PAULO VILLELA SANTOS JUNIOR ESTUDO EXPERIMENTAL DO POLIETILENO POROSO DE ALTA DENSIDADE {MEDPOR) FIXADO AO LEITO CIRÚRGICO CORTICALIZADO E DECORTICALIZADO: ANÁLISE HISTOLÓGICA EM CÃES Tese apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Livre Docência. São José dos Campos 2001 / Apresentação !,>ráfica e nonnalização de acordo com: BELLINI, A. B.; SILVA, E. A. Manual para elaboração de mono!,>rafias: estrutura do trabalho científico. São José dos Campos: FOSJCIUNESP, 2000. 81 p. SANTOS JUNIOR, P. V. Estudo experimental do polietileno poroso de alta densidade (Medpor) fixado ao leito cirúrgico corticalizado e decorticalizado: análise histológica em cães. 2001. 89 f. Tese (Livre Docência em Odontologia) - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista. São José dos Campos. "Se eu não puder ser a árvore frondosa, permita que eu seja o pequeno arbusto; Se eu não puder ser o rio caudaloso, permita que eu seja o pequeno regato; Se eu não puder ser o rico palácio, permita que eu seja a humilde choupana; Se eu não puder ser a grande estrada, permita que eu seja o estreito camiulto; Se eu uão puder ser a exuberante rosa, permita que eu seja a mais modesta violeta; Se eu não puder ser a luz, permita que eu seja ao menos um reflexo; Se eu 11ão puder ser o amor, permita que eu seja, então, a amizade; mas permita Smlwr, que alguma coisa que eu seja, para que ao jl11dar esta Vida, alguém se recorde de mim, como uma alma ll!lmilde a serviço do Criador" Aos meus pais Paulo (in memorian) e Wanny À Rosa e filhos Paulo e Patrícia Dedico este Trabalho Agradecimento Especial Ao Professor Titular Paulo Sérgio Perri de Carvalho Pela sua amizade, incentivo e pelo apoio dado durante toda a execução desta pesquisa. Todo o meu carinho, respeito e admiração. Agradecimentos A Faculdade de Odontologia de São José dos Campos­ UNESP, na pessoa da Diretora, Profa. Titular Maria Amélia Máximo de Araújo, pelo constante incentivo à pesquisa. Aos colegas da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos-UNESP: José Roberto Sá Lima, Antonino Kimaid, Edm·aldo Silvino de Brito Marques, Fernando Wagner Raldi, Lucia Murilo dos Santos, Marcelo Marotta Araújo, Gerson Munboz dos Santos, Antenor Araújo, Franklin Edgard de Moura Campos, Job Sarmento, Nicolau Diacov, Edgard Pereira de Souza (in memorian), pela amizade, auxílio e dedicação que uos dispensaram no decorrer destes anos de convívio. Agradecimentos Aos funcionários da Disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial: Stela de Mendonça Maldonado Campoy, Marcia Cristina Lopes Garcia, Deuize Lourenço Cardoso, Geraldo da Silva, Ivan Vanzella e Margareth Lopes Garcia, pelo apoio recebido. Aos funcionários: Carlos Batista e Lucélia Auxiliadora Honorato pela amizade e dedicação na digitação da Tese e do Memorial. Agradecimentos A Bibliotecária Angela de Brito Bellini pela habitual atenção. A Silvia Regina Borges pelo auxílio nas traduções dos textos. A todas as pessoas que contrihuímm para que eu chegasse até aqui. SUMÁRIO LISTA DE F!GURAS .................................................................... H9 l. INTRODUÇÃO ......................................................... H ............... ! I 2. REV!SÃODALlTERATURA ................................................... 20 3. PROPOSIÇÃO .............................................................................. 39 4. MATERIAL E MÉTODO ............................................................ 40 4.1 Procedimentos cirúrgicos ............................................................ 40 4.2 Obtenção de peças ................................. H·································· 48 4.3 Procedimento Laboratorial..................................................... 49 5. RESULTADOS........................................................................... 50 5.1 Análise Histoiógica .......... H........................................................ 50 6. DISCUSSÃO....................... .. ... .. .. .. . ......... ... .... ... .. . . . .... .. . .. ... .... .. 62 7. CONCLUSÃO........................................................................ 72 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................... 73 ANEXOA......................................................................... 87 RESUMO............................................................................... 88 ABSTRACT........................................................................ 89 LISTA DE FIGURAS FIGURA I -Animal em posição para cirurgia e tricotomizado ....... 41 FIGURA 2 -Incisão na pele............................................................ 42 FIGURA 3- Exposição do períósteo ................................................ 43 FIGURA 4 ·-Leito cortícalizado..................................................... 44 FIGURA 5 -Exposição do tecido ósseo da área que irá receber o implante....................................................................................... 44 FIGURA 6- Implante de polietileno poroso de alta densidade (Medpor) colocado e fixado no leito cirúrgico deeorticalizado .... 45 FIGURA 7- Sutura final................................................................. 46 FIGURA 8 - Implante de polietileno poroso de alta densidade (Medpor) colocado e fixado no leito cirúrgico corticalizado ....... 47 FIGURA 9- Leito corticalizado (trinta dias). H.E. Aumento orígi- nal25x ......................................................................................... 50 FIGURA 10- Leito corticalizado (trinta dias). H. E. Aumento ori- ginal63x ...................................................................................... 51 FIGURA 11 ... Leito corticalizado (sessenta dias). H. E. Aumento original25x................................................................................ 52 FIGURA 12 -Leito corticalizado (sessenta dias). Aumento origi- nal63x....................................................................................... 53 FIGURA 13 ··Leito corticalizado (noventa dias). H. E. Aumento original 25x............................................................................... 54 FIGURA 14 ···Leito corticalizado (noventa dias). H.E. Aumento original 63x.............................................................................. 55 FIGURA 15 ·-Leito decorticalizado (trinta dias} H.E. Aumento original 25x.............................................................................. 56 FIGURA 16 ... Leito decorticalizado (trinta dias). H.E. Aumento original 63x............................................................................... 57 FIGURA 17 - Leito decorticalizado (sessenta dias). H.E. Aumen- to original 25x.......................................................................... 58 FIGURA 18- Leito decorticalizado (sessenta dias). HE. Aumen- to original 63x.......................................................................... 59 FIGURA 19- Leito decorticalizado (sessenta dias). H.R Aumen- to original63x ..... , ...... '" .. , ...... '" ..................... '".......................... 59 FIGURA 20- Leito decorticalizado (noventa dias). H.E Aumen- to original25x .......... '" ...... '"., ......... , ....... '" .... , .... , ............ , ... ,...... 60 FIGURA 21 -Leito decorticalizado (noventa dias). H.E. Aumen- to original25x ........ , .................... , .............. , ............ ,................ 6! 1 INTRODUÇÃO Os implantes têm sido utilizados há muitos anos objetivando corrigir defeitos ósseos decorrentes de traumatismos faciais e relacionados às cirurgias oncológicas onde a perda de tecido, normalmente, é grande, Como esses defeitos não são reconstituídos espontaneamente pelo organismo, deve-se tentar a reconstrução morfológica, estética e funcional das estruturas perdidas com o intuito de reintegrar o indivíduo como um todo, Nos últimos anos inúmeras pesqmsas foram desenvolvidas objetivando a procura de novos materiais biocompatíveis, para serem utilizados como substitutos ósseos, Em casos de perda óssea, o enxerto autógeno, é a primeira escolha, devido à sua aceitação biológica decorrente da total compatibilidade tecíduat Todavia, quando tais enxertos são utilizados, existe a necessidade de ato cirúrgico adicional, intra ou extrabucal, para obtenção do material, e o pós-operatório é, na grande maioria das vezes, desconfortáveL Este desconforto aumenta qnando a retirada do enxerto autógeno é realizada em àreas onde existe movímentação, como no caso da crista 12 do ilíaca e, também quando retirado do arco intercostaL Neste caso, além do risco de ocorrer pnemnotórax, a dor é intensa decorrente dos movimentos respiratórios (Okamoto e! al.,"5 1991; Klinge et aJ.,42 1992; Purchio et al., 70 l 992; Meadows et al.,58 I 993). Em relação aos enxertos homógenos existe o inconveniente da obtenção do enxerto, a necessidade de meios especiais para a sua conservação, além de existir maior antigenicidade e risco de transmissão de doenças como a hepatite e AIOS. Devido às dificuldades e riscos dos enxertos autógeno e homógeno, vàrios materiais começaram a ser usados como implantes em cirurg-ias reconstmtivas. Outra opção são os materiais heterógenos e que devem apresentar as seguintes caraterístieas: a) não ser fisicamente modificados pelos tecidos; b) ser quimicamente inert.c; c) não provocar reação inflamatória ; d) não ser carcinogênico; e) não produzir hipersensibilidade ou alergias; f) ser capaz de resistir a forças mecânicas; g) poder ser fabricado na forma desejada; 13 h) permitir esterilização; i) não alterar o campo elétrico do local implantado. Um dos primeiros materiais estudados foi o osso gelatinizado, obtido pela agregação de partículas de osso da crista ilíaca a espuma de gelatina e sangue fresco (Mayer & Swanker57 , 1954). O osso anorgâuico bovino, extraído pela etilenodiamina, foi implantado em tecido subcutâneo de camundongo, em cães e em humanos. Esse osso bioplástico não exibe propriedades indutoras ósseas quando implantado subcutaneamente, não ibi reabsorvido no período de seis meses e não demonstrou qualquer propriedade indutora osteoclastíca (Toto & Gíannini89 , 1961 ). O Boplan, osso bovino desprovido de sua ftação orgânica (Okamoto et al.64 1974), foi bem aceito pelo organismo, porém não foram encontradas vantagens no seu uso rotineiro (Sanches et al.79 , 1972) Com o desenvolvimento e avanços tecnológicos, começaram a surgir alguns materiais aloplásticos para serem usados como implantes. Dentre os materiais aloplásticos porosos, a esponja de polivinil (Martani", 1965) e a esponja de polivinil álcool (Lwin- 14 Epstein46 , 1960) apresentaram propriedades fisico-químicas e biológicas satisfatórias quando implantadas no tecido conjuntivo subcutâneo, pennitindo a organização e o desenvolvimento de tecido conjuntivo no interior dos poros" Em !960, o silicone começou a ser usado na correção de defeitos tàciais (Brown et aL 6, 1960)" A aplicação clínica do silicone é bastante ampla como na reconstrução de orelhas ( Lynch et aL48 , 1972), em mamoplasíia (Williams"', 1972), na articulação têmpora mandibular (Estabrooks et aL 21 , 1972), na correção de defeitos faciais (Swanson et al'", 1973). O silicone preenche uma grande parte das propriedades desejadas para um bom material de implante" Ele é estável ao calor úmido e seco, não se altera com o tempo de estocagem, não provoca aderência, não pode aderir ao material exceto a outro silicone e não provoca reações no tecido, O silicone é facilmente esculpido partindo-se de um bloco, podendo ser adaptado ao local cirúrgico" No entanto, deverá flcar o mais liso possível, sem arestas vivas ou espículas para evitar irritações nos tecidos " Os estudos na década de 80 acabaram por introduzir os materiais cerâmicos, principalmente os detivados do fosfato de cálcio, 15 que tiveram grande aceitação na comunidade científica cmno material de implante para substituir o tecido ósseo. O material cerâmico mais utilizado é a hidroxiapatita Ca10 (P0,)6 OH2), por apresentar composição mineral semelhante a dos ossos, compreendendo 60 a 70% do esqueleto calcificado (Jarcho·", 1986; Frame2 \ 1 987). A hídroxapatíta apresenta excepcional biocompatibilidade, unindo aos tecidos ósseo e mole, o que lhe confere grande aplicabilidade clínica (Jarcho35 , 1986), como no aumento do rebordo alveolar (Chao & Poon', 1987) e no preenchimento de cavidades ósseas resultantes de intervenções cirúrgicas (Cranín et al. 16 , 1988, Denissen, & Kolk18 , 1991). Muito embora outros materiais tenham sido pesquisados, muitos materiais aloplásticos de boa qualidade surgiram no mercado (Homsy12 , 1970; Homsy et a1. 33 , 1973). Um destes materiais altamente poroso, de baixa elasticidade e biocompatível foi denominado Proplast, resultado da combinação do politetrafluoretileno (t~flon) com grafite pirolii.ico, uma forma pura de carbono (Kruger44 , 1974; Rhinelander et al.73 , 1974; Alexsander1 , 1976, Connor & Svare14 , 1977). O Proplast tem textura resistente, possui de 70% à 90% de poros com tamanho variando de 100 a 500 micrômetros (Ken! et aL 4ll' 16 1975; Martin54 , 1976) ou de 200 à 500 micrômetros (Janeke et al.14 , 1974; Lyalr'", 1976} De acordo com Martin54 (1976), os poros do Prop1ast com mais de 100 micrômetros, pennitem um melhor crescimento de tecido ósseo no seu interior. Os poros com tamanho maior que 200 micrômetros encontram-se na proporção de 7 5% ( Freernan24 , !976), pennitindo um rápido crescimento de tecido fibroso (Kent et al 40 , !975; Martin54 , !976; Kosoy et al 43 1977), e ósseo no seu interior (Kent et aL3 " 4 ', 1972 e 1975,) Spector et aL" 1979 concluíram que quanto rnawr o tamanho dos poros maior será a quantidade de tecido ósseo formado no seu tnterior. O Proplast é maleável e facilmente esculpido, podendo ser adaptado à região cirúrgica (Alexsander1 , 1976). Sna esterilização pode ser obtida em autodave (Shea & Homsy85 , !974), Suas propriedades mais importantes residem no fato de ser inerte, atóxico, não biodegradávet Evidências indicam que quando implantado, o Proplast é invadido por tecido conjuntivo, provocando uma reação de corpo estranho discreta, que não leva à rejeição pelo hospedeiro 47 (Lyall. , 1976), 17 O Proplast pode ser usado na reconstrução da crista óssea alveolar deficiente (Farrel & Kent22 , 1975), nos contornos faciais {Belinfante & Mitchell3 , 1 977; Dann & Epker17 , 1977), no seio frontal (Schenck et al80 , 1977), em válias aplicações otológicas (Schenck et al. 80 , 1977), oftálmicas (Lyall47 , 1976) e nas cirnrgias ginecológicas (Ma!inak & Romsy52 , 1976). Em 1970 foi desenvolvido e testado pela Universidade de Clemson, o polietileno poroso de alta densidade (Medpor), que foi usado na reconstrução facial. O seu uso foi difundido a partir de 1990 e tomou-se um dos implantes mais usados em cirurgia reconstmtiva. O polietileno poroso vem sendo utilizado em traumatologia bucomaxilofacial (Haug et a\. 30 , 1993; Lacey & Antonyshyn45 , 1993; Romano et al 76 , 1993, Worley & Strauss10 ', 1994; Remulla c! a1 72 , 1 995), em cirurgia crânio tàcial (Wellisz et al. 91 , 1 992), em mtopcdia (Bartley e! al2 , 1994; Karesh & Dresner'', 1994), em neurocirurgia (Couldwell e! alE, 1994) e cirurgia plástica (We!lisz92 , 1993, Wellisz & Dougherty94 , 1993). O polietileno poroso (Medpor) e considerado biocompativel, !auto que vários autores o empregam como controle positivo para avaliar outros materiais. Ele se apresenta em diversos 18 tamanhos, na forma de blocos, folhas e com fonnas anatômicas das estruturas ósseas que se pretende substituir, A estrutura de poros abertos íntercomunicantes, com mais de l 00 micrômetros de diâmetro . , pennite o rápido crescimento tecidual em seu interior. O crescimento vascular gera potencial para o transporte de células e produtos que combatem a infecção dentro do implante (Romano et al. 76 , 1993). Tecnicamente é fácíl de manusear, de ser moldado, adaptado e t1xado, para se obter um atTanjo tridimensional preciso. Fisicamente é uma substância pura, resistente, não sofre reabsorção e degeneração, é estável, possui alta força elástica, resistente ao estresse e a tàdiga, não provocando reação nos tecidos moles circunvizinhos. Ocorre rápido crescimento tíssular para o interior dos poros. Para a utilização de mn implante aloplástico de sobreposição, como é o caso do Medpor, necessitam-se ter um leito receptor adequado que permita a perfeita integração do implante através de uma fixação pela formação de tecído ósseo no interior dos poros. Na colocação de um implante aloplástico de sobreposição, pode-se usar três tipos de leito receptor: os cortícaiizados, os perfurados e os decorticalizados. 19 O fato de não haver pesqmsas na literatura sobre o emprego do polietileno poroso (Medpor) em leitos cirúrgico cortícalizado e decorticalizado aplicado como implante de sobreposição, justifica-se este estudo em mandíbulas de cães. 2 REVISÃO DA LITERATURA Apresentando casos clínicos de interposição vertical de polietileno poroso em mentoplastia Shaber84 ( 1987) relatou que os resultados obtidos foram de excelente qualídade e que o polietileno poroso preenche todos os critérios para a reconstmção círúrgica estética do complexo maxilofacial. Zeltqer et aL llll (1989), realizaram um estudo utilizando hidroxiapatita para a reconstrução cirúrgica do rebordo residual, criando com este material formas adequadas e promovendo relações satisfatórias com o rebordo residual antagonista. Mostraram que a hidroxiapatíta promoveu uma reconstrução satisfatória, da altura do rebordo alveolar permitindo a instalação, a retenção e a estabilidade de uma prótese total. Os autores concluíram que a hidroxiapatita é um excelente material para ser implantado subperiostealmente para aumentar o rebordo ósseo alveolar. Rosen77 (1991) relatou dois casos de pacientes em que a reação da hidroxiapatita levou à infecção dos tecidos adjacentes e 21 provocou a formação de abscesso. Esta infecção foi debelada através do uso apropriado de antibiótico, debridamento e drenagem dos tecidos infectados. Os blocos de hidroxiapatita permaneceram no local apropriado. Esta resposta favorável do material frente à infecção foi atribuída a um suprimento vascular abundante no implante poroso. Apesar de não ser possível chegar a conclusões a partir de dois exemplos clínicos, o autor sugeriu que uma vez formado o tecido vascular, a hidroxiapatita porosa não se comporta da mesma maneira que outros corpos estranhos no meio de uma infecção. Estes resultados clínicos mostrarmn pela primeira vez que a hidroxiapatita vascularizada pode ter a capacidade de reagir às infecções. Na reconstrução laringotraquial de cães, Chan et al8 (1990) implantaram o Proplast dentro de uma porção do músculo transferindo a mucosa bucal para o tecido peritraquial adjacente. O enxerto Músculo-Proplast foi rotacionado para reparar grandes defeitos. Os autores concluíram que o Proplast pode ser utilizado como alternativa aos enxertos autógenos nas reconstruções extensas laringotraquiais, principalmente quando o procedimento é feito por etapas, permitindo o crescimento tecidual para o interior do implante e quando ele está protegido de processos infecciosos. 22 Wellisz et al91 (1992) usaram o polietileno poroso Medpor em cirurgias craniofaciais e concluíram ser este implante um excelente material alternativo para a reconstrução de estmturas perdidas. O Medpor é um material de boa estabilidade, flexível, resistente e por isso é indicado para a correção de contornos de grandes e médios defeitos do crânio. O Medpor é altamente estável, poroso e permite o crescimento rápido de tecidos mole e ósseo no interior de seus poros, permitindo uma boa fixação do implante no seu leito receptor. Os autores não relataram nenhum caso de complicação clínica pelo uso deste implante. Lacey & Antonyshyn45 (1993) estudaram a aplicação estética de polietileno poroso de alta densidade em depressões ou concavidade do osso temporal. Em 16 pacientes tratados, somente um mostrou a movimentação do implante do local colocado, que foi atribuída a um erro de técnica cirúrgica. Bikihazi & Van Antwerp4 (1993) fizeram uso de Medpor em cirurgias reconstrutiva e estética em trinta pacientes no período de três anos. Foram 25 casos no rnento, três no nariz, um no malar e tun na órbita. Na avaliação clínica não foi detectado nenhum caso de complicação e a fixação do implante nestas áreas foi de I 00%. 23 Analisando 26 casos clínicos por nm período de dois anos, Wellisz93 (1993) descreveu uma técnica cirúrgica usando polietileno poroso Medpor na reconstrução de orelha com queimadura. Esta técnica consistiu na confecção de um arcabouço de polietileno poroso que foi implantado no local, e recoberto com a facia temporoparietal, e colocando-se um enxerto de pele procurando reconstruir anatomicamente a orelha. O resultado desta reconstrução foi extremamente durável e se manteve por um longo período de tempo. Só ocorreu insucesso em dois casos. O autor concluiu que o polietileno poroso Medpor ofereceu uma excelente solução para os problemas de reconstruções dificeis. Em 1993, Romano et al76 usaram o polietileno poroso Medpor em 140 pacientes com traumatismos faciais de diversas intensidades. O Medpor se comportou de uma maneira muito significativa não havendo migração nem exposição do mesmo. Os autores mostraram somente um caso de infecção requerendo a remoção do implante. Cohen & Kawamoto .1unior13 (1992) descrevem dois casos de contaminação tardia de implantes de Proplast em malar após intervenção odontológica. Esta contaminação, segundo os autores, foi 24 provocada pela anestesia local indicada para o tratamento odontológico convencionaL Os autores recomendaram que o paciente deve alertar o cirurgião-dentista sobre a presença de tais implantes para evitar contaminação, para que o profissional utilize técnicas anestésicas locais alternativas, prescreva o uso de antibióticos profiláticos para evitar que ocorram tais transtornos pós-operatórios. Worley & Strauss101 (1994) apresentaram lUU caso clínico de aumento da fossa temporal com a utilização do polietileno poroso Medpor após a transferência do músculo temporal. A colocação deste implante proporcionou a restauração do contorno da região com resultado estético satisfatório. Couldwell et al 15 (1994) descreveram o uso de implante de polietileno poroso Medpor em cranioplastia cosmética. O implante foi usado em deteitos cranianos de pequenos ou médios tamanhos, oferecendo excelentes resultados estéticos. Não houve relato de complicação pós-operatória. Karesh & Dresner38 (1994) estudaram o polietileno poroso de grande densidade Medpor em cavidades orbitárias após a enucleação do globo ocular com o objetivo de restaurar a porção óssea perdida por traumatismo ou por cirurgia oncológica. O pós-operatório 25 foi monitorado por 19 meses e neste período não houve infecção, resposta inflamatória significante ou a expulsão do implante. Apenas um implante foi removido quatro meses após a sua colocação devido à sua inadequada instalação. Os autores concluíram que o Medpor pode ser usado com sucesso em implante de cavidade orbitària tendo como vantagem o baixo custo, a possibilidade de suturar o músculo extra ocular diretamente, sem a necessidade de cobrir cada material com a facia muscular. Rubin78 (1994) estudaram a reconstrução orbital com polietileno poroso em 3 7 pacientes, usando uma placa com objetivo de reconstruir defeitos extensos da órbita. O pós-operatório foi acompanhado por um período de 18 meses. Vinte e sete pacientes tinham diplopia sintomática no pré-operatório e no pós-operatório a diplopia foi resolvida em 15 pacientes e diminuindo em sete. Os autores concluíram que a placa de polietileno oferece grandes vantagens quando usada para reconstrução orbital. As placas são fáceis de serem manuseadas, fixadas, tomando-se a fixação estável e sem grandes complicações. Wellisz et a1. 95 (1995) analisaram o efeito da composição química de implantes aloplásticos de silicone, metilmetacrilato e 26 polietileno poroso sobre a reabsorção óssea em mandíbulas de coelho. A frequência e o grau de reabsorção óssea foram relacionados tanto com o tipo de material quanto com a sua espessura. As maiores reabsorções foram relacionadas ao silicone, sendo proporcionais à sua espessura. As reabsorções ósseas foram evidenciadas através da atividade osteoclástica e por mudanças no padrão dos marcadores. Tanto os implantes de metilmetacrilato quanto o de polietileno poroso provocaram baixo índice de reabsorção quando cm pequena espessura. O metilmetacrilato espesso causou reabsorção maior que o delgado, embora esta tenha sido menor que a causada pelo silicone. O aumento na espessura dos implantes de polietileno poroso não foi significativo para aumentar a reabsorção óssea. Os autores concluíram qne a composição dos implantes é uma variável importante para remodelação óssea, sendo que o silicone é o material que, com maior frequência e intensidade, causa reabsorção óssea. Choi et al. 10 (!995) realizaram um estudo de implantes de polietileno poroso em reconstruções das paredes orbitárias. Muitos resultados clínicos sobre o uso do polietileno poroso, tanto de curto quanto a médio prazo, têm sido encorajadores. Este trabalho apresentou um resultado a médio prazo realizando comparações com 27 outros materiais disponíveis. Trinta e dois casos de reconstrução da parede orbitária foram realizados e seguidos num período de 32 meses. Todos os casos foram conseqüência de trauma. Os resultados obtidos foram comparados com outros dados publicados na literatura sobre vários materiais com ênfase específica nos índices de complicações. A taxa de complicações para os implantes de polietileno poroso é de 6%, coincidindo e concordando com os resultados apresentados em outras publicações. Os implantes de polietileno poroso são comparativamente favoráveis em relação a outros materiais. Cenzi & Guarda-Nardini7 (1995) estudaram o uso do polietileno poroso Medpor em cimrgia maxilotàcial. Os autores apresentam vinte pacientes que receberam implantes de Medpor. Sete deles afetados por micrognatia, foram submetidos ao aumento vertical da região do menta após osteotomia horizontaL Dois pacientes acometidos por microssomia hemifacial receberam enxertos na borda da mandíbula para corrigir esta assimetria. Em três casos o Medpor foi utilizado em pacientes com traumas prévios para reconstrução do assoalho da órbita por perda de tecido, reconstrução do dorso do nariz e do contorno do osso malar. Em dois pacientes o Medpor foi 28 utilizado na sustentação da região do nariz. Em outros dois casos o Medpor foi colocado em depressões da região temporal. Os autores relataram apenas três casos onde houve complicações devido à exposição dos implantes. Em um dos casos onde o implante foi colocado na maxila, houve exposição na região do vestíbulo. No segundo caso a exposição foi traumática e no terceiro caso a exposição seguiu a deiscência da prótese de titânio com o qual o Medpor foi posicionado. Com exceção do último caso em que o paciente morreu por outras razões, a reparação nos demais casos foi obtida normalmente. Semergidis et ai."3 (1996) estudaram o aumento do ângulo mandibular mediante o uso do polietileno poroso e tiveram como resultado uma melhoria significante do contorno facial dos pacientes. Os autores concluíram que este procedimento é recomendado para aumento do ângulo mandibular quando as indicações são rigorosamente observadas e os passos cirúrgicos executados meticulosamente. Mavili & Akyurek55 (1997) usaram cera para osso como modelo para avaliação dos defeitos faciais e modelagem dos implantes de polietileno. Foi utilizado cera para osso como modelo 29 transoperatório para orientar a colocação dos implantes de polietileno. Esta técnica foi utilizada em quatro pacientes entre oito e trinta e cinco anos com defeitos faciais traumáticos e congênitos sem nenhuma outra complicação sistêmica. Os autores consideraram este método como simples, barato e preciso, sendo uma alternativa para as outras técnicas mais sofisticadas~ caras e minuciosas. Wolford 100 (1997) estudou o uso de implantes na reconstrução da Articulação Têmporo Mandibular (A TM). Um dos implantes mais comuns utilizado em reconstrução da A TM tem sido nm dispositivo colocado na região posterior do côndilo para suportar os ligamentos artificiais e estabilizar o disco articular em sua posição. Estudos baseados em observações de dois anos mostraram nma taxa de 90% de sucesso em relação à abertura mandibular, estabilidade oclusal e melhora da sintomatologia dolorosa pré-cirúrgica. Muitos materiais usados nas reconstruções da ATM, incluindo o Proplast e o Teflon, têm causado sérias complicações para os pacientes. Tais materiais, principalmente o Proplast, podem causar severas reações de corpo estranho, destruição óssea e de tecidos moles disseminando partículas para outras regiões do corpo. Além de terem a capacidade de iniciar ou exacerbar doenças auto-imunes. As próteses articulares 30 de Shristensen têm apresentado resultados muito bons em reconstrução de ATM. O estudo mais completo sobre a prótese para ATM é da Tecmed com um acompanhamento de 31 pacientes e 52 articulações reconstruídas durante um período de cinco anos. Todos os pacientes apresentaram boa estabilidade mandibular e oclusal. Numa escala de zero a dez pontos, a sintomatologia foi de 4,4 pontos. Sclafani et al." (1997) estudaram as reações clínicas e histológicas dos implantes subcutâneos de politetrafluoretileno e polietileno poroso frente às infecções agudas e precoces induzidas experimentalmente em ratos. Os implantes colocados logo após a intervenção são mais susceptíveis ao desenvolvimento de infecção. Os resultados para ambos os implantes foram similares. Os implantes de polietileno poroso colocados 14 dias após a intervenção estavam menos sujeitos à infecção quando comparados aos implantes de politetrafluoretileno. Em comparação aos implantes de polietileno poroso aplicado imediatamente, aqueles usados após 14 dias apresentaram estatísticamente menor susceptibilidade à se infectar. Histológicamente essa resistência à infecção está relacionada ao crescimento fibrovascular para o interior do implante de polietileno poroso. Os implantes de polietileno poroso infectados apresentaram 31 pouco ou nenhum crescimento, comparados aos implantes controles de polietileno poroso. Os implantes de politetrafluoretileno que não apresentaram infecção tiveram evidências de crescimento precoce fibrovascular na periferia dos poros do implante. Os autores concluíram que polietileno poroso proporciOna crescimento fíbrovascular mais rápido devido ao tamanho de seus poros. A presença de tecido vascularizado dentro ou ao redor do implante oferece resistência à infecção. Türegün et al90 ( 1998) estudaram a reconstrução de deformidades da sela nasal em 36 casos mediante o uso de implante de polietileno poroso. Após um período de 8 a 18 meses constataram apenas uma complicação, porém nenhum dos implantes foi removido. Tanto os resultados estéticos quanto os funcionais foram bem aceitos pelos pacientes. Karcioglu et a1. 37 (1998) estudaram o implante orbital de polietileno poroso em pacientes com retinoblastoma. O objetivo dos autores foi avaliar a integração do enxerto de polietileno poroso em 37 cavidades oftálmicas após a enucleação de retinoblastomas. Os autores concluíram que os implantes de polietileno poroso podem ser uma alternativa vantajosa e de baixo custo em relação ao implante de 32 hidroxiapatita. Se houver exposição conjuntiva, o implante apresentará uma série de problemas devido à sua falta de resposta aos tratamentos cirúrgicos e medicamentosos. Okamoto et al 66 (1998) fizeram um estudo histomorfológico do implante de polietileno poroso Medpor em alvéolo dental de incisivos de rato e concluíram que o material não sofreu processo de reabsorção quando implantado neste local e permitiu a neoformação conjuntiva e óssea adjacente ao material. Ozgur et aL68 (1999) estudaram o efeito do implante de Medpor sobre o crescimento mandibular em coelhos. Foram colocados implantes de Medpor sobre o periósteo da mandíbula de coelhos jovens e estudaram seus efeitos sobre o crescimento ósseo. Após três meses foram realizados exames radiológicos e histológicos. Os autores conseguiram provar que os implantes não afetaram o desenvolvimento normal da mandíbula; entretanto, houve diminuição na espessura de tecido ósseo e ocorrência de reação de células mononucleares nas regiões em que o implante se encontrava em contato direto com o tecido ósseo. Choi et al. 12 (1999) verificaram se um implante de Medpor uma vez vascularizado é capaz de tolerar um parafuso de 33 titânio parcialmente exposto sobre sua superfície. Este tmbalho foi realizado em dez coelhos que receberam implante de Medpor após a enucleação ocular. Oito semanas após a cirurgia foram colocados pinos de encaixe no interior dos implantes orbitais e em seguida foram analisadas as respostas histológicas e a tolerância tecidual clínica. Os resultados obtidos mostraram que os parafusos de titânio foram bem tolerados pelos animais. Não houve caso de infecção pós-operatória, inflamação, erosão conjuntiva, deslocamento dos pinos de encaixe ou fragmentação do Medpor. Os autores concluíram que durante o período de observação de 6 meses, todos os implantes de Medpor demonstraram tolerância tecidual favorável entre os pinos de encaixe e o tecido conjuntivo e entre os pinos de encaixe e o Medpor. Niechajev63 (1999) tez um estudo clínico e histológico do uso de polietileno poroso de alta densidade em reconstruções nasais em 23 pacientes. O acompanhamento dos casos se estendeu de um a três anos. Os resultados permaneceram estáveis durante todo o período de acompanhamento. Os objetivos estéticos abrangeram a correção das depressões do dorso nasal, promovendo um contorno adequado c elevação do ápice nasal. Os implantes se tomaram rapidamente vaseularizados, sendo possível a observação de crescimento 34 conjuntivo, com deposição de colágeuo. Ocorreram duas complicações, uma pequena exposição do implante e uma infecção de pequena virulência envolvendo o ápice nasal que após a terapia antibiótica houve recuperação sem sequelas. Todas as reconstruções foram satisfatórias em restaurar a estética e as funções nasais. Magro Filho et al51 (1999) fizeram um estudo histológico em macacos aumentando verticalmente o menta desses animais com interposição de implante de polietileno poroso de alta densidade (Medpor). Os autores observaram a completa integração do implante ao tecido ósseo, devido a grande formação deste tecido dentro dos poros do implante. Sevin et al81 (2000) estudaram a exposição de polietileno poroso de alta densidade (Medpor) utilizado na reconstrução do contorno facial de 31 pacientes, sendo colocado 52 implantes num período de quatro anos. Os implantes foram utilizados em reconstruções de malares nasais, orbitais, de pavilhões auriculares, de menta e em correções das deformidades mandibulares. Os autores concluíram que o Medpor é muito tolerado pelos tecidos vizinhos, entretanto quando é colocado sob delgada camada de pele, há risco de exposição. Muitos desses implantes foram colocados em áreas 35 consideradas problemáticas, como cobertura cutânea delgada ou atrófica. Houve durante o período de quatro anos de estudo nove complicações cujos implantes se tornaram expostos. Morton et al. 61 (2000) estudaram experimentalmente o polietileno poroso utilizando-o no tratamento das retrações de pálpebras inferiores. Este estudo teve objetivo de verificar a tolerância e integração do Medpor implantado na lamela das pálpebras inferiores de coelho; analisar a influência da espessura do implante na integração; analisar a capacidade de tecido conjuntivo crescer sobre o Medpor vascularizado; determinar os efeitos da modificação da superficie do Medpor na biocompatibilidade e fibrovascularízação. Foram utilizados dez coelhos a fim de analisar os efeitos da espessura dos implantes. Vinte pálpebras inferiores desses coelhos receberam implante de Medpor com 0,85mm de espessura. Cada coelho recebeu um implante coberto por colágeno e outro descobe1to. Os autores observaram os animais de 14 a 17 semanas. Quatorze das vinte pálpebras receberam incisões de espessura total conjuntiva sobre os implantes a fim de determinar o potencial de crescimento dos tecidos. Com exceção de um caso todos os espécimes mostraram completo recobrimento dos defeitos em menos de três dias. A análise 36 histopatológica mostrou completa fibrovascularização do Medpor em quatro semanas após a implantação. Nenhuma conclusão pode ser obtida em relação a modificação da superfície do Medpor, haja visto que nenhum dos implantes cobertos ou não por colágeno sofreram extmsão. Os autores concluíram que o Medpor foi bem tolerado nessa complicação, apresentando grandes vantagens sobre outros materiais. De Potter et aL 19 (2000) analisaram o crescimento fibrovascular progressivo no interior dos implantes orbitários de Medpor através de ressonância magnética seriada. Foram estudados dez pacientes submetidos à enucleação e implantação de Medpor de 20mm envolvido por esclera heteróloga. Foram obtidas ressonâncias magnéticas pré e pós contrastes, após um, três, cinco, seis e 12 meses da implantação. Os resultados obtidos em oito pacientes, as áreas de contrastes dos implantes mostravam progressão centrípeta similar nos primeiros seis meses. Os autores concluíram que a ressonância magnética pós contraste se mostrou como sendo a melhor modalidade da imagenologia para identificar pacientes nos quais houve falhas na vascularização dos implantes. A vascularização incompleta no equador do Medpor não implica na falta de crescimento fibrovascular na região anterior. Cirurgias oculares prévias e existência de 37 hipettensão arterial podem diminuir a velocidade de progressão do crescimento tecidual. Hsu et ai." (2000) tiveram como objetivo determinar se o implante de polietileno poroso (Medpor) é capaz de tolerar a implantação primária de parafuso de titânio sobre sua superfície. Foram utilizados neste trabalho 12 coelhos que sofreram enucleação do globo ocular e receberam implantes orbitais de polietileno poroso. Concomitantemente à enucleaçào os implantes foram perfurados para colocação de pinos de titânio em duas alturas diferentes, 2 e 4mm. Os parafusos foram então recobertos por tecido conjuntivo em oito casos e deixados expostos em quatro casos. Após seis e doze semanas os animais foram sacrificados e analisadas a tolerância clínica tecidual, resposta histológica aos pinos de titânio e a densidade vascular nos implantes de Medpor. Os resultados obtidos mostraram que os piuos foram muito bem tolerados não ocorrendo extrusão ou migração. A média de porcentagem da área do implante ocupada por tecido fibrovascular após seis semanas foi de 76,3% e após 12 semanas 97,5%. Não houve diferença estatisticamente significante quando comparadas às densidades vasculares (número de vazos por milímetro quadrado) da área circundante ao pino de titânio (I mm) com a área 38 interna do implante após seis e 12 semanas. Os autores concluíram que durante o período de observação todos os pinos demonstraram estabilidade em relação aos tecidos circtmvizinhos, causando respostas teciduais favoráveis. A extensão do crescimento fihrovascular e da densidade vascular observada, mostra que a implantação primária de pinos de titânio não afeta o processo de reparação após a colocação de implante de polietileno poroso (Medpor), evitando dessa forma uma segunda cirurgia. 3 PROPOSIÇÃO o objetivo deste trabalho foi avaliar histomorfologicamente o comportamento do implante de polietileno poroso (Medpor) em leitos corticalizado e decorticalizado fixado em mandíbula de cães. 4 MATERIAL E MÉTODO Para o presente trabalho t (1998) observaram com o uso de polímero de mamona em defeito de tíbia de rato, que este material não permitiu a ossificação em seu iuterior, prevalecendo a presença de uma fina capa fibrosa em torno do implante e do tecido ósseo com presença de espaço vazio no seu interior. A pennanência de espaço vazio facilita a contaminação do implante, levando-o a sua perda (Browing5 , 1967; Whear96 , 1993), fato que não é verificado com o polietileno poroso de alta densidade (Medpor), devido à evidente neoformação óssea no seu interior. Para muitos autores a existência de porosidade nos implantes, seu diâmetro, confonnação e intercomunicação entre si, são características importantes que regulam a migração vascular e celular no seu interior, permitindo ou não a neoformação óssea (White & Shors97 1986; Ripamone', 1991; Mawn et al. 56 , 1998). Fazendo a análise macroscópica das peças obtidas após o sacrificio dos animais observou-se que em nenhum dos espécimes nos tempos estudados houve deslocamento, extrusão ou contaminação do Medpor. 65 Os leitos onde o Medpor foi fixado, os tecidos que os envolviam, apresentavam características de normalidade, sem presença de secreções, hematomas e edema. Os parafusos colocados para a fixação e estabilização dos implantes sobre os leitos cirúrgicos estudados não provocaram nenhuma reação nos tecidos envolvidos com o experimento. Estes resultados são concordes com os encontrados por Doughrty & Wellisz20 (1994). Em relação aos leitos cirúrgicos estudados podemos observar que no leito cortícalizado existia grande quantidade de tecido fibroso envolvendo o implante e penetrando entre o tecido ósseo e o Medpor em todos os tempos estttdados, principalmente no pós­ operatório de noventa dias. Em relação ao Jeito decorticalizado a análise macroscópica mostrou-se que o implante se apresentou totalmente incorporado ao tecido ósseo, sem interferência de tecido fibroso entre o material e o osso. Aos noventa dias o Medpor apresentou-se de tal forma incorporado ao leito cirúrgico que parecia macroscopicamente ter havido uma fusão do material com o tecido ósseo, mostrando que houve uma completa integração entre o osso e o Medpor. Essas observações macroscópicas são compatíveis com as encontradas por Doughrty & Wellisz20 (1994) que observaram que o 66 Medpor apresentou-se tão firmemente incorporado ao tecido ósseo circunvizinho que os blocos puderam ser seccionados e processados sem o deslocamento do material. Aos trinta dias observou-se, tanto no leito corticalizado, como no decorticalizado, a presença de tecido ósseo neofonnado no interior das porosidades. Porém no leito decorticalizado havia maior quantidade de trabéculas ósseas bem desenvolvidas, comprovando que este leito apresentou melhor qualidade para receber o implante de polietileno poroso de alta densidade (Medpor). Neste período os implantes não sofreram exposição ao meio externo e nem houve sinais de infecção no local. Aos sessenta dias houve urna diferença significativa. O leito corticalizado apresentou características morfológicas semelhantes às encontradas aos trinta dias, ao passo que no leito decorticalizado fonnou-se maior quantidade de tecido ósseo nas bordas da ferida cirúrgica e nas porosidades dos implantes, que foram ocupadas por trabéculas ósseas bem desenvolvidas. Conforme observado por Doughrty & Wellisz'0 (1994) a fonnaçào de tecido conjuntivo ricamente vascularizado no interior dos poros, provavelmente contribuiu para uma resistência bastante grande do local a processos 67 infecciosos. Este fato explica a não ocorrência de infecção em nenhum dos animais estudados. Outro fator importante observado neste sentido é que os leitos decorticalizados permitiram uma melhor adaptação do implante e com isto temos uma área maior de contato entre o Medpor e tecido ósseo, permitindo melhor fixação e conseqüentemente maior crescimento de osso e fibras colágenas neoformadas no interior dos poros do implante. Em relação ao comportamento do polietileno poroso (Medpor) nos leitos cirúrgicos empregados observou-se que o Medpor colocado no leito decorticalizado foi o que apresentou melhor resultado e um maior crescimento de tecido ósseo neoformado no interior do implante. Isto se justifica porque o implante ficou em contato direto com o osso medular que possui um potencial ósseo indutor porque o tecido ósseo esponjoso é altamente vascularizado em comparação ao osso cottical (Hammack & Ennerking", 1960). Aos noventa dias no leito corticalizado não houve diferença significativa em relação ao tempo anterior. Já no leito decorticalizado observou-se nas bordas da loja cirúrgica uma camada de trabéculas ósseas bem desenvolvidas e f,>rande quantidade de tecido ósseo penetrando nas porosidades do implante. Estes achados se 68 devem ao tamanho dos poros do Medpor que varia de 125 a 200 micrômetros, descritos por diversos autores (Maas et. al 4 ', 1990), como sendo suficiente para a neotormação óssea no seu interior. Este fato foi observado com maior intensidade nos tempos de sessenta a noventa dias, principalmente nos implantes colocados no leito decorticalizado. Magro Filho et ai. 51 (1999), em estudo com o Medpor ''inlay" na região mentoniana sob fixação rígida interna, verificaram uma total integração no tecido ósseo. As condições de ossificação do mento, com boa quantidade de cantata implante-osso medular permitiram esse crescimento ósseo no interior do Medpor. Estes achados foram os mesmos encontrados neste trabalho, principalmente nos leitos decorticalizados no período de sessenta e noventa dias. Quanto ao comportamento do polietileno poroso de alta densidade (Medpor) em relação aos leitos cirúrgicos empregados observou-se que o implante colocado no leito deeorticalizado foi o que apresentou melhor resultado, permitindo maior crescimento de tecido ósseo neoformado no seu interior. Isto é justificado devido ao contato direto com o osso medular que possui um potencial osteogênico. A vascularização precoce pode ser considerada uma explicação para o melhor desempenho do leito decorticalizado em 69 relação ao corticalizado. Outro fator importante do leito decorticado é o fato de não permitir a formação de cápsula fibrosa, pelo maior contato do implante com o tecido ósseo esponjoso, favorecendo a neoformação óssea mais precoce e em maior quantidade. Os achados histológicos encontrados nos espécimes com leito decorticalizado foram semelhantes aos encontrados por Pear169 (1992), Romano76 (1993), Mawn et al56 (1998) e Rangel-Garcia Junior71 (2000). Okamoto et a1. 66 (1998) implantou o Medpor no alvéolo dental, após exodontia do incisivo central de ratos e observou ser um material biocompatível confonne descrito por Nakamura et ai. 62 (1994), Olsen et al67 (1994) e Siddiquis et al. 86 (1994). O processo de reparação da ferida de extração dental apresenta característica semelhante a reparação em outras partes do organismo, porém, diferem em alguns aspectos, principalmente com referência à presença do ligamento periodontal remanescente. Este tecido conjuntivo que apresenta elevada vascularização e rico em fibrobrastos e outras células características destes tecidos, é responsável pelo início do processo de reparação alveolar. Assim de uma forma geral, todo o material do implante que apresentar certo 70 grau de irritabilidade ao tecido conjuntivo tende a retardar a cronologia do processo de reparação. 79 Sanches et ai. (1972). O polietileno poroso de alta densidade (Medpor), empregado neste trabalho não modificou a cronologia do processo de reparação, o que indica a excelente biocompatibilidade do material (Doughrty & Wellisz"', 1994; Goldberg et al.25 , 1994; Goldman et al26 ; Rubin et aC8 , 1994). A não interferência na cronologia do processo de reparação do osso alveolar provavelmente se deve a ausência de alterações no ligamento periodontal remanescente, mesmo quando em contato com o material. Não foi observado em nenhum espécime a reabsorção óssea do alvéolo mesmo nos casos em que o material encontrava-se adjacente à parede. O polietileno poroso permitiu o desenvolvimento de tecido conjuntivo adjacente ao material. Verificou-se também a formação de tecido ósseo junto às bordas do implante. Estes achados na região de alvéolo foram semelhantes ao encontrado neste trabalho principalmente nos leitos cirúrgicos decorticalizados pelo fato de encontrar uma quantidade representativa de trabéculas ósseas neoformadas bem desenvolvidas. Em inúmeros pontos o tecido ósseo penetrava nas porosidades do material implantado. 71 Como foi observado neste trabalho o polietileno poroso de alta densidade (Medpor) comportou-se como um material de implante de ótima qualidade, sendo biocompatível, de fácil manuseio, não provocando reações inflamatórias e nem reações de corpo estranho comuns com alguns dos implantes existentes no mercado. As qualidades e benefícios do Medpor foram aumentados em muito quando o leito cirúrgico decorticalizado foi usado para receber este implante. 7 CONCLUSÃO Dentro das condições experimentais deste trabalho e dos resultados obtidos, pudemos concluir que: a) o polietileno poroso de alta densidade (Mcdpor) não apresentou reação de corpo estranho e nem causou processo infeccioso; b) o material permitiu a neoformação óssea e conjuntiva no interior dos poros; c) no grupo decorticalizado houve maior integração do implante; d) o leito decorticalizado foi o que permitín mawr crescimento de tecido conjuntivo e ósseo no interior dos poros do implante. 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS* I ALEXANDER, J.M. Alloplastic augmentation of middle-third facial deformities. J Oral Surg, v. 34, n.5, p. 165-72, July 1976. 2 BARTLEY, R. E. et ai. Polyethylene wear in unicompartimental knee arthroplasty. Clin Orthop, v. 2, n. 299, p. 18-24, Feb. 1994. 3 BEL!NFANTE, L. S.; MITCHELL, D.L. Use of alloplastic materiais in the canine fossa zygomatic arca to improve facial csthetics. J Oral Surg, v.35, n.2, p.121-5, 1977. 4 BlKIHAZl, H.R; VAN ANTWERP. R. The Use of Medpor in Cosrnetic and Reconstructive surgery: Experimental and ClinicaJ Evidence. J Craniofac Surg. v. 4, n. 2, p. 271, Apr. 1993. 5 BROWING, C. W. Alloplastic material in orbital repair. Am J Ophthalmoi v. 63, 1967. 6 BROWN, J.B.; OHLWlLLER, D.A.; FREYER, F.L. lnvestigation of dimethyl siloxane aloyenated carbons and polyvinyl alcohol on subcutaneous prosthesis. Ann Surg, v.152, p. 534-47, 1960. * Baseado em: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Rio de Janeiro. Referências bibliográficas NBR6023. Rio de Janeiro, 2000. 22 p. 74 7 CENZI, R.; GUARDA-NARDINI, L. l.'utilizzo dei polietilene poroso (Medpor) in chirurgia maxillo-facciale. Minerva Stomatol, v.44, n.l2, p.559-82, !995. 8 CHAN, K.H.; REILLY, J.S.; HASHIDA, Y. A staged laryngotracheal reconstruction using alloplast (Proplast) in the canine model. lnt J Pediatr, Otorhinolaryngol, v.l8, n.3, p.227-39, Jan. 1990. 9 CHAO, S.; POON, C. Histologic study of tissue response to implanted hydroxylapatite in two patients. J Oral Maxillofac Surg, v. 45, n.4, p.359-62, Apr. 1987. 10 CHOI, J.C. et. ai. Porous polyethylene implant for orbital wall reconstruction. J Cranio-Maxillolac Trauma, v.l, n.3, 42-9, 1995. II CHOI, J.C. et ai. Porous Polyethylene Sheet Implant with a Barrier Surface: A Rabbit Study. Ophtbalm Plast Reconstructive Surg, v. 14, n.l, p. 32-6, !998. 12 CHOI, J.C. et ai. Medpor motility conpling post: a rabbit model. Ophthal Pias! Reconstr Surg, v. 15, n.3, p.l90-20l, May 1999. 13 COHEN, S.R.; KA WAMOTO JUNIOR, H.K. lnfection of proplast malar implants following dental injections. Plastic reconstr Surg, v.89, n.6, 1148-51, June 1992. 14 CONNOR, R.J., SVARE, C.W. Proplast-coated high strengh magnets as potencial denture stabilization devices. J prosthet Dent, V.37, n.3, p.339-43, 1977. 75 15 COUDWELL, W.T. et ai. Cranioplasty with the Medpor porous polyethylene flexblock implant. Technical note. J Neurosurg, v.81, n.3, p. 483-86, Sept. 1994. 16 CRAN!N, A.N. et al. Hydroxyapatite (H/A) particulate versus cones as port-extraction implants in humans. Parts I & II. J. Biomed Mater Res, v.22, n.12, p. 1165-80, Dec. 1988. 17 DANN, J.J.; EPKER, B.N. Proplast genioplasty: a retrospective study with treatment recommendations. Angle Orthod, v.47, n.3, p.173-85, July 1977. 18 DENISSEN, H.W.; KALK, W. Preventive implantations. 1nt Den. J, v.41, n.1, p. 17-24, Feb. 1991. 19 DE POTTER, P., DUPREZ, I., COSNARD, G. Postcontrast magnetíc resonance imagíng assessment of porous polyethylene orbital implant (medpor). Ophthalmology, v.107, n.7, p.l656-60, Sept. 2000. 20 DOUGHRTY, W.R.; WELLISZ, I. The animal history of alloplastic implants in orbital floor reconstruction: an animal model. J Craoiofac Surg, v.5, n.l, p.26-32, 1994. 21 ESTABROOKS, L.N.; MURNANE, T.W.; DOKER, H.C. The role of condylotomy with interpositional silicone rubber in temporomandibular joint ankylosis. Oral Surg, v.34, n.l, p.l-6, June 1972. 76 22 FARREL, C.D.; KENT, J.N. Clinical application of proplast in oral and maxillo facial surgery. Alpha Omegan, p.21, Dec. 1975. 23 FRAME, J.W. Hydroxyapatite as a biomaterial for alveolar ridge augmentation. Int J Oral Maxillofac Surg, v.16, p. 642-55, 1987. 24 FREEMAN, B.S. Proplast a porous implant restoration. Br J Plast Snrg, v. 29, p. 158-64, !976. for contour 25 GOLDBERG, R.A. et al. Animal model of porous polyethylene orbital implants. Ophthal Plast Reconstr Surg, v. 10, n. 2, p. 104-9, 1994 .. 26 GOLDMAN, S. et a!. T-lymphocytcs are no! necessary for particulate polyethylene-induced macrophage recruitment. Histological studies ofthe rat tibia. Acta Orthop Scand, v. 65, n. 2, p. !57-60, 1994. 27 GOLSHANI, S.; ZHOU, Z.Y.; GADE, P .. Applications of medpor porous polyethylene in facial bone augmentation. Dent Am J Cosmetic Surg, v.ll, n.2, p.105-8, !994. 28 HAMMACK, B.L.; ENNERKING, W.F. Comparative vascularization of autonenous and homogenous bone transplants. J Bone Joint Surg, v.42, n.5, p.811, July 1960. 29 HANSON, LJ. et a!. Experimental evalution of expanded polytetratluoroethylene for reconstruction of orbital tloor defects. J Oral Maxillofac Surg, v. 52, n.J O, p. 1050-5, Oct. 1994. 77 30 HAUG, R.H.; KIMBERLY, D.; BRADRICK, I. A comparison of microscrew and suture fixation for porous high-density polyethylene orbital floor implants. J Oral Maxillofac Surg, v.51, n.ll, p.l217-20, Nov., 1993. 31 HSU, W.C. et ai. Primary p1acement of a titanium motilily post in a porous polyethulene orbital implant: animal model with quantitative assessment of fibrovascular ingrowth and vascular density. Ophtbal Plast Reconstr Surg, v.16, n.5, p.370-9, Sept. 2000. 32 HOMSY, C.A. Biocompatibility in selection of materiais for implantation. J Biomed Mater Res, v. 4, n.3, p. 341-56, Sep., 1970. 33 HOMSY, C.A.; KENT, J.N.; HrNDS, E.C. Materiais for oral implantation-biological and fuctional criteria. J Am Dent Assoe, v.86, n.4, p. 817-32, Apr. 1973. 34 JANEKE, J.B.; KOMORN, RM.; COErN, A.M. Proplast in cavity obliterotic. Arch Otolaryngol, v.100, n.1, p.24-7, Jul., 1974. 35 JARCHO, M. Biomaterial aspects of calcium phosphates. Properties and applications. Dent Clin North Am, v.30, n.l, p.25-47, Jan., 1986. 36 JAZA YERJ, M.A. et al. Comparison of various delivery systems for demineralized bone matrix in a rat cranial defect model. J Craniofac Surg, v.5, n.3, p.l72-8, Jul., 1994. 78 37 KARCIOGLU, Z.A.; AL MESFER, S.A.; MULLANEY, P.B. Porous polyethylene orbital implant in patients with retinoblastoma. Ophthalmology, v.l05, n.7, 1311-6, Jul., 1998. 38 KARESH, J.W.; DRESNER, S.C. High-density porous polyethylene (Medpor) as a successful anophthalnic socket implant. Oph1halmology, v.IOI, n.IO, p. 1688-95, Oct., 1994. 39 KENT, J.J. et ai. Pilot studies of a porous implant in dentistry and oral surgery. J Oral Surg, v.30, p. 608-15, Aug., 1972. 40 KENT, J.N.; HOMSY, C.A.; HINOS, E.C. Proplast in dental facial reconstruction. Oral Surg, v.39, n.3, p. 347-55, March., 1975. 41 KIM, D.Y. et al. Surgical correction of cryptotia using Medpor. Ann Piast Snrg, v.42, n.6, p.693-9, Jw1., 1999. 42 KLINGE, B. et ai. Osseous response to implanted natural bone numeral and synthetic hydroxylapatite ceramic in the repair of experimental skuU bone defects. J Oral Maxillofac Surg, v.50, n.3, p.241-9, Mar., 1992. 43 KOSOY, J. et al. Proplast tracheal prosthesis: a preliminary reports._Ann Otol Rbinol Laryngo!, v.86, pt.l, p.392-5, May-Jun., 1977. 44 KRUGER, O.G. Textbook of oral surgery. 4, ed. Saint Louis: Mosby Compaay, 1974. 79 45 LACEY, M.; ANTONYSHYN, O. Use of high-density polyethylene implants in temporal contour reconstruction. J Craniofac Surg, v.4, n. 2, p.74-8, Apr .. 1993. 46 LWIN-EPSTEIN, J. Use ofpolyvinyl alcohol sponge in alveoloplasty: a preliminary report. J Oral Surg, v.I8, n.6, p.453-60, 1960. 47 LY ALL, M.G. Proplast implant in tenon's capsule after excision on the eye. Trans Ophthalmol Soe U K, v.96, n.l, p.79-81, Apr., 1976. 48 L YNCH, J.B. et ai. Our experiences with silastic ear implants. Plast Reconstr Surg, v.49, n.3, p.283-5, Mar. 1972. 49 MAAS, C.S. et ai. Comparison of biomaterials for facial bone augmentation. Arch Otolaryngol Head Neck Surg, v.ll6, n.3, p.55!- 6, May, 1990. 50 MAGRO-FILHO, O. et al. Implante de polímero de mamona em cavidades cirúrgicas experimentais realizadas em tibias. Estudo histológico em tíbias de ratos. Revista lnnovations Magazine, v.2, 1998. 5 I MAGRO-FILHO, O. et ai. Vertical chin augmentation with interpositional porous polyethylene implants: a histological study in monkeys. lnt J Adult Orthod Orthognath Surg, v.14, n.3, p.!Sl-4, 1999. 80 52 MALINAK, R.L.; HOMSY, C.A Implantation of a tissue- binding materal in the female genital tract: a preliminary study on oviduct occlusion and the prevention of adhesions in baboond. Fertil Steril, v. 27, n.S, p.965-70, Aug., 1976. 53 MARTANI, F. II processo di guarigione della ferita pos-estrattiva in presenza di polivinile. Riv !tal Stoma~ v.20, p. 289-305, 1965. 54 MARTIN, LB. A histologic study of proplast, a porous implant material for alveolar ridge augmentation. Kansas, USA, Thesis (Master of Scienee), 1976. 55 MAVlLI, E.; AKYÜREK, M. Use of Bone Wax as a Template for Intraoperative Evaluation of Facial Defects and Shaping of Polyethylene Implants. Plastic and Reconstructive Surgery, v. 1 00, n.5, 1247-53, Oct. 1997. 56 MAWN, L.A.; JORDAN, D.R.; GILBERG, S. Scanning electron microscopic examination of porous orbital implants. Can J Ophthalmol, v.33, n.4, p. 203-9, Jun., 1998. 57 MA YER, D.M.; SW ANKER, W.A. Gelatinized Bone - its role in rnaxillo facial surgery .. Am S Surg, v.88, p.881-3, 1954. 58 MEADOWS, C. L. et ai. A comparison of polylactic acid granules and decalcífied freeze-dried bone allograft in human periodontal osseous defects. J periodontol, v.64, n.2, p.103-9, Feb., 1993. 81 59 MISCHKE, R.E. e! ai. Proplast in the middle ear and oval window of cats. Arch Otolaryngol, v.103, n.8, p.489-92, Aug., 1977. 60 MORSE, A. Formic acid-sodium cítrate descalcification and butyl alcohol dehydratation of teeth and bone for sectioning in paraftin. J Dent Res, v. 24, p.l43, 1945. 61 MORTON, AD. et al. Porous po1yethylene as a spacer graft in thetreatmen of lower eyelid retraction. Ophthal Plast Reconstr Surg, v.l6, n.2, p.146-55, Mar. 2000. 62 NAKAMURA, T. et al. Imunogenicity of po1y-L-lactilde (PLLA) p1ates compared with medical-grade polyetbilene. J Biorned Mater Res, v.28, n. 1, p.17-25, 1994. 63 NIECHAJEV, I. Porous polyethy1ene imp1ants for nasal reconstruction: clinica1 and bistologic studies. Aesthetic Plast Surg, v. 23, n.6, p.395-402, nov. 1999. 64 OKAMOTO, T. et al. Implante do boplant em alvéolos dentais. Estudo histológico em ratos. Rev Fac Odontol Araçatuba, v.3, n.l, p.l3-21, 1974. 65 OKAMOTO, T. et al. Transplante autógeno de cartilagem hialina de costela, preservada em glicerina1 após remoção de percôndrio, para processo malar de ratos: estudo histológico (Parte II). Rev Odontol USP, v.1, p.l12-7, 1991. 82 66 OKAMOTO, T. et al. Implante de polietileno poroso Medpor' em alvéolo dental de incisivo de ratos. Estudo histomorfológico. Salusvita, Baum, v.17, n.l, p.\39-53, \998. 67 OLSEN, F.K. et ai. Osseous reaction to implanted zoe retrograde filling materiais in the tibia of rats. J Endod, v.20, n.8, p.389-94, Aug., 1994. 68 OZGUR, F. et a!. The effect of onlay medpor implants on mandibular growth in young rabbits: na experimental study. Ann Plast Surg, v. 42, n.2, p.\58-62, Feb. \999. 69 PEARL, R.M. Treatment of enophthalmos. Clinics m Plastic Surg, v. 19, n.l, p.99-lll, Jan., 1992. 70 PURCHIO, R.A.J. et ai. Avaliação da estrutura física, composição quimica e Ph de bioderâmicas de clácio e fostato e suas implicações na eleição do material ideal para enxerto ósseo. ln: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS DOS MATERIAIS, 10, 1992, Ágnas de Lindóia. Anais ... [s.l.: s.n.], 1992. 71 RANGEL-GARCIA JUNIOR, L Avaliação experimental de três diferentes tipos de implantes: polímero de mamona, polietileno poroso de alta densidade e matriz óssea bovina, no preenchimento de defeitos ósseos maxilares. Estudo histológico e histométrico em macacos. 2000. 73f., Tese (Doutorado em Cirurgia e Traumatologia Bueo-maxilo-facial). Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista. Araçatuba. 83 72 REMULLA, D. et ai. Complications of porous spherical orbital implants. Ophthalmology, v.l02, n.4, p.593-6, 1995. 73 RHINELANDER, F.W.; NELSON, C.L. •:xperimental implantation by porous materiais into bone: proplast for low modulus fixation of protheses. Acta Orthop. Belg, v.40, n.5/6, p.71-98, !974. 75 RIPAMONTI, U. The induction of bone in osteogenic composit of bone matrix and porous hydroxyapatite replicas: a n experimental study ou the baboon (Papio ursinus). J Oral Maxillofac Surg, v.49, n.8, p.817-30, Aug., 1991. 76 ROMANO, J..J.; LLTFF, N.T.; MANSON, P.N. Use of Medpor porous polyethylene implants in 140 patients with facial fractures. J Craniofac Surg, v.4, n.3, p. 142-7, Jul., 1993. 77 ROSEN, H.M. The Response of Porous Hidroxyapatite to Contiguous Tissue Infection. Plastic Reconstr Surg, v.88, n.6, p. 1076- 80, Dec. 1991. 78 RUBIN, PAD.; B!L YK, J.R; SHORE, J. W. Orbital Reconstruction Using Porous Po1yethylene Sheets. Ophthalmolo&'Y· v.lOl, n.!O, p. 1697-708, Oct, 1994. 79 SANCHES, M.G.; OKAMOTO, T.; CARVALHO, AC.P. Processo de reparo em feridas de cxtração dental após implante de osso anorgânico. Estudo histológico em ratos. Rev Faculdade Odontol Araçatuba, v.!, n.l, p.83-90, !972. 84 80 SCHENCK, N.L.; TOM LJNSON, M.J. Frontal sinos trauma. Experimental reconstruction with proplast. I~aryngoscope, v.87, n.3, p.398-407, Mar., 1977. 81 SEVJN, K. et ai. Exposure of high-density porous polyethylene (medpor) used for contour restoration and treatment. Br J Oral Maxillofac Surg, v.38, n.l, p.44-9, Feb.2000. 82 SCLAFANI, A. P. et ai. Clinical and histologic response of subcutaneous expanded polytctrafluorethylene (Gore-Tex) and porous high-density polyethylene (Medpor) implants to acute and early infection. Arch Otolaryngol Head Neck Snrg, v.l23, n.3, 328-36, Mar., 1997. 83 SEMERG!DJS, T.G.; MIGLIORE, S.A.; SOTEREANOS, G.C. Alloplastic Augmentation of the Mandibular Angle. J Oral Maxillofac Surg, v.54, n.l2, p.1417-423, Dec. 1996. 84 SHABER, E.P. Vertical interpositional augmentation genioplasty with porous polyethylene. Int J Oral Maxillofac Surg, v.l6, n.6, p.678- 81, Dec., 1987. 85 SHEA, J.J.; HOMSY, C.A. The use of proplast TM in otologic surgery. Laryngoscope, v.84, n.lO, p.1835-45, Oct., 1974. 86 SIDDIQUIS, W.H. et ai. Reproductive and developmental toxicity studies ofsilicione, elastoner Q-7-2423/Q7-2551 in rats and rabbits. Fundam Appl Toxicol, v. 23, n.3, p.377-81, 1994. 85 87 SPECTOR, M.; HARMON, S.L.; KREUTNER, A. Characteristics of tissue growth into proplast and porous polyethylene implants in bone. J Biomed Mater, v.l3, n.5, p.677-92, Sep., 1979. 88 SWANSON, L.T. et aL Compound silicone bone implants for mandibular reconstruction. Plast Reconstr Surg, v.5l, n.4, 402-10, Apr., 1973. 89 TOTO, J>.f).; GIANNlNI, l Fate of subcutaneous anorganic bone implants. J dent Res, v.40, n.6, p.l\27-35, 1961. 90 TÜREGÜN, M.; SENZEGER, M.; GULER, M. Reconstruction of Saddle Nose Oeformities Using Porous Polyethylene lmplant. Aesth Plast Surg, v.22, n.l, p.38-41, Jan-Feb., 1998. 91 WELUSZ, T.; DOUGHERTY, W.; GROSS, I. Craniofacial applications for the Medpor porous polyethylene flexblock implant J Craniofac Surg, v.3, n.2, p.lOl-7, Sep., 1992. 92 WELLISZ, T. Clínica! experience with the Medpor porous polyethylene implant. Aesthetic Plast Surg, v.l7, n.4, p.339-44, 1993. 93 WELLISZ, T. Reconstruction of the Burned Externa! Ear Using a Medpor Porous Polyethylene Pivoting Helix Framework. Plast Reconstr Surg, v.91, n.5, p.811-8, Apr., 1993. 94 WELLISZ, T. DOUGHERTY, W. The role of alloplastic skeletal modification in the reconstruction of facial burns. Aon Plast Surg, v. 30, n.36, p.531-6, Jun., 1993. 86 95 WELLISZ, T. et ai. The Effects of Alloplastic Implant Onlays on Bone in the Rabbit Mandible. Plast Reconstr Surg, v.96, n.4, p.957-63, Sep., 1995. 96 WHEAR, N.M. et ai. Post-operative infection of proplast facial implants. J Oral Maxillofac Surg, v.31, n.5, p.292-5, Oct., 1993. 97 WHITE, E.; SHORS, E.C. Biomaterial aspects of interpore-200- porous hydroxylapatite. Dent Clin North Am, v.30, n.l, p.49-57, Jan., 1986. 98 WILLIAMS, J.E. Experiences with a large series of silastic breast implants. Plast Reconstr Surg, v.49, n.3, p.253-8, Mar., 1972. 99 WILLIAMS, J.D. et ai. Porous High-Density Polyetylene Implants in Auricular Reconstruction. Arch Otolaryngol Head Neck Surg, v.l23, n.6, p. 578-83, June 1997. 100 WOLFORD, L.M. Temporomandibular Joint devices: Treatment Factors and Outcomes. Oral Surg Oral Med Oral Phatol, v.83, n.l, 143-9, Jan., 1997. 101 WORLEY, C.M.; STRAUSS, R. A. Augmentation of the anterior temporal fossa after temporans muscle transfer. Oral Surg Oral Med Oral Patbol, v. 78, n.2, 146-50, Aug., 1994. 102 ZELTSER, C. et al. Surgical and prosthodontic residual ridge reconstruction with hidroxyapatite. J Prosthet Dent, V.62, n.4, p.44!-8, Oct. 1989. '"'""'"'w 1-1 - r...err:t-r&cado do Comitê de !Jtica em Pesquisa da Faculdade de Odontolog1:a de São Josê dos Campos-UNESP. A+!+ .. ,.. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA TJt.T CH!PIJS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS U nesp HCULDADE DE ODONTOLOGL\ CERTIFICADO CERTIFICAMOS, que o protocolo n" 028199-PAICEP, sobre "Estudo experimental do polietileno poroso de alta densidade (Medpor) fixado ao leito cirúrgico corticalizado e decorticalizado: análise histológica em cães", sob a responsabilidade de Paulo Villela Santos Junior, está de acordo com os Princípios Éticos na Experimentação Animal adotado pelo Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. São José dos Campos, 07 de dezembro de 1999. Profa. Ora. Rosehelene Marotta Araújo Membro do Comitê de Ética em Pesquisa-Local ,~,, Eog Fron<;\OC.O J~•e !..c1n~o a' 177. (\u.X..' f'<>,~li n'' 31-1- E;J;:;> l::rJ].')/IJ ·Si"-> Jose Jo, C\lt\]X» • SP - SiHII'-, ''1-'lil~,.l'~\',"!'> ,~'-'Hifi SANTOS JUNIOR, P. V. Estudo experimental do polietileno poroso de alta densidade (Medpor) fixado ao leito cirúrgico corticalizado e decorticalizado: análise histológica em cães. 200 I. 89 f. Tese (Livre Docência em Odontologia) - Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista. São José dos Campos. RESUMO Com finalidade de estudar a influência do leito receptor na integração do implante de polietileno poroso de alta densidade (Medpor), foram utilizados seis cães, com dois tipos diferentes de leitos receptores, a saber: corticalizado e decorticalizado. Após trinta, sessenta e noventa dias, procedemos ao sacrificio dos animais. Foram removidos blocos de implante e osso adjacente, os quais foram processados histologicamente e submetidos à análise em laboratório utilizando coloração de hematoxilina­ eozina. Os resultados obtidos mostraram que o implante de polietileno poroso de alta densidade (Medpor) não apresentou reação de corpo estranho e nem causou processo infeccioso, permitindo a neofonnação óssea c conjuntiva no Interior dos poros. No grupo decorticalizado houve maior integração do implante, e este foi o que permitiu maior crescimento de tecido conjuntivo e ósseo no interior dos poros. Palavras-chave: Implante, polietileno poroso. SANTOS JUN!OR, P. V. Experimental study of the High Uensity Porous Polyethylene (Medpor) implantation in two different Kinds of beds: corticalized and decorticalized histological analysis in dogs. ABSTRACT The aim of this study was to evaluate the injluence of the bed in High Density Porous Po(vethylene (Medpor) implants integration. Two different kind of bed1 -- corticalized and decorticalized ···· were made in six dogs. The animais were kil/ed thir~v. sixty and nine(y days ajler implantation. B/ock1 including implant and adjacent bane were harvested, submitted to histologtcal procedures, stained in hematoxiline~eosine and analyzed in optic microscope. The resu/ts demonstrated an ahsente ~l if!fection and foreign body reaction associated with High Densily Porous Polyethylene (Medpor) implants. l'lmhermore. bony and fibrovascular ingrowth could be obsen,ed into its pores. The hest íntegration was noted in decorticalízed group, in which occurred a greater bony and fibrovascular ingrowth in comparison to the corticalized group. Key words: implant, porous polyethylene.