RESSALVA Atendendo solicitação da autora ALESSANDRA MARIA CARDOSO DA SILVA, o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 27/02/2023. unesp UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP ALESSANDRA MARIA CARDOSO DA SILVA CONCEPÇÕES DE MASCULINIDADES EM UM GRUPO DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS ARARAQUARA – S.P. 2021 ALESSANDRA MARIA CARDOSO DA SILVA CONCEPÇÕES DE MASCULINIDADES EM UM GRUPO DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS Dissertação de Mestrado, apresentada ao Programa de Pós-graduação em Educação Sexual da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Mestre em Educação Sexual. Exemplar apresentado para exame de defesa. Linha de pesquisa: Sexualidade e educação sexual: interfaces com a história, a cultura e a sociedade. Orientador: Profª Drª Cláudia Dias Prioste ARARAQUARA – S.P. 2021 ALESSANDRA MARIA CARDOSO DA SILVA CONCEPÇÕES DE MASCULINIDADES EM UM GRUPO DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS Dissertação de Mestrado, apresentado ao Programa de Pós-graduação em Educação Sexual da Faculdade de Ciências e Letras–Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Mestre em Educação Sexual. Exemplar apresentado para exame de defesa. Linha de pesquisa: Sexualidade e educação sexual: interfaces com a história, a cultura e a sociedade. Orientador: Profª Drª Cláudia Dias Prioste Data da defesa: 27/08/2021 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: Presidente e Orientador: Cláudia Dias Prioste – Doutora Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Ciência e Letras, UNESP – Campus de Araraquara. Membro Titular: Paulo Rennes Marçal Ribeiro - Doutor Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Ciência e Letras, UNESP – Campus de Araraquara. Membro 1º Suplente: Andreza Marques de Castro Leão Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Ciência e Letras, UNESP – Campus de Araraquara. Membro Titular: Jéssica de Sousa Villela – Doutora Universidade de São Paulo – USP. Membro 2º Suplente: Maria Ângela Favero Nunes Universidade de São Paulo – USP. Local: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras UNESP – Campus de Araraquara À minha mãe Ana Rosa e tia Maria José, que carregam “graça” no nome e me nutriram do ímpeto da coragem. AGRADECIMENTOS Agradeço imensamente aquelas e aqueles que fizeram parte de toda minha trajetória acadêmica e pessoal, em especial: À minha orientadora Cláudia Dias Prioste, seu apoio transcende a universidade e suas durezas. Sou grata por todo o aprendizado construído por você de forma humana, séria e científica. Aos membros componentes da banca de qualificação e defesa, Paulo Rennes e Jéssica Villela, que com olhar cuidadoso contribuíram de forma primordial para a construção deste trabalho. Aos meus pais, Ana Rosa e Sandro Benedito, que por meio da presença, me apoiaram e construíram base, estrutura para crer e duvidar. À minha irmã Ana Paula, por me ensinar leveza e por todo companheirismo, troca e apoio. À minha irmã Júlia, por resgatar sempre a criança em mim. Aos meus tios Maria, Ronaldo, Anésia e José, por todo o incentivo e confiança. Aos meus primos, eternos companheiros, Renato, Rodrigo e Taís. Em especial, agradeço a Renato, sua generosidade humana me inspira e seu acolhimento é transformador. Ao meu namorado e companheiro, Lucas Aragão, por me fazer querer mais, sorrir mais, sentir mais. Às minhas queridas professoras de graduação Sonia Kohler e Jéssica Vilella, que por meio do Observatório de Violências nas Escolas, me sonharam e ainda me construíram como profissional e ser humano. Às minhas amadas amigas de profissão, Sabrina, Alessandra e Ewellin, tão importantes em todo meu processo de amadurecimento. Aos meus amados amigos que me ajudaram a fazer casa em Araraquara: Shayene, Falcão, Priscila, Ketlyn, Eduardo e Camila, agradeço todo acolhimento e vida compartilhada. Aos meus colegas de pastoral da juventude, em especial, Joyce. Por meio da presença e troca constante os dias se tornaram mais fáceis com a sua existência. Ao grupo de homens que participou da pesquisa, por me permitirem a escuta. Toda gratidão ao Deus libertador e eternamente menino, que por meio de seu projeto me ajudou a compreender que caminho se conhece andando. Muito Obrigada! “[...] as palavras de nossos discursos cotidianos nada mais são do que magia empalidecida. Mas será necessário trilhar mais um desvio para tornar compreensível como a ciência consegue devolver à palavra pelo menos uma parte de seu antigo poder mágico”. Sigmund Freud (2017, p.19) Resumo A temática das masculinidades tem sido um tema debatido nos últimos anos entre os jovens universitários em função, sobretudo, dos movimentos que debatem gênero e das denúncias femininas sobre masculinidades tóxicas. Esta pesquisa teve o intuito de analisar as concepções de masculinidades em um grupo de universitários do sexo masculino, residentes em repúblicas estudantis. Trata-se de um grupo que foi constituído espontaneamente pelos próprios jovens como forma de refletir sobre denúncias de assédios sexuais na universidade e de promover medidas preventivas nas residências coletivas. Participavam do grupo 19 jovens com idade entre 20 e 28 anos, moradores de 9 repúblicas estudantis. As reuniões ocorriam em periodicidade quinzenal, em local determinado a cada reunião, nas próprias repúblicas. A cada encontro, uma república era selecionada para ceder o espaço da residência para a próxima reunião. Nesta perspectiva, a investigação teve como objetivo: identificar as concepções de masculinidades em um grupo de jovens universitários e analisar quais as principais influências psicossociais predominantes em suas histórias de vida. A abordagem metodológica utilizada para responder às questões propostas se concentra na modalidade de estudo de caso, de cunho exploratório. A análise dos dados evidenciou as identificações, conflitos e os elementos corporais simbólicos relacionados a masculinidade e que, para além de concepções de masculinidades, o homem contemporâneo jovem e universitário se compreende em estados de indefinição e conflitos. Palavras – chave: Gênero, Sexualidade e Psicanálise, Estereótipo de gênero, Masculinidade, Universidade Pública. Abstract The theme of masculinity has been a topic debated, in recent years, among university students, mainly due to movements that debate gender and female complaints about toxic masculinities. This research aimed to analyze the conceptions of masculinity in a group of male university students living in student republics. It is a group that was spontaneously formed by the young people themselves as a way to reflect on reports of sexual harassment at the university and to promote preventive measures in collective residences. Approximately 19 young people aged between 20 and 28, residents of 9 student republics participated in the group. The meetings took place every fortnight, in a place determined for each meeting, in the republics themselves. At each meeting, a republic was selected to provide the space of the residence for the next meeting. In this perspective, the investigation aimed to: identify the conceptions of masculinity in a group of young university students and analyze the main psychosocial influences prevailing in their life stories. The methodological approach used to answer the proposed questions focuses on the case study modality, of an exploratory nature. Data analysis showed that, more than conceptions of masculinities, the contemporary young and university man understands himself in states of uncertainty and conflicts. Keywords: Gender, Sexuality and Psychoanalysis, Gender Stereotyping, Masculinity, Public University. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Número de matrículas em cursos de Graduação da rede pública (2009;2019 – INEP) 18 Figura 2 Estudantes por gênero, segundo a região geográfica 19 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Eixos temáticos 27 Tabela 2 Categorização final – concepções de masculinidades 51 Tabela 3 Categorização final – concepções de masculinidades, categoria influências psicossociais 52 Tabela 4 Categorização final – concepções de masculinidades, categoria conflitos intrapsíquicos e interpsíquicos 53 Tabela 5 Categorização final – concepções de masculinidades, categoria elementos corporais simbólicos 54 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS LGBTI Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersex ONU Organização das Nações Unidas FBSP Fórum Brasileiro de Segurança Pública IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada COVID-19 Coronavírus Disease CRFB Constituição da República Federativa do Brasil DUDH Declaração Internacional dos Direitos Humanos CEDAW Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira PdH Papo de Homem SIM Sistema de Informações de Mortalidade SUS Sistema Único de Saúde OPS Organização Panamericana de Saúde OMS Organização Mundial de Saúde HIV Vírus da imunodeficiência humana SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 14 INTRODUÇÃO 16 1 MASCULINIDADE OU MASCULINIDADES? 25 2 PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA E DESCRIÇÃO DO CASO 43 2.1 Perfil do público pesquisado: quem são os jovens estudados? 46 2.1.1 Fatores transferências e descrição dos grupos focais 47 3 CONCEPÇÕES DE MASCULINIDADES: IDENTIFICAÇÕES,CONFLITOS E ELEMENTOS CORPORAIS SIMBÓLICOS 55 3.1 Descrição da unidade aparente na fala dos participantes 55 3.2 Análise e interpretação dos conteúdos manifestos e latentes do grupo de 59 homens universitários 59 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 79 REFERÊNCIAS 82 APÊNDICES 89 APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido 90 APÊNDICE B - Roteiro do grupo focal 92 ANEXOS 94 ANEXO A - Parecer consubstanciado do cep 95 14 APRESENTAÇÃO O percurso deste trabalho teve início durante minha formação em Psicologia, o que me proporcionou um interesse pelos fenômenos histórico-culturais relacionados à sexualidade, pelas relações indivíduo–grupo e pelos discursos singulares e coletivos. Após o contato com a realidade da violência contra mulheres nos diversos ambientes de intervenção que a formação em Psicologia proporciona, como nas políticas públicas de assistência, na Psicologia clínica, na Psicologia escolar e no próprio campo das discussões acadêmicas, a Pós–graduação em Educação Sexual possibilitou a continuidade e o foco nas discussões sobre sexualidade e gênero. O interesse sobre o tema da constituição das masculinidades ocorreu por meio da própria literatura feminista e da percepção de escassos trabalhos sobre o tema paralelo aos estudos sobre mulheres. Em contrapartida, observei um movimento crescente nas discussões sobre a constituição das masculinidades nos denominados “grupos de homens”, os quais se destinavam a debater o machismo e “novas formas” de ser homem na contemporaneidade. Inicialmente, o projeto de mestrado se concentrava em identificar crenças e estereótipos sobre masculinidade e violência de gênero nas escolas públicas da periferia de uma cidade no interior do estado de São Paulo. Neste sentido, o público pesquisado corresponderia a crianças e jovens no locus do Ensino Fundamental e Médio. Entretanto, durante o desenvolvimento do mestrado, a participação em um grupo de discussão sobre masculinidades como psicóloga foi requisitada por alguns jovens universitários de diversos cursos de graduação. A ação no grupo de homens universitários ocorreu em dois momentos distintos. Inicialmente, fui convidada como Psicóloga para mediar uma roda de conversa sobre machismo na contemporaneidade em um grupo composto por 20 jovens. É necessário ressaltar que essa roda de conversa não fez parte da coleta de informações desta pesquisa. Após o primeiro contato com o grupo, os jovens universitários foram convidados a participar da pesquisa sobre as concepções de masculinidades a que se refere este trabalho. Os universitários cederam, então, o espaço do grupo para o locus da pesquisa. Optei pela coleta de dados em um grupo, já que a formação em psicologia oferece subsídios de manejo grupal, pois consideramos que o grupo reflete as questões individuais de forma coletiva, oferecendo parâmetros de como a sociedade de uma maneira macro se organiza. Sem deixar, porém, de considerar que cada sujeito, à sua maneira, possui estruturas e modos de funcionamento absolutamente complexos e individuais, mas que, de alguma forma, refletem 15 uma construção social. Dito de outro modo, somos seres dinâmicos com formações que englobam diversas dimensões. Além desses aspectos mencionados, a pesquisa utiliza-se do referencial teórico da psicanálise como recurso de leitura, possibilitando a compreensão e a interpretação das narrativas latentes e manifestas dos universitários, com o fim de compreender a constituição de subjetividades intrincadas nas masculinidades. 16 INTRODUÇÃO O presente trabalho teve como objetivo identificar as concepções de masculinidades em um grupo de jovens universitários e analisar quais as principais influências psicossociais predominantes em suas histórias de vida. Pautou-se pela análise das problemáticas relacionadas à constituição dos sujeitos contemporâneos intrincadas nas concepções atribuídas pelos universitários sobre masculinidades. Pretendeu-se, portanto, realizar uma escuta destes jovens participantes da pesquisa, bem como discutir as formas de conflitos associadas às dimensões das masculinidades. Concebe-se o conceito de masculinidades a partir da ótica psicanalítica, na qual o gênero não se caracterizaria de forma naturalizada, decorrente do aparato biológico. A construção das masculinidades perpassa a instauração do Complexo de Édipo e seus destinos. Portanto, a constituição de uma subjetividade masculina percorre lugares simbólicos e imaginários que se estruturam no processo de subjetivação a partir das trocas intersubjetivas. Com a pretensão de delinear as problemáticas a que se destina este trabalho, faz-se necessário compreender a que homens nos referimos. A pesquisa enfoca homens, jovens, estudantes em instituições de ensino público. Segundo o Estatuto da Juventude - Lei Nº12.852 (Brasil, 2013) são considerados jovens, pessoas com idade entre 15 (quinze) a 29 (vinte e nove) anos de idade. Para Porchmann (2004), a juventude tem sido compreendida como um ciclo da vida humana, uma fase etária que intermedia a passagem da adolescência para a vida adulta. Koelher (2013) corrobora essa visão à medida que descreve a juventude como uma imersão na vida social e, principalmente, no mundo do trabalho e independência financeira. Por sua vez, Dayeell (2009) articula o conceito de juventude como “condição juvenil”. Assim a adolescência/juventude vincula-se a uma maneira de ser, como a situação do sujeito perante a vida, perante a sociedade. Entretanto, a partir da vasta literatura sobre juventude(s) sabe-se que existe certa dificuldade em se conceber um conceito universal sobre esse fenômeno de diversas expressões. Partindo de figurações contemporâneas do significado da juventude e de uma perspectiva do sintoma cultural, é Difícil precisar o que é juventude. Quem não se considera jovem hoje em dia? O conceito de juventude é bem elástico: dos 18 aos 40, todos os adultos são jovens. A 17 juventude é um estado de espírito, é um jeito de corpo, é um sinal de saúde disposição, é um perfil do consumidor, uma fatia do mercado em que todos querem se incluir. (Kehl, 2007, p. 44) Nesse sentido, a psicanalista Kehl tece uma crítica ao recente prestígio da juventude, visto que, por meio da transição para a vida adulta, o adolescente passa a ser considerado cidadão e se instaura como consumidor em potencial. Segundo a autora “o adolescente das últimas décadas do século XX deixou de ser a criança grande, desajeitada e inibida, de pele ruim e hábitos anti-sociais, para se transformar no modelo de beleza, liberdade e sensualidade para todas as outras faixas etárias” (Kehl, 2007, p. 47). Desse modo, na contemporaneidade ocorre a passagem de uma longa juventude que culminará diretamente na velhice, ocasionando o vazio de um lugar que poderia ser ocupado pelo adulto (Kehl, 2007). Compreende-se, portanto, que a juventude deixa de ser associada a somente fatores biológicos e se insere em figurações sociais. Posto uma breve definição do grupo social a que se refere este trabalho, avançamos para a compreensão dos jovens na universidade, especialmente aqueles que têm acesso ao Ensino Superior Público. Neste sentido, sabe-se que, historicamente as universidades eram espaços públicos direcionados predominantemente aos homens brancos e das camadas sociais abastadas. Chauí (2011) sobre a Universidade argumenta que a educação no Brasil é compreendida como privilégio e não como direito, dessa maneira, o corpo discente está a serviço de classes sociais e grupos abastados, cujos “filhos são formados na rede privada no primeiro e segundo graus” (Chauí, 2011, p.37). A autora ainda realiza uma revisão histórica sobre os traços antidemocráticos e antirrepublicanos da sociedade brasileira e como isso reflete na instituição educativa, pois há o reforço do privilégio e a ausência do princípio democrático de igualdade e justiça. Entretanto, justifica Vasconcelos (2016): Ainda que o acesso ao ensino superior seja desigual e muito mais provável entre jovens com níveis de renda mais elevados, é inegável a expansão do número de matrículas nas duas últimas décadas: de 1,5 milhão, em 1991, para 6,4 milhões, em 2010, e 7,1 milhões, em 2012 (Inep, 2012), alcançando uma taxa bruta de matrícula de cerca de 30%, mas ainda muito distante dos 50% estabelecidos pelo PNE 2011- 2020. (p.130). 18 Dados atuais demonstram que, na última década, constata-se a expansão da educação superior pública. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep, 2019), a rede federal consolida-se como a categoria que apresentou maior crescimento com 59,1% de matrículas entre 2009 e 2019. No mesmo período, a rede estadual também registrou crescimento de 16,0% de matrículas. Na sequência, o gráfico com os dados referentes às matrículas em cursos de graduação na rede pública, coletados pelo Censo da Educação Superior – Inep (2019, p. 17): Figura 1. Número de matrículas em Cursos de Graduação da rede pública – 2009 – 2019 – INEP. Fonte: Copyright by the MEC/Inep; Censo da Educação Superior. Em relação ao sexo dos graduandos, é consenso nas pesquisas de censo o crescimento da participação do sexo feminino. É importante ressaltar ainda outro dado referente aos homens e às mulheres. Segundo o Censo da Educação Superior – Inep (2019), as mulheres possuem uma taxa de conclusão maior de que a dos homens no curso superior, tendo o sexo masculino apresentado uma taxa de desistência de quase 30% dos ingressantes em 2010. Referente à cor ou à raça dos graduandos(as), a V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos(as) graduandos(as) das IFES (2018) indica um crescimento da participação de pretos e pardos nas universidades públicas e uma diminuição dos estudantes brancos, que eram 59,4%, passando a ser 43,3% no ano de 2018. A pesquisa considera este crescimento como parte das políticas de ações afirmativas nas universidades. 19 A pesquisa também apresenta a relação de estudantes por gênero, segundo a região geográfica: Figura 2. Estudantes por gênero, segundo a região geográfica. Fonte: Copyright by the: V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos(as) graduandos(as) das IFES (2018). A maioria dos graduandos se declara como cisgênera, sendo a proporção de participantes transexuais muito pequena, com 0,2% - 3.379 pessoas. Entretanto, a pesquisa ressalta uma questão importante: “se agruparmos todos(as) os(as) respondentes que negam a 20 identidade, obtém-se uma proporção nacional de 11,6%, com um pico de 18,2% na região Norte.” (Andifes, 2019, p.45). Portanto, postos os aspectos estatísticos sobre o perfil de jovens universitários, considera-se, neste estudo, a constituição subjetiva de masculinidades de homens jovens brancos, pardos e negros, de maioria cisgênera. No que diz respeitos aos conflitos associados às dimensões das masculinidades destes jovens universitários, a afirmativa de Peralva (2007, p. 25) poderá auxiliar na articulação entre o aspecto da juventude estudada neste trabalho, o tema das masculinidades e as reflexões que se derivam desses fenômenos. Enquanto o adulto vive ainda sob o impacto de um modelo de sociedade que se decompõe, o jovem já vive em um mundo radicalmente novo, cujas categorias de inteligibilidade ele ajuda a construir. Interrogar essas categorias permite não somente uma melhor compreensão do universo de referências de um grupo etário particular, mas também da nova sociedade transformada pela mutação (Peralva, 2007, p. 25). Alinhando as transformações e mutações experienciadas por uma juventude contemporânea e os conflitos associados às dimensões das masculinidades, faz-se evidente um cenário de transformações políticas e socioculturais e consequentemente transformações psíquicas, pois, se historicamente as noções de domínio, força e virilidade eram atribuídas aos homens, atualmente novas concepções ganham espaço para identificar estes sujeitos. Para Birman (2018, p.137), especialmente em relação às transformações ocorridas em torno da sexualidade, nos deparamos com realidades e discursos que pressupõe a legitimação da existência de práticas sexuais no plural, e não no singular, o que implica o reconhecimento e o rompimento com os padrões sexuais anteriormente existentes na tradição ocidental. Para o autor, um dos alicerces que constituíam o campo da sexualidade no ocidente e que foram radicalmente transformados foi o patriarcado, uma vez que “era a tradição patriarcal que caucionava a relação hierárquica existente entre as figuras do homem e da mulher” (Birman, 2018, p. 139). A heterossexualidade compulsória passa a ser questionada, dando visibilidade aos discursos homossexuais, bissexuais e transexuais. 21 De fato, segundo Birman (2018): [...] foi a desconstrução progressiva da relação hierárquica entre os gêneros, assim como a colocação em questão da heterossexualidade compulsória o que transformou e subverteu as coordenadas instituídas no campo da sexualidade, de forma que foram essas as condições concretas de possibilidade para a constituição de outro campo sexual no Ocidente (p.140). Este “outro campo sexual” pode ser relacionado ao termo “crise da masculinidade”, que se instaura no interim destas transformações que parecem colocar em questão as categorias femininas e masculinas. Aquém de novas concepções, tem-se, uma realidade marcada por masculinidades denominadas “tóxicas”. Sculos (2017, n.p) define o termo masculinidade tóxica como um “conjunto de normas, crenças e comportamentos associados à masculinidade e que são prejudiciais às mulheres, aos homens, às crianças e à sociedade em geral”. Quais seriam estas normas, crenças e comportamentos? Assim o autor explica: O termo ‘tóxico’ expressa a nocividade das práticas e discursos que compõem essa noção de masculinidade [....] incluem: hipercompetitividade, autossuficiência, individualismo [...], tendência ou glorificação da violência (real ou digital, direcionada a pessoa ou a qualquer ser vivo ou não vivo), chauvinismo (paternalismo em relação às mulheres), sexismo (superioridade), misoginia (ódio às mulheres), concepções rígidas de identidade e papéis sexuais / de gênero, heteronormatividade (crenças na naturalidade e superioridade da heterossexualidade cisgênica), direito à atenção (sexual) das mulheres, objetificação (sexual) das mulheres, infantilização das mulheres (tratando-as como imaturas, sem consciência, esperando mansidão ou desejando que tenham sempre uma aparência jovem). (Sculos, 2017, n.p. tradução nossa1). 1 [...] Term “toxic” expresses the harmfulness of the practices and discourses that comprise this notion of masculinity. Norms, beliefs, and behaviors often associated with toxic masculinity include: hyper competitiveness, individualistic selfsufficiency (often to the point of isolation nowadays, but still, and more commonly in the preInternet days, in a parochial patriarchal sense of the male role as breadwinner and autocrat of the family), tendency towards or glorification of violence (real or digital, directed at people or any living or non-living things), chauvinism (paternalism towards women), sexism (male superiority), misogyny (hatred of women), rigid conceptions of sexual/gender identity and roles, heteronormativity (belief in the naturalness and superiority of heterosexuality and cisgenderness), entitlement to (sexual) attention from women, (sexual) objectification of women, and the infantilization of women (treating women as immature and lacking awareness or agency and desiring meekness and “youthful” appearance). 22 Percebe-se que as práticas nocivas se dirigem aos próprios homens e à sociedade em geral, o que corrobora os fatores de risco que se dão em três direções determinadas pela OPS/OMS (2019) e citadas anteriormente. Outra definição de masculinidade tóxica realizada por Kuper (2005, p. 714) é a seguinte: “masculinidade tóxica é a constelação de traços masculinos socialmente regressivos que servem para promover a dominação, a desvalorização da mulher, a homofobia e a violência arbitrária”. Por meio de discursos e práticas de comportamentos organizados dentro de uma noção de “masculino”, a masculinidade tóxica inclui comportamentos que são regressivos, que influem sobre comportamentos retroativos e não mais vigentes, como o sexismo, misoginia, rigidez de papéis e objetificação feminina. Dessa forma, defronta-se com novas formas de sofrimento psíquico gerados pelo contraste entre os comportamentos socialmente sancionados, tradicionais à constituição das masculinidades, e comportamentos que subvertem as noções de domínio, força e virilidade, e incluem a possibilidade de pluralidades nas identidades de gênero. Observa-se, portanto, um conflito identitário em curso, o que pode culminar nos padecimentos psíquicos dos sujeitos masculinos. Silva e Macedo (2012) categorizaram alguns sofrimentos psíquicos masculinos por meio de queixas na clínica psicanalítica, como os efeitos das novas demandas contemporâneas no campo intersubjetivo dos pacientes. Os homens passaram a “rever suas habituais funções, como a de único provedor, figura de autoridade e pequena participação no cuidado dos filhos e da casa” (Silva e Macedo, 2012, p. 208). Estas funções habituais parecem estar ligadas a “mecanismos de negação, supressão e projeção de alguns afetos considerados difíceis de manejar subjetivamente, tais como o medo, a dor e a tristeza, já que o homem deve manter-se corajoso, forte e insensível.” (Silva e Macedo, 2012, p. 212). Dados sobre violência descritos no documento “Juventudes e políticas sociais no Brasil” (IPEA, 2009, p.132) demonstram que No Brasil, na faixa etária de 15 a 29 anos, morre um número significativamente superior de homens do que de mulheres. Entre 2003 e 2005, a taxa de mortalidade média de jovens de 20 a 24 anos, por exemplo, foi de 261,80 por 100 mil habitantes para jovens do sexo masculino e, muito mais baixa, da ordem de 58,43 por 100 mil, para jovens do sexo feminino. A explicação para tal fenômeno está na violência, que 23 ocasiona uma sobremortalidade dos adolescentes e adultos jovens do sexo masculino, fazendo que este período etário seja considerado de alto risco, quando poderia ser um dos mais saudáveis do ciclo vital do ser humano. Há, ainda, uma diferença significativa na violência sofrida em relação a homens brancos, pretos e pardos no Brasil: “Dados do Sistema de Informações de Mortalidade do Sistema Único de Saúde (SIM/SUS) demonstram que enquanto os jovens brancos do sexo masculino apresentam taxa média de 138,2 mortos por causas externas para cada grupo de 100 mil habitantes, as taxas dos jovens pretos e dos pardos são, respectivamente, de 206,9 e 190,6.1” (IPEA, 2009, p. 32). Ademais, dados atualizados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Sistema Único de Saúde (SUS) evidenciam que, no período de 2018, no estado de São Paulo, a taxa de mortalidade de homens por ocorrência de agressão, com idade entre 20 a 29 anos é de 852 casos. O Datasus inclui como agressão: “homicídio, lesões infligidas por outra pessoa, empregando qualquer meio, com a intenção de lesar (ferir) ou de matar”. Para as mulheres a taxa de mortalidade na categoria de agressão no período de 2018, estado de São Paulo, com idade entre 20 e 29 anos é de 96 casos. Em relação às tentativas de suicídio (lesões autoprovocadas voluntariamente), o SIM/SUS apresenta um total de 357 casos no estado de São Paulo de homens com idade entre 20 e 29 anos, no ano de 2018. Em relação às mulheres, após a aplicação dos mesmos filtros no Sistema de Informações de Mortalidade, a taxa é de 100 casos. Desse modo, após a delimitação do contexto a que se referem o presente estudo, questiona-se: quais as concepções de masculinidades em um grupo de jovens universitários? Quais as influências envolvidas no processo de construção destas concepções? Partindo das problemáticas propostas, este trabalho procura contribuir no âmbito da educação sexual, com aspectos da relação entre cultura e a sexualidade, bem como explicitar a importância do conhecimento produzido pela teoria psicanalítica como recurso de leitura dos fenômenos sociais e psicológicos. Estruturalmente, o trabalho está dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo apresenta uma revisão teórico-conceitual sobre masculinidades e psicanálise como possível recurso de leitura da subjetivação dos sujeitos. O segundo capítulo discorre sobre o percurso metodológico adotado para este trabalho e a descrição do caso estudado. Optou-se por uma abordagem qualitativa de pesquisa, na modalidade de estudo de caso, realizado a partir de 24 encontros com um grupo de jovens universitários residentes em repúblicas estudantis. O referido grupo, como citado anteriormente, havia sido formado previamente e de maneira voluntária, cujos integrantes se reuniam regularmente com o objetivo de discutir os casos de assédio que ocorrem nos diversos ambientes da universidade. O terceiro capítulo apresenta os resultados da análise das falas dos jovens sob a perspectiva de análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin (2000), e de uma escuta orientada pela abordagem psicanalítica. É importante destacar que esta análise não partiu de categorias prévias, elas foram construídas pela leitura e categorização dos conteúdos manifestos e latentes das falas, obtendo dados referentes às identificações, conflitos e elementos corporais simbólicos dos participantes em relação às masculinidades. Nesse sentido, dadas as transformações citadas em relação ao universo masculino, no quarto capítulo são exploradas as considerações e discussões apoiadas na abordagem psicanalítica como recurso de leitura dos processos de subjetivação das masculinidades contemporâneas. É importante ressaltar, por fim, que o trabalho não pretende reforçar as questões relacionadas à "identidade" feminina e masculina, como se estas fossem as duas instâncias possíveis e estáticas de se colocar no mundo. Pretende-se, dentro desse universo, compreender de que maneira o ser humano imputa determinados modos de funcionamento de acordo com as expectativas de gênero e como isso interfere nas relações dos sujeitos. 82 REFERÊNCIAS Ambra, P. E. S. (2013). A noção do homem em Lacan: uma leitura das fórmulas da sexuação a partir da história da masculinidade no Ocidente (Dissertação de mestrado), Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. (2015). 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