istência de feridas nestes animais �ue, provavelmente, foram feitas por dardos (� I�IP�DIA, 2009). Há, entretanto, outros registros �ue comprovam a utilização do dardo na pr�-história. E�emplo disso, são observados em pinturas rupestres, a e�emplo da figura 3, realizada pelos homens pr�-históricos nas paredes das cavernas, representando animais e caçadores entre outros símbolos �ue ainda ho�e são enigmas para os ar�ueólogos. Os homens desta �poca utilizavam os desenhos como uma forma de comunicação, pois não tinham um sistema de escrita desenvolvido. Os desenhos eram feitos utilizando elementos da natureza, como o historia/00prehistoria1.�pg�imgrefurl�http://���.dasmariasblog.com/galleria/arte-e-indumentaria-da-pre- historia/3�usg���nbid�M�hNUu��S�c�o�ToD�v��g��h�372���400�sz�37�hl�pt- BR�start�11�itbs�1�tbnid����3u�ht�Tp�2M:�tbnh�11��tbn��124�prev�/images�3F��3Dpr�2�C3�2 �A9�2Bhistoria�26gbv�3D2�26hl�3Dpt-BR�. Acesso em: 2� dez. 2009. 2Fonte: AUQUEMIA, Disponível em: �http://images.google.com.br/imgres�imgurl�http://3.bp.blogspot.com/��nEUFLl1P7�/SDm����cciI/AAAAA AAAAD4/SlB1EA220M�/s320/homem�pre�historico.bmp�imgrefurl�http://au�uemia.blogspot.com/200��0� �01�archive.html�usg���b�L��s�T�Qt�v-3Pr�aU�N7�u�g��h�297���300�sz�14�hl�pt- BR�start�1�itbs�1�tbnid��hP-- rPflm� 4UM:�tbnh�11��tbn��116�prev�/images�3F��3Dhomem�2Bpre�2Bhistorico�26gbv�3D2�26 hl�3Dpt-BR�. Acesso em: 2� dez. 2009. 23 e�trato retirado de plantas, árvores e frutos, sangue de animais, carvão, rochas etc. (PROFESSORDEHIST�RIA.COM, 2007). Ao observarmos a figura 3 notamos a presença de dardos sendo utilizados pelos homens em suas atividades de caça desse período. Figura 3: Pintura rupestre de homens pr�-históricos caçando com suas lanças. 3 Esses são apenas alguns e�emplos �ue ilustram a utilização do dardo em fases bem remotas da história, ainda �ue com outras finalidades das utilizadas na atualidade. 4.1.2 O lançamento do dardo na Antiguidade Clássica Há registros do período da Antiguidade Clássica, apro�imadamente do s�culo �III a.C. ao s�culo � d.C., �ue comprovam a utilização do dardo por infantarias e cavalarias, na Gr�cia Antiga, no Imp�rio Romano e pelos Lusitanos. Na Gr�cia Antiga, por e�emplo, o “peltaste” ou “peltasta” (do grego peltastés, pelo latim peltasta) em suas batalhas, �ue integravam as tropas de soldados gregos da infantaria da Trácia (figura 4), moderna Romênia, utilizavam, além da “pelte” ou “pelta”, isto é, do escudo, lanças �ue chegavam a um metro de comprimento(� I�IP�DIA, 2009). 3Fonte: MUNDO GRAFITADO, Disponível em: �http://images.google.com.br/imgres�imgurl�http://���.cepeca.org.br/oficinadeideias/mundografitado/rupest.� pg�imgrefurl�http://���.cepeca.org.br/oficinadeideias/mundografitado/lin��hitoriadografite�o�.html�usg��� -t�vN-amtap�v2p23�L�nIgFpog��h�22����2�3�sz�12�hl�pt- BR�start�40�itbs�1�tbnid�h��S3Ia�1U�EpM:�tbnh�92�tbn��114�prev�/images�3F��3Dpintura�2B rupestre�2Blan�2�C3�2�A7a�2Bca�2�C3�2�A7a�26gbv�3D2�26ndsp�3D20�26hl�3Dpt- BR�26sa�3DN�26start�3D20�. Acesso em: 04/01/2010. 24 Figura 4: Um peltaste grego manuseando a lança e a pelta. 4 As tropas de “peltastes” (figura �) deram origem aos exércitos de “hoplitas” (figura 6), ou se�a, soldados de infantaria, na Era Clássica (4�0 a.C. e 3�9 a.C.) da Gr�cia Antiga. Este nome é provindo do grande escudo utilizado por esses soldados denominado “hóplon”. O soldado “hoplita”, além de sua armadura, escudo e uma proteção para as canelas at� o �oelho, carregava uma longa lança de apro�imadamente 2,�0m e uma pe�uena espada para combates de curta dist�ncia (� I�IP�DIA, 2009). Figura �: Peltaste armado com suas lanças e a pelta. � Figura 6: Hoplita armado com sua lança e o hóplon. 6 4Fonte: � I�IP�DIA, A ENCICLOP�DIA LI�RE, Disponível em: �http://pt.�i�ipedia.org/�i�i/Peltaste�. Acesso em: 03 out. 2009. �Fonte: � I�IP�DIA, A ENCICLOP�DIA LI�RE, Disponível em: �http://pt.�i�ipedia.org/�i�i/Peltaste�. Acesso em: 03 out. 2009. 6Fonte: IMAGESHAC�, Disponível em: �http://img33�.imageshac�.us/i/g1743��7.�pg/�. Acesso em: 0� �an. 2010. 2� Ao que consta, o exército de “hoplitas” lutava corpo-a-corpo em colunas, na formação da falange (figuras 7 e �) �ue pro�etava a ponta de suas lanças para fora da formação. Na batalha, avançavam como se fossem uma parede de escudos, sobre o inimigo, golpeando-o com suas lanças (� I�IP�DIA, 2009). Figura 7: Falange grega. 7 Figura �: Soldados da falange grega correndo em direção � batalha, en�uanto recebem flechas atiradas pelo e��rcito adversário. � 7Fonte: � I�IP�DIA, A ENCICLOP�DIA LI�RE, Disponível em: �http://pt.�i�ipedia.org/�i�i/Falange�grega�. Acesso em: 0� �an. 2010. �Fonte: � I�IP�DIA, A ENCICLOP�DIA LI�RE, Disponível em: �http://pt.�i�ipedia.org/�i�i/Falange�grega�. Acesso em: 0� �an. 2010. 26 Entretanto, al�m das guerras, o dardo era tamb�m utilizado nesse período em atividades esportivas. Apesar de aprofundarmos nesse item mais adiante, vale mencionar a�ui o registro de Píndaro9 �ue relatou �ue Frástor foi o vencedor do lançamento do dardo, nos �ogos organizados por H�racles (na mitologia romana conhecido como H�rcules, filho de �eus e Alcmena) (ANDRONICOS et al., 2004). Os guerreiros a�ueus desse período, tamb�m competiam entre si, em seus momentos de lazer, para ver �uem lançava o disco, assim como, �uem lançava o dardo mais longe, e/ou �uem atingia o alvo com maior precisão. A Ilíada descreve �ue os guerreiros de A�uiles, divertiam-se na praia com o lançamento do dardo, do arco e do disco, lembra Andronicos et al. (2004). O lançamento do dardo era praticado de duas diferentes formas nessa �poca: o lançamento do dardo em um alvo pr�-determinado (stokhastikós akontismós) (figura 9) e o lançamento do dardo � dist�ncia (hekebólos), prova predominante no período, �á �ue integrava o pentatlo nos �ogos Pan-helênicos (ANDRONICOS et al., 2004). Figura 9: Lançamento do dardo em um alvo pr�-determinado. 10 9Poeta grego �ue escreveu várias poesias líricas, especialmente sobre as proezas dos atletas dos �ogos Pan- Helênicos. 10Fonte: �ALOURUS, N. The olimpic games in ancient Greece. Atenas: E�doti�e Athenon S.A., s.d., 2004, p.209. 27 Quanto ao lançamento do dardo em um alvo pr�-determinado, observamos tratar-se de um dos e�ercícios básicos ensinados aos efebos atenienses, geralmente montados a cavalo (figura 10). Os cavaleiros lançavam seus dardos no centro de um alvo circular (talvez um escudo) suspenso em um poste (ANDRONICOS et al., 2004). Figura 10: Soldado com uma lança. 11 Andronicos et al. (2004) ainda descreve �ue en�uanto o cavalo galopava, o cavaleiro deveria lançar seu dardo antingindo o alvo, a partir de uma determinada dist�ncia ou um determinado ponto. O movimento do cavalo limitava o controle dos movimentos do cavaleiro e interferia na estabilidade de sua mão. Assim, no momento apropriado, aliando o ritmo do galope do cavalo ao movimento de sua mão, deveria-se lançar o dardo no alvo pr�- determinado. Isso evidencia �ue na Antiguidade Clássica, o lançamento do dardo era utilizado tanto em atividades guerreiras como em atividades esportivas. 4.1.3 O lançamento do dardo na Idade Média No período da Idade M�dia, do s�culo � (em 476 d.C.) ao s�culo �� (em 14�3 d.C.) (WIKIPÉDIA, 2009), os guerreiros integravam grupos denominados como “infantaria”, formada por homens mais humildes e “cavalaria”, formados pelos nobres. 11Fonte: Disponível em: �http://���.brasilescola.com/upload/e/ale�ander.�pg�. Acesso em: 19 nov. 2009. 2� A infantaria medieval (figura 11) era constituída por homens �ue movimentavam-se a p�. Chamados de pe�es por não possuirem bens suficientes para ter um cavalo, eram armados de lança ou de “pi�ue”, isto é, uma lança de apro�imadamente 3 metros, com uma ponta de metal. O “pique” era a principal arma utilizada contra a cavalaria inimiga, al�m do escudo (cetra), do arco para flechas, dos virot�es, dos punhais etc. (� I�IP�DIA, 2009). Figura 11: Infantaria da Idade M�dia na Batalha de Al�ubarrota. 12 Bastante utilizado pela cavalaria (figura 12), a lança era o meio ideal para perfurar inimigos a p�, especialmente os fugitivos. A e�ibição da lança frente ao cavaleiro montado causava intimidação, de forma �ue o cavaleiro em ata�ue se tornava um enorme pro��til, devido a a�uda da força do cavalo, �ue podia ser transmitida por meio da ponta da lança no momento do impacto (� I�IP�DIA, 2009). Figura 12: Cavalaria armada com lança. 13 12Fonte: � I�IP�DIA, A ENCICLOP�DIA LI�RE, Disponível em: �http://pt.�i�ipedia.org/�i�i/Infantaria�medieval�. Acesso em: 07 �an. 2010. 29 Há registros de �ue os cavaleiros treinavam seus cavalos para dei�á-los fortes, velozes, e mane�áveis para o ata�ue corpo-a-corpo, dei�ando-os livres para segurarem o escudo e a lança (� I�IP�DIA, 2009). Tamb�m, nessa �poca, a aristocracia e�ibia combates individuais e coletivos, organizados pelos cavaleiros, nos períodos de paz, por meio de �ogos e passatempos muito apreciados pela nobreza. Essa atividade praticada pelos nobres a cavalo, era denominada “Cavalhada”, que revivia o combate de gladiadores em circos romanos e tinham como finalidade a preparação para a cavalaria (ARA��O, 1969). 4.1.4 Outras formas de utilização do dardo ao longo da história Dentre as várias possibilidades de utilização do dardo, observamos �ue estes integram as atividades de muitos dos povos ameríndios (índio, indígena ou nativo americano e seus descendentes habitantes da Am�rica há 12 mil anos atrás), �ue utilizavam o dardo com o uso de propulsores para aumentar a eficiência da energia elástica. Ou se�a, o propulsor � um dispositivo utilizado para o aumento da velocidade inicial de lançamento de um pro��til como, por e�emplo, de uma lança. Geralmente composto por um bastão de comprimento variável com um gancho em uma de suas e�tremidades, como ilustra a figura 13, o propulsor tem como função prolongar o comprimento do braço do lançador, multiplicando sua força, sendo designado como “atlatl” em algumas regi�es da Am�rica (� I�IP�DIA, 2009). Figura 13: Ilustração de um propulsor (arma). 14 13Fonte: Disponível em: �http://3.bp.blogspot.com/�6DahuiU�t�4/S�cOBQ34UHI/AAAAAAAAADM/��aL�fUoP�g/s1600- h/caval�1.gif�. Acesso em: 07 �an. 2010. 14Fonte: � I�IP�DIA, A ENCICLOP�DIA LI�RE, Disponível em: �http://pt.�i�ipedia.org/�i�i/Ficheiro:Atlatl.png�. Acesso em: 07 �an. 2010. 30 Na pintura representada na figura 14 - Homem Tapuia - observamos um índio com um amarrilho peniano, o rosto perfurado, um enfeite de plumas na cabeça, um adorno circular de penas de ema amarrado nas costas, tendo nas mãos, diversos tipos de armas. Observa-se �ue, na mão direita, o índio segura um propulsor de dardos (CHICANGANA-BA�ONA, 200�). Figura 14: “Homem Tapuia”, pintura a óleo sobre tela de Albert Eckhout. Museu Nacional da Dinamarca, Copenhagen, 1641. 1� Isso evidencia �ue a lança era - e ainda � - um instrumento comum utilizado pelos índios, tanto para caça, como para a pesca e luta. Outra atividade �ue utiliza o dardo no Brasil � o Boi-Bumbá Amazonense, o �ual, com ou sem acompanhamento musical, � interpretado por um ou mais dançarinos. Trazido para o Brasil pelos imigrantes nordestinos no final do s�culo �I� e início do s�culo �� (E-MISF�RICA, 200�), o Boi-bumbá, gira em torno da história de um peão, �ue 1�Fonte: CHICANGANA-BA�ONA. Os Tupis e os Tapuias de Eckhout: o declínio da imagem renascentista do índio. Scielo Brasil, 200�. Disponível em: �http://images.google.com.br/imgres�imgurl�http://���.scielo.br/img/revistas/vh/v24n40/16f3.�pg�imgrefurl� http://���.scielo.br/scielo.php�3Fscript�3Dsci�artte�t�26pid�3DS0104- �77�200�000200016�usg���S���nipMuCDc�E��L2dbndrTci���h��06���2�7�sz�140�hl�pt- BR�start�2�sig2�a�U30c�As�l� �HA3vdd0�g�um�1�tbnid�tvpIv�2Q1�4niM:�tbnh�131�tbn��67�pre v�/images�3F��3Dpropulsor�2Bde�2Bdardo�26hl�3Dpt-BR�26rlz�3D1R2RNTN�pt- BR�26um�3D1�ei�mBBGS96iMpS�tgf��u�rAQ�. Acesso em: 07 �an. 2010. 31 para satisfazer o dese�o de sua mulher grávida de comer língua de boi, matou o boi de seu patrão, dono da fazenda. Quando o patrão descobriu, obrigou seus empregados a matarem o peão. Entretanto, isso não chegou a ocorrer �á �ue o Pa�� de uma tribo conseguiu ressuscitar o boi, fazendo a paz reinar novamente (FOLCLORE, 2010). Ao observarmos a figura 1�, podemos notar �ue o dardo � o instrumento utilizado pelo Pa��, assim como outros povos ameríndios. Figura 1�: Personagem do Boi-Bumbá do Amazonas. 16 Acredita-se �ue por volta de 1�64, no Brasil, a “Cavalhada” foi representada de duas formas diferentes: a “religiosa” e a “brincadeira”. A “religiosa”, foi representada no teatro de rua por uma luta entre cristãos e mouros, com o intuito de transmitir a lição cristã, em �ue o “BEM” vence o “MAL” (ARAÚJO, 1969). Observa-se �ue a arma utilizada pelos cristãos – �ue vestem azul para representar o c�u – e mouros – �ue vestem vermelho para representar o inferno, era uma lança enfeitada com fitas coloridas, como ilustram as figuras 16 e 17. 16Fonte: LAN�ELLOTTI, �. Brasil – Histórias, costumes e lendas. Editora Três, São Paulo, 1969, p.261. 32 Figura 16: Representação de um soldado mouro da “Cavalhada”, em Minas Gerais. 17 Figura 17: Luta entre cristão (azul – Bem) e mouro (vermelho – Mal). 1� Dentre as “brincadeiras” que envolvem a utilização do dardo está o “Jogo da Argolinha” (figura 1�). Neste �ogo, o cavaleiro deve, em uma grande corrida, tirar com a ponta de sua lança, a argolinha de ouro �ue está presa por um fio numa trave ou em um poste enfeitado, no momento em �ue seu cavalo passa debai�o do poste. Essa argolinha � a prenda �ue o participante oferece � namorada, noiva ou esposa (ARA��O, 1969). 17Fonte: LAN�ELLOTTI, �. Brasil – Histórias, costumes e lendas. Editora Três, São Paulo, 1969, p.110. 1�Fonte: LAN�ELLOTTI, �. Brasil – Histórias, costumes e lendas. Editora Três, São Paulo, 1969, p.276 e 277. 33 Figura 1�: Cavaleiro �ogando a Argolinha. 19 Mais um e�emplo de brincadeira com o dardo, tamb�m utilizado pelos índios, � o “Javari” (figuras 19 e 20), uma simulação de combate de tribos vizinhas, realizada no mês de julho em homenagem a um cacique morto. “Feito o convite para a tribo disputante, começam os preparativos”, onde as “mulheres fabricam beijus (bolos de mandioca)”, “os homens intensificam a pesca” e “os jovens fazem os dardos que serão atirados durante a disputa”, além de preparem um “boneco de palha que serve de alvo para treinamento”. “O treino é feito a qualquer hora do dia ou da noite” e o boneco é massacrado simbolicamente representando o adversário (ARA��O, 1969, p.30�). Ara��o (1969) ainda descreve �ue na chegada dos participantes de outra tribo, as mulheres levam comidas e bebidas para o local onde ficarão hospedados os visitantes, �ue são muito bem recebidos. O �ogo consiste no lançamento do dardo: [...]�ue deve atingir o adversário da cintura at� os p�s. O adversário terá como defesa um fei�e de varas. Caso um dos disputantes se�a atingido pelo dardo, � imediatamente assistido por seus companheiros. E o vitorioso � rodeado pelos seus, orgulhosamente. Quando acabam as disputas apro�imam-se da panela de cauim (bebida feita de fruta, milho ou mandioca mastigada e fermentada). Antes de mais nada os chefes de cada e�uipe �uebram um dardo e o colocam na borda da panela, iniciando-se uma carpição, uma choradeira demorada pela morte do homenageado, o caci�ue. Terminada a arenga, trocam presentes, e a seguir dançam. Assim acaba a festa (ARA��O, 1969, p.30�). 19Fonte: LAN�ELLOTTI, �. Brasil – Histórias, costumes e lendas. Editora Três, São Paulo, 1969, p.196. 34 Figura 19: As tribos do �ingu realizam a festa Figura 20: O índio nahu�uá do �avari �ue � uma luta simulada. 20 participante do �avari. 21 Outro e�emplo de utilização do dardo, mas como forma de trabalho, � a figura do arpoador, �ue utiliza o arpão (lança) como proteção. Na ilha de Mara�ó, conhecida como um grande centro de criação de gado, o arpão � utilizado contra os �acar�s, como ilustra a figura 21 (ARA��O, 1969). Figura 21: O arpoador de �acar� lançando seu arpão de cima do barco. 22 20Fonte: LAN�ELLOTTI, �. Brasil – Histórias, costumes e lendas. Editora Três, São Paulo, 1969, p.304. 21Fonte: LAN�ELLOTTI, �. Brasil – Histórias, costumes e lendas. Editora Três, São Paulo, 1969, p.30�. 3� O dardo tamb�m � evidenciado na figura 22 de Poseidon, o Deus do Mar da mitologia grega. Tamb�m chamado de Netuno pelos romanos, � um Deus caracterizado por seus longos cabelos, barba (COLONNA et al.,19�9), mas, principalmente por seu tridente, uma arma antiga semelhante a uma lança com duas, três ou mais ponteiras. Tal lança, com o passar dos anos, foi reconhecida e aperfeiçoada pelos guerreiros romanos na tentativa de dominar a Gr�cia, transformando-a numa esp�cie de agulha penetrante (� I�IP�DIA, 2009). Figura 22: Estátua representando Poseidon, o Deus do Mar. 23 4.1.5 O lançamento do dardo na Grécia Antiga O lançamento do dardo � uma das mais antigas provas do atletismo, sendo �ue sua origem normalmente � atribuída aos gregos, embora ha�a registros de culturas ancestrais �ue o usavam em caçadas ou em batalhas (FARIA, 200�-2006), como descrevemos anteriormente. Segundo Dezotti e Oliveira (2000), algumas pinturas, como as de vasos antigos, indicam �ue o dardo era desenvolvido nos �ogos Olímpicos da Gr�cia Antiga por meio da prática do “tiro ao alvo”. Entretanto, como observamos, na Gr�cia Antiga o lançamento do dardo era praticado por meio de duas diferentes provas: o lançamento do dardo à distância 22Fonte: LAN�ELLOTTI, �. Brasil – Histórias, costumes e lendas. Editora Três, São Paulo, 1969, p.203. 23BITS N B�TES OF LIFE. Disponível em: �http://images.google.com.br/imgres�imgurl�http://bitsnb�tesoflife.files.�ordpress.com/200�/12/poseidon�scul pture�copenhagen�200�1.�pg�imgrefurl�http://bitsnb�tesoflife.�ordpress.com/200�/12/1�/�hen-dreams-do- the-tal�ing/�usg���nE�mRb�S-�Gt�cFf�UGLbl����4��h�933���927�sz�130�hl�pt- BR�start�2�itbs�1�tbnid�tDTi1dHr7m�o�M:�tbnh�147�tbn��146�prev�/images�3F��3Dposeidon�26 hl�3Dpt-BR�26gbv�3D2�26tbs�3Disch:1�. Acesso em: 0� �an. 2010. 36 (hekebólos) e o lançamento do dardo em um alvo predeterminado (stokhastikós akontismós) (ANDRONICOS et al., 2004). No lançamento à distância, como ilustra a figura 23, traçava-se, segundo Andronicos et al. (2004), um círculo com a dist�ncia dese�ada e o atleta deveria fazer o dardo cair dentro dele. Figura 23: Disco de bronze com a representação do atleta no lançamento do dardo � dist�ncia. (ANDRONICOS et al., 2004, p.21�). Esse tipo de lançamento, ilustrado na figura 24, ocorria a partir de um ponto fi�o �ue, muito provavelmente, era a linha de partida do estádio (stádion), chamada de “balbís” (ANDRONICOS et al., 2004, p.216). Figura 24: Pintura do atleta grego próximo a suposta “balbís” (ANDRONICOS et al., 2004, p.217). 37 Andronicos et al. (2004) relatam como os gregos realizavam esse tipo de lançamento. Ou se�a: A dist�ncia entre a e�tremidade da pista e a linha de partida era suficiente para �ue o atleta desenvolvesse os poucos passos necessários para tomar o impulso antes do lançamento. O dardo tinha de cair no interior da área definida pelos três lados, e o lançamento era invalidado caso o dardo caísse fora dessa área (p.216). O outro tipo de lançamento, chamado de lançamento do dardo em um alvo predeterminado, acontecia de uma forma diferente da atual prova do lançamento do dardo, ou se�a: O lançamento de dardo a partir do cavalo era apreciado sobretudo em Argos, onde ele constituía a principal competição atl�tica durante o festival das Heraias (Tà Heraîa). Essa competição era denominada aspís (“escudo”) ou agón khalkeîos (“competição de bronze”), devido ao alvo ser um escudo, o �ual era concedido como prêmio ao vencedor, �untamente com uma coroa de mirto (ANDRONICOS et al., 2004, p.21�). Como observamos, a prova do lançamento do dardo em um alvo predeterminado não fazia parte da programação dos �ogos Olímpicos da Gr�cia Antiga. Esse tipo de prova era realizada no festival das Heraias e com o atleta em cima do cavalo em movimento. Quando este atingia uma determinada dist�ncia, lançava o dardo em um escudo �ue era utilizado como alvo. O lançamento do dardo em um alvo predeterminado � bem diferente do atual, �á �ue ho�e o atleta realiza o lançamento por si só, isto �, sem o cavalo, e não tem um ponto fi�o para acertar. Mais parecido com o atual lançamento do dardo, o lançamento do dardo à distância, era realizado a partir de uma posição pr�-definida. Ou se�a, o atleta lançava o dardo o mais longe possível, dentro de uma área delimitada, assim como acontece atualmente (figura 2�). Figura 2�: Pista de atletismo – área delimitada do lançamento do dardo (DUARTE, 1996, p.1�). 3� 4.2 O implemento Segundo Fernandes, Luft e Guimarães (1993), autores do Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa O Globo, “implemento” é algo que “serve para cumprir ou executar”, “o que completa ou perfaz alguma coisa”, um “petrecho”, “acessório”, sendo, no caso do lançamento do dardo, parte indispensável para a prova (p.416). Observando o material dos dardos utilizados ao longo dos tempos, observamos �ue uma das principais diferenças entre o dardo utilizado na Gr�cia Antiga e o dardo moderno era a ankýle (ancile) utilizada pelos gregos, isto �, uma tira de couro �ue formava um laço no centro de gravidade do dardo, au�iliando a segurá-lo, conforme ilustra a figura 26. Figura 26: a an��le - “ancile”. 24 Esse tipo de dardo utilizado pelos gregos nos �ogos Olímpicos da Antiguidade não tinha ponta, evitando possíveis acidentes. Em sua e�tremidade e, no seu centro de gravidade havia um lastro, um propulsor (a “ancile”) em forma de cordão de couro de apro�imadamente �uarenta centímetros (DE�OTTI� OLI�EIRA, 2000). Na figura 27, por e�emplo, � possível observarmos a presença da “ancile” entre os dedos da mão direita do atleta grego. 24Fonte: �ALOURUS, N. The olimpic games in ancient Greece. Atenas: E�doti�e Athenon S.A., s.d., 2004, p.206. 39 Figura 27: Pintura em vaso de um atleta grego utilizando a “ancile”, no momento do lançamento (ANDRONICOS et al., 2004, p.219). Este cordão era enrolado ao longo do dardo finalizando em um anel, no �ual o atleta encai�ava seu dedo indicador. A utilização do propulsor fazia com �ue o dardo conseguisse um movimento de rotação, potencializando seu alcance (DE�OTTI� OLI�EIRA, 2000). A “ancile” au�iliava o lançamento do dardo de duas formas: aumentava sua força, �á �ue favorecia a empunhadura com maior segurança e fazia o dardo girar sobre seu próprio ei�o, dei�ando-o estabilizado em sua tra�etória, permitindo �ue se alcançasse uma dist�ncia maior (ANDRONICOS et al., 2004). Andronicos et al. (2004) enfatizam que a “ancile” era presa ao dardo, permanecendo dessa forma mesmo depois do atleta ter realizado o lançamento. Os dedos (indicador, ou o indicador e o m�dio) ficavam soltos no laço para �ue pudessem se desprender no momento �ue o dardo fosse lançado. Os dardos utilizados na guerra e na caça tamb�m eram dotados de “ancile”, ainda �ue essas não fossem atadas da mesma forma �ue nos dardos atl�ticos. No caso dos dardos de caça e guerra, a “ancile” era atada de modo permanente, e no dardo atl�tico cada atleta a atava na parte �ue lhe fosse mais conveniente e de acordo com sua habilidade e comprimento de seus dedos (ANDRONICOS et al., 2004). Andronicos et al. (2004) ainda descrevem �ue no lançamento do dardo em um alvo predeterminado, a ponta era feita de metal, �á �ue o atleta deveria cravar o dardo no alvo. Certa vez, relata esse autor, com a provável utilização de um desses dardos em treinamento, no ginásio denominado como Antifonte, houve a morte acidental de um �ovem �ue foi 40 acertado pelo dardo. Nos casos em �ue o dardo não tinha essa ponta de metal, era colocada uma coroa de ferro em sua e�tremidade, fazendo com �ue o centro de gravidade do dardo fosse sempre a frente, proporcionando precisão e estabilidade em sua tra�etória. No pentatlo dos �ogos Olímpicos da Gr�cia Antiga (figura 2�), o tipo de dardo utilizado era denominado “apotomeús” ou “apotomás” dotado de uma ponta “aikhmé” de ferro ou de bronze. Nas representaç�es do lançamento do dardo nas pinturas dos vasos antigos encontram-se os dois tipos de lança: com ponta de metal (aikhmê) e com ponta simples (ANDRONICOS et al., 2004). Figura 2�: Treinamento de atletas (nus) para as provas do pentatlo, �ue era composto por � provas: salto, lançamento do dardo, do disco, corrida e luta. 2� Das várias alteraç�es �ue ocorreram ao longo dos tempos, vale destacar a estrutura do implemento. Inicialmente de madeira, o dardo utilizado no pentatlo dos �ogos Olímpicos da Gr�cia Antiga, tinha um tamanho apro�imado � altura de um homem, contendo uma ponta em sua e�tremidade. O dardo de madeira ainda era utilizado em competiç�es entre 1967 e 19�6, como pode ser visto nas citaç�es a seguir: o corpo poderá ser de madeira ou metal e deverá nêle ter fi�ada uma cabeça de metal terminando em uma ponta aguda (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE DESPORTOS – REGRAS DE ATLETISMO, 1967- 196�, p.79). Em 19�4, a Confederação Brasileira de Atletismo previa �ue o implemento deveria obedecer a seguinte descrição: o dardo se comp�e de três partes: cabeça, haste e empunhadura de corda. A haste pode ser construída de madeira ou de metal, � �ual deve ser fi�ada a 2�Fonte: DE�OTTI, M. C. C.� OLI�EIRA, �. �. Os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga, 2000 (atualização de la�out 2007). Disponível em: �http://olimpia776.�ar�.med.br/img/img-pentatlo.html�. Acesso em: 30 mai. 2010. 41 cabeça terminando em ponta aguda (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 19�4, p.13�). Um pouco depois, Almeida (19�6) enfatiza �ue: o corpo pode ser construído de metal ou de madeira e ser-lhe-á fi�ada uma ponta aguçada (p.39). Aos poucos, o material do dardo foi cedendo espaço para estruturas de alumínio e de fibra de carbono, at� chegar �s especificidades atuais. Ou se�a, pela regra oficial do dardo: o corpo será construído completamente de metal ou outro material similar homogêneo e terá fi�ado a ele uma cabeça metálica terminando em uma ponta aguda. A superfície do corpo não terá cavidades ou saliências, estrias c�ncavas ou conve�as, buracos ou aspereza e a cauda deve ser lisa e completamente uniforme (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2007, p.174). Depois de várias modificaç�es, o dardo passou a ser composto por três partes, a saber: cabeça, corpo e empunhadura, conforme ilustra a figura 29. Figura 29: Dardos oficiais para treinamento. 26 Outra curiosidade �ue merece ser mencionada � o nome da prova. Ao consultarmos o livro de regras de 1967-196� observamos �ue a prova era denominada Arremesso do dardo (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE DESPORTOS, 1967-196�). Ho�e, por regra, a nomenclatura � Lançamento do dardo (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2007). Segundo a Confederação Brasileira de Desportos (1967-196�) o dardo não deveria ter “partes móveis” ou qualquer “outra aparelhagem” que durante seu “arremêsso”, pudesse “mudar o seu centro de gravidade ou características de arremêsso” (p.81). 26Fonte: Modificada de: A ESPORTI�A, Disponível em: �http://���.aesportiva.com.br/catalogo/imagens/1- cat-0�-atletismo��CA-�-dardos-G.�pg�. Acesso em: 31 mar. 2009. 42 Nas regras de 19�4, observamos �ue só poderiam ser utilizados implementos �ue fossem fornecidos pelos organizadores, sendo �ue não poderia ser feita nenhuma modificação no dardo durante a competição. Assim sendo, e a nenhum atleta poderia levar �ual�uer implemento para dentro do recinto. Entretanto, as competiç�es entre duas ou mais Filiadas, permitiam �ue os atletas levassem seus próprios implementos desde �ue estes fossem aferidos, marcados e aprovados pelos organizadores, antes de começar a competição, e estando a disposição de todos os concorrentes (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 19�4). Em relação � empunhadura, nota-se �ue em 1967, haviam registros �ue visavam padronizá-la de acordo com as Regras Oficiais: A empunhadura deverá estar cerca do centro de gravidade sem correias, entalhes ou rebai�o e deverá não e�ceder a circunferência do corpo por mais de 2� milímetros. O enrolamento deverá ser de espessura uniforme (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE DESPORTOS – REGRAS DE ATLETISMO, 1967-196�, p.�0). �á nas regras atuais, a empunhadura (figuras 30 e 31) deverá cobrir o centro de gravidade do implemento, sem exceder “o diâmetro do eixo em mais de 8mm. Ela pode ter uma superfície não escorregadia, mas sem reentr�ncias, saliências ou denteados de �ual�uer modo. A empunhadura será de espessura uniforme” (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2007, p.17�). Figura 30: Dardos oficiais de estrutura de duralumínio. 27 Na regra oficial, o comprimento total de um dardo masculino � de, no má�imo, 2,70m e, no mínimo, 2,60m, e o dardo feminino, no má�imo 2,30m e no mínimo 2,20m. O peso, por 27Fonte: PISTA E CAMPO, Disponível em: �http://���.pistaecampo.com.br/config/imagens�conteudo/produtos/imagensGRD/GRD�444�� -6-01.�pg�. Acesso em: 26 mai. 2010. 43 sua vez, � de �00 gramas no masculino e, no feminino, � um pouco mais leve, ou se�a, 600 gramas (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2007, p.17�). Figura 31: Dardo oficial de estrutura de duralumínio. 2� Por fim, ve�amos uma das alteraç�es �ue mais influenciaram a construção do implemento: o centro de gravidade. Na Gr�cia Antiga, se o centro de gravidade estivesse na parte de trás, “o lançamento atingia uma dist�ncia maior. Por�m, a tra�etória não era estável e o dardo corria o risco de desviar-se de seu curso” (ANDRONICOS et al., 2004, p.216). �á na atualidade, desde 1�96, ano em �ue a prova esteve presente pela primeira vez nos �ogos Olímpicos da Era Moderna, o dardo sofreu uma alteração importante em sua estrutura. Seu centro de gravidade foi recuado 10 cm pelo IAAF (International Association of Athletics Federations - Associação Internacional das Federaç�es de Atletismo), fazendo com �ue a ponta do dardo atingisse mais rápido o chão. Assim, a prova ficou mais segura, al�m de manter os lançamentos em dist�ncias progressivamente maiores, mas dentro da medida do campo, �ue normalmente � um campo de futebol (FARIA, 200�-2006). Como vimos, foram muitas as modificaç�es �ue ocorreram no implemento ao longo dos anos. 2�Fonte: PISTA E CAMPO, Disponível em: �http://���.pistaecampo.com.br/config/imagens�conteudo/produtos/imagensGRD/GRD�413�2���1.�pg�. Acesso em: 26 mai. 2010. 44 4.3 Sobre a técnica do lançamento do dardo Os primeiros registros encontrados acerca da t�cnica utilizada para a e�ecução do movimento do lançamento do dardo no campo competitivo datam da Gr�cia Antiga. Descrevendo o lançamento do dardo � dist�ncia (hekebólos), Andronicos et al. (2004) enfatizam ser esse o mesmo estilo utilizado pelos lançadores do dardo nos dias de ho�e. �á na�uela �poca, descrevem Andronicos et al. (2004), antes do atleta tomar impulso para o lançamento do dardo (figura 32), ele “empurrava o dardo para trás com sua mão es�uerda para esticar a ‘ancile’ e fazer com �ue ela apertasse os dedos da mão direita” (p. 216). Depois, o atleta segurava o dardo horizontalmente, próximo a cabeça, com a ponta “ligeiramente inclinada para bai�o, girava seu corpo para a direção do lançamento e começava a tomar impulso” (ANDRONICOS et al., 2004, p. 216). Há poucos passos da linha de partida (balbís), o atleta ainda: [...] esticava o braço direito para trás e girava o corpo e a cabeça para a direita, ao mesmo tempo �ue cruzava o p� direito diante do es�uerdo e trazia o braço es�uerdo para trás, para au�iliar no seu giro. Logo em seguida, dobrava ligeiramente os �oelhos, estendia a perna es�uerda para frente, para sustar o ímpeto, e lançava o dardo acima de sua cabeça, permanecendo atrás da linha de lançamento (ANDRONICOS et al., 2004, p.216). Figura 32: Ao centro, atleta grego do lançamento do dardo tomando impulso para lançar o dardo, �ue está na posição horizontal, pró�imo � sua cabeça (ANDRONICOS et al., 2004, p.217). Outra coisa �ue caracterizava a t�cnica utilizada pelos gregos na Gr�cia Antiga, era a ankýle (“ancile”). Como vimos, os dardos manipulados na guerra e na caça tamb�m possuíam 4� a “ancile”, mas estes as atavam de modo permanente, lembrando �ue nos dardos atl�ticos cada atleta atava a “ancile” no local de sua preferência, de acordo com o comprimento de seus dedos e de sua habilidade (ANDRONICOS et al., 2004). Atualmente, não se utiliza mais a “ancile”, embora como bem lembraram Andronicos et al. (2004), o estilo de lançamento utilizado pelos lançadores do dardo na atualidade se�a similar ao utilizado pelos gregos. Entretanto, � fato �ue, ao longo de todos esses anos, o dardo e a t�cnica utilizada pelos lançadores foram se modificando, fazendo com �ue os recordes, com o passar do tempo, fossem cada vez melhores. 4.3.1 Técnica do lançamento do dardo na atualidade E�plicando passo a passo a t�cnica empregada na atualidade, descreveremos o lançamento do dardo nomeando cada uma de suas etapas, a fim de melhor visualizar cada fase do movimento. Começaremos por Barros (19�4), o �ual descreve �ue: No lançamento moderno, o dardo � transportado durante a corrida, acima do ombro. O fato de estar mais ou menos elevado � uma �uestão da adaptação de cada lançador, mas como norma geral, podemos dizer �ue o dardo deve estar na altura da cabeça ou mais acima. Assim, o lançador na posição inicial, �á coloca o dardo elevado e com a empunhadura feita (p.44). Para Barros (19�4), a t�cnica do lançamento do dardo � dividida em cinco fases. A primeira fase é a “Posição inicial – Empunhadura” (p.43). Nesta fase, a forma de se empunhar o dardo está de acordo com a preferência de cada atleta. Na figura 33 podemos visualizar duas formas de empunhaduras utilizadas pelos atletas. Figura 33: Empunhadura (BARROS, 19�4, p.44). 46 Na empunhadura tipo “garfo”, representada pela figura 34, o apoio do dardo fica entre o dedo médio e o indicador. Na empunhadura “Finlandesa” (figura 3�), apoia-se o dedo indicador, en�uanto �ue na empunhadura “Americana” (figura 36), apoia-se o dedo indicador e o polegar (MATTHIESEN, 2007). Figura 34: Empunhadura tipo “Garfo” (MATTHIESEN, 2007, p.154). Figura 3�: Empunhadura “Finlandesa” (MATTHIESEN, 2007, p.154). Figura 36: Empunhadura “Americana” (MATTHIESEN, 2007, p.154). Escolhida a forma de empunhar o dardo, o atleta inicia o movimento na “posição para o lançamento propriamente dito” (figura 37), onde a parte anterior do dardo fica ao longo do braço �ue o atleta estende para trás (BARROS, 19�4, p.44). Figura 37: “Posição inicial – Empunhadura” (BARROS, 1984, p.52). 47 A segunda fase é a “Corrida” (figura 3�), �ue se inicia com o dardo na mesma posição inicial, mencionada anteriormente. A corrida é de crescente velocidade, porém é “dosada” por cada atleta, pois depende da condição t�cnica de cada um. De �ual�uer forma, o n�mero de passadas varia entre � a 12 passos, para a maioria dos lançadores (BARROS, 19�4, p.4�). Figura 3�: “Corrida” (BARROS, 1984, p.43). De acordo com Matthiesen (2007), esse primeiro momento é denominado “Corrida de aproximação e de preparação para o lançamento”, quando o atleta deve segurar o dardo pela empunhadura, no sentido horizontal ou com a ponta ligeiramente voltada para bai�o. A partir de uma marca inicial, o lançador inicia uma corrida de velocidade progressiva, antes de realizar os passos de preparação para o lançamento, �ue � normalmente realizado a partir de � a 12 passadas, antes da e�ecução das � ou 7 passadas finais �ue envolvem o lançamento (BARROS, 19�4). A terceira fase é denominada de “Passos de preparação para o lançamento” (figura 39). Para o início dos passos, há um ponto determinado pelo atleta – “marca intermediária”– o �ual geralmente coincide com o p� es�uerdo (BARROS, 19�4, p.4�). Nesta fase Matthiesen (2007) descreve �ue: Na e�ecução dos três primeiros passos preparatórios da passada cruzada, o lançador levará o dardo para trás, mantendo-o na altura dos ombros, e�ercendo, no caso de atletas destros, uma rotação do tronco para a direita. No terceiro passo, normalmente maior, o lançador levará o braço es�uerdo no sentido da rotação do tronco e do �uadril, realizando, no �uarto passo, a passada cruzada propriamente dita, caracterizada pelo lançamento rápido e 4� rasante da perna direita para a frente, promovendo o atraso do tronco e e�tensão do braço direito. A partir dessa posição, o lançador realizará o �uinto passo, com apoio total do p� es�uerdo no solo, estando pronto para o lançamento (p.1��). Figura 39: “Passos de preparação para o lançamento” (BARROS, 1984, p.43). A pró�ima fase é o “Lançamento propriamente dito” (BARROS, 19�4). Denominado por Matthiesen (2007) como “o lançamento em si”, observou-se �ue durante o �uarto ou quinto passo dessa fase, ocorre a formação do “arco de lançamento” (p.155), ou seja, quando a perna direita (se o lançador for destro) toca o solo com o calcanhar e: [...] depois, pela planta na �uarta passada, iniciando o giro dessa perna para dentro, direcionando o �oelho para o solo, en�uanto o braço assume a posição do arco. O pronunciamento do arco � acentuado com o assentamento do p� es�uerdo � frente, de modo �ue este se assentará no solo com a ponta voltada para a frente, mantendo a perna estendida. Tal posição provocará uma interrupção no movimento do �uadril, ao mesmo tempo �ue o arco se desfará ao realizar o lançamento (p.1��). Este movimento foi descrito por Matthiesen (2007) com o total de cinco passadas. E�istem, por�m, lançadores �ue o realizam com sete, e�ecutando duas passadas cruzadas na se�ta e s�tima passadas. Al�m disso, o lançamento � considerado ade�uado �uando se tem um �ngulo de 3�� a 3��, de acordo com a velocidade de lançamento e a ação horizontal (MATTHIESEN, 2007). O “Arremate” (BARROS, 19�4) (figura 40), �ltima fase da t�cnica de lançamento, consiste na recuperação do e�uilíbrio a partir do lançamento do dardo. Nessa fase, � importante o lançador não invada o setor de lançamento ultrapassando o arco, �ue pode ser de 49 madeira ou de metal, fi�o ao solo, no final do corredor (MATTHIESEN, 2007). Nesse momento: A perna anterior [...] deverá estar o mais estendida possível na �uinta ou s�tima passada, com o p� ligeiramente voltado para a frente, acarretando no “freio” do lado esquerdo do quadril , acelerando a progressão do seu lado direito, do tronco e do braço, com isso aumentando a velocidade de saída do dardo do braço de lançamento. A partir disso ocorrerá a troca de p�s (ou reversão) �ue interromperá o movimento na perna correspondente ao braço de lançamento [...] �ue concluirá o arremate, a uma dist�ncia de apro�imadamente 1 ou 2 m do arco do setor de lançamento (MATTHIESEN, 2007, p.1��-1�6). Figura 40: “Arremate” (BARROS, 1984, p.43). 4.4 Sobre as regras básicas do lançamento do dardo As regras têm, em geral, um duplo papel: o de ordenar a atividade em questão e o de “complicar” a ação ou o objetivo da�uela atividade (HELAL, 1990, p.26). As regras originam-se da necessidade de padronização de situaç�es �ue podem acabar tornando-se “injustas”. Por exemplo, se não houvesse regras, na prova do lançamento do dardo, os atletas poderiam utilizar t�cnicas não ortodo�as para obterem um melhor resultado. Assim, para �ue ningu�m se�a in�ustiçado, as regras são implantadas padronizando a prova. De acordo com Atletismo RS (2003), o primeiro livro a ser editado com as regras oficiais para muitos �ogos e esportes, inclusive atletismo, foi publicado em 1907, pela Livraria Garnier. Mas foi em 1921 �ue as primeiras regras internacionais foram publicadas e assim seguidas por todos. Atualmente, as regras oficiais do lançamento do dardo são bem definidas, sendo �ue as regras básicas são as seguintes: O atleta deve segurar o dardo pela empunhadura. Lançá-lo por “sobre o ombro ou acima da parte superior do braço de lançamento e não deve ser lançado com �0 movimentos rotatórios”, de modo �ue não são permitidos estilos não-ortodo�os (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2007, p.174). Para que o lançamento seja validado, a ponta da cabeça do dardo deve “tocar o solo antes de qualquer outra parte” (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2007, p.174). Durante o lançamento o atleta não deverá ultrapassar o arco do setor de lançamento – de metal ou madeira – fi�ado ao solo no fim do corredor (MATTHIESEN, 2007, p.1�6). A construção do dardo deve obedecer aos seguintes padr�es (figura 41): - consistirá de três partes: cabeça, corpo e uma empunhadura de corda� - o corpo será de metal ou outro material similar e terá a cabeça metálica de ponta aguda fi�ado a ele� - “a superfície do corpo não terá cavidades ou saliências, estrias côncavas ou convexas, buracos ou aspereza e a cauda deve ser lisa e completamente uniforme” (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 2007, p.174). Figura 41: Medidas e design do implemento. 29 A empunhadura deverá cobrir o centro de gravidade do implemento, sem exceder “o diâmetro do eixo em mais de 8mm”, não contendo sua superfície “escorregadia” e sem “reentrâncias, saliências ou denteados”. “A empunhadura será de espessura uniforme” (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 199�-1997, p.100). O dardo masculino deve medir entre 2,60m a 2,70m, e o feminino de 2,20m a 2,30m. O peso � de �00 gramas no masculino e, no feminino, � de 600 gramas (CONFEDERA��O BRASILEIRA DE ATLETISMO, 19�4, p.13�). 29Fonte: COOGLE IMAGENS, Disponível em: �http://nautilus.fis.uc.pt/softc/programas/manuais/lanca/dardo1.gif�. Acesso em: 26 set. 2010. �1 A ordem dos atletas na prova será sorteada (MATTHIESEN, 2007). A pista de lançamento possui 34,9 metros de comprimento e 4 metros de largura. O dardo deverá fincar numa zona em �ue costuma ocupar o centro dos estádios de atletismo. A marca do lançamento obtida pelo atleta � medida pelos oficiais, da zona de lançamento at� o primeiro ponto onde o dardo tocou no chão (� APEDIA, 200�). O lançador será desclassificado se sair da zona de lançamento antes, durante ou depois do lançamento (figura 42), ou ainda se o dardo não tocar o solo pela ponta dianteira (cabeça) (� APEDIA, 200�). Figura 42: �rea de lançamento do dardo. 30 Se na disputa houver menos de oito competidores, cada atleta tem direito a seis lançamentos. Se houver mais de oito atletas, serão disputadas duas fases, uma de classificação, com três lançamentos para cada atleta, e a fase final, na �ual os oito melhores resultados são apurados para realizar mais três lançamentos, para a decisão do vencedor. Ao final da prova, o atleta �ue obtiver a maior dist�ncia em um dos seus lançamentos � declarado vencedor (ATLETAS DO BRASIL, 200�). As competiç�es iniciam-se com três lançamentos para cada atleta (� APEDIA, 200�). 30Fonte: Modificado de MA�INGSPORT, Disponível em: �http://���.ma�ingsport.pt/imagens/infraestruturas�atletismo�03.�pg�. Acesso em: 26 set. 2010. �2 Por meio dessas regras básicas � possível observar �ue os padr�es impostos para os atletas são atualmente bem específicos na prova, para �ue não ha�a in�ustiça no resultado do lançamento, de modo �ue a regra � obrigatória e a mesma para todos os lançadores. 4.5 Sobre os lançadores do dardo Foram vários os atletas �ue participaram das provas de lançamento do dardo no decorrer da história. Alguns con�uistaram apenas uma vitória na prova, outros tiveram mais vitórias e foram desta�ues. Como e�emplo, vemos neste item, seis atletas �ue fizeram parte da história do lançamento do dardo. Dentre os atletas �ue merecem desta�ue, está o sueco Eric �aldemar Lemming (figura 43) ganhador de três medalhas de ouro nos �ogos Olímpicos de Londres, em 190�, e em Estocolmo, em 1912, com um lançamento seis metros superior ao dos �ogos anteriores. Aos 19 anos, Lemming estabeleceu uma marca mundial, em 1�99. Depois disso, há registro de �ue superou essa marca mais nove vezes at� 1912, at� chegar aos 62,32m. (� I�IP�DIA, 2010). Figura 43: Eric Lemming no lançamento do dardo nos �ogos Olímpicos de 190�, em Londres. 31 Nos �ogos Olímpicos Intercalados �ue ocorreram em Atenas, em 1906, Eric Lemming venceu a primeira competição internacional do lançamento do dardo, no estilo livre, em �ue o 31Fonte: Disponível em: �http://upload.�i�imedia.org/�i�ipedia/commons/thumb/c/c3/Eri��Lemming.�pg/200p�-Eri��Lemming.�pg�. Acesso em: 07 set. 2007. �3 atleta poderia segurar no dardo do modo �ue �uisesse e onde �uisesse. Em 190�, �uando o dardo foi oficialmente incluído nas provas olímpicas, Lemming foi o primeiro campeão da prova, con�uistando duas medalhas de ouro tanto no estilo livre, �uanto no lançamento conhecido atualmente (� I�IP�DIA, 2010). Outro grande atleta do lançamento do dardo foi Jan Železný (figura 44), da Tchecoslová�uia, campeão mundial, olímpico e recordista mundial do lançamento do dardo, sendo considerado o melhor lançador do dardo de todos os tempos (OL�MPIC.ORG, 2009� � I�IP�DIA, 2010). Figura 44: Jan Železný durante o lançamento do dardo 32 Železný detém a melhor marca mundial, com 9�,4�m, estabelecida em 1996, em �ena, na Alemanha. Železný conseguiu, ao longo de sua carreira, 52 lançamentos que ultrapassaram a dist�ncia de 90 metros. Ele � o �nico atleta a ter lançado o dardo a uma dist�ncia maior �ue 94m. Atualmente, Železný é treinador da prova em Praga, Rep�blica Checa, e membro do Comitê Olímpico Internacional (� I�IP�DIA, 2010). O outro atleta de desta�ue � o atual campeão do lançamento do dardo, o norueguês Andreas Thor�ildsen (figura 4�). Foi o primeiro homem a ser campeão europeu em 2006, 32Fonte: Disponível em: �http://���.sporting-heroes.net/athletics-heroes/displa�hero.asp�HeroID�10766�. Acesso em: 19/07/2010. �4 al�m de ter sido campeão olímpico em 2004, 200� e Campeão do Mundo em 2009 (� I�IP�DIA, 2010). Figura 4�: Andreas Thor�ildsen no momento do lançamento. 33 Em 2001, Thor�ildsen estabeleceu, o recorde mundial ��nior, sendo �ue ainda � o detentor deste recorde. Nos �ogos de Bislett, sua marca foi de 91.�9m, no ano de 2006. Como nenhum outro atleta conseguiu superar esse resultado, entrou para o Campeonato Europeu de 2006 como um dos favoritos. Em 200�, Thor�ildsen venceu o “Golden League”, em Oslo, al�m de vencer os �ogos Olímpicos de Pe�uim, onde estabeleceu um novo recorde olímpico, com 90,�7 metros. Thorkildsen também ganhou o concurso do dardo “IAAF Golden League 2008”, em �uri�u