RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA, REALIZADO JUNTO A CLÍNICA DE FELINOS CLINFEL EM CAMPINAS (SP) E A CLÍNICA VETERINÁRIA MUNDO ANIMAL EM SÃO CARLOS (SP). Caso de interesse: Síndrome da Hiperestesia Felina Ariane Tonioli D’Almeida UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS CÂMPUS DE JABOTICABAL RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA, REALIZADO JUNTO A CLÍNICA DE FELINOS CLINFEL EM CAMPINAS (SP) E A CLÍNICA VETERINÁRIA MUNDO ANIMAL EM SÃO CARLOS (SP). Ariane Tonioli D’Almeida Orientadora: Profa. Dra. Annelise Carla Camplesi Trabalho apresentado à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, para graduação em MEDICINA VETERINÁRIA. JABOTICABAL - SP 2º Semestre/2023 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Ivo e Valdecira, agradeço e dedico esse trabalho a eles, por todo o apoio, ajuda, carinho e amor, em toda a minha vida, por abraçarem meus sonhos e não me deixar desistir, assim como à minha família. Agradeço aos meus amigos de faculdade, pelos momentos e aprendizados compartilhados, que ajudaram a deixar os anos da graduação mais leves, em especial à Beatriz e Micaela que além da faculdade, tivemos a oportunidade de compartilhar a casa e dividir as dores e alegrias. Ao meu namorado Mauricio, por toda a paciência, compreensão e ajuda nessa fase final da graduação. Agradeço aos locais de estágio pela oportunidade, em especial ao Nivaldo e Margarita Orlandi, por devolverem o brilho nos meus olhos para a área de clínica e cirurgia e por todo o aprendizado. À minha orientadora Annelise Camplesi por ter aceito a orientação, por toda ajuda no desenvolvimento das atividades e acolhimento nos momentos difíceis. Aos grupos que tive a oportunidade de participar durante a graduação, GEFel, Coletivo Bertha Lutz e Diretório Acadêmico, os quais me proporcionaram boas experiências, muito conhecimento e amigos. Agradeço aos professores da graduação pelo conhecimento compartilhado, dedicação e oportunidades dentro da Universidade. Aos animais que passaram pela minha vida e pelos meus estágios, pacientes ou não, pela convivência, amor e experiência com eles aprendidos, em especial aos meus gatos, Menina, Nenem, Theo e Bento. Agradeço à UNESP pelas políticas de permanência estudantil que me auxiliaram e oferecem a muitos outros alunos a oportunidade de concluir o ensino superior. v SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS................................................................................................... vi LISTA DE TABELAS ................................................................................................. vii LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................................viii I. RELATÓRIO DE ESTÁGIO .................................................................................. 9 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 9 2. DESCRIÇÃO DOS LOCAIS DE ESTÁGIO .................................................... 9 2.1. ClinFel Medicina Felina ........................................................................... 9 2.2. Clínica Veterinária Mundo Animal .......................................................... 10 3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ................................................................. 12 3.1. ClinFel Medicina Felina ......................................................................... 12 3.2. Clínica Veterinária Mundo Animal .......................................................... 15 4. DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES .................................................................. 22 5. CONCLUSÃO............................................................................................... 24 II. MONOGRAFIA - SÍNDROME DA HIPERESTESIA FELINA (SHF) ................... 26 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 26 2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 26 2.1. Síndrome de Hiperestesia Felina ........................................................... 26 2.2. Fisiopatogenia ....................................................................................... 27 2.3. Diagnósticos Diferenciais....................................................................... 28 2.4. Tratamento ............................................................................................ 29 3. RELATO DE CASO ...................................................................................... 30 4. DISCUSSÃO ................................................................................................ 32 5. CONCLUSÃO............................................................................................... 34 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 35 vi LISTA DE FIGURAS Figura 1. Clínica Veterinária ClinFel, localizada na Avenida Brasil, nº 643, Bairro Jardim Chapadão, na cidade de Campinas, SP. Fonte: Google Maps. ...................... 10 Figura 2. Clínica Veterinária Mundo Animal, localizada na Avenida Sallum, nº 1461, Bairro Vila Prado, na cidade de São Carlos, SP. Fonte: Arquivo pessoal .................. 11 Figura 3. Representação gráfica das Modalidades de Tratamento empregadas nos Gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022 ............................................................................... 14 Figura 4. Distribuição etária dos gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022 ....................... 15 Figura 5. Representação gráfica em números absolutos de gatos, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022 ................................................... 15 Figura 6. Representação gráfica das modalidades de tratamento empregadas nos Cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022.......................................................................... 16 Figura 7. Distribuição etária dos cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022 ......................... 19 Figura 8. Representação gráfica em porcentagem de cães, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022 ........................................................ 19 Figura 9. Representação gráfica das Modalidades de Tratamento empregadas nos gatos atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022.......................................................................... 21 Figura 10. Distribuição etária dos gatos atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022 ............. 21 Figura 11. Representação gráfica em porcentagem de gatos, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022 ........................................................ 22 vii LISTA DE TABELAS Tabela 1. Diagnósticos, sinais clínicos ou suspeita clínica dos gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel no período de 03 de janeiro a 8 de fevereiro de 2022. ............................................................................................................................. 13 Tabela 2. Diagnósticos, sinais clínicos ou suspeita clínica dos cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. ............................................................................................................................. 17 Tabela 3. Diagnósticos, Sinais Clínicos ou Suspeita Clínica dos gatos atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022 ............................................................................................................................. 20 Tabela 4. Valores do hemograma e bioquímicos séricos realizados no dia 12 de julho de 2022 (Valores de referência Laboratório Pasteur) ........................................... 31 Tabela 5. Valor da relação Proteína/Creatinina urinária realizada no dia 13 de julho de 2022 (Valores de referência Laboratório Pasteur) ................................................ 31 viii LISTA DE ABREVIATURAS ELISA: Ensaio de Imuno absorção Enzimática (Enzyme Linked ImmunoSorbent Assay) FA: Fosfatase Alcalina FeLV: Virus da Leucemia Felina (feline leukemia virus) FIV: Virus da Imunodeficiência Felina OH: Ovariohisterectomia PAS: Pressão Arterial Sistólica PIF: Peritonite Infecciosa Felina q8-12h: a cada 8-12 horas q12h: a cada 12 horas q12-24h: a cada 12-24 horas q24h: a cada 24 horas SHF: Síndrome da Hiperestesia Felina SRD: Sem raça definida TGP: Transaminase Glutâmica Pirúvica UPC: Relação Proteína-Creatinina Urinária VO: Via oral 9 I. RELATÓRIO DE ESTÁGIO 1. INTRODUÇÃO O presente relatório refere-se às atividades desenvolvidas durante o estágio curricular obrigatório em práticas veterinárias pela graduanda Ariane Tonioli D’Almeida, regularmente matriculada no curso de Medicina Veterinária na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – FCAV/UNESP Campus de Jaboticabal, sob orientação da Profa. Dra. Annelise Carla Camplesi. O estágio foi realizado em duas etapas e teve como objetivo o aprimoramento profissional na área de Clínica Médica e Cirúrgica de Pequenos Animais, sendo a primeira etapa desenvolvida no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022 na Clínica Veterinária ClinFel - Medicina Felina localizada na cidade de Campinas - SP, onde a aluna acompanhou os atendimentos clínicos e procedimentos cirúrgicos exclusivos em medicina felina junto às médicas veterinárias responsáveis. A segunda etapa foi realizada de 23 de maio a 29 de julho de 2022 na Clínica Veterinária Mundo Animal localizada na cidade de São Carlos - SP, onde a discente acompanhou os atendimentos clínicos e procedimentos cirúrgicos de cães e gatos, juntos aos médicos veterinários responsáveis, perfazendo o total de 603 horas oficiais de estágio curricular. 2. DESCRIÇÃO DOS LOCAIS DE ESTÁGIO 2.1. ClinFel Medicina Felina A clínica ClinFel está localizada na Avenida Brasil, nº 643, Bairro Jardim Chapadão, na cidade de Campinas, SP. A clínica funciona de segunda a sexta feira, das 9 às 18 horas, e os atendimentos são com horário agendado. O estágio foi realizado no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022 com duração de 203 horas oficiais, supervisionado pela Médica Veterinária Carolina Nicolini. O local conta com serviços de atendimentos clínico e cirúrgico exclusivo a felinos domésticos, dispondo de recepção, uma sala para atendimento clínico, uma sala para medicação pré-anestésica, um centro cirúrgico equipado, uma sala de esterilização, duas salas de internação e uma lavanderia. A equipe é composta por duas médicas veterinárias e conta com médicos veterinários parceiros que fazem 10 atendimento volante de especialidades, como ultrassonografia e anestesiologia, que são contatados e agendados para exames nas dependências da clínica. O ambulatório de atendimento clínico tem ambiente adaptado aos gatos, dispondo de brinquedos e prateleiras disponíveis aos pacientes em atendimento, além de difusor elétrico de feromônio sintético Feliway Classic® (CEVA®) para uma melhor ambientação e conforto do animal. A sala é equipada com mesa de inox para o atendimento e exame físico, uma pia com sabonete, toalhas de papel, álcool 70%, algodão, gaze, e um gabinete com demais produtos, como água oxigenada, luvas, ataduras, clorexidina degermante, esparadrapo, agulhas, seringas, medicações otológicas, além de equipamentos auxiliares, como termômetro, estetoscópio, otoscópio, cotonetes, pinças e lâminas. O centro cirúrgico dispõe de mesa de inox, foco cirúrgico, medicamentos, suporte para fluidoterapia, equipamento de anestesia inalatória, pia, materiais cirúrgicos esterilizados, luva estéril, seringas, agulhas, cateter e mesas auxiliares. Figura 1. Clínica Veterinária ClinFel, localizada na Avenida Brasil, nº 643, Bairro Jardim Chapadão, na cidade de Campinas, SP. Fonte: Google Maps. 2.2. Clínica Veterinária Mundo Animal A clínica Mundo Animal fica localizada na Avenida Sallum, nº 1461, Bairro Vila Prado, na cidade de São Carlos, SP. A clínica realiza atendimento de pequenos animais e funciona de segunda a sexta feira, das 8 às 18 horas, e aos sábados das 8 às 12 horas, com horário de atendimento agendado. O estágio foi realizado no período 11 de 23 de maio a 29 de julho de 2022 com duração de 400 horas oficiais, sob supervisão do Médico Veterinário Nivaldo Orlandi. O local conta com serviços de atendimentos clínico e cirúrgico de cães e gatos, e sua estrutura conta com recepção, duas salas para atendimento clínico, um centro cirúrgico equipado, um laboratório, duas salas de internação, uma farmácia, uma sala de banho e tosa e uma lavanderia. A equipe é composta por dois médicos veterinários e eventualmente conta com o auxílio de médicos veterinários parceiros que fazem atendimento volante de especialidades, como ultrassonografia e anestesiologia, que são previamente contatados para agendar exames ou procedimentos no local. O ambulatório de atendimento clínico conta mesa de inox para o atendimento e exame físico, uma pia com sabonete, toalhas de papel, álcool 70%, algodão, gaze, água oxigenada, luvas, ataduras, clorexidina degermante, esparadrapo, agulhas, seringas, escalpes, tubos para coleta de material biológico, medicações otológicas, medicamentos injetáveis e equipamentos auxiliares, como termômetro, estetoscópio, lanterna, otoscópio, aparelho para aferição de glicemia, cotonetes e lâminas. O centro cirúrgico dispõe de mesa de inox, foco cirúrgico, medicamentos, suporte para fluidoterapia, equipamento de anestesia inalatória, pia, toalhas de papel, clorexidina degermante, iodo, luvas estéreis e de procedimento, álcool 70%, atadura, esparadrapo, gaze, algodão, agulhas, seringas, cateter, materiais cirúrgicos esterilizados, panos de campo e compressas cirúrgicas estéreis, monitores de parâmetros vitais, bomba de infusão, mesa auxiliar e equipamento odontológico. Figura 2. Clínica Veterinária Mundo Animal, localizada na Avenida Sallum, nº 1461, Bairro Vila Prado, na cidade de São Carlos, SP. Fonte: Arquivo pessoal. 12 3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 3.1. ClinFel Medicina Felina Durante o período de estágio foi possível acompanhar a rotina completa da clínica, do atendimento clínico ao pós-operatório sob supervisão das médicas veterinárias responsáveis. As atividades se iniciavam com a limpeza das baias de internação e acompanhamento dos animais internados, administração de medicamentos e oferecimento de alimentação conforme a prescrições, e anotado em ficha de internação individual. Durante os atendimentos clínicos a estagiária pôde acompanhar as consultas e auxiliar na contenção dos animais, quando necessário, assim como observar a realização dos exames de ultrassonografia, identificação e envio de materiais biológicos aos laboratórios de análise. Os procedimentos cirúrgicos realizados durante o período de estágio também puderam ser acompanhados, com a oportunidade de auxiliar a médica veterinária durante a prática de um dos procedimentos, assim como o acompanhamento pós cirúrgico do paciente, fluidoterapia e internação. Coube também a estagiária as atividades de manutenção do ambiente, como esterilização de materiais cirúrgicos utilizados, reposição de materiais nos armários do ambulatório clínico e do centro cirúrgico, descarte adequado de medicamentos fora do prazo de validade e organização dos ambientes da clínica. Durante o período de estágio foram atendidos 48 gatos, sendo 25 fêmeas (52%) e 23 machos (48%). A tabela 1 descreve os diagnósticos e suspeitas clínicas também sendo descritas as modalidades de tratamentos (figura 3), faixa etária dos animais atendidos (figura 4) e número absoluto de animais castrados (figura 5). 13 Tabela 1. Diagnósticos, sinais clínicos ou suspeita clínica dos gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel no período de 03 de janeiro a 8 de fevereiro de 2022. Diagnóstico, Sinais Clínicos ou Suspeita Clínica Macho Fêmea Total (%) Sistema Neurológico Alteração Neurológica (Paresia) 1 0 1 2,08% SUBTOTAL 2,08% Sistema Endócrino Diabetes Melitus (Achinelamento membros) 0 1 1 2,08% SUBTOTAL 2,08% Sistema Imunológico FeLV 1 2 3 6,25% FIV 0 1 1 2,08% PIF 1 1 2 4,17% SUBTOTAL 12,50% Sistema Respiratório Rinotraqueíte 1 2 3 6,25% Bronquite 0 2 2 4,17% SUBTOTAL 10,42% Sistema Tegumentar Dermatite 1 0 1 2,08% Pododermatite a esclarecer 0 1 1 2,08% Acne felina 1 0 1 2,08% Sarna Otodécica 1 1 2 4,17% Alopecia Psicogênica 0 1 1 2,08% Hipersensibilidade Alimentar 2 1 3 6,25% SUBTOTAL 18,75% Sistema Genito-Urinário Obstrução Uretral 2 0 2 4,17% Doença Renal Cronica 3 1 4 8,33% Cistite 0 1 1 2,08% SUBTOTAL 14,58% Sistema Digestório Enterite 1 0 1 2,08% Hepatopatia a esclarecer 1 0 1 2,08% Tríade Felina 1 1 2 4,17% Doença Periodontal 1 0 1 2,08% Complexo Gengivite-Estomatite Felina 0 1 1 2,08% SUBTOTAL 12,50% Sistema Musculoesquelético Claudicação 0 1 1 2,08% Lombalgia 1 0 1 2,08% SUBTOTAL 4,17% 14 Tabela 1. Diagnósticos, sinais clínicos ou suspeita clínica dos gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel no período de 03 de janeiro a 8 de fevereiro de 2022 (continuação). Diagnóstico, Sinais Clínicos ou Suspeita Clínica Macho Fêmea Total (%) Sistema Cardiovascular Cardiomiopatia Hipertrófica Felina 0 1 1 2,08% SUBTOTAL 2,08% Doenças Oncológicas Linfoma 0 1 1 2,08% SUBTOTAL 2,08% Profilaxia Check up 1 2 3 6,25% Vacinação 2 2 4 8,33% Testagem FIV/FeLV (-) 1 1 2 4,17% SUBTOTAL 18,75% TOTAL 23 25 48 100,00% Figura 3. Representação gráfica das modalidades de tratamento empregadas nos Gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022. 15 Figura 4. Distribuição etária dos gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022. Figura 5. Representação gráfica em números absolutos de gatos, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022. 3.2. Clínica Veterinária Mundo Animal Durante o período de estágio foi possível acompanhar a rotina completa da clínica, desde o cadastro do paciente ao atendimento clínico, cirurgia, exames complementares e internação, sob supervisão dos médicos veterinários responsáveis, Nivaldo e Margarita Orlandi. Ao início do dia era preconizada a organização do ambiente da clínica e atenção aos animais internados, quando houvesse, com limpeza das baias de internação, acompanhamento dos animais, administração de medicamentos e alimento, conforme a prescrição, e anotado em ficha de internação individual. Durante 16 os atendimentos clínicos foi possível acompanhar toda a consulta e auxiliar na contenção dos animais, quando necessário, identificação e envio de materiais biológicos aos laboratórios de análise, e acompanhar os exames de ultrassonografia realizado por profissional parceiro na clínica. Após as consultas, quando possível, era feita a revisão e discussão do caso do paciente, possibilitando o exercício da correlação entre conhecimentos teóricos e práticos. Os procedimentos cirúrgicos realizados também puderam ser acompanhados, com a oportunidade de auxiliar o médico veterinário em algumas cirurgias, assim como acompanhamento pós-cirúrgico do paciente, fluidoterapia, medicação e internação quando necessário, até o animal receber alta hospitalar. Durante o tempo livre era incentivada a discussão de casos clínicos, análise e interpretação de resultados de exames, sanar dúvidas, trocas de experiências, e estudos com livros e revistas disponíveis no local. Foram atendidos durante o período de estágio 152 animais, sendo 132 cães (87%) e 20 gatos (13%). A tabela 2 descreve o diagnóstico e suspeitas clínicas dos pacientes caninos atendidos, a representação da modalidade de tratamento (figura 6), faixa etária dos animais (figura 7) e porcentagem de cães castrados (figura 8). Figura 6. Representação gráfica das modalidades de tratamento empregadas nos cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. 17 Tabela 2. Diagnósticos, sinais clínicos ou suspeita clínica dos cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Diagnóstico, Sinais Clínicos ou Suspeita Clínica Macho Fêmea Total (%) Sistema Neurológico Disfunção Cognitiva 1 1 2 1,52% Convulsão 1 0 1 0,76% SUBTOTAL 2,27% Sistema Hematológico Hemoparasitose 1 2 3 2,27% SUBTOTAL 2,27% Sistema Imunológico Traqueobronquite Infecciosa Canina 1 2 3 2,27% Parvovirose 1 0 1 0,76% SUBTOTAL 3,03% Sistema Cardiovascular Insuficiencia Cardíaca Congestiva Direita 1 0 1 0,76% SUBTOTAL 0,76% Sistema Respiratório Dispneia 0 1 1 0,76% Broncopneumonia 1 0 1 0,76% SUBTOTAL 1,52% Sistema Endócrino Hiperadrenocorticismo 1 2 3 2,27% Diabetes mellitus 0 1 1 0,76% SUBTOTAL 3,03% Sistema Tegumentar Otite 1 4 5 3,79% Cisto sebáceo 0 2 2 1,52% Saculite 0 2 2 1,52% Hipersensibilidade Alimentar 0 2 2 1,52% Picada de Aranha (araneismo) 0 1 1 0,76% Dermatite atópica 0 2 2 1,52% Pododermatite 0 2 2 1,52% Otohematoma 0 1 1 0,76% Dermatite sem causa estabelecida 2 3 5 3,79% SUBTOTAL 16,67% Sistema Digestório Êmese 0 3 3 2,27% Periodontite 1 1 2 1,52% Diarreia 0 2 2 1,52% Pancreatite 1 0 1 0,76% Corpo Estranho 1 0 1 0,76% Gastroenterite 1 1 2 1,52% Anorexia 0 2 2 1,52% SUBTOTAL 9,85% 18 Tabela 2. Diagnósticos, sinais clínicos ou suspeita clínica dos cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022 (continuação). Diagnóstico, Sinais Clínicos ou Suspeita Clínica Macho Fêmea Total (%) Sistema Genito-Urinário Pseudociese 0 2 2 1,52% Doença Renal Crônica (DRC) 0 1 1 0,76% Piometra 0 4 4 3,03% Urolitíase 1 2 3 2,27% Hematúria 1 1 2 1,52% Cistite 0 2 2 1,52% Orquiectomia 3 0 3 2,27% Ovariohisterectomia (OH) SUBTOTAL 0 2 2 1,52% 14,39% Sistema Musculoesquelético Claudicação 1 2 3 2,27% Luxação de Patela 0 1 1 0,76% Hernia Perineal 1 0 1 0,76% Espondilose (espondilite) Anquilosante em cervical 0 1 1 0,76% SUBTOTAL 4,55% Sistema Oftálmico Hifema 1 0 1 0,76% Protrusão Globo Ocular 1 0 1 0,76% Ceratoconjuntivite Seca 1 0 1 0,76% Blefarite 0 1 1 0,76% Ulcera de córnea 1 1 2 1,52% Ceratite 0 1 1 0,76% SUBTOTAL 5,30% Doenças Oncológicas Carcinoma Hepático Trabecuar 0 1 1 0,76% Carcinossarcoma de Glandula Salivar 0 1 1 0,76% Tricoepitelioma 0 1 1 0,76% Disgerminoma - Ovário 0 1 1 0,76% Sarcoma 1 0 1 0,76% SUBTOTAL 3,79% Profilaxia Check-up 1 3 4 3,03% Vacinação 18 21 39 29,55% SUBTOTAL 32,58% TOTAL 46 86 132 100,00% 19 Figura 7. Distribuição Etária dos Cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Figura 8. Representação gráfica em porcentagem de cães, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. A tabela 3 descreve o diagnóstico e suspeitas clínicas do atendimento aos felinos atendidos, a representação da modalidade de tratamento (figura 9), faixa etária dos felinos (figura 10) e a porcentagem de gatos castrados (figura 11). 20 Tabela 3. Diagnósticos, Sinais Clínicos ou Suspeita Clínica dos gatos atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Diagnóstico, Sinais Clínicos ou Suspeita Clínica Macho Femea Total (%) Sistema Neurológico Síndrome Hiperestesia Felina 1 0 1 5,00% SUBTOTAL 5,00% Sistema Respiratório Rinotraqueíte 1 1 2 10,00% SUBTOTAL 10,00% Sistema Tegumentar Sarna Otodécica 1 0 1 5,00% SUBTOTAL 5,00% Sistema Genito-Urinário Cistite 0 1 1 5,00% Calculos em Ureter 0 1 1 5,00% Doença Renal Crônica 1 0 1 5,00% SUBTOTAL 15,00% Sistema Digestório Anorexia 0 1 1 5,00% Emese 0 1 1 5,00% Doença Periodontal 2 1 3 15,00% SUBTOTAL 25,00% Sistema Musculoesquelético Claudicação 1 0 1 5,00% SUBTOTAL 5,00% Sistema Oftálmico Úlcera de Córnea 0 1 1 5,00% SUBTOTAL 5,00% Doenças Oncológicas Carcinoma Espinocelular 0 1 1 5,00% SUBTOTAL 5,00% Profilaxia Vacinação 1 1 2 10,00% Testagem FIV/FeLV 2 0 2 10,00% Orientação Comportamental Pediátrica 0 1 1 5,00% SUBTOTAL 25,00% TOTAL 10 10 20 100,00% 21 Figura 9. Representação gráfica das Modalidades de Tratamento empregadas nos gatos atendidos da Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Figura 10. Distribuição Etária dos gatos atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. 22 Figura 11. Representação gráfica em porcentagem de gatos, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. 4. DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES Na Clínica Veterinária ClinFel foram atendidos 48 gatos, sendo 25 fêmeas (52%) e 23 machos (48%). Dentre os animais, 42 não possuíam raça definida (87,5%) e 6 com raça definida (12,5%), sendo elas: Bengal (4,16%), Persa (4,16%), Maine- Coon (2,08%) e Ragdoll (2,08%). Em relação às afecções, o principal sistema acometido foi o Tegumentar (18,75%) com maior casuística de Hipersensibilidade Alimentar (6,25%), seguido pelo sistema Geniturinário (14,58%) que detém a enfermidade com maior casuística recorrente, a Doença Renal Crônica (8,33%), e então as doenças que acometem os sistemas imunológico (12,5%), digestório (12,5%), respiratório (10,42%), musculoesquelético (4,17%), endócrino (2,08%), cardiovascular (2,08%), neurológico (2,08%) e as doenças oncológicas (2,08%). A casuística de profilaxia (18,75%) engloba as vacinações (8,33%), incluindo as vacinas Polivalentes (V4 e V5) e antirrábica, check-ups (6,25%) e testagem para FIV e FeLV (4,17%), somando os testes rápidos (ELISA) e exames por PCR. Os números finais de animais vacinados, testados e que realizaram os exames para avaliação geral do paciente (hemograma e bioquímica sérica) são maiores do que os expostos na Tabela 1, na qual foram considerados apenas os animais que foram até a ClinFel exclusivamente para vacinação ou exames de rotina sem queixas clínicas prévias, e em relação as testagens para FIV e FeLV foram considerados apenas os 23 animais negativos, estando os positivos incluídos na casuística do Sistema Imunológico. A modalidade de tratamento mais prevalente foi clínica (80%), seguido por cirúrgica (10%) e internação (10%). As causas cirúrgicas foram passagem de sonda esofágica e desobstrução uretral, enquanto as internações foram por doença renal crônica, FeLV, PIF, linfoma e alteração neurológica a esclarecer. O número de animais que passaram pela internação é subestimado, uma vez que alguns animais que passaram por cirurgia ficaram em observação na internação, sendo considerados apenas os animais que não passaram previamente por procedimento cirúrgico, mas necessitaram de monitoração intensiva para estabilizar quadros clínicos delicados. A mediana de idade dos gatos atendidos é de 9 anos, com maior prevalência de animais com 7 anos de idade. Dos 23 gatos machos atendidos, 22 eram castrados (96%) e apenas 1 não era castrado (4%), e das 25 fêmeas, 24 eram castradas (96%) e 1 não castrada (4%). Na Clínica Veterinária Mundo animal foram atendidos 152 animais, sendo 132 cães (87%), 46 machos e 86 fêmeas, e 20 gatos (13%), 10 machos e 10 fêmeas. Em relação às raças, 85% dos gatos atendidos não possuem raça definida (SRD), e 15% são da raça Persa, enquanto 27,3% dos cães não possuíam raça definida, e as raças mais prevalentes foram Shih-Tzu (19,7%), Poodle (6,82%), Border Collie (6,06%), Pinscher (6,06%), Lhasa Apso (4,55%), Yorkshire (4,55%), Dachshund (3,79%), Maltês (3,79%), Golden Retriever (3,03%), Labrador (3,03%), Pitbull (2,27%), Husky Siberiano (1,52%), West White Terrier (1,52%), Boxer, Bull Terrier, Cocker, Doberman, Galgo Italiano, Pug, Schnauzer e Shiba Inu (0,76% cada). Nos atendimentos da espécie canina, o sistema com maior número de casuística foi o tegumentar (16,67%), sendo o maior casuística em otite e dermatite (3,79%), seguido pelo sistema geniturinário (14,39%) com maior casuística de piometra (3,03%), e os sistemas digestório (9,85%), oftálmico (5,30%), musculoesquelético (4,55%), doenças oncológicas (3,79%), endócrino (3,03%), imunológico (3,03%), neurológico (2,27%), hematológico (2,27%), respiratório (1,52%) e cardiovascular (0,76%). A profilaxia (32,58%) corresponde a uma quantidade expressiva dos atendimentos, sendo representada por vacinação (29,55%), que compreende as vacinas polivalentes (V8, V10), antirrábica e contra a gripe (traqueobronquite infecciosa) e check-ups (3,03%), onde esses valores são maiores do que os expostos na Tabela 2, pois alguns animais que foram ao atendimento com 24 queixas simples puderam ser vacinados, e todos os animais que passaram por atendimento cirúrgico fizeram previamente os exames de check-up, considerando portanto apenas o número de animais que buscaram atendimento exclusivamente com essa finalidade. A modalidade de tratamento mais prevalente foi clínica (80%), seguido por cirúrgica (17%) e internação (2%). As causas cirúrgicas mais prevalentes foram piometra, ovariohisterectomia, orquiectomia e cistostomia para retirada de urólitos, enquanto as internações foram por doença renal crônica, parvovirose e dispneia por pneumopatia a esclarecer. O número de animais que passaram pela internação está subestimado, uma vez que alguns pacientes que foram submetidos a cirurgia ficaram em observação na internação, sendo considerados apenas aqueles animais que não passaram previamente por procedimento cirúrgico, e sim necessitaram de monitoração intensiva para estabilizar quadros clínicos delicados. Dos cães atendidos, a mediana de idade foi de 8,5 anos, com maior quantidade absoluta de atendimento a cães com menos de 1 ano de idade. Entre os machos atendidos 70% não eram castrados (inteiros) e 30% castrados, enquanto 71% das fêmeas não eram castradas e 29% eram castradas. No atendimento aos animais da espécie felina, o sistema mais acometido foi o digestório (25%), com maior atendimento de casos de doença periodontal/periodontite (15%), gênito-urinário (15%), respiratório (10%), neurológico, tegumentar, musculoesquelético, oftálmico e doenças oncológicas (5%). Os atendimentos de profilaxia (25%) incluíram vacinação (10%) com vacinas polivalentes (V4) e antirrábica, testagem FIV/FeLV (10%) do tipo teste rápido (ELISA) e orientação comportamental (5%). A mediana de idade dos gatos atendidos é de 7,5 anos, com maior prevalência de animais com idade inferior a 1 ano. A prevalência de machos e fêmeas castrados foi de 40% e 70%. 5. CONCLUSÃO O estágio prático em Medicina Veterinária se mostra como parte essencial da Graduação para aqueles que tem a intenção de seguir nas áreas de Clínica e Cirurgia, pois permite a vivência mais próxima com a rotina ambulatorial, além de possibilitar o 25 aprimoramento da prática e uma melhor compreensão aplicação de conhecimentos teóricos adquiridos durante os anos de estudo. A prática curricular na clínica veterinária ClinFel possibilitou maior conhecimento sobre o atendimento exclusivo a felinos, em especial ao manejo catfriendly, no qual são utilizadas as técnicas mais adequadas de contenção, atendimento clínico, coleta de amostras, enriquecimento ambiental, orientação ao tutor e administração de medicamentos. A experiência adquirida também foi importante para consolidar a intenção da aluna em seguir na área da Medicina Felina. Na clínica veterinária Mundo Animal foi possível acompanhar a rotina e os parceiros da clínica na cidade natal da graduanda, onde além de toda a experiência clínica e cirúrgica, foi possível conhecer mais colegas de profissão e laboratórios de análises veterinárias. O período de estágio na clínica foi de singular importância para afirmar o interesse na área clínica da veterinária, além de proporcionar muita troca de experiência e aprendizado com os médicos veterinários responsáveis e demais profissionais das especialidades, como diagnóstico por imagem e anestesiologia. A partir da análise dos dados do trabalho, também podemos concluir como a medicina veterinária preventiva, incluindo vacinação e exames de rotina, são capazes de prevenir e mesmo diagnosticar e tratar doenças em estágios iniciais, favorecendo o sucesso do tratamento e incremento da qualidade de vida dos animais, reforçando a importância da visita periódica ao médico veterinário. A diferença expressiva do número de gatos atendidos em relação ao de cães nos mostra como ainda é pouco difundida a importância do cuidado com a saúde dos gatos. 26 II. MONOGRAFIA - SÍNDROME DA HIPERESTESIA FELINA (SHF) 1. INTRODUÇÃO A Síndrome da Hiperestesia Felina (SHF) é uma manifestação clínica pouco compreendida e caracterizada pelo conjunto de sinais clínicos, como perseguição da cauda, mordedura ou lambedura excessiva da área lombar, flanco ou cauda, fasciculações da pele e espasmos musculares em área lombossacra, vocalizações, corrida repentina e alucinações (Batle et al., 2018; Brum, 2021). Essa síndrome já foi descrita e conhecida também como “neurite aparente”, “neuro dermatite atípica”, “síndrome da pele ondulada” e “doença do gato nervoso” (Turtle, 1980 apud Brum, 2021). Essa síndrome pode ter diferentes causas e diagnósticos diferenciais, como doenças ortopédicas, dermatológicas, neurológicas e distúrbios comportamentais, principalmente por serem afecções com manifestações clínicas semelhantes (Batle et al., 2018; Oro, 2020; Costa; Arruda; Nogueira, 2021). Mesmo quando associada a outras doenças, a patogênese da SHF ainda não é bem esclarecida e suas causas são multifatoriais, aumentando a variedade de diagnósticos diferenciais possíveis até o diagnóstico da síndrome por exclusão (Brum, 2021). O tratamento é feito a partir da identificação de causa base ou visando controle dos sinais clínicos apresentados pelo felino. Podem ser utilizados fármacos de diferentes classes, como monoterapia ou associados, incluindo anticonvulsivantes (fenobarbital, gabapentina), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina) e analgésicos aliados a enriquecimento ambiental (Batle et al., 2018; Rusbridge, 2020; Brum, 2021). 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Síndrome de Hiperestesia Felina A Síndrome da Hiperestesia Felina (SHF) é definida como um distúrbio ainda pouco compreendido caracterizado por sinais clínicos, como ondulação da pele em região lombar, midríase, excesso de lambedura em lombar dorsal, flanco e cauda, vocalização, agressividade, episódios de corridas e alucinação (Little, 2015; Batle et al., 2018). O comportamento pode ser induzido através da carícia nos pelos dos gatos, e os episódios são mais frequentes pela manhã e ao final do dia, ou seja, tem manifestações crepusculares (Little, 2015). 27 Descrita pela primeira vez há mais de 40 anos por Turtle em 1980, a Síndrome da Hiperestesia Felina já foi denominada como “neurite aparente”, “síndrome da pele ondulada” e “doença do gato nervoso” (Brum, 2021). É caracterizada como um conjunto de sinais clínicos que podem ser decorrente de dor ou irritação, a hiperestesia é uma manifestação de sensibilidade aumentada quando há estímulos com potencial doloroso ou pruriginoso, podendo ter diferentes causas, como doenças sistêmicas, ortopédicas (trauma em cauda), dermatológicas (dermatopatias alérgicas), neurológicas (epilepsia, encefalite, mielite, doença do disco vertebral, tumor no cérebro) ou distúrbios comportamentais (transtornos obsessivo compulsivo) (Batle et al., 2018; Oro, 2020). Mesmo que associada a outras doenças, a patogênese da SHF ainda não é bem esclarecida e suas causas primárias são multifatoriais, aumentando a variedade de diagnósticos diferenciais possíveis até o diagnóstico conclusivo (Brum, 2021). Não é descrita predileção sexual ou racial para a ocorrência da doença, embora a síndrome seja mais relatada em animais das raças Siamês, Birmanes, Abissínio e Persa, com idade entre 1 e 4 anos (Little, 2015; Rusbridge, 2020). 2.2. Fisiopatogenia Ainda que a SHF já seja conhecida há mais de quatro décadas, sua fisiopatogenia ainda não é compreendida, já que não foi possível conhecer sua etiologia e patogenia. Existem diversas teorias sobre sua fisiopatogenia, mas nenhuma é conclusiva, sendo considerada por alguns autores como uma patologia idiopática ou de origem multifatorial (Oro, 2020). Segundo Oro (2020) o termo hiperestesia refere-se ao sinal de dor neuropática, sendo considerado como um estímulo desencadeador dos sinais clínicos dessa síndrome. Os episódios de dor neuropática têm duração variável de segundos a minutos, e o animal pode não demonstrar alterações em exames físicos. Há teorias que sugerem que os diferentes sinais clínicos que os animais com a síndrome apresentam são manifestações compatíveis com as de uma convulsão atípica ou de uma crise convulsiva focal. Platt (2012) considera que a SHF é um comportamento obsessivo compulsivo semelhante a Síndrome de Tourette presente em humanos (Platt, 2012 apud Oro, 2020). Outra teoria relaciona a síndrome com miopatias, como a miosite ou por estímulos inflamatórios constantes que acarretam alterações na condução de impulsos nociceptivos (Oro, 2020). 28 Alguns autores se referem ao termo hiperestesia como sendo uma reação comportamental desagradável a um determinado estímulo, não necessariamente nocivo, pela dificuldade de compreender e distinguir a noção de dor que o animal poderia apresentar nessa condição (Batle et al., 2018; Oro, 2020). Outros defendem que se trata de um comportamento obsessivo, que pode ser desencadeado por fatores ambientais por meio da estimulação do hipotálamo e do sistema límbico, que através dos gânglios basais estimulariam a atividade motora, uma vez que os neurotransmissores envolvidos seriam a dopamina, opioides e serotonina, capazes de aumentar a frequência de comportamentos compulsivos além de poder reforçar o comportamento por sistema de feedback positivo. Ciribassi (2009) sugere que a SHF pode ser um transtorno de deslocamento, como uma forma alternativa a outros dois comportamentos conflitantes, que por tempo prolongado essa manifestação se comporta como um comportamento compulsivo (Ciribassi, 2009; apud Brum, 2021; Batle et al., 2018). 2.3. Diagnósticos Diferenciais O diagnóstico da SHF se dá pela exclusão de todas as outras possíveis explicações para os sinais clínicos, uma vez que não há exames específicos para determinar o diagnóstico, sendo importante uma anamnese detalhada, buscando entender o contexto e os gatilhos que podem predispor o animal aos episódios (Rusbridge, 2020). Os diagnósticos diferenciais para a SHF estão mais comumente relacionados a questões dermatológicas, neurológicas, ortopédicas e comportamentais. As doenças ortopédicas, como as discopatias devem ser descartadas, vez que geram potencial dor lombar e tem relação com distúrbios compulsivos que podem levar a comportamentos de autolesão. Little (2015) descreve a miosite como uma importante causa base da SHF em alguns gatos, sendo a mialgia o fator desencadeante, enquanto alguns autores sugerem que a síndrome seja um distúrbio convulsivo. (Little, 2015; Brum, 2021). Doenças infecciosas causadas pelo vírus da leucemia felina (FeLV) e pelo protozoário Toxoplasma gondii devem ser levadas em consideração como um possível diagnóstico diferencial, pois estudos mostram pode ocorrer lesões compatíveis com mielopatia degenerativa com perda de axônio e mielina para a FeLV 29 e lesões dos nervos periféricos, músculos e sistema nervoso central relacionados ao Toxoplasma gondii (Batle et al., 2018; Brum, 2021). Questões comportamentais também são importantes causas a serem investigadas, pois o estresse e ansiedade podem vir a ser fatores predisponentes para a manifestação da SHF por provocar distúrbios compulsivos e autolesão (Little, 2015; Costa; Arruda; Nogueira, 2021). A Síndrome de Pandora, ou Cistite Intersticial Felina também pode ser considerada um diagnóstico diferencial pela possibilidade de desenvolver a SHF, pois o animal com essa disfunção apresenta redução dos comportamentos habituais (Del Barrio e Mazziero, 2020). 2.4. Tratamento Não há tratamento específico para a Síndrome da Hiperestesia Felina, portanto deve ser baseado no controle da doença base, quando identificada, ou baseada no controle dos sinais clínicos (Oro, 2020; Brum, 2021). Pode ser usado uma variedade de medicamentos, sozinhos ou combinados, de acordo com a necessidade e resposta do animal (Batle et al., 2018). O tratamento pode ser feito com diferentes classes de medicamentos, como antiepilépticos (fenobarbital, 2 mg/kg q12h VO), anticonvulsivante analgésico (gabapentina 5 a 10 mg/kg q8-12h VO), modificadores de comportamento como antidepressivos tricíclicos e Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (amitriptilina 0,25 a 5 mg/kg q12-24h VO; fluoxetina 0,5 a 2mg/kg q24h VO). Os medicamentos mais utilizados são a Gabapentina e a Amitriptilina, sendo a Gabapentina indicada como fármaco de primeira escolha para tratamento monoterápico (Little, 2015; Batle et al., 2018; Rusbridge, 2020; Oro, 2020; Brum, 2021). O enriquecimento ambiental é um fator importante do tratamento, a fim de proporcionar bem-estar e consequentemente diminuir os níveis de estresse e comportamentos compulsivos, principalmente em gatos com histórico de distúrbios comportamentais, apesar de todos os gatos serem beneficiados quando expostos a um ambiente agradável e respeitoso, que possa sanar suas necessidades (Rusbridge, 2020; Brum, 2021). A gabapentina é uma estrutura análoga do neurotransmissor GABA, diminuindo a liberação de neurotransmissores excitatórios através da inibição de canais de cálcio voltagem dependentes e aumentando as concentrações cerebrais de GABA. É eficaz 30 para tratamento da dor neuropática e crises convulsivas, seus efeitos adversos são ataxia e sedação (Rusbridge, 2020; Brum, 2021). A amitriptilina é um antidepressivo tricíclico que atua na fenda sináptica aumentando as concentrações de serotonina e norepinefrina, sendo utilizado como um modulador de comportamento, apesar de estudos afirmarem que possui uma boa capacidade analgésica. O efeito adverso mais relatado é sedação (Oro, 2020). 3. RELATO DE CASO No dia 12 de julho de 2022 na clínica veterinária Mundo Animal em São Carlos (SP) foi realizado o atendimento de um animal da espécie felina, sem raça definida, macho, 7 anos de idade, castrado, pesando 5,85 kg, sem acesso a rua, com contactante saudável. Durante a anamnese o tutor relatou que há aproximadamente 2 anos o animal apresentava comportamento atípico que vinha se intensificando em frequência e intensidade, geralmente acentuados no início e fim do dia, sem relação com acontecimentos relevantes ou mudanças de rotina no domicílio. As alterações descritas pelo tutor eram de fasciculações em musculatura lombar, lambedura na mesma área, vocalizações, comportamento agressivo quando tocado na região lombar, patas e cauda, mímica de visualização e ingestão de algo semelhante a pequenos insetos “invisíveis” e corridas repentinas após a lambedura do pelame lombar, como se animal estivesse sendo importunado ou perseguido. Após manifestações o animal procura ficar no colo dos tutores, mas fica incomodado e agressivo quando tocado em região lombar, rosnando e até mesmo mordendo. Tutor nega que o animal apresenta dificuldades de locomoção, subida ou descida de superfícies elevadas, alterações em apetite, urina e fezes. Durante o exame físico o animal se apresentou tenso, mas não demonstrou sinais de dor ou outro incomodo significativo durante avaliação dermatológica, ortopédica e neurológica, apresentando apenas discreta fasciculação cutânea na região lombossacra durante palpação de coluna vertebral, como anteriormente relatada. O paciente apresentou todos os parâmetros fisiológicos dentro da normalidade, incluindo coloração de mucosa, temperatura, auscultação cardíaca e pulmonar e pressão arterial, sem notas ou observações. Animal não apresentou nenhum tipo de lesão em pele, descamação ou presença de ectoparasitas, tutor negou episódios de prurido. 31 Foi realizado exames de sangue, como hemograma completo e bioquímica sérica: Alanina Aminotransferase (ALT), Fosfatase Alcalina (FA), Ureia, Creatinina e Relação Proteína/Creatinina Urinária (UPC). Abaixo está apresentado os resultados dos exames hematológicos (tabela 4) e urinário (tabela 5) e seus valores de referência. Tabela 4. Valores do Hemograma e Bioquímico realizados no dia 12 de julho de 2022 (Valores de referência Laboratório Pasteur). HEMOGRAMA Eritograma Resultado Referência Hemácias (mm³) 9,33 5,0 - 10,0 Hemoglobina (%) 16 8,0 - 15,0 Hematócrito (%) 50,6 24 - 45 HCM (uug) 17,1 13,0 - 17,0 VCM (u³) 54,2 39,0 - 55,0 CHCM (%) 31,6 30,0 - 36,0 Leucograma (mm³) Resultado Referência Leucócitos Totais 11.290 5.500 - 19.500 Neutrófilos 6.774 1.925 - 14.625 Metamielócitos 0 0 - 0 Bastonetes 113 0 - 585 Segmentados 6.661 1.925 - 14.625 Eosinófilos 1.129 110 - 2.340 Basófilos 0 0 - 0 Linfócitos 3.161 1.110 - 10.725 Monócitos 225,8 550 - 780 Plaquetas 158.000 150.000 - 500.000 BIOQUÍMICO Resultado Referência Ureia (mg/dL) 42 42,8 - 64,2 Creatinina (mg/dL) 1,57 0,8 - 1,8 TGP (U/L) 95 8,0 - 100 FA (U/L) 52 25,0 - 93,0 Tabela 5. Valor da Relação Proteína/Creatinina Urinária (UPC) realizada no dia 13 de julho de 2022 (Valores de referência Laboratório Pasteur). Relação Proteína/Creatinina Urina Valor Relação Prot./Creat. Referência Felino 0,1 Normal: < 0,6 Questionável: 0,6 a 1,0 Anormal: > 1,0 32 Após avaliação dos resultados dos exames, foi prescrito ao animal Gabapentina (5mg/kg) a cada 24 horas por 7 dias. Após os 7 dias foi feito o retorno para avaliação dos efeitos da medicação e o tutor relatou melhora no quadro, com diminuição de frequência e intensidade dos acontecimentos, mas que o efeito não durava o dia todo. Quando administrado no período da manhã, no começo da noite o animal voltava a apresentar o comportamento. A partir do relato positivo em que o animal respondeu a medicação, foi alterado a frequência de administração para duas vezes ao dia (a cada 12h). Como não houve sinais de dor em exame físico ou relato de dificuldade de locomoção por parte do tutor durante anamnese, foi primeiro feito a prescrição do medicamento e informado ao tutor que, caso não houvesse melhora, seria necessário um exame radiográfico para avaliação da coluna. O animal respondeu bem ao medicamento e ficou a critério do tutor a realização do exame de imagem, porém o mesmo foi aconselhado o que realizasse para ainda assim excluir a possibilidade de dores oriundas de coluna ou discopatia, ou mesmo identificar uma possível causa base da síndrome, porém tutor optou pela não realização do exame de naquele momento. Em posterior retorno o tutor relatou melhora expressiva do comportamento, com diminuição da frequência e intensidade, e que o animal voltou a brincar, a ficar no quintal da casa e ser mais ativo. Considerando a melhora do quadro, foi mantida a dose de 29mg a cada 12 horas e o tutor foi informado sobre a importância do acompanhamento clínico periódico do animal. 4. DISCUSSÃO A definição da SHF ainda é controversa, com alguns autores associando a dores neuropáticas, outros como um transtorno comportamental compulsivo e ainda alguns a convulsões focais ou transtorno de deslocamento (Oro, 2020; Brum, 2021). Na medicina felina a síndrome da hiperestesia é descrita como um distúrbio doloroso ou irritativo, que geralmente está acompanhado de outros sinais neurológicos e comportamentais, sendo considerado como uma doença, e não como um sinal clínico, como acontece em humanos (Oro, 2020). Oro (2020) apronta que, apesar de alguns autores descreverem a SHF como uma doença de origem idiopática ou multifatorial, outros caracterizam como um termo geral que abrange os sinais de dor neuropática associadas a outras patologias, uma 33 linha de pensamento coerente, uma vez que a hiperestesia está presente em diferentes afecções que podem acometer os gatos domésticos. A questão do comportamento de fasciculação cutânea ser espontâneo ou responsivo ao toque caracteriza uma definição de alodinia, pois ocorre através de um estímulo que não apresenta riscos, em situações normais, reforçando a hipótese de dor neuropática (Batle et al., 2018). É importante e necessário um estudo minucioso dos casos com clínica semelhante a síndrome da hiperestesia felina, com histórico e anamnese detalhada do quadro do animal, uma vez que a SHF possui uma variedade de fatores desencadeantes e de diagnósticos diferenciais a serem excluídos. É importante conhecer o comportamento dos gatos, uma vez que estes demonstram dores de maneira diferente aos cães (BRUM,2021; ORO, 2020). O diagnóstico definitivo é complexo e dificulta a escolha do tratamento mais adequado, podendo muitas vezes ser feito, além da exclusão, por tentativa e erro frente as respostas do animal a diferentes fármacos e protocolos de tratamento. O tratamento clínico e comportamental poderá se fazer necessário a longo prazo, com acompanhamento clínico constante e eventuais ajustes de medicamentos. (LITTLE, 2015; BATLE et al., 2018). Animais que fazem uso contínuo da gabapentina para o tratamento da SHF devem ser acompanhados frequentemente para avaliação geral de saúde, especialmente nos parâmetros renais, pois a eliminação do fármaco se dá através dos rins. Animai idosos ou nefropatas devem ter a dose do medicamento ajustada a fim de evitar injúrias renais e aumentos significativos da concentração plasmática devido a diminuição da excreção do fármaco (Kiminishi et al., 2017; Schimanski et al., 2023). Além das terapias alopáticas convencionais, é importante evidenciar a possibilidade de tratamento com terapias complementares, como o uso do óleo de canabidiol CBD) e acupuntura, terapias que apresentam boas respostas na modulação de comportamento e na diminuição de dor, sendo uma opção tanto para causas comportamentais quanto dores crônicas ou neuropáticas (O’Leary, 2015; Santos, 2020). Apesar da medicina felina estar em constante crescimento, aida medicina felina estar em constante crescimento, ainda carece de muitos estudos para 34 compreender as particularidades da espécie, especialmente um estudo para a melhor compreensão da dor, que poderia ajudar a elucidar a SHF (ORO, 2020). No relato descrito não foi possível identificar a doença base para a síndrome, sendo importante em casos semelhantes a realização de exames complementares a fim de conhecer a causa para o tratamento da patologia, se não idiopática, e não apenas o controle dos sinais clínicos, podendo assim garantir maior qualidade de vida e sucesso no tratamento. 5. CONCLUSÃO Uma anamnese detalhada assim como o conhecimento do comportamento dos gatos se faz essencial no sucesso do diagnóstico e tratamento da Síndrome da Hiperestesia Felina, assim como uma investigação minuciosa das patologias que compõem os diagnósticos diferenciais, para um tratamento adequado e melhora da qualidade de vida e bem-estar dos felinos acometidos. Apesar do atual crescimento e reconhecimento da medicina felina, ainda carecem estudos sobre a espécie e demais doenças que os acometem. 35 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATLE, P.A et al. 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DOI: 10.35172/rvz.2023.v30.1130. Disponível em: https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1130. Acesso em: 22 ago. 2023. LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE ABREVIATURAS I. RELATÓRIO DE ESTÁGIO 1. INTRODUÇÃO 2. DESCRIÇÃO DOS LOCAIS DE ESTÁGIO 2.1. ClinFel Medicina Felina Figura 1. Clínica Veterinária ClinFel, localizada na Avenida Brasil, nº 643, Bairro Jardim Chapadão, na cidade de Campinas, SP. Fonte: Google Maps. 2.2. Clínica Veterinária Mundo Animal Figura 2. Clínica Veterinária Mundo Animal, localizada na Avenida Sallum, nº 1461, Bairro Vila Prado, na cidade de São Carlos, SP. Fonte: Arquivo pessoal. 3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES 3.1. ClinFel Medicina Felina Figura 3. Representação gráfica das modalidades de tratamento empregadas nos Gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022. Figura 4. Distribuição etária dos gatos atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022. Figura 5. Representação gráfica em números absolutos de gatos, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária ClinFel em Campinas/SP no período de 03 de janeiro a 08 de fevereiro de 2022. 3.2. Clínica Veterinária Mundo Animal Figura 6. Representação gráfica das modalidades de tratamento empregadas nos cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Figura 7. Distribuição Etária dos Cães atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Figura 8. Representação gráfica em porcentagem de cães, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Figura 9. Representação gráfica das Modalidades de Tratamento empregadas nos gatos atendidos da Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Figura 10. Distribuição Etária dos gatos atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. Figura 11. Representação gráfica em porcentagem de gatos, machos e fêmeas, castrados ou não, atendidos na Clínica Veterinária Mundo Animal em São Carlos/SP no período de 23 de maio a 29 de julho de 2022. 4. DISCUSSÃO DAS ATIVIDADES 5. CONCLUSÃO II. MONOGRAFIA - SÍNDROME DA HIPERESTESIA FELINA (SHF) 1. INTRODUÇÃO 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Síndrome de Hiperestesia Felina 2.2. Fisiopatogenia 2.3. Diagnósticos Diferenciais 2.4. Tratamento 3. RELATO DE CASO 4. DISCUSSÃO 5. CONCLUSÃO 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS