RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta tese será disponibilizado somente a partir de 27/04/2018. EMERSON CERDAS A História segundo Xenofonte: Historiografia e usos do passado Araraquara 2016 Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho Faculdade de Ciências e Letras Câmpus Araraquara EMERSON CERDAS A História segundo Xenofonte: historiografia e usos do passado Tese de Doutorado, apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, Câmpus de Araraquara, como requisito para a obtenção do título de Doutor em Estudos Literários. Orientador: Profa. Dra. Maria Celeste Conslin Dezotti. Bolsa: FAPESP Araraquara 2016 Ficha catalográfica elaborada pelo sistema automatizado com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). Cerdas, Emerson A História segundo Xenofonte: historiografia e usos do passado / Emerson Cerdas — 2016 301 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras) — Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquista Filho", Faculdade de Ciências e Letras (Campus Araraquara) Orientador: Maria Celeste Consolin Dezotti 1. Xenofonte. 2. Historiografia. 3. Mito. 4. Romance. I. Título. EMERSON CERDAS A História segundo Xenofonte: Historiografia e usos do passado Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Estudos Literários da Faculdade de Ciências e Letras – UNESP/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Doutor em Estudos Literários. Linha de pesquisa: Teorias e crítica da Narrativa. Orientador: Profa. Dra. Maria Celeste Consolin Dezotti. Bolsa: FAPESP Data da defesa: 27/04/2016 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Profa. Dra. Maria Celeste Consolin Dezotti. Faculdade de Ciências e Letras (FCL) Universidade Estadual Paulista Membro Titular: Prof. Dr. Jacyntho Lins Braandão Faculdade de Letras (FALE) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Membro Titular: Prof. Dr. Breno Sebastiani Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) Universidade.de São Paulo (USP) Membro Titular: Profa. Dra. Marcia Valéria Zamboni Gobbi Faculdade de Ciências e Letras (FCL) Universidade Estadual Paulista Membro Titular: Prof. Dr. Brunno Vinícius Gonçalves Vieira Faculdade de Ciências e Letras (FCL) Universidade Estadual Paulista Local: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras UNESP – Campus de Araraquara AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Cláudio (in memorian) e Filomena, pelo apoio sempre amoroso e pela compreensão das ausências forçadas. Aos meus irmãos, Viviane, Luciene, Anderson e Eliane, e aos meus sobrinhos, Lorena, Poliana e Héttore, pela eterna diversão que é estar junto de vocês. Aos meus brothers, Maurílio, João, Daniel, Alejandro e Luís “el Gallego”, sobretudo, pelas risadas sem fim, que tornaram o processo de construção desta tese menos doloroso Aos queridos Ana, Lívia, Marco Aurélio (não só pelas caronas), Joana, Leandro, Thayse, Israel, Darbi, pela sempre agradável e estimulante companhia de bibliotecas e bares. Às professoras-amigas Carina e Cissa, por permitirem que as aulas de espanhol e inglês se tornassem sessões de terapia. À Patricia Iagallo, que, desde o início, me incentivou a entrar no Doutorado. Aos meus professores de Grego, Fernando, Edvanda, Anise e Claúdia (in memorian), por contribuírem em minha formação. Aos professores Brunno e Marcia, pelas valiosas contribuições que fizeram tanto para o desenvolvimento dessa pesquisa, quanto para a minha formação pessoal. Agradeço-os profundamente pelo exemplo fraterno. Aos professores Jacyntho Lins Brandão, Breno Sebastiani, pela disponibilidade e disposição de lerem meu trabalho e participarem desta banca. Ao professor Emílio Crespo, pela hospitalidade com que me recebeu em Madrid e pelas discussões de literatura (e, principalmente, de futebol) sempre bem-humoradas, Em especial, à minha querida orientadora Maria Celeste Consolin Dezotti, que, com paciência e amizade, me acompanha desde a iniciação científica nesse apaixonante e labiríntico mundo da literatura helênica. Além disso, e principalmente, por ter sido sempre uma pessoa íntegra que, com suas atitudes e jeito de ser, demonstra que bom-humor, simplicidade e respeito são muito mais cativantes e encantadores do que qualquer pedantismo literário. Aos funcionários da Biblioteca da Unesp/Araraquara, em especial ao querido Zé. FAPESP, nº 2012/11106-1, pelo financiamento, que possibilitou a realização da minha pesquisa. CAPES, pelo financiamento que me proporcionou cinco meses de estudo na Universidad Auntónoma de Madrid. Há histórias tão verdadeiras que Às vezes parece que são inventadas (Manoel de BARROS,1997, p.69) Suas cartas [da Grécia] eram maravilhosas também, mas, apesar disso, pareciam um pouco irreais. Durrel é um poeta e suas cartas eram poéticas: causavam uma certa confusão em mim pelo fato de misturarem tão astuciosamente o sonho e a realidade, a história e mitologia. Eu viria a descobrir por mim mesmo que essa confusão é real e não se deve unicamente aos dons poéticos (Henry MILLER, 1983, p.10). RESUMO O objetivo deste trabalho é a análise de três narrativas de Xenofonte, as Helênicas, a Anábase e a Ciropedia, questionando a sua tradicional classificação como obras historiográficas. Considerando a historiografia um gênero literário, que manifesta estruturas linguísticas e narrativas próprias, buscamos comparar como Xenofonte constrói suas narrativas de modo autônomo e inovador diante da tradição do gênero instituído por Heródoto e Tucídides. A historiografia, com a obra desses autores, criou um discurso próprio a respeito do passado, instituindo uma forma específica de se trabalhar a história recente do povo grego. No entanto, desde Homero, a história estava presente na literatura grega através dos mitos que compunham as narrativas da história dos gregos. Desse modo, compreendemos que a presença de eventos históricos em forma narrativa não garante, por si só, o enquadramento genérico como obra historiográfica. O que garante esse enquadramento é a própria atitude do autor que o organiza os eventos de modo historiográfico, atualizando os recursos linguísticos e estruturais que compõem o gênero. Diante disso, compreendemos que apenas as Helências preenchem esse requisito, pois nela Xenofonte atua como um historiador consciente do gênero. Diferentemente, na Anábase e na Ciropedia, embora baseadas em eventos reais, a estrutura dessas narrativas se distancia daquela da historiografia, apresentando, desse modo, novas e inovadoras formas de se trabalhar o passado em forma narrativa. A Anábase é construída como uma narrativa de aventura e de retorno, em uma relação de intertextualidade com a Odisseia de Homero, enquanto, na Ciropedia, Xenofonte utiliza o passado do rei persa Ciro, o velho, para ficcionalizar um modelo de líder, criando uma narrativa que podemos chamar de proto- romance. PALAVRAS-CHAVE: Xenofonte; Historiografia; Gênero literário; História; Mito; Ficção. ABSTRACT The aim of this paper is the analysis of three Xenophon’s narratives, the Hellenica, the Anabasis and the Cyropaedia, questioning their traditional classification as historiographical works. Considering the Historiography as a literary discourse, which manifests its own linguistics and narratives structures, we seek to compare how Xenophon builds his narrative in an autonomous and innovative way in relation to the genre tradition instituted by Herodotus and Thucydides. The Historiography, with the work of these authors, created a own discourse about the past, establishing a specific way of working the recent history of Greek people. However, since Homer, the history was present in Greek literature through the myths that made the narratives of the history of the Greeks. Thus, we understand that the presence of historical events in narrative form does not guarantee, by itself, the generic framework as a historiographical work. What guarantees this framework is the very attitude of the author who organizes the events the historiographical way, updating the linguistic and narrative structures that make up the genre. Therefore, we understand that only Hellenica meet that requirement because, in this work, Xenophon acts as a conscious gender historian. Unlike, in Anabasis and Cyropaedia, although based on real events, the structure of these narratives is distant from that of historiography, presenting thereby new and innovative ways to work with the past in narrative form. The Anabasis is built as a narrative of adventure and return in a intertextual relationship with Homer’s Odyssey, while in Cyropaedia Xenophon uses the past of the Persian king Cyrus to fictionalize model of a leader, creating a narrative that we call proto-novel. KEYWORDS: Xenophon; Historiography; Gender literary; History; myth; fiction. SUMÁRIO Introdução.......................................................................................................................... 11 Primeira Parte: As disformes formas do passado...........................................................23 I.1 Épica como história............................................................................................25 I.2 Epinício, mito e história.....................................................................................37 I.3 Elegias históricas?..............................................................................................47 I.4 Os Persas de Ésquilo..........................................................................................55 Segunda Parte: Como os gregos fizeram do passado uma história...............................72 II.1 Heródoto: yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay……………………76 II.2 Tucídides: ou como se faz da história um presente.........................................100 Terceira Parte: A história segundo Xenofonte.................……………….....................120 III. As Helênicas ou vamos narrar o que não é digno……....................................123 III.1 O fim da Guerra do Peloponeso: o que é preciso dizer (I.1.-II.3.10).............128 III.2 As histórias que não pertencem à História.....................................................135 III.2.1 A morte de Teramênes....................................................................135 III.2.2 Teleutias e os líderes exemplares....................................................144 III.2.3 Fliunte e as pequenas cidades.........................................................151 IV. 401 a.C.: uma odisseia na Pérsia......................................................................164 IV.1 O incrível caso do proêmio que não existe....................................................168 IV.2 A história de um retorno................................................................................180 IV.2.1 Os lotófagos ou o desejo de não voltar...........................................185 IV.2.2 O sonho do retorno tranquilo..........................................................190 IV.2.3 Retorno solitário.............................................................................196 IV.3 Xenofonte, o πολύτροπος..............................................................................201 IV.4 A Anábase: uma história épica?...............................................................208 V. A Ciropedia e as histórias verossímeis........................................................217 V.1 A história do romance................................................................................223 V.1.1 O corpus do romance grego........................................................230 V.1.2 Os usos da história: romances históricos.....................................241 V.1.3 Os usos da história: proper novel................................................248 V.2 Ficção na Ciropedia...................................................................................254 V.2.1 Discurso sério-cômico: Ciropedia II.2...................................... .260 V.2.2 Julgamento do rei Armênio: Livro III.1......................................269 Considerações Finais..................................................................................................277 Referências Bibliográficas.........................................................................................283 11 Introdução O objeto de estudo desta tese, A história segundo Xenofonte: historiografia e usos do passado, são três narrativas do autor ateniense que, tradicionalmente, se classificam como historiográficas: as Helênicas, a Anábase e a Ciropedia. Este trabalho dá prosseguimento aos nossos estudos realizados no mestrado sobre a ficcionalização do material histórico da Ciropedia de Xenofonte1. Nosso objetivo inicial era observar nas narrativas supracitadas elementos que dão aos eventos históricos um caráter heroico, engrandecendo-o, principalmente, através da recuperação de um ideal épico de herói. Entretanto, à medida que o trabalho foi se desenvolvendo, a discussão se ampliou e a heroicização passou a ser um aspecto importante de nosso trabalho, porém não o essencial para a compreensão das narrativas de Xenofonte. Embora Xenofonte tenha sido um polígrafo, escrevendo em vários gêneros (tratados técnicos, discursos socráticos, biografia epidítica), ele passou a ser conhecido como historiador, formando, ao lado de Tucídides e Heródoto, a tríade canônica de historiadores gregos antigos. Porém, modernamente, contesta-se muito sua qualidade enquanto historiador e até mesmo a sua integração nesse cânone. O gênero da Historiografia na Grécia formou-se e desenvolveu-se no século V a.C., principalmente com as obras de Heródoto e Tucídides, que se tornaram modelos para todo aquele que desejasse se aventurar em escrever obras historiográficas na Antiguidade. No século IV a.C., período em que Xenofonte produziu sua obra literária, foi especialmente o modelo de Tucídides que foi seguido, inclusive por Xenofonte. No entanto, a historiografia nunca foi um gênero, por assim dizer, acabado e, como observa Marincola (1999, p.218), os autores discutiam os trabalhos de seus predecessores, buscando afirmar as suas próprias qualidades e novidades. O gênero, portanto, estava constantemente se remodelando nas incursões criativas de seus autores que, nessas experiências individuais, revelam o quanto o conceito de história é maleável, ganhando novos significados de acordo com as mudanças sociais, contextos políticos e econômicos do tempo daquele que escreve; por isso, como já atentou Hartog (2001, p.10) sobre a 1 Cf. CERDAS, E. A Ciropedia de Xenofonte: um romance de formação na Antiguidade. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 12 polissemia do termo, “[...] de Heródoto a Luciano e a Santo Agostinho, passando por Cícero e Tito Lívio, a mesma palavra não designou sempre a mesma mercadoria”. Xenofonte, embora siga o modelo de Tucídides nas Helênicas, também desenvolveu sua própria forma de trabalhar o passado, e essa postura revisionista, propondo rupturas e inovações, tem sido, em geral, criticada como falha pelos estudiosos por não apresentar o mesmo rigor metodológico de Tucídides. Essa visão foi principalmente desenvolvida no século XIX, quando a historiografia passou a ser considerada não mais um gênero narrativo, mas uma ciência autônoma. Leo Strauss (1954, p.47-48), que, no século XX, foi um dos primeiros estudiosos a trabalhar com atenção a obra de Xenofonte, questiona essa crítica ao autor ateniense, acreditando que essa postura leva mais em conta o que achamos que Xenofonte deveria ter feito do que o que ele realmente fez. Uma postura analítica que leva em consideração a narrativa de Xenofonte por si só, sem desvalorizá-la por essa ideia de que ele deveria ter sido o Tucídides do século IV, provou-se extremamente útil nos trabalhos de Bodil Due (1989), James Tatum (1989), Vivienne J. Gray (1989) e Deborah L. Gera (1999), revelando um escritor muito superior àquele que a visão instituída no século XIX buscou demonstrar. Tais trabalhos não só foram norteadores de nossa postura crítica, mas também um incentivo para o estudo de Xenofonte. A nova postura desses autores com relação às narrativas de Xenofonte segue também uma tendência da segunda metade do século XX de encarar o discurso historiográfico não como um campo isolado, mas um terreno misto entre a literatura e a ciência. Conforme Hayden White (1995), se no século XIX acreditava-se que a história, ou o conhecimento histórico, era um domínio autônomo, no século XX, pensadores “[...] expressaram sérias dúvidas sobre o valor de uma consciência especificamente “histórica”, sublinharam o caráter fictício das reconstruções históricas e contestaram as pretensões da história a um lugar entre as ciências.” (WHITE, 1995, p.17). Trabalhos como o de Roland Barthes (1987), questionando a construção do discurso historiográfico, pensam a obra do historiador como um discurso que, como tal, se estabelece por meio de uma série de dispositivos linguísticos e estruturais, que tornam a obra pertencente a um gênero, o historiográfico, e que, portanto, é passível de ser reconhecido pelos seus leitores. O gênero historiográfico, então, é a manifestação do uso de categorias discursivas – que se assemelham às do discurso literário – na organização e apresentação do fenômeno histórico, o que implicitamente indica, segundo White (2009, 13 871-872), a ficcionalização dos dados históricos. O conceito de ficcionalização usado por White não se refere à narrativa cuja matéria é inventada, mas sim ao uso de uma determinada organização dos dados históricos a fim de se criar um enredo que é, como narrativa, semelhante ao tipo de organização da ficção, por exemplo, a dos romancistas. A própria construção do “efeito de real” que se dá na transposição do acontecimento histórico em escrita é, conforme Barthes (1987, p.), o mesmo recurso usado por Flaubert, na tentativa de apagar o enunciador para criar a impressão de que os eventos ocorreram tal qual são narrados, sem a organização de um autor por trás da narrativa. Se a historiografia é, primordialmente, uma narrativa, retórica e poética por natureza (WHITE, 1995, p.11), o historiador pode modelar sua narrativa de diversos modos, dando aos eventos significados distintos, pois “[...] a elaboração do enredo é a via pela qual uma sequência de eventos modelados numa estória gradativamente se revela como sendo uma estória de um tipo determinado.” (WHITE, 1995, p.23). White segue a teoria dos mitos de Northop Frye, na Anatomia da Crítica (1973), identificando os mesmos modelos de elaboração de enredo da ficção na história: a estória romanesca, a tragédia, a comédia e a sátira: “Pode haver outros, como o épico, e é provável que um determinado relato histórico contenha estórias vazadas num modo como aspectos ou fases do conjunto inteiro de estórias postas em enredo de outro modo.” (WHITE, 1995, p.23). Os gêneros não são a concretização artística de uma essência “natural” e inerente a eles, mas são sistemas abertos, sujeitos às misturas, mudanças e reformulações de acordo com as necessidades de diferentes contextos culturais e sociais. Isso significa que, se os gêneros não têm uma natureza, eles têm uma história (WHITE, 2009, p.868), que vai se construindo à medida que é atualizado e reatualizado pela própria experiência dos escritores. A historiografia no Ocidente nasce com as obras de Heródoto e Tucídides no século V a.C., porém, no seu alvorecer, o gênero era, ao lado de outros gêneros como a épica, apenas mais um discurso que tratava do passado, mas que, com o tempo, se tornou o discurso “oficial” sobre o passado (FINLEY, 1965; HARTOG, 2001). Para White (2009, p.869), toda a cultura literária grega está, implicitamente, relacionada com o passado, porém a historiografia consistia no discurso no qual o “componente histórico predominava como princípio orientador da pesquisa e representação” (WHITE, 2009, p.869) e o resultado disso é o surgimento de uma variedade de formas de se narrar o passado. A existência de outras modalidades de discurso sobre o passado também impõe 14 que levemos em conta a tensão entre a inovação proposta pela historiografia quanto ao uso do passado diante da tradição poética que a precedia e a cercava. Dada essa variedade de discursos sobre o passado, acreditamos que, para melhor entender como Xenofonte construía suas narrativas usando os fatos históricos, faz-se necessário primeiro entender a relação entre história e literatura nos gêneros poéticos que circulavam na Grécia, antes do nascimento da historiografia. De Homero a Ésquilo, tentamos identificar nessas modalidades de discurso tanto como se articulava a relação entre passado e presente, quanto como o passado mítico e histórico dialogavam nessas estruturas poéticas. Antes de a historiografia se impor como uma espécie de gênero oficial sobre o passado, os gregos tinham o mito como repositório do passado. Através da tradição oral, as histórias míticas e lendárias eram recontadas de geração em geração e tinham através dos aedos o principal meio de transmissão. O mito, em que pese a tentativa positivista de opô-lo ao lógos como discurso falso e discurso verdadeiro, mentira e razão, tinha entre os gregos um papel fundamental na consciência histórica do povo, pois demarcava, por meio das narrativas, os porquês da existência presente. Isso significa um caráter etiológico dessas narrativas, que se desenvolvem como justificativa para a realidade dos homens. Servia, por exemplo, para justificar a posição de liderança de aristocratas nas cidades gregas, pois essas figuras eram tidas como descendentes dos heróis antigos narrados pelos mitos. O mito, além disso, estava presente constantemente na vida dos cidadãos, seja pela rotina religiosa dos festivais, seja pela presença de templos e monumentos que, de algum modo, avalizavam a existência histórica desse passado. Nota-se, por exemplo, que mesmo nos historiadores, que assumem, em princípio, uma posição de descrença com relação às narrativas míticas, não ocorre um descrédito absoluto da verdade histórica presente nas narrativas lendárias. Passagens de Heródoto e Tucídides mostram bem a tentativa de extrair do mito uma base histórica, uma base que, embora não pudesse ser asseverada com certeza, podia explicar a história da Grécia dos tempos mais antigos. Nesse sentido, comenta Hartog, a respeito de Minos, o lendário rei de Creta, que Nem Heródoto nem Tucídides puseram em questão a existência de Minos, mas o primeiro relegou-o para além do círculo de seu saber, enquanto o segundo incluiu-o em seu quadro dos progressos do poderio grego, que tinha como ponto final (e de partida) o presente (2003,p.60). 15 Mesmo em autores tardios como Plutarco, essa perspectiva se manteve. Chamou- nos a atenção justamente esse caráter perene do mito na sociedade grega, que Veyne comenta em seu livro Acreditavam os gregos em seus mitos? (2004). Mesmo com o surgimento desse discurso oficial do passado, a historiografia, essas outras formas de preservação do passado continuaram na sociedade grega. Há que se levar em conta que o gênero historiográfico era um gênero literário que deveria circular em camadas mais restritas e cultas da sociedade, enquanto que as lendas e as tradições narrativas que embelezavam e engrandeciam o passado eram divulgadas naturalmente entre o povo. Desse modo, nossas reflexões e análises com vistas a contribuir e elucidar o quadro descrito acima se organizam, neste trabalho, em três partes. Na Primeira Parte, intitulada As disformes formas do passado, analisamos como a épica, o epinício, a elegia e a tragédia trabalham com o passado, o mítico e o histórico. Dado objeto de nosso estudo ser a obra de Xenofonte, nos detivemos, nessa primeira parte, a uma abordagem mais panorâmica desses gêneros supracitados, sem nos determos em aspectos mais específicos, e, para isso, nos utilizamos de uma bibliografia mais “clássica”, ou tradicional, a respeito desses gêneros. A épica narra as histórias dos deuses e dos nobres e heroicos guerreiros do passado preservadas pelos mitos. Um dos aspectos dessa narrativa é fazer do discurso do poeta um discurso inspirado pela divindade. É através dessa inspiração que o canto do aedo cria a sua autoridade em relação ao passado, pois ele se coloca como transmissor de um conhecimento que lhe é exterior e que provém das Musas, que conhecem o passado, no presente e no futuro. Desse modo, o discurso épico de Homero passa a ser o discurso da história antiga, cuja garantia de existência é a crença na inspiração divina. Ressaltamos que, na abordagem que fazemos da épica, a invocação às Musas é tomada como um artifício literário, talvez possamos chamá-la de tópica épica, e não investigaremos as complexas nuances envolvidas nessa questão. Isso significa que, de fato, não nos interessa a relação da crença fora do contexto literário, ou seja, nos interessa como a narrativa homérica cria no seu universo diegético essa similariedade entre os discursos do poeta e das Musas. A análise das fórmulas de invocação à Musa foi bastante significativa, em especial, a invocação que abre o “Catálogo das Naus” na Ilíada (II. v.484-492), na qual o poeta, antes de listar um grande número de nomes e regiões, assume sua incapacidade de relembrar todo aquele vasto material e declara-se dependente do poder das musas. Outro 16 ponto significativo é que nas epopeias o passado antigo está sempre desvinculado do presente. Refere-se a um tempo muito longínquo, cujos vestígios no presente são apenas essas narrativas tradicionais; porém, ao mesmo tempo, esse passado é constantemente comparado com o presente, como um tempo nobre e superior ao tempo presente do aedo e de seu público. A própria perspectiva de que naquele antanho os deuses conviviam mais abertamente com os homens e estes eram superiores moral e fisicamente aos homens do presente está sempre no horizonte da narrativa épica, como no “Mito das cinco raças” (Trabalhos e os dias, v.106-201) de Hesíodo. Superiores, esses heróis praticavam grandes façanhas que mereciam ser contadas e recontadas. O epinício, odes destinadas a celebrar os triunfos atléticos dos Jogos, era composto sob encomenda dos próprios vencedores ou de seus familiares. Nesse gênero, o mito não aparece mais deslocado da realidade presente, pois é a partir da figura histórica vencedora das competições esportivas que o poeta recorre ao mito. Píndaro e Baquílides, nas odes que analisamos, procuraram engrandecer o personagem histórico relacionando- o com figuras míticas, seja através da linhagem, seja pela semelhança de seu comportamento que relembra algum personagem mítico. No epinício, então, o passado promove o engrandecimento do presente, e o poeta usa qualquer ligação entre presente e passado para narrar a história mítica. Chamou-nos a atenção a Ode III de Baquílides, na qual o poeta celebra Hierão de Siracusa, vencedor na quadriga nas Olimpíadas de 468 a.C, pois, nesse epinício, o poeta não retoma um personagem mítico para engrandecer Hierão, mas sim um personagem histórico, o rei da Lídia, Creso. A narrativa apresentada por Baquílides sobre esse personagem se assemelha à que Heródoto narrará em suas Histórias (I.6-94): Ciro, rei persa, após dominar a Lídia, acende uma pira para queimar Creso vivo, porém este suplica aos deuses e Apolo, apiedando-se do homem por conta de sua nobreza de caráter, o salva no momento de sua morte e o conduz para a Ilha dos Bem-aventurados. Embora se assemelhe à narrativa de Heródoto, em Baquílides há uma série de elementos fabulosos e míticos que heroicizam a personagem de Creso. Assim, o fato histórico, ao ser trazido para um espaço tradicionalmente reservado ao mito, recebe uma roupagem mítica. Esse processo se assemelha ao que vemos na tragédia de Ésquilo, Os persas. Este drama de Ésquilo é o único, dentre todas as tragédias que conhecemos integralmente, que não trata de um evento mítico, mas histórico, a guerra entre persas e gregos. Tanto Ésquilo quanto Baquílides recorreram a um fato histórico, porém o 17 adaptaram ao gênero que utilizavam, mitologizando o evento histórico de acordo com os recursos poéticos do gênero. A postura dos dois poetas, nesse sentido, parece exemplificar a opinião de Tucídides (Guerra do Peloponeso, I.21) de que não se pode confiar no que dizem os poetas sobre o passado, pois eles o engrandecem e o embelezam sem se preocupar com a verdade. Por fim, analisamos a elegia. Esse gênero tinha como conteúdo uma grande variedade: da poesia marcial de Calino e Tirteu às elegias gnômicas de Xenófanes. Essa variedade fez com que a elegia fosse dividida em tipos temáticos: elegia amorosa, elegia guerreira, elegia gnômica e moral e elegia filosófica. Em 1992, foram descobertos fragmentos de uma poesia de Simônides de Ceos, conhecidos hoje como “New Simonides”. Esses fragmentos apresentam uma narrativa histórica, na qual o poeta trata da batalha de Plateia. Como uma elegia, ela apresenta traços do gênero, como a tradicional exortação e reflexão sobre a condição humana, porém essa descoberta demonstrou que a elegia podia também usar a narrativa de eventos históricos como matéria, contrariando, por exemplo, uma tradicional perspectiva da elegia como fundamentalmente focada no presente. Também analisamos um fragmento de Mimnermo, conhecido como Esmirneida, pois se celebra a coragem de um guerreiro de Esmirna em sua participação na batalha contra os lídios. Tanto a elegia de Simônides quanto a de Mimnermo analisadas apresentam uma novidade nessa relação entre o passado mítico e o passado recente ou contemporâneo, pois aqui o passado histórico é tão valoroso e grandioso quanto o passado antigo (em Mimnermo é, inclusive, superior). O mito não aparece nesses textos para valorizar o presente, mas sim para constituir um termo de comparação para os poetas mostrarem que o tempo histórico também produz ações grandiosas. Essa concepção do passado recente como grandioso por si só, digno de ser narrado e lembrado, como aparece nas elegias, será a mesmo que fundamentará o discurso historiográfico e, por isso, para Bowie (2010, p.146-148), essas poesias parecem um estágio na formação da consciência historiográfica grega. Se a poesia grega trabalhava com o passado mítico e, às vezes, incorporava na sua matéria o passado histórico, qual é a novidade trazida pela historiografia? Como ela se impôs, nesse jogo de semelhanças e alteridades, para incluir-se como discurso oficial sobre o passado? É justamente essa questão que discutimos na Segunda Parte, intitulada Sobre como Heródoto e Tucídides inventaram o passado. Como o passado mítico ou 18 histórico, portanto, estava presente nas formas poéticas da literatura grega, o surgimento do discurso historiográfico se dá exigindo que este novo gênero se estabeleça discutindo toda a tradição literária anterior a ele. Discutimos como Heródoto e Tucídides, cada um a seu modo, criam os mecanismos que tornam a historiografia o discurso legítimo e “oficial” da história, ao tentarem estabelecer métodos de análise do passado que fossem mais rigorosos do que o processo de embelezamento e engrandecimento dos poetas. Heródoto, a partir do tema principal de sua narrativa, as guerras entre gregos e bárbaros, narra uma série de histórias para que nem as ações nem as obras maravilhosas dos homens fossem esquecidas com tempo. Heródoto se coloca como uma espécie de aedo dos novos tempos, sem “romper completamente com a economia do kléos, que fixava o estatuto e a função da palavra épica” (HARTOG, 2003, p.30). Entretanto, não é mais o aedo dos tempos míticos que são preservados pelas Musas, mas sim o aedo do tempo dos homens, esse que é perecível, pois é esquecível com a ação do tempo. Heródoto, então, estabelece uma certa divisão entre o tempo mítico e o tempo histórico e é este que interessa ao historiador. O passado mítico só aparece circunstancialmente, com o historiador procurando retirar da narrativa mítica o que ele julga invenção dos poetas para poder encontrar alguma verdade histórica. Entretanto, ainda que narre muitas vezes um material lendário, Heródoto está sempre explicitamente mostrando ou seu descrédito com relação a esses fatos ou sua incapacidade de afiançá-los ou de negá-los. Analisamos passagens em que essa questão fica evidente, tentando compreender com quais mecanismos se constrói o discurso do historiador. Além disso, não mais exposto aos poderes divinos das Musas, Heródoto depende de sua própria pesquisa para determinar os eventos de forma crível ao seu leitor. Com isso, ele substitui a onipresença e onisciência das Musas pela investigação, calcada na experiência da autópsia, tornando-se testemunha dos eventos que narra, ou no inquérito, escutar as fontes e, das informações apreendidas, julgar o que é verdade e mentira. Tucídides, por outro lado, na Guerra do Peloponeso, já de início mostra que o passado antigo não pode ser matéria de uma narrativa rigorosa, pois os fatos com o passar do tempo são embelezados pelos poetas e pela tradição oral, e as pessoas se aprazem mais com esse tipo de narrativa do que com a verdade rigorosa dos fatos. É interessante que mesmo eventos próximos ao tempo dele sofriam esse processo. Por conseguinte, só a história do presente pode ser analisada de modo rigoroso, à medida que o historiador se converte em testemunha ocular dos fatos. Como testemunha, não só ele garante maior 19 credibilidade para seus leitores, como é capaz de julgar com mais rigor a narrativa dos outros sobre os eventos. O historiador, portanto, se torna não só um revisor da história do passado, mas um cronista do presente para que, no futuro, ele seja uma fonte digna de crença desse tempo. A narrativa historiográfica, então, converte-se numa “aquisição para sempre” (ktḗma eís aeí) e, como observa Hartog (2003, p.56), “[...] não se tratava mais de preservar do esquecimento as ações valorosas, mas de transmitir aos homens do futuro um instrumento de inteligibilidade de seu próprio presente.”. Para ser uma fonte digna de fé para o futuro, o historiador deve evitar narrativas que se assemelhem aos mitos (tò mythṓdes), seja porque embelezam e engrandecem o passado para serem agradáveis ao público, seja porque criam discursos laudatórios sobre algum personagem histórico. O historiador deve ter em vista a verdade rigorosa dos fatos e essa só se consegue através de uma postura imparcial. Apesar das diferenças no tratamento do passado, Heródoto e Tucídides estabelecem que, em se tratando tanto de um fato mais antigo como de um fato mais recente ou contemporâneo, a historiografia deve narrar a história política e militar dos grandes povos ou cidades. Não é, portanto, qualquer assunto que deve fazer parte de uma narrativa historiográfica, mas apenas aqueles eventos que sejam do interesse público. Além disso, só os maiores é que são dignos de serem narrados (aksiológoi). Assim, os historiadores da antiguidade passarão a amplificar o material com que estão trabalhando, buscando chamar a atenção para a necessidade de se narrar os eventos por causa da sua grandeza e amplitude. Com suas obras, Heródoto e Tucídides estabeleceram mecanismos discursivos da historiografia e já no século IV a.C se tornaram modelos para quem fosse escrever obras historiográficas. Os historiadores do século IV a.C., ao contrário dos seus modelos, não tinham a necessidade de desenvolver o discurso historiográfico e seu complexo sistema de significação a partir do nada; tinham a obra deles como ponto de partida. Assim, na Terceira Parte, intitulada A história segundo Xenofonte, passamos a analisar a obra do escritor ateniense, pensando na relação entre história e historiografia. Nossa perspectiva é que, embora Xenofonte trabalhe com material histórico, nem sempre suas narrativas podem ser chamadas de historiográficas. Em nossa opinião, a única das três narrativas usadas no corpus desse trabalho que merece tal rótulo é a das Helênicas. Falta à Anábase e à Ciropedia o enquadramento genérico da historiografia, ou seja, faltam 20 a elas os elementos discursivos que Heródoto e Tucídides estabeleceram como fundamentais no discurso historiográfico e que o próprio Xenofonte usa nas Helênicas. Não é objetivo deste trabalho avaliar se a obra de Xenofonte é ou não a melhor quanto à descrição dos eventos, ou se, comparada com outras informações a respeito da história do período, ela é ou não a mais digna de fé. Procuramos, de fato, identificar as estruturas das suas narrativas que se aproximam ou se afastam da narrativa historiográfica, tal qual era entendida pelos gregos em sua época, o século IV a.C., tomando como base as narrativas historiográficas de Heródoto e Tucídides. A partir dessa comparação, pudemos averiguar em que medida as três narrativas de Xenofonte, aqui estudadas, se inserem ou não como obras da Historiografia antiga. Nossa percepção é que apenas em um sentido lato de história pode-se rotular obras como a Anábase e a Ciropedia de historiográficas, pois, ao tratarem de temas da história, o fazem em uma perspectiva genérica diferente. O estudo da narrativa como forma de discurso, pertencente a um gênero de discurso, ajuda a compreender “as mudanças pelas quais as audiências esperam como modos de discurso apropriados assim como temas apropriados e referentes de diferentes modos de representação” (WHITE, 1981, p.794). A análise das Helênicas, nesse sentido, nos parece fundamental, pois é, das obras de Xenofonte, a que melhor se enquadra no gênero, seguindo o modelo de Tucídides, o que demonstra a consciência de Xenofonte quanto ao gênero e também o seu reconhecimento de que a historiografia era não apenas a narrativa sobre eventos reais do passado, mas um gênero que atualizava dispositivos estruturais e temáticos sobre os eventos reais do passado. Por isso, no capítulo As Helênicas ou vamos narrar o que não é digno, discutimos como Xenofonte cria rupturas com o modelo de historiografia contemporânea de Tucídides. Xenofonte, inclusive, continua a obra de Tucídides do ponto em que ficou interrompida por causa da morte de seu autor. Por isso, nas Helênicas, as rupturas aparecem apenas esporadicamente, em alguns momentos da narrativa, quando o narrador sente a necessidade de se desculpar com o leitor, por acrescentar material que não deveria estar presente em uma obra historiográfica. Todavia, são comentários essenciais para o desenvolvimento de nosso estudo, uma vez que, ao indicar ao seu leitor a ruptura, demonstra a sua consciência, e a dos seus leitores também, quanto ao que se deveria esperar de uma narrativa historiográfica. Há, portanto, uma consciência de que o gênero historiográfico para ser caraterizado como tal deve levar em conta a escolha da matéria e do tipo de discurso que se faz sobre o passado. 21 A partir disso, nossa atenção recai sobre a Anábase e a Ciropedia. Ambas as narrativas são de temáticas históricas, porém, em nossa opinião, não manifestam os elementos que poderiam identificá-las como historiográfica. Já ressaltamos que entendemos a historiografia como um tipo de discurso sobre o passado, que manifesta um tipo determinado de comportamento linguístico e estrutural, que, por isso, atualiza os eventos narrados como eventos historiográficos. A historiografia, na atualização de seu discurso, transforma os fatos humanos em narrativos com um sentido historiográfico, porém os fatos humanos, a história, é uma matéria que pode ser encenada de múltiplas formas por múltiplos discursos. No capítulo 401 a.C.: uma odisseia na Pérsia, tratamos da Anábase, narrativa da experiência real vivenciada por Xenofonte como mercenário grego, lutando ao lado príncipe persa, Ciro, contra seu irmão, Artaxerxes II. Dividida em sete livros, a narrativa relata a batalha apenas no primeiro, focando nos outros seis livros a tentativa dos dez mil soldados gregos em retornar à Grécia. Analisamos como esta narrativa não se adequa do ponto de vista temático ao gênero historiográfico, pois o retorno dos gregos não é um tema político e militar importante para a história grega e nota-se isso em como o próprio Xenofonte, no Livro III, 1, 1-2 das Helênicas, resume essa aventura em poucas linhas. Uma narrativa de aventura e de retorno, um nóstos, eis o que nos parece a Anábase. Assim, procuramos analisar o uso intertextual da Odisseia de Homero, narrativa arquetípica de retorno, como subtexto da Anábase para que Xenofonte amplifique e engrandeça a aventura, senão do ponto de vista político e militar como faziam os historiadores com seus temas, ao menos do ponto de vista humano, comparando a sua experiência real à experiência mítica. Por fim, no último capítulo, A Ciropedia e as histórias verossímeis, trabalhamos com a possiblidade de classificar essa narrativa de Xenofonte como um romance antigo. O tema da narrativa é a vida de Ciro, o velho, rei persa que, com suas conquistas, tornou a Pérsia um grande império. Se a historiografia deveria focar em assuntos políticos e militares essencialmente públicos, a Ciropedia de Xenofonte nos apresenta a vida de um único personagem, um rei oriental e de um passado já relativamente distante. Além disso, a narrativa foca em uma série de cenas cujo tema é a vida particular de Ciro e sua relação com outros personagens que, em geral, são ficcionais. Do ponto de vista discursivo, a Ciropedia apresenta ainda várias inovações, como o uso do discurso sério-cômico ou um novo uso do discurso direto, fruto, talvez, da própria experiência de Xenofonte como 22 escritor de diálogos socráticos. Com essas informações em mente, discutimos a validade de classificar a Ciropedia como um romance antigo, uma espécie de “romance histórico”. Analisamos, como comparação, alguns fragmentos dos primeiros romances gregos, como os de Nino e Sesoncôsis, que, assim como a Ciropedia, tratam de personagens históricos, orientais e de um passado longínquo. Em cada uma das três narrativas de nosso corpus, Xenofonte trabalha o passado de um modo. Do historiográfico ao romanesco, a tentativa de criar modelos de comportamento para seus leitores influi decisivamente na forma de modelar esse passado. Xenofonte, nos parece, era bem consciente do que o leitor deveria esperar de uma narrativa historiográfica, e se não o faz, é simplesmente porque ele tem outros objetivos. Assim como os poetas antigos usavam o mito como forma de expressar suas ideias através das formas poéticas, Xenofonte usa os fatos históricos com esse fim. A história em Xenofonte é um meio, não um fim. 277 Considerações Finais O caráter fronteiriço das narrativas de Xenofonte torna seu estudo repleto de dificuldades. O que nos propusemos nesta tese foi justamente iluminar essas relações de fronteira, especialmente do discurso historiográfico com outros usos do passado em forma de narrativa, para tentarmos vislumbrar uma leitura da obra de Xenofonte que visasse, e valorizasse, os seus aspectos literários. Entre os eventos, míticos ou históricos, e a transformação deles em narrativa há um sujeito que os ordena em relato para dar-lhe uma configuração poética ou historiográfica. O passado em forma escrita só se converte em história à medida que um gênero – a historiografia – o descreve como tal. O passado, a história, existe além da diegese, como evento, mas é só na diegese que ele pode se constituir, ou não, um discurso historiográfico. Por isso, repetimos várias vezes neste trabalho a necessidade de entender os mecanismos que tornam esse discurso historiográfico autônomo e que institui uma postura singular na forma de modelar e representar historiograficamente o passado. Como narrativa, a historiografia é um gênero que manifesta uma escolha de um sujeito através de uma série de dispositivos linguísticos que tornam o enquadramento genérico reconhecível pelos leitores. Dar uma forma historiográfica então significa a atualização desses dispositivos genéricos, organizar e concatenar os eventos a fim de que eles tenham uma forma historiográfica e, assim, cumpram os requisitos formais – e ideológicos – do gênero. Buscamos, nesta tese, entender como o discurso historiográfico se estabelecia em relação aos outros gêneros literários da Grécia. No primeiro capítulo As disformes formas do passado, nos focamos na relação entre poesia, mito e história em alguns gêneros literários gregos. Os poetas, em geral, se baseavam no mito para expressar suas ideias, e, por isso, modelavam o mito de acordo com suas necessidades estéticas. O mito configurava-se como a história do passado grego, narrativa primordial que tornava possível a conexão entre o passado longínquo e o presente. Porém, no uso que faziam do mito, os poetas poetizavam de acordo com o gênero que escolhiam para se expressar. No próprio ato de selecionar o mito, o poeta leva em consideração a possibilidade de ordená- lo de acordo com os requisitos do gênero. Épica, epinício, elegia e tragédia, ao se ocuparem do passado, o fazem com fins estéticos distintos, o que produz formas distintas de se trabalhar o passado. Por exemplo, os mitos não são trágicos em si, mas tornam-se 278 matéria da tragédia à medida que o poeta organizava os eventos para dar-lhes uma configuração trágica. Buscamos também demonstrar que, mesmo sendo o mito matéria essencial da poesia grega, em algumas circunstâncias os poetas faziam uso de eventos e personagens históricos em suas poesias, sem que isso fosse desarticulado com o gênero. Isso ocorria porque, embora históricos, esses eventos e personagens recebiam um tratamento poético que os mitologizavam. Semelhantes aos mitos, a história podia ser incorporada à poesia. É interessante essa relação, pois justamente a crítica que Tucídides (Guerra do Peloponeso, I.20-21) faz sobre a impossibilidade de uma narrativa historiográfica sobre o passado, reside no fato de que o historiador, para esse passado, dependia muito das tradições orais e das poesias que, buscando mais agradar os ouvintes do que se interessar pela verdade dos fatos, engrandeciam e embelezavam o passado, ou seja, o mitologizavam. Faziam os poetas poesia, não história. O surgimento da historiografia como gênero se dá na tentativa de narrar os fatos de um modo específico com relação a esses gêneros. Na segunda parte desta tese, Sobre como os gregos fizeram do passado uma história, nos dedicamos às narrativas de Heródoto e Tucídides, tentando compreender como se dá essa ruptura na forma de trabalhar o passado. Mesmo que Heródoto não deixe claro em seu proêmio que a busca pela verdade é o seu maior interesse, as dúvidas quanto às diferentes versões sobre um tema e a necessidade de escolher uma delas para usar na narrativa criaram a perspectiva de que o historiador deveria recolher a história verdadeira para impedir que ela fosse apagada com o tempo. Mas Heródoto quer narrar, mesmo não acreditando nos fatos (Histórias, VII.152). Como um poeta épico, Heródoto quer transformar os eventos passados em uma narrativa para que não se apaguem com o tempo – os eventos que ele considera grandiosos, é claro, e que surgem como maravilhosos aos seus olhos –, e, por serem a manifestação da presença do homem no mundo, merecem ser preservados. Os mitos tinham as Musas como guardiãs da sua preservação e o poeta era o instrumento que tornava esse acervo mítico acessível. A história recente, no entanto, que não contava com aquele respaldo divino, dependia tão-somente do historiador, e ele, assumindo ao mesmo tempo o papel de poeta épico e de Musa dos fatos passados, “canta em prosa” os eventos, tornando-os gloriosos e, assim, memoráveis. 279 É com Tucídides que a verdade passa a ser a finalidade da história, pois ele, diferentemente de Heródoto, não quer apenas preservar o passado, mas pretende torná-lo útil para os vindouros que quiserem conhecer o passado. Quando Tucídides comenta a história da Grécia, da Guerra de Troia até seu presente, ele dependia apenas de poemas e da tradição oral como fontes de informação. Uma vez que os poetas engrandeciam e embelezavam esse passado, ele percebeu que não se podia fiar nessas narrativas, então era necessário retirar dos eventos o embelezamento e o engrandecimento, qualquer aspecto que mitologizassem os eventos, para que, no futuro, se alguém como ele, interessado na verdade, quisesse conhecer os eventos da Guerra do Peloponeso, pudesse ter na sua obra uma fonte útil de informação verdadeira. Mas se não podia ter acesso à verdade dos fatos passados, podia narrar o seu presente com essa perspectiva. Tucídides, mais do que um pesquisador do passado, é cronista do presente que quer se tornar uma fonte desse presente para o futuro. Esses dois historiadores, Heródoto e Tucídides, ao construírem um discurso sobre o passado, tornaram-se modelares para aqueles que quisessem se aventurar no terreno da narrativa historiográfica. Criaram o gênero e os pré-requisitos do historiador, como este devia atuar diante das informações de sua pesquisa. Xenofonte de Atenas, como continuador de Tucídides nas Helênicas, segue nessa obra o preceito básico de Tucídides: narrar os eventos presentes que ele podia contemplar e escolher os que pareciam mais verdadeiros. No entanto, em alguns momentos da narrativa, Xenofonte faz comentários se justificando ao seu leitor, porque está narrando eventos que não deveriam fazer parte da obra historiográfica. As três passagens que analisamos no capítulo As Helênicas ou vamos narrar o que não é digno dão um novo significado ao conceito de aksióloga, os feitos dignos de menção, e observamos que esse novo significado está relacionado ao heroísmo e às virtudes de liderança. Há, de fato, por toda a narrativa das Helênicas passagens em que esses aspectos são relevantes, mas o que torna essas três passagens interessantes para nosso estudo é, justamente, a justificava do narrador aos leitores por estar apresentando esta matéria como dissonante das expectativas que eles teriam. A explicação se faz necessária porque Xenofonte está, nesses casos, fugindo das convenções de gênero que se estabeleceram, principalmente, no modelo tucidideano, e narrando de personagens históricos comportamentos que não têm importância (ou relevância) para o desenrolar dos 280 eventos políticos da cidade, ou seja, carecem de relevância do ponto de vista historiográfico. Se Xenofonte demonstra ser consciente quanto às convenções de gênero da historiografia, isso torna ainda mais relevante a sua escolha de não enquadrar nesse gênero a Anábase e a Ciropedia. No capítulo 401 a.C.: uma odisseia na Ásia Menor demonstramos que a estrutura dessa narrativa segue o modelo odisseico de narrativa de nóstos, de retorno. Xenofonte, assumindo-se como líder dos dez mil mercenários gregos que foram lutar ao lado de Ciro pelo trono da Pérsia, busca guiar seus soldados nessa viagem de retorno à Grécia. Usando o paradigma da Odisseia, citando passagens importantes da epopeia de Homero em momentos chaves da Anábase, Xenofonte usa esse mito como símbolo da sua própria experiência, convertendo-se em uma espécie de novo Odisseu. Baseada em fatos reais, é, sobretudo, uma narrativa de aventura, que é construída com uma série de obstáculos que vão retardando o retorno de Xenofonte à Grécia246. A comparação da estrutura narrativa da Anábase com o discurso historiográfico também nos ajuda a perceber que a narrativa trata de um tema sem relevância política e foca-se na experiência de retorno. Não sabemos o que ocorre fora daquele universo diegético, o que ocorre na Grécia enquanto os soldados estão perdidos na Ásia Menor. Desse modo, percebemos que a narrativa não se enquadra no gênero historiográfico, pois se constrói como uma narrativa épica em prosa, embora tendo como base uma experiência real. Por fim, no capítulo A Ciropedia e as histórias verossímeis, analisamos como Xenofonte, se servindo de um personagem histórico do Oriente, Ciro, o velho, cria uma narrativa ficcional para demonstrar as suas ideias a respeito da arte do governar. Na Ciropedia, a manipulação da história visa criar um modelo de líder e o resultado disso é uma narrativa em que as fronteiras entre história e ficção são sensíveis, como ocorre nos romances históricos. Girando em torno de um único personagem, Ciro, e de suas conquistas militares, o foco da narrativa são cenas de caráter privado, em que o príncipe persa dialoga com personagens secundárias, em geral, fictícias. São cenas que dão um 246 É interessante que o enredo dessa narrativa serviu de base para o livro Warriors de Sol Yurick, de 1965, que foi transformado no filme homônimo de 1976, dirigido por Walter Hill, e lançado como jogo para Play Station em 2005. Esse uso do enredo da Anábase como base para mídias de ação revela o quanto o caráter heroico e aventureiro da narrativa é o foco principal da construção dessa obra. 281 caráter realista à narrativa, porque são verossímeis, encaixando-se em meio às informações que aparentam ser historiográficas. Não é uma ficção que se utiliza do fabuloso, mas que procura parecer real, como se de fato se tratasse de uma narrativa feita a partir de dados históricos. É interessante que, nesse processo, de ficcionalização do passado histórico, Xenofonte incorporou à narrativa em prosa novas matérias e novos estilos e, por conseguinte, modela uma narrativa mais viva e realista. Em nossa opinião, é justamente esse novo tratamento dado por Xenofonte à narrativa que o tornou uma espécie de referência para os romancistas gregos, ainda mais levando em conta fragmentos de romances antigos, como o de Nino e Sesoncôsis, que tinham como centro a vida de personagens históricos do Oriente. Por isso, para nós, a Ciropedia, ainda que não apresente em sua narrativa alguns elementos do romance antigo, deve ser considerada como um romance avant la lettre, pois ela romanceia outros discursos (diálogo socrático, mistura do sério-cômico, cenas de caráter privado e de banquetes) que não faziam parte das convenções da historiografia. Talvez, possa-se contra-argumentar que as diferentes formas de organização da história por Xenofonte não impliquem, necessariamente, que não sejam elas encaradas como obras historiográficas. Como observa Hayden White (1995), a história, difere das outras ciências, porque não há uma única forma de explicar as relações causais nem quanto às leis universais que se poderiam invocar para explicar as sequências dos eventos, nem quanto à forma que deve assumir como explicação científica (WHITE, 1995, p.28). Assim, Xenofonte não estaria fazendo outra coisa que não fosse natural à narrativa historiográfica, mas apenas expressando-se com os dados do passado de forma pessoal e diferenciada. A falta de acabamento do gênero historiográfico, sempre se modificando na Antiguidade (HARTOG, 2001, p.10), pode explicar essa conduta. No entanto, os efeitos e resultados dessa manipulação do passado efetuada por Xenofonte apresentam condições para que repensemos o enquadramento genérico dessas narrativas e a possibilidade de uso dos dados históricos como forma de enredar os eventos, para além da construção do discurso historiográfico. Ou seja, tal qual o mesmo mito ganhava proporções e tratamentos distintos diante de gêneros distintos, os dados históricos também poderiam ser partilhados e modelados de formas distintas. Seja assumindo as narrativas de Xenofonte como novas formas de pensar o passado, seja considerando-as como modos distintos de organização do gênero historiográfico, em ambos os casos não há como não 282 ressaltar o caráter inovador nas suas narrativas. O novo, tanto quanto a permanência, só pode ser inferido através da relação com a tradição e, nesse caso, observamos que tanto a Anábase quanto a Ciropedia estão muito distantes do que se poderia esperar de uma narrativa historiográfica, como as Helênicas. Assim, concluímos este trabalho acreditando ter explorado como que Xenofonte apresenta novas formas de uso do passado. Consciente do gênero historiográfico, o que pudemos demonstrar é que, na Anábase e na Ciropedia, ele não se utiliza dos mesmos mecanismos discursivos que Heródoto e Tucídides – mecanismos esses que ele mesmo usa nas Helênicas – e que, por isso, aquelas duas narrativas não se apresentam como discursos historiográficos em um sentido estrito. A história é uma matéria, que pode ser encenada de múltiplas formas por múltiplos discursos. A historiografia é uma delas, mas não é a única e também depende de uma construção genérica que se reconheça – e que, portanto, torna-se reconhecível – como tal. Determinar que uma obra é historiográfica apenas pelo uso do passado histórico seria afirmar que, por exemplo, a poesia de Simônides de Ceos e os Persas de Ésquilo – analisadas na primeira parte deste trabalho – são historiográficas. Xenofonte é historiador apenas nas Helênicas, e cria na Anábase a na Ciropedia novas formas de narrar o passado. 283 Referências Bibliográficas 1. EDIÇÕES E TRADUÇÕES DE XENOFONTE JENOFONTE. Ciropedia. Introducción, traducción y notas de Ana V. Sansalvador. Madrid: Gredos, 1987. ______; Hellénicas. Traducción de Domingo Plácido. Madrid: Alianza editorial, 1989. ______. Hellénicas. Introducción, traducción y notas de Orlando Guntiñas Tuñon. Madrid: Gredos, 1977. ______. Recuerdo de Sócrates. Económico. Baquete. Apologia de Sócrates. Traducción de Juan Zaragoza. Madrid: Gredos, 1993. XÉNOPHON. Cyropédie. Traduit par Marcel Bizos. Paris: Les Belles Lettres, tome I, 1972. XÉNOPHON. Helléniques. Tome I (Livres I-III). Texte établi et traduit par J. Hatzfeld. Paris: Les Belles Lettres, 1973. ______. Helléniques. Tome I (Livres IV-VII). Texte établi et traduit par J. Hatzfeld. Paris: Les Belles Lettres, 1965 XENOPHON. A History of my times (Hellenica). Introduction by G. Cawkwell and translation by R. Warner. Harmondsworth: Penguin, 1979. p.7-46. (Penguin Classics). ______. Anabasis. Trad. Carleton L. Brownson, revisada por John Dillery. Cambridge; London: Harvard University Press, 2001. Loeb Classical Library. ______. Xenophon’s Anabasis. Introduction by William R. Harper and James Wallace. New York; Cincinnati; Chicago: Amercian Book Company, 1893. XENOFONTE. A retirada dos dez mil. Tradução e prefácio de Aquilino Ribeiro. Lisboa: Livraria Bertrand, 1957. ______. A educação de Ciro. Tradução de Jaime Bruna. São Paulo: Cultrix, 1965. 2. AUTORES CLÁSSICOS AESCHYLUS. Persae. With Introduction and commentary by A. F. Garvie. Oxford: Oxford University press, 2009. APOLODORO. Biblioteca. Introducción de Javier Arce; Traducción de Margarita Rodríguez de Sepúlveda. Madrid: Gredos, 1985. 284 ARISTOTE. Politique. Texte établi et traduit par Jean Aubonnet. Paris: Les Belles Lettres, 2002. ARISTÓTELES. Poética. Introdução, comentário e tradução de Eudoro de Souza. Porto Alegre: Globo, 1966. ______. Retórica. Tradução de Manuel A. Júnior, Paulo F. Alberto e Abel do N. Pena. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010. Obras Completas de Aristóteles, VIII. Tomo I. BAQUÍLIDES. Odas y fragmentos. Introdução e tradução de Fernando García Romero. Madrid: Gredos, 1988. CALLIMAQUE. Les origenes; Réponses aux Telchines; Élégies; Épigrammes; Iambes et Pièces lyriques; Hécalé; Hymnes. Texte établi et traduit par Émile Cahen. Paris: Les Belles Lettres, 2002. CÁRITON. Quéreas e Calírroe. Tradução, introdução e notas de Maria de Fátima Sousa e Silva. Lisboa: Edições Cosmos, 1996. DENIS D’HALICARNASSO. Lettre à Pompée Géminos. In: Opuscules rhétoriques. Texte établi et traduit par G. Aujac. Paris: Les Belles Lettres, 2002. ______. L’imitation. In: Opuscules rhétoriques. Texte établi et traduit par G. Aujac. Paris: Les Belles Lettres, 2002. DIONISIO DE HALICARNASO. Sobre Tucídides. In: _____. Tratados de crítica literaria. Trad. Juan Pedro Oliver Segura. Madrid: Gredos, 2005. _____. Sobre la imitación. In: _____. Tratados de crítica literaria. Trad. Juan Pedro Oliver Segura. Madrid: Gredos, 2005. DIODORO DE SICILIA. Biblioteca histórica. Livro I-III. Introducción, traducción y notas de Francisco P. Alasá. Madrid: Gredos, 2001. ÉSQUILO. Os Persas. In:______. Tragédias. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 2009. ESQUILO. Os Persas. In:______. Tragedias. Trad. Bernardo Perea Morales. Madrid: Gredos, 1993. HERMÓGENES. Ejercicios de Retórica. In: TEÓN; HERMÓGENES; AFTONIO. Ejercicios de Retórica. Introducción, traducción y notas de M.ª Dolores R. Martínez. Madrid: Gredos, 1991. HÉRODOTE. Histoires. Livre II. Texte établi et traduit par E. Legrand. Paris: Belles Lettres, 1948. 285 ______. Histoires. Livre VII. Texte établi et traduit par E. Legrand. Paris: Belles Lettres, 1951. HERÓDOTO. Histórias. Introdução geral de Maria Helena da Rocha Pereira. Introdução do Livro I, tradução e notas de José Ribeiro Ferreira e Maria de Fátima Silva. Lisboa: Edições 70, 2002. Vol. I. ______. Histórias. Trad. de José Ribeiro Ferreira e Carmen Leal Soares. Lisboa: Edições 70, 2002. Vol. VIII. HESÍODO. Os Trabalhos e os dias. Estudo, tradução, introdução e notas de Alessandro Rolim de Moura. Curitiba: Segesta, 2012. ______. Obras y fragmentos. Trad. Aurelio P. Jiménez e Alfonso M. Díez. Madrid: Gredos, 1997. HOMERO. Ilíada. Trad. Frederico Lourenço. São Paulo: Pengui Classics Companhia das Letras, 2013. ________. Odisseia. Trad. Frederico Lourenço. São Paulo: Pengui Classics Companhia das Letras, 2011. HORÁCIO. Odes. Trad. de Pedro Braga Falcão. Lisboa: Livros Cotovia, 2008. LONGUS. Pastorales. (Daphnis et Chloé). Texte établi et traduit par Geroges Dalmeyda. Paris: Les Belles Lettres, 1971. LUCIANO DE SAMÓSATA. Uma história verídica. Prefácio, tradução e notas de Custódio Magueijo. Lisboa: Inquérito, s/d. ______. Como se deve escrever a história. Tradução e ensaio de Jacyntho Lins Brandão. Belo Horizonte: Tessitura, 2009. LUCIEN. Histoires vraies. In: Oeuvres. Opuscules 11-20. Texte établi et traduit par Jacques Bompaire. Paris: Les Belles Lettres, 2003. MACROBE. Commentaire au songe de Scipion. Trad. Mireille Armisen-Marchetti. Livre I. Paris: Belles Lettres, 2003. Tome I. PÍNDARO. Odes aos príncipes da Sicília. Tradução com introdução e notas de Daisi Malhadas. Araraquara: UNESP, 1976. ______. Odas y fragmentos. Introdução e Tradução de Alfonso Ortega. Madrid: Gredos, 1985. PLATÃO. O Banquete ou do Amor. Trad. José Cavalcante de Souza. Rio de Janeiro: Difel, 2008. 286 ______. Apologia de Sócrates. Precedido de Sobre a piedade (Êutifron) e seguido de Sobre o dever (Críton). Tradução de André Malta. São Paulo: L&PM, 2009. ______. A República. Introdução, tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010. PLATÓN. Laques. Diálogos I. Apología, Críton, Eutífron, Ion, Lisis, Cármides, Hipias Menor, Hipias Mayor, Laques, Protágoras. Traducción y nota de J. Calonge Ruiz, E. Lledó Íñigo y C. García Gual. Madrid: Gredos, 1997. POLÍBIO. Histórias. Livros V-XV. Traducción y notas de Manuel Balash Recort. Madrid: Gredos, 1996. PLUTARCO. Vidas Paralelas. Teseu, Rômulo, Licurgo e Numa. Introducción general, traducción y notas por Aurelio Pérez Jiménez. Madrid: Gredos, 2000. v.77. PLUTARQUE. Vies. Tome I. Texte établi et traduit par Robert Flacelière. Paris: Belles Lettres, 1964. SÉNÈQUE. L’Apocoloquintose du divin Claude. Texte établi et traduit par René Waltz. Paris: Les Belles Lettres, 1966. SÓFOCLES. As Traquínias. Apresentação, tradução e comentário filológico de Flávio Ribeiro de Oliveira. Campinas: Ed. Unicamp, 2009. STEPHENS, S. A; WINKLER, J. J. Ancient Greek Novels. The Fragments. Princeton: Princeton University Press, 1995. TEOFRASTO. Os caracteres. Tradução e comentários de Daisi Malhadas e Haiganuch Sarian. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1978. TITO LÍVIO. História de Roma. Livro I: A Monarquia. Trad. Mônica Costa Vitorino. Belo Horizonte: Crisálida, 2008. TUCÍDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Trad. De Raul M. Rosado Fernandes e M. M. Gabriela P. Granwehr. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010. ______. História da Guerra do Peloponeso. Livro I. Trad. e apresentação de Anna Lia Amaral de Almeida Prado. São Paulo: Martins Fontes, 1999. XENOFONTE DE ÉFESO. As Efesíacas. Ântia e Habrócomes. Tradução, introdução e notas de Vitor Ruas. Lisboa: Edições Cosmos, 2000. 3. Outros textos ADRADOS, F. R. Liricos Griegos. Elegiacos y yambógrafos arcaicos (siglos VII-V a.C.). Texto y traducción por Fracisco R. Adrados. Barcelona: Ediciones Alma Mater, 1956. Vol. 1-2. 287 ALMEIDA, J. P. B. A. R de. O divino nos sofistas e em Eurípides. Coimbra: Tese de Doutorado. Universidade de Coimbra, 2015. ALVARES, J. “Chariton’s Erotic History”. American Journal of Philology, 1997, nº 118. pp. 613–29. ANDERSON, J. K. Xenophon. London: Bristol Classical Press, 2008. ARENDT, H. O conceito de História – Antigo e Moderno. In: Entre o passado e o futuro. Trad. Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspectiva, 2011, p. 69-126. ASHERI, D. In: ASHERI, D; LLOYD, A; CORCELLA, A. A commentary on Herodotus. Books I-IV. New York: Oxford University Press, 2007. p.1-55. ASHMOLE, B. Architect and sculptor in classical Greece. New York; London: New York University Press, 1972. ASSUNÇÃO, T. R. Infidelidades veladas: Ulisses entre Circe e Calipso na Odisseia. Nuntius antiquus. Belo Horizonte, 2011, v. VII, n. 2, jul.-dez, p. 153-176. AUBRETON, R. Introdução a Homero. São Paulo: Difel, 1968. AUERBACH, E. Mimesis: a representação da realidade na literatura ocidental. São Paulo: Perspectiva, 2009. BAKKER, E. J. The Making of History: Herodotu’s Historiḗs Apodexis. In: BAKKER, R. J.; JONG, I. F. de; WESS, H. van (Ed.). Brill’s Companion Herodotus. Leiden; Boston; Köln: Brill, 2002, p.3-32. BAKHTIN, M. Questões de literatura e estética. A Teoria do Romance. Trad. de Aurora F. Bernardini et ‘al. São Paulo: Hucitec, 2002. ______. Estética da criação verbal. Os gêneros do discurso. Trad. Maria E. Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 2010a. ______. Problemas da poética de Dostoievski. Tradução, notas e prefácio de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Ed. Forense-Universitária, 2010b. BALOT, R. Pericles’ Anatomy of Democratic Courage. The American Journal of Philology, vol. 122, nº 4. p.505-525. ______. Courage in the Democratic Polis. The Classical Quartely, New Series, vol.54, nº2, 2004. p.406-423. BARRETT, J. Staged narrative: poetics and the Messenger in Greek tragedy. Los Angeles: University of Californis Press, 2002. 288 BARROS, M. Livro sobre Nada. Ilustração de Wega Nery. São Paulo; Rio de Janeiro: Editora Record, 1997. BARTHES, R. Da história ao real. In: BARTHES, R. O rumor da língua. Tradução de Antonio Gonçalves. Lisboa: Edições 70, 1987. p.121-144. BAUZÁ, H. F. El mito del héroe. Moroflogía y semântica de la figua heroica. Buenos Aires: Fonde de Cultura Económica, 2007. BERNARDI, M. Entre história e ficção: Heródoto um mensageiro trágico. Belo Horizonte: Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, 2010. BEYE, C. R. The ILIAD, the ODYSSEY, and the Epic tradition. London; Melbourne: Macmillan, 1968. BILLAUT, A. De l'histoire au roman: Hermocrate de Syracuse. Revue de Études Grecques, 1989, nº.102. pp.540-548. BIZOS, M. In: XÉNOPHON. Cyropédie. Texte Établi et Traduit par Marcel Bizos. Paris: Les Belles Lettres, tome I, 1972. BOITANI, P. La sombra de Ulises. Imágenes de un mito en la literatura occidental. Trad. de Bernardo M. Carrillo. Barcelona: Ediciones Península. 1992. BONNER, R. J. Xenophon Anabasis, iv. 8. 27. The Classical Journal, 1912, vol. 7, nº. 4, pp. 184-185. BORGES, J. L. Kakfa y sus precursores: In:______. Obras Completas. 1952-1972. Buenos aires: Emecé, 1974. BOWERSOCK, G. W. Fiction as history. Nero to Julian. University of California Press. Berkely/Los Angeles/London, 1994. BOWIE, E. L. La novela griega. In: EASTERLING, P.E; KNOX,B.M.W.: Historia de la literatura clásica. Traducción de Federico Z. Alberich. Madrid: Gredos, 1990. pp. 734-751. ______. Historical narrative in archaic and early classical greek elegy. In: KONSTAN, D.: RAAFLAUB, K. A. (org). Epic and history. Malden and Oxford: Wiley- Blackwel, 2010, p. 145-166. BOWRA, C. M. Heroic Poetry. New York: St. Martin’s Press, 1966. BRADLEY, P. J. Irony and the Narrator in Xenophon’s Anabasis. In: GRAY, V. J. (Org.). Xenophon. Oxford Readings in Classical Studies. New York: Oxford University Press, 2010. p.520-553. BRANDÃO, J. de S. Mitologia Grega. Petrópolis: Vozes, 2005. Vol 3. 289 BRANDÃO, J. L. A poética do hipocentauro. Literatura, sociedade e discurso ficcional em Luciano de Samósata. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001. ______. A Invenção do Romance. Brasília: Editora UNB, 2005. BREITENBACH, H. R. Xenophon von Aten. Stuttgart: Druckenmüller, 1966. BRIOSO, M. Literatura Helenística. Introducción. In: LÓPEZ FÉREZ (Ed.). Historia de la literatura griega. Madrid: Cátedra, 1988. BURIAN, P. Myth into muthos: the shaping of tragic plot. In: EASTERLING, P. E. The Cambridge companion to Greek Tragedy. Cambridge: University press, 1997, p. 178-210 BUTOR, M. Crítica e invenção. In:______. Repertório. São Paulo: Perspectiva, 1974. pp. 191-203. CAIRNS, F. Generic composition in greek and roman poetry. Edinburgh University Press, 1972 CALVINO, I. Por que ler os clássicos? Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. CAMPOS, H. Qohélet =O-que-sabe: Eclesiastes: poema sapiencial. São Paulo: Perspectiva, 1991. CÂNFORA, L. Um ofício perigoso. A vida cotidiana dos filósofos gregos. São Paulo: Perspectiva, 2003. ______. Histoire de la littérature grecque: à l’époque hellénistique. Trad. Marilène Raiola e Luigi-Alberto Sanchi. Paris: Desjonquéres, 2004. ______. La Préface de Thucydide et la critique de la raison historique. Revue des Études Grecques. Vol. 90, fascículo 430-431, 1977. p.455-461. CALAME, C. Greek Mythology: poetics, pragmatics and fiction. Translated by Janet Lloyd. New York: Cambridge University Press, 2009. CASSIN, B. Ensaios sofísticos. Tradução de Ana L. de Oliveira e Lúcia Cláudia Leão. São Paulo: Siciliano, 1990. CAWKWELL, G. In: XENOPHON: A History of my times (Hellenica). Introduction by G. Cawkell and translation by R. Warner. Harmondsworth: Penguin, 1979. p.7-46. (Penguin Classics). CERDAS, E. A Ciropedia de Xenofonte: um romance de formação na Antiguidade. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 290 CHANTRAINE, P. Dictionnaire étymologique de la langue grecque. Paris: Klincksieck, 2009. CONNOR, W. R. A Post Modernist Thucydides? The Classical Journal. vol.72, nº4, 1977. p.289-298. CORNFORD, F. M. Principium Sapientiae. As origens do pensamento filosófico grego. Tradução de Maria Manuela Rocheta dos Santos. Lisboa: Fundação Calouste Gulberkian, 1981. DEFOSSE, P. A propos du début insolite des “Helléniques”. Belge. nº46, 1968. p.5-24. DE LA VEGA, J. S. L. La función del mito en la oda pindárica. Cuadernos de Filologia Clássica (Estudios gregos y indoeuropeos). Madrid: Universid Complutense, 1992. nº2, p. 9-35. DELEBECQUE, É. Essai sur la vie de Xénophon. Paris: Librairie C. Klincksieck, 1957. DELEUZE, G. Lógica do sentido. Trad. de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1998. DILLERY, J. In: XENOPHON. Anabasis. Trad. Carleton L. Brownson, revisada por John Dillery. Cambridge; London: Harvard University Press, 2001. Loeb Classical Library. DOSSÉ, F.A História. Trad. Roberto Leal Ferreira. São Paulo: Editora Unesp, 2012. DOVER, K. J. Greek popular morality. In the time of Plato and Aristotle. Oxford: Basil Blackwell, 1974. DUE, B. The Cyropaedia: Xenophon’s aims and methods. Aarhus: Aarhus University Press, 1989. ELIADE, M. O sagrado e profano. A essência das religiões. Tradução de Rogério Fernandes. São Paulo: Martins Fontes, 2001. ______. Mito e realidade. Trad. Pola Civelli. São Paulo: Ed. Perspectiva, 2002. ERRANDONEA, P. IGNACIO (Ed.). Diccionario del mundo clásico. Madrid: Labor, 1954. EVELYN-WHITE, H.G. The Myth of the Nostoi. The Classical Review, 1910, vol. 24, nº. 7, p. 201-205. FARNELL, L. R. Greek hero cults and ideas of immortality. Oxford: Clarendon Press, 1970. FERNÁNDEZ, J.E.M. La intertextualidad literaria. Madrid: Cátedra, 2001. 291 FERREIRA, J. R.; SILVA, M. F. In: HERÓDOTO. Histórias. Introdução geral de Maria Helena da Rocha Pereira. Introdução do Livro I, tradução e notas de José Ribeiro Ferreira e Maria de Fátima Silva. Lisboa: Edições 70, 2002. Vol. I. FINLEY, M. I. Myth, Memory, and History. History and Theory. Wesleyan University, 1965. Vol.4, nº3, p.281-302. ______. História antiga. Testemunhos e modelos. Tradução de Valter L. Siqueira: São Paulo: Martins Fontes, 1994. FLORY, S. Arion’s leap: Brave gestures in Herodotus. The American Journal of Philolgy, vol.99, nº4, 1978. p.411-421. ______. The Meaning of τὸ μὴ μυθωδ̂εϛ (1.22.4) and the usefulness of Thucydides' History. The Classical Journal, 1990, vol. 85, nº. 3, p.193-208. FLOWER, M. A. Xenophon’s Anabasis or the expedition of Cyrus. New York: Oxford University Press, 2012. FORD, A. Epic as Genre. In: MORRIS, I.; POWELL, B. B. (org.). A New Companion to Homer. Leiden: E.J. Brill, 1997, p. 396-414. FOWLER, R. Herodotus and his prose predecessor. In: DEWALD, C.; MARINCOLA, J.: The Cambridge Companion to Herodotus. New York: Cambridge University Press, 2008. p.29-45. FRYE, N. Anatomia da crítica. Trad. Péricles E. da Silva Ramos. São Paulo: Cultrix, 1973. FUSILLO, M. “Epic, Novel”, In: MORETTI, F. The Novel: Forms and Themes. Princeton: Princeton University Press, 2006. p.32-63. GARRITY, T. F. Thucydides 1.22.1: Content and Form in the Speeches. The American Journal of Philology, vol. 119, nº. 3. 1998, p.361-384. GARLAN, Y. Guerra e economia na Grécia Antiga. Tradução de Cláudio C. Santoro. Campinas: Papirus, 1991. GARVIE, A. F (ed). Aeschylus: Persae. Oxford; New York: Oxford University Press, 2009. GENETTE, G. A Utopia Literária. In:______. Figuras. Trad. Ivonne F. Mantoanelli. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1972. pp.121-130. ______. Introduction à l’architexte. Paris: Seuil, 1979. ______. Palimpsestes. La littérature au second degré. Paris: Seuil, 1982. ______. Discurso da Narrativa. Trad. de Fernando Cabral Martins. Lisbos: Vega, 1995. 292 GERA, D. L. Xenophon’s Cyropaedia. Style, Genre, and Literary technique. New York: Oxford University Press, 1993. GIANGRANDE, L. The use of spoudaiogeloion in Greek and Roman literature. The Hague: Monton, 1972. GRANDSDEN, K. W. Homer e a epopeia. In: FINLEY, M. I. (Org.). O legado da Grécia. Uma nova avaliação. Trad. Yvette V. P. de Almeida. Brasília: Ed. UNB, 1998, p.79-110. GRAY, V. J. The character of Xenophon’s Hellenica. Baltimore: John Hopkins University Press, 1989. ______. Continuous History and Xenophon, Hellenica 1-2.3.10. The American Journal of Philology, vol. 112, nº2. 1991.p. 201-228. ______. (Org.). Xenophon. Oxford Readings in Classical Studies. New York: Oxford University Press, 2010. GRETHLEIN, J. The greeks and their past. Poetry, Oratory and History in the Fifth Century BCE,. Cambridge: Cambridge University Press, 2010a. ______. From “Imperishable Glory” to History: The Iliad and the Trojan War. In: KONSTAN, D.; RAAFLAUB, K. A. (org). Epic and history. Malden and Oxford: Wiley-Blackwel, 2010b, p. 122-144. ______. Xenophon’s Anabasis from character to narrator. Journal of Hellenic Studies, 2012, v.132, p. 23–40. GRIMAL, P. Mitologia grega. Trad. de Rejane Janowitzer. Porto Alegre: L&PM, 2010. ______. Dicionário da mitologia grega e romana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011. GRUBE, G. M. A. Dionysius of Halicarnassus on Thucydides. Phoenix, vol.4, nº 3. 1950, p.95-110. GUAL, C. G. Las orígenes de la Novela. Madrid: Ediciones Istmo, 1972. ______. Introducción a Quéreas y Calírroe. In: CÁRITON; JENOFONTE DE ÉFESO. Quéreas y Calírroe; Efesíacas; Fragmentos novelescos. Traducción de Julia Mendoza. Madrid: Gredos, 2002. vol.16. pp.10-31. GUTHRIE, W. K. Os sofistas. Tradução de João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1995. GUTZWILLER, K. A guide to Hellenistic Literature. Oxford: Blackwell Publishing, 2007. 293 HÄGG, T. The Novel in Antiquity. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1991. HARDING, P. The Theramenes myth. Phoenix, vol.28, nº1, 1974. p.101-111. \\ HARTOG, F. The invention of History: The Pre-History of a Concept from Homer to Herodotus. History and Theory. Wesleyan University, 2000. Vol.39, nº3, p. 384-395. ______ (Org.). A História de Homero a Santo Agostinho. Trad. Jacyntho Lins Brandão. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001. ______. Os antigos, o passado e o presente. Brasília: Ed. UNB, 2003. ______. Memórias de Ulisses: narrativas sobre a fronteira na Grécia Antiga. Tradução de Jacyntho Lins Brandão. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014. HATZFELD, J. Notice. In: XÉNOPHON. Helléniques. Paris: Les Belles Lettres, 1973. p.5-27. HERINGTON, J. Poetry into drama. Berkeley: University of California Press, 1985. HEXTER, R. A guide to the Odyssey. A commentary on the english translation of Robert Fitzgerald. New York: A division of random house, 1993. HOLZBERG, N. The Genre: Novels proper and the fringe. In: SCHMELING, G. (Ed). The novel in the ancient world. Boston: Brill Academic Publishers, 2003. pp.11-28. HOWLAND, J. Xenophon's Philosophic Odyssey: On the Anabasis and Plato's Republic. The American Political Science Review, 2000, vol. 94, nº. 4, p. 875-889 HUTCHEON, L. Metaficção historiográfica. “O passatempo do tempo passado”. In: Poética do Pós-Modernismo. História-Teoria-Ficção. Trad. Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1991. IMMERWAHR, H. R. Form and Thought in Herodotus. Atlanta: GA Scholars Press, 1986. JAMESON, Fredric. Postmodernism, or, The Cultural Logic of Late Capitalism. New Left Review, 146. 1984. p. 53-92. JAUSS, H. R. A história da literatura como provocação à teoria literária. Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática, 1994. JESI, F. Literatura y mito. Traducción de Antonio Pigrau Rodríguez. Barcelona: Barral Editores, 1972. JONG, I. J. F. de. Narrative in drama: the art of the Euripidean messenger-speech. Netherlands: [s.e.], 1991. 294 ______. Narrative Unity and Units. In: BAKKER, R. J.; JONG, I. F. de; WESS, H. van (Ed.). Brill’s Companion Herodotus. Leiden; Boston; Köln: Brill, 2002, p.245-266. JOSIPOVIC, G. The World and the Book: A study of the modern fiction. London: Macmillan, 1971. KAGAN, D. Thucydides. The reinvention of history. New York: Penguin Books, 2010. KITO, H. D. F. A tragédia grega. Estudos Literário. Trad. De José Manuel Coutinho e Castro. Coimbra:Sucessor, 1972. KIRK, G. S. Los poemas de Homero. Trad. de Eduardo J. Prieto. Buenos Aires: Editorial Paidós, 1968. ______; Homer and the oral tradition. Cambridge: Cambridge University Press, 1976. ______; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, M. Os filósofos pré-socráticos. História crítica com seleção de textos. Trad. de Carlos Alberto Louro Fonseca. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994. KRAUSZ, L.S. As Musas. Poesia e divindade na Grécia arcaica. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2007. KOSELLECK, R. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Trad. Wila Patrícia Maas, Carlos A. Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto; Ed. PUC- Rio, 2006. LADYNIN, I. A. Sesostris–Sesonchosis–Sesoosis: The Image of the Great King of the Past and Its Connotations of the Lybian Time in Egypt. Cultural heritage of Egypt and Christian Orient, 2010. nº5, pp. 122-142. LANG, M. Theramenes and Arginoussai. Hermes, nº.120, 1992. p.267-279. LEJEUNE, P. Le pacte autobiographique. Paris: Seuil, 1975. LESKY, A. História da Literatura Grega. Trad. de Manuel Losa. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995. LÉVYSTONE, D. La courage et les mots de la peur dans le “Lachès” et “Protagoras”. Phoenix, vol. 60, nº3/4, 2006. p.346-363. LIDDELL, H. G.; SCOTT, R. A greek-english lexicon. Oxford: Clarendon Press, 1996. LISLE, R. Thucydides 1.22.4. The Classical Journal, 1977, vol. 72, nº4, p.342-347. LORAUX, N. Elogio do anacronismo. In: NOVAES, A. (Org). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1992. p.57-70. ______. A invenção de Atenas. Tradução de Lilian Vale. Rio de Janeiro: Ed.34, 1994. 295 ______. Thucydides ist not a colleague. In: MARINCOLA, J. (Org.). Greek and Roman Historiography. New York: Oxford University Press, 2011. p.19-39. LOURENÇO, F. Poesia Grega de Álcman a Teócrito. Tradução de Frederico Lourenço. Lisboa: Livros Cotovia, 2006. LUKÁCS, G. O romance como epopeia burguesa. In: Ad Hominem I. Tomo II – Música e Literatura. São Paulo: Estudos e edições Ad Hominem, 1999. p.87-136. ______. Le roman historique. Traduit de l’allemand par Robert Sailley. Paris: Payot & Rivages, 2000. ______. A teoria do romance. São Paulo: Duas Cidades; Editora 34, 2009. LURAGHI, N. Author and Audience in Thucydides' "Archaeology". Some Reflections. Harvard Studies in Classical Philology, Vol. 100. 2000, p. 227-239. ______.Meta-historie: Method and genre in the histories. In: DEWALD, C.; MARINCOLA, J.: The Cambridge Companion to Herodotus. New York: Cambridge University Press, 2008. p.76-91. MA, J. You can’t go home again: Displacement and identity in Xenophon’s Anabasis. In: GRAY, V. J. (Org.). Xenophon. Oxford Readings in Classical Studies. New York: Oxford University Press, 2010. pp. 502-519. McLAREN, M. A supposed lacuna at the beginning of Xenophon’s Hellenica. The American Journal of Philology, vol.100, nº2, 1979, p.228-238. McLAREN Jr., M.. On the composition of Xenophon’s Hellenica. Pt.II. The American Journal of Philology, vol.55, nº3, 1934, p.249-262. ______. On the composition of Xenophon’s Hellenica. The American Journal of Philology, vol.55, nº2, 1934, p.121-139. ______. Xenophon and Themistogenes. Transactions and Proceedings of the American Philological Association, 1934. vol. 65, p.240-247. MAFFRE, J-J. A vida na Grécia Clássica. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro> Jorge Zahar Editor, 1988. MALHADAS, D.; DEZOTTI, M. C.; NEVES, M. H. de M. Dicionário grego-português (DGP). São Paulo: Ateliê, 2006-2010. 5 vol. MARINCOLA, J. Thucydides 1. 22. 2. Classical Philology, Vol. 84, nº. 3. 1989, p. 216- 223. ______. Authority and tradition in Ancient Historiography. New York: Cambridge University Press, 1999. 296 MELETINSKI, E. M. Os arquétipos literários. Trad. Aurora F. Bernandini, Homero F. de Andrade e Arlete Cavaliere. São Paulo: Ateliê Editorial, 1998. MENDOZA, J. In: CÁRITON; JENOFONTE DE ÉFESO. Quéreas y Calírroe; Efesíacas; Fragmentos novelescos. Traducción de Julia Mendoza. Madrid: Gredos, 2002. vol.16. MILLER, H. O Colosso de Marússia. Trad. de Cora Rónai. Porto Alegre: L&PM, 1983. MOLLES, J. L. Truth and Untruth in Herodotus and Thucydides. In: GILL, C; WISEMAN, T.P. Lies and Fiction in the ancient world. Austin: University of Texas, 1993. p.88-121. MOMIGLIANO, A. The development of greek biography. London: Expanded, 1993. ______. História e biografia. In: FINLEY, M. I. (Org.). O legado da Grécia. Uma nova avaliação. Trad. Yvette V. P. de Almeida. Brasília: Ed. UNB, 1998. p.181-210. MORGAN, J.R. History, Romance, and Realism in the Aithiopika of Heliodoros. Classical Antiquity, Vol. 1, nº. 2, 1982. p. 221-265 ______.; STONEMAN, R (Ed.). Greek fiction. The greek novel in context. London; New York: Routledge, 1994. MOST, G. W. The structure and function of Odysseus’ apologoi. Transactions of the American Philological Association, nº119, 1989. p.15-30. NAGY, G. The best of the Achaeans. Concept of the hero in the archaic greek poetry. Baltimore and London: John Hopkins University, 1999. NILES, J. D. Pattering in the wanderings of Odysseys. Ramus 7, 1978. p.46-60. ORWIN, C. Thucydides' Contest: Thucydidean "Methodology" in Context. The Review of Politics, 1989, vol. 51, nº3, p.345-364. ORTEGA, A. In: PINDARO. Odas y fragmentos. Introdução e Tradução de Alfonso Ortega. Madrid: Gredos, 1985. PAGE, D. The Beginning of the Odyssey, In:______. The Homeric Odyssey, Oxford: Clarendon Press, 1955. ______. The Lotus-Eaters. In:______. Folktales in Homer’s Odyssey. Cambridge, Massachusetts, Harvard University Press, 1973. p.1-21. PRADO, A. L. de A. In: TUCIDIDES. História da Guerra do Peloponeso. Tradução e notas Ana Lia de Almeida Prado. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p.IX-LIX. 297 PELLING, C. Speech and narrative in the Histories. DEWALD, C.; MARINCOLA, J.: The Cambridge Companion to Herodotus. New York: Cambridge University Press, 2008, p.103-121. PEMBROKE, S. G. Mito. In: FINLEY, M. I. (Org.). O legado da Grécia. Uma nova avaliação. Trad. Yvette V. P. de Almeida. Brasília: Ed. UNB, 1998, p.335-358. PERRY, B. The ancient romances: a literary-historical account of their origins. Berkeley: Los Angeles: University of California Press, 1967. POWNALL, F. Lessons from the past. The moral use of history in fourth-century prose. Ann Arbor: The University of Michigan Press, 2004. RAAFLAUB, K. A. Homer, the Trojan War, and History. The Classical World. John Hopkins University Press, 1998, vol.91, nº5, p.386-403. ______. Herodotus and the intellectual trends of his time. In: BAKKER, R. J.; JONG, I. F. de; WESS, H. van (Ed.). Brill’s Companion Herodotus. Leiden; Boston; Köln: Brill, 2002, p.149-186. RAGUSA, G (org.). Lira Grega. Antologia de poesia arcaica. São Paulo: Hedra, 2013. RAHN, P. J. Xenophon’s developing historiography. Transactions and Proceedings of the American Philological Association, 1971. Vol. 102, p.497-508. RANK, O. El mito del nascimiento del heroe. Trad. de Eduardo A. Loedel. Buenos Aires: Editorial Paidos, 1961. REARDON, B. The form of Greek Romances. Princeton, Princeton University Press, 1991. ______. Chariton. In: In: SCHMELING, G. (Ed). The novel in the ancient world. Boston: Brill Academic Publishers, 2003. pp.309-335. REIS, C.; LOPES, A. C. M. Dicionário de narratologia. Lisboa: Almedina, 2000. RICOEUR, P. Mito. A interpretação filosófica. In: RICOEUR, P. et all. Grécia e Mito. Trad. Leonor Rocha Vieira. Lisboa: Gradiva, 1988, p.9-40. ______. Tempo e narrativa. Tomo I. Tradução de Constança Marcondes Cesar. Campinas: Papirus, 1994. ROHDE, E. Der griechische Roman und seine Vorläufer. Leipizig: Breitkop & Härtel, 1876. ROMILLY, J. História e razão em Tucídides. Trad. de Tomás Rosa Bueno. Brasília: Ed. UNB, 1998. ROSENFELD, A. O teatro épico. São Paulo: Perspectiva, 1994. 298 ROUSSEAUX, M., “Ulysse et les mangeurs de coquelicots”. Bulletin de l’Association Guillaume Budé, nº 3, 1971, p. 333-351 RUIZ-MONTEIRO, C. The Rise of the greek novel. In: SCHMELING, G. (Ed). The novel in the ancient world. Boston: Brill Academic Publishers, 2003. pp.29-88. SAID, S. Herodotus and Tragedy. In: BAKKER, R. J.; JONG, I. F. de; WESS, H. van (Ed.). Brill’s Companion Herodotus. Leiden; Boston; Köln: Brill, 2002, p.117-148. SANO, L. História e ficção no romance grego e o caso de Siracusa em Quéreas e Calírroe, de Cáriton de Afrodísias. Eutomia. Revista de Literatura e Linguística. Recife, 2015. nº15, vol.1, pp.69-91. SANSALVADOR, A. V. In: JENOFONTE. Ciropedia. Introducción, traducción y notas de Ana V. Sansalvador. Madrid: Gredos, 1987. SCALON, T. F. “The Clear of Truth” in Thucydides I.22.4. Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte. Ed.51, nº2, 2002. p.131-148. SCHMID, W. T. The Socratic conception of courage. HPHQ 2, 1985. p.113-130. SCHWARTZ, N. L. Dreaded and Dared: courage as a virtue. Polity, vol.36, nº3, 2004. p.341-365. SEGAL, C. Interpreting greek tragedy. Myth, poetry, text. Ithaca and London: Cornell University Press, 1986. SIDER, D. The new simonides and the question of historical elegy. The American Journal of Philology, 2006. Vol. 127, nº. 3, p. 327-346. SILVA, M. de F. Sousa e. In: CÁRITON. Quéreas e Calírroe. Tradução, introdução e notas de Maria de Fátima Sousa e Silva. Lisboa: Edições Cosmos, 1996. ______. In: MENANDRO. Obra completa. Introdução, tradução e notas de Maria de Fátima Sousa e Silva. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2007. SOUZA, E. In: ARISTÓTELES. Poética. Introdução, comentário e tradução de Eudoro de Souza. Porto Alegre: Globo, 1966. SOUZA, M. A. P. de. A Guerra na Grécia Antiga. São Paulo: Ática, 1988. Série Princípios. STANFORD, W.B. El tema de Ulises. Trad. de B. A. Beatie y Alfonso Silván. Madrid: Dykinson, 2013. STARZYNSKI, G. M. R. In: ARISTÓFANES. As Nuvens. Tradução, introdução e notas de Gilda Maria Reale Starzynski. São Paulo: Difel, 1967.p.9-100. 299 STRASLER, R. B. The Landmark Xenophon's Hellenika. Translated by John Marincola with an Introduction by David Thomas. New York: Pantheon Books, 2009. STRAUSS, L. De la Tyrannie. Tradução francesa de Héléne Kern. Paris: Gallimard, 1954. STURZ, F. Lexicon Xenophonteum. 4 volumes. Leipzig, 1801-1804. SWAIN, S. Thucydides 1.22.1 and 3.82.4. Mnemosyne, vol. 46, Fasc. 1. 1993, p.33-45. SWIFT, L. A. The hidden chorus. Echoes of genre in tragic lyric. Oxford: Oxford University press, 2010. TATUM, J. Xenophon’s imperial fiction: the Education of Cyrus. New Jersey: Princeton University Press, 1989. TAYLOR Jr., C. H. The obstacles to Odysseus’ Return. In: TAYLOR Jr., C. H. (Org.). Essays on the Odyssey. Bloomington: Indiana University Press, 1965, p.87-99. THOMAS, D. In: STRASLER, R. B. The Landmark Xenophon's Hellenika. Translated by John Marincola with an Introduction by David Thomas. New York: Pantheon Books, 2009. THOMAS, R. The intellectual milieu of Herodotus. DEWALD, C.; MARINCOLA, J.: The Cambridge Companion to Herodotus. New York: Cambridge University Press, 2008, p.60-75. THORNTON, A. People and themes in Homer’s Odyssey. Dunedin: University of Otago Press, 1970. TORRANO, J. In: ÉSQUILO.. Tragédias. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 2009. p.19-49. TUERO, J. L. Historiografía helenística. In: LÓPEZ FÉREZ (Ed.). Historia de la literatura griega. Madrid: Cátedra, 1988. TUNÕN, O. G. In: JENOFONTE. Hellénicas. Introducción, traducción y notas de Orlando Guntiñas Tuñon. Madrid: Gredos, 1977. TUPLIN, C. The Failings of Empire. A reading of Xenophon Hellenica 2.3.11-7.5.27. Stuttgart: Franz Steiner Verlag, 1993. USHER, S. Xenophon, Critias and Theramenes. The Journal of Hellenic Studies, vol.88, 1968. p.128-135. VASCONCELOS, H. Procedimentos estilísticos no discurso do Mensageiro na Fedra de Sêneca. Ágora. Estudos Clássicos em Debate, 2008, nº10, p.45-61. 300 VELASCO, M. J. M. La concepción aristotélica de História. La investigación historiográfica de Aristóteles y su concepción filosófica de la historia. Editorial Academica Española, 2012. VERNANT, J.-P. A bela morte e o cadáver ultrajado. Tradução, Elisa A.Kossovitch e João. A. Hansen. Discurso, São Paulo, Editora Ciências Humanas, n. 9,1978, p. 31- 62. ______. Mito e pensamento entre os Gregos. Trad. Haiganuch Sarian. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. VERNANT, J-P.; VIDAL-NAQUET, P. Mito e tragédia na Grécia Antiga. Tradução: Vários. São Paulo: Perspectiva, 2008. VEYNE, P. Como se Escreve a História. Foucault revoluciona a História. Trad. Alda Baltar e Maria A. Kneipp. Brasília: Editora UNB, 1982. ______. Os gregos acreditavam em seus mitos? Tradução de Mariana Echalar. São Paulo: Editora Unesp, 2014. VICKERS, B. Tragedy and myth. In:______. Towards greek tragedy. Drama, myth, society. London; New York: LONGMAN, 1979, p. 165-346 VIDAL-NAQUET, P. Édipo em Atenas. In: VERNANT, J-P; VIDAL-NAQUET, P. Mito e Tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 1999, p.267-286. WAIRE, G. Dionysius of Halicarnassus’ Professional situation and the “De Thucídide”. Phoenix. Vol. 59, nº3, 2005, p.246-266. WATT, I. A ascensão do romance: estudos sobre Defoe, Ricardson e Fielding. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. WEIL, H. La Ninopédie. In:______. Étude de littérature et de rhythmique grecque, Paris, 1902. p.90-106. WERNER, C. A ambiguidade do kleos na Odisséia. Letras clássicas. São Paulo, 2001, v. 5, p. 99-108. ______. O mundo dos heróis na poesia hexamétrica grega arcaica. Romanitas. Revista de Estudos Grecolatinos, 2013, nº2. pp.20-41. WERNER, E. Os Hinos de Calímaco. Poesia e Poética. São Paulo: Humanistas, 2012. WEST, M. L. Simonides redivivus. Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, 1993, nº 98, p.1-14. WESTLAKE, H.D. Individuals in Xenophon, Hellenica. In: WESTLAKE, H. D. Essays on the greek historians and greek history. Manchester: Manchester University Press, 1969. p.228-269. 301 WHITE, H. The Value of narrativity in the representation of reality. Critical Inquiry, vol. 7, nº1, 1980. p.5-27. ______. The narrativization of the real events. Critical Inquiry, vol. 7, nº4, 1981. p.793- 798. ______. Meta-história: a imaginação histórica do século XIX. Tradução de José Laurencio de Melo. São Paulo: EDUSP, 1995. ______. Reflections of “Gendre” in the Discourses of History. New Literary History, vol.40, nº4, 2009. p.867-877. WHITMAN, C. Homer and the heroic tradition. Cambridge: Harward University Press, 1967. WOODMAN, A. J. Rethoric in Classical Historiography. Four Studies. London; New York: Routledge, 2004.