MARIA JOSÉ MALAGUTTI FERREIRA ANÁLISE DA INTEGRIDADE GENÔMICA POR MEIO DO ENSAIO COMETA E TESTE DO MICRONÚCLEO EM CÉLULAS - TRONCO MESENQUIMAIS DERIVADAS DO TECIDO ADIPOSO. ASSIS 2016 MARIA JOSÉ MALAGUTTI FERREIRA ANÁLISE DA INTEGRIDADE GENÔMICA POR MEIO DO ENSAIO COMETA E TESTE DO MICRONÚCLEO EM CÉLULAS - TRONCO MESENQUIMAIS DERIVADAS DO TECIDO ADIPOSO. Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências e Letras de Assis – UNESP – Universidade Estadual Paulista para a obtenção do título de Mestre em Biociências (Área de Conhecimento: Caracterização e Aplicação da Diversidade Biológica). Prof. Dr.João Tadeu Ribeiro-Paes ASSIS 2016 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca da F.C.L. – Assis – Unesp F383a Ferreira, Maria José Malagutti Análise da integridade genômica por meio do ensaio cometa e teste do micronúcleo em células - tronco mesenquimais derivadas do tecido adiposo / Maria José Malagutti Ferreira. Assis, 2016. 62 f. : il. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências e Letras de Assis – Universidade Estadual Paulista Orientador: Dr. João Tadeu Ribeiro Paes 1. Células-tronco. 2. Toxicologia genética. 3. Testes de mutagenicidade. 4. Tecido adiposo. 5. Terapia celular. I. Título. CDD 616.02774 Dedico este trabalho à minha família. Meu esposo Uelinton, minhas filhas: Giovanna e Maria Eduarda. Que sempre me apoiaram e me ajudaram,com muito amor. AGRADECIMENTOS A Deus por sempre me sustentar nas alegrias e dificuldades e por sempre permanecer fiel. Ao meu marido Uelinton pelo amor, apoio e incentivo. As minhas filhas, Giovanna e Maria Eduarda pela paciência, apoio e incentivo. A minha mãe Albertina pelo amor, esforço e dedicação. A minha irmã Célia, pela ajuda e companherismo. Ao Prof. Dr. João Tadeu Ribeiro-Paes, meu orientador, pela confiança, mesmo sem me conhecer abriu as portas do seu laboratório e pelos ensinamentos oferecidos. A minha amiga Dra. Talita Stessuk, pelos ensinamentos, carinho, atenção e suporte para execução desse trabalho. Ao Laboratório de Genética da Unesp Assis/SP, pela parceria no trabalho. A Profa Edislaine Barreiro de Souza, pela colaboração, parceria, companherismo e pelo auxílio prestado. A minha amiga Amanda Viel trocas de experiências e amizade. A minha amiga Amanda da Costa Gomes, ajuda, colaboração, amizade. A Dra Aléxia Barufatti Grisólia, da UFGD de Dourados, pelas considerações e apoio a pesquisa. Ao meu amigo Bruno Crispim do Amaral, pela ajuda incondicional, pela atencão, paciência, dedicação. A minha amiga Sabrina, prestativa, amorosa, dedicada. Aos meus amigos de Laborátorio GenTeCel, pela troca de experiências e ensinamentos: Allyana, Natália, Caetano, Lucas, Vanessa, Daniele, Laís, Heloísa, Gabriela, Rafael, Letícia e Franciana. A Victória Cortez pela ajuda na execução do Teste Cometa na primeira fase. Ao Guilherme Pires Castelo pela colaboração e dedicação. A Eliana, pela atenção e por estar sempre disposta a colaborar. Ao José Gilberto Milani (Giba) e ao Allan Chiea de Souza pelo apoio técnico e ajuda nos momentos de dificuldades. A Fontana Della Gioventú Hospital Cirurgia Plástica, pela doação do material. Ao Hemocentro- Faculdade de Medicina de Marília, especialmente a Dra Roseli Nunes da Silveira Antunes, pela colaboração e atenção, apoiando a pesquisa com suas especialidade. Enfim, a todos os amigos, familiares e conhecidos, que de alguma forma torceram por mim, meus sinceros agradecimentos. A ciência humana de maneira nenhuma, nega a existência de Deus. Quando considero quantas e quão maravilhosas coisas o homem compreende, pesquisa e consegue realizar, então reconheço claramente que o espírito humano é obra de Deus, e a mais notável. (Galileu Galilei) MALAGUTTI-FERREIRA, Maria José. Análise da integridade genômica por meio do ensaio cometa e teste do micronúcleo em células-tronco mesenquimais derivadas do tecido adiposo. 2016. 61.f. Dissertação (Mestrado em Biociências). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, 2016. O tecido adiposo (TA) representa, atualmente, uma importante fonte de células-tronco mesenquimais (CTM), uma vez que pode ser obtido de forma relativamente fácil, por meio de procedimentos pouco invasivos, com baixa incidência de morbi-mortalidade e com grande disponibilidade de material para pesquisa aplicada. Para utilização das CTM derivadas do TA, em protocolos de terapia celular em pacientes humanos, emprega-se, em média, uma quantidade significativa de células, da ordem 107 a 108 células/kg do paciente. A partir de uma pequena fração de tecido adiposo autólogo ou heterólogo pode-se expandir o número de células, por meio de procedimentos de cultivo celular “in vitro”, a fim de se obter um número adequado de células que resulte em eficácia terapêutica. Os procedimentos de cultivo prolongado “in vitro”, podem, no entanto, provocar efeitos genotóxicos e mutagênicos. Neste sentido, é de extrema importância o monitoramento da análise da estabilidade genética durante as culturas de CT destinadas aos procedimentos de terapia celular em pacientes humanos. Em função destes aspectos, este trabalho teve por objetivo analisar, por meio do Ensaio Cometa (EC) e Teste de micronúcleo (MCN), a integridade genômica de células-tronco mesenquimais oriundas do tecido adiposo (CT- TA), mantidas em cultura até a décima primeira passagem, avaliando os possíveis efeitos genotóxicos e mutagênicos do cultivo celular prolongado. Os resultados mostraram que no teste EC, não houve diferença estatística entre os controles e células mantidas em cultivo por diferentes passagens. Os testes de MCN, no entanto, mostraram aumento de micronúcleos, a partir da terceira passagem de cultivo celular, com aumento significativo a partir da sétima passagem, em relação à primeira passagem. Os resultados mostram efeitos genotóxicos sobre células-tronco mantidas em cultura para expansão celular e indicam a necessidade de novas análises, a fim de se avaliar com maior segurança o emprego com células-tronco em terapia celular resultantes de culturas celulares expandidas “in vitro” durante diferentes passagens. Palavras-chave: Célula-tronco, genotoxicidade, mutagenicidade, tecido adiposo, terapia celular. MALAGUTTI-FERREIRA, Maria José. Analysis of genomic integrity through the and micronucleus test in mesenchymal stem cells derived from adipose tissue. 2016. 61.f Dissertation (Master em Biosciences). – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Assis, 2016. The adipose tissue (AT) currently represents a major source of mesenchymal stem cells (MSC), since it can be obtained relatively easily by means of minimally invasive procedures, with low incidence of morbidity and mortality and a large availability of material for applied research. For use of MSC derived from AT in cell therapy protocols in human patients, is employed, on average, a significant amount of cells of the order 107-108 cells / kg patient. From a fraction of autologous adipose tissue or heterologous one can expand the number of cells through cell culture procedures "in vitro" in order to obtain an adequate number of cells resulting in therapeutic efficacy. Prolonged culture procedures "in vitro" may, however, cause genotoxic and mutagenic effects. Therefore, it is extremely important to monitor the analysis of the genetic stability during CT crops to cell therapy procedures in human patients. Based on these aspects, this study aimed to analyze, through the comet assay (AC) and micronucleus test (MCN), the genomic integrity of mesenchymal stem cells derived from adipose tissue (CT-AT), maintained in culture until the eleventh passage, evaluating the possible genotoxic and mutagenic effects of prolonged cell culture. The results showed that the AC test, there was no statistical difference between the control and cells maintained in culture for different passages. The MCN tests, however, showed an increase in micronuclei after the third passage of cell culture, significant increase from the seventh passage to the first passage. The results show genotoxic effects on stem cells maintained in culture for cell expansion and indicate the need for further analysis in order to assess with greater certainty employment stem cells in cell therapy resulting from expanded cell cultures "in vitro" during different passages. Keywords: stem cell, genotoxicity, mutagenicity, adipose tissue, cell therapy. SUMÁRIO INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................ 9 1 Células-tronco............................................................................................... .... 9 1.1.1 Células-tronco Embrionárias........................................................................ 9 1.1.2 Células-tronco Adultas............................................................................... . 10 1.1.2.1 Células-tronco Hematopoiéticas............................................................. . 11 1.1.2.2 Células-tronco Mesenquimais ................................................................ 11 1.1.2.3 Células-tronco oriundas do tecido adiposo............................................. . 13 1.2 Estabilidade genética das células-tronco mesenquimais: Teste Cometa e Teste de micronúcleo .......................................................................................... 15 2 OBJETIVO ........................................................................................................ 18 3 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 19 CAPITULO ÚNICO .............................................................................................. 26 1 Introdução...................................................................................................... .. 27 2 Materiais e métodos ........................................................................................ 28 2.1 Obtenção do tecido adiposo humano.......................................................... .. 28 2.2 Isolamento e cultivo das células-tronco mesenquimais derivadas do tecido adiposo (CT-TA).............................................................................................................. ............. 29 2.3 Viabilidade celular ......................................................................................... 30 2.4 Diferenciações das células-tronco derivadas do tecido adiposo .......................... 30 2.4.1 Diferenciação adipogênica ......................................................................... 30 2.4.2 Diferenciação condrogênica ....................................................................... 31 2.4.3 Diferenciação osteogênica ......................................................................... 31 2.5 Ensaio Cometa ............................................................................................ 31 2.6 Teste do Micronúcleo ................................................................................... 32 2.7 Análises estatísticas ..................................................................................... 33 2.8 Aspectos éticos ............................................................................................. 33 3 Resultados ....................................................................................................... 33 4 Discussão ........................................................................................................ 36 5 Conclusão ........................................................................................................ 38 6 Referência ....................................................................................................... 39 ANEXO A - Normas para publicação Mutation Research................................... 42 ANEXO B – Termo de Consentimento Livre Esclarecido ................................... 60 9 1 INTRODUÇÃO GERAL 1.1 Células-tronco As células-tronco são definidas como células indiferenciadas que apresentam como principais características a autorrenovação e a capacidade de dar origem à células diferenciadas (MELTON; COWAN, 2004; NIH, 2001). As células-tronco têm sido classificadas quanto ao tipo e ao potencial de diferenciação (ERIDANI, 2014). Quanto ao tipo: células-tronco embrionárias (CTE) e células-tronco adultas (CTA). Quanto ao potencial de diferenciação (NIH, 2001), as células-tronco classificam-se em: • Totipotentes: células capazes de dar origem a um organismo completo, incluindo-se os anexos embrionários. • Pluripotentes: correspondem à massa celular interna do blastocisto, podendo, virtualmente, originar todos os tipos celulares de um organismo adulto, não formam, no entanto, os anexos embrionários. • Multipotentes: são capazes de originar vários tipos de células de um mesmo folheto embrionário. • Oligopotentes: originam duas ou mais linhagens de um mesmo tecido. • Onipotentes: aquelas que originam apenas um tipo celular maduro. 1.1.1 Células-tronco Embrionárias As células-tronco embrionárias (CTE) são células pluripotentes, ou seja, podem originar virtualmente todos os tecidos do corpo, exceto a placenta e anexos embrionários. Correspondem à massa celular interna de embriões no estágio de blastocisto e apresentam capacidade de autorrenovação e manutenção prolongada do estado indiferenciado in vitro. (AMORIN et al., 2012; ARAGÃO; BEZERRA, 2012; BARBOSA et al., 2013; YARAK; OKAMOTO, 2010). As células-tronco embrionárias foram, pioneiramente isoladas, em 1981, por dois grupos independentes de pesquisadores. O grupo da Universidade de Cambridge (Reino Unido) liderado por Martin J. Evans em colaboração com Mathew Kaufman, estabeleceram a primeira cultura de células-tronco de embriões de ratos. Paralelamente, no mesmo ano de 1981, a pesquisadora Gail R. Martin, da Universidade da Califórnia (Estados Unidos da América), obteve uma linhagem de células pluripotentes a partir da massa celular interna de blastocisto de camundongos (EVANS; KAUFMAN, 1981; MARTIN, 1981). Estes trabalhos 10 abriram caminho para o desenvolvimento das técnicas de modificação gene-específicas em camundongos utilizando células-tronco embrionárias. Por essa razão, Martin John Evans, foi agraciado, em 2007, juntamente com Mario Capecchi e Oliver Smithies, com o Prêmio Nobel de Medicina. Em sequência aos trabalhos pioneiros, novas linhas de pesquisa e grupos de trabalhos passaram a se dedicar às pesquisas básicas e aplicadas com CTE, visando a reparação de tecidos e órgãos lesados, anomalias congênitas, desenvolvimento embrionário, estudos sobre câncer e testes de novas drogas in vitro ( ROCHA et al., 2012). O uso terapêutico das CTE, apesar do imenso potencial de diferenciação e avanço significativo nas pequisas básicas, é limitado por questões de ordem técnica e restrições éticas, morais e religiosas (HAAS; WEIDNER; WINKLER, 2005; ZAGO; COVAS, 2006). As questões de ordem ética e religiosas remetem a uma discussão complexa sobre o emprego de embriões como fonte básica para obtenção de CTE. Os aspectos éticos e religiosos, não são as únicas limitações no que se refere à utilização das CTE em terapia celular em pacientes humanos, também existem questões de ordem técnica e metodológica, que se referem basicamente ao controle dos processos de diferenciação, pois ainda não se dispõe de conhecimento técnico que permita o controle da diferenciação das CTE, que em sendo pluripotentes, poderiam se diferenciar em qualquer tecido derivado dos três folhetos embrionários (endoderme, mesoderme e ectoderme), e como consequência, levar ao desenvolvimento de teratomas ou teratocarcinomas (ROCHA et al., 2012; TAVARES, 2011). Neste contexto, as células-tronco adultas representam, atualmente, uma alternativa viável e potencialmente promissora em terapia celular. 1.1.2 Células-tronco adultas As CTA são definidas como um grupo celular que apresenta o potencial de autorrenovação, bem como a capacidade de originar todos os tipos celulares especializados do tecido de origem (MERCIER; RAGU; SCADDEN, 2012; NIH, 2001). Estas células são encontradas em pequenas quantidades em diversos tecidos maduros e são ativadas para reposição tecidual decorrente de processos degenerativos e traumas, tendo, papel fundamental na manutenção da homeostasia e integridade tecidual (HORWITZ, 2003). No contexto da medicina regenerativa, o uso de CTA vem se consolidando progressivamente, como nova alternativa terapêutica para restabelecer o funcionamento de 11 tecidos e órgãos lesados em diferentes patologias agudas ou degenerativas (ALVES-DE- MORAIS et al., 2013; AMORIN et al., 2012; FARIA et al., 2012; RIBEIRO-PAES et al., 2014). As células-tronco adultas podem ser classificadas em dois grupos gerais: células- tronco hematopoiéticas (CTH) e as células-tronco mesenquimais (CTM), (BIANCO; ROBEY; SIMMONS, 2008; NIH, 2001). 1.1.2.1 Células-tronco Hematopoiéticas As Células-tronco Hematopoéticas (CTH) representam uma população de células dos sistema hematopoético e imunólogico, multipotentes, tem grande importância na manutenção da hematopoese e no pool de células-tronco medulares (MERCIER; RAGU; SCADDEN, 2012; WILSON; TRUMPP, 2006). Os trabalhos de Till e McCulloch, em 1961, foram determinantes para estabelecer o conceito de células-tronco. Os autores observaram a reconstituição do sistema hematopoiético de animais submetidos a doses letais de radiação após o transplante de medula óssea proveniente de animais saudáveis e singênicos. Essas observações resultaram, a posteriori, no entendimento das propriedades de autorenovação e diferenciação das CTH. Seguiram-se, vários avanços no conhecimento sobre a fisiologia e imunologia do sitema hematopoético, que culminaram na purificação e reconhecimento dos antígenos de superfície das CTH (BAUM et al., 1992), na identificação de células precursoras do sistema hematopoético (MORRISON; WEISSMAN, 1994) e na caracterização de uma série de citocinas e fatores de crescimento (MOORE, 2002). 1.1.2.2 Células-tronco Mesenquimais As CTM foram, pioneiramente, descritas por Friedenstein e colaboradores, a partir dos trabalhos desenvolvidos nas décadas de 60 e 70, do século passado. Os autores observaram uma população de células isoladas da medula óssea, que era aderente à superficie de cultivo, com morfologia fibroblastóide, capacidade autorrenovação e diferenciação em linhagem osteogênica. Inicialmente, essas células foram denominadas como unidades formadoras de colônia de fibroblastos (colony-forming units-fibroblast - CFU-F) (FRIEDENSTEIN; GORSKAJA; KULAGINA, 1976; FRIEDENSTEIN; PIATETZKY- SHAPIRO; PETRAKOVA, 1966). A partir das considerações iniciais de Friedenstein, despertaram o interesse de outros grupos de pesquisa e foram implementados vários estudos 12 com a finalidade de caracterizar e identificar o grupo de células aderentes de origem mesenquimal (OWEN, 1988; PIERSMA et al., 1985). Ao longo dos anos, as células aderentes de origem mesenquimal identificadas por Friedenstein, receberam diferentes denominações, tais como Células-tronco ou Progenitoras Mesenquimais e Células Estromais de Medula Óssea (OWEN, 1988; PROCKOP, 1997). Em 1991, Arnold Caplan propôs a denominação Células-tronco Mesenquimais (CAPLAN, 1991). Um grupo de especialistas, durante a reunião da Sociedade Internacional de Terapia Celular (International Society for Cellular Therapy – ISCT), em 2005, propôs a denominação células estromais mesenquimais multipotentes (Multipotent Mesenchymal Stromal Cells) para se referir à população de células-tronco aderentes não hematopoiéticas, recomendando, no entanto, que se mantivesse o acrônimo CTM (HORWITZ et al., 2005). As células-tronco mesenquimais (CTM) constituem uma subpopulação de células estromais, multipotentes não-hematopoiéticas, que apresentam aspecto fibroblastóide alongado, com núcleo eucromático, oval, grande e central e citoplasma abundante (AMORIN et al., 2012; SHI et al., 2012). Segundo a ISCT há 3 critérios mínimos para que uma célula seja considerada mesenquimal: capacidade de aderência à superfície plástica; presença (≥ 95%) de marcadores de superfície CD105, CD73 e CD90 e ausência (≤ 2) dos CD45, CD34, CD14 ou CD11b, CD79a ou CD19 e HLA classe II; potencial de diferenciação em osso, cartilagem e tecido adiposo, sob determinadas condições in vitro (DOMINICI et al., 2006). O grande interesse despertado pelas CTM decorre de uma série de propriedades inerentes a esse grupo de células, que incluem: a) fácil obtenção, b) alta capacidade de proliferação in vitro, c) fácil manipulação em laboratório, d) pouco imunogênicas, com baixa expressão de antígenos HLA-tipo I e, praticamente, ausência na expressão de HLA-tipo II. A baixa expressão de antígenos do complexo MHC, possibilitam que as CTM possam ser empregadas em transplantes autólogos e heterólogos (BARBOZA; GINANI; SOARES, 2014; CHENG et al., 2011; KAKUDO; MORIMOTO; OGAWA, 2014; KERN et al., 2006; LOCKE; WINDSOR; DUNBAR, 2009; LONGHINI-DOS-SANTOS et al., 2013; LV; TUAN; CHEUNG, 2014; MARCELINO et al. 2015; OLIVEIRA, 2013; WOZOWICS; WARD; ZAWISZ, 2014; ZAHER; HARKNESS; JAFARI , 2014; ZUTTION et al., 2013). Embora a médula óssea tenha sido o primeiro órgão identificado como fonte de CTM, outros orgãos e tecidos tem sido apontados como fontes potenciais dessas células, como o cordão umbilical (ERICES; CONGET; MINGUELL, 2000), placenta (IGURA et al., 2004), fígado, rim e, sobretudo, o tecido adiposo (MARCELINO et al. 2015; ZUK, 2010; ZUK; ZHU; MIZUNO, 2001). 13 1.1.2.3 Células-tronco oriundas do tecido adiposo O tecido adiposo (TA) tem se constituído em uma importante fonte de CTM, uma vez que pode ser obtido de forma relativamente fácil, por meio de procedimentos pouco invasivos, com baixa incidência de morbi-mortalidade e com grande disponibilidade de material para pesquisas básicas e aplicação em procedimentos de terapia celular (ANDRESSO; HOEIJMARKERS; MITCHELL, 2006; WILSON; BOHR, 2007; ZUK, 2010). Estudos conduzidos por Zuk e colaboradores (2001), comprovaram a existência de CTM no tecido adiposo, tornando-o uma fonte alternativa para esse tipo celular. Ademais, o trabalho realizado comparou o potencial de diferenciação das CTM do tecido adiposo com aquelas extraídas da medula óssea, mostrando grande semelhança entre esses tipo celulares. (FRASER et al., 2008; ZUK; ZHU; MIZUNO, 2001). Entretanto, a obtenção dessas células do tecido adiposo é mais rápida e menos invasiva que a medula óssea, causando mínimo desconforto ao paciente, além de apresentarem potencial proliferativo superior ás células da medula óssea (BAPTISTA et al., 2009; GIMBLE; KATZ; BUNNELL, 2007). A grande vantagem do tecido adiposo como fonte de CTM é a abundância do material disponível, pois as células podem ser obtidas do produto lipoaspirado de pacientes (ELABD et al., 2007; ROMANOV et al., 2005). Mais de 400 mil lipoaspirações são realizadas somente nos Estados Unidos todo ano, com índice muito baixo de complicações (FRASER et al., 2006) , gerando material biológico abundande, considerado como descarte em clínicas de estetíca, mas que podem ser destinados à pesquisas pré-clinícas. Com o propósito de otimizar a eficácia em um emprego terapêutico, uma pequena fração de células isoladas do TA pode ser utilizada, por meio de cultura in vitro, onde as CT- TA podem ser expandidas a fim de que se alcance um número de células adequado que possibilidade eficácia terapêutica (BAER; GEIGER, 2012; BIEBACK et al., 2012a; BIEBACK et al., 2012b; BASSI et al., 2012; ESCOBEDO-LUCIA et al., 2013; JUNG et al., 2012; YANG; KIM; KIM, 2015). O tecido adiposo é composto com diferentes tipos celulares, em função da composição celular heterogênea do tecido adiposo são necessárias técnicas especiais de isolamento das CT-TA antes do processo de cultura e expansão (BASSI et al., 2012; BOURIN et al., 2003). No processo de cultivo, é necessário a utilização de suplementos que enriqueçam o meio de cultura, a fim de se obter proliferação celular eficaz (BERNARDI et al., 2015). Usualmente, utiliza-se 10-20% de soro fetal bovino (SBF) e (10-200 u/mL) de antibiótico-antimicótico (Penicilina, Streptomicina e Fungizona; Gibco®, Nova York, EUA) a 14 fim de evitar contaminações (BUSCHER et al., 2009). A técnica de isolamento por digestão enzimática, classicamente empregada para o isolamento e cultivo de CT-TA, consiste, de modo geral, na lavagem do tecido, seguida de digestão com a enzima colagenase, isolada da bactéria Clostridium histolyticum (BOURIN et al., 2003; LINDROOS; SUURONEN; MIETTINEN, 2011; MIZUNO, 2009; YARAK; OKAMOTO, 2010). A utilização da enzima é o aspecto mais importante do procedimento. Como anteriormente mencionado, a metodologia original e mais clássica, conforme proposto por ZUK, 2001(ZUK; ZHU; MIZUNO, 2001), emprega a enzima colagenase. Entretanto, é possível observar trabalhos que apresentem alternativas metodológicas, utilizando enzimas como tripsina, dispase e hialuronidase, ou soluções contendo combinações de mais de um desses tipos enzimáticos (BOURIN et al., 2003; GINANI; SOARES; BARBOZA, 2013; LESLIE et al., 2013). A Figura 1 ilustra, de forma geral, o procedimento para isolamento e, posterior, cultivo das CT-TA, empregando a enzima colagenase. Figura 1. Etapas de isolamento e cultivo de CT-TA. A) Desinfecção do tecido, B) e C) fragmentação e limpeza do tecido adiposo, D) tecido fragmentado, E) tecido adiposo submetido à digestão enzimática com colagenase, F) filtração, G) centrifugação, H) formação do precipitado, I) frascos de cultura. (Malagutti-Ferreira, 2016). 15 As CT-TA podem se diferenciar em múltiplas linhagens celulares de maneira reprodutível e regulável. Contudo, os procedimentos de cultura “in vitro” prolongados podem resultar danos ao DNA. Neste sentido, é de extrema importância o monitoramento da estabilidade genética durante as culturas de CT, destinadas aos procedimentos de terapia celular (ANDRESSO; HOEIJMARKERS; MITCHELL, 2006; WILSON; BOHR, 2007). A instabilidade genética e cromossômica representam avaliações importantes em se tratando de futuras aplicações terapêuticas baseadas em linhagens de células-tronco, após sucessivas passagens (MITALIPOVA, 2005). Portanto, as células devem ser avaliadas por meio de técnicas citogenéticas para que os métodos de cultivo e propagação sejam otimizados para cada linhagem celular, de modo a eliminar a possibilidade de utilização de células portadoras de alterações cromossômicas. A identificação de anormalidades cromossômicas em células-tronco com potencial emprego terapêutico é de fundamental importância, uma vez que, in vivo, os danos cromossômicos poderiam resultar em diferentes processos patológicos e carcinogênese (CATALINA, 2007). 1.2 Estabilidade genética das células-tronco mesenquimais: Teste Cometa e Teste de micronúcleo Um dos aspectos mais importantes relacionados a cultura de células-tronco, consiste na manutenção da integridade e estabilidade genômica durante o processo de cultivo e expansão celular (LAMBERT et al., 2011). De maneira geral, células eucarióticas costumam sofrer efeitos genotóxicos provocados por agentes endógenos e exógenos e, consequentemente, alterações no material genético. Sendo o sistema de reparo do material genético passível de erros, são imprescindíveis ferramentas que garantam e tenham como propósito o controle de qualidade em cultivos de células in vitro com o propósito terapêutico. (PETERSON; COTE, 2014; WILSON; BOHR, 2007). A cultura de células é uma técnica de grande aplicação em medicina regenerativa, e corresponde a uma valiosa ferramenta para estudos básicos em diferentes áreas da biologia, tais como processos de metabolismo, diferenciação, desenvolvimento, síntese e regulação. Tecnicamente a cultura de células consiste na manutenção e expansão celular in vitro com a indução ou não da diferenciação celular, a adição de fatores de crescimento e outros agentes indutores (LUISI et al., 2004). As técnicas de cultivo celular representam o arcabouço para a engenharia tecidual e medicina regenerativa. O emprego das células cultivadas em terapia celular deve, no entanto, 16 segue protocolos rigídos quanto aos atributos de qualidade e segurança das células mantidas in vitro (CASAGRANDE et al., 2011; MITRANO et al., 2010). As culturas celulares mantidas por longos períodos, ou seja, aquelas submetidas a grande número de passagens in vitro, estão sujeitas a um maior risco de sofrer efeitos deletérios, tais como efeitos genotóxicos e mutações. Neste sentido, é necessário minimizar, tanto quanto possível, o tempo de proliferação, sobretudo quando as células mantidas em cultura destinam-se a procedimentos de terapia celular em animais e pacientes humanos (MAITRA et al., 2005). Considerando que, para aplicação clínica das CT-TA, com efeito terapêutico satisfatório, deve-se atingir um número significativo de células, que segundo diferentes autores varia de 107 a 108 células por quilo de peso do paciente (RIBEIRO-PAES et al., 2014), faz-se necessário um controle rigoroso da qualidade e análise citogenética das células- tronco mantidas em cultura (ZHANG et al., 2006). A técnica “Ensaio do Cometa” (EC) ou “eletroforese em gel de célula única”, (Single Cell Gel Electrophoresis - SCGE), proposta por Östling e Johanson, em 1984, permite detectar quebras na dupla fita de DNA, produzidas por alterações genéticas nas células, por meio de uma técnica de eletroforese em gel sob condições neutras. Posteriormente, a técnica foi modificada por SINGH et al., (1988), para uma técnica sob condições alcalinas e mais eficiente. Tem se destacado como uma técnica padrão para avaliar os danos e a reparação no DNA, devido a sua sensibilidade para a detecção de níveis baixos desses danos, a sua aplicabilidade em vários tecidos e/ou tipos de células e a exigência de apenas um pequeno número de células por amostra, torna seu desempenho fácil e rápido (FAUST et al., 2004; TICE et al., 2000). O EC consiste basicamente em fazer passar uma corrente elétrica pelas células, proporcionando a migração dos fragmentos de DNA livres, resultantes de quebras, para fora do núcleo. A extensão da migração dos fragmentos de DNA depende diretamente de danos presentes nas células, desta forma, após a eletroforese, as células que apresentarem núcleo intacto com membrana bem delimitada, são consideradas sem danos, já as células identificadas visualmente com “cauda”, formadas pelos fragmentos de DNA, são consideradas células com danos detectáveis e serão classificadas quanto ao tamanho da cauda, conforme Figura 2 (BETTI; LOPRIENO; BARALE, 1994). 17 Figura 2. Classificação de danos ao DNA (efeito genotóxico) detectados por meio do Ensaio Cometa. CLASSE 0 CLASSE 1 CLASSE 2 CLASSE 3 CLASSE 4 (Malagutti-Ferreira, 2016). Considerado uma ferramenta básica, o EC é eficiente para avaliações em diversas áreas de pesquisa, como genética toxicológica, efeitos biológicos das radiações, processos de reparo de DNA, ecotoxicologia genética e biomonitoramento ambiental (GONTIJO; TICE, 2003). Tem se destacado como uma técnica padrão para avaliar os danos e a reparação no DNA, devido a sua sensibilidade para a detecção de níveis baixos desses danos, a sua aplicabilidade em vários tecidos e/ou tipos de células e a exigência de apenas um pequeno número de células por amostra, torna seu desempenho fácil e rápido (FAUST et al., 2004; TICE et al., 2000). Uma importante aplicação do EC está relacionado à pesquisa do envelhecimento celular (PASSOS; ZGLINICKI, 2006), instabilidade genômica (BURHANS; WEINBERGER, 2007 ) e apoptose (HINKAL, 2009; ZHENG; CHIANG; LIN, 2005). As CTM estão suscetíveis a alterações associadas a senescência quando expandidas in vitro (BONAB et al., 2006; FEHRER; LEPPERDINGER, 2005; SCHALLMOSER; BARTMANN; WAGNER, 2016; WAGNER; HORN; CASTOLDI, 2008), sendo que essas alterações incluem o decréscimo do potencial de proliferação, a acumulação de SA-β-gal (b- galactosidase associada à senescência), encurtamento dos telômeros, danos no DNA e contínuas mudanças na expressão gênica (BONAB et al., 2006; FEHRER; LEPPERDINGER, 2005; GALDERISI et al., 2009; SCHALLMOSER; BARTMANN; WAGNER, 2016; WAGNER; HORN; CASTOLDI, 2008). A instabilidade cromossômica, caracterizada como uma anormalidade genética, pode, também, ser evidenciada por estudos citogenéticos, como exemplo, a análise de micronúcleo (MCN) (DUESBERG et al., 1998). Estas estruturas são formadas a partir de fragmentos cromossômicos e/ou cromossomos inteiros que não foram incluídos nos núcleos filhos durante a divisão celular, resultando na formação de estruturas denomindas micronúcleos (HOLLAND et al., 2008; MEIRELES; CERQUEIRA, 2011). 18 O MCN foi desenvolvido por Boller e Schmid, em 1970, e possibilita a realização de análises de danos causados por agentes físicos, químicos ou biológicos, capazes de interferir no processo de ligação do cromossomo às fibras do fuso, ou que possam introduzir a perda de material genético (cromossomos inteiros ou fragmentos), determinando alterações mutagênicas nos cromossomos e danos ao fuso mitótico, induzindo a formação de micronúcleos (SILVA et al., 2011). Os MCN constituiem pequena massa nuclear delimitada por membrana e separada do núcleo principal. Sao formados durante a telófase da mitose ou meiose quando o envelope nuclear é reconstituido ao redor dos cromossomos das células filhas (Figura 3). São resultantes de fragmentos cromossômicos acêntricos ou de cromossomos inteiros que não foram incluídos no núcleo principal (RIBEIRO; SALVATORI; MARQUES, 2003). Figura 3. Classificação dos micronúcleos, (efeito mutagênico) detectados por meio do Teste de Micronúcelo. A) célula mononucleada; B) célula binucleada; C) célula binucleada com micronúcleo. (Malagutti-Ferreira, 2016) A freqüência de MCN nas células aumenta em tecidos expostos aos carcinogéneos, antes que qualquer sintoma clínico se manifeste. Portanto, o teste de MCN é um biomarcador ocupacional em células expostas a agentes químicos genotóxicos, além de possível indicador de sinais carcinogênicos precoces (SINGARAJU et al., 2012). 2. OBJETIVO 2.1 Objetivo Geral Investigar a integridade genômica de células-tronco obtidas de tecido adiposo e mantidas em cultivo celular prolongado. 19 2.2 Objetivos Específicos Padronizar o cultivo de células-tronco mesenquimais do tecido adiposo humano por meio da técnica de digestão enzimática. Padronizar os testes de micronúcleo e ensaio do cometa em células-tronco mesenquimais. Analisar o número de micronúcleos ao longo das passagens. Utilizar o ensaio cometa para avaliar o potencial mutagênico da células-tronco mesenquimais ao longo das passagens. Realizar o teste de viabilidade celular. Analisar a capacidade de diferenciação das células-tronco mesenquimais nas linhagens adipogênica, condrogênica e osteogênica. 3 Referências bibliográficas ALVES-DE-MORAES, L. B.; RIBEIRO-PAES, J. T.; LONGO, B. M.; FERRAZOLI, E. G.; ANDRADE T. G. Effect of the bone marrow cell transplantation on elevated plus-maze performance in effect of the bone marrow cell transplantation. 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Desta forma, é imprescindível estabelecer critérios rigorosos de análise de genotoxicidade e mutagenicidade, a fim de manter a estabilidade génetica de células tronco mesenquimais (CTM) cultivadas in vitro. Este trabalho teve por objetivo analisar, por meio do Ensaio Cometa (EC) e Teste de micronúcleo (MCN), a integridade genômica de CT-TA mantidas em cultura até a décima primeira passagem, buscando avaliar o possível efeito genotóxico e mutagênico sobre cultivo celular prolongado. Para isso, foi realizado EC e MCN em CT-TA provenientes de oito pacientes, nas passagens 1, 3, 5, 7, 9, e 11a. Os resultados mostraram que no EC, não houve diferença estatística entre os controles em células mantidas em cultivo por diferentes passagens. Os testes de MCN, no entanto, mostraram aumento de micronúcleos, efeitos mutagênicos, a partir da terceira passagem de cultivo celular, com aumento significativo a partir da sétima passagem, em relação à primeira passagem. Os resultados mostram efeitos genotóxicos e mutagênicos sobre células-tronco mantidas em cultura para proliferação celular e indicam a necessidade de estudos adicionais, bem como diferentes abordagens de análise, a fim de se avaliar com maior segurança o emprego, de terapia celular com células-tronco resultantes de culturas celulares “in vitro” provenientes de diferentes passagens. Palavras-chave: células-tronco, tecido adiposo, genotoxicidade, mutagenicidade, terapia celular. 27 1. Introdução As células-tronco são definidas como células indiferenciadas que apresentam como principais características a autorrenovação e a capacidade de dar origem à células diferenciadas [1, 2]. As células-tronco têm sido classificadas em dois grupos gerais: células- tronco embrionárias (CTE) e células-tronco adultas (CTA) [3, 4, 5, 6, 7]. O emprego de células-tronco adultas (CTA), em especial as células-tronco mesenquimais (CTM), vem se consolidando progressivamente como uma abordagem terapêutica promissora para regeneração morfológica e funcional de tecidos e órgãos acometidos por diferentes patologias [7, 8, 9, 10, 11]. Embora a medula óssea tenha sido o primeiro órgão identificado como fonte de CTM outros orgãos e tecidos tem sido apontados como fontes potenciais dessas células, em especial o tecido adiposo (TA). Várias características fazem do tecido adiposo uma fonte atraente para isolamento de células-tronco adultas. Vale citar: obtenção relativamente fácil, procedimentos poucos evasivos, baixa incidência de morbi-mortalidade e grande disponibilidade de material para pesquisas básicas em modelos animais e aplicação terapêutica em pacientes humanos [12, 13, 14]. Para se obter uma quantidade adequada de células-tronco mesenquimais oriundas do tecido adiposo (CT-TA), com finalidade de aplicações terapêuticas, é necessário a expansão celular ex vivo [15,16,17]. Com o propósito de otimizar a eficácia em emprego terapêutico, uma pequena quantidade de (10 a 20 g) tecido adiposo pode ser processada e, por meio de técnicas de cultivo celular in vitro, é possível expandir o número de células, até que se alcance uma quantidade de células suficiente, a fim de se obter um número mínimo adequado que resulte, teoricamente, em eficácia terapêutica. A cultura e expansão celular in vitro, podem resultar em danos ao DNA [18, 19]. Desta forma, a expansão e cultura a longo prazo tornam imprescindível o controle de qualidade das células e análise de genotoxicidade e mutagenicidade, a fim de avaliar a estabilidade génetica de CTM cultivadas in vitro para que se possa conferir segurança aos procedimentos de terapia celular [20, 21, 22]. Há um grande número de estudos, em diferentes tipos de células humanas, animais e vegetais, correlacionando de forma muito consistente os efeitos clastogênicos e aneugênicos decorrentes e inerentes ás condições de cultivo celular in vitro [23, 24, 25, 26]. Há, no entanto, escassez de pesquisas referentes aos possíveis efeitos genotóxicos sobre as CTM mantidas em cultura e expansão celular por períodos prolongados [22, 23, 27, 28, 29, 30]. Esses trabalhos se referem basicamente aos processo de senescência e alterações 28 teloméricas. As alterações incluem o decréscimo do potencial de proliferação, a acumulação de SA-β-gal (β-galactosidase associada à senescência, encurtamento dos telômeros, danos ao DNA e contínuas mudanças na expressão gênica [27, 28, 29, 30, 31, 32]. De maneira geral, células eucarióticas costumam sofrer efeitos genotóxicos provocados por agentes endógenos e exógenos e, consequentemente, alterações no material genético [33]. Entretanto, as células devem ser avaliadas por meio de te ́cnicas citogenéticas para que os métodos de cultivo e propagação sejam otimizados para cada linhagem celular, de modo a eliminar a possibilidade de utilização de ce ́lulas portadoras de alterações cromossômicas. A identificação de anormalidades cromossômicas em ce ́lulas-tronco com potencial emprego terapêutico é de fundamental importância, uma vez que, in vivo, os danos cromossômicos poderiam resultar em diferentes processos patológicos e carcinogênese [34]. Portanto, um dos aspectos mais importantes relacionados à cultura de células-tronco, que tenham por finalidade o emprego em procedimentos de terapia celular, consiste na manutenção da integridade e estabilidade genômica durante o processo de cultivo e expansão celular [29, 30]. Para se obter uma quantidade adequada de CT-TA, em abordagens clínicas, faz-se necessário a expansão celular ex vivo [34], a fim de se obter um número mínimo adequado (em torno de 107 a 108 células por paciente), que resulte, teoricamente, em eficácia terapêutica. A cultura e expansão celular in vitro, podem resultar em danos ao DNA [18, 19]. Desta forma, a expansão e cultura a longo prazo tornam imprescindível o controle de qualidade das células e análise de genotoxicidade e mutagenicidade, a fim de avaliar a estabilidade genética de CTM cultivadas in vitro para que se possa conferir segurança aos procedimentos de terapia celular. Em função destes aspectos, este trabalho teve como objetivo analisar a integridade genômica de CT-TA mantidas em cultura até a décima primeira passagem, buscando avaliar o possível efeito genotóxico e mutagênico sobre o cultivo celular prolongado. 2. Material e métodos 2.1 Obtenção do tecido adiposo humano O tecido adiposo humano foi obtido de oito indíviduos (n=8) em bom estado geral de saúde, do sexo feminino, com idade entre 35 a 48 anos, conforme Tabela 1. O material biológico foi proveniente de dermolipectomia abdominal, sendo considerado como material de descarte. O material foi cedido pela Clínica Fontana Della Gioventú Hospital de Cirúrgia Plástica, (Assis, São Paulo, Brasil), que está devidamente autorizado para realização do 29 procedimento. O material biológico foi acondicionado em frasco estéril e imediatamente transportado a temperatura ambiente para o Laboratório de Genética e Terapia Celular da Unesp – Campus Assis, para procedimento. 2.2 Isolamento e cultivo das células-tronco mesenquimais derivadas do tecido adiposo (CT-TA) Imediatamente, após o procedimento cirúrgico, as amostras teciduais foram submetidas a digestão enzimática. Para isso, foram fracionados cerca de 20 g de tecido adiposo, acondicionados em tubo Falcon 50 mL (BD, Nova Jersey, EUA), contendo Tampão Fosfato (PBS) pH 7,2 (LCG® , São Paulo, Brasil), suplementado com 2% penicilina, estreptomicina e fungizona (Gibco®, Nova York, EUA), permanecendo em repouso por 2 horas para desinfecção. Posteriormente o tecido foi fragmentado e submetido a digestão enzimática com colagenase tipo I a 0,075% (Sigma-Aldrich®, Missouri, EUA). O tubo foi mantido em banho-maria a 37°C por 30 minutos, em constante agitação. Após a digestão enzimática, a colagenase foi neutralizada com adição de meio de cultura Mem/Alpha, (LCG®, São Paulo, Brasil), suplementado com 15% de Soro Fetal Bovino (SBF) (LCG®, São Paulo, Brasil) e 2% de penicilina, streptomicina e fungizona (Gibco®, Nova York, USA). Em seguida, a suspensão foi centrifugada a 400g por 10 minutos. Após esse período, foi retirado o sobrenadante preservando o “pellet” contido no tubo. O “pellet” foi ressuspenso em 2ml de meio de cultura Mem/Alpha (LCG®, São Paulo, Brasil) suplementado com SBF. Para o plaqueamento foi utilizado a proporção proposta por Bunnel e colaboradores (2008) [31]. Uma alíquota de 10 uL foi retirada para contagem e determinação da viabilidade celular, em câmara de Neubauer. As células foram plaqueadas Tabela 1. Pacientes submetidos à dermolipectomia abdominal quanto ao gênero e idade. Paciente Gênero Idade 1 Feminino 35 anos 2 Feminino 42 anos 3 Feminino 46 anos 4 Feminino 36 anos 5 Feminino 40 anos 6 Feminino 44 anos 7 Feminino 46 anos 8 Feminino 48 anos 30 em frascos de cultura T25 (BD, Nova Jersey, EUA) e incubadas em estufa a 370 C e 5% de CO2 por 48 horas até a primeira troca do meio de cultura. As trocas posteriores foram realizadas a cada 72 horas. A proliferação celular foi monitorada diariamente com uso de microscópio invertido (TCM 400, Labomed, Fremont, EUA) até a cultura atingir 80% de confluência para realização da subcultura (passagem celular). As células foram incubadas a 370 C a 5% de CO2, por 5 minutos, em solução de tripsina (Gibco®, Nova York, EUA) ). A neutralização da tripsina foi realizada com igual volume de meio de cultura Mem Alpha (LGC®, São Paulo, Brasil) suplementado com 10% de SFB (LGC®, São Paulo, Brasil) e 2% de penicilina, estreptomicina e fungizona; (Gibco®, Nova York, EUA). As células desprendidas foram centrifugadas a 400 g por 10 minutos. Após a centrifugação, o sobrenadante foi removido e o “pellet” celular, homogeneizado em 2mL de meio Mem Alpha (LGC®, São Paulo, Brasil) suplementado com 15% de SFB (LGC®, São Paulo, Brasil) e 2% de penicilina, estreptomicina e fungizona; (Gibco®, Nova York, EUA). As células foram semeadas com área três vezes maior que a da passagem anterior. As células foram cultivadas até a 11a passagem, aproxidamadamente 40 dias, para a realização dos ensaios de genotoxicidade. Os testes foram realizados nas passagens 1, 3, 5, 7, 9 e 11, definidas aleatoriamente. 2.3 Viabilidade Celular Antes da realização dos ensaios genéticos, foi realizado teste de viabilidade celular, por meio do método de exclusão por azul de tripan (Gibco®, Nova York, EUA). As CT-TA foram contadas em câmara de Neubauer. A porcentagem de células vivas foram acima de 70% para continuidade da análise. Os testes de viabilidade celular, foram realizados nas passagens 1, 3, 5, 7, 9, e 11. 2.4 Diferenciações das células-tronco derivadas do tecido adiposo 2.4.1 Diferenciação Adipogênica Para induzir a diferenciação adipogênica, as CT-TA cultivadas até a 11a passagem foram plaqueadas a uma concentração de 1x105 células/cm2 e cultivadas até atingirem uma confluência de 80%. Após, as células foram cultivada durante 7 dias na presença do kit de diferenciação adipogênica StemPro® (Gibco®, Nova York, USA), utilizando a metodologia A 31 proposta pelo fabricante. A diferenciação adipogênica foi confirmada pela análise da coloração com Oil Red O (Sigma-Aldrich®, Missouri, EUA). 2.4.2 Diferenciação Condrogênica Para induzir a diferenciação condrogênica, as CT-TA cultivadas até a 11a passagem foram plaqueadas a uma concentração de 1x105 células/cm2 e cultivadas até atingirem uma confluência de 80%. Em seguida, as células foram cultivadas durante 14 dias na presença do kit de diferenciação condrogênica StemPro® (Gibco®, Nova York, USA), seguindo a metodologia proposta pelo fabricante. A diferenciação condrogênica foi confirmada pela análise da coloração com Alcian Blue (Sigma-Aldrich®, Missouri, EUA). 2.4.3 Diferenciação Osteogênica Para induzir a diferenciação osteogênica, as CT-TA cultivadas até a 11a passagem foram plaqueadas a uma concentração de 1x105 células/cm2 e cultivadas até atingirem uma confluência de 80%. Em seguida, as células foram cultivadas durante 21 dias na presença do kit de diferenciação ostegênica StemPro® (Gibco®, Nova York, USA), seguindo a metodologia proposta pelo fabricante. A diferenciação osteogênica foi confirmada pela análise da coloração com Alzarin Red S (Sigma-Aldrich®, Missouri, EUA). 2.5 Ensaio Cometa Para realização do Ensaio do Cometa (EC) foi utilizado metodologia adaptada da proposta por Singh e colaboradores (1988) [35]. Para o preparo da suspensão, foram homogenizados 100 μL de suspensão celular de cada cultura, nas passagens 1, 3, 5, 7, 9, e 11, com 75 μL de agarose LMP (Low Melting Point) 0,5% (Gibco®, Invitrogen, Nova York, EUA) a 37ºC e foram dispostas sobre as lâminas pré-gelatinizadas com agarose. Foram confeccionadas duas lâminas para cada cultura. As lâminas foram cobertas com lamínulas e mantidas em geladeira, por 15 minutos, para solidificação. Em seguida, as lâminas foram colocadas em solução de lise (2,5 M NaCL, 100mM EDTA, 10 mM Tris-HCL ), à 4°C, por cerca de 2h. Após a lise, as lâminas foram colocadas em solução tampão (NaOH, 0,3 mol L-1; EDTA 0,001 mol L-1) (pH>13) por 20 minutos e submetidas à eletroforese a 25 V, 300 mA, por 30 minutos. Após a eletroforese, as lâminas foram neutralizadas com Tris 0,4 mol L-1 por 15 minutos, por três vezes e as mesmas foram fixadas em etanol por 10 minutos e coradas com brometo de etídeo (0,02 mol L-1). Um total de 100 nucleóides foi analisado, sendo 50 para cada lâmina, em 32 microscópio de fluorescência Carl Zeiss Axion Scope A1, Cam ICc3 (Zeiss, Germany), na objetiva de 400x. Os danos no DNA foram quantificados e classificados de acordo com o tamanho da cauda do cometa; classe 0 (células sem dano), classe 1 (células ligeiramente danificado), classe 2 (dano intermediário), classe 3 (células apresentam cauda com tamanho equivalente a uma vez o tamanho do diâmetro da cabeça), classe 4 (não pode-se observar a cabeça do cometa, altamente danificado. Para o cálculo da Unidade Arbitrária admite-se a seguinte fórmula: UA = [(No de cometas classe 0 x 0) + (N0 de cometas classe 1 x 1) + (N0 de cometas classe 2 x 2) + (N0 de cometas classe 3 x 3) + (N0 de cometas classe 4 x 4)]. Assim, o Índice de dano variou entre a pontuação 0 (sem dano) a 400 (dano máximo). UA = N1 + 2N2 + 3N3 + 4N4 S Onde, UA = Unidade Arbitrária; N1 – N4 = nucleóides nas classes 1, 2, 3 e 4; S = número de nucleóides analisados, incluindo os da classe 0. 2.6 Teste de Micronúcleo Para realização do Teste de Micronúcleo (MCN) foi utilizado metodologia adaptada da proposta por Fenech (2007) [32]. O teste do MCN foi realizado após o cultivo celular atingir 8x104 células em frasco de cultura T25 (BD, Nova Jersey, EUA). As células foram expostas a citocalasina B (Sigma-Aldrich®, Missouri, EUA) por 24 horas. As CT-TA foram retiradas com o auxílio de tripsina (Gibco®, Nova York, EUA) e transferidas para tubo Falcon de 15 mL (BD, Nova Jersey, EUA). Posteriormente foi realizado o tratamento hipotônico das células por 3 minutos utilizando KCl 0,075M, adicionado gradativamente ao meio. A hipotonização foi interrompida com adição de fixador metanol/ácido acético, na proporção de 9:1. A centrifugação foi realizada por 6 minutos a 400g. A solução hipotônica foi descartada e o fixador adicionado. Um total de 20 µL do precipitado celular foi colocado sobre as lâminas. Após as lâminas foram colocadas em estufa a 60ºC, por 30 minutos e, a seguir, procedeu-se a coloração com Giemsa, por 10 minutos. As células foram analisadas em microscópio óptico Olympus CX 31, no aumento de 400 x. Para cada passagem foram analisadas duas lâminas, onde foram contadas 500 células binucleadas por lâmina, perfazendo um total de 1000 células. 33 2.7 Análise estatística As características de Micronúcleo (MCN) e os dados do Ensaio do Cometa (EC), foram submetidas aos testes de Shapiro-Wilk, para verificar a normalidade dos resíduos e de Bartlett, para homogeneidade entre as variâncias. A análise estatística foi efetuada com auxílio do pacote computacional R. Como as características não atenderam as pressuposições (normalidade e homogeneidade), foram submetidas à análise não paramétrica comparando as médias pelo teste de Friedman a 5% de probabilidade de erro. 2.8 Aspectos éticos O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual Paulista- UNESP- Campus de Assis (Assis, São Paulo) sob o número de registro CAAE: 35669914.7.0000.5401. 3. Resultados A partir do isolamento e cultivo das CT-TA, obteve-se a formação de células aderentes a superfície plástica e de aspecto fibroblastóide após dois dias de semeadura. Durante a cultura primária foram observadas quantidades mínimas de adipócitos maduros no meio da cultura. Deste modo, após quatro dias de cultura primária, foi possível observar uma população de células fibroblastóides, com aproxidamente 80% de confluência em relação à área de cultivo celular. As demais passagens foram realizadas a cada três dias e as células mantiveram o formato fibroblastóide, conforme apresenta-se na Figura 1. Figura 1. Cultivo de CT-TA. A) primeira passagem; B) terceira passagem; C) quinta passagem; D) sétima passagem; E) nona passagem; F) décima primeira passagem, aumento de 400x. Malagutti-Ferreira, 2016. 34 A caracterização e diferenciação das células-tronco mesenquimais, apresentaram os requisitos básicos descritos na metodologia, quanto ao potencial de diferenciação em linhagens adipogênica, condrogênica e osteogênica. Conforme resultados ilustrados na Figura 2, a diferenciação adipogênica foi confirmada por presença de vacúolos lipídicos indicados pela coloração Oil Red O. A diferenciação condrogênica com coloração Alcian Blue, onde o azul indica a síntese de proteoglicanos e a diferenciação osteogênica foi verificada mediante a coloração da matriz óssea com Alzarin Red S. Figura 2. Diferenciação de células-tronco mesenquimais derivadas de tecido adiposo humano A), B) e C) Diferenciação adipogênica corada com Oil Red O, aumento de 400 x; D), E) e F) Diferenciação condrogênica, corada com Alcian Blue, aumento de 400x; G), H) e I) Diferenciação osteogênica, corada com Alzarin Red S, aumento de 400 x. Malagutti-Ferreira, 2016. Para a obtenção de conclusão sólida sobre a integridade genômica das CT-TA durante o cultivo in vitro, visto que os danos podem ocorrer durante as passagens, os testes de genotoxicidade e mutagenicidade foram realizados em em oito pacientes do sexo feminino, com idade entre 35 a 48 anos, até a décima primeira passagem. Nas passagens: 1, 3, 5, 7, 9, e 11, foram realizados o EC e teste do MCN, buscando avaliar os possíveis efeitos sobre o material genético da CT-TA mantidas em cultura, os resultados encontrados estão apresentados na Tabela 2. 35 A partir da análise dos dados da Tabela 2, decorrentes dos testes de EC e MCN verifica- se danos genotóxicos nas células desde a primeira passagem. Os resultados mostraram que no teste EC, não houve diferença estatística entre as células mantidas em cultivo por diferentes passagens, no entanto é possível evidenciar que a partir da quinta passagem houve um aumento na média de danos encontrados. Os resultados do teste de MCN, apresentaram diferença significativa entre as passagens analisadas, onde a partir da sétima passagem, houve um aumento significativo de micronúcleo quando comparado com a primeira passagem. As Figura 3 e 4 ilustram as alterações encontradas nas diferentes passagens. Figura 3. Ensaio Cometa das CT-TA, corados com brometo de etídeo, cultivadas in vitro até a décima primeira passagem. A) Primeira passagem, classificação como dano 0; B) terceira passagem, classificação como dano 1; C) quinta passagem, classificação como dano 3; D) e E) décima primeira passagem, classificado como dano 1 e 4, respectivamente, aumento de 400x. . Malagutti-Ferreira, 2016. 36 Figura 4. Teste de MCN das CT-TA, coradas com Giemsa, cultivadas in vitro até a décima primeira passagem. A) e B) células binucleadas na terceira passagem, com aumento de 400x e 100x; C) e D) células binucleadas da quinta passagem, com aumento de 400x e 100x; E) célula com micronúcleo na sétima passagem, aumento de 400x; F) células com micronúcleo na décima primeira passagem, com aumento de 400x. Malagutti-Ferreira, 2016. 4. Discussão As CT-TA obtidas de oito pacientes em bom estado geral de saúde, do sexo feminino, foram mantidas em cultura até a 11a passagem. As células apresentaram as características fenotípicas para que uma célula seja considerada mesenquimal, como adesão á superfície do frasco de cultura, aspecto fibroblastóide, com capacidade de diferenciação, sob condições de indução in vitro, em osteócitos, condrócitos e adipócitos, conforme evidenciado na Figura 2. Estes resultados estão de acordo com os critérios propostos pela Sociedade Internacional de Terapia Celular – ISCT, para que uma célula seja definida como CTM [36]. Portanto, os resultados obtidos, conforme apresentados nas Figuras 1 e 2, representam validações consistentes, que as células analisadas neste estudo, obtidas do tecido adiposo são de origem mesenquimal. Vários estudos anteriores mostraram que a cultura e proliferação celular in vitro, podem resultar em danos ao DNA [18, 19]. Desta forma, é imprescindível que as céluas mantidas em cultura por longos períodos sejam submetidas a um rigosroso controle de qualidade e análise de genotoxicidade, a fim de avaliar a estabilidade genética de CTM A B C D E F 37 cultivadas in vitro para que se possa conferir segurança aos procedimentos de terapia celular. O Ensaio cometa (EC) e Teste do Micronúcleo (MCN) são técnicas amplamente empregadas em estudos de mutagênese a fim de avaliar a instabilidade genética [30, 31, 37, 38, 39, 40]. Os resultados do EC não apresentaram diferença estatística significativa entre as passagens analisadas, conforme se verifica na Tabela 2. Esses resultados estão em acordo com aqueles obtidos por Froelich e colaboradores (2013) [41] que, em estudo realizado com células do tecido adiposo até a décima passagem, não encontraram danos ao DNA. Em outro estudo, Nikita e colaboradores [42] avaliaram danos ao DNA, em células estromais mesenquimais multipotentes da medula óssea e tecido adiposo humano, utilizando o EC e observaram que 74% de células apresentaram danos nas passagens iniciais (3 e 4 passagem) e 69% nas passagens tardias (10 e 12 passagem). Em nosso estudo não foram observadas diferenças significativas entre a primeira e quinta passagem. A partir, no entanto, da sétima passagem houve aumento significativo de danos ao DNA. Esses resultados podem estar relacionados ao baixo número de amostras (n=8) analisado, bem como às condições de cultura. Vários estudos anteriores permitiram estabelecer uma correlação entre as condições de cultivo com alteração na viabilidade celular, além de uma relação diretamente proporcional entre o número de passagens com o aumento de alterações cromossômicas nas CTM. Dessa forma, é extremamente necessário minimizar o tempo de expansão [26, 43]. Os resultados do teste de MCN, conforme apresentados na Tabela 2, mostraram que ao longo das passagens há um aumento de danos, verificando-se diferença estatística significativa comparativamente entre a 1a e a 7a , 9a e 11a passagens. Os resultados obtidos neste trabalho mostram, portanto, a ocorrência de instabilidade genômica ao longo das passagens, que se apresentam estatisticamente significativas a partir da sétima passagem. Esses dados estão de acordo com os resultados obtidos por Nikita e colaboradores (2011) [44], em trabalho com cultivos celulares por longos períodos. Os autores encontraram associação entre à instabilidade genética com o aumento do número de passagens. Em um outro estudo realizado por Silva (2009) [45], mostrou que os padrões genômicos de CTM submetidas a diferentes passagens em cultura é capaz de uniformizar a população, pelo menos no que diz respeito a seu perfil molecular. Apesar de manter o potencial imunomodulatório, as células adquiriram, depois da 5a passagem, alterações no cariótipo, indicando que apresentam instabilidade genética. 38 Os resultados descritos acima, relativos ao nosso trabalho, bem como aqueles descritos por outros autores, estão em total desacordo com estudos realizados por Fondah e colaboradores (2009) [46], em trabalho realizado com CTM derivadas da medula óssea de ratos, mantidas em cultura até a 48a passagem [45, 44]. Os autores mostraram instabilidade genômica a partir da primeira passagem, bem como relataram uma tendência de redução de MCN ao longo das passagens e o aumento de células aneuplóides, com pelo menos uma aberração cromossômica, no decorrer da proliferação celular in vitro [46]. Espera-se, como evidenciado em inúmeros trabalhos da literatura que o cultivo celular prolongado, ou aumento do número de passagens in vitro, concorram para o aumento de alterações no material genético das células em cultivo [26, 47, 48, 49, 50]. A discrepância de resultados pode estar relacionada com diferenças na metodologia de cultivo, bem como no material empregado. Fondah e colaboradores (2009) [46], empregaram em seus estudos, células da medula óssea, enquanto em nosso trabalho foram utilizadas células estromais do tecido adiposo. Diante desses resultados, é necessário que novos estudos sejam conduzidos a fim avaliar e confrontar diferenças tão expressivas dos dados apresentados. Como decorrência dessas análises, impõem-se a necessidade de estudos adicionais e novas abordagens metodológicas, como análises com técnicas moleculares. Busca-se, dessa forma, avaliar com maior consistência e segurança no emprego, de células-tronco mantidas em cultura in vitro por períodos prolongados, em procedimentos de terapia celular em pacientes humanos. 5. CONCLUSÃO Os resultados relativos ás análises de integridade genômica mostraram que, no EC não houve diferença estatística significativa no decorrer das passagens, ou seja não foram detectados efeitos genotóxicos significativos entre a 1a até a 11a passagem. Os resultados com os testes de MCN mostraram, no entanto, um aumento estatístico significativo no número de micronúcleos a partir da 7a passagem, quando comparada com a 1a passagem. Estes resultados sinalizam o aumento do risco de ocorrência de efeitos genotóxicos com o aumento do tempo de cultivo das CT-TA, que se evidenciaram estatisticamente significativos a partir da 7a passagem de cultivo celular. Esses resultados indicam a necessidade de avaliação criteriosa e análises genéticas acuradas das CTM que tenham por finalidade o emprego dessas células em 39 protocolos de terapia celular pacientes humanos. Desta forma, o comprometimento da integridade genética, representa um risco a ser considerado nos procedimentos de terapia celular. Estudos adicionais, bem como novas abordagens de análise são necessárias a fim de se avaliar com maior segurança o emprego de células-tronco resultantes de culturas celulares proliferadas “in vitro” durante diferentes passagens. 6. REFERÊNCIAS [ 1] D. A. Melton, C. Cowan, “Stemness”: definitions, criteria, and standards. In: Lanza R (editor). Handbook of Stem Cells. New York: Elsevier/Academi Press, (2004) 1, 25-31. [2] National Institute of Health (NHI), Stem cells: scientific progress and future research directions. Bethesda, (2001) 1-4. [3] T. Maron-Gutierrez, I. Araujo, M. M. Morales, C. S. N. B. Garcia, P. R. M. 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Papers are welcomed in the following areas: New developments in genotoxicity testing of chemical agents (e.g. improvements in methodology of assay systems and interpretation of results). Alternatives to and refinement of the use of animals in genotoxicity testing. Nano-genotoxicology, the study of genotoxicity hazards and risks related to novel man-made nanomaterials. Studies of epigenetic changes in relation to genotoxic effects. The use of structure-activity relationships in predicting genotoxic effects. The isolation and chemical characterization of novel environmental mutagens. The measurement of genotoxic effects in human populations, when accompanied 44 by quantitative measurements of environmental or occupational exposures. The application of novel technologies for assessing the hazard and risks associated with genotoxic substances (e.g. OMICS or other high-throughput approaches to genotoxicity testing). Mutation Research - Genetic Toxicology and Environmental Mutagenesis is now accepting submissions for a new section of the journal that will be dedicated to the discussion of current issues relating to design, interpretation and strategic use of genotoxicity tests (Current Topics in Genotoxicity Testing). This section is envisaged to include discussions relating to the development of new international testing guidelines, but also to wider topics in the field. The evaluation of contrasting or opposing viewpoints is welcomed as long as the presentation is in accordance with the journal's aims, scope, and policies. Benefits to authors We also provide many author benefits, such as free PDFs, a liberal copyright policy, special discounts on Elsevier publications and much more. Please click here for more information on our author services . Please see our Guide for Authors for information on article submission. 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