unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DE COMPUTAÇÃO E ESTATÍSTICA Um estudo da dinâmica fracamente não-linear de um sistema nanomecânico Josimeire Maximiano dos Santos Dissertação de Mestrado Pós-Graduação em Matemática Rua Cristovão Colombo, 2265 15054-000 - São José do Rio Preto - SP - Brasil Telefone: (17) 3221-2444 Fax: (17) 3221-2445 Josimeire Maximiano dos Santos Um estudo da dinâmica fracamente não-linear de um sistema nanomecânico Dissertação apresentada como parte dos re- quisitos para obtenção do t́ıtulo de Mestre em Matemática, junto ao Programa de Pós- Graduação em Matemática, Área de Concentração - Geometria e Sistemas Dinâmicos, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universi- dade Estadual Paulista ”Júlio de Mesquita Filho”, Campus de São José do Rio Preto. Orientador: Prof. Dr. Masayoshi Tsuchida São José do Rio Preto 2009 Santos, Josimeire Maximiano dos. Um estudo da dinâmica fracamente não-linear de um sistema nanomecânico/Josimeire Maximiano dos Santos. - São José do Rio Preto:[s.n.],2009. 64 f.: il.; 30 cm. Orientador: Masayoshi Tsuchida Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas 1. Sistemas dinâmicos diferenciais. 2.Equações diferenciais não-lineares - Soluções anaĺıticas aproximadas. 3. Sistema nanomecânico. 4. Teoria de Perturbações. 5. Método da média. 6. Método das múltiplas escalas. 7. Método da expansão direta. 8. Ressonancia (Matemática).I. Tsuchida, Masayoshi.II. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas. III. T́ıtulo. CDU - 517.93 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do IBILCE Campus de São José do Rio Preto - UNESP JOSIMEIRE MAXIMIANO DOS SANTOS Um estudo da dinâmica fracamente não-linear de um sistema nanomecânico Dissertação apresentada como parte dos re- quisitos para obtenção do t́ıtulo de Mestre em Matemática, junto ao Programa de Pós- Graduação em Matemática, Área de Concentração - Geometria e Sistemas Dinâmicos, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universi- dade Estadual Paulista ”Júlio de Mesquita Filho”, Campus de São José do Rio Preto. BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Masayoshi Tsuchida Professor Assitente Doutor UNESP - São José do Rio Preto Orientador Prof. Dr. José Manoel Balthazar Professor Titular UNESP - Rio Claro Prof. Dr. Adalberto Spezamiglio Professor Adjunto UNESP - São José do Rio Preto São José do Rio Preto, 16 de Fevereiro de 2009. ”É imposśıvel proceder ao infinito na série dos seres que se geram sucessivamente. Deve-se admitir, por isso, que existe um ser necessário que tenha em si toda a razão de sua existência, e do qual procedam todos os outros seres. A este chamamos Deus.” São Tomás de Aquino A Deus. Aos meus pais, Rodrigo e Maria Rosa, que sempre me apoiaram e me incentivaram em todos os momentos de minha vida, principalmente nos estudos, não poupando esforços para que eu chegasse até aqui. Dedico. Agradecimentos A Deus, que é a fonte e o caminho da minha vida. Agradeço imensamente aos meus queridos pais Rodrigo e Maria Rosa, pelo amor, carinho, e pelo apoio incondicional que sempre me dedicaram. Ao meu estimado irmão Rodrigo Junior, e sua esposa, Andréa, por estarem sempre presentes quando precisei. À minha querida prima Luciana, pelo apoio e amizade, a qual considero como uma irmã. Agradeço ao Professor Dr. Masayoshi Tsuchida, pela orientação, sabedoria, amizade, compreensão e atenção, presteza e paciência. Aos professores Dr. Adalberto Spezamiglio e Dra. Maria do Socorro Rangel, pela orientação durante o curso de graduação. À banca examinadora, pela criteriosa avaliação. Aos professores da graduação em Matemática do IBILCE - UNESP, por terem auxi- liado no meu processo de aprendizagem. A todos os professores do departamento e a todos os funcionários. Aos meus amigos, companheiros e todos aqueles que contribuiram direta ou indireta- mente para a realização deste trabalho. À Capes, pelo aux́ılio financeiro. Resumo Osciladores eletromecânicos podem ser modelados matematicamente através da equação de Duffing ou equação de Van der Pol, mesmo que sejam sistemas de escala nanomética. Nesta dissertação analisamos um oscilador forçado sujeito a um amortecimento não- linear, que é representado pela equação de Duffing - Van der Pol. Em geral, não é fácil obter solução anaĺıtica exata para esta equação, então a análise é feita utilizando a teoria de perturbações para obter uma solução anaĺıtica aproximada. Para isso consideramos certos parâmetros do problema como sendo pequenos parâmetros, e obtemos a solução na forma de expansão direta. Devido o fato da freqüência natural do sistema dinâmico depender do pequeno parâmetro, essa expansão é não uniforme, ou seja, apresenta termos seculares mistos (termos de Poisson), e além disso possui pequenos divisores. Essas inconveniências são eliminadas aplicando o método das múltiplas escalas e o método da média. Inicialmente os pequenos parâmetros são escolhidos de modo que o problema não perturbado se reduz a um oscilador harmônico forçado, e na escolha posterior o problema não perturbado é um oscilador linear amortecido e forçado. Palavras-chave: Oscilador de Duffing - Van der Pol, método das múltiplas escalas, método da média, sistema nanomecânico. Abstract Electromechanical oscillators can be mathematically modeled by a Duffing equation or a Van der Pol equation, even if they are nanometric systems. In this work we studied a forced oscillator having nonlinear damping, that is represented by a Duffing - Van der Pol equation. In general, it is not easy to get the exact analytical solution for this equation, then the analysis is done using the perturbation theory to get an approximate analytical solution. For this reason we considered that certain parameters of the problem are small parameters and we obtain the solution in the form of straightforward expansion. Due to the fact that natural frequency of the dynamic system depends on the small parameter, this expansion is not uniform, i.e. presents secular terms (Poisson terms) and also small-divisors. These inconveniences are eliminated using the method of multiple scales and the aver- aging method. Initially the small parameters are chosen so that the unperturbed problem is reduced to a forced harmonic oscillator, and in the subsequent choice the unperturbed is a forced oscillator having linear damping. Keywords: Duffing - Van der Pol oscillator, method of multiple scales, method of averaging, nanomechanical system. Sumário 1 Introdução 1 2 Introdução à teoria de sistemas dinâmicos 3 2.1 Definição de um sistema dinâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.2 Espaço de estados (ou espaço de fases) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2.3 Equações diferenciais e sistemas dinâmicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 2.4 Sistema linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2.5 Sistema não-linear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.5.1 Linearização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2.5.2 Estabilidade e ponto de equiĺıbrio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 2.5.3 Equivalência topológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.5.4 Teorema de Hartman-Grobman . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.6 A equação de Duffing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12 2.7 A equação de Van der Pol . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2.8 Oscilações e ressonância . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2.8.1 Osciladores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2.8.2 O fenômeno do salto de amplitude . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 3 Introdução à teoria de perturbação 17 3.1 O método da expansão direta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 3.2 O método de múltiplas escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 3.3 O método da média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 4 Aplicação do método das múltiplas escalas e método da média na equação de Duffing - Van der Pol 22 4.1 Equação do movimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 4.2 Expansão Direta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 4.3 O Método de Múltiplas Escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 ix 4.4 O Método da Média . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 5 Equação de Duffing - Van der Pol (Caso mais geral) 38 5.1 Expansão Direta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 5.2 Método das Múltiplas Escalas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 6 Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros 47 6.1 Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 6.2 Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Referências Bibliográficas 50 x Lista de Figuras 2.1 Estado da amplitude |A| como uma função da freqüência ω para um os- cilador linear sem amortecimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2.2 Amplitude versus freqüência em um oscilador não-linear com amorteci- mento. A curva tracejada representa as oscilações livres e a curva sólida a amplitude em função da freqüência. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 2.3 Fenômeno do salto de amplitude. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 4.1 O dispositivo consiste em um suporte nanomecânico duplamente apertado e um eletrodo. A força de excitação é aplicada como voltagem entre o suporte e o eletrodo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 4.2 Variação de a e γ com T1 calculada numericamente de (4.43) e (4.44) para β = 0.1, Λ = 1.0, σ = 0.1, ω = 0.5, a(0) = 1.0 e γ(0) = 1.0.[20] . . . . . . . 32 xi Caṕıtulo 1 Introdução O conceito de perturbação foi introduzido pelos mecânicos celestes, mas esse conceito pode ser generalizado para sistemas dinâmicos em geral [23]. O interesse pela teoria de sistemas dinâmicos ganhou um grande impulso a partir da descoberta de comportamentos caóticos devido às não linearidades envolvidas e sensibilidades às condições iniciais. A dinâmica não-linear passou a ser largamente utilizada na modelagem de sistemas dinâmicos. Embora as soluções das equações envolvidas na abordagem não-linear apresen- tem uma maior dificuldade, seus modelos permitem considerar os efeitos de um número maior de parâmetros relevantes a um projeto, reduzindo o número de hipóteses simplifi- cadoras. Podemos representar uma situação ou um problema de várias maneiras diferentes, e dessa forma ter vários modelos matemáticos para o mesmo sistema. A dinâmica de muitos sistemas, sejam eles elétricos, mecânicos, etc., ou outros, pode ser descrita em termos de equações diferenciais ou de mapas de forma precisa ou, pelo menos, o mais próximo posśıvel da realidade. O estudo de sistemas dinâmicos ganhou impulso a partir da observação de que, em certas circunstâncias, a fonte de perturbação e o sistema podem interagir [6] [7] [8] [16]. Equações diferenciais muito utilizadas para representar vários sistemas dinâmicos são a equação de Duffing e a equação de Van der Pol, mesmo nas suas formas mais simplificadas. Um motivo que torna essas equações interessantes, é o fato das mesmas apresentarem soluções multiperiódicas dependendo de valores dos seus parâmetros. Em virtude disso, essas equações são largamente citadas em livros [19] [23] [22] [24], bem como estudadas [1] [4] [5] [28]. 1 2 Neste trabalho fazemos uma análise de um sistema representado por um oscilador mecânico forçado com amortecimento não-linear através da equação de Duffing - Van der Pol. Em geral, não é fácil obter soluções anaĺıticas exatas de equações diferenciais não- lineares, e portanto, sob determinadas condições, a solução de um sistema não-linear é aproximada através de métodos anaĺıticos. Entre tais métodos, os mais utilizados são os métodos de perturbação. O objetivo deste trabalho é encontrar uma solução aproximada para a equação do movimento que descreve um oscilador de Duffing - Van der Pol livre de termos que com- prometem a solução, tais como termos seculares mistos ou a presença de pequenos di- visores. Dessa forma, contribuir com os estudos sobre o amortecimento não-linear em sistemas aplicados na mecânica e nanomecânica através de osciladores. O trabalho foi dividido em 6 caṕıtulos. No caṕıtulo 2 apresentamos um resumo dos principais tópicos da teoria de sistemas dinâmicos. No caṕıtulo 3 fazemos uma breve in- trodução à teoria de perturbações, apresentando os métodos da expansão direta, múltiplas escalas e média. No caṕıtulo 4 apresentamos a equação analisada neste trabalho, a qual é semelhante à equação de Duffing estudada por Almog et al.[2], onde o impacto de um suporte nanomecânico duplamente apertado é investigado. Ainda neste caṕıtulo, buscamos uma solução aproximada empregando a teoria de perturbação, através do método de múltiplas escalas e método da média. No caṕıtulo 5 apresentamos uma breve análise do sistema apresentado no caṕıtulo 4 de forma mais generalizada. O caṕıtulo 6 contém as considerações finais sobre o trabalho desenvolvido, e a seguir são apresentadas as referências bibliográficas utilizadas. Caṕıtulo 2 Introdução à teoria de sistemas dinâmicos Um sistema pode ser definido como um conjunto de objetos agrupados por alguma in- teração ou interdependência, de modo que existam relações de causa e efeito nos fenômenos que ocorrem com os elementos desse conjunto. Um sistema é dinâmico quando algumas grandezas que caracterizam seus objetos constituintes variam no tempo. Leibniz foi o primeiro a usar a palavra dinâmica nesse contexto [19]. Sistemas dinâmicos de dimensão finita ou infinita são modelos matemáticos para um grande número de problemas em áreas aplicadas como a f́ısica, a economia, a engenharia e muitas outras ciências. Em geral, estes sistemas dinâmicos estão associados a equações di- ferenciais que podem ser equações diferenciais ordinárias, equações diferenciais funcionais, equações diferenciais parciais ou equações discretas. Exemplos de modelos matemáticos que podem representar sistemas dinâmicos são as equações de ondas, as equações para a supercondutividade de liqúıdos, os modelos de crescimento populacional, as equações de reação e difusão, as equações do calor entre muitas outras. Neste caṕıtulo introduzimos alguns conceitos básicos da teoria de sistemas dinâmicos. Apresentamos definições que são válidas tanto para sistemas lineares como não-lineares, como espaço de estados (ou espaço de fases), que é o espaço no qual se realiza o estudo qualitativo de um sistema dinâmico, pontos de equiĺıbrio e estabilidade no sentido de Lyapunov. 3 2.1. Definição de um sistema dinâmico 4 2.1 Definição de um sistema dinâmico A evolução de um sistema dinâmico pode ser caracterizada pela trajetória que se propaga com a passagem do tempo, em um dado espaço S. O espaço S pode ser pensado como um espaço de estados ou algum sistema f́ısico. Matematicamente S pode ser um espaço Euclidiano, ou um subconjunto aberto do espaço Euclidiano de uma determinada dimensão [12]. Formalizamos um sistema dinâmico cont́ınuo com a seguinte definição. Um sistema dinâmico é uma aplicação C1, φ : R×S → S onde S é um conjunto aberto do espaço Euclidiano, e escrevemos φ(t, x) = φt(x). A aplicação φt : S → S satisfaz (a) φ0 : S → S é a identidade; (b) A composição φt ◦ φs = φt+s para todo t, s ∈ R. Note que a definição implica que a aplicação φt : S → S é C1 para cada t e tem uma inversa C1, φ−t (fazer s = −t em (b)). Seja A um operador em um espaço vetorial E, seja E = S e φ : R × S → S definida por φ(t, x) = etAx. Então φt : S → S pode ser representado por φt = etA. Claramente, φ0 = e0 é o operador identidade, e desde que e(t+s)A = etA · esA, definimos um sistema dinâmico em E. Esse exemplo de sistema dinâmico é representado pela equação diferencial dx dt = Ax em E. Um sistema dinâmico φt em S é, muitas vezes, dado por uma equação diferencial. Podemos reescrever isso em termos mais convencionais. Seja φt : S → S um sistema dinâmico e x ∈ S, seja x(t) = φt(x), e f : S → E como f(x) = d dt |t=0 φt(x) (2.1) Então podemos escrever (2.1) como ẋ = f(x) (2.2) Assim, x(t) ou φt(x) é solução de (2.2) satisfazendo a condição inicial x(0) = x0. A equação (2.2) é chamada de equação autônoma pois não depende do tempo. A equação é chamada não-autônoma quando ẋ = f(t, x). 2.2. Espaço de estados (ou espaço de fases) 5 2.2 Espaço de estados (ou espaço de fases) O espaço de estados, ou espaço de fases, é um espaço n-dimensional, cujos eixos coordenados são os eixos x1, x2, ..., xn. Um estado é representado como um ponto com coordenadas (x1(t), x2(t), ..., xn(t)) nesse espaço. Conforme o tempo passa, esse ponto se move, sendo sua evolução temporal determinada pelas n equações diferenciais de primeira ordem dx1 dt = f1(x1, x2, ..., xn) dx2 dt = f2(x1, x2, ..., xn) ... (2.3) dxn dt = fn(x1, x2, ..., xn) ou, na notação vetorial dx dt = f(x) com fj : B × R+ → A (j = 1, 2, ..., n), sendo B ⊆ Rn, A ⊆ R. As variáveis dependentes xj são chamadas de variáveis de estado e as funções fj definem o campo de velocidades desse sistema, pois a velocidade instantânea é dada por dx/dt = f. A dimensão do espaço de fases equivale ao número de equações diferenciais de primeira ordem necessárias para descrever o sistema, que é igual ao número de variáveis de estado. Chama-se retrato de fases o conjunto de curvas obtidas pela evolução temporal do sistema a partir de todas as condições iniciais nas quais as funções fj são definidas. 2.3 Equações diferenciais e sistemas dinâmicos O modo mais comum de definir um sistema dinâmico de tempo cont́ınuo é usando equações diferenciais. Suponha que o espaço de estados do sistema é X = Rn com coorde- nadas (x1, x2, ..., xn). Freqüentemente a lei de evolução do sistema é dada implicitamente em termos das velocidades ẋi como função das coordenadas (x1, x2, ..., xn). 2.4. Sistema linear 6 ẋi = fi(x1, x2, ..., xn), i = 1, 2, ..., n, ou na forma vetorial ẋ = f(x), (2.4) onde o vetor f : Rn → Rn é diferenciável. A função do lado direito de (2.4) é denominada um campo vetorial, dado que relaciona um vetor f(x) para cada ponto x. A equação (2.4) representa um sistema de n equações diferenciais autônomas [19]. 2.4 Sistema linear Há duas razões principais para se estudar sistemas lineares. A primeira é que vários fenômenos podem ser modelados por sistemas lineares, com precisão adequada às aplicações. A segunda é que, por meio de um processo de linearização, pode-se realizar um estudo local de sistemas não-lineares, através da análise do sistema linear associado. A forma mais geral de se escrever uma equação diferencial linear de ordem n é an(t) dnx(t) dtn + an−1(t) dn−1x(t) dtn−1 + ... + a1(t) dx(t) dt + a0(t)x(t) = F (t). (2.5) Uma equação diferencial de ordem n pode ser escrita na forma de um sistema de n equações diferenciais de primeira ordem. Fazemos essa transformação através da definição de novas variáveis x(t) ≡ x1(t) dx1(t) dt ≡ x2(t) dx2(t) dt ≡ x3(t) ... (2.6) dxn−1(t) dt ≡ xn(t) dxn(t) dt = F (t) an(t) − a0(t) an(t) x1(t)− a1(t) an(t) x2(t)− ...− an−1(t) an(t) xn(t). O estado de um sistema num instante t é especificado pelos valores das variáveis de estado xi(t)(i = 1, 2, ..., n) nesse instante. O estado de um sistema, num dado momento 2.4. Sistema linear 7 de sua história passada, constitui toda informação que é necessária para se determinar sua evolução futura, num problema de condição inicial. A escolha das váriaveis de estado não é única, pois depende das condições que o sistema oferece. O sistema (2.6) é equivalente à equação (2.5), entretanto, há algumas vantagens de se escrever uma equação diferencial de ordem n como n equações diferenciais de primeira ordem. Contudo, a principal vantagem de se trabalhar com n equações de primeira ordem é que existem três técnicas para se analisar um sistema dinâmico • Técnica anaĺıtica: integram-se analiticamente as equações, determinando a solução em termos de fórmulas gerais. Essa técnica possui a desvantagem de que nem sempre é posśıvel se determinar tais fórmulas (quase nunca a integração anaĺıtica é fact́ıvel). • Técnica numérica: integram-se numericamente as equações, calculando-se valores para as variáveis dependentes x(t) = (x1(t), x2(t), ..., xn(t)) em pontos pré sele- cionados da variável independente t. A desvantagem desse método é que a solução calculada é aproximada e só é válida para a situação calculada, ou seja, vale apenas para aqueles valores de condições iniciais e de parâmetros usados na integração. Quando se altera algum desses valores, é necessário integrar novamente as equações do sistema. • Técnica qualitativa: através de cálculos anaĺıticos relativamente simples, temos uma idéia de como o sistema evolui. Essa técnica usa a descrição das variáveis de estado, e seus resultados são representados no espaço de estados, também chamado de espaço de fases. A desvantagem dessa técnica é que parte da informação quantitativa é perdida. Perde-se a informação sobre o comportamento transiente do sistema, isto é, sobre o comportamento que o sistema apresenta antes de atingir um regime permanente. Para sistemas lineares valem o prinćıpio da aditividade e o prinćıpio da propor- cionalidade entre excitação e resposta. O primeiro prinćıpio estabelece que se para uma entrada F1(t) o sistema exibe uma resposta x1(t), e para uma entrada F2(t) o sistema exibe uma resposta x2(t), então para uma entrada F1(t) + F2(t), a sáıda do sistema será x1(t)+x2(t). O segundo prinćıpio, também conhecido como prinćıpio da homogeneidade, afirma que, se para uma entrada F (t), o sistema tem uma sáıda x(t), então para uma entrada kF (t), sendo k uma constante, a sáıda será kx(t). Em sistemas não-lineares não 2.5. Sistema não-linear 8 valem, em geral, esses prinćıpios. Não há um método anaĺıtico geral para se obter a solução expĺıcita dessa equação para quaisquer coeficientes aj(t) (j = 0, 1, ..., n) e entrada F (t). Ou seja, não há um método geral para se obter a fórmula que expressa como x varia em função de t[18]. 2.5 Sistema não-linear Em geral é imposśıvel obter soluções anaĺıticas exatas de equações diferenciais não- lineares. Entretanto, um sistema não-linear pode ser aproximado em torno de um ponto de equilibrio por um sistema linear. Tal procedimento é conhecido como linearização. Estudando a aproximação linear, pode-se, às vezes, prever o comportamento das soluções do sistema não-linear na vizinhança do ponto de equiĺıbrio. 2.5.1 Linearização Seja o sistema de equações diferenciais não-lineares de primeira ordem ẋ1 = f1(x1, x2, ..., xn) ẋ2 = f2(x1, x2, ..., xn) ... (2.7) ẋn = fn(x1, x2, ..., xn) para o qual existe um ponto de equiĺıbrio x∗ = (x∗1, x ∗ 2, ..., x ∗ n). Em torno desse ponto, as funções fi(x1, x2, ..., xn), (i = 1, 2, ..., n), podem ser aproximadas por equações de retas, ou seja, equações lineares. Para isso, expandem-se essas funções em série de Taylor dxi dt = fi(x1, ..., xn) = fi(x ∗ 1, ..., x ∗ n) + ∂fi ∂x1 |x∗ (x1 − x∗1) + ∂fi ∂x2 |x∗ (x2 − x∗2) + ... + ∂fi ∂xn |x∗ (xn − x∗n) + ∂2fi ∂x2 1 |x∗ (x1 − x∗1) 2 + ∂2fi ∂x2 2 |x∗ (x2 − x∗2) 2 +... + ∂2fi ∂x2 n |x∗ (xn − x∗n)2 + ..., onde i = 1, 2, ..., n. Retendo-se apenas a parte linear obtém-se, em notação matricial, dξ dt = Jdξ(t) (2.8) 2.5. Sistema não-linear 9 sendo ξ o vetor coluna das variáveis de estado e J a matriz Jacobiana dξ(t) =   x1 − x∗1 x2 − x∗2 ... xn − x∗n   , J =   ∂f1(x∗) ∂x1 ∂f1(x∗) ∂x2 ... ∂f1(x∗) ∂xn ∂f2(x∗) ∂x1 ∂f2(x∗) ∂x2 ... ∂f2(x∗) ∂xn ... ... ... ... ∂fn(x∗) ∂x1 ∂fn(x∗) ∂x2 ... ∂fn(x∗) ∂xn   . 2.5.2 Estabilidade e ponto de equiĺıbrio Estabilidade, segundo Lyapunov, é uma palavra usada para caracterizar tanto uma solução, quanto uma equação diferencial. A estabilidade de uma solução é determinada pelo comportamento das soluções cujas condições iniciais pertencem à sua vizinhança. A estabilidade de uma equação diferencial é determinada pelo comportamento de equações isomórficas, cujos valores dos parâmetros são próximos aos da equação estudada. Seja x∗ a posição de equiĺıbrio de um sistema dinâmico. Define-se x∗ como um ponto de equiĺıbrio assintoticamente estável se, tomando uma condição inicial x(0) próxima de x∗, então a trajetória x(t) tende a x∗ quando t → ∞. Um ponto assintoticamente estável atrai todas as trajetórias contidas em uma ”esfera”com centro em x∗, conforme o tempo passa. Se essa esfera possui raio finito, x∗ é um ponto de equiĺıbrio localmente assintoticamente estável. Se essa esfera tem raio infinito, ou seja, abrange todo o espaço de fases, o ponto de equiĺıbrio é globalmente assintoticamente estável. Em ambos os casos, tal ponto é classificado como um atrator. O conjunto de todas as condições iniciais que convergem para um mesmo atrator formam uma bacia de atração. Define-se x∗ como um ponto de equiĺıbrio neutramente estável se, após uma per- turbação na condição inicial x(0) = x∗, então x(t) permanece dentro de uma esfera centrada em x∗, conforme o tempo passa. Nesse caso porém, x(t) não tende para x∗ quando t →∞. Define-se x∗ como um ponto instável se, após uma perturbação na condição inicial x(0) = x∗, então x(t) deixa a esfera centrada em x∗ num tempo finito. Usamos a palavra esfera se o sistema for tridimensional, se fosse unidimensional seria um segmento de reta. No caso bidimensional um ćırculo, e para dimensão maior que três usamos o termo hiper- esfera. A estabilidade de um ponto no sentido de Lyapunov é definida em termos do com- portamento das trajetórias que partem de uma condição inicial localizada na vizinhança 2.5. Sistema não-linear 10 desse ponto. A existência de um ponto instável implica que, conforme o tempo passa, a magnitude das váriaveis pode aumentar de maneira ilimitada, distando-se do ponto em questão. Num sistema f́ısico real, isso corresponde a elementos mecânicos que se rompem, ou a elementos elétricos que saturam ou queimam. Considere o sistema de n equações diferenciais (2.8). O polinômio caracteŕıstico é obtido através de det(J − λI) = 0. Quando todos os autovalores da matriz J tiverem a parte real diferente de zero, o ponto de equiĺıbrio correspondente x∗ é chamado de hiperbólico, independente do valor da parte imaginária. Quando pelo menos um autovalor tem a parte real nula, o ponto de equiĺıbrio é denominado de não-hiperbólico. Os pontos de equiĺıbrio hiperbólicos podem ser classificados de três formas quanto à estabilidade: atratores, repulsores e selas [12]. • Se todos os autovalores de J tem a parte real negativa, o ponto de equiĺıbrio é chamado de atrator, sendo que neste caso o equiĺıbrio é assintoticamente estável. Se todos os autovalores de J são complexos, então o atrator é chamado de foco estável, e se todos os autovalores de J são reais, o atrator é chamado de nó estável. • Se todos os autovalores da matriz J tem a parte real positiva, o ponto de equiĺıbrio é chamado de repulsor ou fonte. Se os autovalores são complexos, então a fonte é chamada de foco instável e, se todos os autovalores de J são reais, a fonte é chamada de nó instável. • Quando alguns autovalores (mas não todos) têm parte real positiva e o restante tem a parte real negativa, então o ponto de equiĺıbrio é chamado de sela. Quanto à estabilidade de pontos de equiĺıbrio não-hiperbólicos, pode-se dizer que: • Um ponto de equiĺıbrio não-hiperbólico é instável se um ou mais autovalores de J tem a parte real positiva. • Se alguns autovalores da matriz J têm a parte real negativa, enquanto que os outros autovalores têm a parte real nula, o ponto de equiĺıbrio é chamado de marginalmente estável. • Se todos os autovalores da matriz J são imaginários puros e não-nulos, o ponto de equiĺıbrio é chamado de centro. 2.5. Sistema não-linear 11 2.5.3 Equivalência topológica Seja uma função g(x) = y, g = (g1, g2, ..., gn) e y = (y1, y2, ..., yn), suponha g uma função bijetora. Uma função com essa propriedade é invert́ıvel, isto é, existe uma função inversa g−1(y) = x. Se g é cont́ınua, invert́ıvel e sua inversa g−1 é cont́ınua, então g é um homeomorfismo, e o domı́nio x e a imagem y são homeomorfos. Quando os retratos de fases dos sistemas dinâmicos ẋ = f(x) e ẏ = h(y) podem ser relacionados por um homeomorfismo g(x) = y que preserva o sentido do movimento (a orientação) no espaço de fases, então esses sistemas são topologicamente orbitalmente equivalentes. Isso significa que as trajetórias de um sistema podem ser continuamente deformadas até se tornarem iguais às trajetórias do outro sistema. Deformações cont́ınuas envolvem esticamentos e alongamentos, mas não cortes ou emendas. Dois retratos de fases que apresentam a mesma estrutura orbital são qualitativamente equivalentes, conseqüentemente eles apresentam comportamentos dinâmicos similares. Portanto, se as trajetórias na vizinhança de um ponto fixo do sistema dinâmico não-linear são qualitativamente equivalentes àquelas do sistema linearizado, então é posśıvel fazer um estudo local da estabilidade. 2.5.4 Teorema de Hartman-Grobman D.M. Grobman, em 1959, e P. Hartman, em 1963, provaram independentemente que, na vizinhança de um ponto de equiĺıbrio hiperbólico, um sistema não-linear de di- mensão n apresenta um comportamento qualitativamente equivalente ao do sistema linear correspondente [18]. Portanto, o teorema de Hartman-Grobman garante que a estabilidade de um ponto de equiĺıbrio hiperbólico é preservada quando se lineariza o sistema em torno desse ponto, de modo que o retrato de fases, na sua vizinhança, é topologicamente orbitalmente equi- valente ao retrato de fases do sistema linear associado. Dois retratos de fases são topo- logicamente orbitalmente equivalentes quando um é uma versão distorcida do outro. Se o ponto de equiĺıbrio é não-hiperbólico, ou seja, se há algum autovalor com parte real nula, então a linearização não permite predizer sua estabilidade. Nesse caso, devem-se considerar termos de ordem superior que foram desprezados na expansão em série das funções fi(xi), i = 1, 2, ..., n, ou usar outro método para determinar a estabilidade, como o método direto de Lyapunov ou a teoria da variedade central. 2.6. A equação de Duffing 12 2.6 A equação de Duffing A vibração está presente já nos primeiros tempos da História da Humanidade. Instru- mentos rudimentares, como apitos e tambores têm no seu prinćıpio de funcionamento, um problema vibratório como essência. Estes instrumentos tiveram muita importância entre os povos primitivos como meios de comunicação. Mais tarde uma série de instrumentos musicais (percussão, cordas, metais, etc.) foram concebidos aproveitando movimentos vi- bratórios, geradores de ondas sonoras. O desenvolvimento da teoria da vibração resultou dos avanços das ciências básicas das quais deriva: matemática e mecânica geral [25]. J. Bernoulli (1654 − 1705) foi o primeiro a propor o prinćıpio da superposição linear de harmônicas. C. A. Coulomb (1736−1806), por volta de 1784, realizou estudos teóricos e experimentais sobre as oscilações torcionais de um cilindro metálico suspenso por um arame. Em 1877, Lord Rayleigh (1842− 1919) publicou seu livro A Teoria do Som, até hoje considerado um clássico no assunto. Frahm, em 1909, propôs o absorvedor dinâmico de vibração, que envolve a adição de um sistema massa-mola secundário para eliminar as vibrações de um sistema principal. Modernamente, muitos outros pesquisadores contribúıram com o estudo de vibrações. Em vibrações não-lineares a teoria começou a se desenvolver no final do século XIX com J. H. Poincaré (1854 − 1912) e A. M. Lyapunov (1857 − 1918). Após 1920, G. Duffing (1861−1944) e B. Van der Pol (1889-1959) realizaram estudos (suas equações são paradigmas de sistemas dinâmicos não-lineares) sobre a teoria de vibrações não-lineares e concentraram atenção em sua aplicação a problemas de engenharia. As vibrações simples de muitos sistemas conservativos, com um grau de liberdade, podem ser modelados matematicamente da forma d2x∗ dt∗2 + f(x∗) = 0 (2.9) com f não-linear em x∗ = x∗0 que é a posição de equiĺıbrio do sistema vibratório, ou seja, f(x∗0) = 0[20]. Se f for suposto como anaĺıtica em x∗ = x∗0, então obtemos f(x∗) = k1(x ∗ − x∗0) + k2(x ∗ − x∗0) 2 + ... (2.10) onde kn = 1 n! dnf dx∗n (x∗0) 2.6. A equação de Duffing 13 Assim, fazendo u∗ = x∗ − x∗0 a equação (2.9) pode ser reescrita como d2u∗ dt∗2 + k1u ∗ + k2u ∗2 + ... = 0. (2.11) A equação (2.11) descreve o movimento do sistema na vizinhança da posição de equiĺıbrio. Considerando o caso particular da equação (2.11) d2u∗ dt∗2 + k1u ∗ + k3u ∗3 = 0 (2.12) onde k1 > 0 e k3 pode ser positivo ou negativo, obtemos a equação (2.12) que é conhecida como equação de Duffing. Em geral, as equações são analisadas em termos de variáveis adimensionais, então introduzimos novas variáveis definidas por t = t∗ T ∗ e u = u∗ U∗ , onde T ∗ e U∗ são o tempo e a distância caracteŕısticos. Assim, d dt∗ = d dt dt dt∗ = 1 T ∗ d dt d2 dt∗2 = 1 T ∗2 d2 dt2 . Então, (2.12) se torna ü + k1T ∗2u + k3T ∗2U∗2u3 = 0 (2.13) Escolhendo, de maneira conveniente, T ∗ tal que k1T ∗2 = 1 e fazendo ε = k3T ∗2U∗2 = k3U ∗2/k1, podemos reescrever (2.13) como ü + u + εu3 = 0 (2.14) onde u(0) = x0 e u̇(0) = ẋ0 são as condições iniciais. Verificamos que ε é uma quantidade adimensional, e é uma medida da força de não- linearidade. A equação de Duffing é usada para descrever a dinâmica não-linear de sistemas elétricos e mecânicos, e recebeu este nome em homenagem aos estudos de G. Duffing na década de 1930. Esta equação descreve uma série de fenômenos f́ısicos importantes, dentre os quais deve-se destacar um circuito elétrico com uma indutância não-linear e a viga de Moon e Holmes, que trata a flambagem de uma viga elástica devida a ação de forças magnéticas [26]. A equação de Duffing pode representar, inclusive o movimento de um pêndulo. No caṕıtulo seguinte introduzimos a teoria de perturbação, onde apresentamos técnicas para a resolução da equação (2.14). 2.7. A equação de Van der Pol 14 2.7 A equação de Van der Pol Vários problemas de vibrações com amortecimento não linear são modelados di- namicamente pela equação de Van der Pol. A principal caracteŕıstica dos sistemas que permitem essa modelagem é a existência de um ciclo limite para suas trajetórias de movi- mento. Independentemente da amplitude inicial de movimento desses sistemas, o dia- grama de fase sempre tende para uma única curva que corresponde à solução periódica quando o tempo tende ao infinito [17]. A equação diferencial não-linear de Van der Pol é dada por ẍ− α(1− x2)ẋ + x = 0 (2.15) onde o termo α(1 − x2) introduz um amortecimento que assume valores negativos para pequenas amplitudes de movimento, caracterizando o sistema como acreativo, e assume valores positivos para grandes amplitudes de movimento, caracterizando o sistema como dissipativo. Exemplos de sistemas que se enquadram nesse modelo são sistemas elétricos de reali- mentação. 2.8 Oscilações e ressonância As oscilações naturais de um corpo ocorrem quando ele é deslocado da posição de equiĺıbrio e, a seguir, solto. Se esse corpo tem massa m e está preso a uma mola, com constante de elasticidade k, então a freqüência natural desse sistema é ω0 = √ k/m. No entanto, quando o corpo é submetido a uma força periódica externa temos uma nova situação. As oscilações resultantes desta força são denominadas oscilações forçadas e têm a freqüência da força externa e não a natural do corpo. A resposta do corpo depende da relação entre as freqüências da oscilação forçada e da natural do corpo [9]. 2.8.1 Osciladores Em um oscilador linear, sem amortecimento, excitado por uma força periódica ex- terna, cuja freqüência pode ser variada lentamente, a amplitude tende para infinito, quando a freqüência da força externa ω é igual à freqüência natural ω0, conforme mostrado 2.8. Oscilações e ressonância 15 na figura 2.1. Figura 2.1: Estado da amplitude |A| como uma função da freqüência ω para um oscilador linear sem amortecimento. No oscilador não-linear com amortecimento, quando excitado por uma força periódica externa o estado da amplitude pode mudar subitamente de maneira descont́ınua. Esse fenômeno do salto de amplitude está presente nesse oscilador quando mantemos fixa a amplitude da força periódica externa e variamos lentamente a sua freqüência. A freqüência natural é ω0 em pequenas amplitudes e cresce com o crescimento da amplitude conforme vemos na curva tracejada da figura 2.2. Nessa mesma figura, a curva sólida representa o comportamento da amplitude como uma função da freqüência. Figura 2.2: Amplitude versus freqüência em um oscilador não-linear com amortecimento. A curva tracejada representa as oscilações livres e a curva sólida a amplitude em função da freqüência. 2.8. Oscilações e ressonância 16 2.8.2 O fenômeno do salto de amplitude Consideremos um ponto P se deslocando ao longo da curva de ressonância não-linear da figura 2.3. Para valores decrescentes de ω quando P se move de 1 para 2 a amplitude |A| é lentamente aumentada e possui um valor único. Ao continuar decrescendo o valor de ω, abaixo de ω′, P precisa continuar a se mover ao longo do ramo inferior estável da curva de ressonância não-linear até alcançar o ponto 3. Mesmo que |A| não tenha um valor único no intervalo de freqüência entre ω′ e ω′′, devido as considerações de estabilidade, P precisa continuar a se mover ao longo do mesmo segmento estável da curva de ressonância que ele começou anteriormente. Desde que a curva de ressonância corresponde a um valor fixo da amplitude da força externa, quando ω é decrescido adiante, P precisa saltar verticalmente para cima no ponto 4 e então seguir o ramo superior estável para 5. Assim |A| salta descontinuamente de seu valor em 3 para um valor maior em 4 e então decresce suavemente quando P vai para o ponto 5. Se por outro lado ω é aumentado a partir de 5, P se move ao longo do ramo superior estável (|A| cresce suavemente) do ponto 5 até o ponto 6 no que ele salta verticalmente para baixo (|A| decresce descontinuamente) em 2 e então se move (|A| decresce suavemente) para o ponto 1. Figura 2.3: Fenômeno do salto de amplitude. Caṕıtulo 3 Introdução à teoria de perturbação As equações diferenciais que descrevem sistemas vibratórios geralmente não são li- neares, e sua solução anaĺıtica dificilmente pode ser encontrada. Uma análise qualita- tiva dos sistemas dinâmicos não-lineares pode ser realizada através de uma abordagem anaĺıtica, quando as não-linearidades podem ser consideradas pequenas (fracamente não- linear). Neste caso, elas são tratadas como perturbações em relação a um sistema linear. Assim, a resposta de um sistema não-linear é uma perturbação da resposta do sistema linear. A principal caracteŕıstica desta análise é avaliar o comportamento de um dado sistema nas vizinhanças de uma solução conhecida [26]. Os métodos de perturbação (também denominados técnicas anaĺıticas aproximadas) formulam procedimentos com os quais é posśıvel introduzir perturbações em um sistema linear. A idéia básica é utilizar séries de potência relativamente a um pequeno parâmetro ε, que represente a grandeza de uma perturbação. Trata-se de um procedimento anaĺıtico usado para obter soluções no tempo. Neste caṕıtulo, descrevemos três métodos clássicos da teoria de perturbação: o método da expansão direta, o método de múltiplas escalas e o método da média. 3.1 O método da expansão direta Consideremos o seguinte sistema de equações diferenciais üi + ω2 i ui = εfi(ϕ, u1, ..., un, u̇1, ..., u̇n), i = 1, 2, ..., n (3.1) onde ω2 i são as freqüências de oscilação. As funções fi são chamadas funções ou forças perturbativas e contém termos que representam a dissipação de energia, termos não- 17 3.2. O método de múltiplas escalas 18 lineares e a excitação externa. Além disso, consideramos que fi são funções periódicas em ϕ com peŕıodo 2π. O método da expansão direta pode ser particularmente útil na identificação das diver- sas condições de ressonância de um sistema dinâmico. Neste caso, a variável dependente ui(t) é expressa como uma série em potências de um pequeno parâmetro ε e funções ui,j(t). ui(t; ε) = n−1∑ j=0 εjui,j(t) + O(εn), i = 1, 2, ..., n. (3.2) Ao substituir a expansão dada acima na equação do movimento, obtém-se um conjunto de equações diferenciais para a determinação de ui,0, ui,1, ..., ordenadas segundo o valor do expoente do pequeno parâmetro ε. Estas equações são resolvidas recursivamente, e neste procedimento, as condições de ressonância podem então ser identificadas. Embora seja adequado na identificação das condições de ressonância, o método da expansão direta não pode ser empregado de maneira eficaz para diversas análises de interesse, como por exemplo na obtenção da resposta do sistema em regime permanente. Nestas análises outros métodos de perturbação devem ser empregados, dentre estes os mais utilizados são o método de múltiplas escalas e o método da média [27]. 3.2 O método de múltiplas escalas A expansão direta da solução da equação (3.1) em série de potências é dada pela equação (3.2), e as funções ui,j(t) podem apresentar termos seculares mistos e pequenos divisores (termos ressonantes). Isto ocorre devido ao fato de não considerarmos que ωi também dependem de ε. Então, ao lado da expansão direta devemos considerar a expansão ωi = ωi0 + εωi1 + ε2ωi2 + ... (3.3) Esse procedimento leva ao aparecimento de várias escalas de tempo t, εt, ε2t, ..., e o método de múltiplas escalas considera que essas escalas são variáveis independentes distintas, e portanto o problema dinâmico originalmente descrito na forma de equações diferenciais ordinárias é transformado na forma de equações diferenciais parciais. Consideremos as escalas de tempo T0 = t, T1 = εt, ... e procuramos soluções definidas da seguinte forma ui(t; ε) = ui(T0, T1, T2, ...; ε), i = 1, 2, ..., n. (3.4) 3.3. O método da média 19 Como a variável independente original (escala temporal t) foi substitúıda por novas variáveis (escalas) independentes T0, T1, T2, ..., as derivadas em relação a t devem ser expressas em termos de derivadas parciais, relativamente a Tn tal que, d dt = D0 + εD1 + ... d2 dt2 = D2 0 + 2εD0D1 + ... onde Dn = ∂ ∂Tn . Ao substituir a equação (3.4) juntamente com as expansões das derivadas temporais em termos das novas escalas na equação do movimento (3.2), obtém-se um conjunto de equações perturbadas para a determinação de ui,0, ui,1, ... ordenadas segundo o valor do expoente presente no pequeno parâmetro ε, as quais podem ser resolvidas de maneira recursiva [27]. 3.3 O método da média Originalmente criado por Krylov e Bogoliubov, o método da média é um dos métodos que podem ser utilizados para obter uma solução anaĺıtica aproximada de equações di- ferenciais. Este método é um método de perturbação que consiste em considerar certas quantidades como funções que variam suavemente no tempo [14]. Consideremos as equações (3.1). Fazendo ε = 0 temos üi + ω2 i ui = 0, i = 1, 2, ..., n (3.5) as quais são denominadas equações não perturbadas correspondentes ao sistema (3.1) e cujas soluções são funções harmônicas do ângulo de fase ψi = ϕ + βi: ui = ai cos ψi, i = 1, 2, ..., n (3.6) sendo ai a amplitude do i-ésimo modo. Quando são considerados os parâmetros perturbativos na excitação externa, ou seja, quando ε 6= 0, harmônicos mais altos podem aparecer na solução e as freqüências naturais podem depender da amplitude. Considerando que ε → 0 a solução pode ser representada por (3.6), podemos representar a solução do sistema de equações diferenciais (3.1) na seguinte forma ui = ai(εt) cos ψi + ∞∑ j=1 εjMij(ϕ, a1, ..., an, β1, ..., βn), i = 1, 2, ..., n (3.7) 3.3. O método da média 20 onde Mij são funções desconhecidas, periódicas em ϕ, com peŕıodo 2π, e dependentes de ai. O primeiro passo para obter uma solução anaĺıtica para o sistema dinâmico (3.1) através do método da média é utilizar o método de variação de parâmetros para trans- formar as variáveis dependentes ui em novas variáveis dependentes ai e βi, i = 1, 2, ..., n. Como (3.1) e (3.6) constituem 2n equações para 3n variáveis, impõe-se condições adi- cionais u̇i = −ωiai sin ψi, i = 1, 2, ..., n, (3.8) requerendo que a velocidade da coordenada u do sistema perturbado (3.1) tenha a mesma forma que para o caso ε = 0. Logo, quando as equações (3.6) são substitúıdas nas equações (3.1) proporcionam uma mudança de variáveis v → z, sendo v = (u1, u̇1, u2, u̇2, ..., un, u̇n)T e z = (a1, β1, a2, β2, ..., an, βn)T , cujas equações diferenciais são da forma ȧi = ∞∑ j=1 εjGij(ϕ, a1, ..., an, β1, ..., βn) sin ψi; i = 1, 2, ..., n, aiβ̇i = ai(ωi − ω) + ∞∑ j=1 εjTij(ϕ, a1, ..., an, β1, ..., βn) cos ψi, i = 1, 2, ..., n, (3.9) as quais, unidas a dϕ dt = ω formam um sistema equivalente ao (3.1). As funções periódicas Gij(ϕ, a1, ..., an, β1, ..., βn) e Tij(ϕ, a1, ..., an, β1, ..., βn), i = 1, 2, ..., n são funções que variam suavemente no tempo. Em geral, restringe-se a solução à k-ésima aproximação, ou seja, as somas infinitas que aparecem nas três últimas equações, são substitúıdas por somas finitas de 1 até k. Supondo que a solução das equações (3.9) para k = 1 são do tipo z = y + εW (y, t, ε), ou seja, ai = Ai + εUi(ϕ,A1, ..., An, ξ1, ..., ξn) i = 1, 2, ..., n/2; βi = ξi + εVi(ϕ,A1, ..., An, ξ1, ..., ξn) i = 1, 2, ..., n/2, (3.10) onde Ui e Vi são funções periódicas que variam suavemente no tempo, pode-se obter uma primeira aproximação para as equações acima determinando Ai e ξi através de equações médias ẏ = εf̄(y) de (3.9), substituindo as novas variáveis Ai e ξi nestas equações. Para isso, basta que existam as integrais Ȧi = 1 T ∫ T 0 ∞∑ j=1 εjGnij(ϕ, a1, ..., an, ξ1, ..., ξn)dϕ i = 1, 2, ..., n; 3.3. O método da média 21 aiξ̇i = 1 T ∫ T 0 [εσiai + ∞∑ j=1 εjTnij(ϕ, a1, ..., an, ξ1, ..., ξn)]dϕ i = 1, 2, ..., n. (3.11) onde T é o peŕıodo. Obtidas as equações médias acima, basta igualar estas equações a zero e obtém-se as expressões Ai e ξi em seu estado estacionário. Observe que este primeiro termo da solução é constante e é equivalente a solução de equiĺıbrio das equações médias. Chega-se à solução (3.6) retornando às variáveis iniciais u. Caṕıtulo 4 Aplicação do método das múltiplas escalas e método da média na equação de Duffing - Van der Pol 4.1 Equação do movimento O problema estudado neste trabalho é um oscilador nanomecânico [2], [3], [4], cuja equação linear de movimento está representada na seguinte forma mẍ + 2bẋ + kx = −dEcap dx (4.1) onde m é a massa efetiva de uma haste, Ecap = C(x)V 2 2 é a energia capacitante, C(x) = d C0 (1−x d ) é o deslocamento dependente da capacitância, d é a distância entre o eletrodo e a haste, b é a constante de amortecimento e k é a constante de elasticidade. A voltagem aplicada é composta de componentes ”grande DC”e ”pequeno AC”, ou seja, V (t) = VDC + v cos ωt onde v é constante e v << VDC . Nesse caso, x << d e a equação do movimento é ü + 2γu̇ + ω2 0 { 1− 2C0v[VDC cos ωt + 1/4v cos 2ωt] ked2 } u = f(t) (4.2) onde u = x − C0V 2 DC 2ked , ω0 = √ k m , γ = b m = ω0 2Q (Q sendo o fator de qualidade mecânica) e f(t) = C0VDCv dm cos ωt. A seguir é acrescentado um termo elástico proporcional a u3 e um termo de amorte- 22 4.2. Expansão Direta 23 Figura 4.1: O dispositivo consiste em um suporte nanomecânico duplamente apertado e um eletrodo. A força de excitação é aplicada como voltagem entre o suporte e o eletrodo. cimento não-linear proporcional a u2u̇. Logo, temos que ü + 2γ(1 + βu2)u̇ + ω2 0(1 + ku2)u = f(t). (4.3) A equação do movimento obtida descreve um oscilador de Duffing - Van der Pol com amortecimento não-linear, ou ainda ü + 2γ(1 + βu2)u̇ + ω2 0(1 + ku2)u = F cos ωt (4.4) onde F = C0VDCv dm . Assim, temos ü + 2γu̇ + 2γβu2u̇ + ω2 0u + ω2 0ku3 = F cos ωt. (4.5) Considerando como pequenos parâmetros, γ e k, podemos reescrever a equação (4.5) de forma que ü + 2ε(1 + βu2)u̇ + ω2 0u + εω2 0u 3 = F cos ωt. (4.6) 4.2 Expansão Direta A expansão direta para a solução da equação (4.6) é dada por u(t; ε) = u0(t) + εu1(t) + ... (4.7) Substituindo (4.7) em (4.6), obtemos (ü0 + εü1 + ...) + 2ε(u̇0 + εu̇1 + ...) + 2εβ(u0 + εu1 + ...)2(u̇0 + εu̇1 + ...) +ω2 0(u0 + εu1 + ...) + εω2 0(u0 + εu1 + ...)3 = F cos ωt 4.2. Expansão Direta 24 (4.8) ou ü0 + εü1 + ω2 0u0 + εω2 0u1 + 2εu̇0 + 2εβu2 0u̇0 + εω2 0u 3 0 + ... = F cos ωt. (4.9) Separando os termos segundo as potências de ε, obtemos ü0 + ω2 0u0 = F cos ωt (4.10) ü1 + ω2 0u1 = −2u̇0 − 2βu2 0u̇0 − ω2 0u 3 0 (4.11) A solução da equação (4.10) é dada por u0 = u0h + u0p (4.12) onde u0h é a solução da parte homogênea e u0p é a solução particular. A solução homogênea é da forma u0h = a cos (ω0t + ϕ) (4.13) onde a e ϕ são constantes, enquanto que uma solução particular, pelo método dos coefi- cientes indeterminados, resulta u0p = F ω2 0 − ω2 cos ωt. (4.14) Portanto, u0 = a cos (ω0t + ϕ) + F ω2 0 − ω2 cos ωt (4.15) ou u0 = a cos (ω0t + ϕ) + 2Λ cos ωt (4.16) onde 2Λ = F (ω2 0 − ω2)−1. 4.2. Expansão Direta 25 Substituindo (4.16) em (4.11) obtemos ü1 + ω2 0u1 = [ 2aω0 + 2βω0 (a3 4 + 2aΛ2 )] sin (ω0t + ϕ)− ω2 0 [ 6aΛ2 + 3 4 a3 ] cos (ω0t + ϕ) + [ 2Λω + 2βa2Λω + 4βΛ3ω ] sin ωt− ω2 0 [ 3a2Λ + 6Λ3 ] cos ωt +4βΛ3ω sin (3ωt)− 2ω2 0Λ 3 cos (3ωt) + 2β [ a2ω0Λ + a2 2 Λω ] sin [(2ω0 + ω)t + 2ϕ] −3 2 ω2 0a 2Λ cos [(2ω0 + ω)t + 2ϕ] + 2β [ a2ω0Λ− a2 2 Λω ] sin [(2ω0 − ω)t + 2ϕ] −3 2 ω2 0a 2Λ cos [(2ω0 − ω)t + 2ϕ] + [ 4aβΛ2ω + 2aβΛ2ω0 ] sin [(ω0 + 2ω)t + ϕ] −3ω2 0aΛ2 cos [(ω0 + 2ω)t + ϕ] + [ 2aβΛ2ω0 − 4aβΛ2ω ] sin [(ω0 − 2ω)t + ϕ] −3ω2 0aΛ2 cos [(ω0 − 2ω)t + ϕ]− ω2 0 4 a3 cos (3ω0t + 3ϕ) + a3 2 βω0 sin (3ω0t + 3ϕ) (4.17) Como (4.17) é linear, uma solução particular pode ser obtida como a soma de soluções particulares, onde cada uma corresponde a um termo não homogêneo diferente. Assim, 4.2. Expansão Direta 26 temos u1 = [ a + 1 4 βa3 + 2βaΛ2 ] t sin (ω0t + ϕ) + [ 3aΛ2 + 3 8 a3 ] ω0t cos (ω0t + ϕ) + (2Λω + 2βa2Λω + 4βΛ3ω) ω2 0 − ω2 sin ωt− ω2 0(3a 2Λ + 6Λ3) ω2 0 − ω2 cos ωt + 4βωΛ3 ω2 0 − 9ω2 sin 3ωt− 2ω2 0Λ 3 ω2 0 − 9ω2 cos 3ωt + 2β ( a2ω0Λ + a2 2 Λω ) ω2 0 − (2 + ω)2 sin [(2ω0 + ω)t + 2ϕ] − 3ω2 0a 2Λ 2[ω2 0 − (2ω0 + ω)2] cos [(2ω0 + ω)t + 2ϕ] + 2β ( a2ω0Λ− a2 2 Λω ) ω2 0 − (2ω0 − ω)2 sin [(2ω0 − ω)t + 2ϕ] − 3ω2 0a 2Λ 2[ω2 0 − (2ω0 − ω)2] cos [(2ω0 − ω)t + 2ϕ] + 4βaωΛ2 + 2aβΛ2 ω2 0 − (1 + ω)2 sin [(ω0 + 2ω)t + ϕ] + 2aβω0Λ 2 − 4βaωΛ2 ω2 0 − (ω0 − ω)2 sin [(ω0 − 2ω)t + ϕ]− 3ω2 0aΛ2 ω2 0 − (ω0 + 2ω)2 cos [(ω0 + 2ω)t + ϕ] − 4aβΛ2ω ω2 0 − (1− 2ω)2 sin [(1− 2ω)t + ϕ]− 3ω2 0aΛ2 ω2 0 − (ω0 − 2ω)2 cos [(ω0 − 2ω)t + ϕ] + a3 32 cos (3ω0t + 3ϕ)− βa3 16ω0 sin (3ω0t + 3ϕ). (4.18) Substituindo (4.16) e (4.18) em (4.7), obtemos u = a cos (ω0t + ϕ) + F ω2 0 − ω2 cos ωt + ε {[ a + 1 4 βa3 + 2βaΛ2 ] t sin (ω0t + ϕ) + [ 3aΛ2 + 3 8 a3 ] ω0t cos (ω0t + ϕ) + (2Λω + 2βa2Λω + 4βΛ3ω) ω2 0 − ω2 sin ωt −ω2 0(3a 2Λ + 6Λ3) ω2 0 − ω2 cos ωt + 4βωΛ3 ω2 0 − 9ω2 sin 3ωt− 2ω2 0Λ 3 ω2 0 − 9ω2 cos 3ωt + 2β ( a2ω0Λ + a2 2 Λω ) ω2 0 − (2 + ω)2 sin [(2ω0 + ω)t + 2ϕ]− 3ω2 0a 2Λ 2[ω2 0 − (2ω0 + ω)2] cos [(2ω0 + ω)t + 2ϕ] 4.2. Expansão Direta 27 + 2β ( a2ω0Λ− a2 2 Λω ) ω2 0 − (2ω0 − ω)2 sin [(2ω0 − ω)t + 2ϕ]− 3ω2 0a 2Λ 2[ω2 0 − (2ω0 − ω)2] cos [(2ω0 − ω)t + 2ϕ] + 4βaωΛ2 + 2aβΛ2 ω2 0 − (1 + ω)2 sin [(ω0 + 2ω)t + ϕ] + 2aβω0Λ 2 − 4βaωΛ2 ω2 0 − (ω0 − ω)2 sin [(ω0 − 2ω)t + ϕ] − 3ω2 0aΛ2 ω2 0 − (ω0 + 2ω)2 cos [(ω0 + 2ω)t + ϕ]− 4aβΛ2ω ω2 0 − (1− 2ω)2 sin [(1− 2ω)t + ϕ] − 3ω2 0aΛ2 ω2 0 − (ω0 − 2ω)2 cos [(ω0 − 2ω)t + ϕ] + a3 32 cos (3ω0t + 3ϕ) − βa3 16ω0 sin (3ω0t + 3ϕ) } + ... (4.19) Podemos observar em (4.19) que termos do tipo t sin (ω0t + ϕ) ou t cos (ω0t + ϕ) tende a infinito quando t →∞, mas a solução da equação (4.6) é limitada para qualquer valor de t. Estes termos são conhecidos como termos seculares mistos ou termos de Poisson, e comprometem a solução da equação. Este fato ocorre porque truncamos uma série infinita. Observe ainda que (4.19) contém termos cujos denominadores podem ser muito pequenos. Estes termos são denominados pequenos divisores. Neste problema, pequenos divisores ocorrem quando ω ≈ 0, ω ≈ ω0, ω ≈ ω0 3 , ω ≈ 2ω0, ω ≈ 1 2 (1+ω0), ω ≈ 1 2 (1−ω0), ω ≈ ω0 − 1. Essas freqüências especiais são denominadas freqüências ressonantes. Dessa forma podemos identificar, através da expansão direta, a presença de pequenos divisores e também termos seculares. Estes termos devem ser eliminados da solução para não comprometer a sua validade. Na próxima sessão, usamos o método de múltiplas escalas para encontrar uma ex- pansão uniforme de primeira ordem para (4.6) que não contenha termos seculares e pe- quenos divisores. 4.3. O Método de Múltiplas Escalas 28 4.3 O Método de Múltiplas Escalas Para encontrarmos uma solução aproximada para a equação (4.6) que seja livre de termos seculares e termos com pequenos divisores, utilizaremos um dos métodos de perturbação, o método de múltiplas escalas [20]. Introduzimos as escalas T0 = t e T1 = εt, então as derivadas ficam d dt = D0 + εD1 + ... d2 dt2 = D2 0 + 2εD0D1 + ... onde Dn = ∂ ∂Tn . Devemos verificar se ωt será uma escala rápida ou lenta. Se ω está distante de zero, então cos ωt varia rapidamente, e teremos cos ωt = cos ωT0 (pois t = T0) (4.20) Por outro lado, se ω ≈ 0, cos ωt varia lentamente. Neste caso, faremos ω = εσ, onde σ = O(1). Assim, cos ωt = cos σεt = cos σ(εt) = cos σT1 (4.21) e portanto, ωt é representado em termos de T1. Conseqüentemente, o caso ω ≈ 0 precisará ser tratado de forma independente. Supondo que ω está distante de zero, introduzindo as escalas na equação (4.6) obtemos D2 0u + 2εD0D1u + ... + ω2 0u + 2ε(1 + βu2)(D0u + εD1u + ...) + εω2 0u 3 = F cos ωT0. (4.22) Buscamos uma solução aproximada para a equação (4.22) da forma u = u0(T0, T1) + εu1(T0, T1) + ... (4.23) Substituindo (4.23) em (4.22), obtemos D2 0u0 + εD2 0u1 + 2εD0D1u0 + ω2 0u0 + εω2 0u1 + 2ε[1 + β(u0 + εu1 + ...)2][D0u0 + εD0u1 +ε(D1u0 + εD1u1 + ...)] + εω2 0[u0 + εu1 + ...]3 = F cos ωT0 Logo, D2 0u0 +εD2 0u1 +2εD0D1u0 +ω2 0u0 +εω2 0u1 +2εD0u0 +ε2βu2 0D0u0 +εω2 0u 3 0 + ... = F cos ωT0 (4.24) 4.3. O Método de Múltiplas Escalas 29 Agora, separando os termos em relação às potências de ε, temos ε0 : D2 0u0 + ω2 0u0 = F cos ωT0 (4.25) ε1 : D2 0u1 + ω2 0u1 = −2D0u0 − 2D0D1u0 − 2βu2 0D0u0 − ω2 0u 3 0 (4.26) A solução geral da equação (4.25) é dada por u0 = a(T1) cos [ω0T0 + ϕ(T1)] + 2Λ cos (ωT0) (4.27) onde 2Λ = F (ω2 0 − ω2)−1. Ou ainda, na forma complexa onde cos θ = 1 2 (eiθ + e−iθ), podemos reescrever (4.27) como u0 = Aeiω0T0 + ΛeiωT0 + Āe−iω0T0 + Λe−iωT0 (4.28) com A = 1 2 aeiϕ e Ā = 1 2 ae−iϕ. Assim, (4.26) fica D2 0u1 + ω2 0u1 = −[ 2iA + 2iA′ + 2iβA2Ā + 4iβAΛ2 + 3ω2 0A 2Ā + 6ω2 0AΛ2 ] eiω0T0 −[ 2iωΛ + 4iβAĀωΛ + 2iβωΛ3 + 6ω2 0AĀΛ + 3ω2 0Λ 3 ] eiωT0 −[ 2iω0βA3 + ω2 0A 3 ] e3iω0T0 − [ 2iβωΛ3 + ω2 0Λ 3 ] ei3ωT0 − [ 4iω0βA2Λ +2iβA2ωΛ + 3ω2 0A 2Λ ] ei(2ω0+ω)T0 − [ 4iω0βA2Λ− 2iβA2ωΛ +3ω2 0A 2Λ ] ei(2ω0−ω)T0 − [ 2iω0βAΛ2 + 4iβAωΛ2 + 3ω2 0AΛ2 ] ei(ω0+2ω)T0 −[ 2iω0βAΛ2 − 4iβAωΛ2 + 3ω2 0AΛ2 ] ei(ω0−2ω)T0 + cc (4.29) onde cc representa os termos complexos conjugados. A solução particular de (4.29) contem termos seculares e termos com pequenos divisores. Considerando o caso onde ω = ω0 3 (ressonância secundária) e ω0 = 1, introduziremos o parâmetro de sintonia σ = O(1) dado por 3ω = 1 + εσ. (4.30) 4.3. O Método de Múltiplas Escalas 30 Assim temos 3ωT0 = (1 + εσ)T0 = T0 + σεT0 = T0 + σT1. (4.31) Substituindo (4.31) em (4.29) obtemos D2 0u1 + u1 = −[ 2iA + 2iA′ + 2iβA2Ā + 4iβAΛ2 + 3A2Ā + 6AΛ2 ] eiT0 −[ 2iωΛ + 4iβAĀωΛ + 2iβωΛ3 + 6AĀΛ + 3Λ3 ] ei T0 3 +i σ 3 εT0 − [ 2iβA3 + A3 ] e3iT0 −[ 2iβωΛ3 + Λ3 ] eiT0+iσεT0 − [ 4iβA2Λ + 2iβA2ωΛ + 3A2Λ ] e 7 3 iT0+i σ 3 εT0 −[ 4iβA2Λ− 2iβA2ωΛ + 3A2Λ ] e 5 3 iT0−i σ 3 εT0 − [ 2iβAΛ2 + 4iβAωΛ2 +3AΛ2 ] e 5 3 iT0+i 2 3 σεT0 − [ 2iβAΛ2 − 4iβAωΛ2 ] e 1 3 iT0−i 2 3 σεT0 + cc. (4.32) Temos que T0 é uma escala rápida e a combinação εT0 é lenta. Como T1 = εT0, então, (4.32) poderá ser escrita na forma D2 0u1 + u1 = −[ 2iA + 2iA′ + 2iβA2Ā + 4iβAΛ2 + 3A2Ā + 6AΛ2 ] eiT0 −[ 2iωΛ + 4iβAĀωΛ + 2iβωΛ3 + 6AĀΛ + 3Λ3 ] ei T0 3 +i σ 3 T1 − [ 2iβA3 + A3 ] e3iT0 −[ 2iβωΛ3 + Λ3 ] eiT0+iσT1 − [ 4iβA2Λ + 2iβA2ωΛ + 3A2Λ ] e 7 3 iT0+i σ 3 T1 − [ 4iβA2Λ −2iβA2ωΛ + 3A2Λ ] e 5 3 iT0−i σ 3 T1 − [ 2iβAΛ2 + 4iβAωΛ2 + 3AΛ2 ] eiT0+i 2 3 T0+i 2 3 σT1 −[ 2iβAΛ2 − 4iβAωΛ2 ] e 1 3 iT0−i 2 3 σT1 + cc. (4.33) Agora escrevemos a equação (4.33), como sendo 4.3. O Método de Múltiplas Escalas 31 D2 0u1 + u1 = −[2iA + 2iA′ + 2iβA2Ā + 4iβAΛ2 + 3A2Ā + 6AΛ2]eiT0 −[2iβωΛ3 + Λ3]eiT0eiσT1 + cc + TNS (4.34) onde TNS representa os termos que não dão origem a termos seculares. Para evitar os termos seculares que aparecem na solução em u1, fazemos 2iA + 2iA′ + 2iβA2Ā + 4iβAΛ2 + 3A2Ā + 6AΛ2 + [2iβωΛ3 + Λ3]eiσT1 = 0 (4.35) ou ainda ia′eiϕ−aϕ′eiϕ + iaeiϕ + 1 4 iβa3eiϕ +2iβΛ2aeiϕ + 3 8 a3eiϕ +3aΛ2eiϕ +(2iβωΛ3 +Λ3)eiσT1 = 0. (4.36) Multiplicando a equação (4.36) por exp(−iϕ) resulta ia′ − aϕ′ + ia + 1 4 iβa3 + 2iβΛ2a + 3 8 a3 + 3aΛ2 + (2iβωΛ3 + Λ3)eiσT1e−iϕ = 0 (4.37) ou ia′ − aϕ′ + ia + 1 4 iβa3 + 2iβΛ2a + 3 8 a3 + 3aΛ2 + (2iβωΛ3 + Λ3) cos (σT1 − ϕ) +i(2iβωΛ3 + Λ3) sin (σT1 − ϕ) = 0. (4.38) Separando as partes real e imaginária da equação (4.38), temos a′ = −a− 1 4 βa3 − 2βΛ2a− 2βωΛ3 cos (σT1 − ϕ)− Λ3 sin (σT1 − ϕ) (4.39) aϕ′ = 3 8 a3 + 3aΛ2 + Λ3 cos (σT1 − ϕ)− 2βωΛ3 sin (σT1 − ϕ) (4.40) Agora, transformamos o sistema não-linear acima em um sistema autônomo, intro- duzindo a transformação γ = σT1 − ϕ (4.41) γ′ = σ − ϕ′ (4.42) 4.3. O Método de Múltiplas Escalas 32 Logo, temos a′ = −a− 1 4 βa3 − 2βΛ2a− 2βωΛ3 cos γ − Λ3 sin γ (4.43) aγ′ = aσ − 3 8 a3 − 3aΛ2 − Λ3 cos γ + 2βωΛ3 sin γ (4.44) Agora, das equações (4.27) e (4.41), obtemos u0 = a cos (T0 + σT1 − γ) + 2Λ cos (ωT0) (4.45) ou ainda, u0 = a cos (t + εσt− γ) + 2Λ cos (ωt). (4.46) Substituindo (4.46) em (4.23), e usando (4.30), obtemos u = a cos (3ωt− γ) + 2Λ cos (ωt) + O(ε) (4.47) Com isso, temos uma primeira aproximação para u, dada por (4.47) onde a e γ são soluções das equações (4.43) e (4.44) respectivamente. Figura 4.2: Variação de a e γ com T1 calculada numericamente de (4.43) e (4.44) para β = 0.1, Λ = 1.0, σ = 0.1, ω = 0.5, a(0) = 1.0 e γ(0) = 1.0.[20] 4.4. O Método da Média 33 A Figura 4.1 mostra a variação de a e γ em relação a T1, calculada através da integração numérica das equações (4.43) e (4.44). A prinćıpio, a e γ apresentam oscilações, mas no estado estacionário tornam-se constantes. Assim, fazendo a′ = 0 e γ′ = 0 em (4.43) e (4.44), obtemos 2βωΛ3 cos γ + Λ3 sin γ = −a− 1 4 βa3 − 2βΛ2a (4.48) Λ3 cos γ − 2βωΛ3 sin γ = aσ − 3 8 a3 − 3aΛ2. (4.49) Elevando ao quadrado os dois lados de cada uma das equações (4.48) e (4.49) e somando-as, resulta a2 ( 1 + 1 4 a2β )2 + 4a2βΛ2 ( 1 + 1 4 a2β ) + 4a2β2Λ4 + a2 ( σ − 3 8 a2 )2 − 6a2Λ2 ( σ − 3 8 a2 ) +9a2Λ4 − 4β2ω2Λ6 − Λ6 = 0 (4.50) A equação (4.50) é uma equação cúbica em a2 e representa a equação resposta de freqüência. 4.4 O Método da Média O primeiro passo na aplicação do método da média é o uso do método da variação dos parâmetros, para transformar as constantes de integração da solução do problema não perturbado em duas variáveis dependentes de t. No problema tratado aqui essas constantes são a amplitude a e a fase ϕ do termo de oscilações livres. Para realizarmos este processo, notemos que quando ε = 0, a solução geral da equação (4.6) é u = a cos (ω0t + ϕ) + 2Λ cos (ωt). (4.51) Derivando (4.51) em relação a t, obtemos u̇ = −aω0 sin (ω0t + ϕ)− 2Λω sin (ωt). (4.52) Quando ε 6= 0, ainda temos a solução na forma (4.51), no entanto com a = a(t) e ϕ = ϕ(t), que são determinadas pelas equações variacionais. 4.4. O Método da Média 34 Agora, derivando (4.51) em relação ao tempo, obtemos u̇ = −aω0 sin (ω0t + ϕ) + ȧ cos (ω0t + ϕ)− aϕ̇ sin (ω0t + ϕ)− 2Λω sin (ωt). (4.53) Comparando (4.52) com (4.53), temos que ȧ cos (ω0t + ϕ)− aϕ̇ sin (ω0t + ϕ) = 0. (4.54) Derivando (4.52) em relação ao tempo t, obtemos ü = −aω2 0 cos (ω0t + ϕ)− ȧω0 sin (ω0t + ϕ)− aϕ̇ω0 cos (ω0t + ϕ)− 2Λω2 cos (ωt). (4.55) Substituindo (4.51), (4.52) e (4.55) em (4.6), resulta −ȧω0 sin (ω0t + ϕ)− aϕ̇ω0 cos (ω0t + ϕ)− 2Λω2 cos (ωt) + 2ω2 0Λ cos (ωt) +2ε { 1 + β [ a cos (ω0t + ϕ) + 2Λ cos (ωt) ]2} · {−aω0 sin (ω0t + ϕ) −2Λω sin (ωt) } + εω2 0 [ a cos (ω0t + ϕ) + 2Λ cos (ωt) ]3 = F cos (ωt). (4.56) Como F = 2Λ(ω2 0 − ω2), a equação (4.56) ficará ȧω0 sin (ω0t + ϕ) + aϕ̇ω0 cos (ω0t + ϕ) = 2ε { 1 + β [ a cos (ω0t + ϕ) + 2Λ cos (ωt)]2} · {−a sin (t + ϕ)− 2Λω sin (ωt)}+ εω2 0[a cos (t + ϕ) + 2Λ cos (ωt)]3. (4.57) Multiplicando (4.54) por ω0 cos (ω0t + ϕ) e (4.57) por sin (ω0t + ϕ) e somando os re- sultados, obtemos ȧ = 2 ω0 ε { 1 + β [ a cos (ω0t + ϕ) + 2Λ cos (ωt) ]2} · {−aω0 sin (ω0t + ϕ) −2Λω sin (ωt) } sin (ω0t + ϕ) + εω0 [ a cos (ω0t + ϕ) + 2Λ cos (ωt) ]3 sin (ω0t + ϕ). (4.58) Agora substituindo (4.58) em (4.54), temos aϕ̇ = 2 ω0 ε { 1 + β [ a cos (ω0t + ϕ) + 2Λ cos (ωt)]2 } · {−aω0 sin (ω0t + ϕ) −2Λω sin (ωt) } · cos (ω0t + ϕ) + εω0 [ a cos (ω0t + ϕ) + 2Λcos(ωt) ]3 cos (ω0t + ϕ). 4.4. O Método da Média 35 (4.59) Usando as identidades trigonométricas, reescrevemos (4.58) e (4.59) de forma que ȧ = −εa− 2εβaΛ2 − 1 4 εβa3 + [ 1 4 εω0a 3 + 3εω0aΛ2 ] · sin (2ω0t + 2ϕ) + [ εa + 2εβaΛ2 ] · cos (2ω0t + 2ϕ) + 1 4 εβa3 cos (4ω0t + 4ϕ)− 2εβaΛ2 cos (2ωt) + 1 8 εω0a 3 sin (4ω0t + 4ϕ) + [ 2 ω0 εΛω − εβΛa2 + 1 2ω0 εβΛωa2 + 2 ω0 εβΛ3ω ] · cos [(ω0 + ω)t + ϕ]− [ εβΛa2 + 2 ω0 εΛω + 1 2ω0 εβΛωa2 + 2 ω0 εβΛ3ω ] · cos [(ω0 − ω)t + ϕ] + [ εβΛa2 − 1 2ω0 εβΛωa2 ] · cos [(3ω0 − ω)t + 3ϕ] + [ εβΛa2 + 1 2ω0 εβΛωa2 ] · cos [(3ω0 + ω)t + 3ϕ] + [ εβΛ2a + 2 ω0 εβΛ2ωa ] · cos [(2ω0 + 2ω)t + 2ϕ] + [ εβΛ2a − 2 ω0 εβΛ2ωa ] · cos [(2ω0 − 2ω)t + 2ϕ]− 2 ω0 εβΛ3ω cos [(ω0 − 3ω)t + ϕ] + 2 ω0 εβΛ3ω cos [(ω0 + 3ω)t + ϕ] + 3 4 εω0Λa2 sin [(3ω0 + ω)t + 3ϕ] + 3 4 εω0Λa2 sin [(3ω0 − ω)t + 3ϕ] + [ 3 4 εω0Λa2 + 3εω0Λ 3 ] · sin [(ω0 + ω)t + ϕ] + [ 3 4 εω0Λa2 + 3εω0Λ 3 ] · sin [(ω0 − ω)t + ϕ] + 3 2 εω0Λ 2a sin [(2ω0 + 2ω)t + 2ϕ] + 3 2 εω0Λ 2a sin [(2ω0 − 2ω)t + 2ϕ] + εω0Λ 3 sin [(ω0 + 3ω)t + ϕ] +εω0Λ 3 sin [(ω0 − 3ω)t + ϕ] (4.60) 4.4. O Método da Média 36 aϕ̇ = 3 8 ω0a 3 + 3εω0Λ 2a + [ 4 8 εω0a 3 + 3εω0Λ 2a ] · cos (2ω0t + 2ϕ) + [ −εa− 1 2 εβa3 −2εβΛ2a ] · sin (2ω0t + 2ϕ)− 1 4 εβa3 sin (4ω0t + 4ϕ) + 1 8 εω0a 3 cos (4ω0t + 4ϕ) − 4 ω0 εβΛ2ωa sin (2ωt) + 3εω0Λ 2a cos (2ωt) + [ − 2 ω0 εΛω − 3 2ω0 εβΛωa2 − εβω0Λa2 −2εβωΛ3 ] · sin [(ω0 + ω)t + ϕ] + [ 9 4 εω0Λa2 + 3εω0Λ 3 ] · cos [(ω0 + ω)t + ϕ] + [ 2 ω0 εΛω + 3 2ω0 εΛωa2 − εβω0Λa2 + 2 ω0 εβωΛ3 ] · sin [(ω0 − ω)t + ϕ] + [ 9 4 εω0Λa2 +3εω0Λ 3 ] · cos [(ω0 − ω)t + ϕ]− 2 ω0 εβωΛ3 sin [(ω0 + 3ω)t + ϕ] + 2 ω0 εβΛ3ω sin [(ω0 − 3ω)t + ϕ] + εΛ3ω0 cos [(ω0 + 3ω)t + ϕ] +εΛ3ω0 cos [(ω0 − 3ω)t + ϕ] + [ − 1 ω0 εβΛωa2 − εβω0Λa2 ] · sin [(3ω0 + ω)t + 3ϕ] + [ 1 ω0 εβΛωa2 − εβω0Λa2 ] · sin [(3ω0 − ω)t + 3ϕ] + 3 4 εω0Λa2 cos [(3ω0 + ω)t + 3ϕ] + 3 4 εω0Λa2 cos [(3ω0 − ω)t + 3ϕ] + [− 2 ω0 εβωΛ2a− εβaΛ2] · sin [(2ω0 + 2ω)t + 2ϕ] + [ 2 ω0 εβωΛ2a + εβΛ2a ] · sin [(2ω0 − 2ω)t + 2ϕ] + 3 2 εω0Λ 2a cos [(2ω0 + 2ω)t + 2ϕ] + 3 2 εω0Λ 2a cos [(2ω0 − 2ω)t + 2ϕ]. (4.61) Assim, obtivemos as equações variacionais (4.60) e (4.61). Essas equações possuem uma variação lenta, uma vez que grande parte de seus termos são da ordem O(ε). Por outro lado, um termo possue variação lenta quando o coeficiente de t (ou seja, a freqüência) for pequeno. 4.4. O Método da Média 37 Nas equações variacionais encontradas essa variação lenta ocorre quando ω ≈ 0, ω0, 3ω0, e ω0 3 . Em seguida, analisamos o caso ω ≈ ω0 3 . Neste caso, cos [(ω0 − 3ω)t + ϕ] e sin [(ω0 − 3ω)t + ϕ] são termos que variam lenta- mente. Assim, considerando ω0 = 1, temos ȧ = −εa−2εβΛ2a−1 4 εβa3−2εβωΛ3 cos [(1− 3ω)t + ϕ]+εω2 0Λ 3 sin [(1− 3ω)t + ϕ] (4.62) aϕ̇ = (ω2 0−1) a 2 + 3 8 ω2 0a 3+3εω2 0Λ 2a+2εβωΛ3 sin [(1− 3ω)t + ϕ]+εω2 0Λ 3 cos [(1− 3ω)t + ϕ] (4.63) Introduzindo o parâmetro de sintonia σ pela transformação 3ω − 1 = εσ, obtemos ȧ = −εa− 2εβΛ2a− 1 4 εβa3 − 2εβωΛ3 cos φ + εΛ3 sin φ (4.64) aϕ̇ = 3 8 a3 + 3εΛ2a + 2εβωΛ3 sin φ + εΛ3 cos φ (4.65) com φ = σεt + ϕ. Essas equações estão de acordo com (4.39) e (4.40) obtidas através do método das múltiplas escalas. Como a e ϕ variam lentamente em um intervalo de tempo igual a um peŕıodo do ângulo φ, elas podem ser consideradas constantes nesse intervalo. Assim, < ȧ >= 1 2π ∫ 2π 0 ȧdt = 1 2π ∫ 2π 0 [−εa− 2εβΛ2a− 1 4 εβa3]dt + 1 2π ∫ 2π 0 [termos que contêm seno e cosseno]dt (4.66) < ϕ̇ >= 1 2π ∫ 2π 0 ϕ̇dt = 1 2π ∫ 2π 0 [3εΛ2 + 3 8 a2]dt + 1 2π ∫ 2π 0 [termos que contêm seno e cosseno]dt. (4.67) Portanto, < ȧ >= −εa(1 + 2βΛ2 + 1 4 βa2) (4.68) < ϕ̇ >= 3εΛ2 + 3 8 a2 (4.69) As equações (4.68) e (4.69) são chamadas equações médias. Quando as soluções a(t) e ϕ(t) são substituidas na equação (4.51) obtemos a solução da equação diferencial (4.6). Caṕıtulo 5 Equação de Duffing - Van der Pol (Caso mais geral) 5.1 Expansão Direta Seja o oscilador de Duffing - Van der Pol com amortecimento não-linear descrito na seção anterior, ü + 2γ(1 + βu2)u̇ + ω2 0(1 + ku2)u = F cos ωt. Consideremos como pequenos parâmetros, β e k. Assim, reescrevemos a equação (4.4) de forma que ü + 2γu̇ + 2εγu2u̇ + ω2 0u + εω2 0u 3 = F cos ωt. (5.1) A expansão direta para a solução da equação (5.1) é dada por u(t; ε) = u0(t) + εu1(t) + ... (5.2) Substituindo (5.2) em (5.1), obtemos (ü0 + εü1 + ...) + 2γ(u̇0 + εu̇1 + ...) + 2εγ(u0 + εu1 + ...)2(u̇0 + εu̇1 + ...) +ω2 0(u0 + εu1 + ...) + εω2 0(u0 + εu1 + ...)3 = F cos ωt. Logo, (ü0 + ω2 0u0 + 2γu̇0 − F cos (ωt)) + ε(ü1 + ω2 0u1 + 2γu̇1 + 2γu2 0u̇0 + ω2 0u 3 0) + O(ε2) = 0. (5.3) 38 5.1. Expansão Direta 39 Separando as potências de ε temos ε0 : ü0 + 2γu̇0 + ω2 0u0 = F cos (ωt) (5.4) ε1 : ü1 + 2γu̇1 + ω2 0u1 = −2γu2 0u̇0 − ω2 0u 3 0 (5.5) Como a equação (5.4) é linear não-homegênea, sua solução geral é a soma da solução homogênea e da solução particular. Assim, a solução desta equação será u0 = u0h + u0p (5.6) A solução homogênea pode ser encontrada da seguinte forma m2 + 2γm + ω2 0 = 0 (5.7) ∆ = 4γ2 − 4ω2 0 = 4(γ2 − ω2 0) e m = −2γ ± 2 √ γ2 − ω2 0 2 = −γ ± √ γ2 − ω2 0. Logo, temos m1 = −γ + √ γ2 − ω2 0 m2 = −γ − √ γ2 − ω2 0. (5.8) Consideremos os seguintes casos. ♦ Caso 1: γ2 − ω2 0 > 0, ou seja, γ > ω0.(superamortecido) Assim, temos que m1 e m2 são reais e distintos. Logo, u0h = c1e m1t + c2e m2t ou seja, u0h = c1e (−γ+ √ γ2−ω2 0)t + c2e (−γ− √ γ2−ω2 0)t. (5.9) ♦ Caso 2: γ2 − ω2 0 = 0, ou seja, γ = ω0.(criticamente amortecido) A solução homogênea será u0h = u0h1 + u0h2 (5.10) onde, u0h1 = e−γt e u0h2 = te−γt. 5.1. Expansão Direta 40 Logo, u0h = (c1 + c2t)e −γt. (5.11) ♦ Caso 3: γ2 − ω2 0 < 0, ou seja, γ < ω0.(subamortecido) A equação caracteŕıstica possui duas ráızes complexas conjugadas, m1 e m2. Assim, temos m1 = −γ + i √ |γ2 − ω2 0| e m2 = −γ − i √ |γ2 − ω2 0|. (5.12) Logo, a solução homogênea será u0h = c1e −γtei √ |γ2−ω2 0 |t + c2e −γte−i √ |γ2−ω2 0 |t (5.13) e pela fórmula de Euler temos u0h = C1e −γt cos √ |γ2 − ω2 0|t + C2e −γt sin √ |γ2 − ω2 0|t (5.14) com C1 = c1 + c2 e C2 = i(c1 − c2). Agora, como f(t) = F cos (ωt), tem-se a solução na forma u0p = A cos (ωt) + B sin (ωt). (5.15) Pelo método de parâmetros a determinar encontramos os coeficientes A e B. Derivando (5.15), obtemos u̇0p = −Aω sin (ωt) + Bω cos (ωt) (5.16) ü0p = −Aω2 cos (ωt)−Bω2 sin (ωt). (5.17) Substituindo (5.15), (5.16) e (5.17) em (5.4), obtemos (−Aω2 + 2Bγω + ω2 0A− F ) cos (ωt) + (−Bω2 − 2Aγω + ω2 0B) sin (ωt) = 0. (5.18) Logo, (ω2 0 − ω2)A + 2γωB = F −2γωA + (ω2 0 − ω2)B = 0. (5.19) 5.1. Expansão Direta 41 Resolvendo o sistema (5.19) para A e B, obtemos A = (ω2 0 − ω2)F 4γ2ω2 + (ω2 0 − ω2)2 e B = 2γωF 4γ2ω2 + (ω2 0 − ω2)2 . (5.20) Substituindo (5.20) em (5.15) temos que u0p = (ω2 0 − ω2)F 4γ2ω2 + (ω2 0 − ω2)2 cos (ωt) + 2γωF 4γ2ω2 + (ω2 0 − ω2)2 sin (ωt). (5.21) Fazendo F 4γ2ω2 + (ω2 0 − ω2)2 = Λ, a equação (5.21) ficará u0p = (ω2 0 − ω2)Λ cos (ωt) + 2γωΛ sin (ωt). (5.22) Considerando γ < ω0, temos que u0 = α cos (√|γ2 − ω2 0|t + β ) + µ cos (ωt + ξ). (5.23) onde α = √( C2 1 + C2 2 ) e−γt, β = arctan (C2 C1 ), µ = Λ √ 4γ2ω2 + (ω2 0 − ω2) e ξ = arctan ( 2γω ω2 0 − ω2 ) . Substituindo (5.23) em (5.5), obtemos ü1 + ω2 0u1 + 2γu̇1 = −2γα2α̇ cos3 x + γα3 √ |γ2 − ω2 0| cos x sin 2x +2γα2µω cos2 x sin y − 4γαα̇µ cos2 x cos y −2γα2µ √ |γ2 + ω2 0| sin 2x cos y +2γαµ2ω cos x sin 2y − 2γµ2α̇ cos x cos2 y +2γαµ2 √ |γ2 − ω2 0| sin x cos2 y +γµ3ω cos y sin 2x− ω2 0α 3 cos3 x −3ω2 0µα2 cos2 x cos y − 3ω2 0αµ2 cos2 y − ω2 0µ 3 cos y (5.24) onde x = √ |γ2 − ω2 0|t + β e y = ωt + ξ. Utilizando as identidades trigonométricas, obtemos 5.1. Expansão Direta 42 ü1 + ω2 0u1 + 2γu̇1 = [ 1 2 γα3 √ |γ2 − ω2 0|+ γµ2α √ |γ2 − ω2 0| ] sin x + [ −3 2 γα2α̇ −γµ2α̇− 3 4 ω2 0α 3 − 3 2 ω2 0αµ2 ] cos x + [ γα2µω + 1 2 γµ3ω ] sin y + [ −2γαα̇µ− 3 2 ω2 0α 2µ− 3 4 ω2 0µ 3 ] cos y + 1 2 γα3 √ |γ2 − ω2 0| sin 3x −1 4 ω2 0α 3 cos 3x + 1 2 γµ3ω sin 3y − 1 4 ω2 0α 3 cos 3y + [ 1 2 γα2µω +γα2µ √ |γ2 − ω2 0| ] sin (2x + y) + [ −γαα̇µ− 3 4 ω2 0α 2µ ] cos (2x + y) + [ −1 2 γα2µω + γα2µ √ |γ2 − ω2 0| ] sin (2x− y) + [ −γαα̇µ −3 4 ω2 0α 2µ ] cos (2x− y) + [ γαµ2ω + 1 2 γµ2α √ |γ2 − ω2 0| ] sin (x + 2y) + [ −1 2 γµ2α̇− 3 4 ω2 0αµ2 ] cos (x + 2y) + [ −γαµ2ω + 1 2 γµ2α √ |γ2 − ω2 0| ] sin (x− 2y) + [ −1 2 γµ2α̇− 3 4 ω2 0αµ2 ] cos (x− 2y). (5.25) Simplificando a equação (5.25), temos que ü1 + ω2 0u1 + 2γu̇1 = a1 cos (x + θ1) + a2 cos (y + θ2) + a3 cos (3x + θ3) + a4 cos (3y + θ4) +a5 cos (2x + y + θ5) + a6 cos (2x− y + θ6) + a7 cos (x + 2y + θ7) +a8 cos (x− 2y + θ8) (5.26) onde a1 = [ γ2α2|γ2 − ω2 0| ( 1 2 α2 + µ2 )2 + (−3 2 γα2α̇− γµ2α̇− 3 4 ω2 0α 3 − 3 2 ω2 0αµ2 )2 ] 1 2 , a2 = [( γα2µω + 1 2 γµ3ω )2 + ( 2γαα̇ + 3 2 ω2 0µ + 3 4 ω2 0µ 3 )2] 1 2 , a3 = [ 1 4 γ2α6|γ2 − ω2 0|+ 1 16 ω4 0α 6 ] 1 2 , a4 = [ 1 4 γ2µ6ω2 + 1 16 ω4 0α 6 ] 1 2 , a5 = [ γ2α4µ2ω2|γ2 − ω2 0|+ ( γαα̇µ + 3 4 ω2 0α 2µ )] 1 2 , a6 = [(−1 2 γα2µω + γα2µ|γ2 − ω2 0| )2 + ( γαα̇µ + 3 4 ω2 0α 2µ )2 ] 1 2 , 5.1. Expansão Direta 43 a7 = [( γαµ2ω + 1 2 γµ2α √ |γ2 − ω2 0| )2 + ( 1 2 γµ2α̇ + 3 4 ω2 0αµ2 )2 ] 1 2 , a8 = [(−γαµ2ω + 1 2 γµ2α √ |γ2 − ω2 0| )2 + ( 1 2 γµ2α̇ + 3 4 ω2 0αµ2 )2 ] 1 2 , θ1 = arctan ( 1 2 γα3 √ |γ2 − ω2 0|+ γµ2α √ |γ2 − ω2 0| −3 2 γα2α̇− γµ2α̇− 3 4 ω2 0α 3 − 3 2 ω2 0αµ2 ) , θ2 = arctan ( γα2µω + 1 2 γµ3ω −2γαα̇µ− 3 2 ω2 0α 2µ− 3 4 ω2 0µ 3 ) , θ3 = arctan ( 1 2 γα3 √ |γ2 − ω2 0| −1 4 ω2 0α 3 ) , θ4 = arctan ( 1 2 γµ3ω −1 4 ω2 0α 3 ) , θ5 = arctan ( 1 2 γα2µω + γα2µ √ |γ2 − ω2 0| −γαα̇µ− 3 4 ω2 0α 2µ ) , θ6 = arctan ( −1 2 γα2µω + γα2µ √ |γ2 − ω2 0| −γαα̇µ− 3 4 ω2 0α 2µ ) , θ7 = arctan ( γαµ2ω + 1 2 γµ2α √ |γ2 − ω2 0| −1 2 γµ2α̇− 3 4 ω2 0αµ2 ) , θ8 = arctan ( −γαµ2ω + 1 2 γµ2α √ |γ2 − ω2 0| −1 2 γµ2α̇− 3 4 ω2 0αµ2 ) . Resolvendo a equação (5.26), obtemos u1 = up = up1 + up2 + ... + up8. (5.27) Portanto, u1 = ( ω2 0 − |γ2 − ω2 0| ) a1 4γ2|γ2 − ω2 0|+ ( ω2 0 − |γ2 − ω2 0| )2 cos (x + θ1) + 2a1γ √ |γ2 − ω2 0| 4γ2|γ2 − ω2 0|+ ( ω2 0 − |γ2 − ω2 0| )2 sin (x + θ1) + 2γωa2 4γ2ω2 + ( ω2 0 − ω2 )2 sin (y + θ2) + a2(ω 2 0 − ω2 ) 4γ2ω2 + ( ω2 0 − ω2 )2 cos (y + θ2) 5.2. Método das Múltiplas Escalas 44 + ( ω2 0 − 9|γ2 − ω2 0| ) a3 36γ2|γ2 − ω2 0|+ ( ω2 0 − 9|γ2 − ω2 0| )2 cos (3x + θ3) + 6a3γ √ |γ2 − ω2 0| 36γ2|γ2 − ω2 0|+ ( ω2 0 − 9|γ2 − ω2 0| )2 sin (3x + θ3) − 6γωa4 −36γ2ω2 + ( ω2 0 − 9ω2 )2 cos (3y + θ4)− a4 ( ω2 0 − 9ω2 ) −36γ2ω2 + ( ω2 0 − 9ω2 )2 sin (3y + θ4) + a5 [ ω2 0 − ( 2 √ |γ2 − ω2 0|+ ω )2] 4γ2 ( 2 √ |γ2 − ω2 0|+ ω )2 + [ ω2 0 − ( 2 √ |γ2 − ω2 0|+ ω )2]2 cos (2x + y + θ5) + 2γ ( 2 √ |γ2 − ω2 0|+ ω ) a5 4γ2 ( 2 √ |γ2 − ω2 0|+ ω )2 + [ ω2 0 − ( 2 √ |γ2 − ω2 0|+ ω )2]2 sin (2x + y + θ5) + a6 [ ω2 0 − ( 2 √ |γ2 − ω2 0| − ω )2] 4γ2 ( 2 √ |γ2 − ω2 0| − ω )2 + [ ω2 0 − ( 2 √ |γ2 − ω2 0| − ω )2]2 cos (2x− y + θ6) + 2γ ( 2 √ |γ2 − ω2 0| − ω ) a6 4γ2 ( 2 √ |γ2 − ω2 0| − ω )2 + [ ω2 0 − ( 2 √ |γ2 − ω2 0| − ω )2]2 sin (2x− y + θ6) + a7 [ ω2 0 − (√|γ2 − ω2 0|+ 2ω )2] 4γ2 (√|γ2 − ω2 0|+ 2ω )2 + [ ω2 0 − (√|γ2 − ω2 0|+ 2ω )2]2 cos (x + 2y + θ7) + 2γ (√|γ2 − ω2 0|+ 2ω ) a7 4γ2 (√|γ2 − ω2 0|+ 2ω )2 + [ ω2 0 − (√|γ2 − ω2 0|+ 2ω )2]2 sin (x + 2y + θ7) + a8 [ ω2 0 − (√|γ2 − ω2 0| − 2ω )2] 4γ2 (√|γ2 − ω2 0| − 2ω )2 + [ ω2 0 − (√|γ2 − ω2 0| − 2ω )2]2 cos (x− 2y + θ8) + 2γ (√|γ2 − ω2 0| − 2ω ) a8 4γ2 (√|γ2 − ω2 0| − 2ω )2 + [ ω2 0 − (√|γ2 − ω2 0| − 2ω )2]2 sin (x− 2y + θ8). (5.28) Nesta solução os termos seculares estão presentes nos coeficientes ai, i = 1, ..., 8. 5.2 Método das Múltiplas Escalas Introduzimos as escalas T1 = εt e T0 = t, e pela regra da cadeia temos as derivadas 5.2. Método das Múltiplas Escalas 45 d dt = D0 + εD1 + ... d2 dt2 = D2 0 + 2εD0D1 + ... onde Dn = ∂ ∂Tn . Se ω esta distante de zero, então cos ωt varia rapidamente. Dai temos cos ωt = cos ωT0. Por outro lado, se ω ≈ 0, cos ωt varia de forma lenta. Neste caso, faremos ω = εσ onde σ = O(ε). Assim, cos ωt = cos σεt = cos σT1. Introduzimos em (5.1) as escalas e obtemos D2 0u + 2εD0D1u + 2γD0u + 2εγu2D0u + ... + ω2 0u + εω2 0u 3 = F cos ωT0. (5.29) A solução aproximada para (5.29) será u = u0(T0, T1) + εu1(T0, T1) + ... (5.30) Substituindo (5.30) em (5.29), obtemos D2 0u0 + εD2 0u1 + ε2D0D1u0 + 2γD0u0 + ε2γD0u1 + ε2γu2 0D0u0 + ω2 0u0 + εω2 0u1 +εω2 0u 3 0 + ... = F cos ωT0. Separando os termos segundo as potências de ε, obtemos as seguintes equações ε0 : D2 0u0 + 2γD0u0 + ω2 0u0 = F cos ωT0 (5.31) ε1 : D2 0u1 + 2γD0u1 + ω2 0u1 = −2D0D1u0 − 2γu2 0D0u0 − ω2 0u 3 0. (5.32) A solução geral para a equação (5.31) é dada por u0 = α(T0, T1) cos [ √ |γ2−ω2 0|T0 + β(T1)] + (ω2 0 − ω2)Λ cos ωT0 + 2γωΛ sin ωT0 (5.33) onde Λ = F [4γ2ω2 + (ω2 0 − ω2)2]−1. 5.2. Método das Múltiplas Escalas 46 Reescrevendo (5.33) na forma complexa, obtemos u0 = 1 2 αeiβei √ |γ2−ω2 0 |T0 + [ (ω2 0 − ω2)Λ 2 + γωΛ ] eiωT0 + cc onde cc representa os termos complexos conjugados. Logo, u0 = A(T0, T1)e i √ |γ2−ω2 0 |T0 + [ (ω2 0 − ω2)Λ 2 + γωΛ ] eiωT0 + cc (5.34) onde A = 1 2 αeiβ. Assim, a equação (5.32) ficará D2 0u1 + 2γD0u1 + ω2 0u1 = −[ 2A′′ + 2iA′x− 4γAĀA′ + 2iγA2Āx + 4γA′Ω2 + 4iγAΩ2x +2γA2Ā′ + 3ω2 0A 2Ā + 6ω2 0AΩ ] eixT0 − [ 4iγωΩ3 + 4γAĀ′Ω +4iγAĀΩx + 4γA′ĀΩ + 3ω2 0 + 4γAĀΩx− 2iγωΩ3+6ω2 0AĀΩ ] eiωT0 −[ 2γA2 + 2iγA3x + ω2 0A 3 ] ei3xT0 − [ 2iγωΩ3 + ω2 0Ω 3 ] ei3ωT0 −[ 2iγA2ωΩ + 4γAA′Ω + 4iγA2Ωx + 3ω2 0A 2Ω ] ei(2x+ω)T0 −[ 2iγA2ωΩ + 4γAA′Ω + 4iγA2Ωx + 3ω2 0A 2Ω ] ei(2x−ω)T0 −[ 4iγAωΩ2 + 2γA′Ω2 + 2iγAΩ2x + 3ω2 0AΩ2 ] ei(x+2ω)T0 −[ 4iγAωΩ2 − 3ω2 0AΩ2 ] ei(x+2ω)T0 + cc (5.35) onde x = √ |γ2 − ω2 0|. A solução particular de (5.35) contém termos com pequenos divisores e termos secu- lares, no entanto o processo de eliminação desses termos na forma como está apresentada aqui não é usual. A aplicação do método de múltiplas escalas e do método da média requer um cuidado especial, e portanto será deixada para um trabalho posterior. Caṕıtulo 6 Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros 6.1 Conclusão Neste trabalho estudamos um sistema constitúıdo por um oscilador forçado nanomecâ- nico representado pela equação (4.1), e também já estudada por Almog et al [2], onde é acrescentado um termo proporcional a u3 e um termo de amortecimento não-linear proporcional a u2u̇. Dessa forma obtivemos a equação do movimento que descreve um oscilador de Duffing - Van der Pol com amortecimento não-linear. Em virtude das dificuldades encontradas na busca de uma solução anaĺıtica exata para equações diferenciais não-lineares, podemos encontrar uma solução aproximada com o aux́ılio de métodos de perturbação. Para que a análise do sistema estudado pudesse ser realizada através de uma abor- dagem anaĺıtica, consideramos as não-linearidades como sendo ”pequenas”. Dessa forma, estas não-linearidades foram tratadas como perturbações em relação a um sistema linear. Utilizando a teoria de perturbação foi posśıvel introduzir essas perturbações no sistema através de séries de potências relativamente a um pequeno parâmetro ε. O objetivo principal do trabalho foi encontrar uma solução aproximada para o sistema livre de termos que comprometem a solução, tais como termos seculares mistos ou termos de Poisson e a presença de pequenos divisores. Primeiramente consideramos como pequenos parâmetros, γ e k, na equação (4.5) e aplicamos o método da expansão direta com o objetivo de identificar termos com posśıvel 47 6.1. Conclusão 48 ressonância. Assim obtivemos a equação (4.19), a qual nos mostrou que tais condições ocorrem quando ω ≈ 0, ω ≈ ω0, ω ≈ ω0 3 , ω ≈ 2ω0, ω ≈ 1 2 (1 + ω0), ω ≈ 1 2 (1 − ω0), ω ≈ ω0−1. Dessa forma identificamos a presença de pequenos divisores e também termos seculares. Apesar do método da expansão direta ser adequado na identificação das condições de ressonância, este por sua vez não se mostra eficaz para certas análises, como por exemplo na obtenção da resposta do sistema em regime permanente. Para encontrarmos uma expansão uniforme de primeira ordem para a equação (4.6) livre de termos seculares e pequenos divisores, utilizamos o método das múltiplas escalas. Com a aplicação do método obtivemos equações que descrevem as modulações de amplitudes e fases para o sistema, tornando assim a solução anaĺıtica livre de termos seculares mistos e pequenos divisores. Para esta análise tratamos o caso de ressonância onde ω ≈ ω0 3 (freqüência ressonante), introduzimos um parâmetro de sintonia e chegamos na solução livre de termos seculares e pequenos divisores. Para uma análise no estado estacionário, consideramos que as equações diferenciais que descrevem as modulações de amplitude e fase do sistema são nulas no estado estacionário. Encontramos a equação resposta de freqüência, a qual poderá ser utilizada para obter mais informações sobre o comportamento do sistema. Um outro método utilizado para a obtenção de uma solução anaĺıtica aproximada foi o método da média. Através deste método consideramos certas quantidades como funções que variam suavemente no tempo. Obtivemos as equações variacionais e tratamos o caso onde ω ≈ ω0 3 e encontramos as equações que descrevem as modulações de amplitude e fase para o sistema. Estas equações estão de acordo com as equações (4.39) e (4.40) obtidas através do método das múltiplas escalas conforme o esperado. Encontramos as equações médias do sistema, as quais poderão ser utilizadas para se obter informações para o sistema. Em seguida, fizemos uma breve análise do sistema representado pela equação (4.5) considerando como pequenos parâmetros, β e k. De forma análoga, obtivemos a expansão direta, mas não aplicamos o método de múltiplas escalas e o método da média, pois essas aplicações demandam um estudo criterioso. 6.2. Trabalhos Futuros 49 6.2 Trabalhos Futuros O estudo apresentado neste trabalho é preliminar, e portanto é preciso dar sequência para obter mais informações sobre a dinâmica da equação de Duffing - Van der Pol. Por exemplo, a equação resposta de frequência (4.50) deve ser analisada para estabelecer as regiões de estabilidade, e determinar os fenômenos de salto e histerese. Esses estudos permitirão localizar as bifurcações do sistema, e assim facilitar a análise da dinâmica através de métodos numéricos apropriados. A aplicação dos métodos de perturbação no caso geral (Caṕıtulo 5) deve ser feito com cuidado, pois trata-se de uma aplicação não usual. 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Capa Folha de rosto Ficha Catalográfica Banca Examinadora Epígrafe Dedicatória Agradecimentos Resumo Abstract Sumário Lista de Figuras Capítulo 1 - Introdução Capítulo 2 - Introdução a teoria de sistemas dinâmicos 2.1 Definição de um sistema dinâmico 2.2 Espaço de estados (ou espaço de fases) 2.3 Equações diferenciais e sistemas dinâmicos 2.4 Sistema linear 2.5 Sistema não-linear 2.6 A equação de Duffing 2.7 A equação de Van der Pol 2.8 Oscilações e ressonância Capítulo 3 - Introdução a teoria de perturbação 3.1 O método da expansão direta 3.2 O método de múltiplas escalas 3.3 O método da média Capítulo 4 - Aplicação do método das múltiplas escalas e método da média na equação de Duffing - Van der Pol 4.1 Equação do movimento 4.2 Expansão Direta 4.3 O Método de Múltiplas Escalas 4.4 O Método da Média Capítulo 5 - Equação de Duffing - Van der Pol (Caso mais geral) 5.1 Expansão Direta 5.2 Método das Múltiplas Escalas Capítulo 6 - Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros 6.1 Conclusão 6.2 Trabalhos Futuros Referências Bibliográficas