UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E CIÊNCIAS EXATAS Trabalho de Graduação Curso de Graduação em Licenciatura e Bacharelado Geografia Estado da Arte : vínculos entre o Pensamento Espacial e Raciocínio Geográfico. Pedro Henrique de Camargo Casagrande Gianini. Prof.(a). Dr.(a). João Pedro Pezzato. Rio Claro (SP) 2023 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas Câmpus de Rio Claro Pedro Henrique de Camargo Casagrande Gianini Estado da Arte : vínculos entre o Pensamento Espacial e Raciocínio Geográfico Trabalho de Graduação apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel e licenciatura em Geografia. Rio Claro - SP 2023 Pedro Henrique de Camargo Casagrande Gianini Estado da Arte : vínculos entre o Pensamento Espacial e Raciocínio Geográfico Trabalho de Graduação apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel e licenciatura em Geografia. APROVADO EM: 06/01/2023 Comissão Examinadora Prof. Dr. João Pedro Pezzato (orientador) Prof.ª Dra. Andréia Osti (Examinadora interna) ___________________________________ ___________________________________ Prof. Dr. Diego Corrêa Maia (Examinador interno) ____________________________________ ____________________________________ DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à Educação Geográfica Brasileira , pois foi com a finalidade de estudar , observar e registrar resultados que foram buscados nessa área. Querendo encontrar caminhos para contribuir para as diversas áreas que permeiam os assuntos abordados nessa pesquisa. Enfatizo a grandeza do poder da educação que me fez pensar e entender que o mundo no caminho da educação significa evoluir , buscar entender e melhorar o mundo e a si mesmo. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a equipe orientadores que foi um dos principais pilares no sentido teórico e científico, me permitindo a entender e solucionar os desafios que apareceram ao longo do caminho do desenvolvimento dessa pesquisa , me dando base para materializar este trabalho de maneira coesa. Além dos orientadores , gostaria de agradecer também a participação de pessoas que me ajudaram a entender o uso e usar algumas ferramentas como o Atlas.ti , que tive o auxílio de Thaynara Cortinhas. Na confecção de mapas agradeço a um grande amigo Isaac Mello , o qual tornou muito mais eficiente o desenvolvimento e organização das representações usando o programa Qgis. Para entender a base teórica do estado da arte me recordo de ter tido uma conversa com José Vitor , a qual foi muito benéfica para essa compressão. Aproveito humildemente para enfatizar a gratidão que sinto pela família que tenho, pois sem eles eu não teria chegado até aqui. Agradecer a primeira Professora que conheci na minha vida, minha Mãe Lígia, que lutou contra o mundo para eu estar aqui e tenho o privilégio de ser seu filho e divido esse presente com a minha irmã Diana. Aos meus avós que sempre cuidaram de mim e me encorajaram a ir buscar meus objetivos. Aos meus tios, tias , primos e primas que me influenciaram a ser quem eu sou. A meu irmão que me faz sempre querer ser alguém melhor. Também agradeço a minha companheira Larissa que mudou todos os dias da minha vida desde que eu a vi e que marcou e compartilhou tantos momentos que vivi durante a graduação nas horas boas e ruins. Evidenciou também a participação da comunidade da Unesp todos os trabalhadores presentes, professores e colegas que fizeram parte da produção deste trabalho por ter fornecido o espaço e comunidade , dos quais faço parte e tive a oportunidade de ter tido tantos ensinamentos e vivências que sem isso este trabalho não seria possível de ser realizado. Não poderia deixar de mencionar aos meus amigos que foram presentes ao longo de toda a graduação que tornaram todo esse percurso único e bom de se viver RESUMO Investigar a produção científica existente na Geografia e sua relação com os temas “Raciocínio Geográfico” e “Pensamento Espacial” é o objetivo deste trabalho. Conhecer as discussões teóricas e acadêmicas da ciência de referência com geografia escolar pode contribuir para o aperfeiçoamento da pesquisa e das metodologias de ensino na atualidade. Na perspectiva de uma pesquisa inventariante, foi realizada uma investigação de tipo estado da arte com o recorte temporal de 2011 a 2021 e com a seleção da produção no banco de dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Na área da Geografia e da Educação, com os termos “Raciocínio Geográfico” e “Pensamento Espacial”, foi identificado um total de 14 obras. Destas, 11 contaram com a palavra chave “Raciocínio Geográfico”, 6 “pensamento espacial'', sendo que em três obras os termos aparecem de forma concomitante. Para a análise qualitativa e organização dos dados foi empregado o Software Atlas.ti e para elaboração dos mapas o Software Qgis. A maior parte dos trabalhos encontrados são teses de doutorado (66,7%) e, sem seguida, as dissertações de mestrado (33,3%), em sua maioria produzidas no Estado de São Paulo, correspondendo a 85,7%, enquanto Minas Gerais possui 14,3%. Região Sudeste prevaleceu como lócus das pesquisas. Palavras Chave: “Pensamento Espacial”; “Raciocínio Geográfico”; “Educação Geográfica” . ABSTRACT This work aims to investigate the existing scientific production in Geography and its association with the themes "Geographical Reasoning" and "Spatial Thinking", from the theoretical and academic discussions of the reference science with school geography, which aim to contribute to the improvement of research and current teaching methodologies. In the perspective of an inventory research, a state-of-the-art investigation was carried out with the time frame of 2011 to 2021 and with the selection of the production in the database of the Catalogue of Theses and Dissertations of CAPES (Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel). It has been identified a total number of 14 works related to Geography and Education, with the terms "Geographical Reasoning" and "Spatial Thinking", among these 11 were related to the keyword "Geographical Reasoning", and 6 with the keyword "spatial thinking", and in three works the terms have concomitantly appeared. The Atlas.ti software was used for the qualitative analysis and data organization, as well as the Qgis software for the elaboration of the maps. Most of the works surveyed were doctoral theses (66.7%), followed by master's dissertations (33.3%), most of them produced in the State of São Paulo, corresponding to 85.7%, while Minas Gerais contains 14.3%. The Southeast Region has prevailed as the locus of the surveys. Word Keys : spatial thinking ; Geographical Reasoning ; Geographic Education LISTA DE ILUSTRAÇÕES E MAPAS 1. Linha do Tempo - Importância do Raciocínio Geográfico ……………………...……….P.03 2. Mapa Conceitual - O Pensamento, O Pensamento Espacial e a Linguagem Cartográfica para a Geografia escolar nos anos iniciais do ensino fundamental - Denis Richter ………. P.11 3. Mapa da espacialização das obras - Raciocínio Geográfico ……………………..……...P.20 4. Mapa da espacialização das Obras - Pensamento Espacial ……………………………...P.24 5. Mapa da espacialização das obras - Pensamento Espacial + Raciocínio Geográfico …...P.34 LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS 1. Nº de Obras / Ano ……………………………………………………………. ………...P.17 2. Obras por Titulação ……………………………………………………………………...P.18 3. Área das Obras …………………………………………………………………………..P.18 4. Grau de Ensino …………………………………………………………………………..P.19 5. Nº de Obras / Ano …………………………………………………………………..…...P.21 6. Obras por Titulação …………………………………………………………..………….P.22 7. Área das Obras ……………………………………………………………….…….……P.22 8. Grau de ensino …………………………………………………………………………...P.23 9. Conteúdos e Metodologias de Ciência Geográfica ……………………………………...P.26 10. Formação Básica ……………………………………………………………………….P.28 11.Políticas Educacionais ……………………………………………………..……………P.30 12. Ensino de Geografia ……………………………………………………………..……..P.32 SUMÁRIO: ABSTRACT 5 1.INTRODUÇÃO 1 1.1 RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO. 2 a) Definição do Termo - Passado histórico de formação do termo. 2 b) Linha temporal da ciência geográfica. 3 c) Raciocínio Geográfico 5 1.2 O PENSAMENTO ESPACIAL 8 a) Definição do termo 8 b) O pensamento espacial na educação 10 c) Tecnologias e usos atuais do pensamento espacial. 12 2.1 METODOLOGIA - Estado da arte, revisão bibliográfica e análise de conteúdo. 13 2.a) Procedimentos (método; levantamento de dados ;sistematização e planificação; investigação do material) 13 2.b) Método 14 2.c) Levantamento dos dados. 14 2.d) Sistematização e planificação. 15 2.e) Investigação do material 15 2.2 OBJETIVO 15 3.RESULTADOS 16 3.1 Raciocínio Geográfico. 16 3.2 Pensamento Espacial. 21 3.3 Contextualização contextualizando os termos. 25 4. CONCLUSÃO 34 5. REFERÊNCIAS : 36 6.APÊNDICE : 37 1 1.INTRODUÇÃO Atualmente há um aumento na produção dos números de pesquisas decorrentes de diversas áreas. Portanto, pesquisas que visam organizar, categorizar, evidenciar as contribuições e possíveis lacunas do conhecimento e estabelecer relações entre diversos trabalhos, permitem assim tornar mais eficaz e estruturada a busca das informações elementares do saber. Partindo do pressuposto anteriormente abordado , o qual teve o propósito de compreender como trabalhos sobre “Raciocínio Geográfico” e “Pensamento Espacial” encontram - se publicados , por meio da metodologia proporcionada pelo estado da arte. Para este estudo , recorremos ao banco de dados da Capes ,com recorte temporal de 2011 a 2021. A partir da análise de dados fornecida pelo resumo das obras, foram empregados alguns parâmetros como: Quais eram os objetivos dos trabalhos? As metodologias que foram mais recorrentes nas pesquisas estudadas e explicitadas nos resumos,? Havia a participação de sujeitos? Quais eram os processos de coleta e análise de dados e se apresentavam resultados e conclusões? Sendo assim buscou - se classificá - las e constituir relações entre os presentes trabalhos e sua distribuição espacial, desenvolvendo uma análise qualitativa e geográfica. O primeiro contato com pesquisa do tipo estado da arte foi feito a partir do convite para a participação do projeto de extensão : “Atlas Municipal de la Serena, Região de Coquimbo, Chile : o município pelo olhar escolares”. A pesquisa tinha a finalidade de construir o atlas Histórico e Geográfico do município, onde comecei a fazer o estado da arte sobre mapas narrativos, mapas vivenciais e mapas mentais. Por meio dessa participação inaugurou - se a base que originou o presente trabalho. É assim que Soares, em Alfabetização no Brasil – O estado do conhecimento, ao buscar organizar pesquisas produzidas na área de Alfabetização, período de 1954 a 1986, justifica a relevância de trabalhos nessa natureza: Essa compreensão do estado de conhecimento sobre um tema, em determinado momento, é necessária no processo de evolução da ciência, afim de que se ordene periodicamente o conjunto de informações e resultados já obtidos, ordenação que permita indicação das possibilidades de integração de diferentes perspectivas, aparentemente autônomas, a identificação de duplicações ou contradições, e a determinação de lacunas e vieses. (FERREIRA, 1987, p.3) 2 O trabalho possui três divisões , visando a apresentação da estrutura e organização das ideias do projeto. Inicialmente a primeira teve o intuito de contextualizar, discutir e fundamentar teoricamente as definições, usos e relações de raciocínio geográfico e Pensamento Espacial na Educação da Geografia, dividido em subcapítulos focados em cada um dos termos separadamente . A seguir na segunda divisão parte foi evidenciado o objetivo e a metodologia usada, buscando construir também uma base teórica explicando os interesses e motivos de seu uso, a partir da contextualização dos potenciais desse tipo de pesquisa. Por fim, na terceira parte são apresentados os resultados e conclusão, buscando relacionar a pesquisa e seus dados com a realidade escolar e social Brasileira. 1.1 RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO. a) Definição do Termo - Passado histórico de formação do termo. Raciocínio geográfico ou saber geográfico, pode ser entendido como o atributo de combinar relações espaço-temporais entre fenômenos e processos , em variados níveis de escalas geográficas. Sua origem antecede a metodologia da área de disciplina da ciência geográfica, que ocorreu no fim do século XIX, por meio das obras de Kant,La Blache ,Ritter, Humboldt e Ratzel. A demanda de se organizar e projetar espacialmente o território ou o espaço de vivência configura - se como uma das primeiras necessidades da humanidade , na era nômade e até mesmo anteriormente, que precisavam estabelecer estratégias para sua sobrevivência visando obtenção de proteção e alimentos que eram poucos. A partir dessas urgências criavam - se vontades e estratégias fazendo - se fundamental decifrar e construir o espaço objetivando a sobrevivência das tribos e sociedades. Para Claval (2010, p.11) a geografia e o raciocínio geográfico que é sua base, condiz como um saber íntimo a vida dos homens nas suas relações nos diferentes espaços-tempos em que vivem e contemplam, muito antes desses conhecimentos se sistematizam na leis aceitas pela ciência moderna. Essa concepção da geografia da vida baseada no eixo do raciocínio geográfico é construída a partir do pensamento que diz: " todo homem é geógrafo”. Após essa breve contextualização, apresentaremos uma linha temporal relacionada à ideia e conceitos vinculados ao raciocínio geográfico, deixando claro como a posse desse 3 saber foi usada e ainda é como uma estratégia para determinados grupos se disputarem e/ou se manterem no poder. b) Linha temporal da ciência geográfica. Ela é resultante das experiências renovadas e de procedimentos imaginados há muito pelos homens para responder aos imperativos de sua vida cotidiana, dar um sentido às suas existências e compreender o que acontece para além dos horizontes que eles frequentam costumeiramente. As ciências sociais criticam os saberes empíricos, os sistematizam, ampliando-os ou revolucionando-os, mas estão enraizados no mesmo fundo de necessidades e curiosidades (CLAVAL, 2010, p.11) O conhecimento vulgar da geografia da vida ou o conhecimento científico da geografia sistematizada , caçam respostas para assuntos que permeiam a relação do homem com o espaço-tempo em que vivem. Segundo Lacoste (1993), o saber geográfico vai ganhando outras funções a partir do momento em que as sociedades humanas vão se tornando organizações cada vez mais complexas, estruturadas a partir de certa hierarquia de poder. Esse desempenho é apropriado e usado pelos grupos dominantes para reproduzir e fundamentar seu poder, gerando assim a “Geografia dos estados Maiores” , como é chamado pelo autor. Revelando os interesses nessa área voltados para representar e interpretar o espaço, com o objetivo de dominar e conquistar territórios. Vale ressaltar aqui o conceito do termo estratégia, que deriva do grego e latim e simboliza a importância que o raciocínio geográfico obteve com a expansão dos impérios desde a idade clássica até os dias atuais. Ilustração 1 : Linha do tempo representando ideias e conceitos vinculados ao raciocínio geográfico 4 Fonte : Elaborado pelo autor, 2022, baseado em ideias discutidos na : Revista Brasileira de educação em Geografia - ENSINO DE GEOGRAFIA E RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO: as contribuições de Pistrak para a superação da dicotomia curricular. As explicações apresentadas no quadro acima abarcam apenas o uso e a importância do raciocínio geográfico em grandes eventos , todavia ela também está presente em escalas menores. De acordo com a obra Raffestin (1993) e idéias da microfísica do poder de Foucault, é perceptível nas práticas dos indivíduos a dimensão espacial do poder. Isto é, incluindo professores e alunos, como criadores de raciocínio geográfico, por meio das estratégias que são usadas desde as brincadeiras mais simples como pega-pega , esconde-esconde com a ocupação dos lugares , configurando o raciocínio geográfico mais como prática e habilidade , do que conhecimento sistematizado. 5 Logo pela linhagem histórica do seu uso , é perceptível a relação entre raciocínio geográfico na configuração da geopolítica mundial , estando portanto preso às circunstâncias do sistema capitalista. No cotidiano essa ligação também presente entre alunos e professores, se aflora nas aulas de geografia , dado a apresentação do conteúdo de separada, pautada numa geografia de nomes e repetição , tema mais aprofundado no próximo tópico. c) Raciocínio Geográfico Atualmente a grande maioria das escolas utilizam estratégias pedagógicas tradicionais liberais , oque não favorece a construção do raciocínio geográfico pelos alunos da educação Básica. Segundo Libâneo (1994) esses métodos visam à memorização , fragmentação e disciplinamento dos alunos voltado para a conservação da sociedade de classe , sendo assim do “status quo”. Portanto existe uma força de repulsão entre os conteúdos geográficos sistematizados ensinados nas escolas e as experiências oriundas da realidade dos indivíduos. Prova disso é que a geografia nas salas de aula é apresentada de forma simplista por lista de nomes, lugares e formas que são avaliados nas provas que avaliam a capacidade de memória, desvinculando o conhecimento da vida das pessoas. Porém esses procedimentos sistematizados não acontecem por serem falhos, mas sim por estarem sendo planejados e executados com a real intenção de camuflar o poder do saber geográfico como saber estratégico, revelando assim o interesse das estruturas de poder nesse saber. Lacoste exemplifica que essa ânsia pelo controle social pelas classes dominantes é algo que precede a institucionalização da geografia nos parâmetros da ciência moderna , sendo identificados nas estruturas de poder de impérios e estados, como foi explanado e desenvolvido no subcapítulo anterior. Sendo assim entendemos que esse distanciamento do raciocínio geográfico e da vida dos sujeitos é algo historicamente construído , exatamente para afastar os estudantes do saber que é fundamental para a reprodução das estruturas de poder presente em várias sociedades , em diferentes tempos , incluindo o mundo atual. A atualidade é feita de uma sucessão de acontecimentos ocorridos nos quatro cantos do mundo e sua evocação obriga a recolocá-los nos países onde acabam de se produzir, mas também numa cadeia mais menos complexa de causalidades que é, de fato, um raciocínio geopolítico (LACOSTE, 1993, p. 182) Desta forma, o trabalho atual do professor de geografia tem o desafio de construir nos alunos uma interpretação crítica da sociedade, rompendo com a linearidade da repetição dos 6 discursos propagados pela mídia pelos diversos meios de comunicação. Essa disputa discrepante entre as aulas de geografia e a mídia se traduz como um importante elemento para a compreensão da perda do monopólio informativo,como é chamado por Lacoste. Este monopólio fundamentou durante muito tempo a autoridade do professor de geografia. Atualmente os professores coexistem numa sociedade que tem acesso a um infindável número de informações, incluindo no campo geográfico, possibilitado pelas tecnologias difundidas no mundo atual , todavia nem sempre os indivíduos interpretam essas informações de forma correta. Ideia explanada pela citação : É justamente o interesse crescente – e não o desinteresse para o que se passa no conjunto do mundo que determina – em grande parte, as dificuldades dos professores de geografia Sem dúvida, no caso da geografia, a relação pedagógica veio a ser transtornada pois o mestre não tem mais, como outrora e como ainda acontece com outras disciplinas, o monopólio da informação (LACOSTE ,1993, p. 182) Embora as teorias de Lacoste tenham partido da década de 1970, são muito atuais e remetem a necessidade de haver o diálogo para entender como aprendemos e praticamos a geografia escolar e, como está presente nos currículos das escolas. Derivando as idéias a partir dos conceitos de : Currículo, território em disputa. Entendemos o currículo formado por meio de conflitos mediado por diversos sujeitos , com diferentes ideologias, educação,sociedade e concepção de mundo , conduzindo o currículo com características mescladas originadas de acordo com a sociedade atual que reflete suas práticas nessa formação. Segundo Arroyo(2011): “é preciso compreender o currículo como um território em disputa, campo de forças onde se defrontam múltiplas sujeitos e seus respectivos interesses, sendo que alguns deles tentam, ao hegemonizar as práticas educativas, manter a hegemonia sobre toda a sociedade.” Em vista disso, a lógica curricular tradicional conteudista visa formar indivíduos que , explicados por Morin(2012) “tenham a cabeça bem-cheia e não bem-feita”. Portanto a organização das práticas pedagógicas, educacionais e os conteúdos são fundamentais para a formação e construção de propostas de ensino-aprendizagem, quebrando assim com a execução da mera escolha da apresentação dos conteúdos ou pela exaustiva gravação da cópia do índice de conteúdos dos livros voltados para determinada classe , usados fixamente na escola. Como aponta a pesquisadora da geografia escolar : “para cumprir os objetivos de ensino de Geografia, sintetizados na ideia de desenvolvimento de raciocínio geográfico é preciso que se organizem os conteúdos que sejam significativos e relevantes”. (Cavalcanti, 2013, p. 25) 7 Para Vasconcelos (2007) a dialética mostra - se como a principal orientação para a formação do currículo, para isso considera os princípios de academicismo e o basismo. Em ambos é proposto uma fissura entre a relação da discussão entre realidade e conhecimento, que deveria encaminhar o desenvolvimento dos planos de ensino-aprendizagem , pela formação crítica. Revelando portanto que os conteúdos apresentados mostram - se desconectados entre a realidade, que só fazem sentido quando analisados numa perspectiva de totalidade. Por conseguinte essa sistematização dos conhecimentos geográficos e esse afastamento da realidade , colaboram para a convicção da geografia , apresentada por Lacoste na passagem : […] uma disciplina maçante, mas antes de tudo simplória, pois, como qualquer um sabe, em geografia nada há para entender, mas é preciso ter memória. De qualquer forma, após alguns anos, os alunos não querem ouvir falar dessas aulas que enumeram, para cada país, o relevo – clima – vegetação – população – agricultura – cidades – indústria (LACOSTE, 1993, p. 21) A Partir das explicações acima , podemos compreender que atualmente a educação está diante de novos desafios oriundo de seu contexto histórico e da realidade Brasileira , como condições estruturais terríveis , falta de material pedagógico , vácuos na formação , inércia no plano de carreira, dentre tantos outros o desafio central tendendo a solução é, arquitetar possibilidades para a formação dos indivíduos seja nas Universidades ou Educação Básica , aspirando a interpretação crítica do mundo, por meio do uso de pedagogias de projeto, problematização dos problemas locais , uso da cartografia e suas produções , imagens , croquis , entre outros. Ao considerar o espaço em que a educação Básica atua, isto é, nas escolas , pode - se compreender sua relação como multiescalar estando conectado a nível local e global. Logo os ensinamentos geográficos tem sua função fundamentada na construção do aluno por meio do raciocínio geográfico. Isso por causa de que a expressão raciocínio geográfico tem mostrado - se nas pesquisas das últimas décadas ,como significativo processo cognitivo , que quando desenvolvido nos alunos possibilita instruí - lo a compreender e agir nas práticas espaciais. A partir das rápidas mudanças que vêm acontecendo no mundo , o raciocínio geográfico mostra - se importante para possibilitar aos alunos a fazerem ações, buscando sua independência cognitiva. Todavia vale ressaltar a diferença entre Geografia Escolar e a Geografia Acadêmica. Segundo Cavalcanti (2013), a primeira diz respeito a que é realizada pelo professor de Geografia na escola responsável pelo desenvolvimento do raciocínio 8 geográfico do aluno. A segunda, a Geografia acadêmica é a própria produção do conhecimento geográfico nas universidades pelos pesquisadores. Pela perspectiva de Pontuschka, Paganelli e Cacete (2009) o conhecimento produzido na comunidade científica deve ser recriado quando chega à escola , adaptando - se às práticas escolares. Isso pelo motivo que o espaço escolar está inserido no espaço conectado a relações socioespaciais , estas que produzem , reproduzem e ressignificam os fatores históricos e geográficos. De acordo com Cavalcanti (2013), o desenvolvimento do raciocínio geográfico junto aos alunos os permite uma maior autonomia na tomada de decisões. Logo quando o aluno tem acesso a esses saberes e se apropria desta relação estrutural , ele tem o poder de atuar de maneira ativa e independente nas práticas sociais. 1.2 O PENSAMENTO ESPACIAL a) Definição do termo Primeiramente devemos considerar que os estudos feitos acerca do pensamento espacial são recentes, embora o seu uso não seja. Para compreender o pensamento espacial, o seu desenvolvimento e suas relações utilizaremos como referência Goulart(2016) e Juliasz(2017). Por ser um tema recente, concebido a princípio pela Psicologia em 1990, e só após uma década pela Geografia, - complexo e de contexto interdisciplinar - há poucos estudos sobre o pensamento espacial no Brasil. Esse tipo de pensamento traz como base o processo da cognição humana, que é a obtenção do conhecimento que ocorre por meio do raciocínio, da percepção, da memória, entre outros. São processos utilizados no nosso cotidiano, como calcular uma rota mais curta, pensar em qual direção andar, que acontecem sem ao menos notarmos. Assim, o desenvolvimento cognitivo se processa por meio da relação do sujeito com o meio físico e social, mediado pelos instrumentos e signos e, principalmente, pela fala (JULIASZ, 2017, p. 89). Apesar de os autores pronunciarem que ainda não existe um conceito definitivo sobre pensamento espacial, usaremos a definição de National Research Council (2006) em que diz: “Pensamento espacial - um tipo de pensamento - é baseado na amálgama de três elementos: conceitos espaciais, formas de representação e processos de raciocínio. É o conceito de espaço que faz do pensamento espacial uma forma particular de pensamento. Entendo o significado do espaço, nós podemos usar as propriedades (ex: dimensionalidade, continuidade, proximidade e separação) como um veículo para estruturar problemas, para encontrar respostas e para expressar soluções. Expressando relações dentro de estruturas espaciais (ex: mapas, maquetes, representação em CAD), nós podemos perceber, lembrar e estáticas e, pelas transformações, as propriedades dinâmicas de objetos e os relacionamentos entre objetos. Nós podemos usar as representações em 9 uma variedade de modos e mídias (gráficas [texto, imagem e vídeo], táteis, auditivas, cinestésica e olfativas) para descrever, explicar e comunicar a respeito da estrutura, operação e função de objetos e seus relacionamentos (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2006, ix, tradução nossa).” Para ajudar na construção da concepção dessa definição, a National Research Council (2006), aborda o pensamento espacial em três contextos presentes na geografia : as geografias dos nossos espaços cotidianos; as geografias dos nossos espaços físicos; as geografias dos nossos espaços intelectuais. A primeira considera o cotidiano como seu objeto de espaço; a segunda relaciona o espaço físico e social, voltando - se para o espaço como um objeto de reflexão; a terceira ajuda a entender as informações abstratas e na organização, pois considera o espaço como meio de aprendizado e transmissão de significados para nós e para os outros. Segundo Goulart(2016) além destes contextos, existem mais três elementos importantes para a compreensão do pensamento espacial , são eles: Os conceitos espaciais, as formas de representação e os processos do raciocínio. Os conceitos espaciais estão relacionados à forma como se caracterizam as coisas no mundo, permitindo assim a discussão geográfica sobre percepção, a organização e o funcionamento do mundo , são exemplos : “localização, direção, distância, orientação e movimento.” (Jô e Bednarz (2009 apud Duarte, 2016)). Com isso é possível montar uma hierarquia dos conceitos , categorizados em : primitivos, simples e complexos, conforme será explorado posteriormente. As formas de representação correspondem às formas que ocorrem as codificações das informações do espaço, podendo ser externas ou internas. As internas correspondem a formas do pensamento mental , relacionadas a visualização e orientação espacial. As externas correspondem aos elementos visíveis como imagens e mapas , correspondentes na realidade , permitindo produzir tudo oque está em nosso pensamento em forma de representação . Portanto é por meio dessas representações que a Cartografia se relaciona com o tema. O processo do raciocínio é vinculado à solução de problemas e desafios. Logo pode - se entender que a organização do espaço e as ações e interações que acontecem neste espaço, são a base para o pensamento espacial. Considerando o espaço geográfico o palco das interações resultantes das relações socioespaciais e as ações humanos como fator importante das relações. Para compreender isso leva tempo,aprendizagem e percepção. Essas atividades são desenvolvidas pelo professor que organiza a construção do conhecimento do espaço, pela apresentação dos diversos e distintos elementos que o compõem, revelando a complexidade 10 que estrutura o espaço pela sua representação. Desenvolvendo assim a organização espacial da criança e com isso a construção do pensamento espacial. b) O pensamento espacial na educação Após essas explicações é evidenciado a relação da educação escolar com a construção do pensamento espacial . A National Research Council (2006) apresenta que: Aprendendo a pensar espacialmente representa a crença coletiva de um grupo de acadêmicos de que o pensamento espacial merece - se não exige - a atenção focada e sistemática de cientistas e, de igual modo, de educadores. Nós temos que entender o processo de pensamento espacial, nós temos que desenvolver sistemas que apoiam esse processo e nós temos que garantir que todos os estudantes tenham a oportunidade de aprender sobre o pensamento espacial. Nós temos que investir em um programa educacional sistemático para ampliar os níveis de pensamento espacial dos estudantes da escola básica (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2006). Segundo Almeida e Passini(2011), a escola tem o objetivo de estruturar os conceitos e conteúdos fundamentais para a construção do conhecimento científico dos alunos. Considerando que as crianças já formam habilidades do raciocínio espacial desde os primeiros contatos com pessoas, lugares e objetos que colaboram para se organizarem no espaço, antes mesmo de entrarem na escola, estabelecemos a relação que o pensamento espacial intensifica a construção do pensamento cognitivo. Prova disso é que quando as crianças entram em contato com conhecimentos específicos da Geografia e Cartografia , ajudam a construir a cognição dos estudantes, evoluindo suas habilidades do pensamento espacial. Então fica notório o elo entre a Cartografia e o desenvolvimento espacial, associado ao pensamento espacial e as discussões cartográficas, esta conexão é feita por meio da Educação Geográfica. Logo, a educação geográfica promove ao estudante a compreensão do espaço geográfico e do meio e as interações presentes neste, auxiliando portanto no desenvolvimento do pensamento espacial, trabalhando conceitos relacionados ao espaço . “Educação geográfica caracteriza-se, então, pela intenção de tornar significativos os conteúdos para compreensão da espacialidade, e isso pode acontecer por meio da análise geográfica, que exige o desenvolvimento de raciocínios espaciais” (CALLAI, 2013, p. 44). A fim de demonstrar melhor a relação entre educação geográfica e a construção do pensamento espacial , usaremos um mapa conceitual , presente no artigo : O pensamento, o pensamento espacial e a linguagem cartográfica para a geografia escolar nos anos iniciais do ensino fundamental - Denis Richter. 11 Ilustração 2 : Mapa Conceitual - O Pensamento, O Pensamento Espacial e a Linguagem Cartográfica para a Geografia escolar nos anos iniciais do ensino fundamental - Denis Richter Fonte : Mapa conceitual da articulação entre pensamento, pensamento espacial e linguagem cartográfica para o ensino de Geografia. Denis Richter. De acordo com o'que é exposto e dialogando com o artigo, podemos entender a relação que existe entre a formação do pensamento, instigando suas características e particularidades, indicando o pensamento espacial e a linguagem que mais colabora para a construção desse tipo de pensamento , que se trata da Cartografia. Configurando assim os três eixos pensamento, pensamento espacial e linguagem cartográfica, que melhora a construção de práticas escolares de Geografia, voltada para os anos iniciais do Ensino Fundamental, juntamente com isso são ressaltados elementos articulados que fortalecem esse ciclo, são eles a lógica espacial que é composto por perspectivas teóricas e estímulos metodológicos , englobados no artigo como o “pensamento multidimensional (Lipman, 2016)”; Assim como a 12 relação entre a lógica espacial e a prática da Geografia escolar e as atividades que envolvem elementos didáticos-pedagógicos com o uso de mapas. c) Tecnologias e usos atuais do pensamento espacial. Atualmente as ferramentas tecnológicas proporcionam um maior acesso a imagens e conteúdos relacionados a leituras do espaço, como o Google Earth, Google Maps , Waze, Here WeGo, entre outros. Por meio destas Geotecnologias , se trabalhadas na Educação Geográfica, viabiliza um desenvolvimento do pensamento espacial trabalhando elementos como a localização, ponto de referência, lateralidade, distância, entre outros, favorecendo leituras espaciais através desses elementos digitais. Todavia é importante ressaltar que existem diferenças entre o pensamento espacial e pensamento geoespacial, destacado pela citação de Huynh e Sharp (2013) : Primeiro, problemas geoespaciais são enquadrados em um contexto geográfico. Isso significa que os problemas abordados são ligados à superfície da Terra ou a representações da Terra através de mapas e telas de computador. Assim, problemas geoespaciais requerem informação geográfica acerca do contexto, ao invés de um espaço imaginário. Segundo, problemas geográficos são tipicamente resolvidos através do foco nas relações espaciais com relevância única para a Geografia (...). Terceiro, é esse aspecto do pensamento espacial, o foco nas relações espaciais em contextos geográficos, o mais desenvolvido nos cursos de Geografia (HUYNH; SHARP, 2013, p. 4). Podemos concluir pelo pensamento que o pensamento geoespacial está intrinsecamente interligado com contextos e informações da realidade geográfica, porém não são todos os autores que compartilham desta visão , alguns consideram que o pensamento espacial como geoespacial, como é o caso de Bednarz ( 2006, p. 01) explica que “ aprender a pensar geograficamente é aprender a pensar espacialmente”. Por esta última consideração, é possível associar ambos os termos. Sobretudo a questão principal é direcionada a Educação Geográfica é : Como o pensamento espacial dispõe as habilidade de análise da espacialidade dos fenômenos e processos sociais. Levando em consideração o pensamento segundo Goulart (2016, p. 144) Para o cidadão espacial e geograficamente alfabetizado interessam modalidades do pensamento espacial que vão desde aspectos muito básicos desse tipo de inteligência, tais como a localização, a extensão de um fenômeno, a direção/orientação, a forma de um fixo espacial, entre outros, até facetas mais sofisticadas, como a capacidade de superpor e relacionar diferentes representações cartográficas, o reconhecimento de padrões espaciais de processos e fenômenos sociais, a identificação de gradientes de transição entre paisagens, dentre muitos outros. É esse tipo de aplicação do pensamento espacial que os autores [....] denominam como geoespacial. 13 Portanto o trabalho das teorias e conteúdos do pensamento espacial, assim como as representações espaciais e os raciocínios envolvidos , fundamentam a compreensão da espacialidade da sociedade . Também é importantíssimo narrar o vínculo entre a construção do pensamento espacial e a alfabetização cartográfica , esta que está ligada à cartografia escolar. Diante disso, o pensamento espacial é um mecanismo essencial para a alfabetização geográfica em seus diferentes processos e níveis de aprendizagem, para assim pensar as contínuas noções espaciais. 2.1 METODOLOGIA - Estado da arte, revisão bibliográfica e análise de conteúdo. O percurso metodológico usado no trabalho foi o “estado da arte” , conjuntamente com uma busca bibliográfica a fim de consolidar uma fundamentação teórica acerca dos termos pesquisados. Além disso, também foi usado como referência , nos procedimentos de coleta, seleção, investigação , resultados e conclusão às teorias de “análise de conteúdo” (Bardin, 1970). Trata-se, sem dúvida, de uma sistematização de informações, mas, sobretudo, de uma busca pela compreensão do conjunto das informações, e muitas vezes tendo por intenção realizar uma avaliação crítica do desenvolvimento de determinado campo de conhecimento (Rink; Megid Neto, 2009). Segundo Megid Neto (2011, p.131), tais pesquisas: [...] buscam, inventariar, sistematizar e avaliar a produção em determinada área do conhecimento, o que implica na identificação de trabalhos produzidos na área; na seleção e classificação dos documentos segundo critérios e categorias estabelecidos em conformidade com os interesses e objetivos do pesquisador; na descrição e análise das características e tendências do material; e na avaliação dos seus principais resultados, contribuições e lacunas. Logo, as pesquisas de estado da arte são capazes de apresentar a característica descritiva, compreensiva (ou interpretativa) e também avaliativa. 2.a) Procedimentos (método; levantamento de dados ;sistematização e planificação; investigação do material) A pesquisa conta com um foco bifurcado, isto é, considerando os dados levantado tiveram o caráter duplo, originando o Estado da Arte referindo - se ao termos : “Pensamento Espacial” apresentando um tipo de resultado e “Raciocínio Geográfico” que apresenta outros resultados, mas que foram analisados sob o mesmo recorte temático consistido em “Educação” e “Geografia” .Com o intuito de sistematizar o trabalho ,foi seguido um plano com etapas para sua conclusão , listados a seguir : 14 2.b) Método Baseando - se nos procedimentos metodológicos provenientes da “Análise de conteúdo” de Bardin (1977), conjuntamente com suporte da ferramenta digital “ATLAS.ti” para análise qualitativa dos resumos das obras, ajudando portanto na organização dos dados , sua categorização por meio dos descritores ou Unidades de Registro (UR). Dando continuidade para começar o estado da arte , foi utilizado Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) como banco de dados, apesar de ter sido feito o recorte de pesquisas do ano de 2011 a 2021,entretanto por serem temas muito recentes não aparecem obras em todos os anos. Após ter sido encontrado as obras, foi esboçado uma tabela pelo google docs para concentrar as informações , sendo possível convertê - la em PDF, após esse procedimento foi possível abrir o arquivo no ATLAS.ti e analisar o material de forma mais estruturada. 2.c) Levantamento dos dados. Como já citado anteriormente foi usado o banco de dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) como fonte de dados , pois primeiramente é uma plataforma de acesso livre e gratuito , além de ser um dos principais e mais confiáveis no ramo em escala Nacional, encontrado no link: https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/ ou Banco de Teses CAPES . Para buscar os dados foram usadas as palavras chaves : Pensamento AND Espacial; Raciocínio AND Geográfico. Vale ressaltar que os resultados foram obtidos por usar o operador booleano AND, sempre em letras maiúsculas, alimentando assim o sistema de busca que irá combinar os termos e encontrar as obras pertencentes a esta combinação. Fazendo a busca separada entre os termos , também foram usados os filtros temporais , considerando para o uso da pesquisa obras publicadas entre 2011 e 2021; também utilizou - se o filtro “Geografia”, “Educação” e “Organização do espaço” na área de concentração. Inicialmente antes do uso dos filtros, o banco de dados da Capes forneceu 54 obras quando usado as palavras chave : Raciocínio AND Geográfico; e 255 obras na busca por Pensamento AND Espacial. Após o uso dos filtros, os resultados foram de 11 obras referentes ao Raciocínio AND Geográfico e 6 obras referentes a Pensamento AND espacial. De todas as obras apenas uma não apresentou o resumo na plataforma Sucupira, embora seja do ano de 2017 , isto é, sua publicação já é posterior a criação da plataforma Sucupira que foi ao ar em 2014, porém ainda apresenta alguns problemas, muitas vezes relacionados aos direitos https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/ https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/ 15 autorais da obra. Todavia foi possível encontrar a obra no site de teses da instituição de origem. Dentre as obras pesquisadas 3 delas foram simultaneamente encontradas na pesquisa de ambos os termos, em outras palavras, foram repetidas entre as buscas. Portanto tivemos 8 obras relacionadas apenas na busca de Raciocínio AND Geográfico; 3 Obras apenas na busca de Pensamento AND Espacial; e 3 obras que se repetiram , totalizando 17 e 14 obras que foram integradas como base de dados do trabalho ,sendo respectivamente analisada separadamente em “Resultado Gerais”(17 obras - demonstradas no Apêndice A - Obras usadas na pesquisa) e em conjunto em “Análise qualitativa dos dados” (14 obras - Demonstradas no Apêndice B) . 2.d) Sistematização e planificação. Com as obras que seriam utilizadas como banco de dados consolidado, por meio do acesso a plataforma Sucupira foi possível obter informações das quais foram sistematizadas em 2 planilhas , cada uma referente ao conjunto de palavras chaves que originou a busca. Dentre as categorias de informações para a construção da planilha temos : Título, Autoria, Instituição, Área, Titulação, Ano de Publicação , Palavras-Chave e Resumo. Após a leitura dos resumos e também da procura complementar de informações implícitas fornecidas, foi possível mapear as produções, relativizando - as com suas determinadas regiões, unidades federativas e também o grau de ensino que apresentaram. 2.e) Investigação do material Após ter construído as planilhas pelo google docs, o material foi baixado em PDF, possibilitando ser acessada pelo programa ATLAS.ti, com intenção de contribuir para o processamento da análise qualitativa dos dados , pois esta ferramenta se configura como SADQ (Software de análise de dados qualitativos), assim como o NVivo, MaxQDA que também são programas que ajudam na organização de dados, embora estes último são mais bem aplicados em pesquisas do tipo quantitativo. Por meio do uso do software e da ferramenta que fornece a opção de criar códigos e assim agrupá - los , foi criado os descritores ou Unidades de Registro (UR) , de acordo com o tema. 16 2.2 OBJETIVO Objetivo Geral: O objetivo principal da presente pesquisa consiste em investigar a produção científica existente na Geografia relacionada aos temas “Raciocínio Geográfico” e “Pensamento Espacial”, dentro do recorte temporal de 2011 a 2021 e do banco de dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Objetivos Específicos: Os objetivos específicos desta pesquisa consistem: a) analisar os diferentes enfoques que possam ser encontrados nas produções, bem como convergências ou contradições; b) categorizar as produções, organizando e definindo quais são as abordagens predominantes e as de menor ocorrência; c) discutir os distintos objetivos verificados nas produções científicas, evidenciando quais as contribuições desses estudos para a Geografia e as possíveis lacunas. 3.RESULTADOS 3.1 Raciocínio Geográfico. Dados Gerais Com a realização da busca por palavras chaves : Raciocínio Geográfico , no site de Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, utilizando os filtros citados nos procedimentos metodológicos , foram descobertos 11 trabalhos , os quais serão apresentados e relacionados ao longo do capítulo. 17 Gráfico 1: Nº de Obras / Ano Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES Para realizar a pesquisa, foi determinado o recorte temporal de 2011 a 2021, todavia a tese mais antiga foi de 2017 , demonstrando que o uso do termo em trabalhos é mais presente em obras mais atuais , embora sua construção e uso se dê desde a antiguidade. Podemos observar que nos anos de 2017 e 2018, tiveram suas produções mais estáveis com 1 publicação por ano; seguindo na linha temporal temos uma aumento das produções de 2019 até 2020 que chega ao pico de 5 produções em um único ano; Já em 2021 são apresentadas 4 obras publicadas, representando uma diminuição das publicações se comparado ao ano anterior. 18 Gráfico 2 : Obras por Titulação Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES Quando analisada a titulação das pesquisas selecionadas, contamos com 8 trabalhos de dissertação de mestrado (72,7%) e 3 trabalhos de tese de doutorado (27,3%). Gráfico 3: Área das obras Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES 19 Fazendo uma seleção das áreas das pesquisas, de acordo com os filtros utilizados em pesquisas utilizam Raciocínio Geográfico em seus títulos, foi apresentado 9 obras na área de Geografia (81,8%), demonstrando que a maioria dos trabalhos são pertencentes a Geografia; Já na área de educação obtivemos 2 obras (18,2%). Gráfico 4: Grau de Ensino Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES Quando analisado o Grau de ensino, usando apenas as informações presentes nos resumos, de maneira implícita ou explícita, percebe - se a falta desse dado no resumo em grande parte das pesquisas demonstrando 5 obras não possuem esse dado relatado(45,5%); seguindo temos 2 publicações voltados para o ensino médio (18,2%); 2 obras direcionadas para o Ensino Fundamental II (18,2%); 1 trabalho que abrange o Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio (9,1%); 1 publicação focada no estudo do Ensino Especial (9,1%); e nenhuma obra voltada apenas para Ensino Fundamental I ou EJA. 20 Ilustração 3: Mapa da espacialização das obras - Raciocínio Geográfico Fonte : Elaborado pelo autor, 2022. Para fazer a análise espacial foi criado um mapa no software QGIS, com a finalidade do mapa ter uma produção não apenas demonstrativa, mas também embasada cientificamente , seguindo os parâmetros de uma projeção cartográfica com base na realidade. Como é possível observar as obras que envolvem a seleção : “raciocínio geográfico”, tiveram 9 das 11 obras publicadas no estado de São Paulo (81,8%), enquanto tiveram 2 obras publicadas em Minas Gerais (18,2%), portanto 100% das obras foram publicadas na região sudeste. Fazendo um aprofundamento escalar a nível municipal temos 1 obra publicada em Rio Claro - SP; 1 obra publicada em Guarulhos - SP ; 7 obras publicadas em São Paulo - SP; e 2 obras publicadas em Belo Horizonte - MG. As universidades ligadas a essas produções são : Universidade de São Paulo(USP) , Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Campus de Rio claro) e Universidade Federal de Minas Gerais 21 3.2 Pensamento Espacial. Dados Gerais Com a realização da busca por palavras chaves :Pensamento Espacial , no site de Catálogo de Teses e Dissertações da Capes, utilizando os filtros citados nos procedimentos metodológicos(garantir que foi citado) , foram achados 6 trabalhos , os quais serão apresentados e relacionados ao longo do capítulo. Gráfico 5: Nº de Obras / Ano Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES Para realizar a pesquisa, foi determinado o recorte temporal de 2011 a 2021, todavia a tese mais antiga foi de 2016 , o uso do termo em trabalhos é presente em obras atuais , oque de fato condiz com a realidade visto que o termo é recente e ainda pouco difundido na academia. Podemos observar que nos anos de 2016 e 2017, demonstram os anos com mais publicações, com 2 publicações por cada ano;Nos anos de 2018 e 2019, não são encontrados trabalhos com o uso do termo; O termo irá aparecer novamente nos títulos de pesquisas no ano de 2020 e 2021 que tiveram 1 publicação em cada ano, representando uma diminuição do aparecimento do termo. 22 Gráfico 6: Obras por Titulação Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES Relacionando os dados acerca da titulação temos 4 obras de Tese de Doutorado(66,7%); Enquanto Dissertações de Mestrado Representam 3 obras (33,3%). Gráfico 7 : Área das Obras Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES 23 Fazendo uma seleção das áreas das pesquisas, de acordo com os filtros utilizados em pesquisas utilizam Pensamento Espacial em seus títulos, foi apresentado 4 obras na área de Geografia (66,7%), demonstrando que a maioria dos trabalhos também são pertencentes a Geografia; Já na área de educação obtivemos 2 obras (33,3%). Gráfico 8 : Grau de ensino Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES Quando analisado o Grau de ensino, usando apenas as informações presentes nos resumos, de maneira implícita ou explícita, percebe - se a falta desse dado no resumo em grande parte das pesquisas demonstrando 3 obras não possuem esse dado relatado(50,0%); seguindo temos 1 publicação voltados para o Ensino Fundamental I (16,7%); 1 obras direcionadas para o Ensino Fundamental II (16,7%); 1 publicação focada no estudo do Ensino Especial (16,7%); Não possuindo trabalhos direcionados para o EJA ou Ensino Médio. 24 Ilustração 4 : Espacialização das Obras - Pensamento Espacial Fonte : Elaborado pelo autor, 2022. Seguindo os mesmo critérios do mapa de”distribuição espacial” do item 3.1, aqui também foi desenvolvido um mapa pelo software QGIS, para permitir a visualização de onde essas obras foram publicadas. Analisando o mapa podemos perceber que todas as obras que envolvem a seleção : “pensamento espacial” , estão localizadas na região Sudeste , mais especificamente no estado de São Paulo (100%). A nível municipal são demonstrados a produção de 5 obras em São Paulo - SP e 1 obra publicada em Rio Claro - SP. As Universidades ligadas à produção foram : Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Campus de Rio claro). 3.3 Contextualização contextualizando os termos. Como já mencionado acima esta pesquisa se baseou nos métodos de Lawrence Bardin (1970), são métodos de análise de conteúdo. Nesta pesquisa para a análise foram usadas as Unidades de Registro(UR 's) temáticas, sendo possível desenvolver 4 categorias que agrupam 25 os códigos selecionados de acordo com as UR' s. Apesar de dissociar as palavras do texto e fazer uma tabulação da frequência do aparecimento desses termos, é importante lembrar que as palavras podem estar no mesmo texto, isto é, um resumo pode conter vários códigos, porém são agrupados de acordo com a sua temática , requerendo assim uma interpretação do autor sobre diferentes termos e seus usos num mesmo texto, relacionando o assunto da obra com determinado código, o'que permite criar várias análises diferentes sobre um mesmo texto. Portanto a fim de evitar repetições, as pesquisas foram juntadas em apenas um documento (tabela - apêndice b) , sendo assim analisadas tanto as obras de Pensamento espacial quanto às obras de Raciocínio Geográfico, num mesmo arquivo, excluindo obras repetida ,que são : “Cartografia Escolar e Pensamento Espacial na construção do Raciocínio Geográfico no ensino médio”; “O pensamento espacial e o raciocínio geográfico em alunos com deficiência visual: o papel da cartografia tátil” ; “Pensamento espacial e raciocínio geográfico: uma proposta de indicadores para a alfabetização científica na educação geográfica” . Logo como amostragem para a análise qualitativa foram relacionadas 14 obras entre si. A diante serão manifestados os resultados feitos a partir da análise de conteúdo (Bardin ,1970) usando UR’s Temáticas nas obras que apresentam “Pensamento AND Espacial” e “Raciocínio AND Geográfico” , buscadas na plataforma do Capes, entre 2021 e 2011, englobando os filtros na área de concentração “Geografia”, “Educação” e “ Organização do espaço” , inseridos na Área de conhecimento da “Educação” e “Geografia”, pertencentes às Ciências Humanas. 26 Gráfico 9 : Conteúdos e metodologias de Ciência Geográfica Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES A categoria 1 , “Conteúdos e metodologias de Ciência Geográfica” possui 5 códigos em sua formação são eles em ordem decrescente de frequência: Cartografia (42,5%), Lugar (32,5%), Mapas (17,5%), Mídias no ensino (5,0%) e Geotecnologias e TIC’s. Nos trabalhos em que “Cartografia”(42,5%) aparece , em algumas das vezes vem acompanhada dos termos: escolar , tátil , temática e no ensino brasileiro ou como linguagem cartográfica e habilidades cartográficas. As obras que tratam do assunto se relacionam estudando a articulação entre Cartografia e Pensamento espacial formadora do raciocínio geográfico; raciocínio geográfico e a cartografia escolar mantém uma relação dialética e não dual, a cartografia escolar funciona como processos de ensino aprendizagem , corrobora para construir o olhar geográfico , que veja a sociedade de maneira crítica e inclusiva; uma das obras aprofunda nos aprendizados oriundos da Cartografia Tátil , sendo importante como meio de comunicação para deficientes visuais e também devido sua elevada empregabilidade e importância na educação básica, pois está relacionada aos campos do pensamento espacial como conceitos, representações e habilidade; Nos trabalhos cartografia também é definida como linguagem que materializa, revelando a importância investigar os exercícios que envolvem diversos temas como Cartografia Temática , que integram os materiais didáticos 27 condicionado pelas determinantes da Proposta curricular do estado de São Paulo, que se mostram como desafios que estimulam o estudante exercitar e cultivar habilidades relacionadas ao Raciocínio Geográfico. Analisando o código “Lugar” (32,5%) , são dialogado com as seguintes idéias: Qual o conceito de lugar? e sua influência? Não se pode construir o conceito de lugar sem o estudo do lugar de vivência, o lugar é o elemento fundamental para a construção do conceito. Encarar o Lugar de vivência como uma abordagem conceitual e científica para a sala de aula , encoraja os alunos a desenvolverem o raciocínio proveniente de suas interpretações do Lugar onde moram como contexto onde são observado as características das moradias, as infraestruturas e os serviços urbanos que os cercam. Os autores citados foram Tuan (2012; 2013) e Santos (2006). Quando usado o código “mapas”(17,0%) , encontramos a importância de seu saber permitindo superar obstáculos e chegar a raciocínios mais elaborados. Uma das pesquisas estuda as funcionalidade das ações dos professores quando estimulam o pensamento espacial , com o uso de mapas táteis, além de exaltar sua caracterização como estruturante para a ciência geográfica e sua importância na formação dos processos que constroem o raciocínio geográfico, demonstrando a sua contribuição para a educação geográfica, pois o uso de mapas táteis possibilitam uma leitura e atuação crítica sobre a dimensão espacial da realidade; Em outra obra são avaliado situações de aprendizagem com a presença de mapas temáticos , direcionados ao ensino fundamental e médio, pela perspectiva de que os mapas temáticos desenvolvem conceitos chave e estruturantes espacial e mobilizam e ampliam o Raciocínio Geográfico dos alunos, relacionados com as complexidades exigidas pelo Caderno do Professor, como exercícios e atividades relacionadas com as representações gráficas. Apontando que o material didático favorece esse desenvolvimento através da mediação do professor, representando o método que impulsiona esse processo. No código “Mídias no ensino”(5,0%), se trata mais da junção de ideias que estão englobadas nessa temática. São apresentadas análises dos usos didáticos de diferentes mídias para o ensino de Geografia, investigando se existem e quais suas contribuições para o desenvolvimento do raciocínio geográfico por alunos, revelando um conflito do currículo na docência , disputados pelas sequências didáticas; Também é apresentada a relação 28 constituindo geografia e imagem , historicamente referenciada desde as bases da construção da ciência geográfica por geógrafos como Kant, Humboldt e Vidal de La Blache. Englobando as idéias pertencentes ao código “Geotecnologias e TIC's” são trabalhadas análises por experiências que demonstram existir a necessidade do avanço das bases teórico-metodológico , com o intuito de alcançar as mudanças do mundo, adaptando - as no ensino da última década, principalmente , com a evolução e disseminação de tecnologias intrinsecamente relacionadas a Geografia, como imagens de satélite e aplicativos de geolocalização, que sensibilizam processos cognitivos específicos ao serem usados. Por fim também vale ressaltar que apareceram também outras temáticas da geografia , porém foram muito raras suas aparições ou não são aprofundadas nas pesquisas, apenas citadas, por isso não foram encaixadas nessa categoria, são elas : urbanização, densidade demográfica ,infraestrutura urbana, localização , paisagem e coremática. Gráfico 10 : Formação Básica Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES A segunda Categoria buscou identificar códigos relacionados à educação básica entre eles temos “educação”(57,1%) e “alfabetização” (42,9%). 29 Nas pesquisas com o código “alfabetização”(57,1%) são encontrados discussões sobre o papel da alfabetização geográfica no desenvolvimento do raciocínio geográfico, por meio da compreensão dos níveis de alfabetização geográfica dos estudantes do segundo ano do Ensino Médio em uma escola municipal de Santana de Parnaíba (SP). Para isso observaram os níveis de alfabetização geográfica dos estudantes, pelos seus argumentos numa atividade voltada para compreender e criar parâmetros de nivelamento desse conhecimento, sendo chamados de indicadores de alfabetização geográfica(IAG), sendo produzido através de categorias do raciocínio geográfico e pelo nivelamento do conhecimento geográfico. Revelando possibilidades de melhorar os níveis de alfabetização geográfica dos estudantes, com o uso de sequências didáticas voltadas para desenvolver o raciocínio geográfico e a construção do conceito de paisagem, além disso também identificaram que o uso de Indicadores de alfabetização geográfica planejados no trabalho contribuem para o ensino de geografia mais significativo. Em outro trabalho é relatada a relação teórica presente entre Pensamento espacial, Alfabetização Cartográfica, Raciocínio Geográfico e Alfabetização Científica sob a perspectiva didática do Lugar como contexto. A partir dessa relação são propostos indicadores da Alfabetização Científica para a Educação Geográfica(ACEG), pela elaboração de um sistema de avaliação do processo de ensino e aprendizagem da Geografia. É compreendido que a relação entre os conceitos são formas de verificação da viabilidade do processo ensino-aprendizagem fundamentadas. Ao analisarmos o código “educação” (42,9%) são apresentados os dados : A articulação entre a educação Geográfica e a Cartografia Escolar é de grande relevância para o desenvolvimento do pensamento espacial dos estudantes da escola básica, para que possuam capacidades de como pensar espacialmente situações envolvidas com representações espaciais, especialmente as cartográficas, aplicadas a contextos geográficos. Em outro trabalho focado no tema da educação inclusiva, mais especificamente entre estudantes com deficiência visual, são feitas alusões sobre experiência com a Cartografia Tátil em antes de 2020 , a fim de identificar possíveis mudanças do pensamento espacial e da educação geográfica que ocorreram no período pandêmico. Elucidando que mapas táteis permitem uma leitura e atuações críticas sobre a dimensão espacial da realidade, mas também são evidenciadas limitações tais como os conhecimentos limitados a respeito da cognição provenientes do tato e os desafios enfrentados pela educação escolar no Brasil. Outra forma que aparece é como educação geográfica que é entendida , sendo formulada por percursos de aprendizagem, organizados pela articulação entre categorias e conceitos . Expondo a ausência de referências para o desenvolvimento em atividades escolares, focando a ciência geográfica, 30 na educação infantil, mas apesar das dificuldades os resultados mostram que o conhecimento geográfico na educação infantil, com o pensamento espacial , indicam que as crianças ampliam seus conhecimentos espaciais. também foi apresentado potencialidades da coremática como linguagem orientada para a construção de raciocínios geográficos na área da educação. Uma das obras revela a importante contribuição que existe entre as imagens e a educação como formas de se pensar e como pensam por si só. Gráfico 11 : Políticas Educacionais Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES Na categoria três são englobados os códigos : “Qualidade de ensino”, “Currículo” e “Materiais didáticos”.A partir daqui segue algumas exposições sobre cada um desses códigos. As pesquisas que têm diálogos com o código “qualidade de ensino” prezam apresentar estudos considerando teorias e metodologias sobre a articulação do Pensamento espacial e Cartografia na estruturação para desenvolver o Raciocínio Geográfico. Também são investigados exercícios e atividades do caderno do professor, a fim de relacioná - las com habilidades na esfera do raciocínio geográfico. Uma das pesquisas tem o foco na criação de indicadores que permitem medir o nível do conhecimento geográfico e outra apresenta os 31 indicadores de nivelamento educacionais científicos dos alunos. É trabalhado a análise das contribuições da educação Geográfica e da cartografia escolar no recorte do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, com o intuito de desenvolver a capacidade de pensar espacialmente. Não menos importante assim como no último item também são analisadas as contribuições dos mesmo parâmetros, porém considerando as referências teóricas e metodológicas que embasam o conhecimento espacial em crianças de quatro a seis anos de idade. Investigando o código de “ currículo” são destacadas como os usos didáticos de mídias no ensino de geografia permitem o desenvolvimento do raciocínio geográfico, mas abrem campo para a concorrência entre sequências didáticas , que cortejam estar presente no currículo na docência. Em uma das obras aparece também o termo : proposta curricular do estado de São Paulo, que foi inserido nesta categoria, este termo é referido na obra como objeto de estudo, que examina o desenvolvimento de habilidades relacionadas ao raciocínio geográfico por estudantes. Por fim é defendido a importância de se alinhar os conteúdos curriculares da ciência com os desafios do mundo globalizado , que condiciona a vida social que acontecem nos lugares. Analisando o código “materiais didáticos” são discutidos as funcionalidades de materiais didáticos adaptados com diversas metodologias voltadas para acompanhar aulas em escolas inclusivas, nesta obra o foco são alunos com deficiência visual e o estudo é baseado em uma década de experiência com o uso da cartografia Tátil de geografia. Em outra obra é demonstrado que o material didático favorece o estímulo de acordo com a mediação do professor, que alimenta esse ciclo. Por fim, também é estudado livros didáticos de geografia mais adotados entre o 6º e 9º, com o objetivo de avaliar como exercícios e atividade corroboram para desenvolver o pensamento espacial. 32 Gráfico 12 : Ensino de Geografia Fonte : Criação pelo autor , de acordo com os dados do Catálogo de Teses e Dissertações da CAPES Estudantes : O código “estudante” é um código abundante nas pesquisas, devemos compreender que majoritariamente as obras são voltadas para entender o processo de formação dos estudantes em suas diversas fases, desde as bases teórico-metodológicas que estruturam , até exercícios e atividades e muitas das vezes as pesquisas contam com a participação desses alunos durante seu desenvolvimento. Logo as pesquisas apresentam os estudantes tanto como objetos de estudo, como também atores ativos e influentes no processo de construção e nos resultados das pesquisas. Professores : Analisando o código “professor” temos tanto o aparecimento das palavras professores ou docentes vinculados. São trabalhadas situações onde professores interpretam uma situação geográfica, de acordo com esse método os docentes repassam informações , ideias e conceitos, também decodificam linguagens e estabelecem relações e identificam, reconhecem e compreendem processos presentes na situação geográfica e representam um raciocínio 33 através de uma linguagem. Como resultado é mostrado a potencialidade dessas ações , servindo como uma forma de despertar o interesse dos alunos ,mobilizando seu raciocínio. Também são relatados a importância de professores atuantes na ciência como professores pesquisadores e evidenciaram dados que permitiram indicar a necessidade e importância de se pensar a formação inicial dos professores em geografia, com bases na interdisciplinaridade e inclusão social. Práticas pedagógicas: Explorando o código “práticas pedagógicas” são englobados todos os tipos de desenvolvimento ou práticas pedagógicas durante os trabalhos analisados. Inicialmente é perceptível a aparição de sequências didáticas e situações geográfica nos trabalhos, se mostrando como metodologia ativa e das linguagens geográficas como recurso cognitivo, reunindo experiências e compreensões , contribuindo para estruturar práticas pedagógicas a partir de situações geográficas da parte dos professores e a construção do raciocínio geográfico por parte dos docentes, usando a espacialização como recurso de análise. Além disso, o foco de uma das obras é sobre a importância do desenvolvimento de metodologias dentro da sala de aula, com a utilização de pesquisa teórica e projetos práticos usando a metodologia fenomenológica, para isso são usados questionários abertos, fechados e trabalhos práticos envolvendo a linguagem cinematográfica, dando espaço para os alunos expor seus olhares de acordo com a seleção de uma cena escolhida . Outra pesquisa usa a pesquisa-ação com a busca de desenvolver uma metodologia que oriente e compreenda a avaliação da construção do conhecimento geográfico , indicando como hipótese a possibilidade de melhorar os níveis de alfabetização em ciência geográfica dos estudantes. Considerando a construção do raciocínio geográfico ,sendo formada por aquisições cartográficos e metodológicos , segundo Simielli(1996) das habilidades espaciais, segundo De Miguel (2016) e dos elementos da taxonomia do pensamento espacial, referidos a Jo e Bednarz (2009), são considerados situações de aprendizagem os mapas temáticos , usados no ensino fundamental e médio. Além dessas, outras práticas pedagógicas utilizadas foram a análise dos argumentos escritos pelos estudantes em exercícios de situações de aprendizagem e aplicação de testes de aptidão. 34 Ilustração 5 : Espacialização das obras - Pensamento Espacial + Raciocínio Geográfico Fonte : Elaborado pelo autor, 2022. Ao analisarmos as 14 obras , já desconsiderando as repetidas, temos a seguinte distribuição espacial das obras: 12 produzidas no estado de São Paulo e 2 no estado de Minas Gerais; dessas obras 9 foram publicadas em São Paulo - SP; 2 foram publicadas em Rio Claro - SP; 2 foram publicadas em Belo Horizonte - MG e 1 foi publicada em Guarulhos - SP. Elencando as instituições participantes temos : Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Campus Rio Claro) e Universidade Federal de Minas Gerais. 35 4. CONCLUSÃO Este de pesquisa pretendeu analisar 14 obras encontradas no catálogo de dissertações e teses da CAPES, no período de 2011 a 2021, que que tinham como foco discutir os termos “Raciocínio Geográfico” e “Pensamento Espacial”, dentro do recorte temporal de 2011 a 2021. Foram encontrados 14 trabalhos no total, sendo 11 obras oriundas de pesquisas relacionadas ao termo “Raciocínio Geográfico” e 6 com pesquisas usando o termo “Pensamento Espacial”. É importante observar que 3 das obras trataram os termos de forma concomitante. Como apontado, a metodologia do Estado da arte, com base em Romanowski (2006), foi adotada, o software QGIS foi empregado para apresentação de ilustrações e o software Atlas.Ti para suporte da análise de conteúdo. Para a tabulação de dados foi utilizado o google sheets e para escrita e organização do trabalho foi usado o google docs. Para aqueles que irão seguir trabalhando com o tema, fica a sugestão para que utilizem algum software que contribua com o processo de organização dos dados, como o Atlas.ti. A leitura de trabalhos semelhantes ao realizado pelo pesquisador também pode contribuir como referências. Assim, foi possível observar que, diante do recorte histórico selecionado, o ano de 2016 apresentou o maior número de trabalhos com a temática investigada. A maior parte dos trabalhos encontrados são dissertações de mestrado (57,1%) em seguida, as teses de doutorado (42,9%), em sua maioria produzidas no Estado de São Paulo, correspondendo a 85,7%, enquanto Minas Gerais possui 14,3%. Região Sudeste prevaleceu como lócus das pesquisas. Destaca - se a presença de apenas 1 obra voltada para ensino especial, sendo importante enfatizar a importância desses trabalhos para a educação inclusiva. A pesquisa mostrou fortes elos entre Pensamento Espacial e Raciocínio Geográfico e esse aspecto está fundamentado na Base Nacional Comum curricular (BNCC) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), em especial em trabalhos com a Linguagem Cartográfica. A pesquisa seguiu as idéias propostas por Cavalcanti (2010), que considera o espaço escolar como uma via de resistência e de transformação social por meio da formação cognitiva dos alunos e como instrumento psicológico de emancipação humana. Assim, podemos entender que ao desenvolver o Pensamento Espacial, articulado com o uso de atividades relacionadas ao Raciocínio Geográfico, o aluno poderá trazer esse conhecimento para sua vida e poderá resolver ou entender os problemas do seu dia-a-dia 36 5. REFERÊNCIAS : Neto , Daniel Rodrigues Silva Luz; Leite ,Cristina Maria Costa - ELEMENTOS CONSTITUINTES DO RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO: UMA DISCUSSÃO TEÓRICA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA - 2021. Artigo - Signos Geográficos , Boletim NEPEG de Ensino de Geografia. Barci , Andressa Cabral ; Sacramento , Ana Claudia Ramos ; Seabra , Vinicius da Silva - O PENSAMENTO ESPACIAL: ATIVIDADES DE VISUALIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO ESPACIAL PARA GRADUANDOS EM GEOGRAFIA - 2021. Artigo - Signos Geográficos , Boletim NEPEG de Ensino de Geografia. Castellar, Sonia Maria Vanzella; Juliasz , Paula Cristiane Strina - EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA E PENSAMENTO ESPACIAL: CONCEITOS E REPRESENTAÇÕES . 2017 - Artigo - Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo Duarte, Ronaldo Goulart - Educação Geográfica, Cartografia Escolar e Pensamento Espacial no segundo segmento do ensino médio - 2016. Tese (Doutorado em Geografia) Instituição : Universidade de São Paulo; Faculdade de Filosofia, letras e Ciências Humanas - Departamento de Geografia. Dubeux, Hugo - CLAVAL, PAUL. TERRA DOS HOMENS: A GEOGRAFIA. TRAD. DOMITILA MADUREIRA. SÃO PAULO: CONTEXTO, 2010. 2014 - Artigo - REVISTA DE GEOGRAFIA (UFPE). FERREIRA , NORMA SANDRA DE ALMEIDA - AS PESQUISAS DENOMINADAS “ESTADO DA ARTE” - 2002 - Educação & Sociedade, v. 23, n. 79, p. 257-272. Girotto, Eduardo Donizeti - ENSINO DE GEOGRAFIA E RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO: as contribuições de Pistrak para a superação da dicotomia curricular - 2015. Artigo - Revista Brasileira de Educação em Geografia. MEGID-NETO, J.; CARVALHO, L. M. Pesquisas de Estado da Arte: fundamentos, características e percursos metodológicos. IN ESCHENGAGEN, M. L.; CUARTAS, G. V.; MALDONADO, C. La Producción de Conocimiento en la Universidad: Metodologías y Políticas de Investigación. Medellin: Editora da Universidade de Antioquia. 37 Neto , Daniel Rodrigues Silva Luz - O DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO NA MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE GEOGRAFIA - 2019. Artigo - 14º Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia. Romanowski , Joana Paulin ; Ens , Romilda Teodora - AS PESQUISAS DENOMINADAS DO TIPO “ESTADO DA ARTE” EM EDUCAÇÃO - Diálogo Educ., Curitiba, v. 6, n.19, p.37-50. Vosgerau , Dilmeire Sant’Anna Ramos ; Romanowski , Joana Paulin - Estudos de revisão: implicações conceituais e metodológicas - 2014 Rev. Diálogo Educ., Curitiba, v. 14, n. 41, p. 165-189. 6.APÊNDICE : “BIBLIOGRAFIA CONSULTADA” NO ESTADO DA ARTE : ALVES, BRUNNA D LUISE TURATO LOTTI. Mídias, cotidiano e raciocínio geográfico: uma análise de sequências didáticas em turmas de Ensino Médio' 22/04/2020 - Mestrado ( GEOGRAFIA - GEOGRAFIA HUMANA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: BIBLIOTECA FLORESTAN FERNANDES ARAUJO, GILVAN CHARLES CERQUEIRA DE. Edenismo e Ideologia Espacial no Imaginário Brasileiro (1930-1986). 17/10/2016 - Tese( Doutorado em GEOGRAFIA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO ( RIO CLARO ), Rio Claro Biblioteca Depositária: IGCE/UNESP/Rio Claro CANDEU, GABRIELA NAIARA DE SOUZA. As potencialidades da linguagem cinematográfica no ensino de Geografia: estudo em duas escolas públicas da rede estadual de São Paulo. 09/12/2020 - Dissertação (Mestrado em GEOGRAFIA - GEOGRAFIA HUMANA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: FLORESTAN FERNANDES - FFLCH USP CRUZ, DIEGO MARTINS DA. A LINGUAGEM COREMÁTICA NA EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA. 23/02/2021 - Dissertação (Mestrado em GEOGRAFIA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, Belo Horizonte Biblioteca Depositária: undefined 38 DUARTE, RONALDO GOULART. Educação Geográfica, Cartografia Escolar e Pensamento Espacial no segundo segmento do ensino fundamental. 28/07/2016 - Tese (Doutorado em GEOGRAFIA - GEOGRAFIA HUMANA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: CAPH-FFLCH-USP FLORENTINO, RAIANE. Raciocínio geográfico e os níveis de complexidade em mapas temáticos: análise da proposta curricular de geografia do estado de são paulo. 28/09/2021 Tese (Doutorado em GEOGRAFIA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO ( RIO CLARO ), Rio Claro Biblioteca Depositária: IGCE/UNESP/RIO CLARO (SP) JORDAO, BARBARA GOMES FLAIRE. O PENSAMENTO ESPACIAL E O RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO EM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: O PAPEL DA CARTOGRAFIA TÁTIL' 09/12/2021 - Tese (Doutorado em GEOGRAFIA - GEOGRAFIA HUMANA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: undefined JULIASZ, PAULA CRISTIANE STRINA. O pensamento espacial na educação infantil: uma relação entre Geografia e Cartografia. 27/04/2017 - Tese ( Doutorado em EDUCAÇÃO) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: FEUSP PAULA, IGOR RAFAEL DE. CARTOGRAFIA ESCOLAR E PENSAMENTO ESPACIAL NA CONSTRUÇÃO DO RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO NO ENSINO MÉDIO. 08/12/2020 - Dissertação (Mestrado em GEOGRAFIA - GEOGRAFIA HUMANA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: BIBLIOTECA FLORESTAN FERNANDES RISETTE, MARCIA CRISTINA URZE. Pensamento espacial e raciocínio geográfico: uma proposta de indicadores para a alfabetização científica na educação geográfica. 23/11/2017 - Dissertação ( Mestrado em EDUCAÇÃO) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: FEUSP RODRIGUES, PAMELLA BIANCA. Categorias do raciocínio geográfico e níveis de conhecimento: o uso de indicadores de alfabetização geográfica (IAG) no Ensino Médio. 39 20/08/2018 - Dissertação (Mestrado em Educação) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO, Guarulhos Biblioteca Depositária: Unifesp SANTOS, PABLO KEHOMA COSTA. RELAÇÕES ENTRE CARTOGRAFIA ESCOLAR E RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA DA REDE ESTADUAL DE SÃO PAULO Versão Corrigida São Paulo 2020. 12/08/2020 - Dissertação ( Mestrado em GEOGRAFIA - GEOGRAFIA HUMANA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: FLORESTAN FERNANDES-FFLCH-USP SILVA, NIVALDA MARIA PEREIRA DA. A "força do lugar" para o ensino-aprendizagem da Geografia. 27/08/2020 - Dissertação (Mestrado GEOGRAFIA - GEOGRAFIA HUMANA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, São Paulo Biblioteca Depositária: FLORESTAN FERNANDES - FFLCH USP SILVA, PATRICIA ASSIS DA. O raciocínio geográfico: mobilizações intelectuais na interpretação de situações geográficas. 18/06/2021 - Tese ( Doutorado em GEOGRAFIA) Instituição de Ensino: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, Belo Horizonte Biblioteca Depositária: undefined ***INFORMAÇÕES RETIRADAS DOS RESUMOS E DADOS BIBLIOGRÁFICOS *** Tabela usada para coleta de dados brutos: 40 41 42