1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE MEDICINA Sthefanie Kenickel Nunes ANÁLISE DA ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DA INTERAÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO E RETO ABDOMINAL DE GESTANTES COM DIABETES MELLITUS GESTACIONAL E INCONTINÊNCIA URINÁRIA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO Electromyographic Analysis of the Interaction of Pelvic Floor and Rectus Abdominal Muscles in Pregnant Women with Gestational Diabetes Mellitus and Pregnancy-Specific Urinary Incontinence Orientadora: Prof.a Dra. Angélica Mércia Pascon Barbosa Coorientadora: Prof.ª Dra. Cristiane Rodrigues Pedroni 2 Sthefanie Kenickel Nunes Análise da Atividade Eletromiográfica da Interação dos Músculos do Assoalho Pélvico e Reto Abdominal de Gestantes com Diabetes Mellitus Gestacional e Incontinência Urinária Específica da Gestação Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia para obtenção do título de Doutor em Medicina. Orientadora: Prof.a Dra. Angélica Mércia Pascon Barbosa Coorientadora: Prof.ª Dra. Cristiane Rodrigues Pedroni Botucatu 2022 3 4 Sthefanie Kenickel Nunes Análise da Atividade Eletromiográfica da Interação dos Músculos do Assoalho Pélvico e Reto Abdominal de Gestantes com Diabetes Mellitus Gestacional e Incontinência Urinária Específica da Gestação Orientadora: Prof.a Dra. Angélica Mércia Pascon Barbosa Coorientadora: Prof.ª Dra. Cristiane Rodrigues Pedroni Comissão Examinadora: ___________________________________________ Prof.ª Dra. Angélica Mercia Pascon Barbosa Faculdade de Filosofia e Ciências – UNESP ___________________________________________ Prof. Dr. Joelcio Francisco Abbade Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP ___________________________________________ Prof. ª Dra. Caroline Baldini Prudêncio Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP ___________________________________________ Prof.ª Dra. Flavia Ignacio Antonio Faculty of Health Science – University of Ottawa ___________________________________________ Prof.ª Dra. Natalia M. Martinho Fogaça Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal – UNIPINHAL Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – UNIFAE Botucatu, 29 de agosto de 2022 5 Dedicatórias 6 À minha mãe, Miriam. Obrigada por ser e por me fazer uma mulher forte que persegue com foco seus objetivos e por me incentivar e apoiar nas escolhas mais importantes da minha vida. Serei eternamente grata por toda dedicação e abdicação que você fez para que eu me tornasse uma pessoa de valores nobres, considero essa a melhor herança que você poderia me deixar. Às minhas irmãs, Beatriz e Caroline, minhas grandes e eternas amigas e parceiras. Vocês me incentivam para que eu continue acreditando em mim e em um mundo melhor. Nossas diferenças me fortalecem e a certeza de sempre ter vocês por perto me traz vontade de continuar perseguindo o que acredito e sonho. Ao meu sobrinho Theo por ter chegado ao mundo trazendo muito amor e felicidade para minha vida. Quando estou com você o mundo e todos seus problemas parecem ficar pequenos. Obrigada por ser a leveza e a alegria da minha vida. Aos meus queridos avó e avô Thereza e Duarte, por todo amor que sempre dedicaram a mim. Tenho o registro de cada momento que passamos juntos em minha memória com muito carinho. Obrigada por terem me ensinado o valor do amor e do respeito, vocês são a parte mais bonita da minha vida. Ao meu parceiro Mauricio, a pessoa mais paciente e amorosa que eu poderia ter encontrado. Obrigada por ter segurado minha mão e enfrentado todos os desafios que surgiram no caminho. Você deixa minha vida mais leve, mais tranquila e mais bonita. Nossa parceria é a coisa mais rara e sólida que já construí. Aos meus eternos melhores amigos Guilherme e Marcio, a precoce partida de vocês deixou um grande espaço em meu coração que foi preenchido por todas as memórias lindas e felizes que construímos juntos. Obrigada por terem sido amigos tão importantes, a lembrança do sorriso de vocês me dá forças para os dias difíceis e a presença espiritual de vocês me traz paz. A todos os meus amigos pelos momentos de alegria juntos e por todo apoio e motivação nos momentos mais difíceis. Quem tem um amigo tem tudo. 7 Agradecimentos 8 À Prof.a Dra. Angélica Mércia Pascon Barbosa, que foi um daqueles encontros raros e bonitos que a vida proporciona. Agradeço enormemente por ter segurado a minha mão quando eu ainda era uma menina e ter me guiado profissionalmente e pessoalmente também. Tudo o que eu sei sobre ser boa profissional, professora, pesquisadora e fisioterapeuta foi você quem me ensinou. Você me ensinou muito também sobre respeito, sobre aceitar as características e limitações das outras pessoas e sempre extrair o melhor de cada um. Obrigada por sempre acolher minhas necessidades, opiniões e temores com delicadeza e lucidez. Obrigada por ter me feito mais do que uma boa profissional, obrigada por ter me feito também uma pessoa melhor. Não tem diploma que supere o prazer que é ter você em minha vida como professora e amiga. Não existem palavras suficientes para te agradecer por tudo. Obrigada do fundo do meu coração. À Prof.a Titular Marilza Vieira Cunha Rudge, por ser um grande exemplo de sabedoria, competência e alteridade. Obrigada por ter me acolhido desde o primeiro dia que cheguei a Botucatu, por ter me ensinado tanto sobre ser uma mulher que ocupa todos os lugares possíveis de serem ocupados e principalmente pelo grande profissionalismo ao colaborar com desenvolvimento da minha trajetória acadêmica e desta tese de doutorado. À Profª Dra. Cristiane Pedroni que coorientou esse trabalho com muita competência, carinho e bom humor. Obrigada por toda ajuda e conhecimento que me ofereceu, desde a época da graduação até a finalização desta tese. É um privilégio trabalhar e aprender tanto com uma pessoa como você. À Dra. Caroline Baldini, minha amiga e parceira de pesquisa, por ter colaborado imensamente com todo o desenvolvimento deste trabalho. Sua ajuda, dedicação e paciência foram imprescindíveis para toda minha trajetória pessoal e profissional. É um prazer trabalhar com uma mulher tão inteligente e determinada como você. Sem você esse trabalho não teria acontecido. À Profa. Dr. Natalia Martinho, Prof.ª Dra. Flavia Ignacio e Prof. Dr. Joelcio Abbade por aceitarem compor minha banca, dedicando seu tempo e dividindo todo o conhecimento de vocês comigo. Tenho certeza de que toda contribuição será muito 9 importante para o aprimoramento da minha formação acadêmica e finalização desta tese. Ao meu sogro e sogra Marcelo e Ana Paula, por sempre me receberem, acolherem e cuidarem tão bem de mim. Vocês são a família que escolhi. Obrigada pelo carinho incondicional que sempre tiverem comigo. Às minhas melhores amigas e amigos de uma vida inteira Mariana Barone, Fernanda Guimarães, Rachele Becker, Emilly Fuerte, Érika Oliveira, Amyr Taranteli, Rodolpho Camargo e Wesley Visconti que sempre serão meus grandes alicerces. Sem a amizade de vocês a vida seria muito menos bonita e com certeza muito mais difícil. Obrigada por sempre me apoiarem e por me aceitarem, vocês me fazem uma mulher mais forte e uma pessoa melhor. Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina de Botucatu, e ao Departamento de Tocoginecologia, pela orientação, solicitude e atenção em todas as questões de forma tão precisa e ágil. Ao Escritório de Apoio à Pesquisa, nominalmente ao Prof. Dr. José Eduardo Corrente e às queridas Cinthia Scolástico e Cássia Athanazio. Obrigada por serem sempre tão solícitos e por todo o apoio técnico e científico que me ofereceram ao longo de todos os meus anos como aluna da Faculdade de Medicina de Botucatu. Às Faculdades Integradas de Bauru (FIB) pela oportunidade que me foi concedida de integrar seu corpo docente e ser responsável pela disciplina e estágio de Fisioterapia em Uroginecologia, Obstetrícia e Mastologia durante o desenvolvimento desta tese. Aprendi e aprendo muito quando estou exercendo meu ofício nesta instituição que tanto me acolheu. A todos os alunos que cruzaram o meu caminho desde que comecei a lecionar. Vocês colocaram cor nos meus dias cinzentos e foram o meu propósito nos momentos em que me senti perdida. Conviver com vocês é um privilégio, as trocas que acontecem em sala de aula me ensinam muito e me faz uma pessoa melhor. Ser professora de cada um de vocês me salvou e me salva todos os dias. 10 Às participantes do estudo pela colaboração e paciência na realização da coleta de dados. Sem a dedicação de cada uma de vocês esse trabalho não aconteceria. Aos amigos e colaboradores do Grupo Diamater que foram meus parceiros ao longo de todos esses anos. Obrigada por toda ajuda que sempre me ofereceram, com vocês aprendi muito sobre trabalho em equipe. Ninguém chega sozinho em lugar algum e todos foram imprescindíveis para minha trajetória profissional e pessoal. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001 e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo financiamento do Projeto Temático processo 2016/01743-5. . 11 Epígrafe 12 “Não ter medo de experimentar coisas novas. Por mais que você conheça muito, você ainda não conhece quase nada. O mundo é absurdamente imenso, as possibilidades são infinitas. Ficar preso apenas ao que já se conhece é fechar-se para a maravilhosa imprevisibilidade da vida”. Fernanda Young 13 Lista de Figuras 14 Contextualização Figura 1 Modelo conceitual do papel da integração entre DMG, IUEG e MRA-MAP miopatia como nova tríade na determinação da prevalência de IU e DMAP a longo prazo...................................... 27 Figura 2 Variáveis Preditoras, Moderadoras, Mediadoras e de Desfecho.... 28 Artigo 2 Figure 1 Figure 2 The five fast and five slow contractions selected during the most stable period……………………………………………………...……… Graphical representation of the average activity of each analyzed muscle during fast and slow PFM contractions……………….….. 74 79 15 Lista de Tabelas 16 Artigo 1 Table 1 Result of the judges' evaluation referring to the PSUI-Q for the considered items …………………………………………………….. 59 Table 2 Descriptive demographic and personal characteristics of pregnant women .………………………………………………………………... 60 Artigo 2 Table 1 Table 2 Demographic, anthropometric and obstetric characteristics of normoglycemic-continent (NG-C), normoglycemic-incontinent (NG-IUEG), diabetic-continent (GDM-C), diabetic-incontinent (GDM-IUEG) groups………………………………………………….. Raw values of the mean electromyographic activity of the deep and superficial PFM, rectus and transversus abdominis muscles during the 5 fast contractions and the 5 slow contractions (10- seconds) of the Glazer protocol………………….…………………. 77 77 17 Lista de Abreviaturas Português e Inglês 18 Lista de abreviaturas em português CEP Comitê de Ética em Pesquisa CIDPN Centro de Investigação do Diabete Perinatal DM diabetes mellitus DMAP disfunção muscular do assoalho pélvico DMG diabetes mellitus gestacional FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo FFC Faculdade de Filosofia e Ciências FMB Faculdade de Medicina de Botucatu GJ glicemia de jejum IU incontinência urinária IUEG incontinência urinária específica da gestação MAP músculos do assoalho pélvico MGH miopatia hiperglicêmica gestacional MLA músculo levantador do ânus MRA músculos reto abdominais TOTG teste oral de tolerância à glicose UNESP Universidade Estadual Paulista 19 Lista de abreviações em Inglês ADA American Diabetes Association BMI body mass index DM EMG diabetes mellitus eletromyography GDM Gestational Diabetes Mellitus ICS International Continence Society IUGA International Urogynecological Association OGTT glucose tolerance test PDRC Perinatal Diabetes Research Center PFM pelvic floor muscles PFMD pelvic floor muscle dysfunction PSUI pregnancy-specific urinary incontinence SUI stress urinary incontinence UI urinary incontinence 20 Sumário 21 Seção 1 Trajetória acadêmica ............................................................. 22 Seção 2 Contextualização .................................................................. 25 Avanços do conhecimento sobre o impacto do Diabetes Mellitus Gestacional nos Músculos do Assoalho Pélvico e Abdominais 26 Referências ................................................................. 33 Seção 3 Resumos Expandidos .......................................................... 37 Resumo da Tese ......................................................... 38 Thesis Abstract ......................................................... 43 Seção 4 Artigos ....................................................................................... 48 Artigo 1: Development and Validation of the Pregnancy- Specific Urinary Incontinence Questionnaire (PSUI-Q) Title page ......................................................... 51 Abstract ............................................................. 52 Introduction .......................................................... 53 Methods .............................................................. 54 Results .............................................................. 59 Discussion .......................................................... 62 Conclusion .......................................................... 64 References .......................................................... 65 Artigo 2: Pelvic Floor and Abdominal Muscles Electromyographic Characteristics of Co-activation in Women with Gestational Diabetes Mellitus and Pregnancy-specific Urinary Incontinence Title page Abstract ........................................................ ........................................................ 68 Introduction ........................................................ 69 Methods ............................................................ 72 Results Discussion Conclusion ............................................................ ............................................................ ............................................................ 76 81 References ........................................................ 82 Seção 5 Perspectivas Acadêmicas e Científicas ............................... 86 Seção 6 Diamater Study Group ............................................................ 88 Seção 7 Anexos ..................................................................................... 91 22 Seção 1 Trajetória Acadêmica 23 Em 2012 ingressei como aluna de graduação no curso de fisioterapia na Unesp, no campus de Marília, onde me formei em 2015. Em 2014 fui bolsista de iniciação cientifica do trabalho intitulado: "Efetividade da eletroestimulação transcutânea do nervo tibial posterior unilateral e bilateral como propostas de intervenção fisioterapêutica da incontinência urinária por urgência", sob orientação da professora Dra. Angélica Barbosa, que por sua vez tornou-se meu trabalho de conclusão de curso. Em 2015 comecei a participar das reuniões do grupo de pesquisa e considero que foi essencial para o início da minha jornada acadêmica. Fazer parte de um grupo de estudos com tantos anseios em relação à pesquisa abriu meus horizontes para um olhar na perspectiva cientifica. Em 2016 me mudei para Botucatu e iniciei como aluna regular no programa de pós-graduação nível mestrado. Fui orientada pela Prof.ª Emérita Marilza Rudge e coorientada pela Profª Dra. Angélica Barbosa, e em 2018 obtive o título de Mestra em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, com a dissertação intitulada: “Resposta Sexual entre Gestantes Hiperglicêmicas e Normoglicêmicas”. Tal titulação foi obtida junto ao Programa de Pós-Graduação em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, atualmente denominado Programa de Pós-Graduação em Tocoginecologia (FMB - Unesp). Nesses anos adquiri muita experiência. Participei de workshops e capacitações de Eletromiografia e Ultrassonografia do assoalho pélvico. Integrei- me à rotina de coleta hospitalar nos ambulatórios, enfermarias e laboratórios no Hospital das Clínicas na Faculdade de Medicina de Botucatu. Participei de congressos e obtive grandes conhecimentos científicos. E principalmente aprendi muito sobre trabalhar em uma equipe multidisciplinar com parceiros tão competentes. Em 2018 iniciei o Doutorado com as atividades de pesquisa financiadas pelo Projeto Temático Fapesp 2016/01743-5 DIAMATER, “The Diamater Study Group”, nas quais tive o prazer de trabalhar com equipe multidisciplinar e totalmente dedicada a pesquisa. Iniciei o doutorado tendo a Prof.a Titular Marilza Rudge como orientadora e em 2020 transferimos a orientação para Prof.a Dra. Angélica Barbosa, que foi credenciada no programa como professora 24 permanente. Ao longo desses 4 anos tenho dado seguimento ao meu projeto e tive a oportunidade de participar de eventos nacionais e internacionais. Em meados de 2019 fui convidada pelas Faculdades Integradas de Bauru (FIB) para ser docente no curso de Fisioterapia responsável pela disciplina e estágio curricular de Fisioterapia em Uroginecologia, Obstetrícia e Mastologia. Desde então venho adquirindo muita experiência e obtendo aprendizados na área da fisioterapia e na docência, bem como na orientação de trabalhos de conclusão de curso. Foi possível colaborar e ser autora de 9 artigos em periódicos (Anexo 3) de alto impacto. Colaborei em 10 resumos apresentados e publicados em anais de congressos (Anexo 4). Orientei 7 Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) no curso de Fisioterapia das Faculdades Integradas de Bauru (Anexo 5) e participei como membro de 12 bancas examinadoras de TCCs (Anexo 6), de graduandas do curso de Fisioterapia da FFC – Unesp / Marília e das Faculdades Integradas de Bauru. Agradeço imensamente minha querida amiga e orientadora Prof.ª Dra. Angélica Barbosa que contribuiu com a minha trajetória acadêmica até aqui. Os desafios foram muitos, mas o crescimento profissional e pessoal muito maior. Sinto que esta é mais uma etapa concluída de uma longa caminhada, me sinto realizada pelos objetivos alcançados e por todo o amadurecimento pessoal e profissional que obtive até aqui. 25 Seção 2 Contextualização 26 Avanços do conhecimento sobre o impacto do Diabettes Mellitus Gestacional nos Músculos do Assoalho Pélvico e Abdominais Investigações sobre a tríade Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), miopatia diabética e incontinência urinária e seus biomarcadores, são realizadas pelo Grupo de pesquisa Diabete e Gravidez: Clínico e experimental, desde 2006. O DMG, definido como hiperglicemia identificada pela primeira vez na gravidez (1), mesmo tratado de acordo com padrões internacionais da American Diabetes Association (1) institucionalizado no Centro de Investigação do Diabete Perinatal (CIDPN) não foi suficiente para evitar o efeito deletério da hiperglicemia gestacional controlada sobre a Incontinência Urinária Específica da Gestação (IUEG) e disfunção muscular do assoalho pélvico (DMAP) (2). A procura de marcadores dessa miopatia caracteriza o Projeto Temático (2016/01743-5). O Conceptual Model (Figura 1) (3), estabelecido da integração entre DMG, IUEG e miopatia hiperglicêmica tem a funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico (MAP) e músculos reto abdominais (MRA) como variáveis moderadoras e precisa ser investigado (Figura 2). 27 Figure 1 - Modelo conceitual do papel da integração entre DMG, IUEG e MRA- MAP miopatia como nova tríade na determinação da prevalência de IU e DMAP a longo prazo (3). Figura 2 – Variáveis Preditoras, Moderadoras, Mediadoras e de Desfecho (3). O DMG está associado a repercussões maternas, fetais, neonatais e perinatais negativas com maior frequência, quando comparado à gestação normoglicêmica (4). Sua incidência oscila entre 3 e 7%, e é a complicação médica de maior ocorrência na gestação (5). O DMG mostrou-se relacionado à deterioração da função muscular fisiológica (6), o que denota a existência de conexão entre o metabolismo e a função mecânica dos músculos (7). Resultados do CIDPN confirmaram prevalência aumentada da DMAP nas gestantes com DMG (8,9) e dois anos após a cesárea, definindo clara associação entre DMG e DMAP (2,10,11). Na mesma linha, a pesquisa translacional, usando modelos de hiperglicemia leve (induzida ao nascimento) e severa (induzida na prenhez) em ratas Wistar, evidenciou interação entre hiperglicemia e alterações morfológicas e estruturais da musculatura estriada periuretral e reto abdominal (12–15). 28 Os estudos com modelo animal reforçam o achado clínico de alterações musculares, demonstrando que ratas prenhes com diabete moderado (glicemia entre 120 e 300mg/dl) apresentam alterações similares ao diabete grave (14) na matriz extracelular e no músculo estriado uretral, como: atrofia, adelgaçamento, aumento de colágeno na área de músculo estriado, aumento de vasos, acúmulo de mitocôndrias, além de gotas de lipídios e grânulos de glicogênio presentes em grande quantidade, alteração na distribuição de fibras rápidas e lentas, diminuição de fibras rápidas e a presença de fibrose/deposição de fibras de colágeno, associados com atrofia muscular(13,16). Isto trouxe reflexões sobre potenciais implicações clínicas e respectivas estratégias terapêuticas na atenção à saúde dessas mulheres. Estes resultados clínicos e experimentais demonstraram relação do binômio DMG e MAP. Os MAP representam elemento crítico de ação na manutenção dos órgãos pélvicos como bexiga, útero e junção uretrovesical no mecanismo de fechamento esfincteriano uretral e anal e na mobilidade do canal vaginal (17–23) e consequente boa qualidade de vida relacionada a estes aspectos (17,19–21). A contração coordenada e eficaz dos MAP (24) está relacionada à manutenção das funções de micção, evacuação e sexualidade. Por outro lado, MAP disfuncionais podem resultar em sintomas como micção ou defecação prejudicada, dor pélvica e disfunção sexual (25). Além disso, a adequada distensibilidade dos MAP pode favorecer o parto e provavelmente reduzir a incidência de lesões dos músculos elevadores do ânus (26). A integridade dos MAP pode sofrer alterações tanto anatômicas quanto anatômicas e fisiológicas, nas diferentes fases da vida da mulher, associadas 29 com obesidade e menopausa, mas especificamente na gestação e parto, sendo mais evidentes na gestação complicada pelo diabetes (2,11,27–29). Mecanicamente, as causas da DMAP tem duas vertentes, alargamento do hiato do levantador e descida do assoalho pélvico abaixo da linha pubococcigeal, sendo a consequência mais comum a incontinência urinária (IU) (30). Resultados clínicos da avaliação dos MAP provenientes do Diamater demonstraram que na evolução da gestação entre 24-30 e 36-40 semanas, avaliada pela eletromiografia, que houve diminuição do recrutamento dos MAP no grupo DMG com diminuição da atividade elétrica em repouso (p=0,042) e na contração tônica (p=0,044) ,quando comparadas com o grupo não-DMG (8). Estudos que avaliaram a morfologia e a funcionalidade dos MAP pela ultrassonografia tridimensional (US-3D) (31) demonstraram, em avaliação realizada no mesmo intervalo gestacional, que as medidas biométricas da morfologia foram diferentes em repouso para o grupo com DMG em relação ao grupo sem DMG, e também que havia alteração na funcionalidade, com menor contratilidade, distensibilidade e mobilidade (32). Com base nesses fatos, a avaliação da funcionalidade dos MAP é recomendada pela International Continence Society (ICS) e International Urogynecological Association (IUGA) (33), e pode ser realizada por diversos métodos, incluindo a eletromiografia superficial (EMG) perineal (34). O mais importante é que a avaliação dos MAP deve incluir a avaliação da função dos MAP tanto em repouso quanto durante atividades dinâmicas como na contração (35). A relação funcional entre os MAP e músculos abdominais foi primeiramente descrita por Sapsford e colaboradores (36), que justificaram a 30 relação funcional entre estes músculos devido o posicionamento das fibras. Assim, visando o melhor desempenho destes músculos frente às funções uroginecológicas, parece ser necessário que sua atuação ocorra de forma conjunta e coordenada de modo que, durante a contração dos MAP, ocorra também a contração dos músculos abdominais (37) e vice-versa. Esta atuação conjunta denomina-se co-contração sinérgica (33), uma vez que a contração simultânea desses músculos parece potencializar a atividade motora de ambos resultando na manutenção, coordenação, suporte e força dos MAP (36–39), reiterando que a importância da musculatura abdominal para a continência urinária (40). De forma semelhante, durante situações de aumento da pressão intra- abdominal, faz-se necessário que ocorra interação entre os músculos abdominais e os MAP, dissipando a pressão dentro do recinto abdominal. Os MAP, por sua vez, também devem contrair sinergicamente com a musculatura do tronco. Com a incoordenação destes músculos, ocorre aumento da atividade muscular dos músculos da parede abdominal superior, o que faz com que as vísceras sejam empurradas contra o assoalho pélvico. Assim, durante o aumento da pressão intra-abdominal, a insuficiência dos MAP somada à hiperativação da parede abdominal superior, predispõe às disfunções pélvicas (41). A contração sinérgica tem sido observada em mulheres assintomáticas (42,43). Em contrapartida, ainda não existe consenso na literatura se mulheres com Incontinência Urinária (IU) apresentam ou não resposta sincrônica dos MAP e dos músculos abdominais. O artigo “Negative impact of gestational diabetes mellitus on progress of pelvic floor muscle electromyography activity: Cohort study.” avaliou os músculos 31 do assoalho pélvico por meio da eletromiografia dos MAP. Este estudo demonstra que houve diminuição progressiva do recrutamento muscular entre o segundo e terceiro trimestre relacionados as contrações sustentadas por 10 segundos e que o nível de atividade basal dos MAP também diminuíram entre momentos no grupo com DMG (8). A partir dos conhecimentos prévios experimentais e clínicos, que indicam o comprometimento dos MAP durante a gestação complicada pelo DMG, os resultados que serão apresentados direcionarão o entendimento do processo de comprometimento funcional dos MAP do segundo e terceiro trimestre gestacional até 18-24 meses pós-parto. É amplamente difundido que o treino muscular do assoalho pélvico é efetivo para tratamento e prevenção da IUEG, no entanto, faltam estudos básicos de fisiopatologia que empreguem métodos objetivos que possam delinear o comportamento dos MAP ao longo da gestação e seu processo de recuperação no pós-parto, uma vez que sua função tem ligação com a presença ou ausência de disfunções, como a IU (2,11,44). Na literatura há lacuna no conhecimento em relação a gestação sem comorbidades em relação a função dos MAP ao longo da gestação e no seguimento após o parto. Nos grupos com DMG o assunto é inédito considerando a análise dos MAP por EMG ao longo da gestação e no seguimento após o parto. Até o momento, nenhum estudo foi encontrado que demonstram proposta para avaliar o desempenho dos MAP de gestantes com DMG. Nesse contexto, analisar o desempenho dos MAP com resultados eletromiográficos confiáveis, objetivos e visíveis é um método eficaz para orientar a prática clínica e científica na avaliação e nos cuidados preventivos e terapêuticos. Esta tese de doutorado é um dos subprojetos da coorte DIAMATER que 32 está em desenvolvimento desde 2016, na busca da consolidação da tríade DMG- IUEG-MHG e sua potencial associação com a IU pós-parto. Como outros subprojetos, tem como base o “Integrated Diamater Conceptual Model” Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a interação dos músculos do assoalho pélvico e reto abdominal com a eletromiografia de gestantes com diabetes mellitus gestacional e incontinência urinária específica da gestação. A partir dos resultados deste estudo pretende-se estabelecer ações de rotina de diagnóstico, prevenção e de tratamento das alterações do mecanismo de ação dos MAP e MRA de gestantes com IUEG. Embasado na literatura e em dados de pesquisas prévias, acredita-se encontrar alterações funcionais entre MAP e MRA nos grupos com DMG e com IUEG. Espera-se que os resultados obtidos nesta pesquisa auxiliem a prática clínica, ampliando as áreas de investigação e de intervenção, contribuindo na saúde da gestante com DMG e com IUEG. Será possível divulgar os resultados deste estudo com apresentação de trabalhos em eventos e periódicos de relevância científica, destacando, nacional e internacionalmente, a UNESP. Diante de todos os impactos e circunstâncias que a IU pode ocasionar na vida da mulher, os estudos comprovam a necessidade de a qualidade de vida ser considerada como parâmetro primordial da avalição, no qual as ações dos profissionais de saúde durante o planejamento e orientação do tratamento serão centralizadas, revelando-se essenciais para o processo de recuperação. Logo, esses profissionais devem priorizar desenvolver uma assistência focada na promoção da saúde e em processos terapêuticos, com intuito de interferir na redução das repercussões negativas e suas complicações, bem como melhor direcionar a prática clínica nos serviços de saúde. 33 Os resultados obtidos nesta Tese estão apresentados em 2 artigos de acordo o respectivo objetivo: 1 - Development and Validation of the Pregnancy-Specific Urinary Incontinence Questionnaire (PSUI-Q) in Brazilian population 2- Pelvic Floor and Abdominal Muscles Electromyographic Characteristics of Co- activation in Women with Gestational Diabetes Mellitus and Pregnancy-specific Urinary Incontinence 34 Referências 1. ADA. Classification and Diagnosis of Diabetes: Standards of Medical Care in Diabetes—2020. Diabetes Care. 2020 Jan;43(Supplement 1):S14–31. 2. Barbosa AMP, Dias A, Marini G, Calderon IMP, Witkin S, Rudge MVC. Urinary incontinence and vaginal squeeze pressure two years post- cesarean delivery in primiparous women with previous gestational diabetes mellitus. Clinics (Sao Paulo) [Internet]. 2011;66(8):1341–6. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21915481 3. Rudge MVC, Souza FP, Abbade JF, Hallur RLS, Marcondes JPC, Piculo F, et al. Study protocol to investigate biomolecular muscle profile as predictors of long-term urinary incontinence in women with gestational diabetes mellitus. BMC Pregnancy Childbirth [Internet]. 2020 Dec 19;20(1):117. Available from: https://bmcpregnancychildbirth.biomedcentral.com/articles/10.1186/s1288 4-020-2749-x 4. Montenegro Jr RM, Paccola GMFG, Faria CM, Sales APM, Montenegro APDR, Jorge SM, et al. Evolução materno-fetal de gestantes diabéticas seguidas no HC-FMRP-USP no período de 1992-1999. Arq Bras Endocrinol Metabol [Internet]. 2001 Oct;45(5):467–74. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004- 27302001000500010&lng=pt&tlng=pt 5. Katz L, Amorim M, Coutinho I, Santos LC. Análise Comparativa de Testes Diagnósticos para Diabete Gestacional. Rev Bras Ginecol e Obs [Internet]. 2002 Sep;24(8). Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 72032002000800005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt 6. Sayer AA, Dennison EM, Syddall HE, Gilbody HJ, Phillips DIW, Cooper C. Type 2 diabetes, muscle strength, and impaired physical function: The tip of the iceberg? Diabetes Care. 2005 Oct;28(10):2541–2. 7. Helander I, Westerblad H, Katz A. Effects of glucose on contractile function, [Ca 2+ ] i , and glycogen in isolated mouse skeletal muscle. Am J Physiol Physiol [Internet]. 2002 Jun 1;282(6):C1306–12. Available from: https://www.physiology.org/doi/10.1152/ajpcell.00490.2001 8. Prudencio CB, Rudge MVC, Pinheiro FA, Sartorão Filho CI, Nunes SK, Pedroni CR, et al. Negative impact of gestational diabetes mellitus on progress of pelvic floor muscle electromyography activity: Cohort study. Palatnik A, editor. PLoS One. 2019 Nov;14(11):e0223261. 9. Sartorão Filho CI, Pinheiro FA, Prudencio CB, Nunes SK, Takano L, Enriquez EMA, et al. Impact of gestational diabetes on pelvic floor: A prospective cohort study with three‐dimensional ultrasound during two‐time points in pregnancy. Neurourol Urodyn. 2020 Aug;nau.24491. 10. Barbosa AMP, Carvalho LR de, Martins AMV de C, Calderon I de MP, Rudge MVC. Efeito da via de parto sobre a força muscular do assoalho pélvico. Rev Bras Ginecol e Obs. 2005 Nov;27(11). 11. Barbosa AMP. Prevalência e fator de risco para incontinência urinária e disfunção do assoalho pélvico dois anos após Diabete Melito gestacional. Rev Bras Ginecol e Obs. 2007 Apr;29(4):220–220. 12. Marini G, Pascon Barbosa AM, Damasceno DC, Michelin Matheus SM, De Aquino Castro R, Castello Girão MJB, et al. Morphological changes in the 35 fast vs slow fiber profiles of the urethras of diabetic pregnant rats. Urogynaecologia. 2011 Nov;25(1):9. 13. Piculo F, Marini G, Barbosa AMP, Damasceno DC, Matheus SMM, Felisbino SL, et al. Urethral striated muscle and extracellular matrix morphological characteristics among mildly diabetic pregnant rats: translational approach. Int Urogynecol J [Internet]. 2014 Mar 17;25(3):403– 15. Available from: http://link.springer.com/10.1007/s00192-013-2218-4 14. Marini G, Piculo F, Vesentini G, Barbosa AMP, Damasceno DC, Matheus SMM, et al. Effects of short-term severe and long-term mild STZ-induced diabetes in urethral tissue of female rats. Neurourol Urodyn [Internet]. 2017 Mar;36(3):574–9. Available from: http://doi.wiley.com/10.1002/nau.22974 15. Marini G, Piculo F, Vesentini G, Damasceno DC, Delella FK, Calderon IMP, et al. The influence of hyperglycemia on the remodeling of urethral connective tissue in pregnant rats. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2018 Feb;221:81–8. 16. Vieira M, Rudge C, Piculo F, Marini G, Damasceno DC, Mattos I, et al. Pesquisa translacional em diabetes melito gestacional e hiperglicemia gestacional leve: conhecimento atual e nossa experiência. Arq Bras Endocrinol Metab. 2013;57(7). 17. DeLancey JO, Starr RA. Histology of the connection between the vagina and levator ani muscles. Implications for urinary tract function. J Reprod Med. 1990 Aug;35(8):765–71. 18. HANDA V, HARRIS T, OSTERGARD D. Protecting the pelvic floor: obstetric management to prevent incontinence and pelvic organ prolapse. Obstet Gynecol. 1996 Sep;88(3):470–8. 19. Sarkar PK, Ritch AES. Management of urinary incontinence. Vol. 25, Journal of Clinical Pharmacy and Therapeutics. J Clin Pharm Ther; 2000. p. 251–63. 20. Martins G, Soler ZASG, Cordeiro JA, Amaro JL, Moore KN. Prevalence and risk factors for urinary incontinence in healthy pregnant Brazilian women. Int Urogynecol J. 2010 Oct;21(10):1271–7. 21. Henscher. Fisioterapia em ginecologia. 2007; 22. Auge AFP, Carramão S. Prolapso de órgãos pélvicos. In: Piato S. In: Ginecologia diagnóstico e tratamento. 2008. p. 81–90. 23. Lopes MHBM HR. Restrições causadas pela incontinência urinaria à vida da mulher. Rev Esc Enferm. 2006; 24. Bø K, Kvarstein B, Hagen RR, Larsen S. Pelvic floor muscle exercise for the treatment of female stress urinary incontinence: II. Validity of vaginal pressure measurements of pelvic floor muscle strength and the necessity of supplementary methods for control of correct contraction. Neurourol Urodyn. 1990;9(5):479–87. 25. Betschart C, Kim J, Miller JM, Ashton-Miller JA, DeLancey JOL. Comparison of muscle fiber directions between different levator ani muscle subdivisions: In vivo MRI measurements in women. Int Urogynecol J Pelvic Floor Dysfunct. 2014 Sep;25(9):1263–8. 26. Guzmán Rojas R, Wong V, Shek KL, Dietz HP. Impact of levator trauma on pelvic floor muscle function. Int Urogynecol J. 2014 Mar;25(3):375–80. 27. Nygaard IE, Thompson FL, Svengaus SL, Albright JP. Urinary incontinence in elite nulliparous athletes. Obstet Gynecol. 1994 Apr;84(2):183–7. 28. Bø K, Borgen JS. Prevalence of stress and urge urinary incontinence in 36 elite athletes and controls. Med Sci Sports Exerc. 2001 Nov;33(11):1797– 802. 29. de Oliveira FP, Bosi MLM, dos Santos Vigário P, da Silva Vieira R. Comportamento alimentar e imagem corporal em atletas. Rev Bras Med do Esporte. 2003 Nov;9(6):357–64. 30. Boyadzhyan L, Raman SS, Raz S. Role of static and dynamic MR imaging in surgical pelvic floor dysfunction. Radiographics. 2008 Mar;28(4):949–67. 31. Sartorão Filho CI, Pinheiro FA, Prudencio CB, Nunes SK, Takano L, Enriquez EMA, et al. Impact of gestational diabetes on pelvic floor: A prospective cohort study with three-dimensional ultrasound during two-time points in pregnancy. Neurourol Urodyn. 2020 Nov;39(8):2329–37. 32. Pinheiro F. Ultrassonografia tridimensional da funcionalidade dos músculos do assoalho pélvico de gestantes com diabete melito gestacional. Diss - Univ Estadual Paul Júlio Mesquita Filho, Fac Med Botucatu. 2017; 33. Bo K, Frawley HC, Haylen BT, Abramov Y, Almeida FG, Berghmans B, et al. An International Urogynecological Association (IUGA)/International Continence Society (ICS) joint report on the terminology for the conservative and nonpharmacological management of female pelvic floor dysfunction. Neurourol Urodyn. 2017 Feb;36(2):221–44. 34. Vassimon FIA, Ferreira CHJ, Martins WP, Ferriani RA, de Andrade Batista RL, Bo K. Surface electromyography and ultrasound evaluation of pelvic floor muscles in hyperandrogenic women. Int Urogynecol J [Internet]. 2016 Apr 17;27(4):587–91. Available from: http://link.springer.com/10.1007/s00192-015-2865-8 35. Baessler K, Metz M, Junginger B. Valsalva versus straining: There is a distinct difference in resulting bladder neck and puborectalis muscle position. Neurourol Urodyn. 2017 Sep;36(7):1860–6. 36. Sapsford RR, Hodges PW, Richardson CA, Cooper DH, Markwell SJ, Jull GA. Co-activation of the abdominal and pelvic floor muscles during voluntary exercises. Neurourol Urodyn [Internet]. 2001;20(1):31–42. Available from: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/1520- 6777(2001)20:1%3C31::AID-NAU5%3E3.0.CO;2-P 37. Neumann P, Gill V. Pelvic Floor and Abdominal Muscle Interaction: EMG Activity and Intra-abdominal Pressure. Int Urogynecol J [Internet]. 2002 Apr 18;13(2):125–32. Available from: http://link.springer.com/10.1007/s001920200027 38. Pauleta JR, Pereira NM GL. Sexuality during pregnancy. J Sex Med. 2010; 39. Pereira LC, Botelho S, Marques J, Amorim CF, Lanza AH, Palma P, et al. Are transversus abdominis/oblique internal and pelvic floor muscles coactivated during pregnancy and postpartum? Neurourol Urodyn [Internet]. 2013 Jun;32(5):416–9. Available from: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/nau.22315 40. Ptaszkowski K, Paprocka-Borowicz M, Slupska L, Bartnicki J, Dymarek R, Rosinczuk J, et al. Assessment of bioelectrical activity of synergistic muscles during pelvic floor muscles activation in postmenopausal women with and without stress urinary incontinence: a preliminary observational study. Clin Interv Aging [Internet]. 2015 Sep;1521. Available from: https://www.dovepress.com/assessment-of-bioelectrical-activity-of- synergistic-muscles-during-pel-peer-reviewed-article-CIA 37 41. Sapsford R. Rehabilitation of pelvic floor muscles utilizing trunk stabilization. Man Ther [Internet]. 2004 Feb;9(1):3–12. Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1356689X03001310 42. Vesentini G, El Dib R, Righesso LAR, Piculo F, Marini G, Ferraz GAR, et al. Pelvic floor and abdominal muscle cocontraction in women with and without pelvic floor dysfunction: a systematic review and meta-analysis. Clinics [Internet]. 2019 Nov 19;74. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6862713/ 43. Ferla L, Darski C, Paiva LL, Sbruzzi G, Vieira A. Synergism between abdominal and pelvic floor muscles in healthy women: a systematic review of observational studies. Fisioter em Mov [Internet]. 2016 Jun;29(2):399– 410. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 51502016000200399&lng=en&tlng=en 44. Van Geelen H, Ostergard D, Sand P. A review of the impact of pregnancy and childbirth on pelvic floor function as assessed by objective measurement techniques. Vol. 29, International Urogynecology Journal. Springer London; 2018. p. 327–38. 38 Seção 3 Resumos Expandidos Exame Geral de Qualificação 39 Resumo da Tese 40 Nunes, S. K. Análise da Atividade Eletromiográfica da Interação dos Músculos do Assoalho Pélvico e Reto Abdominal de Gestantes com Diabetes Mellitus Gestacional e Incontinência Urinária Específica da Gestação. 2022. Defesa para obtenção de titulo (Doutorado) – Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Brasil. Introdução: Pesquisas clínicas identificaram que mulheres diabéticas gestacionais apresentam inter-relação entre a Incontinência Urinária (IU) gestacional e Disfunção Muscular do Assoalho Pélvico (DMAP). Os músculos do assoalho pélvico (MAP) representam elemento crítico na sustentação dos órgãos pélvicos, fornecendo suporte ativo tanto em repouso quanto durante a atividade. Os resultados das pesquisas experimentais originadas desse resultado clínico evidenciaram alterações nos músculos estriados uretrais e músculo reto abdominal (MRA) de ratas diabéticas prenhes que mostrou atrofia muscular com desorganização e rompimento de fibras, alteração na organização dos tipos de fibras slow e fast (Tipo I e II), com aumento das fibras fast, fibrose e aumento do colágeno I/III que caracterizam matriz extracelular rígida. Estes achados corroboram os da literatura sobre o fato da integridade da estrutura dos músculos abdominais e do assoalho pélvico sofrer alterações nas diferentes fases da vida da mulher, particularmente na gestação e parto, sendo que a gestação complicada pelo diabetes pode ter alterações ainda mais evidentes, causando impacto negativo na qualidade de vida. A contração coordenada e eficaz dos MAP está relacionada à manutenção das funções de micção, evacuação e sexualidade. A DMAP é distúrbio que afeta a capacidade de controlar e coordenar os MAP, está associada à incontinência urinária de esforço, síndrome da bexiga hiperativa, prolapso de órgão pélvico, incontinência anal, dor pélvica, disfunção sexual e constipação, resultando em impacto negativo na qualidade de vida. A IU também está associada a um padrão de ativação alterado dos MAP em relação aos músculos abdominais durante as atividades funcionais incluindo as atividades que geram aumento da pressão intra-abdominal (PIAb). Achados provenientes de nossas pesquisas associam o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) com a DMAP. O DMG é definido como distúrbio de tolerância à glicose com início durante a gravidez, relacionado com a deterioração da função 41 muscular fisiológica e associado ao termo "miopatia diabética", que se refere a alterações funcionais, metabólicas e estruturais que são induzidas pelo diabetes mellitus (DM) no músculo esquelético. Tendo em vista a importante repercussão negativa da incontinência urinária específica da gestação (IUEG) e este seja um distúrbio amplamente investigado, não existe na literatura nacional e internacional instrumento construído e validado para identificar e avaliar especificamente a IUEG, demostrando ser necessária a construção e validação de um questionário inédito para identificar e avaliar a IUEG na população brasileira. Estudos clínicos demonstraram que o DMG impacta negativamente na atividade eletromiográfica dos MAP ao longo da gestação. Lesão que acomete o músculo reto abdominal durante a gestação também foi relacionada ao DMG. Estudos translacionais mostraram impactos prejudiciais tanto de hiperglicemia leve de longo prazo quanto de hiperglicemia severa de curto prazo no músculo uretral de ratas prenhes, como: atrofia, adelgaçamento, desorganização, ruptura das fibras musculares e perda de tipos específicos de fibras de localizações anatômicas normais, denotando conexão entre os níveis de glicemia e estrutura do MAP. Recentemente, protocolo de estudo clínico estabeleceu pesquisa de biomarcador bem desenvolvida em novo modelo conceitual do papel da integração da tríade DMG, IUEG e miopatia hiperglicêmica como preditora de IU de longo prazo e DMAP. A avaliação do desempenho dos MAP por meio da Eletromiografia de superfície (EMG) é capaz de, além de analisar sua funcionalidade, também identifica o exato momento em que determinado músculo entra em ação, e assim verificar se há co-contração entre os músculos. A avaliação deve incluir o desempenho dos MAP em repouso e em atividades dinâmicas. O emprego da EMG, que é utilizada como forma de avaliação em trabalhos que analisaram a função dos MAP durante a gestação, é pertinente para analisar o status muscular, pois é possível obter dados como o recrutamento de unidades motoras, velocidade de condução das fibras musculares e a fadiga muscular, variáveis importantes para identificar com eficácia diversos aspectos do desempenho muscular da gestante. A técnica é de acesso fácil, sem radiação, com desconforto mínimo, tem boa confiabilidade inter-observador e interdisciplinar, além de permitir avaliação dinâmica. Justificativa: Aprofundar e preencher lacunas do conhecimento sobre a repercussão do DMG e da miopatia hiperglicêmica a longo prazo torna-se 42 imprescindível. Nesse contexto, analisar o desempenho dos MAP com avaliações eletromiográficas confiáveis, objetivas, visíveis e em tempo real é método alternativo para orientar a prática clínica e científica nos cuidados preventivos e terapêuticos. Objetivos: 1) Construção e validação de um instrumento para avaliação da incontinência urinária específica da gestação em mulheres brasileiras. 2) Analisar o efeito do DMG na funcionalidade dos MAP durante a gestação pela avaliação eletromiográfica. Métodos: 1) Trata-se de estudo transversal realizado no Centro de Pesquisas em Diabetes Perinatal (CPDP) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Medicina de Botucatu, Brasil. A ferramenta de guia STROBE foi usada como guia para relatar este estudo. Os dados foram coletados entre março/2018 a dezembro/2021. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 31976620.1.0000.5411). As gestantes foram recrutadas para participar do estudo durante a rotina de rastreio do DMG no CPDP. Os critérios de inclusão foram gestantes entre 18-40 anos de idade, normoglicêmicas e com DMG em tratamento não medicamentoso. Foram excluídas as participantes com DM tipo I ou II, uso de hipoglicemiantes, triagem ou diagnóstico inadequado de DMG, tratamento farmacológico após falha no controle da glicose com modificação do estilo de vida e dieta, doença do tecido conjuntivo, distúrbios neurológicos, prolapso de órgão pélvico ou cirurgia de incontinência, distúrbio hipertensivo gestacional ou pré-existente e incapacidade de realizar a sequência de contração dos MAP. O diagnóstico do DMG foi realizado de acordo com os critérios da American Diabetes Association (ADA) e quando confirmado estas participantes foram alocadas no grupo DMG. As participantes com resultado negativo foram alocadas no grupo normoglicêmico (NG). As participantes foram submetidas a aplicação do questionário e avaliação dos MAP pela EMG considerando a área dos levantadores do ânus. Todas as participantes forneceram consentimento informado previamente ao início da coleta de dados. 2) Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE 82225617.0.0000.5411). O modelo foi proposto para avaliar o desempenho dos MAP em suas diferentes atividades por meio da EMG e desenhado com base na importância de incluir, além da medida de repouso inicial, as medidas de repouso 43 antes e depois de cada atividade realizada. Este conceito permitirá análise ampliada e detalhada do desempenho dos MAP e MRA entre os repousos, entre as atividades e repousos, bem como entre atividades semelhantes e/ou opostas. Resultados: 1) Na primeira etapa foi feita uma revisão bibliográfica e análise de entrevistas qualitativas. Após a retirada de detalhes sugeridos pelos especialistas, obtiveram-se 14 itens como versão final do questionário. A avaliação das propriedades psicométricas do instrumento foi feita em segundo lugar. Foram relatadas a análise das propriedades psicométricas do instrumento, incluindo validade de conteúdo, validade formal, validade de construto e confiabilidade (consistência interna). 2) Durante as contrações rápidas não houve diferenças na atividade eletromiográfica dos MAP entre os grupos. A ativação dos MAP superficiais das mulheres com DMG independente do status da continência urinária foram semelhantes, mas separadamente eles diferiram da ativação das mulheres do grupo normoglicêmico-incontinente (NG-IU) sendo assim, as mulheres do grupo diabético-continente (DMG-C) e diabético-incontinente (DMG-IU) ativaram 56,3% (p=,000) e 28,7% (p=,047) menos os MAP superficiais comparado com as NG-IU, respectivamente. Em relação a ativação sinérgica do MRA durante a tarefa de contração rápida do AP, a ativação do RA das mulheres com DMG independente do status da continência urinária foi semelhante, mas separadamente eles diferiram da ativação das mulheres do grupo NG-IU sendo assim, as mulheres DMG-C e as mulheres DMG-IU ativaram 39,1% (p=,001) e 34,8% (p=,005) menos o MRA comparado com as NG-IU, respectivamente. Conclusão: 1) O PSUI-Q é uma escala baseada em conteúdo, que permite que clínicos ou pesquisadores não apenas caracterizem os níveis de sobrecarga emocional, social, financeiro, profissional e sexual experimentados por mulheres grávidas, mas também oferece uma compreensão mais personalizada da sua angústia durante esse período específico. Portanto, o PSUI-Q é uma medida valiosa que pode ser usada como base para os profissionais de saúde desenvolverem cuidados adequados para atender às necessidades individuais das mulheres. Compreender a sobrecarga da gestante deve ser um componente fundamental para o desenvolvimento de um pré-natal adequado para auxiliar a mulher no enfrentamento de sua situação, evitando as consequências adversas da carga emocional materna. O PSUI-Q desenvolvido com 14 itens foi 44 confirmado como tendo validade e confiabilidade satisfatórias. 2) Os resultados preliminares deste estudo indicam que mulheres que são DMG- C e DMG-IU ativam menos os MAP e RA quando comparadas com mulheres NG-C e NG-IU. Palavras-Chaves: Assoalho pélvico; eletromiografia; diabetes mellitus gestacional; músculo do assoalho pélvico; gravidez; incontinência urinária; questionário. 45 Summary of Abstract 46 Nunes, S. K. Electromyographic Analysis of the Interaction of Pelvic Floor and Rectus Abdominal Muscles in Pregnant Women with Gestational Diabetes Mellitus and Pregnancy-Specific Urinary Incontinence. 2022. Doctorate - Botucatu Medical School (FMB), São Paulo State University (UNESP), Brazil. Introduction: Clinical research has identified that women with gestational diabetes have an interrelationship between gestational urinary incontinence (UI) and pelvic floor muscular dysfunction (PFMD). The pelvic floor muscles (PFM) are critical to supporting the pelvic organs, providing active support both at rest and during activity. The experimental research from this clinical result showed altered striated urethral muscles and rectus abdominis muscle (RAM) in pregnant diabetic rats. Those had muscle atrophy with fiber disorganization and disruption, altered organization of slow and fast fiber types (type I and II), increased fast fibers and fibrosis as well collagen I/III, leading to a rigid extracellular matrix. These findings corroborate the literature on the integrity of the structure of the abdominal muscles and the pelvic floor changes throughout women’s lives, particularly during pregnancy and childbirth. Besides, diabetes-complicated pregnancies may have even more evident changes, hurting the quality of life. The coordinated and effective contraction of PFM is related to the maintenance of urination, evacuation, and sexual functioning. PFMD is a disorder that affects the ability to control and coordinate PFM associated with stress urinary incontinence, overactive bladder syndrome, pelvic organ prolapses, anal incontinence, pelvic pain, and sexual dysfunction and constipation, thus negatively impacting the quality of life. UI is also associated with altered PFM activation patterns in abdominal muscles during functional activities, including those that increase intra-abdominal pressure (PIAb). Findings from our research associate gestational diabetes mellitus (GDM) with DMAP. GDM is defined as a glucose tolerance disorder with onset during pregnancy. It is related to physiological muscle function deterioration and associated with the term "diabetic myopathy," which refers to functional, metabolic, and structural changes that diabetes mellitus (DM) induces in the skeletal muscles. Given the strong negative impact of pregnancy-specific urinary incontinence (PSUI) and how it is a widely investigated disorder, no built, validated instruments exist in the national and 47 international literature to specifically identify and evaluate PSUI. That shows the need to develop and validate an unprecedented questionnaire to identify and assess the SUI in the Brazilian population. Clinical studies have shown that DMG negatively impacts the electromyographic activity of PFM throughout pregnancy. An injury affecting the rectus abdominis muscle during pregnancy was also related to GDM. Translational studies have shown harmful impacts of both mild long-term hyperglycemia and severe short-term hyperglycemia on the urethral muscle of pregnant rats. These include atrophy, thinning, disorganization, muscle fiber rupture, and loss of specific types of fibers from normal anatomical locations, denoting a connection between blood glucose levels and PFM structure. Recently, a clinical trial protocol established well-developed biomarker research in a new conceptual model of the role of integrating the triad GDM, PSUI, and hyperglycemic myopathy as a predictor of long-term UI and PFMD. In addition to analyzing muscle functionality, PFM performance evaluation via electromyography (EMG) can identify the exact moment when a particular muscle acts and thus checks for co-contraction between the muscles. The assessment should include PFM performance at rest and in dynamic activities. Studies that analyze PMF function during pregnancy use EMG as an assessment. It is relevant to analyze muscle status as it can obtain data such as the recruitment of motor units, the conduction velocity of muscle fibers, and muscle fatigue, which are essential variables to efficiently identify different aspects of pregnant women's muscle performance. In addition, the technique is easily accessible, does not require radiation, has minimal discomfort and good inter-observer and interdisciplinary reliability, and allows dynamic evaluation. Justification: Deepening and filling knowledge gaps about the long-term repercussion of GDM and hyperglycemic myopathy becomes essential. In this context, analyzing PFM performance with reliable, objective, visible, and real- time electromyographic assessments is an alternative method to guide clinical and scientific practice in preventive and therapeutic care. Objectives: 1) To build and validate an instrument to assess pregnancy-specific urinary incontinence in Brazilian women. 2) To analyze the effect of DMG on PFM functionality during pregnancy via electromyographic assessment. 48 Methods: 1) This is a cross-sectional study performed at São Paulo State University's Botucatu Medical School's Research Center on Perinatal Diabetes (RCPD UNESP), Brazil. The Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) guide tool was used as a guide to report this study. Data were collected between March 2018 and December 2021. This study was approved by the Research Ethics Committee (CAAE 31976620.1.0000.5411). The study recruited pregnant women to participate in the routine GDM screening at the RCPD. Inclusion criteria were pregnant women between 18-40 years of age who were normoglycemic and had GDM on a non- drug treatment. Participants with type I or II DM, using hypoglycemic agents, with inadequate screening or diagnosis of GDM, pharmacological treatment after failure of glucose control with lifestyle and diet modification, connective tissue disease, neurological disorders, and organ prolapse were excluded. GDM was diagnosed according to the American Diabetes Association (ADA) criteria, and when confirmed, these participants were allocated to the GDM group. Participants with a negative result were assigned to the normoglycemic (NG) group. The participants were submitted to filling out a questionnaire and were assessed for PFM by the EMG considering the levator ani area. All participants provided informed consent before data collection. 2) This study was approved by the Research Ethics Committee (CAAE 82225617.0.0000.5411). The model proposed to evaluate the performance of PFMs in their different activities through EMG was designed based on the importance of including rest measures before and after each activity performed besides the initial rest measure. This concept will allow for an extended, detailed PFM and RAM performance analysis between rests, between activities and rests, and between similar or opposite activities. Results: 1) The first stage included a bibliographic review and analysis of qualitative interviews. After removing details suggested by the experts, 14 items were included in the final version of the questionnaire. The assessment of the instrument's psychometric properties was performed afterward. Finally, the analysis of the instrument's psychometric properties, including content validity, formal validity, construct validity, and reliability (internal consistency), were reported. 2) There were no differences in PFM electromyographic activity between groups 49 during rapid contractions. Superficial PFM activation in women with GDM regardless of urinary continence status was similar, but separately they differed from activation of women in the normoglycemic-incontinent (NG-UI) group. Thus, women in the diabetic-continent (GDM-C) and diabetic-incontinent (DMG-UI) groups activated 56.3% (p=.000) and 28.7% (p=.047) less superficial PFM compared to NG-UI, respectively. Regarding the synergistic activation of the RAM during the rapid contraction task of the PF, the activation of the RAM of the women with GDM regardless of their urinary continence status was similar, but separately they differed from the activation of the women in the NG-UI group. GDM-C and GDM-UI women activated 39.1% (p=.001) and 34.8% (p=.005) fewer MRA than NG-UI, respectively. Conclusion: 1) The PSUI-Q is a content-based scale clinicians and researchers use to define emotional, social, financial, professional, and sexual burden levels pregnant women experience, as well as provide a more tailored understanding of their distress during that period. Therefore, the PSUI-Q is a valuable measure health care professionals can use to develop appropriate care to meet women's individual needs. Understanding the burden of pregnant women should be fundamental to developing proper prenatal care to help women cope with their situation and avoid the adverse consequences of the maternal emotional burden. The 14-item PSUI-Q had satisfactory validity and reliability. 2) The preliminary results in this study indicate that women who are GDM-C and GDM-UI activate less PFM and RAM when compared to NG-C and NG-UI women. Key words: Pelvic floor; electromyography; gestational diabetes mellitus; pelvic floor muscle; pregnancy; urinary incontinence; questionnaire. 50 Seção 4 Artigos 51 Artigo 1 Artigo Original redigido de acordo com as normas de publicação da International Urogynecology Journal (IUJ) para a qual será submetido. https://www.springer.com/journal/192 https://www.springer.com/journal/192 52 Development and Validation of the Pregnancy-Specific Urinary Incontinence Questionnaire (PSUI-Q) in a Brazilian population Sthefanie K Nunes1‡, PT, MS, PT, Caroline B. Prudencio1‡, Henrique C. M. Bassin¹*, Luana Fávaro Iamundo¹*, PT, PhD, José Eduardo Corrente¹*, PhD, Marilza V. C. Rudge1●, MD, PhD, Angélica M. P. Barbosa1,2●, PT, PhD, Diamater Study Group1# ‡ SKN and CBP are first authors on this work. ● MVCR and AMPB are last authors on this work. * These authors contributed equally to this work. #Diamater Study Group - Rudge MVC, Barbosa AMP, Calderon IMP, Souza FP, Lehana T, Graeff CFO, Magalhães CG, Costa RAA, Lima SAM, Rodrigues MRK, Felisbino SL, Barbosa WF, Campos FJ, Bossolan G, Corrente JE, Nunes HRC, Abbade JF, Rossignoli PS, Pedroni CR, Atallah ÁN, Jármy-Di Bella ZI, Uchôa SMM, Duarte MAH, Mareco EA, Sakalem ME, Martinho NM, Bussaneli DG, Orlandi MIG, Pascon C, Dangió TD, Rudge CVC, Piculo F, Prata GM, Avramidis RE, Carvalho CNF, Magyori ABM, Nava GTA, Caldeirão TCD, Shetty RHL, Reyes DRA, Alves FCB, Marcondes JPC, Takemoto MLS, Prudencio CB, Pinheiro FA, Sartorao Filho CI, Quiroz SBCV, Pascon T, Nunes SK, Catinelli BB, Reis FVDS, Oliveira RG, Costa SMB, Menezes MO, Santos NJ, Enriquez EMA, Takano L, Carr AM, Garcia GA, Iamundo LF, Bassin HCM, Barbosa VP, Jacomin M, Silva AJB, Lourenço IO, Marostica de Sá J, Caruso IP, Rasmussen LT, Nogueira VKC, Ribeiro-Paes JT, França DCH, Bastos HVM, Heliodoro MLA, Kuroda MN, Carvalho, H.L. 1São Paulo State University (Unesp), Botucatu Medical School, Brazil, Department of Gynecology and Obstetrics, Botucatu Medical School, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Brazil. 2São Paulo State University (Unesp), School of Philosophy and Sciences, Marilia Brazil, Department of Physiotherapy and Occupational Therapy, Brazil. Corresponding Author: Angélica Mercia Pascon Barbosa Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, UNESP Rua Hygino Muzzi Filho, 737 - Mirante SP 17525-900, Marília, SP, Brasil, Phone: +55 (18) 99791-7050, Email: angelicapascon@gmail.com Data Availability Statement: All relevant data are in the paper and its Supporting Information files. Funding: The authors received funding from Fapesp 2016/01743-5 and Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES) Competing interests: The authors have declared that there are no competing interests. mailto:angelicapascon@gmail.com 53 Abstract Aim: This study aimed to develop and validate the pregnancy-specific urinary incontinence questionnaire (PSUI-Q) for the first time. We used a qualitative study design to develop the scale and a cross-sectional study to establish its validity. Methods: This is a descriptive and analytical cross-sectional study to develop and validate an instrument to assess pregnancy-specific urinary incontinence conducted in two stages: (1) Development of an item pool; (2) Item reduction and development of the PSUI-Q. Results: 10 gynecology and obstetrics experts contributed to developing the scale. There is a positive evaluation for at least 80% of the judges for each item, which validates the questionnaire regarding the construct. Considering the data from 22 patients, as the responses had a slight variation, the alpha value was low (=0.44). Psychometric property evaluation of the instrument was performed afterward. Changes were made according to the experts' suggestions on item wording and arrangement. The alpha value is close to 0.7, which is considered suitable for the questionnaire's consistency and coherence. Conclusions: The PSUI-Q is a content-based scale clinicians and researchers use to define the burden levels pregnant women experience. Additionally, it is a valuable measure health care providers can use as a foundation to provide the appropriate care and meet women's individual needs. Item 14 item confirmed these needs had confirmed validity and reliability. Keywords: questionnaire, specific urinary incontinence, pregnancy, development, validation. 54 Introduction Pregnancy and delivery may cause disorders in the pelvic floor, including urinary incontinence (UI), whose rates during pregnancy range from 25% to 75% (1). Pelvic floor disorders significantly decrease pelvic floor muscle (PFM) strength (2). UI or involuntary urine leakage is a distressing and severe health problem with a significant psychosocial and economic burden that leads to significant quality of life issues (3). This involuntary passing of urine is a common health condition experienced by 10-20% of women; however, only 25% seek or receive treatment (4). Whether resulting from conscious planning, pregnancy and childbirth is women's most meaningful change of a lifetime (5). Women's physiological states change multiple times during pregnancy. These alterations could be of particular importance in the medical care of pregnant women (6). Understanding the anatomic relationship between the pelvic floor muscles and the pelvic girdle, spine, and hips aids the rehabilitation provider in diagnosing, managing, and providing the appropriate referrals (7). Stress urinary incontinence (SUI) is the most common and prevalent type of UI during pregnancy (8). This type of UI is defined as the involuntary passing of urine during physical activity due to a sudden increase in intra-abdominal pressure without detrusor contraction or underactivity (9). Injuries to the pelvic floor during pregnancy and childbirth are considered significant risk factors (8). Although the SUI is the most prevalent UI type during pregnancy, women also complain about urinary incontinence and its combination, which is named mixed urinary incontinence (10). In addition, women who experience UI for the first time during pregnancy are termed “pregnancy-specific UI (PSUI)” (11). 55 Most clinicians have encountered situations where a woman struggled physically and psychologically to understand her voiding dysfunction. The International Continence Society (ICS) recommends including quality of life as an outcome in clinical trials (12). Guidelines for diagnosis and treatment of urinary incontinence were published in 2012 by the American Urological Association (13), and several questionnaires are available to determine which type of chronic urinary incontinence is present (14). However, instruments are insufficient to assess and diagnose PSUI explicitly. Quality of life is a multidimensional concept that refers to the subjective impact health and illnesses have on a person's physical, social, emotional, and cognitive functioning (15) and can be assessed using disease‐specific or generic outcome measures (16). The National Institute for Health and Care Excellence guidelines recommend validated questionnaires to evaluate UI treatment interventions (17). However, there is a considerable variation in the quality-of-life instruments used in studies on women with UI, and there is no consensus on which instruments have the highest psychometric quality (18). The World Health Organization Consultation on Incontinence proposed the International Consultation on Incontinence Questionnaire Short Form (ICIQ-SF) (19) to provide a clinically easy-to-use set of modules covering all aspects of the assessment of urinary incontinence severity and its impact on quality of life. A preliminary study showed a high degree of reliability and validity in that questionnaire (20), but there was a moderate level of evidence for insufficient criterion validity (21); besides, reliability and hypothesis testing for construct validity were uncertain (22). King´s Health Questionnaire (KHQ) is also designed to assess urinary 56 incontinence's impact on quality of life. However, there was a high level of evidence for insufficient internal consistency (Cronbach's α: 0.52–0.89) and very low‐level evidence for sufficient test-retest reliability due to inadequate methodological quality as test conditions were not similar at follow-up in a study on that property (23). PSUI assessment criteria are unclear and have been measured using tools from other types of UI. Therefore, there is a need to develop a unique questionnaire to measure PSUI as the tools used in the individual studies were too diverse and unspecific. Besides, such a variety of instruments makes it difficult to compare the results of assessments and integrate the evidence that may interfere with the clinical application of the results. Measuring the emotional, social, financial, professional, and sexual dimensions of PSUI involves complex and interrelated problems that need to be considered. Most research has only studied the assessment of and intervention in general areas of UI (18), not including pregnancy as the main factor. However, these approaches can mask complex problems experienced by pregnant women. The complex issues experienced by those women and the multiple interventions required for their prenatal emphasize the need to develop a specific tool for measuring the burden of PSUI. Therefore, our study aimed to develop and validate the Pregnancy-specific Urinary Incontinence Questionnaire (PSUI-Q). We used a qualitative study design to develop the scale and a cross-sectional study to establish its validity. Methods Study Population 57 This is a qualitative and cross-sectional study on developing and validating an instrument to assess the Pregnancy-Specific Urinary Incontinence Questionnaire. The Medical School (FMB) of São Paulo State University (UNESP)'s Research Ethics Committee approved this study under No. 31976620.1.0000.5411. Furthermore, participants received written information about this study's aim and procedures and learned their right to withdraw at any time. Initial PSUI-Q development We conducted this study in two stages: 1- Development of an item pool; 2- Item reduction and development of the PSUI-Q. The first stage aimed to manage a qualitative study to create a pool of the questionnaire’s primary items. This stage focused on literature review findings and qualitative conventional content analysis. The International Consultation on Incontinence Questionnaire (ICIQ-SF) (20) is a simple questionnaire that provides a quick assessment of the impact urinary incontinence has on quality of life and classifies unintentional passing of urine experienced by patients. However, there are not enough instruments in the literature to measure the impact of pregnancy-specific urinary incontinence on pregnant women at the assessment time. Content validity of the initial PSUI-Q We mailed an item-review document with a cover letter explaining the 58 PSUI-Q’s purpose and an item-scoring form with instructions to the expert panel. The panel includes ten professionals who are experts in maternal health, research, and questionnaire development. They were asked to evaluate the behavior, objectivity, simplicity, plainness, relevance, precision, variety, modality, typicality, and credibility of the PSUI-Q items with a dichotomous scale ranging from 0 (not appropriate) to 1 (very appropriate). The experts provided item revision suggestions. PSUI-Q psychometric property examination The instrument’s psychometric properties were assessed, including face, content, construct validity, and reliability (internal consistency). The content validity index (CVI) for each item and the content validity index for all scales (CVIS) were estimated. The CVI is calculated as the percentage of experts giving 1 on a scale, while the CVIS is the average of the total CVI on the scale. CVI and CVIS values equal to or greater than 0.7 are considered appropriate when at least six experts rate the items (23). CVI relevance, correctness, and comprehensibility ranges for each item on the PSUI-Q were 0.67–1.0, 0.67– 1.0, 0.5–1.0, respectively, and four items (4, 5, and 11–14) had unacceptable CVI due to unclear and redundant content commanded by the experts. Therefore, after the four items were changed, the remaining 14 were processed for further psychometric properties testing. Instruments Pregnancy-Specific Urinary Incontinence Questionnaire (PSUI-Q) The PSUI-Q is a self-reported scale designed to detect four domains of 59 specific distresses of activity restriction, including (1) role function changes; (2) fetal safety and health; (3) physical and psychological care issues; and (4) socioeconomic and medical issues (24). The initial PSUI-Q had 16 questions, which were decreased to 14 after an expert's review. Furthermore, to account for variations in each woman's situation, we included four filter questions (items 5, 6, 8, and 9) that attempted to explore the issues of frequency and amount of urinary incontinence. Respondents could skip the question if they did not experience what the filter question described. The ICIQ-SF Portuguese version with appropriate reliability and validity (24) was used to build the PSUI-Q by offering support and guiding its elaboration. 60 61 Data Analyses The data obtained with the judges' scale were descriptively analyzed for each attribute assessed to the items (behavior, objectivity, simplicity, plainness, relevance, precision, variety, modality, typicality, and credibility). A total of 80% of concordant answers among the judges were considered satisfactory, thus considering the evaluation of the questionnaire construct. After that evaluation, a group of patients (n=22) answered the questionnaire to calculate psychometric measures, such as Cronbach's alpha, item-item ratio, and correlation between items to assess internal consistency. Values above 0.9 had very good consistency; 0.8-0.9 good consistency; 0.7-0.8 reasonable consistency; 0.6-0.7 weak consistency; and below 0.6 unacceptable consistency. All analyzes were performed using SAS v. 9.4 for Windows. Results A literature review and qualitative interview analysis were performed in this first stage, and item 15 was removed. Then, after eliminating details suggested by experts, 14 items were included in the questionnaire’s final version. The instrument's psychometric properties were then assessed. Finally, the instrument’s psychometric properties analysis was reported, including content validity, formal validity, construct validity, and reliability (internal consistency). Validity assessment At this stage, after obtaining experts’ comments, CVR and CVI values were calculated to evaluate the questionnaire's content validity; 14 items achieved acceptable CVR and CVI values and were approved. Changes were made 62 according to the experts' suggestions on item wording and arrangement. We interviewed 22 patients to assess questionnaire item comprehensibility and added examples to some items according to their comments to improve fluency and comprehension. 63 Table 1. Judges' assessment result regarding the PSUI-Q for the considered items. *Results for internal consistency using Cronbach's alpha and test-retest reliability. Questions Item cat 1 % 2 % 3 % 4 % 5 % 6 % 7 % 8 % 9 % 10 % 11 % 12 % 13 % 14 % Behavior 0 1 10 2 20 0 0 1 10 0 0 0 0 1 10 0 0 0 0 1 10 1 10 1 10 1 10 1 10 1 9 90 8 80 10 100 9 90 10 100 10 100 9 90 10 100 10 100 9 90 9 90 9 90 9 90 9 90 Objectivity 0 1 10 3 30 0 0 1 10 0 0 0 0 1 10 0 0 0 0 2 20 1 10 1 10 1 10 1 10 1 9 90 7 70 10 100 9 90 10 100 10 100 9 90 10 100 10 100 8 80 9 90 9 90 9 90 9 90 Simplicity 0 0 0 0 0 2 20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 1 10 1 10 1 10 1 10 1 10 100 10 100 8 80 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 9 90 9 90 9 90 9 90 9 90 Clarity 0 1 10 1 10 2 20 1 10 2 20 0 0 1 10 2 20 0 0 1 10 1 10 1 10 1 10 1 10 1 9 90 9 90 8 80 9 90 8 80 10 100 9 90 8 80 10 100 9 90 9 90 9 90 9 90 9 90 Relevance 0 0 0 1 11.1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 9 100 8 88.9 9 100 9 100 9 100 9 100 9 100 9 100 9 100 9 100 9 100 9 100 9 100 9 100 Precision 0 0 0 1 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 100 9 90 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 Variety 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 Modality 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 1 10 1 10 1 10 1 10 1 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 9 90 9 90 9 90 9 90 9 90 Typicality 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 0 0 0 0 1 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 9 90 10 100 10 100 9 90 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 Credibility 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 9 90 10 100 10 100 10 100 10 100 10 100 64 Table 1 shows a positive evaluation [1] for at least 80% of the judges for each item, validating the questionnaire regarding its construct. Characteristics of participants A total of 10 gynecology and obstetrics experts contributed to developing the scale. We used a Pasquali (25) method, which is a valid scale development method starting with experts' contributions. We initially gathered a panel of four experts to contribute to the scale's topics and types of questions. Table 2. Descriptive demographic characteristics of pregnant women. Variable Mean SD 1 - Maternal age (years) 29.9 5.4 2 - Gestational age (weeks) 27.7 5.4 Frequency (N=21) % 3- Partnership status (1) (1) married/living together 2 9.52 (2) (2) single 19 90.48 4 - Education level (1) (1) basic level 1 3 14.29 (2) (2) high school 2 15 71.43 (3) (3) college/university 3 3 14.29 5 – Religion (1) (1) catholic 1 6 28.57 (2) (2) evangelical 2 12 57.14 (3) (3) others 3 3 14.29 *The Chi-square test compared the result of differences in demographic and personal characteristics of pregnant women. Questions in the psychometric assessment were renumbered according to their items. Patients could answer more than one item in each question. Thus, we increased the items and assessed consistency and coherence with Cronbach's alpha coefficient calculation and the item-item evaluation for the questions. Considering the 22 patients' data, as the responses had a slight variation, 65 the alpha value was low (=0.44). Therefore, an item-by-item analysis was performed to avoid an increased sample size, which influences the alpha value. Thus, we removed items 4.3, 4.5, 5.3, 5.4, 7.2, 7.4, 7.5, 8.3, and 8.4 (when I laugh, when I walk, two or three times a week, several times a day, when I feel cold, when I finished urinating and am getting dressed, without knowing why, two or three times a week, several times a day) and turned questions 10, 11, 12, 13 and 14 into dichotomous alternatives. Consequently, the alpha value approached 0.7, which is considered suitable for questionnaire consistency and coherence. Discussion To the authors' knowledge, this is the first study to develop and execute a detailed validation of a questionnaire to assess the factors influencing urinary incontinence among pregnant women. We conducted this study to design and assess a questionnaire's psychometric properties and factor structure that assesses urinary incontinence during pregnancy. Some reasons include individual perceptions, attitudes toward UI, changes in social and professional life, financial impact, sexual dysfunction, and fear and anxiety about the consequences of a UI diagnosis. These can be included as related reasons and relevant factors this instrument can assess. The items reflected pregnant women's perspectives and were verified by the published specialized literature. Such an approach ensured tool content validity during early research (26). The questionnaire in this study measures both treatment areas (medicine and physiotherapy), while most previous instruments (27) could not significantly 66 assess pregnancy-specific urinary incontinence. One limitation of this study may be related to the sample size. However, previous studies that aimed to build and validate a questionnaire to assess urinary incontinence during pregnancy included few participants in their validation process (28). Moreover, sample size studies have rarely been justified in validation studies (29). However, due to being a recent questionnaire, its usefulness has not yet been thoroughly analyzed in clinical practice, and we need further research to evaluate its feasibility and accessibility (30). Future studies should also investigate the responsiveness of the questionnaire to assess PSUI. The main limitation of this study should be noted: All pregnant women who had experienced one or more pregnancies were included. Even though some studies revealed women in their first pregnancy have different PSUI experiences than those in their second or later pregnancies, we still cannot ignore the impact of multiparity on the PSQUI-Q psychometric properties. This study results indicate that the assessment questionnaire for pregnancy-specific urinary incontinence and its respective development during pregnancy is reproducible and valid for Brazilian pregnant women. Furthermore, the questionnaire's Brazilian Portuguese version will contribute to health care professionals' clinical practice and scientific research by optimizing PSUI-related assessments in Brazilian pregnant women. This will allow objective measurements through the questionnaire sub-items, facilitating clinical decision- making, follow-up, and reassessment. Further research encompassing structural validity and confirmatory analyses is required. 67 Conclusion The PSUI-Q is a content-based scale clinicians and researchers use to define the burden pregnant women experience and offer a more tailored understanding of their distress during this specific period. Additionally, it is a valuable measure health care providers can use as a foundation to provide the appropriate care and meet women’s individual needs. Understanding the burden of pregnant women should be a key component of developing appropriate prenatal care and assist women in coping with their situation, avoiding the adverse consequences of the emotional burden of motherhood. The developed 14-item PSUI-Q was confirmed to have satisfied validity and reliability. 68 References 1. Kumtepe Y. 2009. Pelvic floor, pregnancy and delivery. In: Yalcin O editor., € Basic Urogynecology. Istanbul: p 61–5. 2. Kahyaoglu Sut H, Balkanli Kaplan P. Effect of pelvic floor muscle exercise on pelvic floor muscle activity and voiding functions during pregnancy and the postpartum period. NeurourolUrodyn. 2016 Mar;35(3):417-22. doi: 10.1002/nau.22728. Epub 2015 Feb 3. PMID: 25648223. 3. Padmanabhan P, Dmochowski R. Urinary incontinence in women: a comprehensive review of the pathophysiology, diagnosis and treatment. Minerva Ginecol. 2014 Oct;66(5):469-78. Epub 2014 Jul 31. PMID: 25078140. 4. Lukacz ES, Santiago-Lastra Y, Albo ME, Brubaker L. Urinary Incontinence in Women: A Review. JAMA. 2017 Oct 24;318(16):1592-1604. doi: 10.1001/jama.2017.12137. PMID: 29067433. 5. Oates M. Normal emotional changes in pregnancy and the puerperium. BaillieresClinObstetGynaecol. 1989 Dec;3(4):791-804. doi: 10.1016/s0950-3552(89)80065-3. PMID: 2700143. 6. Kohlhepp LM, Hollerich G, Vo L, Hofmann-Kiefer K, Rehm M, Louwen F, Zacharowski K, Weber CF. PhysiologischeVeränderungen in der Schwangerschaft [Physiological changes during pregnancy]. Anaesthesist. 2018 May;67(5):383-396. German. doi: 10.1007/s00101- 018-0437-2. PMID: 29654495. 7. Eickmeyer SM. Anatomy and Physiology of the Pelvic Floor. Phys Med Rehabil Clin N Am. 2017 Aug;28(3):455-460. doi: 10.1016/j.pmr.2017.03.003. Epub 2017 May 27. PMID: 28676358. 8. Santos PC, Mendonc¸a D, Alves O, Barbosa AM. [Prevalence and impact of stress urinary incontinence before and during pregnancy]. Acta Med Port. 2006; 19(5):349–56. PMID: 17376320. 9. Abrams P, Cardozo L, Fall M, Griffiths D, Rosier P, Ulmsten U, et al. The standardisation of terminology in lower urinary tract function: report from the standardisation sub-committee of the International Continence Society. Urology. 2003 Jan; 61(1):37–49. https://doi.org/10.1016/s0090- 4295(02)02243-4 PMID: 12559262. 10. Woodley SJ, Lawrenson P, Boyle R, Cody JD, Mørkved S, Kernohan A, et al. Pelvic floor muscle training for preventing and treating urinary and faecal incontinence in antenatal and postnatal women. Cochrane Database Syst Rev [Internet]. 2020 May 6; Available from: http://doi.wiley.com/10.1002/ 14651858.CD007471.pub4 PMID: 32378735 11. Hvidman L, Foldspang A, Mommsen S, Bugge Nielsen J. Correlates of urinary incontinence in pregnancy. IntUrogynecol J PelvicFloorDysfunct 2002;13:278–83. 12. Mattiasson A, Djurhuus JC, Fonda D, Lose G, Nordling J, Stöhrer M. Standardization of outcome studies in patients with lower urinary tract 69 dysfunction: a report on general principles from the Standardisation Committee of the International Continence Society. Neurourol Urodyn. 1998;17(3): 249‐253. 13. Khandelwal C, Kistler C. Diagnosis of urinary incontinence. Am Fam Physician. 2013 Apr 15;87(8):543-50. PMID: 23668444. 14. Holroyd-Leduc JM, Tannenbaum C, Thorpe KE, Straus SE. What type of urinary incontinence does this woman have? JAMA. 2008;299(12): 1446- 1456. 15. Saxena S, Orley J. Quality of life assessment: the world health organization perspective. Eur Psychiatry. 1997;12(Suppl 3): 263s‐266s. 16. Donovan JL, Badia X, Corcos J, et al: Symptom and quality of life assessment in incontinence, in Abrams, Cardozo, Khoury, et al, (Eds): 2nd Consultation on Incontinence, 1999. 17. Dugan E, Cohen SJ, Robinson D, et al. The quality of life of older adults with urinary incontinence: determining generic and condition‐specific predictors. Qual Life Res. 1998;7(4): 337‐344. 18. Wuytack F, Moran P, Daly D, Panda S, Hannon K, Cusack C, O'Donovan M. A systematic review of utility-based and disease-specific quality of life measurement instruments for women with urinary incontinence. Neurourol Urodyn. 2021 Aug;40(6):1275-1303. doi: 10.1002/nau.24678. Epub 2021 Jun 3. PMID: 34082483. 19. Avery K, Donovan J, and Abrams P: Validation of a new questionnaire for incontinence: the International Consultation on Incontinence Questionnaire (ICI-Q). NeurourolUrodyn 20: 510–512, 2001 20. Nyström E, Sjöström M, Stenlund H, Samuelsson E. ICIQ symptom and quality of life instruments measure clinically relevant improvements in women with stress urinary incontinence. Neurourol Urodyn. 2015;34(8):747‐751. 21. Hajebrahimi S, Nourizadeh D, Hamedani R, Pezeshki MZ. Validity and reliability of the International Consultation on Incontinence Questionnaire‐ Urinary Incontinence Short Form and its correlation with urodynamic findings. Urol J. 2012; 9(4):685‐690. 22. Brusaca LA, Rocha APR, Cardozo L, Oliveira AB, Driusso P. Brazilian version of the King's Health Questionnaire: assessment of the structural validity and internal consistency in female urinary incontinence. Int Urogynecol J. 2022 Apr 12. doi: 10.1007/s00192-022-05189-3. Epub ahead of print. PMID: 35412068. 23. Tamanini, José Tadeu Nunes et al. Validação para o português do "International ConsultationonIncontinenceQuestionnaire - Short Form" (ICIQ-SF). Revista de Saúde Pública [online]. 2004, v. 38, n. 3 [Acessado 5 Fevereiro 2022] , pp. 438-444. Disponível em: . Epub 08 Jul 2004. ISSN 1518-8787. https://doi.org/10.1590/S0034- 89102004000300015. https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000300015 https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000300015 70 24. Hung, HY., Hung, SP. & Chang, YJ. Development and validation of the prenatal activity restriction stress questionnaire: a Rasch rating scale analysis. BMC PregnancyChildbirth 20, 659 (2020). https://doi.org/10.1186/s12884-020-03347-3 25. Pasquali L. Princípios de elaboração de escalas psicológicas. Rev Psiq Clín. 1998;25(5):206- 13. Disponível em: http:www.hcnet.usp.br/ipq/revista/r255/conc255a.htm. 26. Boynton PM, Greenhalgh T. Selecting, designing, and developing your questionnaire. BMJ. 2004 May 29;328(7451):1312-5. doi: 10.1136/bmj.328.7451.1312. PMID: 15166072; PMCID: PMC420179. 27. Nelson HD, Cantor A, Pappas M, Miller L. Screening for Urinary Incontinence in Women: A Systematic Review for the Women's Preventive Services Initiative. Ann Intern Med. 2018 Sep 4;169(5):311-319. doi: 10.7326/M18-0225. Epub 2018 Aug 14. PMID: 30105353. 28. Palmieri S, Cola A, Ceccherelli A, et al. Italian validation of the German pelvic foor questionnaire for pregnant and postpartum women. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2020;248:133–6. https://doi.org/10.1016/j.ejogrb.2020.03.032 29. Anthoine E, Moret L, Regnault A, et al. Sample size used to validate a scale: a review of publications on newly-developed patient reported outcomes measures. Health Qual Life Outcomes. 2014;12:176. https://doi.org/10.1186/ s12955-014-0176-2. 30. Zuchelo LTS, Bezerra IMP, Da Silva ATM, et al. Questionnaires to evaluate pelvic foor dysfunction in the postpartum period: a systematic review. Int J Womens Health. 2018;10:409–24. https:// doi.org/10.2147/IJWH.S164266. https://doi.org/10.1186/s12884-020-03347-3 https://doi.org/10.1016/j.ejogrb.2020.03.032 71 Artigo 2 Artigo Original redigido de acordo com as normas de publicação da Neurology and Urodynamics (NAU) para a qual será submetido. https://onlinelibrary.wiley.com/journal/15206777 72 Pelvic Floor and Abdominal Muscles Electromyographic Characteristics of Co-activation in Women with Gestational Diabetes Mellitus and Pregnancy-Specific Urinary Incontinence Sthefanie K Nunes1‡, PT, MS, Caroline B. Prudencio1‡, PT, PhD, Luana Fávaro Iamundo¹*, PT, Michele Jacomin¹, PT, Maiara I. G. Orlandi*, PT, Barbara V. Sarmento3*, PT, Fabiane A. Pinheiro¹*, PT, PhD, Cristiane R. Pedroni2, PT, PhD, Marilza V. C. Rudge1●, MD, Ph, D, Angélica M. P. Barbosa1,2●, PT, PhD, Diamater Study Group1# ‡ SKN and CBP are first authors on this work. ● MVCR and AMPB are last authors on this work. * These authors contributed equally to this work. #Diamater Study Group - Rudge MVC, Barbosa AMP, Calderon IMP, Souza FP, Lehana T, Graeff CFO, Magalhães CG, Costa RAA, Lima SAM, Rodrigues MRK, Felisbino SL, Barbosa WF, Campos FJ, Bossolan G, Corrente JE, Nunes HRC, Abbade JF, Rossignoli PS, Pedroni CR, Atallah ÁN, Jármy-Di Bella ZI, Uchôa SMM, Duarte MAH, Mareco EA, Sakalem ME, Martinho NM, Bussaneli DG, Orlandi MIG, Pascon C, Dangió TD, Rudge CVC, Piculo F, Prata GM, Avramidis RE, Carvalho CNF, Magyori ABM, Nava GTA, Caldeirão TCD, Shetty RHL, Reyes DRA, Alves FCB, Marcondes JPC, Takemoto MLS, Prudencio CB, Pinheiro FA, Sartorao Filho CI, Quiroz SBCV, Pascon T, Nunes SK, Catinelli BB, Reis FVDS, Oliveira RG, Costa SMB, Menezes MO, Santos NJ, Enriquez EMA, Takano L, Carr AM, Garcia GA, Iamundo LF, Bassin HCM, Barbosa VP, Jacomin M, Silva AJB, Lourenço IO, Marostica de Sá J, Caruso IP, Rasmussen LT, Nogueira VKC, Ribeiro-Paes JT, França DCH, Bastos HVM, Heliodoro MLA, Kuroda MN, Carvalho, H.L. 1São Paulo State University (UNESP) Postgraduate Program on Tocogynecology Botucatu Medical School (FMB) Botucatu, São Paulo, Brazil. 2São Paulo State University (UNESP), School of Philosophy and Sciences (FFC) Department of Physiotherapy and Occupational Therapy. Marilia, São Paulo, Brazil. 3State University of Campinas (UNICAMP), Campinas, Brazil. Department of Obstetrics and Gynecology. Division of Gynecologic and Breast Oncology, Women’s Hospital (CAISM), (Unicamp), Brazil. Corresponding Author: Angélica Mercia Pascon Barbosa Departamento de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Filosofia e Ciências, Marília, UNESP Rua Hygino Muzzi Filho, 737 - Mirante SP 17525-900, Marília, SP, Brasil, Phone: +55 (18) 99791-7050, Email: angelicapascon@gmail.com Data Availability Statement: All relevant data are within the paper and its Supporting Information files. Funding: The authors received funding by Fapesp 2016/01743-5, 2021/10665- 6 and Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) Competing interests: The authors have declared that no competing interests exist. mailto:angelicapascon@gmail.com 73 Abstract Aim: This study aimed to determine whether EMG activity from PFM and RAM differs between women with and without GDM. Methods: This is a cross-sectional study to investigate whether EMG activity from PFM and RAM differs between women with and without GDM conducted in three steps: (1) a 60-second preliminary resting baseline was defined as the rest- activity to assess PFM lower basal activity; (2) five fast contractions or “flicks,” each preceded by a 10-second rest period, were defined as fast contractions; and (3) five repetitions of 10-second contractions, each contraction preceded by a 10 second rest period, were defined as hold contractions. Results: There were differences in the electromyographic activity of the deep PFM layer between the groups during fast and hold contractions. The GDM-PSUI group's deep PFM muscle activation was 35,2% smaller than the non-DMG-C group during 1-sec phasic contraction and 39,4% smaller during 10-sec hold contractions.Both groups had similar activation of superficial PFM layer, RAM, and TrA/Oi during 1-sec phasic and 10-sec hold contractions task of the PFM. Conclusions: The results of this study show that the GDM group presents progressive decreased EMG-PFM activity contractions. On the other hand, RAM and TrA/Oi seem to remain in a state of rest. Keywords: pelvic floor muscles, electromiography, gestational diabetes mellitus, urinary incontinence. 74 Introduction The pelvic floor (PF) comprises muscles, ligaments, and fascia that act as a sling to support the bladder, reproductive organs, and rectum. This soft tissue sling is enclosed by the bony scaffolding of the pelvis, formed by two innominate bones made from the ilium, ischium, and pubis, which articulate with the sacrum posteriorly and each other anteriorly. The stability of the articulating surfaces of the pelvis is thought to arise through mechanisms termed “force closure” and “form closure.” Force closure is achieved through the interlocking of the pelvis's ridges and grooves of the bony joint surfaces. In contrast, form closure is achieved through the compressive forces of the muscles, ligaments, and fascia, providing passive stability (1,2). The stren