IFT/TM-07/87 UBIRAJARA L. VAN KOLCK QUANTIZAÇÃO ESTOCASTICA r ' ' ' -1^ E . TEORIAS DE.GAUGE Dissertação de Mestrado apresentada no INSTITUTO DE FÍSICA TEÚRICA Orientador: Prof. Dr. Bruto Max Pimentel Escobar São Paulo Agosto de 1987 À memória de meu pai. Agradecimentos Como qualquer outro trabalho, este é o resultado das vi vências de seu autor e, portanto, da influência das pessoas que com ele conviveram. É difícil citá-las todas e, mais ainda, ex- pressar a cada uma minha estima. Vou tentar. Agradeço à Cíntia, meu amor, minha companheira, meu maior exemplo de tu do de bom que pode nascer entre duas pessoas, esteio e estímu- lo para esta dissertação; ao Pimentel, meu amigo, meu orientador, que me mostrou de modo tão simples e cuidadoso quão agradável pode ser trabalhar com liberdade e respeito, sem imediatismo; ao Carias, ao Edson, ao Elso e ao Gustavo, que, compartilhando dor e alegria, revelaram-se grandes amigos em um período turbu lento; suas amizades são talvez o melhor produto desses anos no IFT; - ao Denis, ao Elso (de novo), ao Marcelo (apesar de tudo...) e à Norma, pelos mais de seis anos juntos na física; ao Jonas, tan tas partidas depois; ao Zimerman e ao Alfredo, por discussões sobre pontos deste trabalho; à Cristina, por isso e, sobretudo, pela alegria contagiante; ao Bira, ao Braz, ao Airton, ao Seu Moacir, ao Seu Antônio, ao Alberto, ...; enfim,a todos alunos, professores e funcionários do IFT; 3 turbulência, doce mas as vezes perdida, que me apontou cari— nhosamente a necessidade de muitas mudanças e foi, indiretamen te, responsável pelo que há de novo aqui; - e, como não poderia deixar de ser, à minha mãe, que (também) é a melhor do mundo. Além disto, CAPES e o eficiente foram fundamentais o suporte financeiro da e simpático trabalho de datilografia da Maria Inês. ÍNDICE I. II. III. IV. QUANTIZAÇÃO ESTOCASTICA E TEORIAS DE GAUGE RESUMO/ABSTRACT INTRODUÇÃO CONSIDERAÇÕES GERAIS 1. Teorema Flutuação-Dissipação 2. Ruído Gaussiano CAMPO ESCALAR 1. Quantização 2. Regularização a. Regularizações Usuais b. Regularizações Estocásticas CAMPO DE GAUGE ABELIANO LIVRE 1. Abordagem de Parisi e Wu . . 2. Fixação de Gauge ELETRODINÂMICA ESCALAR 1 . 2. Quantização a. Abordagem de Parisi e Wu b. Fixação de Gauge b1. Fixação de Gauge na Ação . . . , b2. Fixação Estocástica de Gauge Regularização a. Dimensional b, Estocástica 53 55 55 64 64 66 70 70 74 CAMPO DE GAUGE NÃO-ABELIANO 1. Quantização a. Abordagem de Parisi e Wu ..... b. Ação de Fadeev - Popov C- Fixaçao de Gauge de Zwanziger 2. Regularização Dimensional a. Polarização do Vácuo b. (f F , > .... ' yv CONCLUSÃO APÊNDICES 81 83 83 88 92 95 95 98 101 A. Movimento Browniano B. Prova do Teorema Flutuação-Dissipação C. Outras Abordagens da QE D. Um exemplo; Xcp^ E. Equivalência entre a QE e a Teoria Convencional F. Correlação Escalar com Regularização Dimensional G. Polarização do Vácuo na Eletrodinâmica Escalar com Regularização Dimensional H. Polarização do Vácuo na Eletrodinâmica Escalar com Regularização Estocástica Analítica I. Polarização do Vácuo na Teoria Não-Abeliana com Regularização Dimensional ■ ^^yv ^?iX^ Teoria Não-Abeliana com Regularização Dimensional K. Algumas Integrais 1 05 1 25 127 1 37 140 143 1 48 1 52 156 165 1 74 REFERÊNCIAS 177 LEGENDA DAS FIGURAS FIGURAS 183 1 RESUMO. Apresenta-se a quantização estocástica tomando o Teore- ma Flutuação-Dissipação como guia. Mostra-se que a abordagem o- riginal de Parisi e Wu não dá resultados corretos para quantida- des invariantes de gauge com regularização dimensional. Embora exista uma solução simples no caso abeliano, é provavelmente ne- cessário partir de uma ação invariante de BRST (ao invés de in- variante de gauge) em uma teoria não-abeliana. Discutem-se tam- bém as regularizações estocásticas. ABSTRACT. Stochastic quantization is presented taking the Flutuation-Dissipation Theorem as a guide. It is shown that the original approach of Parisi and Wu to gauge theories fails to give the right results to gauge invariant quantities when dimensional regularization is used. Although there is a simple solution in an abelian theory, in the non-abelian case it is probably necessary to start from a BRST invariant action instead of a gauge invariant one. Stochastic regularizations are also discussed. 3 INTRODUÇÃO De nossas experiências cotidianas clássicas, isto é, com aparelhos de medição macroscópicos, desenvolvemos os conceitos "naturais" de números e funções reais. A mecânica clássica, que utiliza-os na descrição dos estados e das variáveis dinâmicas de um sistema, cresceu adaptada às imagens que formamos como resul- tado de tais experiências. Na origem da dinâmica de um sistema estão suas equações de movimento, que podem ser "derivadas" como equações de Euler-Lagrange de uma ação ou equações de Hamilton de uma hamiltoniana, nos dois formalismos mais comuns. No entanto, a investigação de fenômenos microscópicos,pe los mesmos aparelhos clássicos, mostrou que alguns conceitos eram inadequados na sua descrição. A causalidade presente nas equa- ções de movimento permanece apenas enquanto o sistema não é per- turbado; toda medida, entretanto, afeta-o, e introduzimos o con- ceito de probabilidade (enquanto característica intrínseca do pro cesso) de obtermos certos resultados experimentais. À receita para sua introdução, a partir da mais intuitiva mecânica clássi- ca, damos o nome de método de quantização. O primeiro de tais métodos [0.1] consiste, basicamente, em encarar variáveis canonicamente conjugadas como operadores li neares agindo sobre um espaço de Hilbert de estados, sujeitos a relações de comutação obtidas por analogia clássica. As demais variáveis dinâmicas e, principalmente, o hamiltoniano H se escre vem como as mesmas funções clássicas (a menos de problemas de 4 ordenamento) das variáveis canônicas. A evolução no tempo é go- vernada pelo hamiltoniano através de equações diferenciais (de Schrôdinger ou de Heisenberg). Alternativamente a esta formulação "harailtoniana", Feynman, seguindo idéias de Dirac [0.2], desenvolveu uma nova abordagem, "lagrangiana", em que a evolução é descrita por uma soma sobre to das as trajetórias possíveis, cada uma com um peso exp {i s}, on ti de S é ação (efetiva) do sistema clássico. Ambas as linguagens desenvolveram-se bastante, de forma complementar, aplicando-se a um sem-número de situações. Não obs tante, teorias de gauge foram sempre difíceis de quantizar, em função de uma super-descrição através de potenciais A®(x) : em função da liberdade de gauge, o número de graus de liberdade é menor que o número de componentes de potencial. Consideremos em primeiro lugar a abordagem canônica. A tarefa inicial é passar da ação clássica Sci = Jd°x Tr (X) para uma descrição hamiltoniana. 0 primeiro problema que aparece é que a lagrangiana é singular: não depende de 9^ e o momento canonicamente conjugado a A^ é nulo. Um caminho a seguir é se restringir, de antemão, aos graus de liberdade físicos, utilizando a liberdade de gauge (estamos face ao programa de Dirac [0.3] de quantizar sistemas vinculados). Por exemplo, começamos fazendo A^ = 0 e obtendo a lei de Gauss como um vínculo independente do tempo da hamiltoniana associada à No caso de uma teoria abeliana, como o eletromagnetismo. 5 podemos fazer a escolha do gauge de Coulomb 3.A. = 0 imediatamen te e em seguida quantizar o campo transversal ou seguir a ordem inversa restringindo os estados físicos. Para uma teoria não- abeliana o método complica-se devido à auto-interação e chegamos rapidamente a fórmulas intratáveis [0.4]. É interessante, entretanto, manter manifesta a covariân- cia de Lorentz da teoria, tratando as componentes do campo em pé de igualdade. Para tanto adicionamos à Sum termo de fixação de gauge s =J_ Jd‘^x 0^ a" (x))2 (com Ç um parâmetro real positivo), que modifica as equações de movimento. No caso abeliano isto permite generalizar de maneira direta e covariante o procedimento seguido no gauge de Coulomb, mas o espaço de Hilbert passa a ter métrica indefinida. Gupta e depois Bleuler [0.5] mostraram que a teoria de Maxwell é recupe- rada se impomos uma restrição sobre os estados admissíveis | P> da forma 9^a^ ^ |p) = o com A^"^ a parte de aniquilação de A^ .Ccxn isto a condição de Lorentz se verifica na média:
= 0.
Novamente uma teoria não-abeliana apresenta dificuldades
adicionais. A sequência natural seria encarar os termos tri e
quadri-lineares nos campos, presentes em , como uma perturba-
ção aos N campos livres (quantizados pelo método de Gupta-Bleuler).
Feynman [0.6] foi o primeiro a notar que diagramas com "loops"
apresentavam problemas; devido à propagação longitudinal nas li-
nhas internas, violava-se unitariedade e transversalidade. Novas
6
regras para diagramas com um só "loop" foram dadas pelo próprio
Feynman e, mais detalhadamente, por de Witt [0.7],
A quantização por integrais de trajetória permite genera
lizar estas regras para um diagrama arbitrário. Não podemos, en
tretanto, aplicar o método para sem considerações adicionais;
a invariância de gauge implica um infinito adicional proveniente
da contribuição igual de campos de uma mesma órbita de gauge (is
to é, campos ligados por uma transformação de gauge). Novamente
podemos abandonar de partida a covariância de Lorentz restringin
do a integração aos graus de liberdades físicos, mas graças à
Fadeev e Popov [0.8] temos um método direto de trabalhar com uma
condição de gauge qualquer. Sua idéia é integrar apenas sobre
uma superfície, como a dada por 9^A^(x) = B{x), B(x) arbitrário,
que corte as órbitas de gauge uma só vez (a independência de B(jd
do funcional gerador permite integrar sobre ele com um peso gaus
siano). Agindo assim, obtemos justamente exp i { S + S }, mas
?T
ganhamos também o determinante da matriz que mede a resposta da
condição de gauge à uma transformação de gauge infinitesimaL Qu^
do o campo é abeliano, este determinante não depende do campo e
pode ser absorvido na normalização; para uma teoria não-abeliana
a expansão perturbativa na constante de acoplamento dá lugar a
termos não-locais nos campos e é mais conveniente, então, intro-
duzir campos escalares grassmanianos fictícios (os fantasmas de
Fadeev-Popov), que interagem localmente com os campos de gauge.
À ação resultante Sj_p, com a contribuição clássica, de fixação
de gauge e de fantasmas, chamaremos ação de Fadeev-Popov.
Recentemente este procedimento foi revertido [0.9] atra-
vés de uma generalização da transformação de gauge, a transforma
ção de BRST (Becchi, Rouet, Stora, Tyutin), em que os N parâme-
tros locais de gauge são escritos como produtos de um parâmetro
7
independente do espaço tempo e N campos (fantasmas), todos gras-
smanianos. Introduzem-se ainda outros 2N campos, N grassmania-
nos (anti-fantasmas) e N reais (auxiliares). As leis de trans-
formação de BRST são construídas de forma a assegurar sua nilpo-
tência. Nós então tomamos os campos de gauge, fantasmas, anti-
fantasmas e auxiliares como aqueles a serem quantizados. Defini-
mos um espaço de estados físicos invariantes por BRST e construí
mos a ação do sistema adicionando à lagrangiana clássica a trans
formada de BRST de uma função dos campos da teoria (o que garan-
te a invariância por BRST da lagrangiana total). Com algumas im
posições gerais obtemos justamente a ação de Fadeev-Popov. A quan
tização então prossegue pelo método canônico ou por integração
funcional. Em resumo, procedemos à quantização encarando a sime
tria de BRST como um princípio, como a versão quântica fundamen-
tal da simetria de gauge.
Temos, neste ponto, uma teoria de perturbação covariante
para uma teoria de gauge. Evidentemente, o trabalho não está con
pleto uma vez que os diagramas de Feynman são, em geral, diver-
gentes na região ultravioleta, e demanda-se um processo de exibi
ção (regularização) e subtração (renormalização) destas divergên
cias. Com uma lagrangiana renormalizada invariante de gauge, a
unitariedade da matriz S surge como consequência de sua unitarie
dade nos gauges "físicos". São desejáveis, por isso, esquemas
de regularização que respeitem a invariância de gauge. Nem todas
as técnicas desenvolvidas para teorias escalares funcionam. Par
ticularmente útil, por sua simplicidade, é a regularização dimen
sional [0,10] em que se faz uma continuação analítica de dimen-
sões suficientemente baixas ou complexas (em que as integrais con
vergem) para a dimensão de interesse.;; O outro método invariante
aplicável a teorias nao-abelianas é o de derivadas covariantes
mais altas [0.11], uma generalização invariante do método de
8
inserir na lagrangiana termos em derivadas mais altas, aliado a
uma outra generalização, no método de Fadeev-Popov.
Apesar de tudo, um problema ainda persiste. A questão é
que qualquer que seja o método de quantização seguido, canônico
ou integral de trajetória, impomos uma condição sobre os campos
(fixação de gauge) que supomos bem definida e não singular. Isto
é, supomos que, dado um campo qualquer, existe apenas um outro
campo em sua órbita satisfazendo tal condição de gauge (por exem
pio, tendo uma dada divergência B(x)). Ocorre que Gribov [0.12]
mostrou que isto em geral não é verdade em teorias não-abelianas,
ao menos para os gauges de Coulomb e de Lorentz (neste último ca
so, se a teoria é abeliana basta limitarmo-nos, como é usual, a
campos que se anulam no infinito). Apenas quando trabalhamos com
campos pequenos, próximos de A^ = 0 (isto é, apenas perturbativa
mente), o determinante de Fadeev-Popov não tem autovalores nulos
e a quantização covariante funciona. As regularizações acima são,
portanto, também perturbativas.
Em 1981, Parisi e Wu [1.4] propuseram um novo método de
quantização, chamado desde então quantização estocástica (QE). A
esperança era que, baseando a quantização apenas na equação de
movimento clássica, a fixação de gauge não seria necessária e e-
vitar-se-ia, assim, a ambigüidade de Gribov. Os caminhos para
uma teoria não-perturbativa de gauge estariam abertos.
Este trabalho pretende apresentar a QE em uma abordagem
nova. baseando-se na física apreendida no movimento browniano,
encaramos o Teorema de Flutuação-Dissipação como um guia. Em par
ticular, vamos mostrar que aquela esperança não está, em princí-
pio, justificada e a QE talvez só funcione, de fato, a nível per
turbativo, em teorias de gauge.
9
Começamos no Capítulo I introduzindo o método e fazendo
alguns comentários nem sempre claros na literatura. Esta discus
são, bem como toda sequência,está fortemente ligada a lições que
tomamos no caso simples de uma partícula executando movimento
browniano (revisto no Apêndice A). O Apêndice B exibe a prova
do Teorema utilizado ao longo do trabalho.
No Capítulo II desenvolvemos a quantização de um campo
escalar real, que é o caso mais simples e estudado. Muito do po-
tencial da QE se torna claro, por exemplo, na possibilidade de
regular a teoria convencional de maneira puramente estocástica
Os Apêndices D e E ilustram alguns pontos.
O Capítulo III generaliza a QE para um campo U (1) livre.
No espírito da proposta original de Parisi e Wu sugerimos uma mo
dificação na QE, na sua forma mais branda representando uma li-
berdade até agora ignorada. Outros esquemas fixam o gauge.
As idéias dos Capítulos precedentes se aplicam à Eletro-
dinâmica Escalar no Capítulo IV. Utilizando os resultados obti-
dos nos Apêndices F e G mostramos que a idéia original de Parisi
e Wu só é compatível com a regularização dimensional senutiliza-
mos a liberdade por nós assinalada. Como consequência a fixação
de gauge estocástica também falha (a fixação de gauge na açãcv en
tretanto, funciona). Utilizando o Apêndice H, mostramos que a
regularização estocástica também não é, em princípio, adequada,
com fixação na ação.
0 caso não-abeliano é tratado no Capítulo V. Confirmamos
nossas criticas a abordagem de Parisi—Wu,utilizando os Apêndices
10
I e J, e investigamos a possibilidade de partir da ação
te por BRST.
Estes dois últimos são os capítulos centrais do
O Apêndice C exibe abordagens alternativas a QE,
to o K resume as fórmulas de regularização dimensional.
O Capítulo VI é dedicado às conclusões.
invarian
trabalho.
enquan-
11
CAPÍTULO I
CONSIDERAÇÕES GERAIS
Iniciemos com certa generalidade: consideremos uma teo-
ria euclidiana de campos (bosônicos ou fermiônicos) reais^ cp^(x),
1 denotando um conjunto de índices (espaço-temporais ou internos),
em D dimensões, x = ^i' descrita pela ação
S[cp ] = S^ [cp ] + Sj [cp ] d^x (L|^ (cp ) + Lj (cp ) )
onde L^(cp) é a lagrangiana livre e L^((p), a interação.
A nível clássico, a dinâmica do sistema está contida nas
equações de movimento
6S[cp J = 0
ôcp^ (x)
que podem ser obtidas pelo Princípio de Mínima Ação, Quantica
mente todas as configurações contribuem para a evolução do siste
ma; usualmente estamos interessados em calcular as funções de
Green, que são os valores esperados no vácuo do produto de cam-
pos e podem ser escritas como
<0|T[cp^ (x (x )] |0> = /Dcp [cp (x ) ... cp fx )] e fi
n i, 1 1 n
1 n
-IS[cp]
/D Cp e f)
-J.S[cp]
= N/Dcp[cp^ (x^) ... cp^
+ Cartpos conplexos se constrc5em a partir destes.
(1.0)
12
E bsstântB conhscidâ s snslogia sntrB Gsta formulação in
tegral funcional e a mecânica estatística de equilíbrio. Ocorre
que a medida da integral de trajetória (1.0) pode ser encarada co
mo uma distribuição de Boltzmann com S no papel da energia poten
^ no da temperatura, kT. As funções de Green, que medem
flutuações quânticas, são funções de correlação, ligadas a flu-
tuações térmicas.
[Digressão: Esta analogia entre um sistema estatístico
clássico em D dimensões (espaciais) e um sistema descrito por u-
ma teoria euclidiana de campos quântica também em D dimensões (u
ma temporal e D-1 espaciais) pode ser formulada de maneira mais
precisa introduzindo uma rede (hiper-) cúbica no espaço. Nas pro
ximidades de um ponto crítico a magnitude do parâmetro de ordem
^ ^ estrutura (em particular, o espaçamento) da rede não são re-
levantes, e o problema estatístico a temperaturas acima da críti
ca pode ser tratado como uma teoria de campos. No caso estático
[1-1, 1.2], tudo bem. Mas a que corresponde um fenômeno crítico
dinâmico, em que o parâmetro de ordem relaxa vagarosamente para
o equilíbrio, através de uma equação estocástica [1.1, 1.3] ? ]
A idéia de Parisi e Wu [1.4, 1.5] foi generalizar tal
formulação, interpretanto a densidade de probabilidade N exp
como a distribuição de equilíbrio de um problema estatís-
íi
tico fora-de-equilíbrio que se desenrola em um "tempo fictício"
(ou "tempo extra", ou "52 tempo", ou simplesmente "tempo") t, do
qual o campo (clássico) também é função: cp^ = cp^(x,x).
Talvez o exemplo mais conhecido de sistema em que ocorre
relaxação para o equilíbrio seja o de uma partícula que executa
13
movimento browniano [veja Ap. A]. Postulamos então que o sistema
de interesse está imerso, a partir do instante em um reserva
tório térmico (D+1 )-dimensional à temperatura T~fi, com sua dinâ
mica (no tempo t>t^) simulada pela equação de Langevin generali-
zada
Çj^(x,t) = 9cp(x,t) = di' / d'^y ^(x,y,T-T') 6S[cp] +
6cp^(y,T')
(1.1)
onde
5S[cp ] = /Dep cp (X ) ... cp (x ) P([cp],x) (1.6)
1 n I n
desde que
p([cp],x) = <ô(cp^(x) -cpj(x,x))> =
= /'Õn Dcp° ô(cp^ (x)-cpj^ (x,x)) p([ti],tO P[cp°] =
15
= /5cp 5(9^ (X) 9;^(X,T)^ p[cp°] 2fi S[cp°] ‘kp G9],T') S[9(T')]
,T' >T
(1.7)
De modo análogo, podemos construir probabilidades conjuntas de
obtermos várias configurações em diferentes instantes e, a par-
tir destas, as probabilidades condicionais. Tratam-se de exten-
sões diretas das probabilidades introduzidas no movimento brow-
niano [Ap. A].
0 método de quantização estocástica (QE) se traduz pela
expressão
lim P ( [cp] , t) = Ne“^ S[n] ^
ao menos no sentido fraco, em que as funções de Green (1.0) são
obtidas como limite das funções de correlações (1.6), isto é,das
médias de produtos de campos que resolvem a equação de Langevin
generalizada, a tempos iguais^:
lim <9^ (x^,T)
T->-cxj ^
> = <0|T [t/(x ) ••• 9^ (x)]|0> .
(1.9)
Tal propriedade não é automática: depende de características da
força aleatória, que examinaremos a seguir.
Impomos inicialmente que sua média seja nula,
> .
6 =fi6^^,ô(z-x')
6 p'“'(k ,t)
j=1 ^ J
,(0),,.
(k,T) - ^ 1 g^Jo dt G(k,x-t) Jd°ki ... J d°kr_i (2TT)°ô(k-k^-.. .-k^
r (r-D! (27T)° ' (2tt)^
ij >0 j
24
A solução de (2.7) é
Cp’^(x,T) = Cp^°Nx,T) + CP^’^X,T) + ... + + ... (2.9)
Podeinos esc]reve~l3 de rnaneiirs inais conveniente atjravés
de regras de Feynman estocásticas de árvore [Fig. 2.1a]. Denote
mos a função de Green G por uma linha, o ruído por uma cruz,a con
dição inicial por um círculo e a interação por um vértice, e con
vencionemos integrar sobre momentos de vértices e tempos de cru
zes e vértices (devido ao 0(t) em g(k,T) estas integrais tempo-
rais são ordenadas: o limite superior de integração é o 5e tempo
do vértice precedente).
As funções de correlação se obtém agora tomando as médias
sobre produtos de soluções (2.9). A média sobre o ruído é dada
por (1.15) e (2.2): temos que ligar as cruzes duas a duas de to
das as maneiras possíveis. A media sobre cp (k, 0) é dada prescre
vendo a distribuição P[cp°j.
Observemos a função
■ 00
onde
D(x,x) = 1 +
(2TT)° p^+m^
+ e" d^p 1
(2tt)'^ (p^4m^)^
p'
(2tt)'
(p-p')^(p'W)
[^(pfp')^-(p^-p'^)^^-D -1 ] + O(e^) (4.41)
71
é o resultado usual, e
R(x,x) = a-2e
J
d_p r
á P
2 ,2
P -P*
2 (2tt) (2tt)° (p-p')^(p^W)^(p^+p'^+2m^)
+ O(e^) (4.42)
sem fixação de gauge, ou
R(x,x) = e^ f d^p C d°p'
2 -*(271)° (2tt)'^
2 ,2
P -P'
(p-p') ^ (p^-fm^)^(p^+p' ^+2m^+(p-p' )
I
+ O(e^)
(4.43)
fixando o gauge na ação.
Como esperado, fixando o gauge na ação, somos levados sem
apelação a a = 2, conforme o TFD. Igualmente esperado, e pelo
mesmo motivo, é a= 0 sem fixação de gauge, confirmado por (4.42).
Ocorre que a = 2 é também admitido por esta fórmula. A razão pa
isto é que, neste caso particular, os diagramas extras que a-
Parecem na fixação estocástica de gauge com (4.34) se cancelam
quando somados [Ap. F].
A um resultado novo chegamos quando dirigimos nossa aten
Çso para a polarização do vácuo. Cálculos bastante similares
aos anteriores mas um pouco mais trabalhosos, apresentados no Ap.
mostram que
72
lVpa%vl = Cyp'P>%JPtoav'P> + S (p) X -► oo
(4.44)
onde D (p) =
pv 1 (P (p) —^ pv^ + Ç P (p) pv ^
) é o propagador de Feynmarv
V^p’ = —
{2ti)^ k^-Kn^
(p+2k)o(pf2k)a -2ô
(k+p)^4in^
pa + 0 (e'
(4.45)
é a polarização usual transversal (isto é, invariante de gauge),
e
Sp^(p) = 2eep(;,(p) pv'
D
c3 k
(27t)'^ k^4ín^
1 / k^-{k+pf f
liiTi (1-a)x
+
( k^+( k+p) ) ((k+p) )
+ (k^-(k+p)^)^ ~2
- 2 (k^+(k+p)^+2m^)^ ((k+p)^4m^)(k^+m^)
1 +
(k+p)^-Hx^
+ g(k^-(k+p)^)
(k)(k(k+p)^+2m^)
+
k^+(k+p)^+2m^ 2(k^4iT1^)
+ a 1
o /I 2 , 2.2 2 (k +ín )
+ 0(e' (4.46)
sem fixação de gauge, ou
73
%v = ®^Pmv'P> ! ■
2 J (2tt)'^ {k^+m^)((k+p)^4in^)(k^+(k+p)^+2m^ +£^)
I
. (k^-(k+p)^)^+ O(e^) (4.47)
2
P
fixando o gauge na ação.
Novamente a= 2 é imposto por este último caso (4.47).
Já em (4.46) temos um termo divergente no tempo t que só desapa
rece se a = 1. Mas então é o termo finito que não se anula,como
se vê, por exemplo, expandindo em potências de p_^ (o primeiro
m^
termo, p = 0, já é por si só diferente de zero). Podemos ver
que a = 2 não é apropriado considerando aqueles diagramas ccm vér
tices direcionados da fixação estocástica de gauge: eles deixam
uma contribuição depois de somados [Ap. G].
Estes resultados"^ mostram a força do TFD como um guia pa
ra a QE: usando uma regularização que preserva a simetria de gau
ge, somos levados aos resultados corretos se a = 0 na abordagem
óe Parisi - Wu e se a = 2 quando fixamos o gauge.
Pode-se adotar postura diferente e sugerir que o proble-
reside na regularização dimensional, não na QE. É evidente-
rnente difícil excluir esta possibilidade. Mas, note, os esquemas
de regularização candidatos a funcionar na QE devem, na teoria
convencional, preservar a invariância de gauge (pelo menos),como
■mostram os termos em Ç dos diagramas estocásticos da correlação
escalar e da polarização. Ademais, apenas propriedades de sime
tria e mudança de variável da regularização dimensional foram u
tilizadas.
É óbvãa, mas vale ressaltar, a correção de nossa previsão, ejç>ressa on (4.13),
de que mesmo quantidades invariantes de gauge dependem de rii-, pois a aparece
cxplicitamente em (4.42) e (4.46).
74
b. Estocástica
^ i zação 6stocástica (não—markoviana ) tom atraído
muita atenção porque (supostamente) preserva a invariância de gau
ge, já que não interfere (diretamente) no setor espaço - temporal
da teoria. Vamos examinar isto em detalhe.
Seguimos o espírito precedente; por um ladq queremos qu^
retirando o parâmetro regulador A, obtenhamos a teoria usuah não
regularizada, no limite de tempos grandes; por outro, que sem
regulador tenhamos (4.14) e (4.15). Somos levados então à substj^
tuí-las por
D 2 D
_r(2--) , 1 p1 r(3- -)
c 2
5 m
+
+ 1 P'' (p) — yv^
4
(2-a)
r(2-|) ^ 3
10
2
^(2-a)
r(3-|)
+ . . .
/
D+4,6,... (4.57)
que é transversal se a = 2. Naquelas dimensões em que aparecem
pólos, entretanto, temos problemas; para D = 4, por exemplo.
lim [d rr d
x-v oo MP po^av
](p,T) =
(4TrfV(m2)2-°/2^
P^ (p) yv^
- 5 + J_ + ^5 (^1+^2)
^ 6e, 2Ê' 6 e,
1 1
_£i_ <1 C-1+^1 + ^2 +
^ ? 6e^
+ -Le! + •••
30 m^
+ P^ (p)
yv
_L(2fl-a^ +^a(fjjf2) - C-_1(a +6)
4e^ e S ^
+
8
78
+ a + fl + J_ (2-a) + ...
80 m"
(4.58)
Não há valor de a que anule todos os termos longitudinais:
sendo e = devemos ter e a = 2 para anular o termo
em J_ e C, mas então os demais termos finitos permanecem. Note
que sequer se fazemos, de forma completamente arbitrária, e = e =
^-i = ^2 (sugerido em [4.4]) obtemos transversalidade. O mes
mo vale para D = 6, 8, ...
Não é difícil verificar que mesmo se considerássemos um
parâmetro para as linhas longitudinais não obtería
mos transversalidade, pois ele afetaria apenas os termos 0 {e°),
não alterando o termo divergente e os finitos de 0 (p^) e maiores.
ÍtT^
Assim, concluimos que a regularização estocástica analítica não
preserva a invariância de gauge, ao menos enquanto nos limitamos
à simplificação (4.52) com (4.53).
É claro que pode-se supor que uma outra escolha de f(mais
feliz que (4.53))dê bons resultados, para alguma quantidade em
alguma ordem, como em [4.5]. Mas o fato é que o resultado acima
mostra que não há nenhum motivo para supor que a regularização es
tocástica não-mar]coviana seja boa, quando fixamos o gauge na ação.
O argumento já exposto (que não modificamos o setor espaço-tempo
i^al da teoria) é falho: as integrações temporais resultam em fa-
tores de momentos; modificando a dependência em t alteramo - los
79
e, com isso, afetamos o espaço-tempo (e as simetrias nele obser-
vadas) , Isto se manifesta quando, fixando o gauge estocastica -
mente, encontramos um argumento geral para mostrar a falência do
método [4.6].
Enquanto nos limitamos à fixação de gauge, parece por-
tanto que a regularização estocástica deve ser markoviana. Al-
guns resultados [4.7] mostram que uma generalização apropriada de
(2.30) (substituindo derivadas por derivadas covariantes) produz
alguns resultados satisfatórios com fixação estocástica de gauge,
mas uma análise mais extensa ainda está por vir.
Permanece em aberto também a questão da regularização par
tindo da ação invariante de gauge. É possível que uma escolha a
dequada em (4.49) permita obter a teoria regularizada respeitan-
do a invariância, mas não fomos capazes de obtê-la.
81
CAPÍTULO V
CAMPO DE GAUGE NÃO-ABELIANO
A motivação para introdução da QE foi a perspectiva de
quantizar teorias de gauge não-abelianas sem fixação de gauge e,
consequentemente, sem a introdução de fantasmas. Já vimos no ca
pítulo anterior que no caso abeliano em interação com bosons pre
cisamos de antemão separar as variáveis cíclicas, ao contrário do
que sugeriam inicialmente Parisi e Wu. Veremos agora se o mesmo
se aplica a um campo de gauge não-abeliano. Analisamos também o
método aplicado à ação de Fadeev -Popov, encarando então a sime-
tria de BRST como fudamental. Limitar-nos-emos à regularização
dimensional.
Para tanto, consideremos um campo de gauge
A^(x) = A^^(x) (5.1)
onde T^, a = 1 , . . . , N, são os geradores de uma álgebra de Lie com
3 b c
constantes de estrutura f ; na representação adjunta
[T^,T^] = i f^*^ (5.2)
com f completamente anti-simétrico, e satisfazendo a identida
de de Jacobi.
82
Introduzindo o tensor
''yv‘=> = Vv - Vy - 9 ' (5.3)
onde g é a constante de acoplamento, a ação invariante de gauge
("ação de Yang-Mills") na ausência de outros campos se escreve
como
S = 1 f d^^x (F® (x))^
Cl — J ' yv :5.4)
Sendo
D
ab _ rab« , ,abc ,c, .
y = + 9 t A^^(x)
a derivada covariante e
r(x) = g [a^(A°(x)A^(x)) - a;(x)O^A°(x) - 9^A°(x))] (5.5)
t=3 / \ - 2 ,-abCj-bde ,c, \,d, >,e, , I (x) E g f f A,(x)A (x A (x) y ^ V V y (5.6)
temos
0 um parâmetro a ser ajustado), e gaussiano de média ze-
ro. A esperança é que algum valor de a permita obter os resulta
dos usuais (que incluem as contribuições de fantasmas) para quan
tidades invariantes de gauge, no limite de tempos iguais e gran-
des. Na literatura, sempre a = 2.
Com (5.19) e (5.20) podemos calcular o propagador "livre"
(isto é, de 0(g° ) ),
D°J(k,T,T') = í®" I 1
T
L‘MV yv
+ a P (k) min (t,t')
yv (5.21)
fazendo (arbitrariamente, pelas observações feitas acima)a mesma
ascolha gaussiana (3.13), isto é.
Definindo novas regras de Feynman [Fig. 5.1b] escrevemos
correlação perturbativamente. Note gue os vertices são
simétricos e que
„abc ^ (O)abc
a3y -2 a3y
1
aByS -r
j( 0) abcd
a3yô
, (5.23)
onde V (o)
W
(o)
sao os vértices convencionais [4.3].
88
b. Ação de Fadeev - Popov
Podemos tomar uma postura completamente diferente. Ao in
vés de considerarmos as equações clássicas de movimento, impomos
a simetria de BRST como fundamental, sendo levados então à ação
de Fadeev-Popov [0.9]
Spp = + _L / c^x)
2K (5.24)
onde c, c são campos fantasmas (grassmanianos, porém escalares).
Esta ação não é invariante de gauge, em virtude do segundo termo
(fixação de gauge), mas de BRST.
As equações de Langevin correspondentes são
3A^(x,t)
V
9t
- + n^(x,T) =
ôA^(x,t)
= (9^Ô - (1-1
yv
I9^9^)A^(x,t) + I^(x,T) + I^(x,T) +
- g f^^^(9^c^ (x,t)) c'^(x,t) + ri®(x,x) (5.25)
9c®(x,t)
9t
+ e^(x,T) =
ôc^ (x,t)
= 9^c^(x,t) + g 9^(c‘^(x,t)A^(x,t) ) + 0^{x,t) (5.26)
T) ^ _ 5S^p ^
9t 6c®(x,t)
= 9^c^ (x,t) + g f®‘^'^(9^c'^(x,T)) A^(x,t) + 0^(x,t) (5.27)
89
OU, no espaço dos momentos,
9A^(x,t) = - k^{6 - V^) A® (k,T) + I^(k,T) + I®(k,T) +
9t ^
+ ig f d°ki r d°k2 (2TT)°Ô(k+k -k )k c^(k ,t) c'^(k ,t) +
+ (5_20
= - kV(k,T) + ig f^^^k C d^ki f d^k2 (27r)°6(k-k -k )
■^(271)'^ J (270"^ ' ' 9t
C^k^,T) A^ (k^,T) + 0®(k,T) (5.29)
9c (k,T) =
9t
|2 -a,, -j^abc , -,D k c(k,T)-igf r d^ki f d°k2 (27T)°ô(k-k +k^) k
D D 1 2 iy
M2tt) (2tt)
c^(k^ ,t) A^ (k^/T) + 0®(k,T) (5.30)
Com as funções de Green
6^^ [P;^ (k) e t (k) e ]
-k^
-k^T
(5.31)
G^^(k,T) = e
ab -k T
(5.32)
90
e as regras de Feynman de árvore [Fig. 5.1a, 5.2a], escrevemos
+ O(g^) (5.33)
c"(k,T) =-*-"--K+ +
\
//' /
+ —^
'X
+ + 0(g>)
c (k,T) = -X + 6, + 0(g")
(5.34)
(5.35)
já anulando as condições iniciais longitudinais.
Como no caso abeliano com fixação de gauge podemos se-
guir usando o TFD ao fazer os ruídos gaussianos e 0® obedece
rem a
+
,2,2 ->
k +k^
+ Poo-(S) '^1 “ (2«- 3)
2 2
(5.56)
Rpp. =-1^p. !l(a(k^)-2k^)
k^
(5.57)
3 b ''
enquanto A e dado no Ap. I. Dos vários termos acima, F e
PP' PP'
Hpp, não se anulam na regularização dimensional; o segundo, com
a = 2, foi obtido por Namiki et al. [3.2].l;; Quanto à R , é
PP'
nulo se usamos as integrais usuais da regularização dimensional,
mais a conjectura de 't Hooft - Veltman [veja Ap. K]. De qualquer
forma, permanecem contribuições proporcionais a t e finitas. Co
mo a polarização não é invariante de gauge, da QE não se espera-
va outra coisa.
Fixando o gauge na ação, isto é, usando Sj-p, obtemos au-
tomaticamente o resultado correto:
-ab
7T ,
PP'
= 0 + 0(g-") (5.58)
. ab
Vp'
= 0 + O(g^)
[Ap. I].
(5.59)
98
b.