EDUCAÇÃO FÍSICA Flávia de Cássia Eleutério Ribeiro O ENSINO DA GINÁSTICA RÍTMICA COMO ESPORTE TÉCNICO-COMBINATÓRIO NA ESCOLA: UMA PROPOSTA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Flávia de Cássia Eleutério Ribeiro O ENSINO DA GINÁSTICA RÍTMICA COMO ESPORTE TÉCNICO-COMBINATÓRIO NA ESCOLA: UMA PROPOSTA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências – Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, para obtenção do grau de Licenciada em Educação Física. Orientadora: Profa. Dra. Daniela Bento-Soares Coorientador: Prof. Leonardo Rebelato Bortoletto Rio Claro - SP 2024 R484e Ribeiro, Flávia de Cássia Eleutério O ensino da Ginástica Rítmica como esporte técnico combinatório na escola : uma proposta para os anos finais do ensino fundamental / Flávia de Cássia Eleutério Ribeiro. -- Rio Claro, 2024 31 p. Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura - Educação Física) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Instituto de Biociências, Rio Claro Orientadora: Daniela Bento-Soares Coorientador: Leonardo Rebelato Bortoletto 1. Ginástica. 2. Educação Física escola. 3. Ginástica Ritmica. 4. Estratégias Pedagógicas. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Dados fornecidos pelo autor(a). Flávia de Cássia Eleutério Ribeiro O ENSINO DA GINÁSTICA RÍTMICA COMO ESPORTE TÉCNICO-COMBINATÓRIO NA ESCOLA: UMA PROPOSTA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências – Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, para obtenção do grau de Licenciada em Educação Física. BANCA EXAMINADORA: Profa. Dra. Daniela Bento-Soares Profa. Dra. Fernanda Moreto Impolcetto Prof. Dr. Flavio Soares Alves Aprovado em: 11 de novembro de 2024 Assinatura da discente Assinatura da orientadora Assinatura do coorientador Dedico este trabalho a minha avó Guilhermina (in memorian), inspiração para mulher que sou hoje, sua força me ensinou a ser forte e correr atrás dos meus sonhos mesmo quando a vida não facilita, esta conquista é nossa. Agradecimentos Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para minha formação, em especial: À minha família, minha mãe Fernanda, meus irmãos Gabriel e Samuel, meu pai Sirlei e minhas tias Danda, Josefa e Jorgina, por todo carinho, incentivo e apoio para que eu continuasse meus estudos apesar das dificuldades. À todos os meus amigos que estiveram comigo, rindo, chorando, vivendo essa aventura chamada vida. Aos meus amigos de longa data, Daniela, Laura, Amanda e Bruno que estiveram comigo desde quando isso nem era um sonho, mas celebraram cada vitória. À minha amiga, Muriel, que me ajudou a estudar para o meu primeiro vestibulinho que gerou a minha aprovação na ETEC, sendo o start para que tudo isso se tornasse possível. Às amizades incríveis que a Unesp me proporcionou, Polyana, Nathalia, Vanessa, Izabela, que além do curso, compartilhamos também boas risadas e belos perrengues. Às meninas da república Quebra-Cadeira, que se tornam minhas irmãs neste período tão único e especial para minha formação e trouxeram leveza para os meus dias. À República Pança e à Republica Gaia, pelo acolhimento e carinho. Às minhas melhores amigas, Layssa e as Tiagas (Paola e Paloma), que foram sinônimo de LAR, a calmaria nos dias agitados, o carinho e cuidado nos dias difíceis e o sol irradiava luz e alegria em todos os outros. À minha professora e orientadora Daniela e ao meu coorientador Leonardo (Prin), que me ajudaram no desenvolvimento deste trabalho. RESUMO A Ginástica nas aulas de Educação Física escolar pode ser abordada, de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, em duas unidades temáticas: enquanto Ginástica, compreendendo as Ginástica Geral, Ginástica de Condicionamento Físico e Ginástica de Conscientização Corporal, e enquanto Esporte, como parte do objeto de conhecimento Esportes Técnico-Combinatórios. Dentre as diferentes modalidades competitivas de Ginástica que podem ser tematizadas nesse contexto, a Ginástica Rítmica é aquela caracterizada pela manipulação de aparelhos de pequeno porte, de forma ritmada e com gestualidade própria, podendo ser realizada de maneira individual ou em grupos. Entretanto, seu ensino pode ser um desafio para professores/as do Ensino Fundamental, especialmente relacionado a aspectos técnicos, artísticos, de adaptação dos aparelhos e até mesmo sociais, ao tratar de questões de gênero. Desta forma, o objetivo geral do trabalho foi desenvolver estratégias pedagógicas para o ensino da Ginástica Rítmica (GR) contemplando os conteúdos técnicos, histórico-cultural, socioeducativo, a partir da investigação da literatura científica sobre seu ensino. Foi objetivo específico dessa pesquisa construir três planos de aula para o ensino dos temas fundamentais da GR na Educação Física escolar. O desenvolvimento do estudo ocorreu em três etapas: a) levantamento bibliográfico acerca da GR na escola, em que foram consultados 23 documentos encontrados a partir da busca com as palavras-chave “ginástica rítmica e escola” nas bases de dados Google Acadêmico, Periódicos CAPES, Athena, Acervus e Dedalus; b) proposição de estratégias pedagógicas; e c) criação de planos de aula. Os resultados do estudo permitiram retratar que é possível trabalhar com GR na escola, possibilitando que os/as alunos, compreendam, apropriem-se e ressignificam o conhecimento acerca da modalidade. Palavras chaves: Ginástica, Educação Física escolar, Ginástica Rítmica, Estratégias Pedagógicas. ABSTRACT Gymnastics in school Physical Education classes can be addressed, according to the National Common Core Curriculum (BNCC), in two thematic units: as Gymnastics, encompassing General Gymnastics, Fitness Conditioning Gymnastics, and Body Awareness Gymnastics, and as a Sport, as part of the knowledge object of Technical-Combining Sports. Among the different competitive Gymnastics disciplines that can be covered in this context, Rhythmic Gymnastics is characterized by the manipulation of small apparatus in a rhythmic manner, with its own gestures, and can be performed individually or in groups. However, teaching it can be challenging for elementary school teachers, especially concerning technical, artistic, apparatus adaptation aspects, and even social issues, such as gender discussions. Thus, the general objective of this study was to develop pedagogical strategies for teaching Rhythmic Gymnastics (RG) that address technical, historical-cultural, and socio-educational content, based on the investigation of scientific literature on its teaching. A specific objective of this research was to create a lesson plan, comprising three lessons, for teaching the fundamental topics of RG in school Physical Education. The study was developed in three stages: a) a bibliographic review on RG in schools, consulting 23 documents found through a search using the keywords "rhythmic gymnastics and school" in the databases Google Scholar, CAPES Journals, Athena, Acervus, and Dedalus; b) proposal of pedagogical strategies; and c) creation of lesson plans. The study results showed that it is possible to work with RG in schools, enabling students to understand, appropriate, and re-signify knowledge about the discipline. Keywords: Gymnastics, school Physical Education, Rhythmic Gymnastics, Pedagogical Strategies. LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS GR Ginástica Rítmica FIG Federação Internacional de Ginástica BNCC Base Nacional Comum Curricular PCN Parâmetros Curriculares Nacionais GPT Ginástica para Todos GA Ginástica Artística Lista de Figuras Figura 1 - Materiais da GR adaptados, confeccionados por alunos/as 26 Figura 2 - Saltos frequentemente realizados na GR 39 Figura 3 - Equilíbrios frequentemente realizados na GR 40 Figura 4 – Pivôs frequentemente realizados na GR 41 Figura 5 – Cartas do “Jogo dos movimentos ginásticos 42 Figura 6 – Símbolos dos aparelhos da GR 44 Figura 7 – Maneiras de segurar a bola 44 Figura 8 – Possibilidades de preensão da bola durante rotações 45 Figura 9 – Possibilidades de preensão da bola durante rotações 46 Figura 10 – Possibilidades de manejo dos aparelhos bola e arco 48 Sumário 1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 11 2. METODOLOGIA.................................................................................................... 16 2.1 Levantamento Bibliográfico.........................................................................................16 2.2 Proposição de estratégias pedagógicas e construção dos planos de aula................ 21 3. Ginástica Rítmica na escola: aspectos técnicos, históricos e pedagógicos. 23 3.1 Estratégias pedagógicas.............................................................................................23 3.2 Conhecimentos técnicos da modalidade.................................................................... 27 3.3 Aspectos históricos e sociais da modalidade............................................................. 28 3.4 Problemáticas acerca do ensino.................................................................................29 4. RESULTADOS....................................................................................................................31 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 51 Referências............................................................................................................................52 11 1. INTRODUÇÃO A palavra “Ginástica” representa um termo amplo, que caracteriza diversas formas de expressão física. Segundo o novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2009, p. 982), a palavra “Ginástica” vem do grego “gymnastiké” e significa “arte ou ato de exercitar o corpo para fortificá-lo e dar-lhe agilidade”. Ao longo do tempo, esse conceito vem sendo atualizado e integrado aos objetivos e às características dos diferentes grupos sociais. Assim, para compreender a Ginástica atualmente, é necessário atentar-se à sua história e às suas transformações. Como apresentado pelos estudos de Soares (2002), o processo de sistematização da Ginástica começou a partir do século XIX, com o denominado Movimento Ginástico Europeu, que tinha como um dos objetivos disciplinar a população moral e fisicamente. De acordo com Ljunggren (2011, p. 45, tradução da autora), os objetivos dos Métodos Ginásticos ‘‘serviriam para dominar nossos instintos e colocar o corpo sob nossa vontade, bem como para desenvolver talentos e, ao mesmo tempo, alcançar o estado divino e sentir-se Deus”. Assim, é possível notar a valorização de um corpo disciplinado, que atinge seu máximo desempenho, em uma perspectiva similar aos esportes de alto rendimento. Gaertner (2002) retrata essa visão sobre o esporte de alto rendimento, afirmando que este tem como objetivo a excelência no desempenho e a superação de limites, a partir de ações de ordem. Deste processo, surgiram os Métodos Ginásticos em suas quatro principais escolas: a Escola Inglesa, a Escola Alemã, a Escola Francesa e a Escola Sueca. Como afirmado por Dodô (2014), as três últimas citadas influenciaram grandemente as práticas gímnicas atuais. A Escola Alemã teve como principal influência o professor e educador Johann Christoph Friedrich Guts Muths (1739-1839), reconhecido como um dos precursores da Ginástica com propósitos pedagógicos (Ramos, 1982). Ele é amplamente conhecido como o pai da Ginástica e autor de obras significativas, como o livro "Gymnastik für die Jugend" (Ginástica para a Juventude), frequentemente considerado como o primeiro manual de Ginástica publicado na Alemanha (Quitzau, 2012). A autora Quitzau (2012, p.365) descreve ainda que no final do século XVIII e início do século XIX, o sistema educacional predominante na Alemanha priorizava o conhecimento intelectual, negligenciando o desenvolvimento 12 físico, em desacordo com a orientação de Guts Muths em 1800 de "formar um corpo forte e uma mente forte". Assim, um dos principais objetivos da Ginástica para Guts Muths era "aumentar a saúde, não destruí-la; pretende-se formar um sujeito corajoso, não um feroz selvagem" (Quitzau, 2012, p. 268). Além disso, ele enfatizava que a prática da Ginástica deveria proporcionar alegria e prazer. O Método francês teve grande influência do exército, na busca por uma identidade da educação física da França em meados do séc XIX, Georges Demeny foi um estudioso importante para a evolução da ginástica francesa, defendia a prática a partir de movimentos ecléticos e movimentos contínuos, por serem assim, mais harmônicos assim aproximando mais com os atos naturais da vida (Bruschi et al. (2020). A Escola Sueca, por sua vez, exerceu significativa influência na criação do que anteriormente era denominado ginástica moderna, atualmente conhecida como Ginástica Rítmica (GR). Conforme abordado por Gaio (1996), essa modalidade recebeu diversas contribuições para o seu desenvolvimento, advindas de quatro correntes principais: Dança, Artes Cênicas, Música e Pedagogia. No âmbito pedagógico, destacam-se os nomes de Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Cristoph Friedrich Guts Muths (1759-1839) e o sueco Per Henrik Ling (1776-1839). Entre os mestres que influenciaram a corrente das artes cênicas, encontram-se Jean Georges Noverre (1727-1810) e François Delsarte (1811-1871), francês, tendo contribuído para a ginástica expressiva. Na Dança, são mencionados Isadora Duncan (1878-1929), conhecida como a "bailarina dos pés descalços", sua discípula Elli Björksten (1870-1947) e Rudolf Von Laban (1879-1958). Na área da Música, destaca-se Émile Jaques-Dalcroze, pedagogo suíço e compositor, criador de um sistema de educação musical baseado no treinamento corporal, bem como seu discípulo Rodolfo Bode, que enfatizou a utilização da música em prol do movimento corporal. Bode estabeleceu princípios fundamentais para a Ginástica e introduziu a ginástica expressiva em trabalhos grupais. No início do século XX, ele foi responsável por sistematizar a GR (Pallares, 1983). No Brasil, conforme retratado por Ghiraldelli Junior (2003), a Reforma de Couto Ferraz possibilitou a introdução dos Métodos Ginásticos na Educação Física escolar pela primeira vez em 1851, sendo sua prática exclusiva aos meninos. Rui Barbosa, em 1882, ampliou a prática para ambos os sexos, em uma perspectiva médico-higienista. 13 Posteriormente, durante o período do movimento nacionalista de 1930 a 1964 que culminou no golpe militar, a Educação Física adotou um perfil esportivista, sendo muito incentivadas a técnica e as características de alto rendimento e competição (Bracht, 1999). Em seus estudos, Ayoub (2013, p.82) relata que a concepção da Educação Física escolar esportivizada gerou um certo preconceito em torno do ensino das práticas gímnicas, dando foco para dois aspectos: a tradição de orientação militarista e a associação à “ginástica espetacular”, pela ideia de uma atividade extremamente técnica, praticada por “superatletas”. Atualmente, a Ginástica na escola é um conteúdo obrigatório proposto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (Brasil, 2018). Nesse documento, a Ginástica é parte de duas unidades temáticas, Ginástica e Esporte. Como parte da unidade temática “Ginástica”, está dividida em três blocos: Ginástica Geral, Ginástica de Condicionamento Físico e Ginástica de Conscientização Corporal. No entanto, a Ginástica também é tematizada em sua vertente competitiva, como parte da unidade temática “Esporte”. Nessa classificação, é explicada a partir da lógica interna das modalidades, fazendo parte do grupo dos esportes técnicos-combinatórios. Estes esportes são definidos, segundo a BNCC (Brasil, 2018, p. 212) como as “modalidades nas quais o resultado da ação motora comparada é a qualidade do movimento segundo padrões técnico-combinatórios”. Apesar de constituir um conteúdo obrigatório nas aulas de Educação Física, muitos/as professores/as afirmam ter dificuldades em trabalhar com a Ginástica em suas aulas. Esse fato é retratado no estudo de Pereira (2020), em que os principais desafios relatados pelos/as professores/as são dificuldades em relação a formação inicial, infraestrutura e materiais e a resistência dos/as alunos/as para as práticas. Ao mesmo tempo, Lima e colaboradoras (2015, p. 29) afirmam que “mesmo quando a Ginástica está inserida na escola, muitas vezes não há o devido tratamento pedagógico”. Apesar de haver problemas acerca do ensino de Ginástica na escola, é necessário pensar em estratégias pedagógicas para superar esses desafios frequentemente encontrados. Como motivação para essa busca, ressaltam-se os objetivos da Educação Física escolar, que, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (Brasil,1997, p. 24) estão vinculados à possibilidade de “a Educação Física escolar (...) dar oportunidades a todos os alunos para que desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando 14 seu aprimoramento como seres humanos”. Em concordância a esta afirmação e aprofundando-a, em seu livro “Pedagogia do Futebol” (2003), o professor João Batista Freire estabelece que professores/as de Educação Física devem superar o bom ensino de determinado esporte, para ensinar a gostar desta modalidade, para que o/a aluno/a crie sentimentos e desenvolva significados amplo da prática. Inclusive, baseadas em Freire (2003), as pesquisadoras Schiavon, Toledo e Ayoub (2017, p. 239) afirmam que “é necessário ensinar ginástica a todos, ensinar ginástica bem a todos, ensinar mais do que ginástica e ensinar a gostar de ginástica”. Logo, pensar possibilidades de trabalho para o ensino das modalidades ginásticas competitivas na escola é um caminho importante para professores/as de Educação Física. Nesse sentido, a partir dessas reflexões realizadas anteriormente, podemos construir um caminho para um ensino mais significativo e criativo. Como afirmado por Freire (1989, p. 35): Talvez eu esteja exagerando um pouco, mas o fato é que a falta de criatividade é um dos graves empecilhos para uma Educação Física de melhor qualidade. Tão grave quanto isso é realizar o exercício na forma como foi proposto. Quem só sabe seguir os manuais e as rotinas, será sempre escravo dos livros e dos ex-professores. Em razão dos aspectos levantados acima, a escolha da abordagem para o ensino da Ginástica pode auxiliar a promoção do aprendizado a partir das experiências prévias dos/as alunos/as, contribuindo para o desenvolvimento da autonomia e da reflexão conectado ao contexto de vida da turma (Seron et al., 2007). A GR, conforme definem Barbosa-Rinaldi, Lara e Oliveira (2009), é uma modalidade esportiva de competição, que se caracteriza pela manipulação de aparelhos (bola, fita, corda, arco e maça) de forma ritmada e com uma gestualidade própria. Embora a GR em sua manifestação de alto rendimento tenha um alto nível técnico, Barbosa-Rinaldi, Lara e Oliveira (2009) reforçam que este não deve ser o foco da Educação Física escolar, que pode incentivar os/as alunos/as a compreender a prática e explorar sua gestualidade e significados, ampliando sua apropriação da cultura corporal. A partir disso, este trabalho buscou desenvolver estratégias pedagógicas para o ensino da GR como esporte técnico-combinatório nas aulas de Educação Física dos anos finais do Ensino Fundamental, refletindo e propondo estratégias 15 para o ensino dos conteúdos técnico, socioeducativo e histórico-cultural a partir da GR na escola; e a partir dos conhecimentos adquiridos, o objetivo específico a construção de três planos de aulas sobre o ensino da GR nas aulas de Educação Física escolar. 16 2. METODOLOGIA O presente trabalho utilizou a abordagem qualitativa e exploratória, a partir de investigações sobre estratégias pedagógicas utilizadas atualmente para o ensino da GR na Educação Física escolar, compreendendo as problemáticas e possíveis alternativas para a superação das dificuldades desta realidade, bem como de pesquisas sobre possibilidades de conhecimentos técnicos, histórico-culturais e socioeducativos que podem ser abordados na escola. Para isso, o trabalho levou em consideração diferentes autores/as e suas argumentações para o ensino da Ginástica, principalmente no ambiente escolar, assim como a história e as características da modalidade. Para tanto, o desenvolvimento da pesquisa teve três etapas: a) Levantamento Bibliográfico; b) Proposição de Estratégias Pedagógicas; e c) Criação dos Planos de Aula. 2.1 Levantamento Bibliográfico A primeira etapa do projeto buscou discutir a tematização da GR na literatura científica, relacionada a seu tratamento no ambiente escolar, as estratégias pedagógicas utilizadas para este ensino e aspectos específicos da modalidade. Sendo assim, foram consultadas as bases de dados Google Acadêmico e os repositórios das três universidades estaduais paulistas (Athena, Dedalus e Acervos), a fim de encontrar artigos, manuais, dissertações, teses e pesquisas disponíveis na íntegra, desenvolvidos sobre o tema, com a combinação das palavras-chave “Ginástica Rítmica e Escola”, entre os anos de publicação de 2010 a 2024. Os dados encontrados foram analisados de forma interpretativa, a fim de construir um banco de dados sobre estratégias pedagógicas na escola ou que possam ser adaptadas para esse contexto. Após as buscas e leitura inicial dos estudos encontrados, foram selecionados 23 textos, obtidos nas bases de dados Google Acadêmico e Athena, como mostra o Quadro 1. Cada base de dados recebeu um código para agrupar os documentos, sendo o Google Acadêmico GR1, Periódicos Capes GR2, Athena GR3, 17 Acervus GR4 e Dedalus GR5. Entretanto, não foi selecionado nenhum trabalho do GR2, GR4 e GR5, por falta de relevância dos estudos obtidos para essa pesquisa ou por serem trabalhos já encontrados nas outras bases. Os documentos encontrados e selecionados foram analisados de acordo com a proposta de Análise de Conteúdo de Bardin (2011), seguindo as etapas de leitura inicial, seleção das unidades de significado e sistematização e quantificação das informações. A partir dos textos selecionados, foram construídas quatro categorias de análise, sendo essas: - Estratégias Pedagógicas, com 18 artigos que trazem formas e/ou a reflexões para se estruturar as estratégias pedagógicas no ensino da GR como conteúdo nas aulas de Educação física, sendo esses: GR1 01, GR1 02, GR1 03, GR1 05, GR1 07, GR1 09, GR1 10, GR1 12, GR1 15, GR1 16, GR1 17, GR1 20, GR1 22, GR1 23, GR1 25, GR1 27, GR3 01 e GR 4 01. - Conhecimentos técnicos da modalidade, com apenas 2 textos que se aprofundaram neste tópico, sendo esses: GR1 08, GR1 19. - Aspectos históricos e sociais da modalidade, que foram retratados em 7 dos textos selecionados, sendo esses: GR1 01, GR1 06, GR1 08, GR1 16, GR1 17, GR1 19 e GR1 20. - Problemáticas acerca do ensino, tema discutido em 18 textos, sendo esses: GR1 01, GR1 03, GR1 04, GR1 05, GR1 06, GR1 07, GR1 08, GR1 11, GR1 14, GR1 16, GR1 17, GR1 20, GR1 22, GR1 23, GR1 25, GR1 27, GR3 01 e GR4 01. 18 Quadro 1: Textos selecionados para estudo na fase de levantamento bibliográfico. Documento Título Autores/as Local da Publicação Ano da Publicação GR1 01 Ginástica Rítmica e Educação Física Escolar: Perspectivas Críticas em discussão. Oliveira e Porpino Revista Pensar a Prática 2010 GR1 02 Ginástica Rítmica na Escola: Relato de Experiência. Raimundo; Porto e Castro. Anais do Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte 2017 GR1 03 Experienciando a Ginástica Rítmica na Educação Física Escolar. Chaves; Costa; Araújo e Santos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte 2013 GR1 04 Ginástica Artística e Rítmica na Escola: possibilidades e desafios. Resende TCC - Centro Universitário do Sul de Minas 2016 GR1 05 Ensino da Ginástica na Escola Pública: as três dimensões do conteúdo e o desenvolvimento do pensamento crítico. Maldonado e Bocchini Revista Motrivivência 2015 GR1 06 Ótica dos Professores de Educação Física Escolar sobre o Conteúdo de Ginástica Rítmica. Vasconcelos; Pereira; Cavalcante; Costa; Raposo Neto e Nantes. Revista de Educação Física, Saúde e Esporte 2020 GR1 07 Prática Pedagógica Diferenciada nas Aulas de Educação Física: a ginástica na escola pública Maldonado e Bocchini. Revista Coleção de Pesquisa em Educação Física, Fontoura. 2013 19 GR1 08 Possibilidades de Transformação da Ginástica Rítmica em Esporte-Conteúdo nas Aulas de Educação Física Escolar. Patrícia Luiza Bremer Boaventura. Revista Brasileira de Ciências do Esporte 2014 GR1 09 A Ginástica Rítmica e os Princípios Metodológicos. Silva e Mourão. Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciência e Educação 2021 GR1 10 Possibilidades da Ginástica Rítmica no Contexto Escolar. Makida e Merce. Congresso “Seminário de Metodologia do Ensino de Educação Física” 2012 GR1 11 Ginástica na Escola: por onde ela anda professor? Costa; Macías; Faro e Mattos. Revista Conexões 2016 GR1 12 Educação Física no ensino médio: reflexões e desafios sobre a tematização da ginástica. Maldonado; Soares e Schiavon. Revista Motrivivência 2019 GR1 14 Uma Análise a partir da Literatura sobre a GR na escola. Mamede; Lopes e Borges Neto. Congresso de Ginástica para Todos 2017 GR1 15 Ressignificando a Ginástica Rítmica: possibilidades de ensino nas aulas de educação física nos anos iniciais Breustedt Dissertação - Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2023 GR1 16 Ginástica na Escola: uma discussão sobre os conhecimentos ginásticos e seus métodos de ensino seus métodos de ensino Murbach; Lima; Ayoub e Schiavon. Revista Lecturas 2021 GR1 17 Estudo do Ensino da Ginástica Rítmica em Aulas de Educação Física Escolar. Santos; Nyari e Juliani. Revista Recima21 2022 20 GR1 19 Ginástica Rítmica. Cynthia Tibeau Revista Acta Brasileira do Movimento Humano 2024 GR1 20 Considerações a Respeito da Ginástica Rítmica nas Aulas de Educação Física Escolar no Ensino Fundamental 1. Duboc TCC - Universidade de Brasília 2021 GR1 22 O Ensino da Ginástica na Escola: um relato de experiência com a pedagogia histórico-crítica. Viana Revista Motrivivência 2020 GR1 23 Ginástica na Escola: uma análise a partir de periódicos da área da educação física. Ribeiro TCC - Universidade Federal de Uberlândia. 2019 GR1 25 Ginástica é só coisa de menina? Relato de uma experiência no âmbito escolar Azevedo; Pereira e Oliveira. Congresso ENAREL 2016 GR1 27 Ginástica na Escola: possibilidades pedagógicas nos anos finais do ensino fundamental Marinho Dissertação Universidade Federal do Rio Grande do Norte 2022 GR3 01 A Ginástica no Ensino Fundamental e Médio na Cidade de Rio Claro/SP: a perspectiva dos alunos. Santos TCC - Universidade Estadual Paulista 2013 Fonte: Da autora. 21 As informações construídas nessa etapa da pesquisa originaram o capítulo “Ginástica Rítmica na escola: aspectos técnicos, históricos e pedagógicos”, que constitui, portanto, uma revisão de literatura. Além destes trabalhos, foi utilizado a BNCC para embasamento teórico e preparação das propostas pedagógicas e planos de aula. 2.2 Proposição de estratégias pedagógicas e construção dos planos de aula Na segunda etapa do estudo, a partir do levantamento bibliográfico da etapa anterior e outras leituras complementares a temática, foram propostas estratégias pedagógicas para o ensino de conteúdos técnicos, histórico-culturais e socioeducativos envolvendo os conhecimentos da GR. Para tanto, elencamos aspectos importantes da modalidade para o contexto escolar e, em seguida, sugerimos propostas de como estes assuntos podem ser tematizados na escola, buscando atender os conteúdos conforme proposto por Machado, Gallati e Paes (2014). Assim, pretende-se visar a apresentação, a experiência e o aprofundamento sobre a modalidade escolhida. As atividades desenvolvidas são, prioritariamente, coletivas, visando incentivar o aumento da interação social entre os/as alunos/as. É Importante caracterizar o que são estas “estratégias pedagógicas”: são os métodos utilizados pelos/as professores/as durante o processo de ensino e aprendizado (Bento-Soares, 2019). Desta forma, para a o ensino a partir de estratégias pedagógicas, é necessário que o/a professor/a faça o planejamento de suas aulas, considerando as características do/as aluno/as, o objetivo da aula e ambiente escolar. Além dos conteúdos técnicos e históricos, a intenção do trabalho é desenvolver o senso crítico dos/as alunos/as, assim como sugere a abordagem crítico-superadora da Educação Física (Coletivo de Autores, 1992) e as orientações da BNCC (Brasil, 2018). Por fim, no terceiro momento, realizamos a construção de três planos de aula, com duração de 50 minutos, para serem inspirações para aulas de Educação Física escolar. A escolha dos conteúdos e atividades foi feita pelo o que a autora encontrou como fundamental a partir do levantamento teórico e por ser possível de adaptação a realidades diferentes para cada escola, professor/a e trabalho pedagógico, e 22 sendo possível trabalhar o bloco sobre Esportes Técnico-Combinatórios, caracterizando a modalidade e propiciando experiências fundamentais mesmo com pouco tempo disponível para o desenvolvimento deste conteúdo. E caso haja maior disponibilidade de aulas para trabalhar as especificidades da GR, estes planos de aulas podem servir como base para a reflexão do/a professor/a ampliar e aprofundar os conteúdos para imersão dos/as alunos/as na modalidade, sendo uma das possibilidades a proposição de criação, apresentação e análise coreográfica dos/as aluno/as baseada nos modelos competitivos. Vale ressaltar que estas sugestões de planos de aulas foram propostas a partir de reflexões sobre o assunto e experiências prévias, não de forma a ser um molde imutável, mas sim como uma base para discussões subjetivas, permitindo adaptações com base na realidade de cada ambiente escolar e forma de ensino. Estas construções constituem o capítulo “Resultados” desse estudo. 23 3. Ginástica Rítmica na escola: aspectos técnicos, históricos e pedagógicos 3.1 Estratégias pedagógicas O artigo GR1 01, de autoria de Oliveira e Porporino (2010), discute que o ensino em Educação Física escolar não pode ocorrer de forma mecânica, limitando-se apenas à reprodução de conhecimento e/ou movimentos. As autoras utilizam a referência de Darido (2001), que argumenta que os/as alunos/as devem ser sujeitos críticos e refletir sobre as questões que os cercam. Nesse sentido, é responsabilidade dos/as professores/as trazer problemáticas para discussão nas aulas, utilizando temas que os/as alunos/as já vivenciaram em seu cotidiano. As autoras apresentam, então, ideias para o ensino da GR na prática e citam uma abordagem problematizadora: ao invés de simplesmente ensinar o movimento, é proposto um desafio para que os/as alunos/as pensem em soluções, como, por exemplo, lançar a bola de diferentes maneiras para os/as colegas. Isso cria situações prazerosas para os/as alunos/as na descoberta de movimentos e fomenta a participação, com a sugestão de promoção de festivais de Ginástica com caráter não competitivo. Podemos dizer que as autoras do texto GR1 16, Murbach e colaboradoras (2021), sintetizam as ideias apresentadas no texto GR1 01, propondo como estratégia de organização do ensino o Método dos Três Momentos (Velardi, 1992): exploração de movimentos a partir do tema proposto; pista/problema fornecido pelo/a professor/a para exploração ampliada de movimentos não contemplados; e direcionamento do professor para que habilidades gímnicas sejam contempladas. Essa temática também é explorada pelos estudos GR3 01 e GR4 01. A pesquisa GR3 01 foi realizada com alunos/as do município de Rio Claro/SP e trata da importância da escolha do método didático-pedagógico de ensino do/a professor/a, buscando o melhor desenvolvimento dos conteúdos gímnicos no contexto escolar. Este tema está de acordo com o suscitado pelo artigo GR4 01, que destaca, baseado nas autoras Milani, Bento-Soares e Schiavon (2021), a importância da valorização da interação social, das experiências prévias dos/as alunos/as e da construção conjunta das aulas para provocar impactos positivos entre o conhecimento e os/as alunos/as. Sendo assim, apenas trabalhar o conteúdo de 24 Ginástica não é suficiente; segundo os/as autores/as Maldonado, Bento-Soares e Schiavon (2019), citados também no artigo GR1 04, faz-se necessário refletir sobre “como” ensinar os conteúdos gímnicos. Os textos GR1 02 e GR1 03 são relatos de experiências de aulas de GR ministradas para o Ensino Médio nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Natal (RN). Nota-se que muitas das ideias citadas no artigo GR1 01 estão presentes nas práticas de ensino utilizadas. Por exemplo, no GR1 02, foi realizada uma chuva de ideias sobre o tema GR na lousa. No GR1 03, houve uma roda de conversa sobre o que os/as alunos/as compreendiam por GR; após as respostas dos/as alunos/as, os/as professores/as fizeram complementações e diferenciações a partir do que os alunos trouxeram. Em ambos os casos, foram apresentados vídeos não apenas de competições, aproximando a prática da realidade, e, quando eram de competições, havia indagações sobre o porquê de ser exclusivamente feminino. O termo “experiência sensível”, presente do texto do Coletivo de Autores (2012), utilizado pela autora Viana (2020) em seu trabalho GR1 22, elucida muito bem o que foi tratado acima, uma vez que essa ação busca relacionar os conhecimentos ginásticos a partir da bagagem que os alunos já possuem sobre o tema. A fim de somar à essa discussão, a autora explica essa prática a partir dos pressupostos de Vigotski, destacando o conceito de zona de desenvolvimento real e proximal para explicar a importância do trabalho coletivo no ensino de crianças Os relatos de experiência GR1 05 e GR1 07 retratam ideias aplicadas ao ensino da Ginástica pautadas nas três dimensões de conteúdo – conceitual, procedimental e atitudinal. Têm como base os PCN (Brasil,1997) vigentes na época, mas possíveis de adequação conforme a BNCC (Brasil, 2018). Da mesma forma, é possível observar no texto GR1 20, a definição de 10 competências essenciais que servem de base para o planejamento de aulas de Educação Física escolar, com foco na formação integral dos/as alunos/as para que se tornem adultos independentes e críticos. De forma geral, algumas dessas propostas presentes no GR1 05 incluem: os/as alunos/as criarem "tirinhas" sobre uma questão discutida em aula, como o preconceito; avaliações que vão além da prova formal, como a criação de coreografias, trabalhos e participação em discussões. As propostas presentes no texto GR1 07 abrangem a utilização de materiais alternativos, por exemplo, bolas feitas de jornal e fitas de palito e crepom, proposta também citada no texto GR1 17, 25 fundamentado pela BNCC (2018), que defende as adaptações conforme as necessidades do ensino, sejam elas de materiais, regras, espaços ou número de participantes. Ainda, no texto GR1 07, as autoras afirmam que esses momentos são importantes para o desenvolvimento da criatividade dos alunos para a criação dos materiais, assim como o desenho de parte da coreografia. A avaliação foi feita a partir da associação de fotos com o aparelho, fundamentos e outros aspectos específicos desta determinada prática ginástica e de outras modalidades, pois nessas aulas os/as alunos/as aprenderam sobre a GR, a Ginástica Artística e a Ginástica Acrobática. Vale lembrar que essas atividades foram propostas para o 3º ano do Ensino Fundamental e devem ser adaptadas para cada nível de ensino. Um importante aspecto de destaque e que parece ser importante embasar as estratégias pedagógicas de modo geral, bastante citado nos artigos GR1 09 e GR1 15, é a utilização do elemento lúdico como um grande motivador para a prática. Os autores Silva e Mourão (2021), no texto GR1 09, utilizam conceitos de Moyles (2002), para defender a ludicidade para que os alunos tenham sentimentos de bem-estar físico e mental, sendo o professor iniciador e mediador do processo de aprendizado. Essa abordagem está presente também na dissertação de mestrado GR1 15, que, embora trate do ensino para os anos iniciais do Ensino Fundamental, serve como base teórica para o planejamento das aulas para os anos finais desse mesmo ciclo, adequando-se às exigências da BNCC e ao nível de compreensão e experiências dos alunos. O tópico do ensino a partir da ludicidade se faz presente em muitos trabalhos. Os estudos GR1 23 e GR1 22 levantam a possibilidade de ensino de ginásticas competitivas, no caso deste trabalho a GR, a partir dos princípios da Ginástica para Todos, possibilitando a ressignificação de gestos, participação de todos e respeito aos limites individuais e coletivos, podendo assim a Ginástica dialogar com outros elementos da cultura corporal. Maroun (2015), citado pela autora Ribeiro (2019), do estudo GR1 23, inclui também o ensino proposto por Rinaldi (2014) de atividades rítmicas, sejam elas a identificação ou exploração de diferentes ritmos, associando o corpo, aparelho e música, base da modalidade de GR. O relato de experiência do texto GR1 22 baseia-se na proposta do ensino a partir da pedagogia histórico-crítica. Ao mesmo tempo, o texto GR1 20 cita o trabalho de Bittencourt e colaboradores (2005), que ministraram aulas com base no conceito desta mesma abordagem, a partir de quatro tópicos: surgimento da GR, 26 elementos corporais, aparelhos e benefícios da prática. No trabalho GR1 20,a autora Duboc (2021, p. 4) não diz como foi feita a divisão das aulas, mas disserta sobre os objetivos específicos de sua proposta, sendo esses: instigar a criatividade, curiosidade, o respeito às normas de segurança; conhecer e vivenciar práticas corporais da ginástica como elaboração cultural da humanidade ao longo da história; vivenciar os elementos da ginástica artística, rítmica e acrobática; oportunizar momentos de criação e de execução dos movimentos gímnicos apreendidos através da construção de coreográfica em ginástica. O relato de experiência GR1 25, por sua vez, discorre sobre o ensino de GR a partir da perspectiva cultural proposta pelos autores Neira e Nunes (2008; 2009). Como cita o trabalho, o ponto de partida deve ser o mapeamento das concepções de Ginástica. Em outros textos, vimos a proposta da “chuva de ideias” para iniciar o aprendizado e também a problematização do tema, a partir do contexto dos/as alunos/as. O relato de experiência GR1 27 é um trabalho de mestrado que a partir da pesquisa-ação teve o objetivo de criar possibilidades pedagógicas para o ensino de Ginástica a partir da perspectiva crítico-superadora, ministrada a alunos/as dos anos finais do Ensino Fundamental. Foi possível analisar propostas que envolvem a compreensão de Ginástica a partir de desenhos, experiências dos movimentos baseadas no conhecimento prévio dos/as alunos/as, perguntas norteadoras para a pesquisa em casa sobre o assunto e posterior compartilhamento das respostas obtidas, bem como a confecção dos aparelhos da GR com materiais adaptados, como podemos ver na Figura abaixo: Figura 1 - Materiais da GR adaptados, confeccionados por alunos/as. Fonte: Marinho (2022, p.64) 27 Os artigos GR1 10, GR12, GR16, reforçam muitas das ideias já citadas anteriormente; entretanto, o trabalho GR1 12, que não aborda propriamente a GR, mas sim a Ginástica para Todos (GPT), defende, com base na interpretação de Contreras (2016), o relato de experiência realizado pelos professores/as como forma de autoavaliação, visando uma maior consciência acerca da experiência de aula. Refletindo sobre a prática docente, esse exercício de relatar serve como base para os planejamentos de aulas futuras, com um olhar mais atento para a realidade. Antes da execução do ensino de GR na prática é muito importante pensar e estruturar o planejamento das aulas, pois como mostra o texto GR1 15, tal prática servirá como base teórica para o ensino de GR, adequando às exigências elencadas na BNCC e ao nível de compreensão e experiências dos/as alunos/as.Também diminuirá as possíveis falhas, alcançando os objetivos propostos, como apontado no GR1 17. 3.2 Conhecimentos técnicos da modalidade O texto GR1 08 trouxe elementos importantes para a compreensão e o ensino da Ginástica Rítmica (GR) de forma técnica, respeitando e permitindo a reflexão no contexto escolar. A autora Boaventura (2014) destaca a importância de conhecer a parte técnica da GR para a execução dos movimentos de forma segura e não apenas para a cobrança da performance. Em seu trabalho, elaborou um quadro para auxiliar o planejamento das aulas a partir dos conhecimentos técnicos, dividindo-os em cinco tópicos: fundamentos técnicos e regras da GR (regras, nomenclaturas, dificuldades e notas); possibilidades da GR em diferentes contextos (local, tempo de apresentação e quantidade de atletas); experimentação gímnica (aparelhos, manipulação com os movimentos gímnicos, música/ritmo, coreografia); estética corporal na GR (valorização do belo, capacidades/habilidades físicas, saúde/dor); e prática esportiva: atleta (questões de gênero). Assim, a autora argumenta que é possível transformar o movimento em conteúdo, a partir do desafio do/a aluno/a com seu próprio corpo. Essa oportunidade de experimentação permite que a mesma atividade seja realizada por crianças de 28 diferentes habilidades, idades e gêneros, compartilhando o mesmo movimento, cada uma de acordo com seu ritmo. O texto GR1 19, além de caracterizar a GR, traz os movimentos corporais obrigatórios e característicos durante o manuseio dos aparelhos. Por exemplo, ao tratar do aparelho Bola, são destacados os movimentos característicos quicadas, rolamentos pelo chão e pelo corpo, lançamentos e recuperação e os exercícios obrigatórios de flexibilidade, ondas e saltos; sobre o aparelho Fita, ressaltam-se os movimentos característicos espirais, serpentinas, circunduções, movimentos em oito e obrigatórios, pivots e saltos, já sobre as Maças são indicados os movimentos característicos balanceios, circunduções, movimentos assimétricos, lançamentos e recuperações, batidas rítmicas e os obrigatórios equilíbrios e pivots. Para além dos movimentos, o estudo destaca o sistema de arbitragem dessa modalidade. Nele, as notas de cada apresentação são dadas pelos árbitros, com base no Código de Pontuação, que é atualizado a cada ciclo olímpico. Sendo assim, o artigo detalha algumas regras e notas, que não serão detalhadas neste momento pois estão desatualizadas, uma vez que a publicação é de 2013 e a última versão desse documento foi publicada pela FIG em 2020. De forma geral e que a ainda se mantém, destaca-se que os/as árbitros/as são divididos em júris, sendo quatro de execução, que analisam a técnica dos movimentos; quatro dedicados/as ao conteúdo artístico, para analisar o acompanhamento musical e a coreografia; e quatro pessoas para análise de dificuldade dos movimentos, divididos/as entre as dificuldade corporais e as dificuldades com o manuseio dos materiais. 3.3 Aspectos históricos e sociais da modalidade Os textos GR1 01, GR1 06, GR1 17 abordam a modalidade GR, anteriormente denominada Ginástica Moderna, criada a partir da preocupação com a ginástica feminina. Rudolf Bode é destacado por introduzir materiais como bastões, tamborins e exercícios de mãos livres, conforme citado por Antualpa (2011). No texto GR1 06, de Vasconcelos e colaboradoras (2020), explica-se que a GR é predominantemente feminina devido às características de leveza, suavidade e sensibilidade presentes na modalidade, aspectos que podem ser culturalmente contestáveis, quando analisados de forma crítica. 29 Embora essa seja uma argumentação socialmente aceita, no entanto,não implica que os homens não possam praticar a GR. Desde a década de 1970, homens têm praticado essa modalidade de maneira oficial, embora ainda não seja reconhecida pela FIG, conforme discutido nos artigos GR1 08, GR1 16 e GR1 17. O último documento, inclusive, traz a proposta da modalidade conhecida por Ginástica Popular, que tem como objetivo refletir sobre a GR para que sua tematização possa ser abrangente, conforme descreve a idealizadora dessa proposta, a professora Gaio (2007). Os textos GR1 01 e GR1 19 contribuem com essa discussão acerca do gênero na GR. Em GR1 01, vemos a abordagem histórica da modalidade, com destaque à figura de Adolph Spiess, que contribuiu para a consolidação da chamada ginástica feminina, antecessora da GR; em GR1 19 temos a descrição do processo de esportivização da modalidade, que ganhou um caráter competitivo e em 1963 teve seu primeiro campeonato mundial promovido pela FIG, seguida da primeira inclusão no programa dos Jogos Olímpicos de Los Angeles na categoria individual, em 1984, e na categoria de conjunto na edição de 1996, em Atlanta. Por fim, o texto GR1 20 traz o conceito de co-educação, presente no trabalho do Coletivo de Autores (1992), para tratar do aspecto social que a prática gímnica pode proporcionar em sua prática coletiva, a partir das ações motores comuns para ambos os sexos. 3.4 Problemáticas acerca do ensino Diferentes situações são relatadas pela literatura científica sobre a tematização da GR na escola, inclusive, tratando da não realização de atividades sobre essa prática em ambiente escolar. Os artigos GR1 03 e GR1 01 relatam um estudo em que 76,2% dos professores entrevistados no município de Londrina-PR não trabalham com o conteúdo de GR em suas aulas. Já a pesquisa do texto GR1 06, realizada com professores/as de Fortaleza, mostra que 55% dos/as entrevistados/as utilizam os conteúdos de GR ocasionalmente, 25% nunca os utilizam, 15% sempre os utilizam e 5% quase sempre. Ao mesmo tempo em que destacam essa situação, alguns estudos justificam que uma causa para esse acontecimento seja a pouca tematização da GR nos cursos de formação inicial em Educação Física. Gaio (2010) afirma que durante a 30 formação em Educação Física, seja para a modalidade Bacharelado ou para Licenciatura, os estudantes precisam conhecer esse esporte para que, em sua atuação profissional, possam atuar de forma íntegra. A autora do artigo GR1 08, a partir dos estudos de Barbosa-Rinaldi, Souza (2013) e Cesário (2001), reforça que, mesmo o conteúdo de GR fazendo parte dos cursos de formação profissional desde a década de 1980, a modalidade é raramente desenvolvida na Educação Física escolar. Assim, outras justificativas para a falta do conteúdo de GR nas aulas dos/as professores/as, como discutido no artigo GR1 03, podem ser a falta de experiência na modalidade durante sua formação, a ausência de materiais e a percepção de que a prática pertence ao universo feminino. Na pesquisa GR1 17, realizada com os/as professores/as do município de Lucas do Rio Verde - MT, as autoras reforçam os tópicos citados acima;em GR1 04, além dos tópicos já citados, destaca-se a falta de interesse do/a professor/a em ampliar os conteúdos, reforçando a repetição do “quarteto fantástico”. Dificuldades pedagógicas também são destacadas na literatura estudada. O texto GR1 07 ressalta a dificuldade de tematizar o conteúdo de GR pela quantidade de alunos/as na sala, além de haver a resistência dos meninos em participar. Da mesma forma,o texto GR1 05 afirma que a GR é vista com preconceito, por se tratar de “coisa de meninas”, afirmando que a manifestação da cultura corporal de movimento não é explorada em sua totalidade, pois muitos docentes têm a dificuldade de refletir sobre as diferentes formas de ensinar para além da técnica. Sobre isso, segundo as autoras Schiavon e Nista-Piccolo (2007), referenciadas nos textos GR3 01 e GR4 01, os/as professores/as não têm um olhar pedagógico para o ensino da Ginástica. Por último, o trabalho GR1 25 acrescenta que uma das dificuldades de se trabalhar com GR na escola é por ser uma modalidade elitista e mesmo quando presente como conteúdo, não é desenvolvida de maneira satisfatória. Ao mesmo tempo, o estudo destaca que apesar das dificuldades, a tematização dessa prática pode ser uma experiência positiva, inclusive apresentando relatos de um aluno que disse, após as aulas de GR, gostar mais de Ginástica do que de Futebol. Essa realidade de transformação não é instantânea e um exemplo desse processo é visto no relato GR1 27. A autora relatou que os/as alunos/as costumam estar acostumados às modalidades “tradicionais”, apenas decorando o conteúdo. 31 4. RESULTADOS O estudo dos textos obtidos na primeira etapa dessa pesquisa, resultou na identificação das dificuldades na tematização da GR nas escolas e evidenciou as muitas as possibilidades já exploradas e divulgadas para auxiliar em diferentes aspectos professores/as interessados/as nessa prática ginástica. Desse modo, com base nesses conhecimentos e em nossa experiência, apresentaremos neste capítulo como resultado da pesquisa algumas estratégias pedagógicas e planos de aula para ampliar o repertório dessa prática. Na primeira parte dos Resultados dessa seção, apresentaremos algumas propostas de estratégias pedagógicas para o ensino da GR nas escolas. É importante frisar que essas estratégias baseiam-se nos referenciais da Pedagogia do Esporte, levando em conta os conhecimentos que foram observados e citados pelos estudos analisados no capítulo anterior deste trabalho. Os referenciais da Pedagogia do Esporte são técnico-tático, socioeducativo e histórico-cultural. Sendo assim, o referencial técnico-tático diz respeito à organização e sistematização da modalidade, como por exemplo fundamentos, habilidades motoras (Machado; Galatti; Paes, 2015); no caso da GR, podemos acrescentar o manejo dos aparelhos. Já o referencial socioeducativo refere-se o processo educacional do/a aluno/a como cidadão/cidadã, sendo de responsabilidade do/a professor/a promover a discussão de valores, fomentar a participação de todos/as, e relacionar aspectos dos esportes com os acontecimentos em sociedade (Machado; Galatti; Paes, 2015). Por fim, o referencial histórico-cultural favorece os conhecimentos acerca das regras, história, transformações/atualidades, personalidades importantes da modalidade esportiva e assim propiciando ao/à aluno/a apreciar o esporte como espectador/a ou praticante (Machado; Galatti; Paes, 2014). 32 Quadro 2 - Propostas de estratégias pedagógicas para o ensino da GAE nas escolas Referencial da Pedagogia da Ginástica Conteúdo Estratégias pedagógicas Referencial TÉCNICO Aparelhos da GR Exploração livre de manejos Capacidades físicas Selecionar partes de vídeos, a fim de que os/as alunos/as descrevam quais capacidades físicas a ginasta precisa para executar tal habilidade corporal Código de Pontuação Criação de um Código de Pontuação adaptado pela turma turma, baseado nas regras originais do esporte Características específicas da modalidade Chuva de ideias, para levantamento de aspectos pelos/as alunos/as e considerações pelo/a professor/a Movimentos Gímnicos Jogo dos movimentos ginástico e Educativos Arbitragem A partir de apresentação realizadas por colegas, os/as alunos/as deverão fazer o papel da arbitragem e dar notas de criatividade e execução para os movimentos Ritmo/Expressão Composições coreográficas coletivas, com a utilização de músicas de apresentações da Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos Referencial SOCIOEDUCATIVO Cooperação Criação de coreografia em conjunto Problemáticas sobre a valorização do belo/Saúde/ Atletas homens Roda de conversa com os/as alunos/as sobre estes aspectos com indagações críticas. 33 A prática para além da escola Confecção dos próprios aparelhos Protagonismo e criatividade Montagem, por parte dos/as alunos/as, de sequências coreográficas Construção de Conhecimento Preparação do material para apresentação do conteúdo e a criação de um dossiê (pasta na nuvem) com todos os trabalhos, vídeos das coreografias, Código de Pontuação criado por eles, de forma que eles/as visitem sempre que quiserem Referencial HISTÓRICO- CULTURAL História e evolução da modalidade Pesquisas em sites e livros sobre a temática Atletas e Treinadoras/es Brasileiras/os Pesquisas em perfis das redes sociais Lugares de prática e treinamento Visita à espaços esportivos, como ginásios e clubes, na cidade ou próximos dela Diferença das vertentes japonesa e espanhola de GR masculina Apresentação de vídeos, discussão das regras e criação de uma sequência coreográfica com aspectos específicos de cada vertente de GR masculina Fonte: autoria própria. 34 Na construção desse Quadro, buscamos propor atividades com estratégias pedagógicas com ênfase em em um determinado referencial; entretanto, uma atividade pode abranger mais de aspecto, seja ele técnico, histórico-cultural ou socioeducativo. A partir dessa reflexão, propomos abaixo planos de aula, que podem servir como “planos de trabalho”, ou seja, provocar reflexões por parte de professores/as de Educação Física. Este esforço, no entanto, não se configura como um modelo estanque, pois acreditamos que cada contexto, professor/a e grupo de alunos/as possui características, facilidades, necessidades e desejos próprios. Tais planos de aula foram desenvolvidos para ensino dos conceitos fundamentais da modalidade, contendo uma proposição de três aulas que podem ser resumidas ou estendidas, de acordo com a turma e as escolhas didáticas do/a professor/a. Não foram todos os tópicos da tabela acima que foram contemplados nos planos de aula abaixo, por se tratar de apenas três aulas que abrangeram os aspectos fundamentais, entretanto, para casos que há maior disponibilidade de aulas para o desenvolvimento do conteúdo a tabela acima poderá servir como base de estratégias para o/a professor/a ampliar o conteúdo. Nestas aulas, o enfoque técnico foi o desenvolvimento de habilidades básicas da GR, incluindo sua principal característica, que é o manejo de aparelhos. No contexto socioeducativo, objetivou-se fomentar o trabalho cooperativo, uma vez que esse é importante tanto para a realização das atividades em sala de aula, quanto para o desempenho na modalidade, nas provas de conjunto. Com relação aos conteúdos histórico-culturais, escolhemos trabalhar com a história da modalidade e com o protagonismo masculino, a fim de incentivar os meninos a realizarem as atividades. 35 Quadro 3 – Conteúdos das aulas de GR na escola Conteúdos Técnicos Conteúdos Socioeducativos Conteúdos Histórico-Culturais Manejos de arco e bola Cooperação História da Modalidade Saltos, equilíbrios, rotações e ondas Regras da modalidade Movimentos gímnicos Protagonismo e Criatividade Atletas e Treinadores/as BrasileirosCaracterização da modalidade AULA 1: Objetivo: Contextualização da modalidade, com discussões com os/as alunos/as sobre seus conhecimentos anteriores sobre a GR. Comentário: Recomenda-se que o/a professor/a leve para a aula, caso tenha disponível na escola, os aparelhos da GR; ou, se não tiver, que os confeccione com materiais alternativos. Assim, será possível deixá-los visíveis desde o primeiro momento, para que instigue a curiosidade dos/as alunos/as. Após a apresentação do tema, pode ser interessante deixar os/as alunos/as conhecerem e experimentarem esse material. ● Chuva de ideias: “Para vocês, o que é Ginástica rítmica?’’ Explicação: Como visto pela teoria da zona de desenvolvimento real e proximal proposta por Vigotski (2009), devemos levar em consideração a bagagem dos/as alunos/as. Desta forma, ensinar a partir do que eles/as compreendem por GR aproxima o tema dos/as alunos/as. ● Apresentação da modalidade Explicação: Em seguida ao conhecimento dos saberes prévios da turma sobre a modalidade, o/a professor/a pode fazer uma apresentação sobre aspectos históricos e sociais da GR. É interessante que se discuta que a GR é uma junção do Esporte com elementos da Arte, em que a apresentação é feita com música, de forma 36 individual ou em conjunto (FIG, 2022). Como modalidade competitiva, a GR utiliza aparelhos manuais, bola, fita, corda, arco e maças, em conjunto com a realização de movimentos corporais, que acontecem de forma ritmada e com elementos próprios da modalidade (Barbosa-Rinaldi, Lara e Oliveira, 2009). A origem da GR se deu a partir do século XIX, na Europa, como uma possibilidade de prática para mulheres. No início, era denominada de Ginástica Moderna (1963) e ao longo da história, sofreu mudanças na sua denominação, tendo sido chamada de Ginástica Feminina Moderna, GR Moderna (1972), GR Desportiva (1975), e, por fim, apenas GR (1998) (Santos; Lourenço; Gaio, 2010). No entanto, ainda como parte de seu processo de evolução, há manifestações da GR realizadas por homens em vários países. São realizadas, inclusive, competições mundiais dessas expressões, com grande destaque para países asiáticos e Espanha. Esses movimentos, no entanto, não são regulamentados pela FIG e não fazem parte dos Jogos Olímpicos (Murbach et. al, 2021). ● Apresentação de algumas imagens e vídeos que caracterizem a modalidade Explicação: A apresentação de vídeos tem como objetivo ilustrar os aspectos culturais da modalidade e também fornecer possibilidades para que os/as alunos/as conheçam movimentos que podem ser explorados de forma prática. Por isso, nesse momento, aconselhamos que os/as professores/as incentivem as turmas a assistirem os vídeos não apenas como espectadores/as, mas com um olhar curioso para os movimentos que são realizados. Recomendações de vídeos: Nome do vídeo: 2024 Cluj-Napoca Rhythmic Gymnastics World Challenge Cup – Highlights. Canal: FIG Channel https://www.youtube.com/watch?v=T8YfQnoXJ3k&list=&index=1 Comentário: Este vídeo é do canal oficial da FIG e traz recortes que caracterizam a GR em seu mais alto nível técnico. Assim, é importante pontuar aos/às alunos/as ao longo do vídeo o que está sendo apresentado, desde aspectos técnicos, como os aparelhos, as categorias individual e em conjunto, os tipos de competição (5 https://www.youtube.com/watch?v=T8YfQnoXJ3k&list=&index=1 37 aparelhos iguais ou 2 aparelhos diferentes), os movimentos de lançamentos e recuperações, por exemplo, as expressões corporais, até aspectos sociais, de que essas são expressões de atletas profissionais, mas que nem toda GR precisa ser assim. Nome do vídeo: MUNDIAL DE GINÁSTICA RÍTMICA 2023 - Babi Domingos faz 32.350 no arco na Final Individual Geral https://www.youtube.com/watch?v=cPM37-ywMQc Nome do vídeo: Eneko Lambea - WCC Pamplona 2022 (exhibición cuerda) https://www.youtube.com/watch?v=4j72cOhpi38 Nome do vídeo: Conjunto Pré-Infantil Mão Livre Sogipa - XII Copa Dom Bosco de Ginástica Rítmica - Ginásticas TV. Canal: Ginastas TV https://www.youtube.com/watch?v=52ojoluUcfQ Comentário: Pode ser interessante que o/a professor/a proponha perguntas para os/as alunos/as sobre o que identificaram ou acharam interessante, a fim de que pontuem elementos presentes na Ginástica. É provável que a turma destaque aspectos à sua maneira; por exemplo, no vídeo terceiro vídeo, do atleta Eneko Lambea, podem dizer que parecia que o atleta estava “imitando” um toureiro. Logo, pode ser interessante que o/a professor/a complete a discussão utilizando-se de conceitos da Ginástica, explicando sobre a temática de coreografias e a valorização de aspectos culturais dos países. Em outro exemplo, pode ser que os/as alunos/as utilizem termos não específicos da modalidade para retratar os movimentos, dizendo que o atleta jogou o aparelho sem olhar; então, o/a professor/a pode introduzir aspectos técnicos, afirmando que o movimento de “jogar” sem olhar é um lançamento e quando “pega” é a recuperação, acrescentando que a escolha de executar essa movimentação sem o contato visual com o aparelho dificulta o movimento e assim acarreta em uma maior nota. Desta forma, é possível somar os conceitos ginásticos com as bagagens de cada aluno/a acerca do tema, aproximando-se do conceito conceito de zona de desenvolvimento real e proximal proposto por Vigotski (2009), já citado anteriormente no trabalho. https://www.youtube.com/watch?v=cPM37-ywMQc https://www.youtube.com/watch?v=4j72cOhpi38 https://www.youtube.com/watch?v=52ojoluUcfQ 38 ● Atividade para casa: Explicação: Buscar atletas da modalidade nas redes sociais e identificar seus nomes, locais de origem e outros aspectos interessantes relacionados à modalidade. Momento da Prática: ● Momento de experimentação dos movimentos e aparelhos: Explicação: Primeiro momento: Deixar os/as alunos/as explorarem os aparelhos e movimentos. Segundo momento: Pedir para que escolham um movimento que viram nos vídeos e tentem reproduzir, podendo ser individualmente ou coletivamente. É provável que as escolas não possuam os aparelhos de GR em sua totalidade; no entanto, é possível que tenham bolas, cordas e arcos, que a princípio serão suficientes para a exploração da modalidade. ● Roda de conversa: “Com base no que foi vivenciado hoje, só mulheres podem praticar GR?” AULA 2: Objetivo: Ampliar os conhecimentos histórico-culturais da modalidade e conhecer alguns dos padrões básicos de movimento da Ginástica, especificamente o salto, o equilíbrio, a rotação e as ondas, de forma a consolidar conhecimentos técnicos. ● Atividade avaliativa: Explicação: Em grupo, preparar um material audiovisual (por exemplo: vídeo estilo “tiktok”, podcast ou entrevista com alguém do universo da GR, postagem no Instagram, ou até mesmo cartazes). Cada grupo ficará responsável por um tema, dentre os quais origem da GR, manifestações da GR no Brasil, movimentos obrigatórios de cada aparelho, atualidades e curiosidades, entrevista com ginasta ou treinador/a de GR. Esta entrevista poderá ser feita diretamente pelos/as alunos/as, 39 mas caso não seja possível, poderão buscar por outras disponíveis na Internet e fazer recortes ou gravar um vídeo contando/encenando sobre o assunto. Discussão: A sugestão de que cada grupo fique responsável por um tema se dá para que haja, ao final da atividade, uma sequência de assuntos que poderão contemplar a modalidade como um todo. Para compartilhar esse material, uma possibilidade é a criação de uma pasta na nuvem (“drive”), em que os materiais possam ser consultados pela turma e por outras da escola. Esta forma de avaliação permite que as informações sejam apreendidas e divulgadas. A atividade pode ser explicada e orientada em sala de aula, mas espera-se que a turma a realize em casa. A forma de avaliação fica a critério do/a professor/a para adaptação com as exigências de cada escola. ● Ensino de padrões básicos de movimento da Ginástica: Os saltos são definidos biomecanicamente como rápidos deslocamentos do centro de massa. Assim, são movimentos em que os apoios do corpo, normalmente os pés, pés saem do chão. A Figura a seguir demonstra alguns saltos realizados com frequência na GR: Figura 2: Saltos frequentemente realizados na GR Fonte: Site Ginástica SC (2024). 40 Além dos saltos, podem também ser realizados os saltitos, movimentos mais curtos, de menor altura, comumente de maneira repetitiva para deslocamento ou transição. São exemplos de saltitos o galope e a tesoura. Por sua vez, os equilíbrios são movimentos em que o centro de massa do corpo do/a ginasta está perto do limite de sua base de apoio, ou seja, são posições muito instáveis. Podem ser realizados com qualquer parte do corpo como apoio. Figura 3: Equilíbrios frequentemente realizados na GR Fonte: Site Freepik (2024) As rotações são movimentos do corpo de forma não linear, ao redor de seu eixo de massa. Na GR, comumente essas rotações são realizadas no eixo longitudinal do corpo, sobre um dos pés, em um tipo de movimento chamado de pivô. 41 Figura 4: Pivôs frequentemente realizados na GR Fonte: Site Educação Física na Grande Floripa (2024) Por fim, as ondas e ondulações são movimentos suaves e contínuos do corpo, que permitem expressão e fluidez. A proposta para essa atividade é que os/as alunos/as experimentem os movimentos em estações, que serão explicadas pelo/a professor/a, e terão um determinado tempo para serem realizadas. ● Mestre mandou: Os/as alunos/as, divididos/as em grupo de cinco pessoas, deverão se deslocar livremente pelo espaço, no ritmo de uma música brasileira. A cada música, um/a “mestre/a” deverá criar movimentos a partir do que o corpo consegue fazer (alongar, dobrar, torcer, circular, cair, recuperar, balançar, oscilar, sacudir), variável escolhida pelo/a professor/a, e de como o corpo consegue fazer (andar, correr, saltar, pular, saltitar, deslizar), escolhida pelo/a aluno/a, para ser imitado/a pelos/as colegas. Outra proposta de atividade para desenvolvimento destes e outros elementos ginásticos, é o “jogo dos movimentos ginásticos” desenvolvido pela autora Silva (2024). Para realização do jogo, os/as alunos/as serão separados/as em dois grupos, um/a aluno/a do grupo deverá sortear uma carta e executar o 42 movimento que contém nela para que o seu time acerte. Na figura 5, estão algumas das cartas criadas pela autora. Figura 5: Cartas do “Jogo dos movimentos ginásticos” Fonte: Silva (2024, p. 89) ● Aperfeiçoamento de elementos ginásticos: Explicação: Neste momento, o/a professor/a irá ensinar alguns elementos ginásticos, a fim de garantir uma melhor execução e de forma mais segura. São sugestões de elementos: - Equilíbrios: passé, Y, “bandeira com auxílio”, avião - Rotações:estrela, rolamento, pivô-passe - Saltos:espacate, gazela, estendido ● Composição coreográfica curta (de 15 a 30 segundos): Explicação: Utilizando uma música de uma apresentação realizada pela Seleção Brasileira de GR, os/as alunos/as, nos mesmo grupos da primeira atividade, deverão criar uma coreografia curta (de 15 a 30 segundos) utilizando uma música de uma apresentação das ginastas brasileiras escolhida pelo/a professor/a, com os elementos aprendidos na aula. Momento de apresentação dessas coreografias. 43 Aula 3: Objetivo: Compreensão das regras da modalidade e manejo dos aparelhos. ● Código de Pontuação (O Código de Pontuação utilizado para fundamentação teórica da aula é o da FIG 2022-2024): Explicação: O ensino do Código de Pontuação e das regras da modalidade é importante para que o/a aluno/a possa ter embasamento teórico para apreciar a modalidade como espectador/a crítico/a, para além dos conteúdos apresentados em sala de aula. Por ser uma modalidade competitiva, a GR é orientada por um Código de Pontuação elaborado pela FIG e atualizado a cada quatro anos. Neste documento, estão contidas diversas informações, entre as quais os nomes, símbolos, valores e exigências de cada movimento possível das competições. Além disso, o Código de Pontuação também traz as informações referentes ao tempo de apresentação das rotinas, 1min15s a 1min30s para séries individuais e 3min a 3min30s para séries de conjunto, bem como o tamanho oficial do espaço de performance, que é de 13m x 13m. Este documento destaca a forma como as notas são dadas às ginastas. As notas são dadas pela dificuldade dos movimentos e pelos aspectos artísticos de cada série e retiradas de acordo com a execução dos movimentos. Além disso, podem ser aplicadas penalidades se a atleta não cumprir alguma determinação da competição. Por exemplo, se a ginasta perder o controle do aparelho ou o aparelho ou a ginasta sair da linha delimitada do tablado, há dedução de 0,30 ponto; o uso de bandagens que não forem da cor da pele da ginasta também leva à dedução de 0,30 ponto, entre outras situações. Para atribuição dessas notas, os/as árbitros/as são divididos/as em júris, sendo quatro pessoas dedicadas à análise de execução dos movimentos, ou seja, à técnica; quatro para o júri artístico, que analisam o acompanhamento musical e a coreografia; e quatro para correção de dificuldades, divididos entre as dificuldade corporais e as dificuldades com o manuseio dos aparelhos (Tibeau, 2013). Nas competições internacionais, são utilizados apenas quatro aparelhos, arco, bola, maças e fita, que são representados pelos símbolos a seguir: 44 Figura 6: Símbolos dos aparelhos da GR Fonte: FIG (2024). Cada um destes aparelhos possui elementos essenciais, que são obrigatórios de serem realizados nas rotinas competitivas. A título de ilustração, tais movimentos do aparelho arco podem ser observados a seguir: (2) Grande rolagem do arco acima dos dois dois grandes segmentos corporais. Exemplo: da mão direita para a mão esquerda sem interrupção; (2) Rotação do arco em torno do seu eixo ao redor dos dedos ou de alguma parte do corpo; (1) Rotação do arco em torno da mão; (1 ) Passar o arco com todo ou parte do corpo. Já os movimentos da bola são:(2) Rolamento da bola sobre no mínimo dois grandes segmentos do corpo; (2) Figuras em oito da bola com movimentos circulares do(s) braço(s); (1) Pegar a bola com uma mão; (1) quicar a bola com: pequenos saltos e quicar a bola no chão e recuperar da bola; (1) salto alto (mais alto que a altura do joelho) e quicar a bola no chão e recuperar da bola. Especificamente sobre a bola, é importante reforçar que existe uma forma correta de ser segurada para que um movimento seja considerado válido e, portanto, pontuado. Algumas imagens, a seguir, demonstram essa maneira. Na primeira imagem, a execução é válida e não há penalidades; a segunda imagem demonstra uma forma válida, porém que incorre em dedução de 0,1 ponto; nas terceira e quarta imagens, a execução não é válida e é ainda penalizada com o desconto de 0,10 ponto. Figura 7: Maneiras de segurar a bola (Fonte: FIG (2022) Assim como exemplificado com na imagem acima, também não é válida a preensão da bola com outros segmentos corporais, exceto durante a realização de rotações, como demonstrado na Figura 8 a seguir: 45 Figura 8 - Possibilidades de preensão da bola durante rotações Fonte: FIG (2022) Durante toda a rotina, todos os aparelhos devem estar em movimento ou em equilíbrio instável, não podendo ficar parado por um longo período de tempo. Outro importante conhecimento disponível no Código de Pontuação tem relação com as colaborações, os lançamentos e as recuperações dos aparelhos e as formações coreográficas, elementos importantes relacionados às provas de conjunto. As colaborações são as trocas de um ou mais aparelhos entre as ginastas de forma harmoniosa. Alguns exemplos de dificuldades nas colaborações são: com todas as ginastas ou em subgrupos; com variedade de viagens, direções e formações; com ou sem contato direto com a parceira (corpo ou aparelho). Já os lançamentos e recuperações de aparelhos ocorrem no momento em que a ginasta lança para outra ou para si mesma o aparelho e o recupera durante a coreografia, muitas vezes combinando esses movimentos com saltos, giros e movimentos acrobáticos. Essas movimentações podem ser realizadas em variadas formações, que são modos de ocupar o espaço, com amplitude, ou seja, tamanho e profundidade, nos desenhos formados pelos corpos das ginastas. Abaixo estão exemplos de algumas formações: 46 Figura 9 - Possibilidades de formações na GR, em que cada quadrado representa uma ginasta. Fonte: Autoria própria. Outra importante questão da modalidade é que toda coreografia apresentada precisa conter no mínimo duas combinações de passos de Dança, realizadas de acordo com o ritmo e a intensidade da música, de forma harmônica durante oito segundos. Toda apresentação precisa também ser em uma performance artística baseada em sua expressividade. Essa questão autoral da coreografia é interessante pois, juntamente com aspectos técnicos, permite que alguns movimentos sejam criados pelas próprias ginastas e, por isso, recebem seus nomes. Esse fato, bastante comum na Ginástica Artística, é menos corriqueiro na GR, embora ainda aconteça. Podemos citar o 47 elemento “Kanaeva Pivot”, criado pela ginasta russa Evgenia Kavaeva, que consiste em um triplo giro com a perna estendida alta. Nome do vídeo: Evgenia Kanaeva's Triple Ring Pirouette, Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xjOEhOzows4 Baseadas em todos esses conhecimentos, sugerimos que o/a professor/a explique essas informações à turma, mostrando o Código de Pontuação da modalidade. Em seguida, pode ser interessante mostrar aos/às alunos, em sala de aula, alguns vídeos de rotinas competitivas, pedindo para que notem os movimentos, as regras, a parte artística e outros elementos que foram explicados. Uma indicação é que os vídeos sejam de competições recentes e icônicas, para que possam ser comentados aspectos culturais da modalidade, como por exemplo, as equipes campeãs dos últimos Jogos Olímpicos e dos Jogos Panamericanos. Essa atividade também pode ser uma tarefa de casa, em que o/a professor/a indique que vídeo será analisado e os/as alunos/as deverão identificar o que está presente na apresentação junto ao momento do vídeo. Uma variação interessante da atividade pode ser o pedido para que os/as alunos/as desenhem as formações coreográficas realizadas ao longo de uma rotina competitiva. Apresentação sugerida: COPA DO MUNDO DE GINÁSTICA RÍTMICA - Seleção Brasileira é ouro na série de fitas e bolas Portimão. https://www.youtube.com/watch?v=KVvL00B7jGc Discussão: Este tipo de atividade permite que os/as alunos/as apreciem a modalidade com repertório para a partir do que foi ou será aprendido e experienciado. Para além das aulas, o conceito de fruição, presente na BNCC (Brasil, 2018) também será trabalhado. ● Atividades educativas para o manejo dos aparelhos arco e bola: São muitas as possibilidades de manejos de aparelhos, escolhidos para estas aulas por estarem presentes em grande parte das escolas e por serem objetos https://www.youtube.com/watch?v=xjOEhOzows4 https://www.youtube.com/watch?v=KVvL00B7jGc 48 conhecidos pelos/as alunos/as. Assim, explorar movimentos incomuns pode ser uma interessante atividade para exemplificar a modalidade de forma específica. A autora Eliana de Toledo, no capítulo 5 do livro “Fundamentos das Ginásticas” (2009), demonstra, na Figura 10, abaixo, algumas possibilidades de manejo de arco e bola: Figura 10 - Possibilidades de manejo dos aparelhos bola e arco Fonte: Adaptado de Eliana de Toledo (2009, p. 149) Para exercitar esses manejos, recomendamos duas brincadeiras comuns para arco e bola, do tipo “balançar” e “lançar” e uma atividade específica para cada um desses aparelhos. As ideias de brincadeiras foram baseadas nas atividades propostas no livro “Fundamentos das Ginásticas”, especificamente do capítulo escrito por Eliana de Toledo (2009): ● Balançar: Brincadeira “que horas são?”: Explicação: Em duplas, um dos/as alunos/as estará com o aparelho em uma das mãos e terá que desenhar as horas e os minutos, sendo os braços os ponteiros do relógio. O braço que estiver com o aparelho representará as horas e o que estiver sem representará os minutos. Os braços iniciarão acima da cabeça e para chegar na posição da hora e minutos escolhidos, o movimento deve ocorrer com os braços estendidos e de forma pendular sem perder o contato com o aparelho. O/a outro/a 49 aluno/a terá 15 segundos para adivinhar o horário apresentado. Logo após, invertem-se os papéis. ● Lançar: Brincadeira “Bobinho”: Explicação: Os/as alunos/as estarão espalhados/as pelo espaço delimitado pelo/a professor/a. Deverão lançar o aparelho (bola, arco) para o colega, sem que o/a aluno/a que esteja na posição de “bobinho” pegue. Quando o bobinho recuperar o aparelho, invertem-se as posições; o último aluno/a que lançou assume a posição de bobinho. O aparelho deverá ser lançado de diferentes formas, não podendo repetir o lançamento anterior, Caso se repita, o/a aluno/a que repetiu o lançamento anterior passa a ser “bobinho” também. A quantidade de bolinhos e aparelhos fica a critério do/a professor/a, levando em consideração o desenvolvimento da atividade e habilidade dos/as alunos/as. Comentário: ao final das brincadeiras, o/a professor/a poderá ensinar outras formas de manejo que não foram contempladas, fornecendo dicas e possibilidades de sincronização e colaborações. ● Arco - Passar sobre: Explicação: Os/as alunos/as serão separados/as em grupos, que deverão estar enfileirados. Um/a aluno/a será responsável por lançar o arco próximo ao chão e os/as outros/as tentarão saltar sobre o arco em efeito cascata, para que o arco passe por todos do grupo. ● Bola: Quicar a bola: Explicação: Os/as alunos/as deverão quicar a bola em diferentes alturas e trajetórias, enquanto tentam passar por baixo de diferentes formas. Esta atividade pode ser combinada em duplas ou trios. ● Composição coreográfica: 50 Explicação: Após experimentarem os movimentos, aconselha-se que os/as alunos/as exercitem sua capacidade criativa, experimentando criações de sequências de movimentos com os aparelhos. Para tanto, uma atividade interessante é o “pote das ideias”. Os/as alunos/as devem estar separados/as em grupos de cinco integrantes. Cada grupo deverá retirar de um pote, anteriormente preparado pelo/a professor/a, uma ideia, advinda de uma das categorias: Aparelho, formação, colaboração, música/tema, manejo, elemento corporal. Com as “peças” escolhidas, a turma deverá criar uma coreografia com os elementos sorteados, a serem apresentadas para os/as colegas. Se for possível, pode ser interessante que cada grupo tenha que inventar um movimento para levar o nome deles/as. Comentários: Ao invés dos potes, podem ser usadas cartas de “yu gi oh”, também confeccionadas anteriormente de forma personalizada pelo/a professor/a ou pela turma, de acordo com o movimento, descrição da execução e valor da dificuldade. Uma opção de atividade complementar a esta, seria vivência do “Universo de competição”, em que os/as aluno/as apresentarão a coreografia criada. Enquanto um grupo apresenta, os outros irão fazer o papel de árbitros/as. Previamente, o/a professor/a poderá criar um documento com todas as imagens que foram sorteadas no “pote das ideias” e entrega aos/às alunos/as ou ao grupo. Estas pessoas deverão assinalar em uma ficha os movimentos que identificaram na coreografia apresentada pelos/as colegas. Na parte do tema/música, irão escrever qual foi o tema identificado. E, ao final, colocar a nota de criatividade e execução da apresentação do grupo, juntamente com uma justificativa. Esta atividade permite aos/às alunos/as diferentes posições dentro da modalidade: a parte criativa na criação da coreografia, as sensações despertadas no momento da apresentação e o olhar crítico para a avaliação das coreografias no momento da arbitragem. Além disso, pode ser um exercício interessante para quando os/as alunos/as assistirem apresentações fora do ambiente escolar, possam ser espectadores/as críticos/as, a partir do embasamento teórico aprendido em aula. 51 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A GR não é muito desenvolvida nas escolas por diversos fatores, como a falta de materiais, insegurança dos professores/as em trabalhar o conteúdo por falta de referencial técnico. Mesmo quando está presente, por vezes, há insuficiência dos conteúdos tratados, pouco pautados nos referenciais técnico, histórico-cultural e socioeducativo da Pedagogia do Esporte. Apesar disso, não são poucas as contribuições da literatura científica sobre o ensino da GR nas escolas. Muitas experiências já foram compartilhadas e podem ser utilizadas como base para reflexão pedagógica por parte dos/as professores/as. Este trabalho demonstrou que é possível planejar estratégias pedagógicas para o ensino da GR no contexto escolar a fim de contemplar diferentes realidades escolares. Esperamos que seja inspiração para professores/as, levando em consideração suas realidades e permitindo que o conteúdo seja desenvolvido de forma significativa e específica às características da escola, dos/as professores/as e principalmente dos/as alunos/as. 52 Referências AYOUB, Eliana. Ginástica geral e educação física escolar. 3. ed. Campinas/SP: Editora da Unicamp, 2013. AZEVEDO, Patrícia Rodrigues; PEREIRA, Keilane de Souza; OLIVEIRA, Glaurea Nádia Borges de. Ginástica é coisa só de menina?: relato de uma experiência no âmbito escolar. In: ENCONTRO NACIONAL DE RECREAÇÃO E LAZER - ENAREL, 28., 2016, Natal. Anais [...] I ENIPPEL e VI CONECE. Natal: Ifrn, 2016. p. 1-9. 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