RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo deste trabalho será disponibilizado somente a partir de 15/06/2022. MOISÉS GONÇALVES DOS SANTOS JÚNIOR ENTRE NUANCES MULTIFORMES E SENSAÇÕES EVANESCENTES: a estética impressionista nos romances Clarissa (1933), de Erico Verissimo, e O lustre (1946), de Clarice Lispector ASSIS 2020 MOISÉS GONÇALVES DOS SANTOS JÚNIOR ENTRE NUANCES MULTIFORMES E SENSAÇÕES EVANESCENTES: a estética impressionista nos romances Clarissa (1933), de Erico Verissimo, e O lustre (1946), de Clarice Lispector Tese apresentada à Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, para a obtenção do título de Doutor em Letras (Área de Conhecimento: Literatura e Vida Social) Orientador: Dr. Rubens Pereira dos Santos Bolsista: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001 ASSIS 2020 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Câmpus de Assis ENTRE NUANCES MULTIFORMES E SENSAÇÕES EVANESCENTES: a estética impressionista nos romances Clarissa (1933), de Erico Verissimo, e O lustre (1946), de Clarice Lispector TÍTULO DA TESE: CERTIFICADO DE APROVAÇÃO AUTOR: MOISÉS GONÇALVES DOS SANTOS JÚNIOR ORIENTADOR: RUBENS PEREIRA DOS SANTOS Aprovado como parte das exigências para obtenção do Título de Doutor em LETRAS, área: Literatura e Vida Social pela Comissão Examinadora: Prof. Dr. RUBENS PEREIRA DOS SANTOS Departamento de Estudos Linguísticos, Literários e da Educação / UNESP/Assis Prof. Dr. FABIANO RODRIGO DA SILVA SANTOS Departamento de Estudos Linguísticos, Literários e da Educação / UNESP/Assis Profa. Dra. DANIELA MANTARRO CALLIPO Departamento de Letras Modernas / UNESP/Assis Prof. Dr. ALTAMIR BOTOSO Departamento de Letras e Língua Espanhola / UEMS/Campo Grande Profa. Dra. VIVIANE ARAÚJO ALVES DA COSTA PEREIRA UFPR/Curitiba Assis, 15 de junho de 2020 Faculdade de Ciências e Letras - Câmpus de Assis - Av. Dom Antonio, 2100, 19806900, Assis - São Paulo www.assis.unesp.br/posgraduacao/letras/CNPJ: 48.031.918/0006-39. Aos meus pais, Moisés e Elenita, troncos onde fervilha a seiva divina. À Santa Terezinha do Menino Jesus, a pequenina que se tornou grande no jardim do Senhor. AGRADECIMENTOS ―[...] o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. Seu nome é Santo e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem‖ (Lc 1, 49-50 – Magnificat). Esta tese é um milagre do Senhor dos senhores pelas mãos da Santíssima Virgem Maria. Ao Deus Uno e Trino e a Nossa Senhora das Graças, minha eterna gratidão, honra, louvor e glórias, pois no deserto da doença a misericórdia divina me alcançou. À minha família: mãe Elenita, pai Moisés, irmã Camila e cunhado Renato. O amor e paciência de cada um de vocês estão, verdadeiramente, nestas páginas que escrevemos em coautoria. Os frutos vindouros de todo esse processo de conhecimento serão dedicados a vocês. Aos amigos-irmãos de fé: Padre Estanislau, Irmã Cássia, Irmã Rita, João Batista, Luzia, Mirtes, Maria Helena, Janete, Rose e Dirlene. Este trabalho é um sinal vivo da oração e apoio de todos vocês, sempre me reerguendo nas tempestades e me apontando, pelo Cristo ressuscitado, a vitória que agora se concretiza. Às amigas acadêmicas: Aline Maziero, Débora Barcala, Nayara Krause e Gláucia Vieira. Obrigado por serem minhas amigas além-universidade e me auxiliarem a compreender um pouco mais a real (verdadeira) arte de viver. Aos funcionários da Biblioteca UNESP/Assis, bem como da seção de Pós-Graduação, prontamente dispostos a nos auxiliar a resolver nossas questões acadêmicas. Aos professores e pesquisadores de diversas universidades brasileiras e estrangeiras, representados aqui pela figura do professor da FURG Mauro Nicola Póvoas, pelos materiais bibliográficos gentilmente oferecidos. Aos professores da Unesp/Assis Daniela Mantarro Callipo e Fabiano Rodrigo da Silva Santos, pelo zelo e carinho na leitura do texto, ampliando os horizontes desta pesquisa com valiosas contribuições e sugestões bibliográficas durante o Exame Geral de Qualificação, além de participarem como banca de defesa. Aos professores Viviane Araújo Alves da Costa Pereira (UFPR) e Altamir Botoso (UEMS), por aceitarem o convite para compor a banca de defesa. Ao professor Rubens Pereira dos Santos, meu estimado orientador e hoje amigo. Agradeço imensamente sua generosidade, presença, confiança e carinho ao longo desse caminho de aprendizado que percorremos juntos. Nunca me esquecerei que uma das maiores lições inerentes à esse árduo trabalho em parceria foi a sua humildade, que o faz grande como só os humildes podem ser. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. Deus quer, o homem sonha , a obra nasce. (Fernando Pessoa, In Mensagem) É a mais bela e cruciante verdade do mundo. Cada ser humano recebe a anunciação e, grávido de alma , leva a mão à garganta em susto e angústia . Como se houvesse para cada um, em algum momento da vida, a anunciação de que há uma missão a cumprir . A missão não é leve: cada homem é responsável pelo mundo inteiro. (Clarice Lispector, In A descoberta do mundo) Se voltardes para Ele, de todo o coração e com toda a vossa alma, para agir na verdade em Sua presença, então Ele se voltará para vós, e não mais vos ocultará Sua face. Considerai, pois, como vos tratou, dai-Lhe graças em alta voz. Bendizei o Senhor da Justiça e exaltai o Rei dos séculos. (Livro de Tobias, Cap.13, vers 6) SANTOS JÚNIOR, Moisés Gonçalves dos. Entre nuances multiformes e sensações evanescentes: a estética impressionista nos romances Clarissa (1933), de Erico Verissimo, e O lustre (1946), de Clarice Lispector. 2020. 313f. Tese (Doutorado em Letras). – Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, 2020. RESUMO A proposta de tese em foco contempla análises comparativas das obras Clarissa (1933), de Erico Verissimo, e O lustre (1946), de Clarice Lispector. Escritos no início de suas carreiras literárias, os romances dialogam entre si não somente as semelhanças de enredo, personagem principal e temas, mas a presença sensível da vanguarda impressionista, materializada na tessitura literária de ambas as narrativas, seja no plano do conteúdo ou da forma romanesca. Gêneros híbridos da modernidade, nas fronteiras entre o Bildungsroman moderno e o romance lírico, neste presente estudo também se objetivou interpretá-los e confrontá-los por esta chave de leitura, mas, sobretudo, compreender como acontece, em cada um desses romances, a transcriação (conceito de Haroldo de Campos [2006, 2015]) de uma estética eminentemente plástica para as veredas da linguagem, e como o impressionismo na literatura acabou adquirindo e consolidando contornos próprios e independentes da pintura cultivada no final do século XIX e começo do XX. Norteando-se pelos pressupostos da crítica literária (resgate da recepção e fortuna crítica das obras), teoria literária, literatura comparada e estudos interartes, a hipótese levantada por esta tese repousa, portanto, em investigar e comprovar a ressonância desta estética moderna que, imbricada ao estilo único de cada autor, produziu dois romances brasileiros com fortes ecos impressionistas. Com este processo de ressignificação comparada destas obras, a pesquisa almeja resgatar esses romances de seu locus de esquecimento e menor relevância dentro dos projetos estético-literários de Verissimo e Lispector, redefinindo-os como romances que, germinando grandes escritores, concretizaram com vigor a união perene entre manifestações artísticas distintas. Palavras-chave: Literatura Comparada. Impressionismo literário. Erico Verissimo. Clarice Lispector. Clarissa. O lustre. SANTOS JÚNIOR, Moisés Gonçalves dos. Between multiform nuances and evanescent sensations: the impressionist aesthetic in the novels Clarissa (1933), by Erico Verissimo and O lustre (1946), by Clarice Lispector. 2020. 313f. Thesis (Ph.D. in Literature). - São Paulo State University (UNESP), School of Sciences and Language, Assis, 2020. ABSTRACT The proposed thesis in focus contemplates comparative analyzes of the works Clarissa (1933), by Erico Verissimo, and O lustre (1946), by Clarice Lispector. Written at the beginning of their literary careers, the novels dialogue among themselves not only the similarities of plot, main character and themes, but the sensitive presence of the impressionist avant-garde materialized in the literary fabric of both narratives, whether in terms of content or form. romanesque. Hybrid genres of modernity, on the frontiers between the modern Bildungsroman and the lyric novel, this study also aimed to interpret and confront them by this key reading, but, above all, to understand how it happens in each of these novels. transcreation (concept by Haroldo de Campos [2006, 2015]) of an eminently plastic aesthetic for the paths of language, and how impressionism in literature eventually acquired and consolidated its own independent contours of painting cultivated in the late nineteenth and early twentieth. Guided by the assumptions of literary criticism (redemption of the reception and critical fortune of works), literary theory, comparative literature and interart studies, the hypothesis raised by this thesis rests on investigating and proving the resonance of this modern aesthetic that, imbricated In the unique style of each author, he produced two Brazilian novels with strong impressionist echoes. With this process of comparative resignification of these works, the research aims to rescue these novels from their locus of oblivion and less relevance within the aesthetic-literary projects of Verissimo and Lispector, redefining them as novels that, sprouting great authors, vigorously substantiated the perennial union between different artistic manifestations. Keywords: Comparative literature. Literary Impressionism. Erico Verissimo. Clarice Lispector. Clarissa. O lustre. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ......................................................................................................................10 CAPÍTULO I: POR TRILHOS DIVERSOS, OS CAMINHOS QUE SE (ENTRE)CRUZAM: ERICO VERISSIMO (CLARISSA-1933) E CLARICE LISPECTOR (O LUSTRE - 1946) 1.1 O homem das palavras: a criação literária de Erico Verissimo.....................................19 1.1.2 Clarissa (1933): a busca por uma fortuna crítica..............................................51 1.2 A mulher dos silêncios: a criação literária de Clarice Lispector...................................79 1.2.1 O lustre (1946): a ―quietude‖ da crítica, (re)descobrindo um romance esquecido.................................................................................................................................102 CAPÍTULO II: NOS LIMIARES DO BILDUNGSROMAN E DO ROMANCE LÍRICO: CLARISSA E O LUSTRE 2.1 Literatura comparada: preâmbulo(s), problematizações, abordagens.........................142 2.2 Bildungsroman: rumo à modernidade.........................................................................147 2.3 Entre poesia e prosa, a narrativa pulsando poeticidade: o romance lírico..................151 2.4 Clarissa (1933): o Bildungsroman lírico de Erico Verissimo....................................158 2.4.1 ―Meu Deus, eu não compreendo!‖: a bildung de Clarissa..............................160 2.4.2 ―o arco-íris nas facetas do espelho‖: o lirismo romanesco de Verissimo.......174 2.5 O lustre (1946): o Bildungsroman lírico de Clarice Lispector...................................181 2.5.1 ―Como era incompleto viver‖: a bildung de Virgínia.....................................182 2.5.2 ―a borboleta branca volitando nos corredores sombrios‖: o lirismo romanesco de Lispector.............................................................................................................................212 CAPÍTULO III: AS LUZES DE CLARISSA E AS SOMBRAS D‟O LUSTRE: O IMPRESSIONISMO LITERÁRIO DE ERICO VERISSIMO E CLARICE LISPECTOR 3.1 Estudos interartes: a literatura e suas correspondências artísticas..............................220 3.2 O impressionismo: das tintas, pelas notas, às letras....................................................226 3.3 Nem só de palavras vive a literatura: Erico e a música, Clarice e a pintura...............244 3.4 ―Nuvens,/sem raízes/até que chova‖: narradores e protagonistas impressionistas......250 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................................288 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................290 10 INTRODUÇÃO À procura da pequena-grande coisa Esta tragédia grandiosa que chamamos de arte moderna. (Salvador Dalí) ―A música é um cavalo e devemos domá-la‖, já dizia com sabedoria o grande amigo e maestro João Batista Biglia, em suas aulas de canto no Coral Santa Cecília em que participo em minha cidade natal, Riversul - SP. Com a literatura, principalmente se tratando de uma tese de doutoramento, não é muito diferente, pois a interpretação inédita que se pretende lançar em torno do(s) objeto(s) literário(s) em questão exige do estudioso a força hercúlea de um cavaleiro, procurando, a todo instante da jornada, domar seu cavalo (a(s) obra(s) de arte literária e o seu texto acadêmico, com suas referências, hipóteses e comprovações) para que este, ao fim do caminho, dê o almejado salto e transponha algumas barreiras e lacunas. No caso deste trabalho, não ouso (nem de longe) empregar o termo ―domar‖, mas sim analisar e destrinchar comparativamente, com o bisturi, às vezes canhestro, da linguagem, os romances de dois dos maiores escritores brasileiros modernos: Erico Verissimo e Clarice Lispector. ―Oficializar‖, pela primeira vez nos estudos literários, um ―casamento‖ entre a literatura de Verissimo e Lispector (os autores de ―uma amizade perfeita‖, segundo o site do Instituto Moreira Salles – IMS, onde parte do acervo de ambos se encontra), além da coragem necessária, traria seus espinhos e riscos. Quando se fala em Erico Verissimo logo vem à mente os enredos instigantes, as personagens fortes que nos causam empatia, o realismo e a preocupação histórico-social e humanitária incisivos; Clarice Lispector, ao ser rememorada, traz consigo a aura dos mistérios da existência, o mergulho mais profundo no íntimo dos seres, a indefinição como sua melhor síntese. Desta forma, com perfis bastante específicos e, aparentemente, díspares, onde encontrar pontos de convergência consistentes que dessem subsídios para a criação de uma pesquisa de viés comparativo e com caráter de tese? Uma das respostas (posto que este trabalho se concentra em uma delas) está nos romances da fase inicial de ambos os escritores: Clarissa (1933), de Erico Verissimo, e O lustre (1946), de Clarice Lispector. Alargando e aprofundando a proposta iniciada com a dissertação de mestrado em Letras (Literatura e Vida Social) pela UNESP, Câmpus Assis, Silêncio, sensações e segredos: o narrador e a personagem feminina no romance O lustre (1946), de Clarice Lispector, o presente estudo visa (res)significar e resgatar do ―limbo literário‖ dos cânones de Erico e Clarice, respectivamente, Clarissa, primeiro romance do autor, e O lustre, segunda 11 experiência romanesca da artista. Nos dois casos, observa-se, por grande parcela da crítica literária e do cenário acadêmico tradicional e contemporâneo, um esquecimento ou mesmo descaso em relação a estes textos, priorizando, quase sempre, discussões teórico- hermenêuticas de outras obras artisticamente consagradas pelo público e crítica, não reconhecendo, arbitrariamente, as devidas e inovadores qualidades estético-literárias destes romances. Para tanto, foram concebidas análises comparativas destes romances, procurando evidenciar os profícuos diálogos e contrapontos que se estabelecem entre si por meio de suas tramas, protagonistas femininas e no tratamento dos temas e da linguagem (a forma e o conteúdo literário), bem como constatar e comprovar como acontece o impressionismo, escola/estética cuja gênese se manifesta primeiramente na pintura do século XIX, na tessitura literária destas obras, ao mesmo tempo preservando ligações com as artes plásticas e instaurando processos e técnicas próprios e que estabelecem ruptura e independência com a mesma. Esta pesquisa justifica-se enquanto tese pelo fato de que, os poucos trabalhos (escassos, se levarmos em consideração as abordagens de outras obras dos autores) que se debruçaram sobre Clarissa e O lustre apenas mencionam, sem muito afinco e aprofundamento, o impressionismo literário enquanto força/estética motriz destas narrativas, além de inexistir, até o presente momento, uma leitura comparativa entre as obras supracitadas que amplie, assim, suas dimensões semânticas e horizontes interpretativos, tornando-se, portanto, de interesse e relevância para os estudos literários brasileiros e a fortuna crítica de Erico Verissimo e Clarice Lispector. Na procura por engendrar um trabalho claro, coerente e amplo, o texto divide-se em três capítulos. O primeiro, ―Por trilhos diversos, os caminhos que se (entre)cruzam: Erico Verissimo (Clarissa – 1933) e Clarice Lispector (O lustre – 1946)‖, procurou, introdutoriamente, realizar uma breve revisão bibliográfica de ambos os escritores, centrando- se nos mais importantes comentários críticos em torno de suas produções romanescas, com o intuito de elucidar que os mesmos temas, inquietações e estilo do início da produção ficcional de Verissimo e Lispector permanecem e se aperfeiçoam/lapidam em variadas tônicas ao longo de toda as suas carreiras literárias. Outra parte fundamental desta primeira fase da pesquisa deu-se recuperando e comentando criticamente a recepção e fortuna crítica das obras em relevo (por meio de ampla consulta em jornais/periódicos, revistas, livros, artigos científicos, dissertações e teses acadêmicas), desde seu lançamento, nas décadas de 30 e 40, até os dias atuais, buscando compreender e refletir o lugar que esses romances ocupam nos projetos literários de Erico Verissimo e Clarice Lispector. Em relação às várias e, por vezes, extensas, 12 notas de rodapé que compõem esta primeira parte do texto, acreditamos que as mesmas são necessárias e inerentes ao processo de reconstruir os perfis de criação de ambos e o panorama completo das críticas recuperadas dos romances, podendo constituir, para estudos posteriores, pontes que auxiliem no desenvolvimento de novas pesquisas sobre estes temas. ―Nos limiares do Bildungsroman e do romance lírico: Clarissa e O lustre‖, segundo capítulo desta tese, empreende as primeiras análises comparadas dos romances à luz do Bildungsroman e do romance lírico. Ressaltando os estudos comparados e o fenômeno do hibridismo de gêneros que tem seu reinado com o florescer da modernidade, e que é traço constituinte destes romances brasileiros, este capítulo foi subdividido estrategicamente com vistas a estruturar de forma didática as análises propostas. De um breve panorama sobre o Bildungsroman de matriz alemã e o recente conceito de romance lírico, destacando suas origens, características e exemplos na literatura estrangeira e nacional, passa-se a interpretar e confrontar os romances Clarissa e O lustre pelo prisma do romance de formação/aprendizagem (a tradução para o termo Bildungsroman), no plano do conteúdo romanesco, e pelo romance lírico, que se manifestaria ao nível da linguagem, estando, como sugere o título do capítulo, no limiar dessas vertentes artísticas. Estas análises focalizam-se em questões estruturais pela perspectiva do romance moderno e se tornam leituras complementares às hipóteses acerca do impressionismo literário em Verissimo e Lispector. O terceiro e último capítulo, com o título de ―As luzes de Clarissa e as sombras d‘O lustre: o impressionismo literário de Erico Verissimo e Clarice Lispector‖, procura verificar como acontece a ressonância da estética impressionista nestes romances, ao explicitar como o impressionismo literário se materializa nos narradores e protagonistas. Esta etapa final está segmentada em quatro importantes momentos: 1º- com suporte crítico atualizado, compreender e detalhar as dinâmicas dos chamados estudos interartes; 2º - recuperar, por meio de arcabouços teórico-críticos, o impressionismo enquanto movimento revolucionário importante de transição nas artes modernas e sua manifestação na literatura; 3º - estabelecer elos entre o gosto e preferência artística de Erico Verissimo pela música e o de Clarice Lispector pela pintura na criação de um impressionismo literário peculiar em ambos; 4º - encontrar nas categorias narrativas ―narrador‖ e ―personagem‖ temas e técnicas típicos da estética impressionista na literatura. Todo esse longo percurso investigativo traçado objetiva, como problematizado e mencionado anteriormente, lançar novas luzes sobre Clarissa, de Erico Verissimo, e O lustre, de Clarice Lispector, permitindo, desta forma, a revitalização e o revisionismo destes textos, além de instigar novos estudos e pesquisas que tracem paralelos entre a ficção verissiana e 13 clariceana, ou mesmo acerca do impressionismo literário, ainda pouco explorado, no Brasil e em outros países. Como o subtítulo (intrometido) da introdução demonstra, esta tese procura uma grande ―coisa‖ (para ficarmos nas paragens de Clarice) aos nossos olhos, mesmo esta sendo tão pequena neste mar vasto que é a literatura. 288 CONSIDERAÇÕES FINAIS Será que cheguei ao fim de todos os caminhos E só resta a possibilidade de permanecer? Será a Verdade apenas um incentivo à caminhada Ou será ela a própria caminhada? Terão mentido os que surgiram da treva e gritaram — Espírito! E gritaram — Coragem! Rasgarei as mãos nas pedras da enorme muralha Que fecha tudo à libertação? Lançarei meu corpo à vala comum dos falidos Ou cairei lutando contra o impossível que antolha-me os passos Apenas pela glória de tombar lutando? Será que eu cheguei ao fim de todos os caminhos... Ao fim de todos os caminhos? (Vinícius de Moraes, ―Fim‖, In Poesias Avulsas) As derradeiras linhas deste trabalho, transpirando a sensação de ―dever cumprido‖, antes que reconstruir em síntese o percurso investigativo, as hipóteses, os alicerces teóricos e os resultados alcançados, perguntam a si mesma inquieta, assim como fez o eu-lírico de Vinícius de Moraes: ―Será que eu cheguei ao fim de todos os caminhos.../Ao fim de todos os caminhos?‖ A resposta vem pronta: Não! Absolutamente não! As ―Verdades‖ desta tese de doutoramento, comprovar a existência de uma estética impressionista perpassando os romances Clarissa, de Erico Verissimo, e O lustre, de Clarice Lispector, que, ao mesmo tempo, se comportam como Bildungsromane modernos líricos, passam pela compreensão de que, mesmo estando diante de um estudo acadêmico que se fez amplo e se propôs como leituras comparadas válidas, permanecem lacunas no meio do caminho que nos impedem, conscientes de nossa tarefa incansável como estudiosos da palavra artística, de colocar um ponto final decisivo numa discussão que certamente poderá ser fomentada sob outros vieses e perspectivas analíticas. A arte impressionista, movimento revolucionário cujo real sentido foi ignorado ou mal compreendido por anos, representa, nas considerações de Reis (1999, p. 22), a ―intuição sígnica‖, antessala das grandes vanguardas e correntes modernas que eclodiriam no século XX: ―No seu tempo, apresentou-se como se fosse desprovida de conteúdos éticos e sócio- políticos. No entanto, a arte impressionista foi conspiradora contra a ordem estabelecida, uma rebelião viva, disfarçada na sutileza poética da expressão‖, deixando implícita uma nova maneira de ver e compreender a linguagem, muito além das meras aparências ao abordar no ethos da forma, em traços fragmentados e cores vacilantes, a desintegração do ser humano. No Brasil, a estética impressionista aportou diferenciadamente, como um ―transplante‖: ―Em 289 nosso país, o impressionismo não foi propriamente um movimento, mas, principalmente um meio, uma técnica, dentre outras‖ (REIS, 1999, p. 23), e assim também foi constatado nos autores nacionais estudados, constituindo-se uma das primeiras faces impressas em suas literaturas, gérmen para o trabalho posterior com temáticas e estruturas mais ousadas. O impressionismo de Erico Verissimo e Clarice Lispector, mesmo conseguindo transcriar do pictórico para o texto literário sua(s) substância(s) fundadora(s) e se constituir uma manifestação artística nas letras brasileiras não acorrentada às raízes da pintura francesa (no sentido de efetivarem um salto do temático e da mera transposição descritiva de elementos pictóricos para inserirem a estética também à forma e à ―alma‖ literária), não estaria isento de ser comparado expressivamente a telas produzidas pelos seus maiores representantes no século XIX, como, por exemplo, o diálogo entre Clarissa e Jovem com guarda-chuva japonês (1876), de Pierre-Auguste Renoir, ou o confronto entre O lustre e o Retrato de uma mulher vestindo blusa verde (1884), de Edgar Degas. Nas trilhas desse caminho, comparando romances e quadros simultaneamente, seria possível aprofundar uma questão que procurou ser desenvolvida neste trabalho: o denominador comum da estética produziu obras que, se por um lado resguardam algumas analogias nas técnicas e procedimentos empregados, por outro acabam por resultar efeitos e sentidos diferentes e únicos (seja na pintura ou na literatura), aliados à apropriação criativa que o artista faz desta corrente ou tendência aos seus propósitos estético-ideológicos. Pesquisas acadêmicas e estudos analíticos futuros também poderão se debruçar acerca da concomitância (ou transição), em alguns momentos, do impressionismo e do expressionismo no romance O lustre, uma vez que determinadas cenas e sensações parecem transferir o registro impressionista para o modo expressionista de conceber as experiências da personagem protagonista Virgínia, realçando a face sombria e o drama psicológico-existencial que a envolvem, e que se comunicam fortemente aos pressupostos dessa ―vanguarda irmã‖ de origem alemã que sucede o impressionismo no panorama das artes modernas. Outro caminho promissor para estender as reflexões comparadas entre Clarissa e O lustre no tocante ao impressionismo literário seria promover uma leitura estilística de ambas as obras na tentativa de constatar os recursos e procedimentos linguísticos que conferem aos romances uma estilística essencialmente impressionista na manufatura ficcional. Como é possível perceber, nos romances Clarissa e O lustre os objetos de análise não se esgotam tão facilmente, reforçando, assim, a plurissignificação de textos um tanto quanto esquecidos pela crítica e leitores e que, pela(s) leitura(s) comparativa(s), conseguem iluminar- se mutuamente, desdobrando seus variados sentidos em incontestável qualidade literária. 290 REFERÊNCIAS A.B. A propósito do livro ―Clarissa‖ de Erico Verissimo. A Federação, Porto Alegre, p. 1, 7 fev. 1934. AGUILAR, F. E. Formación y maestro em La voluntad de Azorín. Anales de Literatura Española, n. 22, Alicante, 2010, p. 65-83, Série Monográfica n. 12 (Novela lírica y novela poemática en el modernismo español). ALONSO, M. A água e as pulsões em O lustre, de Clarice Lispector. Curitiba: Appris, 2019. ______. Imagens aquosas e dimensões pulsionais em O lustre, de Clarice Lispector. Nonada: Letras em Revista, v. 2, n. 27, Porto Alegre, Set. 2016, p. 129-142. ALÓS, A. P. 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