UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências Farmacêuticas Campus de Araraquara Avaliações dos Estudos Farmacoeconômicos em Vigilância de Medicamentos Amanda Caetano Batista Araraquara – SP 2011 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências Farmacêuticas Campus de Araraquara Avaliações dos Estudos Farmacoeconômicos em Vigilância de Medicamentos Amanda Caetano Batista Orientador: Prof. Dra. Patrícia de Carvalho Mastroianni Departamento de Fármacos e Medicamentos Araraquara 2011 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, para obtenção do grau de Farmacêutico-Bioquímico. Dedicatória Aos meus pais Williams e Roseli, e minha irmã Camila, pela participação em minhas conquistas, apoio e amor incondicional ao longo dos anos. À minha avó Luiza, pelo apoio e motivação que sempre me proporcionou. À minha orientadora Patrícia de Carvalho Mastroianni, que preocupada com a formação de seus alunos, mostrou-se um exemplo de profissional. Agradecimentos Á minha orientadora Patrícia de Carvalho Mastroianni, pela ajuda e preocupação na orientação deste trabalho. Á Fabiana Rossi Varalo, por toda contribuição neste trabalho. Aos meus amigos de São Paulo, que mesmo distante sempre me apoiaram e contribuíram para minha formação. Aos amigos que fiz Araraquara, os quais me deram forças nos momentos difíceis e me proporcionaram alegrias em momentos inesquecíveis. Sumário 1. INTRODUÇÃO...............................................................................................11 1.1 FARMACOECONOMIA...............................................................................12 1.1 FARMACOVIGILÂNCIA..............................................................................16 2. OBJETIVOS..................................................................................................20 3. METODOLOGIA............................................................................................22 4. RESULTADOS..............................................................................................26 5. DISCUSSÃO..................................................................................................38 6. CONCLUSÃO................................................................................................44 7. REFERÊCIAS................................................................................................46 Resumo Propôs-se identificar estudos farmacoeconômicos segundo tipo de estudo (custo-efetividade, custo-benefício, minimização de custos ou custo- utilidade) em farmacovigilância e conhecer os resultados econômicos dos estudos de vigilância pós-comercialização. Por meio de uma revisão bibliográfica direcionada, selecionou-se estudos originais, considerando publicações nos anos de 1966-2010, durante o período de marco a maio de 2011, utilizando-se os descritores científicos em saúde “sistemas de notificação de reações adversas a medicamento” OR "erros de medicação" OR "vigilância de drogas comercializadas" OR "vigilância de evento sentinela" AND "análise custo-benefício" OR "analise custo-eficiência" OR "custos e analise de custo" OR "custos hospitalares" OR "custo-efetividade" OR "avaliação de custo- efetividade" OR "custos de medicamentos" nas bases de dados Lilacs, e Pubmed/Bireme. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos com idioma em inglês, espanhol e português; artigos originais; artigos que avaliem custo de RAM e/ou intervenções; artigos que avaliem o impacto e/ou consequência de um efeito adverso na farmacoeconomia; e foram excluídos da amostra, os artigos em outros idiomas e publicações de cartas, revisões, editorias e notícias; artigos inacessíveis e aqueles cuja leitura flutuante do título e resumo mostrou-se fora da proposta do trabalho. Identificou-se 13 artigos que contemplaram os critérios de inclusão proposto. Os tipos de análise identificados foram: análise de custo-benefício (12) e análise de custo- efetividade (1). Não foram identificados estudos com análise de custo utilidade e minimização de custos. As considerações dos estudos avaliados salientam a necessidade de pesquisas posteriores, para fortalecer as hipóteses testadas, evidenciando os resultados econômicos nas ações de farmacovigilância. Além disso, faz-se necessário o desenvolvimento de estudos que avaliem o impacto econômico dos desvios de qualidade e queixas técnicas de medicamentos para averiguar os gastos desta natureza e para estabelecimento de um efetivo controle pós-comercialização dos medicamentos registrados. A existência de poucos manuscritos que abordam aspectos farmacoeconômicos relacionados com a farmacovigilância pode ser explicada pelo fato dessas pesquisas serem recentes; a publicação mais antiga identificada neste trabalho tem aproximadamente 10 anos; além do difícil acesso de alguns estudos (73). Lista de Ilustrações Figura 1. Fluxograma da seleção e análise de conteúdo dos artigos encontrados nas bases de dados Lilacs e Pubmed (Medline), no período de 1966-2010 (n = 310).............................................................................25 Figura 2. Quadro Ilustrativo de resultados encontrados segundo aspectos levantados..............................................................................................35 Lista de Tabela Tabela 1. Relação dos estudos farmacoeconômicos – Análise de Custo- Efetividade e Análise de Custo-Benefício, segundo o país, método e resultados encontrados..........................27 Lista de Abreviaturas AINES = antiinflamatórios não esteroidais CBO = contraste de baixa osmolalidade EAs = eventos adversos EAM = eventos adversos a medicamentos ERV = enterococos resistente a vancomicina M.O. = microrganismo PAV = pneumonia associada à ventilação PRM = problema relacionado ao medicamento RAM = reação adversa ao medicamento TC = tomografia computadorizada 1. Introdução 12 Associando-se o conhecimento proveniente da Farmacologia Clínica e da Epidemiologia surgiu a Farmacoepidemiologia, que pode ser definida como a aplicação de conhecimentos, métodos e raciocínio de ambas, para estudar o uso de medicamentos em populações humanas, bem como, os efeitos tanto benéficos como adversos. Possui como objetivo descrever, explicar, predizer e controlar os efeitos e usos de tratamentos farmacológicos em populações definidas no tempo e espaço (STROM, 2000). Neste contexto da farmacoepidemiologia torna-se interessante o estudo e avaliações farmacoeconômicas em vigilância de medicamentos. 1.1 Farmacoeconomia: A farmacoeconomia é a aplicação da economia ao estudo dos medicamentos com a otimização da utilização de recursos financeiros sem prejuízo à qualidade do tratamento; a descrição, a análise e a comparação dos custos e das conseqüências de terapias medicamentosas para os pacientes, os sistemas de saúde e a sociedade, com o objetivo de conciliar as necessidades terapêuticas com as possibilidades de custeio (Secoli et al, 2005; Guimarães et al., 2007) . Seu corpo de conhecimento está pautado na economia da saúde que surgiu nos países desenvolvidos entre as décadas de 1990 e 2000 (Brian, 2004), como estratégia para melhorar a eficiência dos gastos no sistema de saúde (Bootman et al.,1996; Drummond et al.,1997) . A importância dos estudos nessa área provém da constatação de que os gastos com saúde vêm crescendo em ritmo acelerado em âmbito mundial, preocupando usuários, governos e sociedade (Folland et al.,1997) . 13 Segundo Médici (1994), nos países desenvolvidos os gastos com saúde passaram de 2% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) no final dos anos 40, para aproximadamente 6% a 10% do PIB, na década de 1970 (Burner et al., 1992; Bootman et al., 1996). No Brasil, em 2001, 7,3% do PIB foram gastos na saúde (Raimundo, 2002). A elevação dos gastos com saúde pode ser explicada por vários fatores, dentre os quais se destacam o envelhecimento populacional, as transformações nas estruturas de morbimortalidade da população e a introdução de novas tecnologias médicas (Médice, 1994; Mendes, 1999). Esses fatores trazem implicações econômicas (medidas preventivas, assistência secundária) que devem ser levadas em consideração. Um aspecto que merece ressalva são os interesses econômicos das empresas provedoras da tecnologia, que despertam necessidades crescentes entre profissionais e na população, no sentido de elevar o consumo e tornar mais complexa e onerosa a prestação de cuidados à saúde (Médice, 1994; Mendes, 1999). A economia da saúde, portanto, utilizando-se de instrumentos de avaliação, busca conciliar necessidades de ordem técnica, resultados clínicos e custos de intervenções terapêuticas, com a finalidade de identificar entre duas ou mais alternativas, aquela mais adequada a um grupo de indivíduos, instituição e sociedade (Follador, 1999). A aplicação da economia na prática clínica tem como objetivo apontar que o uso de recursos pode ser mais eficiente. Representa um valioso instrumento de apoio para tomada de decisões, que envolvem avaliação e direcionamento de investimentos baseados numa distribuição mais racional de recursos, permitindo aos profissionais conciliar 14 necessidades terapêuticas com possibilidades de custeio individual, das empresas provedoras de serviços ou de sistemas de saúde (Secoli et al., 2005). Para Basile et al. (2000), um dos principais elementos do estudo da farmacoeconomia é a variável custo. O custo representa o valor de todos os insumos (trabalho, materiais, pessoal, entre outros) utilizados na produção e distribuição de bens ou serviço (Flinkler,1982; Bonbardier & Eisenberg, 1985). Ele representa o elemento comum dos métodos da farmacoeconomia, que engloba os recursos considerados relevantes na aplicação do tratamento. São classificados em direto, indireto e intangível (Eisenberg,1989; Villar, 1995). Esta classificação permite a constituição do custo total de um produto, programa ou serviço.  Custos diretos: relacionados diretamente aos serviços de saúde, que implicam dispêndios imediatos, de identificação objetiva, correspondendo aos cuidados médicos e não médicos (Bonbardier & Eisenberg, 1985; Eisenberg, 1989; Lew et al., 1996).  Custos indiretos: relacionados à perda da capacidade produtiva do indivíduo ante o processo de adoecimento ou mortalidade precoce (Bonbardier & Eisenberg, 1985; Eisenberg, 1989; Villar, 1995; Lew et al., 1996).  Custos Intangíveis: são custos de difícil mensuração monetária (custos do sofrimento, da dor, da tristeza, da redução da qualidade de vida) (Bonbardier & Eisenberg,1985; Eisenber,1989; Villar,1995; Lew et al., 1996). 15 São quatro os tipos de análises estudadas pela farmacoeconomia: minimização de custos, custo-benefício, custo-efetividade e custo-utilidade.  Análise de minimização de custos: é a forma mais simples de avaliação econômica, somente os custos são submetidos a comparações, pois as eficácias ou efetividades das alternativas comparáveis são iguais (Eisenberg, 1989; Jol icoeur et al. , 1992; Sacristán Del Castilho, 1995; Bootman et al. , 1996; Drummond et al. , 1997). Essa análise é útil na comparação de doses e vias de administração, selecionando-se a de menor custo (Secoli et al., 2005).  Análise de custo-benefício: é a análise mais antiga no contexto das avaliações econômicas, pois foi amplamente utilizada no setor público como estratégia de avaliação de viabilidade econômica de projetos sociais, quando comparados em unidades monetárias (Ugá, 1995). Entretanto, é cada vez menos utilizada devido à dificuldade de transformar dimensões intangíveis como, por exemplo, sofrimento, morte, em unidades monetárias (Secoli et al., 2005).  Análise de custo-efetividade: o objetivo desta análise é avaliar o impacto de distintas alternativas de intervenção à saúde, permitindo melhorar os efeitos do tratamento em troca da aplicação de recursos adicionais. (Detsky & Naglie, 1990; Drummond, 1994; Ugá, 1995). Representa o tipo de análise mais utilizada na farmacoeconomia, pois possibilita o uso na prática cotidiana das mesmas unidades utilizadas nos ensaios clínicos (Secoli et al., 2005).  Análise de custo-utilidade: esta análise mede a quantidade e a qualidade de vida empregando o conceito de utilidade desenvolvido por 16 economistas, que se refere à satisfação obtida pelo paciente ante o impacto de uma intervenção em saúde. É considerado o tipo de análise mais complexa em farmacoeconomia, pois deve se levar em consideração o ponto de vista do paciente (Secoli et al., 2005) Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, a farmacoeconomia deve incluir, além da avaliação econômica de medicamentos, outros enfoques de importância na garantia do acesso e uso racional dos medicamentos (Mota et al, 2003), incluindo neste contexto estudos e estratégias de farmacovigilância, para que então se alcance um melhor aproveitamento dos tratamentos e recursos de saúde disponíveis. 1.2 Farmacovigilância: A farmacovigilância consiste da ciência e das atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados a medicamentos (OPAS/OMS, 2002). Seu campo de atuação inclui produtos fitoterápicos, medicamentos tradicionais e complementares, hemoterápidos, produtos biológicos, produtos para a saúde e vacinas (Craven et al, 1997; Meyboom et al, 1999; Fracchia et al, 2000). A disciplina da farmacovigilância desenvolveu-se consideravelmente, desde o relatório técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1972, e permanece como disciplina clínica e científica dinâmica. Tem sido essencial para se enfrentarem os desafios da crescente gama e potência dos medicamentos (vacinas inclusive), que carregam consigo um inevitável e, às 17 vezes, imprevisível potencial para dano (Organização Pan-Americana da Saúde, 2005). A análise da segurança dos medicamentos contribui para a avaliação dos benefícios, danos, efetividade e riscos dos medicamentos, incentivando sua utilização de forma segura, racional e efetiva incluindo o custo-efetivo (Sicily, 1997). Segundo a OMS (2002) a farmacovigilância, contempla “quaisquer problemas relacionados a medicamentos (PRM)”, como queixas técnicas, erros de medicação e interações medicamentosas. De acordo com a definição da ANVISA os PRM acima citados são definidos da seguinte forma:  Queixa técnica: qualquer notificação de suspeita de alteração/irregularidade de um produto/empresa relacionada a aspectos técnicos ou legais, e que poderá ou não causar dano à saúde individual e coletiva;  Erro de medicação: qualquer evento evitável que pode causar ou levar a um uso inapropriado de medicamentos ou causar dano a um paciente, enquanto a medicação está sob o controle dos profissionais de saúde, pacientes ou consumidores;  Interação medicamentosa: resposta farmacológica, toxicológica, clínica ou laboratorial causada pela combinação do medicamento com outros medicamentos, ou com alimentos, substâncias químicas ou doenças. 18 No âmbito da farmacovigilância, os hospitais sentinelas representam uma estratégia adicional para integrar a monitoração de medicamentos à prática clínica. O envolvimento dos profissionais de saúde com os princípios da farmacovigilância tem grande impacto na qualidade da assistência, tanto nos aspectos relacionados à prescrição, quanto na dispensação e no uso de medicamentos. A Rede Sentinela identifica, em produtos sob vigilância, problemas que comprometam a qualidade e a segurança do seu uso e envia às autoridades sanitárias os relatos desses problemas sob a forma de notificação e assim contribui com as ações regulatórias da Anvisa. Neste sentido, o acompanhamento sistematizado dos medicamentos disponíveis no mercado representa um poderoso instrumento gerencial do risco do seu uso (ANVISA, 2011). As notificações de problemas relacionados a medicamentos e a desvios de qualidade devem ser sempre prioridade (Galato et al, 2008), pois a notificação e intervenção farmacêutica reduzem a ocorrência de eventos adversos, aumentam a qualidade assistencial e diminuem custos para os estabelecimentos da saúde (Romano-Lieber et al,2003). Apesar do progresso que ocorreu na farmacovigilância, o fardo dos eventos adversos a medicamentos (EAM) na saúde pública pernamece significativo (Lazarou et al, 1998). Em 2000, publicação do Institute of Medicine (IOM) constatou eventos adversos preveníveis como uma das principais causas de morte nos Estados Unidos (Kohn et al, 2003). 19 Estudos farmacoeconômicos sobre os custos das reações adversas sugerem que os governos gastam quantias consideráveis do orçamento da saúde para cobrir os custos associados a elas (White, 1999), que em muitos casos são preveniveis. Ao considerar o custo de uma doença para a sociedade, os EAM e o que é gasto para identificá-las, preveni-las e gerenciá-las precisa ser incluído na análise. À medida que os medicamentos se tornam itens mais proeminentes nos orçamentos da saúde e que se deposita confiança nos médicos para controlar os custos e reduzir suas práticas prescritivas, a farmacovigilância tem importância crescente no tratamento de questões relativas aos custos da saúde (Organização Pan-Americana da Saúde, 2005). Neste contexto, fica, portanto explicita a necessidade de se adotar abordagem econômica para as questões relacionadas à saúde (Secoli et al., 2005). 2. Objetivos 21 Identificar estudos farmacoeconômicos em farmacovigilância, segundo a natureza da análise (custo-efetividade, custo-benefício, minimização de custos ou custo utilidade). Conhecer os resultados econômicos dos estudos de análise da segurança de medicamentos 3. Metodologia 23 Trata-se de uma revisão bibliográfica direcionada em que se pretendeu identificar os resultados farmacoeconômicos das intervenções em farmacovigilância, através de estudo secundário de artigos com análise econômica (custo-minimização, custo-efetividade, custo-utilidade e custo-benefício) nos estudos de farmacovigilância. Uma revisão bibliográfica direcionada é uma forma de pesquisa que utiliza como fonte de dados a literatura sobre determinado tema. Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidências relacionadas a uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada (Linde e Willich, 2003). Por ser uma revisão bibliográfica direcionada, esse é um tipo de estudo retrospectivo e secundário, cuja coleta de dados foi feita nas bases Lilacs, e Pubmed/Bireme, disponíveis no portal: http://www.bireme.br, considerando publicações nos anos de 1966-2010. A coleta de dados foi realizada durante os meses de março a maio de 2011. Os descritores científicos em saúde utilizados foram: “sistemas de notificação de reações adversas a medicamento” OR "erros de medicação" OR "vigilância de drogas comercializadas" OR "vigilância de evento sentinela" AND "análise custo-benefício" OR "analise custo-eficiência" OR "custos e analise de custo" OR "custos hospitalares" OR "custo-efetividade" OR "avaliação de custo-efetividade" OR "custos de medicamentos". Os artigos identificados nas bases de dados acima citadas, foram analisados conforme os seguintes critérios de inclusão: artigos com idioma em inglês, espanhol e português; artigos originais; artigos que avaliaram custo de RAM e/ou intervenções; artigos que avaliaram o impacto e/ou consequência de um efeito 24 adverso na farmacoeconomia. Foram excluídos da amostra, os artigos e publicações de cartas, revisões, editorias e notícias; artigos inacessíveis e aqueles cuja leitura flutuante do título e resumo mostrou-se fora da proposta do trabalho. Após análise de leitura flutuante dos artigos seguindo os critérios de seleção e análise prévia de resumo e título dos mesmos procedeu-se a análise de conteúdo propriamente dita. A análise de conteúdo é definida como sendo uma técnica de tratamento de dados de pesquisa voltada para a descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo de “comunicações” (textos, entrevistas, entre outros) (Bardin, 1977). Busca a interpretação de materiais de caráter qualitativo (Minayo, 1998) e é compreendida em três fases: pré-análise; extrapolação do material; e tratamento dos dados, interferência e interpretação. A pré-análise é a fase de organização, a qual se inicia, geralmente com os primeiros contatos com os documentos; a que se chama “leitura flutuante”. É o primeiro contato do analista com o material em estudo, que visa obter “impressões e orientações” a respeito dos referidos documentos (Bardin, 1977). A seguir, procede-se à escolha dos documentos, à formulação da hipótese e à preparação do material para análise. A extrapolação do material é uma fase que tem por objetivo a administração sistemática das decisões tomadas na pré-análise. Refere-se, fundamentalmente, às tarefas de codificação que envolvem o recorte (escolha das unidades), a numeração (escolha das regras de contagem) e a classificação (escolha das categorias) (Gil, 2006). Neste estudo, a identificação de medidas (ou ausência de medidas) de farmacovigilância e avaliação de seus impactos farmacoeconômicos. Após seleção criteriosa dos artigos, foi feita a tabulação dos dados, utilizando-se o Microsoft Office Excel 2007, com as seguintes informações: nome dos autores, tipo 25 de estudo, país de publicação, análise farmacoeconômica, ação de farmacovigilância e resultados/impacto. 4. Resultados 27 Por meio da utilização dos descritores, foram identificados 310 artigos, destes, apenas 26 foram selecionados, após a leitura flutuante, por contemplarem os critérios de inclusão. Foram excluídos 284 artigos pelos seguintes motivos: estudos de revisão, cartas, editoriais, notícias, publicações em idiomas diferentes do inglês, português e espanhol (87); publicações não disponíveis nas bases de dados dos periódicos CAPES, campus da UNIFESP, UNESP e USP (73) e artigos cujo título e resumo não contemplavam os objetivos do presente estudo (124). Depois de realizada a análise de conteúdo dos 26 artigos selecionados, foram excluídos estudos, pois: quatro não continham resultados farmacoeconômicos (Blomquvist et al., 2001; Brisson et al., 2001; Poon et al. 2003; Sales et al. 2005), cinco estudos relacionavam a farmacoepidemiologia e não farmacovigilância com a farmacoeconomia (Askarian e Gooran, 2003; Stone et al., 2003; Nakagomi et al., 2005; Baena et al., 2006; Sayed et al., 2008), três estudo que não relacionado com farmacovigilância, apenas com a questão da farmacoeconomia (Geinderberger et al., 1998; Trooskin, 2002; Kirkwood et al.,2007) e um estudo em que os dados da conclusão estava conflitante com os dados do resumo (Decaudin B et al., 2004). Em seguida realizou-se a leitura criteriosa (análise de conteúdo) dos 13 artigos selecionados que contemplavam os critérios de inclusão (Figura 1). 2 8 F ig u ra 1 . F lu x o g ra m a d a s e le ç ã o e a n á lis e d e c o n te ú d o d o s a rt ig o s e n c o n tr a d o s n a s b a s e s d e d a d o s L ila c s e P u b m e d ( M e d lin e ), n o p e rí o d o d e 1 9 6 6 -2 0 1 0 ( n = 3 1 0 ). A rt ig o s E x c lu íd o s (1 3 ) A rt ig o s E le g ív e is (1 3 ) A rt ig o s S e le c io n a d o s (2 6 ) R e v is õ e s , C a rt a s , E d it o ri a is , N o tí c ia s , O u tr o s I d io m a s (8 7 ) (3 1 1 ) In a c e s s ív e is (7 3 ) E x c lu íd o s p o r le it u ra fl u tu a n te d o t ít u lo e re s u m o (1 2 4 ) (3 1 1 ) A rt ig o s E x c lu íd o s (2 8 4 ) A rt ig o s I d e n ti fi c a d o s (3 1 0 ) 29 Através da análise de conteúdo dos artigos foram levantadas as seguintes informações: autor e ano de publicação, país, análise, ação de farmacovigilância/intervenção e resultado/impacto. Os estudos foram publicados no período de 2001-2008, foram realizados nos Estados Unidos (8), Espanha (2), Inglaterra (2) e Suíça (1). Os tipos de análises farmacoeconômicas identificadas foram: análise de custo-efetividade (12) e análise de custo-benefício (1). Quanto às técnicas utilizadas nas intervenções de farmacovigilância, estas foram categorizadas, sengundo o método: intervenções educativas, equipes de monitoramento e orientação (5); mudança de protocolos e busca ativa de eventos adversos (EA) (4); implantação de sistemas informatizados que permitem a detecção e prevenção de EA, erros de medicação (2); monitoramento e orientação para redução de EA cardíacos causados por vacinação (1) e estratégias para identificação e consequente monitoramento de medicamentos (1) (tabela 1). Não foram identificados estudos com análise de custo utilidade e minimização de custos. 3 0 T a b e la 1 . R e la ç ã o d o s e s tu d o s f a rm a c o e c o n ô m ic o s – A n á lis e d e C u s to -E fe ti v id a d e e A n á lis e d e C u s to -B e n e fí c io , s e g u n d o o p a ís , m é to d o e r e s u lt a d o s e n c o n tr a d o s . A u to r e A n o d e P u b li c a ç ã o P a ís A n á li s e C o n te x to A ç ã o d e F a rm a c o v ig il â n c ia /I n te rv e n ç ã o R e s u lt a d o /I m p a c to F a lc o n ie r e t a l, 2 0 0 1 S u íç a C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o p ro s p e c ti v o d e 1 2 m e s e s e m p a c ie n te s c o m p ro b le m a s r e n a l c o m p a ra d o a u m g ru p o c o n tr o le re tr o s p e c ti v o e m 3 9 le it o s d e u m h o s p it a l u n iv e rs it á ri o E d u c a ç ã o e t re in a m e n to d e m é d ic o s , p a ra a ju s te d e d o s e i d e a l a o s p a c ie n te s c o m p ro b le m a s re n a is A ju s te d e d o s e l e v o u a u m a e c o n o m ia d e c u s to s (1 3 ,7 % e m r e la ç ã o à d o s e p a d rã o ) e p re v e n ç ã o d e r e a ç õ e s a d v e rs a s a m e d ic a m e n to F e rt le m a n e t a l, 2 0 0 5 In g la te rr a C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o c o m a f in a lid a d e d e r e d u z ir o s e rr o s d e m e d ic a ç ã o e o s c u s to s d e p re s c ri ç ã o n o E U A e e m h o s p it a is e s c o la s d o R e in o U n id o . F e it o e m N o rt h w ic k P a rk H o s p it a l, L o n d re s c o le ta n d o d a d o s s o b re a p re s c ri ç ã o d e t rê s ro n d a s p ó s e x a m e s c o n s e c u ti v a s n a s a la s . In tr o d u ç ã o d e u m f a rm a c ê u ti c o n a s e q u ip e s c lí n ic a s d e " ro n d a s p ó s e x a m e s n a s a la s " p a ra a n a lis a r a d m is s õ e s d e p a c ie n te s p e lo s m é d ic o s d o h o s p it a l E d u c a ç ã o c o n ti n u a d a p a ra a m b a s a s p ro fi s s õ e s , m e lh o ri a d o a te n d im e n to a o p a c ie n te , m a io r e fi c á c ia e o ti m iz a ç ã o d a p re s c ri ç ã o , re d u ç ã o d o r is c o d o p a c ie n te e d o c u s to d o m e d ic a m e n to ( £ 8 8 .6 p o r p a c ie n te p o r a n o ) n o m o m e n to d a a lt a 3 1 A u to r e A n o d e P u b li c a ç ã o P a ís A n á li s e C o n te x to A ç ã o d e F a rm a c o v ig il â n c ia /I n te rv e n ç ã o R e s u lt a d o /I m p a c to K a p la n e t a l, 2 0 0 5 E s ta d o s U n id o s C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o c o m a fi n a lid a d e d e a n a lis a r a e x te n s ã o d o s e rr o s e m in d ic a ç õ e s p a ra u s o d e p a n to p ra z o l IV e a v a lia r s e i n te rv e n ç õ e s m u lt id is c ip lin a re s p o d e ri a m m e lh o ra r s e u u s o e r e d u z ir o s c u s to s . F o ra m a n a lis a d o s p a c ie n te s c o m p re s c ri ç ã o d e p a n to p ra z o l IV d u ra n te q u a tr o m e s e s a n te s e a p ó s a s i n te rv e n ç õ e s m u lt id is c ip lin a re s re a liz a d a s T ra b a lh o c o n ju n to d e m é d ic o s e fa rm a c ê u ti c o s , q u e e n v o lv e m e d u c a ç ã o d o s m é d ic o s , s im p lif ic a ç ã o d o p ro c e s s o d e p e d id o ( p re s c ri ç ã o ) d e p a n to p ra z o l IV , c a p a c it a ç ã o d e f a rm a c ê u ti c o s p a ra i d e n ti fi c a r e c o rr ig ir e rr o s d e m e d ic a ç ã o , o ti m iz a ç ã o d o u s o d a e n d o s c o p ia n o s p a c ie n te s c o m p re s c ri ç ã o d e a lt a s d o s e s d e in fu s ã o c o n tí n u a d e p a n to p ra z o l IV A b o rd a g e m m u lt id is c ip lin a r re s u lt o u e m m e lh o ra n o c o m p o rt a m e n to m é d ic o c o m r e la ç ã o a o u s o d e p a n to p ra z o l IV , m e lh o ri a s e m p re s c ri ç õ e s a d e q u a d a s , e n tr e ta n to n ã o t ro u x e r e d u ç õ e s s ig n if ic a ti v a s n o s c u s to s R o s ic h e t a l, 2 0 0 5 E s p a n h a C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o p a ra a v a lia ç ã o a n te ri o r e p o s te ri o r a i n te rv e n ç õ e s m é d ic a s i n d iv id u a is e e m g ru p o s . D a d o s d a p re s c ri ç ã o f o ra m o b ti d o s n a f a rm á c ia d o I n s ti tu to d e S a ú d e d e C a ta lã o , o s p e rí o d o s p ré e p ó s in te rv e n ç ã o f o ra m c o m p a ra d o s In te rv e n ç õ e s e d u c a ti v a s re la c io n a d a à p re s c ri ç ã o d e A IN E S , p ri n c ip a lm e n te c o x ib e s . A in te rv e n ç ã o e d u c a ti v a f o i in d iv id u a liz a d a p a ra m é d ic o s g ra n d e s p re s c ri to re s , e e m g ru p o p a ra o u tr o s p ro fi s s io n a is . T a m b é m fo i e m it id o u m a le rt a d a A g ê n c ia E s p a n h o la d e M e d ic a m e n to s s o b re ri s c o s c a rd io v a s c u la re s d e s te s fá rm a c o s D im in u iç ã o n a p re s c ri ç ã o d e c o x ib e s , m e lh o ri a n a in d ic a ç ã o d e A IN E s e n a re d u ç ã o , m a n ti d a e m lo n g o p ra z o , d o c u s to p o r d ia d e t ra ta m e n to (r e d u ç ã o d e 1 9 .4 8 0 € /m ê s n o p e rí o d o p ó s - in te rv e n ç ã o i m e d ia ta e d e 1 8 .5 5 5 € /m ê s n o p e rí o d o p ó s -i n te rv e n ç ã o t a rd ia ) 3 2 A u to r e A n o d e P u b li c a ç ã o P a ís A n á li s e C o n te x to A ç ã o d e F a rm a c o v ig il â n c ia /I n te rv e n ç ã o R e s u lt a d o /I m p a c to J a in e t a l, 2 0 0 6 E s ta d o s U n id o s C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o c o m a fi n a lid a d e d e m o s tr a r q u e m e lh o ri a s n a q u a lid a d e fo c a d a s n o t ra b a lh o e m g ru p o e m u d a n ç a d e c u lt u ra p o d e m r e d u z ir in fe c ç õ e s n o s o c o m ia is e c u s to s . F o i fe it o n u m h o s p it a l e m M is s is s ip i c o m 2 8 l e it o s d e U T I c ir ú rg ic a s ( 9 5 % o p u p a d a s ) e m o u tu b ro d e 2 0 0 2 e c o m p a ra d o s c o m o s a n o s d e 2 0 0 1 e 2 0 0 3 ( p ré e p ó s in te rv e n ç ã o ) Q u a tr o m u d a n ç a s f o ra m im p le m e n ta d a s : o m é d ic o c o n d u z iu v is it a s m u lt id is c ip lin a re s ; fl u x o d iá ri o d e r e u n iã o p a ra a v a lia r a d is p o n ib ili d a d e d e le it o s ;c o n ju n to s d e m e lh o re s p rá ti c a s b a s e a d a s e m e v id ê n c ia s , e m u d a n ç a s d e c u lt u ra c o m to m a d a d e d e c is ã o e m e q u ip e M e lh o ra n o s i n d ic a d o re s (t a x a s d e i n fe c ç ã o h o s p it a la r, e v e n to s a d v e rs o s p o r U T I/ d ia , te m p o m é d io d e i n te rn a ç ã o e c u s to m é d io p o r e p is ó d io d e U T I) , re d u ç ã o n o c u s to (d e $ 3 4 0 6 p a ra $ 2 9 7 3 ) e te m p o d e p e rm a n ê n c ia n o s h o s p it a is . N e c e s s id a d e d e m a is e s tu d o s e c o m m a io r ri g o r R a fo th 2 0 0 2 E s ta d o s U n id o s C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o f e it o c o m a n á lis e d e r e v is õ e s d e p re s c ri ç õ e s m é d ic a s e m 2 6 2 l e it o s c o m 4 8 9 m é d ic o s a ti v o s . E s c a la s p a d ro n iz a d a s f o ra m im p le m e n ta d a s c o m a c e it a ç ã o g e n e ra liz a d a 8 0 % d e u s o d e p o is d e 6 m e s e s . P a d ro n iz a ç ã o d e o rd e n s m é d ic a s , te m p o d e t e s te d e g lic o s e e re g im e d e d o s a g e m d e i n s u lin a e m p a c ie n te s c o m d ia b e te s m e lli tu s t ip o I I R e d u ç ã o d e c u s to s h o s p it a la re s , e a u m e n to n a q u a lid a d e d e a te n d im e n to p e rc e b id a p e lo s p a c ie n te s . 3 3 A u to r e A n o d e P u b li c a ç ã o P a ís A n á li s e C o n te x to A ç ã o d e F a rm a c o v ig il â n c ia /I n te rv e n ç ã o R e s u lt a d o /I m p a c to L a i e t a l, 2 0 0 3 E s ta d o s U n id o s C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o e m u n id a d e s m é d ic a s e c ir ú rg ic a s d e t e ra p ia in te n s iv a e m u m h o s p it a l u n iv e rs it á ri o . T o d o s o s p a c ie n te s c o m v e n ti la ç ã o m e c â n ic a n a s U T Is fo ra m m o n it o ri z a d o s ( a fi m d e e v it a r P A V ) d e ja n e ir o d e 1 9 9 7 a té d e z e m b ro d e 1 9 9 8 E le v a ç ã o d a c a b e c e ir a d a c a m a , u s o d e á g u a e s té ri l e s u b s ti tu iç ã o d e t o rn e ir a s c o m v á lv u la s d e t u b o s d e a lim e n ta ç ã o e n te ra l p a ra n a s o g á s tr ic a , e d a m u d a n ç a d o s c a te te re s e m l in h a d e s u c ç ã o d e 2 4 p a ra 4 8 h ; d e 4 8 p a ra 7 2 h e d e 7 2 h p a ra q u a n d o n e c e s s á ri o A r e a liz a ç ã o d e u m a v ig ilâ n c ia i n te n s iv a , fo rn e c e n d o f e e d b a c k p a ra o p e s s o a l d e s a ú d e e n v o lv id o n a a s s is tê n c ia d ir e ta a o p a c ie n te , fo i a s s o c ia d a c o m r e d u ç ã o n a p n e u m o n ia e e c o n o m ia d e c u s to (e c o n o m ia l íq u id a d e $ 3 4 9 .8 9 9 ) V a lls e t a l, 2 0 0 3 E s p a n h a C u s to - e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o n u m h o s p it a l e m q u e n o p e rí o d o d e 1 9 9 5 a té d e z e m b ro d e 1 9 9 8 fo ra m r e a liz a d o s u m to ta l d e 1 9 .8 3 4 e x a m e s c o m c o n tr a s te . A m é d ia d e c o n tr a s te d e a lt a o s m o la lid a d e u ti liz a d o fo i d e 7 1 % ( 1 3 .6 7 0 ) e a m é d ia d e c o n tr a s te d e b a ix a o s m o la lid a d e u ti liz a d o f o i d e 2 9 % (5 .8 8 4 ) M o d if ic a ç õ e s n a s d ir e tr iz e s d o h o s p it a l, p a ra u s o s e le ti v o d e c o n tr a s te d e b a ix a o s m o la lid a d e : p a c ie n te s c o m r e a ç ã o a d v e rs a a n te ri o r m o d e ra d a o u l ig e ir a ; h is tó ri c o d e a s m a e c o m p ro m e ti m e n to p u lm o n a r g ra v e ; d is fu n ç ã o c a rd ía c a ; d e b ili ta ç ã o g ra v e ; in s u fi c iê n c ia r e n a l a g u d a o u c rô n ic a ; p a c ie n te s c o m s u s p e it a o u c o m n e o p la s ia m a lig n a d a g lo te c o m g ra v e p o te n c ia l d e c o m p ro m e ti m e n to d a s v ia s a é re a s c o n fi rm a d a ; e d o e n ç a s e s p e c íf ic a s (m ie lo m a m ú lt ip lo , fe o c ro m o c it o m a e m ia s te n ia g ra v is ) O u s o s e le ti v o d e c o n tr a s te d e b a ix a o s m o la lid a d e n a T C é s e g u ro e e fi c a z e r e s u lt a e m u m a r e d u ç ã o d o s c u s to s . S e o ri e n ta ç õ e s a d e q u a d a s f o re m a p lic a d a s p a ra d e te c ta r p a c ie n te s d e a lt o r is c o , o u s o d e s s e t ip o d e c o n tr a s te p o d e s e r re s tr it o p a ra a p ro x im a d a m e n te 3 0 % d o s p a c ie n te s N o ta : P A V = P n e u m o n ia A s s o c ia d a à V e n ti la ç ã o M e c â n ic a ; U T I = U n id a d e d e T e ra p ia I n te n s iv a 3 4 A u to r e A n o d e P u b li c a ç ã o P a ís A n á li s e C o n te x to A ç ã o d e F a rm a c o v ig il â n c ia /I n te rv e n ç ã o R e s u lt a d o /I m p a c to C o h e n e t a l, 2 0 0 5 E s ta d o s U n id o s C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o c o m a fi n a lid a d e d e a v a lia r o im p a c to d e u m p ro g ra m a d e s e g u ra n ç a n o h o s p it a l. P a ra i s s o f o ra m m o n it o ra d o s o s p a c ie n te s d o h o s p it a l d e j a n e ir o d e 2 0 0 1 a d e z e m b ro d e 2 0 0 3 . O s d a d o s f o ra m c o le ta d o s d u ra n te o s 6 p ri m e ir o s m e s e s e p ro to c o lo lo s d e m ú lt ip lo s m e d ic a m e n to s e o u tr a s i n te rv e n ç õ e s f o ra m in s ti tu íd o s n o s o u tr o s 9 m e s e s . F o i c ri a d o o c o n s e lh o d e s e g u ra n ç a d o p a c ie n te e m m a io d e 2 0 0 1 , u m e s p e c ia lis ta e m s e g u ra n ç a d o p a c ie n te f o i c o n tr a ta d o e m t e m p o i n te g ra l e m ju lh o d e 2 0 0 1 e n o v o s s is te m a s d e r e la to s d e E A f o ra m c o lo c a d o s e m p rá ti c a , a lé m d a e la b o ra ç ã o d e n o v o s p ro to c o lo s O p ro g ra m a r e d u z iu a ta x a e a s e v e ri d a d e d o s e v e n to s a d v e rs o s re la c io n a d o a o m e d ic a m e n to e e s ti m a u m a e c o n o m ia d e 1 0 m ilh õ e s d e d ó la re s p o r a n o ( e x c lu in d o c u s to s o rg a n iz a c io n a is i n d ir e to s c o m m a rk e ti n g e c u s to s o p e ra c io n a is ) A n d e rs o n e t a l, 2 0 0 2 E s ta d o s U n id o s C u s to -e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o a p a rt ir d e u m m o d e lo d e s im u la ç ã o d e c o m p u ta d o r re p re s e n ta n d o o s is te m a d e e n tr e g a d e m e d ic a ç ã o e m u m h o s p it a l. O s p a râ m e tr o s d o m o d e lo fo ra m e s ti m a d o s a p a rt ir d e u m e s tu d o d o s e rr o s d e p re s c ri ç ã o e m d o is h o s p it a is d e u n id a d e s m é d ic a e c ir ú rg ic a . I m p la n ta ç ã o d e u m s is te m a in fo rm a ti z a d o d e s d e a p re s c ri ç ã o a té a a d m in is tr a ç ã o d o m e d ic a m e n to D e te c ç ã o e p re v e n ç ã o d e E A s p o d e ri a m e c o n o m iz a r a té 1 .2 2 6 d ia s d e h o s p it a liz a ç ã o e U S $ 1 ,4 m ilh õ e s e m c u s to s h o s p it a la re s a n u a lm e n te 3 5 A u to r e A n o d e P u b li c a ç ã o P a ís A n á li s e C o n te x to A ç ã o d e F a rm a c o v ig il â n c ia /I n te rv e n ç ã o R e s u lt a d o /I m p a c to W u e t a l, 2 0 0 7 In g la te rr a C u s to - e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o p a ra a v a lia r re d u ç ã o d e E A s d e i n tr o d u ç ã o d e p re s c ri ç ã o e a d m in is tr a ç ã o e le tr ô n ic a s . A n á lis e d e c u s to in c re m e n ta l fo i re a liz a d a c o m p a ra n d o o s is te m a d e p re s c ri ç ã o e a d m in is tr a ç ã o e le tr ô n ic o s c o m o s is te m a m a n u a l p a d rã o u s a d o e m u m a in s ti tu iç ã o d e s a ú d e a o l o n g o d e 1 0 a n o s . E s ti m a ti v a s d e e fe it o fo ra m o b ti d a s a tr a v é s d a lit e ra tu ra e o s d a d o s d e c u s to fo ra m o b ti d o s e m u m a in s ti tu iç ã o d e c u id a d o s d a s a ú d e e m T o ro n to , C a n a d á C o m p a ra ç ã o e n tr e m é to d o a n ti g o d e p re s c ri ç ã o e m p a p é is e o m é to d o i n fo rm a ti z a d o d a p re s c ri ç ã o a té a d m in is tr a ç ã o O e s tu d o n ã o e v id e n c io u d im in u iç ã o d e E A n a d if e re n ç a e n tr e o s d o is m é to d o s O rt e g a -S a n c h e z e t a l, 2 0 0 8 E s ta d o s U n id o s C u s to - e fe ti v id a d e E s tu d o r e a liz a d o , p o is , d e 1 3 9 m il c iv is v a c in a d o s c o n tr a a v a rí o la e m 2 0 0 3 , 2 0 3 r e la ta ra m e v e n to a d v e rs o c a rd io v a lc u la r. U s a ra m -s e v ig ilâ n c ia e a c o m p a n h a m e n to d e p e s q u is a d e d a d o s d o s p a c ie n te s c o m e v e n to a d v e rs o c a rd ía c o A v a lia ç ã o d e r is c o s e c u s to s d e e v e n to s a d v e rs o s c a rd ía c o s e m u m a h ip o té ti c a c a m p a n h a d e v a c in a ç ã o e m m a s s a c o n tr a a v a rí o la e m a d u lt o s E A s c a rd ía c o s r e d u z e m a p ro d u ti v id a d e ( 1 5 .9 6 9 d ia s d e t ra b a lh o p e rd id o s ) e c u s ta m U S $ 1 1 p o r p e s s o a v a c in a d a . E m u m a c a m p a n h a d e v a c in a ç ã o e m m a s s a , o s c u id a d o s c o m E A s 3 6 A u to r e A n o d e P u b li c a ç ã o P a ís A n á li s e C o n te x to A ç ã o d e F a rm a c o v ig il â n c ia /I n te rv e n ç ã o R e s u lt a d o /I m p a c to p a ra e s ti m a r o s r e c u rs o s u ti liz a d o s d u ra n te u m p ro g ra m a d e v a c in a ç ã o c o n tr a a v a rí o la e m 2 0 0 3 , u s a ra m -s e u m p ro g ra m a p ro b a b ilí s ti c o p a ra e s ti m a r o s c u s to s p o te n c ia is d o s e v e n to s a d v e rs o s c a rd ía c o s e m u m a c a m p a n h a d e v a c in a ç ã o e m m a s s a d e v e m t e r re c u rs o fi n a n c e ir o e e s tr u tu ra l, p o is s e u n ú m e ro s e ri a a lt o L e e e t a l, 2 0 0 5 E s ta d o s u n id o s C u s to -b e n e fí c io d e i n te rv e n ç õ e s E s tu d o r e a liz a d o a p a rt ir d e 2 0 0 a m o s tr a s d e f e z e s s u b m e ti d a s a o t e s te d e C . d if fi c ile e m q u e f o ra m e n c o n tr a d o s c in c o p a c ie n te s c o m E R V e m á re a s d e n ã o a lt o -r is c o n ã o fa z e n d o p a rt e d a r o ti n a d e v ig ilâ n c ia d e p a c ie n te . A re v is ã o d o s p ro n tu á ri o s re v e lo u q u e t o d o s o s c in c o h a v ia m s id o h o s p it a liz a d o s d o is a n o s a n te s e t rê s ti n h a m h is tó ri c o d e d o e n ç a re n a l E s tr a té g ia s d e v ig ilâ n c ia p a ra id e n ti fi c a ç ã o d e p a c ie n te s c o m E R V : c o n ti n u id a d e d a p rá ti c a d e tr ia g e m u s u a l; t ri a g e m u s u a l d o s p a c ie n te s m a is a q u e le s c o m h is tó ri c o d e d o e n ç a r e n a l; e tr ia g e m u s u a l d e p a c ie n te s m a is a q u e le s q u e t iv e ra m i n te rn a ç ã o n o s ú lt im o s d o is a n o s A e s tr a té g ia d e s is te m a s d e v ig ilâ n c ia q u e e n v o lv e u o m a io r ra s tr e io d o n ú m e ro d e p a c ie n te s (t o d o s a q u e le s c o m h is tó ri a d e i n te rn a ç ã o h o s p it a la r n o s d o is a n o s a n te ri o re s ) re s u lt o u e m m a io r c u s to d e t ri a g e m p o r p a c ie n te a d m it id o ( $ 2 ,4 8 ), m e n o r c u s to p o r a d m is s ã o d o p a c ie n te ( 4 8 0 d ó la re s ), e m e lh o r ta x a s d e s o b re v iv ê n c ia . N o ta : E A = E v e n to s A d v e rs o s 3 7 F ig u ra 2 . Q u a d ro I lu s tr a ti v o d e r e s u lt a d o s e n c o n tr a d o s s e g u n d o o s s e g u in te s a s p e c to s l e v a n ta d o s : A s p e c to s R e s u lt a d o s T e m p o ra l 2 0 0 1 -2 0 0 8 P a ís E s ta d o s U n id o s , In g la te rr a , S u íç a e E s p a n h a T ip o d e e s tu d o N ã o f o ra m i d e n ti fi c a d o s e s tu d o s d e a n á lis e d e c u s to u ti lid a d e e m in im iz a ç ã o d e c u s to s F á rm a c o s R a d io fa rm a c o s , in s u lin a , v a n c o m ic in a , p a n to p ra z o l e A IN E S p ri n c ip a lm e n te c o x ib e s P a rt ic ip a ç ã o d e f a rm a c ê u ti c o s e m e q u ip e s m u lt id is c ip lin a re s P o d e m i d e n ti fi c a r e p re v e n ir E A , e rr o s d e m e d ic a ç ã o e t ra z e r e c o n o m ia s S is te m a s i n fo rm a ti z a d o s P o d e m i d e n ti fi c a r in d ic a d o re s d e d e te c ç ã o e p re v e n ç ã o d e E A L im it a ç ã o d o e s tu d o C o n s u lt a d e 2 b a s e s d e d a d o s , c ri té ri o s d e s e le ç ã o e a rt ig o s i n d is p o n ív e is 5. Discussão 39 Um desafio importante na vigilância da saúde pública é garantir a sua utilidade através de avaliações rigorosas e rotineiras (Traker et al, 1994). Avaliações econômicas de vigilância e programas de intervenção são de grande importância para assegurar que os limitados recursos de saúde pública sejam colocados à sua melhor utilização (Klaucke et al, 1988). A existência de poucos estudos que abordam aspectos farmacoeconômicos relacionados com a farmacovigilância talvez possa ser explicada pelo fato destas pesquisas serem recentes (a publicação mais antiga identificada neste trabalho tem aproximadamente, 10 anos). Além disso, deve-se ressaltar o difícil acesso da maioria dos manuscitos, visto que não foi possível avaliar muitos títulos (23,54%) de artigos identificados (284) devido à falta de acesso e por estarem indisponíveis (73). O motivo para esta dificuldade pode ser explicado pelo fato das bibliotecas das universidades públicas do estado de São Paulo não assinarem os periódicos em que este tema é publicado comumente. Por isso, faz-se necessária a disponibilização destes jornais para a consulta, haja vista que nestas instituições de ensino há cursos de saúde (medicina, farmácia, enfermagem) e hospitais escolas, os quais poderiam ser beneficiados com tal conteúdo e prática. A maioria dos países desenvolvidos apresenta prática consolidada de Farmácia Clínica, talvez por esse motivo os estudos identificados neste trabalho foram realizados apenas nesses países, com destaque para os Estados Unidos que apresentou a maior concentração dos mesmos (oito dos treze estudos encontrados). A partir da análise e categorização dos estudos de custo-benefício e custo- efetividade identificados e analisados, pode-se classificar as intervenções em farmacovigilância e resultados das seguintes maneiras: 40  Intervenções educativas com informação e treinamento de médicos (relacionados à prescrição de alguns medicamentos e ajuste de dose); inserção de farmacêuticos em equipes multidisciplinares; e mudança de cultura para tomada de decisões em equipe proporcionou ajuste de dose e conseqüente economia de custos de 13,7% em relação à dose padrão, prevenção de EA (Falconier et al, 2001); educação continuada para ambas as profissões com melhoria do atendimento ao paciente, maior eficácia e otimização da prescrição (Fertleman et al, 2005; Kaplan et al, 2005; Rosich et al, 2005), redução do risco ao paciente e do custo do medicamento (Fertleman et al, 2005); redução do custo de tratamento (passando de 2,1% para 1,2 % da despesa total da farmácia) (Rosich et al, 2005) e redução de custos e tempo de hospitalização (Jain et al, 2006).  Mudança de protocolos e busca ativa de EA, como padronizações de ordens médicas para testes de glicose (Rafoth, 2002); mudanças em ações para evitar PAV (Lai et al, 2003); mudanças nas diretrizes para uso seletivo de contraste de baixa osmolalidade para exame de CT (Valls et al, 2003); e criação de sistema de segurança ao paciente para relatos de EA, resultaram em redução de custos hospitalares (Rafoth, 2002; Lai et al, 2003; Valls et al,2003; Cohen et al, 2005), aumento da qualidade de atendimento aos pacientes (Rafoth, 2002), redução da taxa e severidade de EA (Cohen et al, 2005).  Implantação de Sistemas informatizados desde a prescrição até a administração do medicamento (Anderson et al, 2002; Wu et al, 2007) que permitem a detecção e prevenção de EA, erros de medicação 41 levou a conclusão de que a detecção de EA através deste método poderia economizar até 1.226 dias de hospitalização e $ 1,4 milhões em custos hospitalares anualmente (Anderson et al, 2002), no entanto, se fazem necessários mais estudos em outros serviços e equipes, pois quando comparados o método de prescrição em papel com o método informatizado não houve diferença de diminuição de EA entre os dois métodos (Wu et al, 2007).  Monitoramento e orientação de EA cardíacos causados por vacinação através da análise de custos e riscos dos mesmos demonstrou que EA cardíacos são responsáveis por reduzirem a produtividade do trabalhador (15.969 dias de trabalho perdido), gerarem custos extras em campanhas de vacinação e necessitam de recurso intensivo financeiro nessas campanhas (Ortega-Sanchez et al, 2008).  Utilização de estratégias para identificação de maneira ativa, e consequente monitoramento de medicamentos como a vancomicina, reduz em até 200 vezes os custos totais hospitalares e é clinicamente eficaz (Lee et al, 2005). Observou-se nos estudos avaliados que os fármacos comumente analisados foram os radiofármacos, insulina, vancomicina, pantoprazol e AINES principalmente coxibes, os quais geralmente são bastante notificados por RAM, erros de medicação ou suspeita de inefetividade terapêutica (Capucho et al, 2008). Ações de monitoramento de medicamentos como, por exemplo, a detecção prévia e efetiva de pacientes com ERV, previne custos de usos desnecessários com a vancomicina que apresenta muitos relatos de inefetividade terapêutica (Capucho et al, 2008). Algumas intervenções como participação de farmacêuticos em equipes 42 multidisciplinares e implementação de sistemas informatizados desde a prescrição até a administração de medicamentos que permitem a rastreabilidade e a busca de EA, podem detectar e prevenir estes, trazendo economias de até 1,4 milhões de dólares (Anderson et al, 2002) além de identificar indicadores de detecção e prevenção de EA (Rozich et al,2003) que se tornam mais otimizados com esses sistemas. Lai et al, 2003 demosntraram que não houve redução dos custos totais com a intervenção proposta (talvez pelo pouco tempo de monitorização dos pacientes que foi de janeiro de 1997 a dezembro de 1998), no entanto pelo fato das ações adotadas em farmacovigilância reduzirem ou evitarem complicações para a saúde do paciente, os EAs em que se fariam necessárias outras intervenções para tratá- los, pode-se considerar que tais práticas são importantes na prática clínica dos estabelecimentos de saúde. Faz-se necessário, portanto a aplicação dos métodos identificados neste estudo em diversos âmbitos e contextos, bem como em diferentes países, a fim de evidenciar e quantificar, a redução de custos desnecessários, melhoria da qualidade dos serviços de saúde e a uma melhora na qualidade de vida dos pacientes. Além disso, estudos que avaliem o impacto econômico dos desvios de qualidade e queixas técnicas para termos a dimensão dos gastos desta natureza e para um efetivo controle pós-comercialização dos medicamentos registrados mostram-se necessários. 43 Limitação do estudo: É importante salientar que os dados obtidos neste estudo podem estar subestimados, devido ao viés de seleção, pois foram consultadas apenas duas bases de dados e por estabelecer como critério de seleção artigos apenas em inglês, espanhol e português, além de muitos artigos identificados estarem indisponíveis para a consulta. 6. Conclusão 45  Observou-se diferentes impactos econômicos dependendo da intervenção em farmacovigilância realizada, os estudos realizados são recentes e por isso escassos além de não abrangerem análises importantes da farmacoeconomia como a análise de custo-utilidade e minimização de custos;  Dos 13 estudos avaliados, 8 foram feitos nos Estados Unidos, 2 na Espanha, 2 na Inglaterra e 1 na Suíça, demosntrantrando predomínio desses estudos em países desenvolvidos e maior concentração nos Estados Unidos;  Dados demonstram a importância de intervenção educativa para a promoção do uso racional de medicamentos e a presença de um profissional de vigilância no caso um farmacêutico para busca ativa de EA, redução e prevenção dos mesmos, e consequente redução de gastos hospitalares;  As considerações dos estudos avaliados salientam a necessidade de pesquisas posteriores, para o fortalecimento das hipóteses testadas, evidenciando os resultados econômicos nas ações de farmacovigilância. 7. 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