UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CAMPUS DE BAURU BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FISICA GUILHERME DIEGO GARCIA SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO PEDAGÓGICO DE CANOAGEM E PARACANOAGEM: DIFICULDADES, ADPTAÇÕES E SUPERAÇÕES BAURU/SP 2018 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” CAMPUS DE BAURU BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FISICA GUILHERME DIEGO GARCIA SOLUÇÕES ALTERNATIVAS PARA DESENVOLVIMENTO DE UM PROJETO PEDAGÓGICO DE CANOAGEM E PARACANOAGEM: DIFICULDADES, ADPTAÇÕES E SUPERAÇÕES Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado à Banca Examinadora da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”-Campus de Bauru, para a obtenção do grau de Bacharelado em Educação Física, sob a orientação da Prof. Dr. Rubens Venditti Junior, Faculdade de Ciências, Departamento de Educação Física (UNESP- Bauru). BAURU/SP 2018 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a todos aqueles que estiveram presente e me apoiaram durante o tempo de graduação: meus pais, irmãos, professores e amigos. AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço aos meus pais, Egídio Garcia Ubeda e Maria do Santos Garcia e a meus irmãos Bruno Geovani Garcia e Loren Flavia Aparecida Garcia, que sem o apoio deles seria impossível chegar até onde cheguei. Às amizades que fiz durante os anos de UNESP, e meus amigos de infância Victor Castilho Borges, Ricardo Luiz Evaristo Torsani e Ruan Neri. Ao meu amigo Robson Sabbadini que me ajudou na confecção do caiaque. Agradeço a todos os meus professores, que foram fundamentais na minha formação, em destaque: Márcio Pereira da Silva, Júlio Wilson do Santos, Denise Aparecida Corrêa, Andressa de Souza Ugaya, Milton Viera do Prado Junior, Lilian Aparecida Ferreira, Marcia Lopes Reis. Agradeço especialmente aos meus orientadores: Rubens Venditti Junior e Marli Nabeiro. E aos momentos de lazer que tive oportunidade de vivenciar a canoagem no passado, que serviram como a base para que eu pudesse explorar a canoagem durante o curso de educação física e a realização deste trabalho. Resumo A paracanoagem é uma modalidade da canoagem, voltada para atletas com deficiência, pode ser usado como embarcação o caiaque ou o va’a, conhecido como canoa havaiana, à diferença com o esporte olímpico está nas adaptações feitas nas embarcações, de acordo com as especificidades, respeitando a individualidade da deficiência dos atletas, porem as técnicas da remada são semelhantes, são competições de velocidades, feitas em distancia de 200m e 500m. Atualmente, teve sua estreia nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro em 2016 (RIO 2016) na distância de 200m. Por se tratar de um esporte que requer um ambiente aquático específico e amplo, além de equipamentos de alto custo financeiro, além de condições específicas de ambiente e localização para suas práticas. Este trabalho tem como objetivo mostrar as soluções de democratização do esporte, mostrando como exemplo lugares que conseguiram desenvolver atividades para um grande número de pessoas, a partir de uma revisão de literatura e apresentação de alguns casos de sucesso na implantação da iniciação esportiva. Com o estudo, visamos também apresentar soluções alternativas para suprir a falta de equipamento e proporcionando atividades lúdicas, principalmente através da confecção de caiaques de garrafa pet, desenvolvido e aplicado como possibilidade prática neste estudo. Este trabalho tem se mostrado importante para a formação acadêmica, pois durante as pesquisas foi possível encontrar novos meios de aplicabilidade e desenvolvimento de um protótipo, utilizando materiais de fácil acesso, que nos abre um caminho para diversas possibilidades de fugir do comum e apresentar estratégias e ações que podem ser usadas com qualquer tipo de publico que viermos a trabalhar na modalidade da canoagem e paracanoagem. Palavras-chave: Atividade Motora Adaptada; Paracanoagem; Iniciação Paradesportiva; materiais recicláveis; caiaque. Abstract Paracanoe is a form of canoeing, aimed at athletes with disabilities, can be used as a boat kayak or va'a, known as a Hawaiian canoe, unlike the Olympic sport is in the adaptations made in the boats, made according to the specifics of the athletes, but the paddling techniques are the same, they are competitions of speeds, made in distance of 200m and 500m. Currently, it had its debut in the Paralympics Games Rio de Janeiro in 2016 (RIO 2016) in the distance of 200m. Because it is a sport that requires a specific and ample aquatic environment, in addition to high-cost financial equipment, the modality ends up falling into a concept of being an exclusive sport of a higher social class, in addition to specific conditions of environment and location for practices. This work aims to show solutions to the democratization of sport, showing as examples places that have been able to develop activities for a large number of people, from a literature review and presentation of some cases of success in the implementation of sports initiation. With the study, we also aim to present alternative solutions to overcome the lack of equipment and provide recreational activities, mainly through the preparation of pet bottle kayaks, developed and applied as a practical possibility in this study. This work has been shown to be important for academic training, since during the research it was possible to find new means of application and development of a prototype, using easily accessible materials, which opens a way for us to escape from the common and present strategies and actions that can be used with any type of public that we come to work in the modality of canoeing and paracanoe Keywords: Adaptive Motor Activity; Paracanoe; Initiation in Parasports; recyclable materials; kayak. Sumário 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 8 2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 11 3. A PARACANOAGEM: ADAPTAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DA MODALIDADE ...................................................................................................................... 12 4. MÉTODO ..................................................................................................................... 18 4.1. Caracterização do Trabalho- Tipo de Estudo ........................................................... 18 4.2. Objetivos ....................................................................................................................... 18 5. DIFICULDADES NO PROCESSO ........................................................................... 20 6. SOLUÇÕES PROPOSTAS- refletindo sobre possíveis caminhos alternativos ..... 22 7. PROCESSO DE CRIAÇÃO – O PROTÓTIPO E SUA MONTAGEM ................ 26 8. TESTE DO CAIAQUE- PROVA DE FOGO (OU MELHOR, ÁGUA) ................. 30 9. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO ............................................................. 33 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 34 11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 35 12. ANEXOS ...................................................................................................................... 38 A) Anexo 1 – certificado de participação do curso técnico de paracanoagem 2017 – nível 1 ................................................................................................................................... 38 B) Anexo 2 – certificado de participação da III semana inclusiva de esportes adaptados UNESP 2017 ..................................................................................................... 39 8 1. INTRODUÇÃO O Esporte Adaptado (EA) surgiu logo após a segunda grande guerra mundial com o objetivo de reabilitação dos soldados feridos em combate e, ademais, prestar-se a proteger os combatentes contra o enfado. O médico e professor Ludwig Guttman criou o Centro Nacional de Lesionados Medulares do Hospital de Stoke Mandeville e, com isso, começou a surgir a ideia do EA de maneira fundamental no período de reabilitação. Em 1948, foram realizados os jogos de Stoke Mandeville, mas só em 1960 na Itália que surgiram os Jogos Paraolímpicos, mas o termo paraolímpico só veio a ser utilizado a partir de 1964 no Japão (COSTA; SOUSA, 2004). Graças à visibilidade que os Jogos Paraolímpicos, atualmente sendo renomeados de Jogos Paralímpicos (JP), vêm recebendo com o passar dos anos, juntamente com as constantes pesquisas nas modalidades desenvolvidas, houve um efeito de emancipação das pessoas com deficiência (PCD) no esporte, trazendo mudanças na sociedade a respeito das capacidades que uma pessoa com deficiência tem para poder praticar algo, acabando com a ideia de que elas são limitadas devido as suas condições. A ideia de ascensão social através do esporte, mudança na qualidade de vida, autoconfiança, poder explorar e melhoras suas potencialidades diante suas limitações, não apenas para fins de competição, mas buscar atividades lúdicas para seu prazer (CARDOSO, 2011). Apesar de o EA estar sempre relacionado a ideias de qualidade de vida e inclusão, é preciso compreender suas influências na sociedade e o comportamento daqueles que fazem parte desse mundo adaptado. Costa e Silva (2013) baseando na teoria geral do esporte de Matveev e adaptando seus modelos ao EA, criou um modelo que é composto por quatro aspectos, que busca compreender melhor o EA. Ignorar ou não desenvolver qualquer um deles, traz prejuízo aos praticantes e ao esporte. São eles: a) aspectos biológicos, que trata basicamente de questões fisiológicas, biomecânica e perceptivo-motoras; b) aspectos psicológicos, agrupados a partir de suas relações de como a deficiência influencia no rendimento com relação a aspectos emotivo- motivacionais; c) aspectos de modalidade específica, ou seja, quais as características requeridas para o praticante; e, finalmente, d) aspectos sociais, a respeito de qual a 9 representatividade social do esporte. Os quatro aspetos destacados interagem e exercem influência entre si (COSTA E SILVA, 2013). A classificação funcional é um aspecto importante na equalização dos praticantes no EA. Também seria esta classificação, embasada em questões da funcionalidade remanescente do PCD avaliado e participantes das modalidades paradesportivas, o diferencial nos JP em relação aos olímpicos. Esta categorização funcional é extremamente importante, pois tem a função de distribuir os atletas de acordo com a severidade de sua capacidade e a limitação de sua atividade, nas palavras de Guttman (1976) “Assegurar a competição justa e eliminar as possibilidades de injustiça” (GUTTMAN, 1976 apud CARDOSO; GAYA, 2014). Seus objetivos também promovem a participação e elevação dos níveis da competição. As deficiências são divididas em seis grupos para facilitar classificação funcional, sendo elas sistematizadas na figura 01 a seguir, destacados os grupos de deficiências abaixo: - AMPUTADOS; - PESSOAS COM LESÃO DA MEDULA ESPINHAL; - PESSOAS COM PARALISIA CEREBRAL; - PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL; - PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL; e - LES AUTRES (“os outros” em francês), que são deficiências que não se encaixe nos cinco grupos listados acima. (figura 1) A classificação era baseada em avaliações médicas de acordo com a deficiência, mas com o tempo essa proposta foi substituída por uma avaliação funcional que avalia de acordo com a especificidade e habilidades das modalidades paraolímpicas (CARDOSO; GAYA, 2014). Cada modalidade possui seus sistemas de classificação e são supervisionados pelos seus respectivos comitês esportivos, federações e associações. Todas as modalidades e esses órgãos administrativos e fiscalizadores têm a necessidade de passar por atualização a cada ano, de acordo com os avanços nos estudos e pesquisas e tecnologias na área de EA e Educação Física Adaptada (EFA). Geralmente, a equipe responsável pela avaliação é formada por professores de educação física (EF), psicólogos, médicos e fisioterapeutas. O processo é dividido em três etapas: etapa de avaliação pelo médico; etapa funcional e momento de análise dos aspectos técnicos no ambiente competitivo. 10 A classificação da modalidade do atleta, após a avaliação, define um “status” ao atleta, são duas condições, a de Revisão, o atleta será reavaliado no próximo evento, ou caso uma equipe peça para que ele seja reavaliado, e Confirmado a reclassificação só ocorrerá caso aconteça uma alteração na Classificação Funciona da modalidade. Figura 1: Categorias da classificação funcional da natação, como exemplo ilustrativo das divisões e categorias dentro de uma das modalidades paradesportivas. Fonte: http://www.bestswim.com.br/2016/08/27/a-diferenca-da- natacao-convencional-e-a-paralimpica/, PUSSIELDI (2016). Isto inclui avaliações periódicas também durante as competições, pois pode se observar o verdadeiro potencial do indivíduo (CARDOSO; GAYA, 2014). http://www.bestswim.com.br/2016/08/27/a-diferenca-da-natacao-convencional-e-a-paralimpica/ http://www.bestswim.com.br/2016/08/27/a-diferenca-da-natacao-convencional-e-a-paralimpica/ 11 2. JUSTIFICATIVA Pois bem, das diversas modalidades presente nas paralimpíadas atuais, esse estudo tem como objetivo se aprofundar na paracanoagem buscando mostrar as dificuldades existentes na organização de um projeto para a iniciação no esporte ou para o lazer, e apresentar possíveis soluções para facilitar o andamento de um projeto com objetivo de proporcionar uma nova vivencia e atrair mais praticantes ao esporte. A iniciativa de fazer esse trabalho surgiu após a III Semana Inclusiva na Unesp campus de Bauru-SP. Com uma série de palestras e minicursos, sobre o esporte adaptado, atuação profissional com PCD´s e formação profissional em EFA, ocorridos nos dias 06 e 07 de Julho de 2017, no Departamento de Educação Física da Unesp Bauru, a paracanoagem fez parte da programação, e foi ministrado pelo Prof. Luiz Gustavo Teixeira F. dos Santos, doutorando da FEF – UNICAMP e preparador físico da Seleção Brasileira de Paracanoagem. Dentre as atrações da programação, em uma das atividades propostas, o professor convidado mostrou sua trajetória no EA e tratou sobre conceitos históricos e métodos de treino na paracanoagem. Em seguida, fomos às atividades práticas no laboratório Didático de Atividades Aquáticas da Praça de Esportes do DEF-FC/ Unesp Bauru- a piscina da Unesp. Neste workshop, foi-nos mostrado o caiaque, explicações sobre composição, construção, materiais e sua estrutura, modos de como entrar e atividades para iniciantes, como equilíbrio e movimento para usar o remo. No mesmo ano (2017), pude fazer um curso para técnico nível 1 organizado pela Confederação Brasileira de Paracanoagem (CBCa), em Brasília-DF, com duração de quatro dias, que teve a participação de vários membros da Seleção Brasileira de Paracanoagem e classificadores funcionais membros da comissão paraolímpica, o curso apresentou diversos conceitos básico do esporte, e a nova iniciativa da CBCa em expandir a modalidade para o Brasil na formação de novos técnicos, e dando suporte necessários através de parcerias. Após conhecer mais sobre a modalidade, conceitos básicos, e na tentativa de realizar um trabalho de conclusão de curso voltado para área, pude começar a perceber as dificuldades iniciais principalmente com a aquisição dos equipamentos, e durante pesquisas na internet, conheci a possibilidade de usar matérias recicladas para a construção de embarcações para esportes aquáticos como canoas, caiaques, pranchas e stand-up paddle, e assim poder testar, desde o momento de criação, até o teste final, utiliza-los de uma forma pedagógica, assim explorando métodos alternativos de incentivar a criatividade e o esporte. 12 A PARACANOAGEM: ADAPTAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DA MODALIDADE A Paracanoagem faz parte de uma das nove modalidades dentro da canoagem, e pode ser disputado em dois modelos de barcos, o caiaque e o va’a, o caiaque faz o uso de um remo duplo e o va’a conhecido também como canoa havaiana usa um remo simples e um suporte ao lado chamado de Ama para dar flutuação (figura 2), para competir provas de curtas distancia, 200m e 500m, em aguas calmas, praticada por PCD (ICF, 2018). A canoagem pode ser considerada como uma prova de velocidade cíclica, de execução de movimento repetitivos que requer força e potencia o movimento da técnica da remada são divididos em duas fases, a aquática e aérea, os movimentos são muito semelhantes tanto para a canoa como para o caiaque. A fase aquática é o momento que a pá do remo está em contato com a água, com a finalidade de gerar aceleração para seu deslocamento, dentro dessa fase ela se divide em três momentos (LOURENÇO, 2005). 1) Ataque: Quando o remo está entrando na agua e finaliza após estar totalmente submerso, seu objetivo é entrar de maneira correta na agua na posição mais eficiente da pá, no menor tempo possível. 2) Tração: Começo logo depois de terminar o ataque, quando a concha da pá está dentro da agua e finaliza após sua saída, com objetivo da ganhar aceleração com o movimento de puxar o remo para trás, “empurrando a agua”, é o momento de maior força dos membros superiores. 3) Saída: é um movimento passivo, da retirada da pá do remo da agua, sendo o mais rápido possível, evitando reduzir a velocidade do barco, e finaliza quando a pá está totalmente fora da agua. A fase aérea é o momento em que o remo está fora da agua e termina no memento em que ele entra na agua e tem como objetivo levar a pá ate o momento do ataque o mais rápido possível e está dividido em dois momentos (LOURENÇO, 2005). 1) Subida do remo: É a continuação do movimento de saída, quando o remo é retirado da agua e atinge o ponto mais alto em relação ao remador, o objetivo desse movimento é ganhar o máximo de amplitude para poder realizar a remada contralateral. 13 2) Ataque aéreo: ultimo momento da fase aérea, inicia no instante de máxima torção e da posição mais longe da pá para realizar o ataque e termina no momento em que a pá entra na agua, o objetivo e conseguir uma boa entrada da do remo na agua mantendo a direção frontal. Figura 2A: Fase aquática e aérea. Início fim (A), Remo duplo e Caiaque (B). Fonte: Lourenço (2005). Figura 2C: Fase aquática e aérea. Início fim (C), Remo simples e Canoa (D). Fonte: Lourenço (2005). No Brasil, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) é a responsável por administrar a modalidade no pais, organizando campeonatos, cursos e eventos (CBCA. 2016). Nos jogos Paralímpicos Rio 2016, foi um marco para a modalidade, pois foi a sua estreia, sendo organizada em seis provas de 200m, três masculinas e três femininas, para as categorias KL1/KL2/KL3. (MAGNANINI, 2016). Para o Brasil esse marco, foi ainda mais significante, pois a conquista da primeira medalha na modalidade foi outro ponto importante para o pais, mostrou o resultado de todo o trabalho desenvolvido nos últimos anos realizados pela equipe da CBCa, oque ajuda ainda mais no estimulo do esporte no Brasil (SANTOS; MAIOLA; DUARTE. 2018) Isso aconteceu após muitas pesquisas realizadas pela The Swedish School of Sport and Health com o apoio do Comitê Internacional de Canoagem, para consolidar um sistema de classificação cumprindo todas as exigências feitas pelo Comitê Paralimpico Internacional, foi necessário calcular a amplitude de movimento, os valores máximo e mínimo do ângulo da articulação e a força feita por todo o corpo durante a remada, usando um equipamento 14 ergométrico, esse teste foi feitos por atletas paralímpicos e olímpicos, os resultados dos dois eram comparados para determinar o ângulo importante para o desempenho no sistema de classificação (ROSÉN, 2015). Antes das intervenções da ICF, existiam apenas três categorias, e as avaliações não apresentavam um embasamento cientifico, criando um sistema por ponto que dependia do comprometimento do atleta, a classe A eram os que mais tinham dificuldades para remar, não possuíam movimento do tronco e movimento limitado dos punhos, classe TA, com movimentos nos braços e tronco, e comprometimento da perna e por ultimo a classe LTA, eram os menos comprometidos, tinha os movimentos nos braços, tronco e limitado nas pernas, esse sistema foi usado nas primeiras competições em 2008(ROSÉN, 2015). Em 2015 após as intervenções do Comitê Paralimpico Internacional, foi criado um novo sistema por pontos, e as letras das classes que antes eram “A”, “TA” e “LTA”, passaram a serem “L1”, L2” e “L3”, elas indicam o nível de funcionalidade do atleta de acordo com as novas regras de avalição de perna, tronco e teste na agua, para cada teste é feita uma pontuação que indicara qual Cluster (figura 3) o atleta se encontra (CBCA, 2018). Figura 3: Clusters correspondentes de acordo com a somatória de pontos de cada categorias, nos testes de classificação funcional. Fonte: http://www.canoagem.org.br/pagina/index/nome/classificacao_funcional/id/226, CBCa(2018). 15 Após os testes, os avaliadores marcam em qual cluster o atleta se encaixou em cada avaliação na tabela (figura 4), fazendo a soma de todos para poder chegar ao resultado final e assim o colocar em sua classificação, os participantes que fazem o uso do caiaque receberam a letra “K” e com os atletas do va’a receberam a letra “V”, formando as categorias KL1, KL2, KL3 e KS ou VL1, VL2 e VL3(CBCA, 2018). Figura 4. Somatórias dos Clusters obtidos após os testes classificação funcional feitos na perna, tronco e dentro da agua, para identificar em qual categoria o atleta se encaixa. Sendo que o total de 9-8 para categoria KL3, 6-7 categoria KL2 e 3 pontos categoria KL1. Fonte: http://www.canoagem.org.br/pagina/index/nome/classificacao_funcional/id/226 (CBCA, 2018). Nas categorias KL1 e VL1, os atletas apresentam um grande comprometimento de tronco em relações as demais categorias, e sem funcionalidade dos membros inferiores, somente os movimentos dos ombros, necessitam de adaptações principalmente nos bancos com apoio alto nas costas. KL2 e VL2 possuem a capacidade de se manterem sentados, podendo ter a necessidade de apoio, a função do tronco e dos membros inferiores é limitada. KL1 e VL1, os atletas possuem movimento do tronco e membros inferiores limitados, conseguindo usa-los durante o movimento, além de manterem uma posição de flexão frontal quando sentados, ainda existe uma categoria chamada de KS, Kayak Special, para pessoas com paralisia cerebral, Síndrome de Down e outros, mas ela não está presente em eventos oficiais (ICF, 2017). 16 A canoagem assim como os esportes em geral como já falado antes traz uma mudança positiva na qualidade de vida de quem pratica, Magnanini (2016) mostrou em sua pesquisa a partir de entrevistas com PCD que praticavam paracanoagem, alguns fatores únicos da modalidade. Os efeitos psicofísicos foram os que apresentaram maior impacto positivo, todos os entrevistados relataram melhora. Através dos depoimentos dos entrevistados percebeu-se de que eles desenvolviam consciência corporal e seu relacionamento interpessoal, por uma questão técnica na canoagem é difícil saber quem é o atleta olímpico e o paraolímpico, por eles não terem que usar a cadeira de rodas na embarcação, e quando estão dentro dela, ela “esconde” sua deficiência, se consideram pessoas “normais”. Comerlato (2003), também enfatizou em seu trabalho a igualdade que existe, entre atletas da canoagem com a paracanoagem, a liberdade em relação a locomoção é a mesma, que o próprio atleta é responsável pelo seu desempenho técnico e físico, afirmando que dentro do caiaque, a deficiência “desaparece”. Magnanini (2016) conclui que apesar da paracanoagem ajudar a fazer de quem pratica se sinta normal, vale lembrar que o esporte é apenas um instrumento que é usado para poder melhorar suas habilidade e capacidades, mas que hoje deficiência é apenas uma condição de saúde e isso não a torna uma pessoa fora do normal. Em Caxias do Sul-RS, o Centro Integrado das Pessoas com Deficiência (CIDEF), foi o primeiro centro de treinamento a formar uma equipe de paracanoagem no sul do país, e considerada a mais ativa, começando com a promoção de pratica de atividades físicas como forma de lazer, melhora da saúde e por sociabilização dos PCD’S, o professor Getúlio Vazatta da Universidade Caxias do Sul e o técnico seleção gaúcha de canoagem Álvaro Acco Kieslowski, convidaram atletas do basquete sobre rodas, e assim no ano de 2000 começaram os treinos da primeira equipe de paracanoagem (COMERLATO, 2003). Os métodos de ensino das técnicas da remada não são muitos diferente da canoagem para não PCD, apenas os atletas com maior comprometimento da categoria KL1 não conseguem realizar a tração com muita eficiência por não conseguirem rotacionar o tronco, mas os objetivos finais são os mesmo, criar autonomia do aluno (COMERLATO, 2003). O que difere a paracanoagem são as adaptações feitas nas embarcações, como almofadas para evitar problemas como a formação de escaras na região do glúteo, e proteções na nas pernas e joelhos, áreas onde não possuem sensibilidade, para evitar machucados, os atletas amputados têm maiores dificuldade de se manterem equilibrados no caiaque, os 17 professores do projeto utilizaram garrafas pet de 2l, com agua, para compensarem o membro perdido, assim ajudando o aluno a manter-se estável na embarcação (COMERLATO, 2003) Na cidade de Santa Maria-RS a Associação Santamarinense de Esportes Náuticos (ASENA), também passou a desenvolver a paracanoagem para os PCD’s, a partir de uma parceria com os alunos do curso de educação física da Faculdade Metodista de Santa Maria (FAMES), com o apoio de duas bolsas para projetos de extensão, oque ajudou a difundir ainda mais o esporte no sul do Brasil, e na formação de novos atletas. (MACHADO; RIBEIRO; TREVISAN, 2014) 18 3. MÉTODO 4.1. Caracterização do Trabalho- Tipo de Estudo Nesta pesquisa, iremos buscar nas literaturas existentes tanto em referenciais teóricos clássicos (a saber, livros e obras didáticas, em artigos científicos, revistas especializadas e notícias), além de outros periódicos, os temas relacionados ao Esporte Adaptado (EA), relatando dificuldades presentes no desenvolvimento de um trabalho com pessoas com deficiência (PCD), em especial a paracanoagem. Trata-se de uma pesquisa descritiva e aplicada (GEHARDT; SILVEIRA, 2009). Descritiva, pois ela tende a buscar e descrever as informações que detalham as dificuldades e os meios de soluciona-las a respeito dos trabalhos existentes sobre a pratica de paracanoagem, e aplicada; por estar desenvolvendo o trabalho de confecção do caiaque, relatando todos os processos desde criação ate o teste de sua eficácia. Também foi realizado um relato pessoal do processo de criação do caiaque, mostrando como conseguir os materiais, modo de manusear, observando a qualidade dos produtos, e estratégias feitas durante a confecção, relatando também como foi o teste depois de estar pronto, testando sua durabilidade, e eficiência. 4.2. Objetivos O presente trabalho visa como objetivos gerais, a serem discutidos na revisão bibliográfica e composição teórica do trabalho: a) Este trabalho tem como objetivo mostrar as soluções de democratização do esporte, mostrando como exemplo lugares que conseguiram desenvolver atividades para um grande número de pessoas, a partir de uma revisão de literatura e apresentação de alguns casos de sucesso na implantação da iniciação esportiva. Com o estudo, visamos também apresentar soluções alternativas para suprir a falta de equipamento e proporcionando atividades lúdicas. Como objetivo específico diretamente aplicado, o mesmo pretende: b) Colocar em prática a confecção de um caiaque feito a partir de materiais reciclados (garrafas pet), ou seja, desenvolver um “Protótipo Reciclável de Baixo Custo” e testar 19 sua eficiência como um recurso pedagógico em uma aula, como incentivo na busca por práticas alternativas, verificando sua eficiência em uma aula para iniciação. 20 4. DIFICULDADES NO PROCESSO A primeira dificuldade encontrada para se iniciar um projeto de paracanoagem começa com o mais importante da modalidade, as embarcações, o alto custo dos materiais, manutenção e transporte dos equipamentos, os caiaques fabricados pela empresa Nelo, voltados a paracanoagem tem um custo de 495€ que seria em torno de 2145 reais, o mais barato conhecido como Strozzy e o mais caro são de 3935€ oque seria 17.000 reais o modelo Vanquish III K2 (RITO, 2012). Para facilitar problemas financeiros na compra de embarcações, a CBCa lançou no inicios dos anos 1990 para todo o Brasil, o “Projeto Escolas”, com objetivo de oferecer equipamento a escolas, clubes, associações interessados a trabalhar com canoagem, tinha o apoio de inciativa privadas reduzindo o custo das embarcações pela metade, assim tornando o esporte mais acessível. Mas outros problemas não foram resolvidos e ignorados pela instituição, a falta de recursos para a manutenção dos equipamentos, capacitação profissional, falta de voluntários e intervenções de politicas publicam municipais e organizações privadas locais, com isso dando fim ao projeto, anos mais tarde outro projeto foi criado, “Rema Brasil”, mas também caindo nos mesmo erros que o anterior, e também apontavam outros problemas como as mudanças administrativas das empresas, instituições e poder publico, como aconteceu no projeto “Canoagem Popular” em Piracicaba - SP, quando aconteceu a troca da administração municipal o comprometimento do atual não foi o mesmo, criando uma estagnação no projeto, mostrando a necessidade de criar uma politica nacional para o esporte (MARCELINO; TEREZANI, 2005). Por estar trabalhando com esporte adaptado, cada aluno presente nas atividades vão possuir suas especificidades nas adaptações dentro do caiaque/canoa. Fatores ambientais também são considerados, como Costa e Silva (2013) relatou o local de onde realiza a atividade afeta totalmente o psicológico do aluno, já influenciando em seu desempenho nas atividades, e como as atividades se passa dentro da água, é preciso ter certo conhecimento dos riscos que atividades aquáticas na natureza como os rios oferecem, existem uma classificação de 1 a 6 para a periculosidade de um rio, sendo 1 um mais calmo e com correnteza fraca e de numero 6 para correnteza forte, muitas quedas, mas devemos levar em conta que algumas alterações na natureza são imprevisíveis, trazendo com sigo dificuldades (MILHEIRO, 2004). 21 Então, é necessário que o aluno tenha vivências pedagógicas antes de fazer uso das embarcações reais em ambientes abertos e reais de esportes náuticos, conhecendo os equipamentos que compõe a canoa/caiaque, e se preciso fazer as adaptações necessárias de acordo com sua deficiência. Ganhando confiança e se sentindo seguro, cabe ao professor conhecer as capacidades e limitações de seus alunos e passar confiança a eles, mas durante as atividades é extremamente importante o uso de equipamento como colete e a presença de salva-vidas no local. O profissional de educação física tem que estar preparado para trabalhar com deficiente em qualquer local, desde escolas a clubes, academias, ou no esporte de alto rendimento, para muitos o primeiro contato com o esporte é dentro das escolas (PENA, 2013). Um dos problemas existente na formação dos profissionais de educação física, e que se tornam técnicos de esportes paraolímpicos, pois muitos deles só tiveram a vivencia nos modelos convencionais, sendo assim ele não passa a conhecer as especificidades das deficiências, e o profissional tem que ter um conhecimento de todas as modalidades do esporte paralimpico, sendo fundamento ter conhecimento a respeito das classificações funcionais assim obtendo melhores resultados. (COSTA; OLIVEIRA FILHO, 2012. apud PENA. 2013). 22 5. SOLUÇÕES PROPOSTAS- refletindo sobre possíveis caminhos alternativos Para suprir a falta de equipamento e a escassez de recurso é necessário buscar formas criativas para poder proporcionar uma vivencia Zagare (2015) mostrou que é possível realizar atividades de aventura dentro da escola, construindo um stand up paddle com matérias de fácil acesso e recicláveis como garrafa pet. É possível encontrar na internet, projetos para a construção de caiaques, como por exemplo, o da imagem abaixo (Figura 5). Figura 5. Projeto que indica cada estrutura do caiaque representado por uma coloração diferente e numero total de garrafas necessário em cada parte da embarcação. Fonte: www.fazeco.com.br. Com o avanço da tecnologia também é possível buscar soluções técnicas para melhorar o rendimento dos treinos, hoje com um celular conectado a internet temos acesso a diversas informações e aplicativos específicos para o uso no esporte, como o caso do aplicativo desenvolvido pela General Eletric (GE), ele usa os sensores de um smartphone colocado nas embarcações, assim sendo possível ele detectar em tempo real o desempenho do atleta, fornecendo dados como, velocidade instantânea, frequência de remada e a direção do http://www.fazeco.com.br/ 23 barco, o uso da aplicativo facilitou a equipe de canoagem do Brasil, contribuindo nos resultados dos treinos, e o próprio técnico poderia analisar os dados, já que a ideia inicial era colocar sensores nas embarcações e as analises seriam feita por uma equipe especifica (DEMARTINI, 2016). A CBCa adotou algumas medidas para o desenvolvimento e o estimulo da modalidade no pais, a primeira com a criação dos cursos de formação de técnicos de paracanoagem. Com o foco em profissionais da educação física e fisioterapia, dividindo o curso em duas etapas a nível I e nível II, cada um com objetivos diferentes e os temas são abordados de acordo com o nível dos alunos, com isso espera o aumento da qualidade técnica dos eventos e a experiência técnica dos alunos, por estarem sendo assessorados por profissionais capacitados (SANTOS; MAIOLA; DUARTE. 2018). Segunda medida é a criação de cursos para a formação de classificadores de Paracanoagem, pois a classificação funcional é a base, de todas as modalidades paraolímpicas, elas abrangem conteúdos teórico-prático, que estão de acordo com o regulamento da Federação Internacional (SANTOS; MAIOLA; DUARTE. 2018). E por fim o projeto da Clinica Nacional de Treinamento para Atletas de Paracanoagem, que é a inserção de atletas que já disputam campeonatos regionais e nacionais, por um período de uma semana no Centro Brasileiro de Treinamento de Paracanoagem (CBTP), onde passam por uma melhora, aperfeiçoando suas técnicas, e realizando diversos tipos de trabalhos (SANTOS; MAIOLA; DUARTE. 2018). Buscar parcerias mostra ser uma solução para diminuir as dificuldades na hora de organizar um projeto foi oque aconteceu na cidade de Blumenau, na iniciativa de conseguir trazer pessoas com deficiência para a pratica do esporte, com a criação de um projeto de Programa Paradesporto Escolar, que tem como objetivo a realização da pratica desportiva para crianças e jovens com deficiência, e para que esse projeto pudesse ser realizado é necessário parcerias com instituições privadas, órgãos da sociedade civil e universidades, sendo que é também um projeto de extensão na Fundação Universitária Regional de Blumenau-SC. Com as parcerias criaram 58 polos paradesportivos, sendo que durante o período de treinamento, alguns alunos mostraram um bom desempenho esportivo, podendo participar de competições, estaduais, nacionais e internacionais. Sendo necessária a criação de polos para a iniciação do esporte e iniciação ao rendimento. Para que o projeto alcançasse resultados positivos foram necessários além das parcerias empresariais e com instituições publicas, mas também a interdisciplinares entre os 24 profissionais, como professores da educação básica, professores de educação física, fisioterapeutas, nutricionista, psicólogos, e todos passam por disciplinas de educação física adaptada, ministradas nos cursos de educação física, atualmente o maior desafio é desenvolver atividades no período da manhã, horário o qual as crianças estão em aula, oque resulta em baixa participação deles em oficinas (MACHADO OLIVEIRA. et al. 2017). A canoagem tem a imagem de ser um esporte diferencial e elitizado, mas Lavoura (2007) mostra as estruturas do projeto “Canoagem Popular” na cidade de Piracicaba interior do estado de São Paulo, para uma democratização da pratica de canoagem, o projeto nasceu logo após a prefeitura criar programas de esporte para a população, e a canoagem era uma das modalidades presentes, mas ainda um pouco distinta da realidade das pessoas, e em 1991 surgiu o projeto “canoagem popular” formada por atletas e adeptos da modalidade. Em 1998 se tornou oficialmente uma associação, para poder atender uma grande demanda e proporcionar a vivencia da canoagem para o maior numero de pessoas, alguns fatores contribuíram, além das parcerias com a secretaria do esporte municipal, as duas parcerias mais importantes foram com os projetos Rema São Paulo criado pela Federação Paulista de Canoagem e Canoa Brasil – Segundo Tempo apoiado pela Confederação Brasileira de Canoagem, um projeto de âmbito estadual e outro nível federal. O projeto foi organizado em três fases, a saber: - Fase 1, trabalhando a iniciação no esporte através de atividades lúdicas; - Fase 2, melhorar a técnica da remada; e, por fim, - Fase 3, foco no alto rendimento e a performance no esporte. Vale ressaltar que estas fases discriminadas acima não se comportam obrigatoriamente de forma progressiva, eles também criaram um método chamado de “ações frequentes”, passando todo o conteúdo sobre a canoagem durante a semana e os finais de semana, junto com festivais e competições, adaptando regras, com a ideia de deixar a pratica mais prazerosa, focando os alunos que estão na fase 1. Foram elaboradas a partir do principio de que o desenvolvimento no esporte aconteça de forma natural para os alunos na fase 1 e 2, a evolução acontece sempre respeitando suas individualidades físicas, chegando até a fase 3. Ao apresentar resultados positivos nos treinamentos e competições o aluno passa a ter mais contato com o esporte de alto rendimento. No treinamento de alto rendimento passa a ter foco em suas capacidades técnicas, , táticas, físicas e psicológicas, muitos casos, chegando a vida de atleta, abrindo mão de questões sociais e de outros trabalhos. 25 Por fim, para que uma modalidade esportiva se desenvolva, ela precisa vencer barreiras sociais e se torne mais democrática, criando um efeito de massificação, efeito este responsável pelo avanço da canoagem na cidade de Piracicaba, tendo um reconhecimento nacional como modelo de escola para canoagem, (MARCELINO; TEREZANI, 2005). Marcelino e Terezani (2005) dizem que a canoagem para que ela possa vencer todas as barreiras imposta, é necessários um trabalho conjunto e aponta quatro pontos importantes. O primeiro, a criação de uma politica publica municipal, em segundo, criar um elo entre as modalidades esportivas e suas respectivas associações, confederações e federações, em terceiro a parceria entre as politicas municipais com as estaduais e federais. Como exemplo, o ministério do esporte e por fim o trabalho entre a politica municipal e a sociedade civil, sendo que as associações como mediadores entre os órgão públicos e da sociedade, e a formação do que ele chama de uma estrutura de animação, uma estrutura organizada de forma piramidal, que tem como ponta os coordenadores dos projetos do desporto de base, com uma função de animadores socioculturais de competência geral, no meio os professores e estagiários os animadores socioculturais de competência especifica e na base os animadores socioculturais voluntários. Como pode ser observado um ponto em comum nos dois projetos é a parceria com universidades em especial com o curso de educação física, assim as atividades de um projeto passam a ser uma extensão da universidade, proporcionando atividades extracurriculares para os graduandos, lhe garantindo um crescimento profissional e consequentemente um numero maior de profissionais capacitado atuando. Apesar de a Educação Física Adaptada (EFA) estar presente na grade curricular do curso, não é o suficiente para que os alunos possam se aprofundar em diversos temas. Os projetos de extensão aparecem como um meio de inserção dos alunos a buscarem conteúdos mais práticos e desenvolverem no esporte paraolímpico, Penas (2013) em seu trabalho entrevistando alunos do curso de educação física da Universidade Estadual de Campinas, que faziam parte dos projetos de extensão, sendo eles, voleibol sentado, esgrima em cadeira de rodas, rúgbi em cadeira de rodas, bocha paralímpica e handebol em cadeira de rodas. Através dos relatos pode enfatizar diversos pontos positivo, acrescentando mais conteúdo no seu desenvolvimento profissional, passaram a ter mais respeitos por atividades paraolímpicas, adquiriram conhecimento prático, aprendendo a trabalhar com um público diferente do qual estavam acostumados, a possibilidade de usar as atividades como ferramenta pedagógica podendo passar para outras pessoas, em diferentes ambientes. 26 6. PROCESSO DE CRIAÇÃO – O PROTÓTIPO E SUA MONTAGEM Com a internet podemos ter acesso a vários projetos de criação que faz o uso de garrafa pet e outros materiais reciclados, com isso é possível criar barcos, stand up paddle, pranchas, caiaques, etc. Esse projeto se baseou em vários modelos presente na internet, conteúdos em textos e vídeos, de sites como o youtube, e www.fazeco.com.br, com o objetivo de criar um projeto com características próprias e construir um caiaque mais próximo do competitivo, que foi apresentado pelo Prof. Luiz Gustavo Teixeira F. dos Santos, doutorando da FEF – UNICAMP e preparador físico da Seleção Brasileira de Paracanoagem e buscar ter o menor gasto possível e seja eficiente, para que seja usado como um recurso pedagógico. O local para a confecção do caiaque, foi dentro do Departamento de Educação Física, da Unesp Bauru, usando o espaço do ginásio da piscina, que foi cedido através de uma autorização do conselho responsável das locações do departamento. O caiaque pode ser construído em um tempo de 15 dias, dependendo de quantas pessoas estiverem trabalhando juntos, e não é um trabalho complexo e sim repetitivo, consiste basicamente em limpar as garrafas, infla-las com ar, cortar as emendas e junta-las com o adesivo poliuretano. Os materiais necessários são mostrados na figura 06 a seguir, listados também após a ilustração. Figura 6. Legenda: Foto tirada durante o processo de criação do caiaque. Os materiais utilizados; ar compressor cola poliuretano, pistola de aplique, tesoura, fita métrica e luvas. Arquivo Pessoal do Autor. http://www.fazeco.com.br/ 27 Materiais Utilizados – Lista do Protótipo Inicial 1) Garrafa Pet, 2L (numero depende do tamanho do caiaque, nesse projeto foram usados aproximadamente 85 garrafas, 80 centavos o quilo); 2) Cola Poliuretano (5 unidades, 20 reais cada, mais 19 reais da pistola de aplique) ; 3) Estilete; 4) Compressor de ar; 5) Câmara de bicicleta; 6) Silver Tape (45 reais, 25 metros); 7) Tesoura; 8) Barbante ou arame; e 9) Lixa (3 reais). Os materiais foram fáceis de encontrar e de conseguir emprestados, apenas a cola poliuretano e a pistola de aplicação são necessário comprar. É preciso ficar atento ler as instruções de uso, pois o cheiro do produto pode ser prejudicial para algumas pessoas e o produto pode causar irritação na pele, se necessário fazer o uso de luvas e mascaras. No Stand up Paddle, Zagare (2015), por ter apenas uma camada na base, reforçou com cano PVC os vãos entre as garrafas, para dar maior sustentação e dificultar a entrada da agua, com o caiaque os projetos encontrados na internet, não faz o uso desse recurso, pois ele tem mais de uma base e a quilha. As garrafas podem ser de marcas diferentes, mas é necessário o cuidado para poder fazer as emendas e corta-las de modo que se encaixem. Foram usadas garrafas de 2L, da grande maioria da marca Coca-Cola, o processo de criação consiste em três fases. A primeira parte é necessária limpar todas as garrafas, e remover os rótulos. Não importa se a garrafa estiver amassada. Na segunda fase, é usado um compressor de ar para infla-las com ar, com uma câmara de pneu de bicicleta, uma extremidade é colocada na garrafa semiaberta e a outra parte onde sai o ar do compressor, e após conferir que o ar não vai escapar fechar a garrafa (figura 7). Zagare (2015) faz o uso de gelo seco para encher as garrafas, que é outra maneira de poder concluir esta fase, para finalizar este processor, passar uma lixa na garrafa, para que ela não fique muito lisa, assim facilitando mais a resistência do adesivo poliuretano. A ultima fase escolhemos algumas garrafas para fazer as emendas, cortamos a parte de baixo e de cima da garrafa, com ele é onde será encaixada uma garrafa na parte superior e outra na parte inferior, com a cola poliuretano (figura 8) e assim sucessivamente, reforçando 28 com silver tape após formar uma coluna com seis garrafas, é necessário junta-las para formar a base (figura 9), passando a cola nas laterais e assim unir as colunas, durante o processo foi observado que a garrafa da marca Coca-Cola não é a do melhor tipo, pois devido a seu formato, ela deixa muitos espaços vazio que foram preenchidos com o adesivo PU, oque resultou em um maior gasto do produto, e para que as laterais não se soltem usar um barbante, silver tape ou um arame amarrando-as até secarem. Nesse projeto, foram agrupadas seis garrafas, para formar a base, a quilha e as laterais, assim fazendo um caiaque para uma pessoa, a base com três colunas de garrafas, a quilha colada na parte inferior da base mais próxima do centro e as laterais colocadas na diagonal nas duas bordas superiores do caiaque, fazendo uma curvatura no centro para que a pessoa possa sentar. E foi finalizado colocando uma garrafa na ponta da frente de cada coluna, formando a proa. Figura 7. Foto tirada durante processo de criação. Improviso feito com uma camara de pneu de bicicleta, colocando um na ponta da saída do ar e outra na garrafa assim sendo possivel inflá-la. Arquivo Pessoal do Autor. 29 Figura 8. Foto tirada durante processo de criação. Garrafas e emendas encaixadas antes de uni-las. Arquivo Pessoal do Autor Figura 9. Foto tirada durante o processo de criação. Garrafas já juntadas, colocadas lado a lado para a formação da base do caiaque. Arquivo Pessoal do Autor 30 7. TESTE DO CAIAQUE- PROVA DE FOGO (OU MELHOR, ÁGUA) No dia 05/10/2018, foi realizado teste com o caiaque, ele mostrou-se bastante resistente, as garrafas aguentaram o peso de aproximadamente 80 kg, e o adesivo poliuretano também se mostrou bem resistente à água, e conseguindo manter as garrafas fixas umas nas outras, fazendo-o flutuar sem problemas (figura10). O problema foi a escolha de deixar apenas duas colunas de garrafas como a quilha, pois isso deixou o caiaque muito instável e para o meu tamanho muito difícil de manter equilibrado. Pelo material da garrafa comparado ao caiaque original, a aquadinâmica do caiaque de garrafas é inferior, para solucionar o problema da instabilidade, a base inferior foi preenchida por boias EVA (Figura 11), após isso era possível manter-se equilibrado. Um dos problemas foi manter a proa, ela não se mostrou necessária, e devido a um erro no corte das emendas foi preciso removê-las, mas isso não alterou a eficiência, mesmo entrando um pouco mais de água na frente, após o uso do caiaque é necessário deixa-lo por algum tempo fora da água, algumas emendas mesmo com um excesso de cola a água acabou entrando dentro, com isso acrescentando um peso extra, mudando o centro de equilíbrio do caiaque, assim como um caiaque convencional quando entra água dento do cockpit sendo necessário retirar água para que não afunde. Durante o teste foram realizadas algumas atividades para iniciantes semelhantes as que foram apresentadas no curso de técnico nível I em Brasília-DF, entrando pelo caiaque pela lateral, se sustentando pela borda ate conseguir manter-se estável (Figura 12). Como não tínhamos um remo, após conseguir se equilibrar, utilizando o movimento das mãos empurrando a agua para traz, para q o caiaque se movimentasse para frente e empurrando a agua para frente para ele ir para trás, e quando perdesse o equilíbrio, usando a mãos para bater na agua, tentando manter o centro de gravidade., para simular um remo foi utilizado uma boia com um formato de um halter (Figura 13), mas não mostrou-se muito prático e era muito curto para realizar os movimentos da remada Ao termino do teste foi necessários alguns reparos no caiaque principalmente nas garrafas inferiores. As garrafas provaram ser eficiente como uma alternativa de trazer um conteúdo diferenciado e poder treinar os movimentos iniciais da remada para pessoas que nunca tiveram o contato com a modalidade, como forma de abordagem inicial é projeto viável, principalmente se o publico alvo for crianças, com ou sem deficiência. Após finalizar o teste, o caiaque mostrou-se adequado para atividades, melhorias podem ser feitas, mas é 31 preciso tomar cuidado, pois pelo material que é feito, ele pode ser sustentável, mas ficar atento em relação a durabilidade das garrafas e da cola poliuretano. Figura 11. Foto tirada durante teste. Macarrão colocado na base do caiaque para melhorar a estabilidade, aumentando a base dando mais equilíbrio. Boia no formato de halter sendo usada para simular o remo. Arquivo Pessoal do Autor Figura 10. Foto tirada durante teste. Observando as garrafas da base, e testando a flutuação antes de subir. Arquivo Pessoal do Autor Figura 12. Foto tirada durante teste. Fazendo a subida no caiaque pela borda da piscina, entrando pela lateral e mantendo apoiado ate conseguir ficar estável. Arquivo Pessoal do Autor 32 Figura 13. Foto tirada durante teste. Boia no formato de halter usado para simular um remo, não provou ser eficiente por ser muito curto. Arquivo Pessoal do Autor 33 8. RESULTADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO Com o objetivo de massificar e democratizar a modalidade, algo que começou em 2004 com o projeto Segundo Tempo em parceria com ministério do esporte, Conselho Nacional da Criança e Adolescente, e as prefeituras municipais a canoagem e suas modalidades vêm crescendo no Brasil, mas como mostrado anteriormente por Marcelino (2005), o processo ainda tinha dificuldade em consolidar uma base solida com as associações, e durante o curso de formação para técnicos nível 1 que pude fazer em Brasília – DF, além das atividades que abordavam o histórico, a classificação funcional, e os movimentos iniciais, foi também apresentado as novas estratégias da CBCa, que começou em 2017 e tem como objetivo final até 2024 se tornar referencia internacional no Paradesporto através de uma gestão eficiente e disseminação do esporte para pessoas com deficiência (PCD) e a proposta de oferecer os cursos, parte da ideia de poder capacitar novos colaboradores criando novos centros regionais, aumentando a performance em eventos nacionais e consequentemente otimizar o desempenho internacional (CBCA,2018). O modelo apresentado por Marcelino (2005) do projeto de canoagem em Piracicaba tem se mostrado o ideal para ajudar a difundir o esporte para todo o publico, quando se tem um ambiente ofereça condições favoráveis, atendendo a um grupo de alunos que nunca teve contato com a canoagem, não é necessário querer propor uma iniciação esportiva, as atividades podem se concentrar em sua fase 1, quando está voltada para somente o lúdico, e por motivos de falta de parcerias ou escassez de equipamentos, o processo de criação de um caiaque, ou qualquer outro objeto, a partir de materiais reciclado podem proporcionar uma experiência diferenciada aos alunos, oferecendo aprendizados que vão além do esporte, como afirma Zagare (2015) que trouxe para seus alunos a respeito a conscientização de proteger o meio ambiente, a partir do reaproveitamento dos matérias, esse processo de criação também serve como incentivo ao esporte (HOHER, 2008. apud, ZAGARE, 2015). E como dito anteriormente, os praticantes de paracanoagem precisão de adaptações, principalmente no encosto, evitando lesões como escara, em suas embarcações, um aluno com deficiência durante a confecção de seu caiaque, teria total liberdade de fazer um que atenda suas especificidades. 34 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante a realização deste trabalho, encontrei poucos trabalhos voltados ao desenvolvimento de metodologias, didática ao ensino da canoagem, e muito menos exclusivamente a paracanoagem, poucas vezes sendo o foco principal, sempre de um modo geral sendo uma extensão do esporte convencional. Por mais que as técnicas da remada sejam iguais, é preciso uma didática e formas de abordagem diferentes para os PCD’s, o esporte apesar das competições e sua pratica já existir a muito tempo, podemos considera-lo como novo no mundo paraolímpico, tendo sua estreia no RIO 2016, e como é de se esperar mudanças futuras podem vir, como criação de novas categorias, modalidades e a possibilidade de outras deficiências fazerem parte da classificação. Para que possamos ter conhecimento a respeito da realidade da paracanoagem seria preciso um trabalho mais minucioso, indo até os locais, projetos, associações que realizam trabalho com a canoagem, e a partir de observações, conversas, entrevistas, poder analisar como são desenvolvidos os trabalhos para os PCD’s e se realmente em todos os locais estão de portas abertas a esse publico e se são adequados para realizarem seu treinamento. Além das medidas organizadas pelas associações e confederações em geral para o desenvolvimento do esporte no Brasil e atrair o máximo de publico possível, o papel das universidades principalmente nos cursos de educação física também é importante pois é de lá que saíram os professores responsáveis em ajudar no crescimento do esporte, sem professores capacitados é impossível que ele possa atrair mais alunos à prática. A criação do caiaque não precisa estar relacionada apenas a modalidade esportiva da canoagem, qualquer lugar, que ofereça atividades ligadas ao ambiente aquático pode usar este recurso, como forma de aprendizado, e após de concluído propor atividades iniciais, como movimentos básicos, de ir para frente, para trás, e para os lados, e oque fazer após o caiaque virar o empurrando dentro da agua, saindo de maneira segura, e voltando a subir. Espero que este trabalho ajude a estimular a criatividade dos professores e alunos, na busca de formas diferenciadas na abordagem de um esporte como a canoagem, que foge um pouco do convencional, e mostrando que com alguns recursos de baixo custo é possível desenvolver atividades interessantes. Assim criando nos participantes um vinculo de todo o processo de criação até a finalização da confecção e de atividades relacionada a modalidade, que o incentive a conhecer mais sobre a pratica futuramente. 35 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARDOSO, V, D. A Reabilitação de pessoas com deficiência através do desporto adaptado. Revista Brasileira Ciência Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 2, abr./jun. 2011. p, 529-539. CARDOSO, V, D. GAYA, A, C. A classificação funcional no esporte paralímpico. Revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 12, n. 2. 2014. p, 132-146. CBCA. Classificação funcional. 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