RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 27/09/2020. 0 DANIELLE GRILLO ALVES CALDEIRA DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AFETIVO DA CRIANÇA AUTISTA: UM ESTUDO PSICOGENÉTICO ASSIS 2018 1 DANIELLE GRILLO ALVES CALDEIRA DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E AFETIVO DA CRIANÇA AUTISTA: UM ESTUDO PSICOGENÉTICO Dissertação apresentada à Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Letras, Assis, para a obtenção do título de Mestre em Psicologia (Área de Conhecimento: Psicologia e Sociedade). Orientador: Prof. Dr. Mário Sérgio Vasconcelos ASSIS 2018 1 2 Dedico esta obra à minha avó materna Josefina André Grillo (in memoriam), com todo meu amor e carinho eterno te faço presente neste momento tão único e especial de minha vida. 4 AGRADECIMENTOS A Deus, o meu louvor e gratidão por ter concedido esta graça de poder ampliar os meus conhecimentos e contribuir ao menos com a melhoria de vida e adaptação da criança autista. Ajudando-me e fortalecendo-me para superar cada um dos problemas e obstáculos que surgiram durante esta trajetória, que ocorreu até concomitante a transições de ciclos de minha vida pessoal. Aos meus pais, Sr. Edmur e Dona Regina que, com muito amor e carinho, me educaram sempre me incentivando a prosseguir em busca de meus ideais e superar os obstáculos com a força da fé e da dignidade do estudo e do trabalho, procurando fazer o possível e o impossível, dentro de suas condições, para me apoiar em minhas decisões e nas trajetórias empreendidas em busca do meu crescimento e realização pessoal. Por isso lhes sou grata. À minha irmã Regiane e à minha linda e amada sobrinha Laura, gratidão por ter aprendido e estar ainda construindo junto com vocês os meus valores e significados de vida que movem e geram energias para eu vencer os desafios da vida, inclusive foram fundamentais para a conclusão deste trabalho e obtenção deste título. Aos meus familiares, que também me ajudaram, ora direta ou indiretamente, a concluir meus estudos de graduação e poder chegar até aqui. Ao Vitor, meu companheiro, amor e gratidão, mesmo chegando em minha vida quando este trabalho já estava em andamento, me ajudou a enfrentar e superar uma das fases mais difíceis que enfrentei na vida e no mestrado ao mesmo tempo, marcando a transição de um novo ciclo em minha história. Hoje, depois de muitas lutas, esforços e compreensão, brindamos pelas conquistas alcançadas e as que ainda estão por vir. A todos os participantes, crianças autistas, seus familiares e aos colaboradores, envolvidos direta e indiretamente nesta pesquisa, os meus sinceros agradecimentos, pois sem vocês este estudo não poderia se tornar uma realidade e muito menos contribuir também com a reorganização do desenvolvimento cognitivo e afetivo e a adaptação de outras crianças autistas. Muito obrigada ao casal Olga e André, pela ajuda profissional fundamental da revisão gramatical, ortográfica e normalização deste trabalho. 5 Finalmente, ao meu orientador, Prof. Dr. Mário Sérgio Vasconcelos – Serginho –, sem palavras para expressar tudo que passamos juntos neste processo dinâmico de construção e ascensão do conhecimento, cujos frutos se evidenciarão com esta dissertação. Obrigada por ter me amparado sem questionamentos em um momento de necessidade de redirecionamento e recondução de orientação do mestrado e me reconduzindo aos meus objetivos e concretização de um sonho de ser mestranda e poder chegar à obtenção deste título de maneira tão tranquila, mesmo em meio às horas mais tensas. Suas orientações me marcaram para além do mestrado, com a estruturação de novos esquemas de adaptação, novos valores e significados de vida para poder segui-la numa eterna canção, tal qual de Gonzaguinha “viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz”. 6 CALDEIRA, Danielle Grillo Alves. Desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança autista: um estudo psicogenético. 2018. 136 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2018. RESUMO Esta pesquisa tem como principal objetivo realizar um estudo sobre o processo de adaptação, autorregulação, organização e funcionamento das estruturas cognitivas e da afetividade de crianças autistas. Mais especificamente, pretende-se: a) evidenciar as contribuições do método psicogenético na reorganização e reequilibração das estruturas cognitivas e da afetividade de crianças autistas; b) realizar, com base no método psicogenético, uma intervenção com crianças autistas de 2 a 7 anos de idade. Tomando-se por base o referencial da epistemologia genética de Jean Piaget, trabalhou-se com a hipótese de que uma intervenção dirigida ao manejo da afetividade, com interações afetivas, pode ajudar na reorganização do desenvolvimento e na adaptação das crianças autistas. Para atingir nossos objetivos o estudo foi realizado com 30 pessoas, dentre elas, 10 crianças autistas, de ambos os sexos, de 2 a 7 anos de idade e os respectivos pais e ou responsáveis, de uma cidade do interior paulista. Também participaram da pesquisa os pais ou responsáveis pelas crianças. No processo de intervenção, que teve como base o método clínico crítico piagetiano, foram realizadas entrevistas semi-dirigidas com os pais ou responsáveis pelas crianças e promoveu-se, também, a interação com as crianças orientada por um protocolo de investigação e análise do pensamento e condutas cognitivas da criança autista, bem como pelo protocolo de intervenção com interações afetivas para autorregulação de condutas cognitivas. Os resultados corroboraram a hipótese de trabalho e as crianças, após a intervenção, apresentaram condutas que indicaram melhorias adaptativas e reorganizações nas estruturas cognitivas e na afetividade; com construções de significados, significantes, valores, afetos e esquemas cognitivos mais complexos que promoveram a autorregulação do desenvolvimento, das emoções, do envolvimento cognitivo e afetivo nas diversas situações de interações e aprendizagens cotidianas de modo peculiar. Palavras-chave: Autismo infantil. Método clínico piagetiano. Desenvolvimento cognitivo. Desenvolvimento afetivo. Autorregulação. 7 CALDEIRA, Danielle Grillo Alves. Cognitive and affective development of the autistic child: a psychogenetic study. 2018. 136 f. Dissertation (Master in Psychology) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Assis, 2018. ABSTRACT This research has as main objective to carry out a study on the process of adaptation, self - regulation, organization and functioning of the cognitive structures and the affectivity of autistic children. More specifically, we intend to: a) evidence the contributions of the psychogenetic method in the reorganization and rebalancing of the cognitive structures and affectivity of autistic children; b) perform, based on the psychogenetic method, an intervention with autistic children aged 2 to 7 years. Based on the reference of Jean Piaget's genetic epistemology, we worked with the hypothesis that an intervention directed to the management of affectivity, with affective interactions, can help in reorganizing the development and adaptation of autistic children. To achieve our objectives, the study was conducted with 30 people, including 10 autistic children of both sexes, from 2 to 7 years of age and their parents or guardians, from a city in the interior of São Paulo. The parents or guardians of the children also participated in the research. In the intervention process, which was based on the Piagetian critical clinical method, semi-directed interviews were conducted with the parents or guardians of the children and interaction with the children was also promoted by a protocol of investigation and analysis of the thought and cognitive behaviors of the autistic child, as well as by the intervention protocol with affective interactions for self- regulation of cognitive behaviors. The results corroborated the hypothesis of work and the children, after the intervention, presented behaviors that indicated adaptive improvements and reorganizations in the cognitive structures and affectivity; with constructs of meanings, signifiers, values, affections and more complex cognitive schemes that promoted the self- regulation of development, of the emotions, of the cognitive and affective involvement in the different situations of interactions and everyday learning in a peculiar way. Keywords: Childhood autism. Piagetian clinical method. Cognitive development. Affective development. Self-regulation 8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Autorregulação em desenvolvimento 33 Figura 2 - Expressões gestuais 86 Figura 3 - Prova de imagem gráfica e jogo simbólico 87 Figura 4 - Prova de imagem gráfica e jogo simbólico 88 Figura 5 - Interação Afetiva: imitação diferida e reações sensoperceptivas 95 Figura 6 - Imitação diferida e RC 95 Figura 7 - Interação afetiva: jogo simbólico 96 Figura 8 - Interação afetiva com jogo simbólico e reações sensoperceptivas 96 Figura 9 - Jogo simbólico e imagem mental 97 Figura 10 - Jogo simbólico e imagem mental 97 Figura 11 - Interação afetiva: imagem gráfica reconhecimento do eu e do outro 97 Figura 12 - Imagem gráfica: reconhecimento do eu e do outro 98 Figura 13 - Imagem gráfica e artística 98 Figura 14 - Imagem gráfica e artística 98 Figura 15 - Imagem gráfica e mental artística 99 Figura 16 - Imagem gráfica e mental artística 99 Figura 17 - Imagem gráfica e mental artística 99 Figura 18 - Imagem mental e gráfica sensoperceptiva 100 Figura 19 - Interações: expressão de imagem gráfica (significados, afetos e sentimentos cotidianos) 100 Figura 20 - Interações: expressão de imagem gráfica (significados, afetos e sentimentos cotidianos) 101 Figura 21 - Interações: expressão de imagem gráfica (significados, afetos e sentimentos cotidianos) 101 Figura 22 - Interações: expressão de imagem gráfica (significados, afetos e sentimentos cotidianos) 102 Figura 23 - Interações: expressão de imagem gráfica (significados, afetos e sentimentos cotidianos) 103 Figura 24 - Interações: expressão de imagem gráfica (significados, afetos e sentimentos cotidianos) 103 9 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Coordenações Sensoperceptivas 40 Quadro 2 - Caracterização das crianças participantes da pesquisa 73 Quadro 3 - Exercícios de Avaliação das Condutas Cognitivas 84 Quadro 4 - Resultados apresentados pela criança autista Antes, Durante e Depois da Intervenção 92 Quadro 5 - Comparativo do funcionamento das Condutas Cognitivas e Afetividade da criança autista antes e depois da Intervenção 104 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CID - Classificação Internacional de Doenças CMMS - Columbia Escala de Maturidade Mental DSM - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente FCL - Faculdade de Ciências e Letras LAPS - Laboratório de Psicomotricidade MPASP - Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública OMS - Organização Mundial de Saúde ONU - Organização das Nações Unidas PICC - Protocolo de Intervenção com Interações Afetivas RCP - Reação Circular Primária RCS - Reação Circular Secundária SUS - Sistema Único de Saúde TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TEA - Transtorno do Espectro Autista UNESP - Universidade Estadual Paulista 11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 13 1 AUTISMO 17 1.1 Concepções teóricas do autismo na psicologia 20 1.2 Abrangência do autismo e suas repercussões políticas mundiais 22 2 DESENVOLVIMENTO COGNITIVO INFANTIL 26 2.1 Gênese e formação das estruturas cognitivas 28 2.2 Adaptação e organização das estruturas cognitivas 29 2.3 Equilibração, autorregulação e sistematização do funcionamento cognitivo 31 2.4 Nascimento da inteligência no desenvolvimento cognitivo e afetivo 34 3 FASES DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO 36 3.1 Estágio sensório-motor (0-2 anos) 37 3.2 Estágio pré-operacional (2-7 anos) 47 3.3 Período das operações concretas (7 aos 11 anos) 58 3.4 Período das operações formais (11 anos em diante) 60 4 COMO A AFETIVIADE PODE AJUDAR NA REORGANIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA AUTISTA 62 5 METODOLOGIA 72 5.1 Tipologia da pesquisa 72 5.2 Participantes 72 5.3 Caracterização das crianças 72 5.4 Procedimentos e cuidados éticos 73 5.4.1 Apreciação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética 73 5.4.2 Cuidados éticos 74 5.5 Local da pesquisa 74 5.6 Procedimentos e Instrumentos técnicos 74 5.6.1 Anamnese 74 5.6.2 Método Clínico Crítico Piagetiano 75 5.6.3 Escala de Maturidade Mental de Colúmbia 75 12 5.6.4 Entrevistas com os Pais e/ou Responsáveis 76 5.6.5 Protocolo de investigação e análise do pensamento e das condutas cognitivas da criança autista de 2 a 7 anos de idade 76 5.6.6 Protocolo de Intervenção com Interações Afetivas para autorregulação das condutas cognitivas (PICC) da criança autista de 2 a 7 anos de idade 78 5.6.7 Análise dos Resultados 79 6 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 81 6.1 Etapa de Avaliação das Condutas Cognitivas 81 6.1.1 Anamnese (Entrevista Dirigida e Semidirigida com Pais e/ou Responsáveis) 81 6.1.2 Resultados do Protocolo de Avaliação Cognitiva 84 6.2 Discussão dos resultados obtidos na avaliação 89 6.3 Apresentação e discussão dos resultados da intervenção 92 CONSIDERAÇÕES FINAIS 117 REFERÊNCIAS 120 ANEXO A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 125 ANEXO B - AUTORIZAÇÃO DO LOCAL PARA COLETA DE DADOS 128 ANEXO C - TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE LOCAL PARA COLETA DE DADOS 129 ANEXO D - ROTEIRO DE ANAMNESE PEDIÁTRICA 131 13 INTRODUÇÃO O autismo tem sido amplamente discutido em todo o mundo, desde sua conceituação, em 1943, por Leo Kanner (1894-1981), até os dias de hoje, como um dos mais graves distúrbios do desenvolvimento infantil. Mas ainda hoje são pouquíssimos os estudos que buscam compreender o processo de desenvolvimento cognitivo da criança autista e de intervenções que possam contribuir para a reorganização cognitiva, superando as limitações impostas pelo transtorno na vida da criança. Teoricamente, entre as diversas literaturas e definições do autismo, as características que nos chamam atenção, por se mostrarem de forma muito recorrente no comportamento de crianças autistas, são os déficits em quatro áreas, sendo elas: primeira, não utilização e compreensão dos gestos; segunda, não utilização da linguagem com objetivo de comunicação social; terceira, dificuldades de interação social, presença de respostas estereotipadas ou de ecolalia; e quarta, dificuldade extrema de utilizar jogos imaginativos e de expressar afetividade que causam severos impactos no desenvolvimento cognitivo, afetivo e na adaptação social da criança (CAMARGOS JR. et al., 2005). Nossas preocupações com esta realidade nasceram de nossa experiência da prática clínica concomitante à nossa participação técnica em um projeto de extensão universitária, intitulado “Detecção e intervenção precoce em crianças de um mês a cinco anos de idade com fatores de risco para o desenvolvimento neuropsicomotor”. Desenvolvido no Laboratório de Psicomotricidade (LAPS), no setor de Fisioterapia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP – Campus de Presidente Prudente (SP), onde crianças de um mês a cinco anos de idade, consideradas de risco para o desenvolvimento neuropsicomotor e/ou características do espectro autista, eram encaminhadas ao projeto pelas Unidades Básicas de Saúde de Presidente Prudente, pelo Hospital Estadual Doutor Odilo Antunes de Siqueira, pelo Hospital Regional e pela Secretaria Municipal de Educação de Presidente Prudente, para avaliação e intervenção. No projeto de extensão universitária do qual participamos, o que mais se destacou nas observações e na avaliação de crianças com diagnóstico ou suspeita de autismo foi o comprometimento no desenvolvimento cognitivo e afetivo, que prejudicava consideravelmente a aprendizagem, adaptação e inclusão social destas crianças, bem como, a evolução dos tratamentos multidisciplinares. Esta realidade era uma queixa comum entre os pais e os familiares, que reclamavam dos atendimentos que ocorriam em outros lugares, pois as dificuldades de desenvolvimento cognitivo, aprendizagem e adaptação não eram 14 enfatizadas pelos demais profissionais de saúde, que sempre lidavam com indiferença e incerteza nos prognósticos, sem muitas especificidades sobre o processo de desenvolvimento e muito menos sobre as possibilidades de reorganização da criança. Este cenário nos pareceu ainda mais complexo, quando buscamos na literatura uma compreensão teórica destes fenômenos e nos deparamos com uma escassez de materiais, além disso, o que encontramos não foi convincente para explicar as especificidades das desorganizações no desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança autista. Desta maneira, nossas preocupações com o desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança autista foram mobilizadas e aumentaram a tal ponto que geraram uma inquietação científica em torno do tema, levando-nos a propor e desenvolver o presente estudo. Portanto, iniciamos este estudo realizando uma revisão bibliográfica sobre a sintomatologia do autismo. Chamou-nos a atenção as referências teóricas dos autores Camargos, Bosa, Assumpção Jr. e Gauderer, que enfatizam os comprometimentos que afetam o desenvolvimento cognitivo, afetivo e a adaptação da criança autista e que estão presentes e se manifestam tanto nas crianças com rebaixamento intelectual, quanto nas que apresentam alto funcionamento intelectual, causando uma desordem cognitiva e afetiva. Neste sentido, foi necessário compreendermos o processo de desenvolvimento das estruturas cognitivas. Para tanto, buscamos nos aprofundar na epistemologia piagetiana. De acordo com este referencial, o pensamento e a inteligência da criança são construídos gradualmente, respeitando uma complexidade de etapas ou estágios que se iniciam desde a concepção do bebê até a adolescência, nos quais a criança, na sua ação e interação com seu meio social, as desenvolve juntamente com a afetividade, que é a fonte de energia para sistematização do funcionamento cognitivo (VASCONCELOS, 2000; PIAGET, 2014). Portanto, de acordo com esta concepção de desenvolvimento, a afetividade pode interferir nas operações da inteligência, estimulando ou perturbando o desenvolvimento, a organização, o funcionamento e a autorregulação das estruturas cognitivas. Podendo, até mesmo, ser a causa de acelerações ou retardos no desenvolvimento cognitivo da criança (PIAGET, 2014). Desta maneira, encontrávamos sustentações para nossa hipótese de que o problema no desenvolvimento cognitivo da criança autista remonta questões de ordem estrutural e funcional. Considerando todo contexto elucidado, engajamo-nos neste trabalho iniciando um estudo sistematizado das obras de Jean Piaget (1896-1980), como balizador teórico. Embora o autor não tenha discutido propriamente uma teoria sobre o autismo, debruçamo-nos basicamente sobre as seguintes obras: O nascimento da inteligência na criança (1970), A 15 formação do símbolo na criança (1975), Os Seis Estudos de Psicologia (2015), A Psicologia da Criança (PIAGET; INHELDER, 1968), A construção do real na criança (1996) e Relação entre Afetividade e Inteligência no Desenvolvimento Mental da Criança (2014). Também nos debruçamos sobre as obras de outros autores, como Bosa, Camargos Jr., Assumpção Jr. e Gauderer. Tais autores contribuíram fortemente para que pudéssemos realizar a discussão sobre as características sintomatológicas e de desenvolvimento das crianças com autismo e, ao mesmo tempo, refletir sobre as características esperadas para evolução do desenvolvimento infantil e adaptação de uma criança conforme a epistemologia piagetiana propõe. Esta teoria versa sobre a gênese do desenvolvimento cognitivo da criança por meio da sistematização de um processo de construção interacionista, que evolui numa passagem contínua de um estado de desequilíbrio para um estado de equilíbrio superior com mudanças qualitativas, cujas competências da criança vão se tornando cada vez mais complexas (PIAGET; INHELDER, 1968; PIAGET, 2015). Para este referencial a criança só pode atingir este equilíbrio e apresentar evoluções do desenvolvimento cognitivo e afetivo quando ela é suficientemente ativa para poder opor as situações com resoluções de problemas no dia a dia que lhes geram desequilíbrios e perturbações do pensamento, com compensações exteriores adaptadas, estabelecendo novas formas de agir e interagir com seu meio social e com as relações de afeto resultantes destas interações (PIAGET, 2015). Neste sentido, as ideias de Piaget sobre o desenvolvimento infantil se aproximam das propostas de Camargos Jr. et al (2005), Gauderer (1993) e Organização Mundial da Saúde (1993), para quem a interação social e a adaptação de condutas e afeto constituem uma das maiores dificuldades da criança, neste caso, a criança autista. Acreditamos na hipótese de que as desordens provocam um acentuado processo de desequilíbrios na tentativa de promover a organização e a regulação do equilíbrio e funcionamento das estruturas mentais. Em meio a este processo, um manejo regulador da afetividade, por meio de interações afetivas, pode contribuir para que a criança autista desenvolva esquemas de retomada do equilíbrio entre estruturas cognitivas e afetivas e promover a reorganização e o funcionamento das estruturas cognitivas e da afetividade; podendo até promover o desenvolvimento de novas estruturas cognitivas para solucionar os problemas de adaptação destas crianças. Portanto, nosso objetivo principal com este estudo é analisarmos o processo de autorregulação, estruturação, organização, sistematização e funcionamento das estruturas cognitivas e da afetividade de crianças autistas brasileiras de 2 a 7 anos de idade e intervir na reorganização do mesmo. Para tanto, estabelecemos os seguintes objetivos específicos: 16 a) compreender o processo de autorregulação e organização das estruturas cognitivas e da afetividade no desenvolvimento cognitivo da criança autista; b) apresentar uma metodologia de intervenção e c) evidenciar as contribuições do método psicogenético para compreensão das especificidades e reorganização do desenvolvimento cognitivo e afetivo da criança autista. Pretendemos, também, com base em nossos resultados, fornecer e compartilhar subsídios técnicos e teóricos que possam ser instrumentalizados tanto como balizadores de diretrizes diagnósticas, quanto prognósticas, no intuito de promover intervenções precoces minimizando os efeitos nefastos do autismo na criança. Doravante, avançaremos apresentando os conceitos adotados neste trabalho e as metodologias empregadas para a sua realização, que se estendem desde o conceito de autismo, das referencias teóricas sobre o tema no contexto da psicologia, das repercussões políticas do autismo no Brasil e no mundo, sobre o desenvolvimento cognitivo e o papel da afetividade no desenvolvimento da criança, até chegarmos, finalmente, na análise e discussão dos resultados. 117 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo, ressaltamos o fato das desorganizações no desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças autistas se iniciarem com os bebês na fase sensório-motora, porém são identificadas tardiamente pelos profissionais de saúde e pelos pais. Na maioria das vezes, são percebidas e detectadas pelos professores na escola, o que acarreta severos impactos no desenvolvimento das crianças autistas, que “avançam” nas fases posteriores do desenvolvimento com problemas de ordem funcional e estrutural, perceptivas e sensoriais que comprometem a sistematização e regulação do funcionamento das estruturas cognitivas e da afetividade, dificultando consideravelmente a adaptação destas crianças. Cabe ressaltarmos que tais problemas não acometem somente as crianças autistas que apresentam deficiências intelectuais e maturidade mental abaixo da idade cronológica, mas afetam também as crianças autistas que apresentam inteligência superior e índice de maturidade acima da idade. Portanto, um diagnóstico, prognóstico promissor com intervenção precoce pode reduzir consideravelmente os impactos e efeitos nefastos do autismo na vida da criança autista. Estas dificuldades e desorganizações normalmente passam desapercebidas pelos pais ou familiares. Somente na fase do desenvolvimento, a qual requer maior envolvimento afetivo e cognitivo da criança nas relações e interações e comunicações sociais é que as desorganizações se evidenciam mais. Em virtude das dificuldades de comunicação gestual e verbal, de aprendizagem, interação, de expressão, de representar, identificar e equilibrar seus pensamentos com os seus afetos e sentimentos, suas ações, relações e interações se estabelecem com o outro ou consigo mesmas de forma tensa. As ações, condutas e afetos não são as esperadas para crianças de sua idade, o que compromete consideravelmente o processo de adaptação destas crianças, pois quando elas precisam utilizar e desenvolver as habilidades e condutas típicas de sua idade, para promover ações e interações com desejos, tendências e ações voluntárias nas relações e interações cotidianas, elas não conseguem, uma vez que seus interesses e suas energias ainda estão voltados para explorar e conhecer o mundo por meio das reações circulares e discriminações perceptivas com um pensamento prático e motor que requer um envolvimento afetivo e sensorial com os objetos e as pessoas que as cercam, que se sobrepõem às condutas cognitivas esperadas para a idade, repercutindo o problema de ordem estrutural e funcional. Portanto, em razão do problema de estruturação e funcionalidade no desenvolvimento cognitivo e afetivo, as crianças autistas ficam impossibilitadas de promover, sem uma intervenção, as estruturas e condutas esperadas para sua idade, por isso apresentam muitas 118 dificuldades para resolver os problemas de relação, interação e comunicação social e adaptação. Desse modo, acabam tendo que recorrer a um padrão de comportamentos repetitivos estereotipados e uma frequência de desequilíbrios maior que o esperado, na tentativa de prover as estruturações sensoperceptivas e afetivas necessárias para a evolução de suas condutas e afeto, conforme o esperado para sua idade. Contudo, estes desequilíbrios acabam frustrando mais a criança e gerando o overtraining com hipo ou hiper-reatividades afetivas, impulsivas e agressivas, com sensações de desconfortos que levam estas crianças a evitarem as relações de tensões, e tudo que foge ao seu domínio de interesses e rotinas, por causa das dificuldades que elas possuem de equilibração e regulação das estruturas cognitivas e da afetividade. Consequentemente, as crianças autistas apresentaram severas dificuldades de se adaptar e agir de modo ativo e criativo para resolver as tensões, os problemas com quebra de rotina, regras, entre outros, e de regular nas mais diversas situações de relações de interações e comunicação com seus familiares, na escola e com outras crianças. E, no ambiente de intervenção, os seus pensamentos, afetos, emoções e sentimentos necessários para que elas construam e atribuam, conforme o esperado, significados e valores às suas próprias impressões afetivas e para que possam interagir com condutas mais exitosas, passíveis de aplicabilidade e reversibilidade em outras situações do dia a dia, construindo, assim, seus próprios esquemas de adaptação e regulação do desenvolvimento. Neste sentido, os dispositivos de análise e intervenção com interações afetivas manejando a afetividade por meio de reações circulares e, posteriormente, por um estado mais equilibrado da criança, associando o manejo junto a uma regulação das condutas do pensamento simbólico típico da fase pré-operatória, puderam evidenciar os problemas e a maneira como as crianças autistas procuram organizar as suas estruturas cognitivas e regular o seu desenvolvimento cognitivo e afetivo, resolvendo de modo peculiar os problemas de ordem estrutural e funcional no seu desenvolvimento cognitivo e afetivo. Promovendo, assim, a reorganização das estruturas cognitivas da afetividade e esquemas da autorregulação do funcionamento e desenvolvimento cognitivo das crianças autistas. Percebemos melhora considerável na adaptação destas crianças no ambiente familiar, escolar e social, com uma minimização dos sintomas típicos do autismo e com a regulação das energias afetivas, que propiciou uma sistematização mais equilibrada do funcionamento cognitivo e da afetividade delas, antes comprometida pela sintomatologia do transtorno. Estas interações afetivas evoluem não apenas comportamentos e atitudes, condicionando a criança a apresentar certas respostas para determinadas situações do dia a 119 dia, como também sugerem algumas outras propostas metodológicas. Referimo-nos, de acordo com os resultados da metodologia proposta, a uma regulação e reorganização do desenvolvimento cognitivo para que a criança possa evoluir e desenvolver novas estruturas cognitivas e afetivas, para além das apresentadas no autismo, a fim de que ela mesma possa desenvolver de modo peculiar, mas não reducionista, seus esquemas de adaptação e autorregulação do seu desenvolvimento cognitivo, da sua afetividade, para que suas condutas nas diversas relações e situações de interações de vida sejam mais exitosas, que ela possa usar de suas próprias habilidades, capacidades e tendências de interesses, gostos, conhecimentos e domínios específicos que as fazem se destacar entre outras crianças, para se promoveram de modo autônomo, criativo e equilibrado nas diversas fases da vida, aprendendo, assim, a sempre seguir aprendendo a aprender viver e ser feliz. Portanto, os próprios dados evidenciaram a magnitude dos resultados que podem influenciar consideravelmente no estilo de vida e na adaptação destas crianças para além do próprio método, uma vez que ele foi capaz de promover novas estruturas cognitivas e a autorregulação do funcionamento e sistematização destas mesmas estruturas de modo contínuo e dialético, refazendo e reorganizando estruturas e afetos que já estavam estruturados, como, por exemplo, das estruturações evidenciadas nas pausas homeostáticas e da abrangência dos resultados no contexto familiar, social e escolar. Portanto, assim como os impactos do autismo podem comprometer o desenvolvimento da criança, acreditamos que evoluções também podem ocorrer nas etapas e idades do desenvolvimento destas crianças, intervindo no princípio regulador de adaptações para a construção de novas estruturas. As crianças autistas poderão chegar à vida adulta e à tão próxima adolescência com esquemas de adaptação, funcionamento afetivo e cognitivo mais organizados para estabelecerem relações e interações e, assim, ter um desenvolvimento amistoso e com mais êxito. Podemos concluir, até o presente momento, que a metodologia adotada mostrou-se promissora para a compreensão do desenvolvimento cognitivo das crianças autistas, bem como para a reorganização das desorganizações cognitivas e afetivas que o Autismo ou Transtorno do Espectro Autista causam na vida destas crianças. Acreditamos, até mesmo, que esta metodologia pode ser testada e aplicada com outras crianças de fases anteriores ou posteriores do desenvolvimento, por se tratar de um problema de ordem estrutural e funcional, cujas evidências têm início na vida do bebê e vão se agravando num efeito dominó até a vida adulta. 120 REFERÊNCIAS AJURIAGUERRA, J. Las Psicosis Infantiles. In: ______. Manual de Psiquiatria Infantil. 4. ed. 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