R. Bras. Zootec., v.27, n.1, p.171-178, 1998 Estádio de Desenvolvimento do Milho. 3. Avaliação de Silagens por Intermédio de Parâmetros de Fermentação Ruminal1 Otávia Elisa Nogueira Mendes Lavezzo2 , Wagner Lavezzo2,3, Francisco Stefano Wechsler2 RESUMO - Analisou-se o padrão de fermentação ruminal de silagens de milho confeccionadas com os grãos nos estádios leitoso (ML), pamonha (MP), farináceo (MF) e semi-duro (MSD). O fluido ruminal dos ovinos foi colhido via sonda esofagiana, nos tempos 0, 1, 3 e 6 horas pós-fornecimento das silagens. Não se observaram diferenças entre as silagens para o nitrogênio amoniacal (N-NH3) e o tempo de redução do azul de metileno (TRAM). Quanto ao pH, ocorreu diferença apenas entre ML (6,82) e MSD (6,53). Para os AGV totais e ácido acético (mM), não houve diferença apenas entre ML (respectivamente, 36,40 e 22,13) e MP (respectivamente, 42,49 e 25,73), bem como entre MF (respectivamente, 64,52 e 40,34) e MSD (respectivamente, 64,09 e 43,61). Com relação ao horário de amostragem do fluido ruminal, nos tempos 1 e 3 horas pós-alimentação, ocorreram os menores valores de pH (respectivamente, 6,47 e 6,63), os maiores níveis de N-NH3 (respectivamente, 9,75 e 10,56 mg/100 mL de fluido) e os maiores teores de AGV totais e dos ácidos acético e propiônico (respectivamente, 60,33; 37,05; 16,73 e 59,40; 35,28; 16,84 mM). Com base nos valores de pH, AGV totais e individuais, as silagens MF e MSD apresentaram os melhores padrões de fermentação ruminal. Palavras-chave: estádio de maturidade, fermentação ruminal, ovinos, silagem de milho Corn Development. 3. Silage Evaluation by Rumen Fermentation Parameters ABSTRACT- The objective of this experiment was to analyze the rumen fermentation of silages made from corn harvested at milk stage (MS), milk early dough stage (MEDS), medium dough stage (MDS) and semi-hard dough stage (SHDS). Rumen fluid was collected from sheep by esophageal tube at 0, 1, 3 and 6 hours after feeding. There were no differences among silages for ammonia nitrogen (NH3- N) and methylene blue reduction time (MBRT). Only the MS and SHDS silages differed in rumen pH (6.82 and 6.53, respectively). Differences in total rumen VFA and acetic acid concentrations (mmoles/L) were observed among stages, but not between MS (36.40 and 22.13) and MEDS (42.49 and 25.73), nor between MDS (64.52 and 40.34 respectively) and SHDS (64.09 and 43.61, respectively). The periods of 1 and 3 hours after feeding showed the smallest pH values (6.47 and 6.63), the highest NH3-N concentrations (9.75 and 10.56 mg/dL) and the highest concentrations of total VFA, and acetic and propionic acids (60.33, 37.05 and 16.73; 59.40, 35.28 and 16.84 mmoles/L, respectively). On the whole, the MDS and SHDS silages showed the best rumen fermentation patterns based on pH and total and individual VFA values. Key Words: corn silage, maturity stage, rumen fermentation, sheep 1Pesquisa parcialmente financiada pela FAPESP. 2Professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP - Botucatu, SP. 3Bolsista do CNPq. Introdução O milho é considerado planta padrão para ensilagem, pois quase sempre produz silagem de boa qualidade, com perdas reduzidas. No entanto, é pre- ciso observar o grau de maturidade ideal em que a planta de milho deve ser colhida e, assim, estabelecer o efeito do grau de maturidade da planta, no momento da colheita, sobre o valor nutritivo da silagem. Atualmente, está bem estabelecido que a avalia- ção de uma dieta deve incluir também a determinação do padrão de fermentação ruminal correspondente, para se ter indicação de seu real potencial em promo- ver melhoria no desempenho animal. Isto se aplica também a alimentos tradicionalmente empregados no arraçoamento animal e de eficiência comprovada sobre o desempenho, como é o caso da silagem de milho. JOHNSON e McCLURE (1968) verificaram que a digestibilidade da matéria seca e matéria orgânica de silagens de milho foram significativamente afeta- das pela maturidade, alcançando o máximo no estádio farináceo (27,5% de MS) e diminuindo levemente depois disso. Constataram também que a produção máxima de energia digestível pode ser alcançada entre os estádios farináceo e vítreo. CHAMBERLAIN et al. (1971), quando colheram plantas de milho para con- fecção de silagem nos estádios leitoso final, pamonha 172 LAVEZZO et al. inicial, pamonha final e farináceo, registraram consu- mo maior para as confeccionadas com o milho nos estádios de pamonha inicial e final em relação àque- las com o milho nos demais estádios estudados. PHILLIP et al. (1980) relataram que, para silagem de milho com 38% de MS, o pH ruminal diminuiu até cerca de 3 horas pós-alimentação, sendo 6,4 o seu valor mínimo. O pH reflete a dieta (CHURCH, 1979), afetando não só os produtos finais de fermentação, mas também a taxa de crescimento das bactérias e protozoários (HOBSON, 1965), havendo variação nos microorganismos predominantes no rúmen em função do mesmo (HOBSON, 1972). Dietas ricas em volumosos, geralmente, evidenciam pH ruminal mais alto e resultam em aumento de microorganismos celulolíticos (CHURCH, 1979). O pH ruminal varia diuturnamente, decrescendo com os picos de N- amoniacal e ácidos graxos voláteis (AGV), refletindo, provavelmente, um estímulo na fermentação ruminal e uma concentração de AGV com a qual se correlaciona negativamente (DE FARIA e HUBER, 1984). No tocante ao N-amoniacal, SATTER e SLYTER (1974) mostraram in vitro que concentrações supe- riores a 5mg/100mL de fluido ruminal representavam excesso que não era utilizado para a síntese microbiana. A dieta de silagem de milho com 33% MS, estudada por DE FARIA e HUBER (1984), raramente apresentou teores maiores que 3mg N- amoniacal/100mL de fluido, o que é considerado muito baixo para uma ótima fermentação ruminal (KANG - MEZNARICH e BRODERICK, 1980). De acordo com MEHREZ et al. (1977), o máximo de atividade fermentativa ruminal é obtido quando o N- amoniacal alcança de 19 a 23mg/100mL de fluido. SLYTER et al. (1979) indicaram que animais rece- bendo dieta com 13,3% de proteína ou mais apresen- taram acúmulo de N-amoniacal no rúmen, apontando que os microorganismos foram supridos com mais N- amoniacal do que podiam utilizar. Este estudo foi realizado para caracterizar o padrão de mudanças no pH, N-amoniacal, ácidos graxos voláteis e atividade bacteriana, no decorrer do dia, em ovinos alimentados com silagens de milho confeccionadas com grãos em quatro estádios de maturidade, sem nenhuma suplementação protéica. Material e Métodos O presente estudo foi realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Campus de Botucatu. Como volumoso para ensilagem, utilizou-se o milho híbrido Agroceres AG-162, colhido quando os grãos se encontravam nos pontos leitoso (ML), pamonha (MP), farináceo (MF) e semi-duro (MSD). A composição bromatológica das silagens, para MS e para PB, FDN, FDA, CEL e NDT, em 100% MS, é a seguinte: 24,35; 7,66; 61,57; 37,74; 29,73; e 68,57% (ML), 28,65; 7,40; 59,10; 33,37; 26,10; e 63,07% (MP), 31,24; 7,52; 56,45; 30,24; 23,42; e 70,09% (MF), 31,41; 6,75; 57,96; 30,05; 22,68; e 66,36% (MSD), conforme consta no trabalho de LAVEZZO et al. (1997). Como silos experimentais, foram utilizados tambo- res metálicos de 200 litros de capacidade. A silagem permaneceu armazenada por, aproximadamente, 90 dias. Foram empregados 12 ovinos (três por tratamen- to) machos, castrados, da raça Corriedale, com idade aproximada de 40 meses e peso médio de 57,5kg. Transcorrido um período de 27 dias de adaptação às silagens, os animais tiveram o fluido ruminal amostrado via sonda esofagiana, nos tempos 0, 1, 3 e 6 horas após o fornecimento das silagens de milho. Os ovinos foram alimentados uma só vez, pela manhã, às 8 h, com uma quantidade de silagem restrita, correspon- dente a 80% do consumo voluntário anteriormente determinado, tendo sido registrados, para os consu- mos de MS e PB, os seguintes valores em g/kg0,75: 37,01 e 2,83 (ML); 38,91 e 2,87 (MP); 48,15 e 3,62 (MF); e 43,37 e 3,18 (MSD). O consumo de água foi ad libitum. Os parâmetros de fermentação ruminal mensurados foram: pH, N-amoniacal (mg/100mL de fluido ruminal), ácidos graxos voláteis (mΜ) - totais, acético, propiônico, n-butírico, isovalérico e n-valérico - e tempo de redução do azul de metileno (minutos). A amostragem do fluido ruminal via sonda esofagiana foi feita de acordo com a técnica descrita por HOFIREK (1970). A sonda constou de um tubo de borracha macia com diâmetro interno aproximado de 1 cm. Um vácuo de cerca de 1,05 (kgf/cm2) foi aplicado para a extração do fluido, usando-se, para isso, uma bomba de vácuo. A primeira porção do líquido de rúmen coletado foi sempre descartada para se minimizar a sua con- taminação com saliva (LAVEZZO, 1986). O restante do fluido foi colocado em botijão plástico e, em seguida, encaminhado para as determinações de pH, ácidos graxos voláteis (AGV), nitrogênio amoniacal (N-NH3) e tempo de redução do azul de metileno 173R.Bras.Zootec. (TRAM). As determinações do pH foram feitas sempre imediatamente após a amostragem e com o líquido de rúmen sem sofrer qualquer processo de filtração. A prova de mensuração do tempo de redução do azul de metileno, segundo DIRKSEN (1969), foi utilizada para verificar a atividade da flora bacteriana do fluido ruminal. Para tal, misturou-se 1ml da solução de azul de metileno 0,03% a 20mL do fluido de rúmen filtra- do. O resultado foi expresso em minutos necessários para haver a descoloração da solução. As amostras do conteúdo ruminal destinadas às mensurações de AGV e N-NH3 sempre passaram por um processo de filtração através de quatro camadas de “pano de laboratório” (“cheese cloth”). Os níveis de AGV foram determinados segundo a técnica descrita por ERWIN et al. (1961), através de cromatografia gaso- sa, com detector de chama ionizada. As concentra- ções de N-amoniacal foram determinadas segundo a marcha proposta por KULASEK (1972) e adaptada por FOLDAGER (1977). As concentrações de N- NH3 foram expressas em mg de N-NH3 por 100mL de fluido ruminal. As leituras em absorbância das várias amostras de fluido ruminal foram feitas a 640 nm, em espectrocolorímetro. O delineamento experimental adotado foi de blo- cos casualizados (três repetições), em parcelas sub- divididas (parcelas = quatro tipos de silagem de milho; subparcelas = quatro tempos de amostragem do fluido ruminal), em observações repetidas. As análises foram realizadas por intermédio do Progra- ma Statistical Analysis System (SAS, 1988). A significância estatística da interação dieta x tempo foi verificada mediante testes F, com os graus de liberdade corrigidos segundo HUYNH e FELDT (1976). Foram também estabelecidas as equações de regressão das variáveis estudadas. Resultados e Discussão Pela análise da Tabela 1, observa-se que os valores registrados para pH ruminal, concentração de N-NH3 e tempo de redução do azul de metileno (TRAM) não revelaram diferenças estatisticamente significativas (P>0,05) para os ovinos alimentados com os quatro tipos de silagem de milho estudados, apresentando médias respectivas de 6,69; 7,02 mg/ 100mL de fluido ruminal; e 4 min 30 s. O valor médio de pH (6,69), registrado para os ovinos sob os quatro tipos de silagem de milho estu- dados, está muito próximo do valor 6,8, mensurado por DE FARIA e HUBER (1984), para dieta exclu- siva de silagem de milho, com 33,5% MS e consumo médio diário de MS de 1,9% do peso vivo. Apesar de os ovinos, na presente pesquisa, terem apresentado consumo médio diário de MS mais baixo (respectiva- mente, 1,09; 1,14; 1,37; e 1,39% do peso vivo, para ML, MP, MF e MSD), constata-se, pelo valor 6,69 obtido, que o menor consumo de MS observado não influiu na magnitude dos valores do pH. Isto concorda com os dados de PUTNAM et al. (1966), que relata- ram apenas leve mudança no valor do pH do fluido ruminal dos animais alimentados com dietas constitu- ídas por 89% de volumosos, quando o nível de consu- mo baixou de 2 e 2,6% para 0,8 e 1,4% do peso vivo. A concentração média de 7,02 mg N-NH3/100 mL, registrada neste estudo, foi superior aos 1,5mg N-NH3/ 100 mL mensurados por DE FARIA e HUBER (1984), para dietas exclusivas de silagem de milho. Segundo esses autores, existe tendência de se obterem concen- trações baixas de N-NH3 no fluido ruminal de animais alimentados à base de silagem, apesar de, no caso de silagens enriquecidas com uréia, o consumo de N ser alto. Segundo GRIFFITHS e BATH (1973), este fato é, provavelmente, conseqüência do processo de ensilagem, em que grande porção protéica da planta verde já é hidrolisada durante a fermentação no silo, restando pouca proteína passível de ser fermentada no rúmen. Isto, provavelmente, não ocorreu com as silagens de milho deste estudo, porque, apesar do consumo de N (g/cabeça/dia) ter sido baixo (respec- tivamente 7,64; 7,76; 9,39 e 8,62, para ML, MP, MF e MSD), o nível médio de N-NH3 ruminal, ainda, foi de 7,02 mg/100 mL de fluido. No entanto, aos mais altos consumos de N (MF e MSD) corresponderam os mais baixos valores de N-NH3 ruminal (6,44 mg/100 mL, para MF e MSD). Para GRIFFITHS et al. (1973), os níveis mais baixos de N-total e N-NH3, encontrados no fluido ruminal de animais alimentados com dietas à base de silagem, podem ser causados pela maior velocidade de passagem dos materiais solúveis pelo rúmen, como conseqüência do alto consumo de água por animais submetidos a estas dietas. Na pesquisa em apreço, o fato de o consumo de MS (x = 41,86g/kg 0,75) e a concentração ruminal de N-NH3 ( x = 7,02 mg/100 mL) serem semelhantes, para os quatro tipos de silagem de milho, sugere que a quantidade de substrato fermen- tado propiciou aos ovinos disponibilidade de amônia superior a 5 mg/100 mL de fluido, estabelecida por SATTER e SLYTER (1974), como sendo a mínima ideal para a ocorrência de máxima fermentação microbiana ruminal, podendo ter favorecido a atuação 174 LAVEZZO et al. dos microorganismos ruminais, mas estando, no entanto, muito aquém do ideal (19 a 23 mg N-NH3/100 mL de fluido, conforme MEHREZ et al., 1977), para propiciar a máxima atuação dos microorganismos ruminais. Verifica-se, pela Tabela 1, que os quatro tipos de silagem de milho apresentaram atividade microbiana semelhante denunciada pela similaridade (P>0,05) entre os tempos de redução do azul de metileno - TRAM (respectivamente, 4 min 32 s; 4 m 28 s; 4 min 33 s; e 4 min 28 s, para ML, MP, MF e MSD). O TRAM é uma prova proposta por DIRKSEN (1969), para verificar a atividade da flora bacteriana do líquido ruminal, sendo seu tempo de duração de 2 a 5 min. À maior atividade bacteriana correspondem valores mais baixos de TRAM. Disto se depreende que os quatro tipos de silagem de milho suscitaram intensidade semelhante de atividade fermentativa da microflora ruminal, sendo a mesma ( x = 4 min 30 s) baixa, de acordo com o padrão proposto por DIRKSEN (1969). As oscilações cíclicas significativas (P<0,05) ob- servadas, conforme a Tabela 2, nos quatro horários de coleta estudados (0, 1, 3 e 6 horas pós-alimenta- ção), para as variáveis pH, N-NH3 e TRAM, apre- sentam significado fisiológico, sendo um reflexo da atividade metabólica ruminal dinâmica, ao longo do dia. Assim, com relação ao pH, o valor mais baixo ocorreu 1 hora após a alimentação, tendo sido resul- tante, provavelmente, de mudanças nas concentra- ções dos AGV, bem como da quantidade de saliva produzida (CHURCH, 1979), além de ter sido, possi- velmente, influenciado pela velocidade de passagem da digesta para os outros compartimentos, pela velo- cidade de absorção dos produtos finais da fermenta- ção ruminal e pelo tipo de dieta (SINGH e SUD, 1981). A elevação diuturna da concentração ruminal de amônia alcançou o seu máximo 1 e 3 horas pós-alimentação (respectivamente, 9,75 e 10,56 mg/100 mL), horários estes correspondentes aos valores mais baixos de pH. Isto reflete uma estimulação na fermentação ruminal, denunciada por um TRAM mais baixo, nestes horá- rios (3 min 14 s e 3 min 36 s, respectivamente), o que indica maior atividade bacteriana em relação aos tem- pos 0 e 6 horas pós-alimentação (respectivamente, 6 min 16 s e 4 min 51 s). No tempo 0 (jejum), ocorreu o maior TRAM, indicando, praticamente, ausência de atividade bacteriana. Pelo exame da Tabela 2, verifica-se que o valor 6,98 de pH registrado à 0 hora está de acordo com KOLB (1984), no que se refere ao fato de que, no jejum, o pH ruminal se eleva a valores próximos à Tabela 1 - Parâmetros de avaliação da atividade ruminal mensurados em ovinos alimentados com quatro tipos de silagem de milho Table 1 - Evaluation parameters of ruminal activity measured in sheep fed four types of corn silages Item Tratamento (Treatment)1 ML MP MF MSD MS MED SMD SHDS pH 6,81 6,70 6,71 6,53 n s N-NH3 (mg/100mL) 2 8,05 7,14 6,44 6,44 n s TRAM (MBRT)3, min 4,52 4,46 4,52 4,46 n s AGV t (TVFA)4, mM 36,40 42,49 64,52 64,09 ** Ác. acét. (Acetic acid), mM 22,13 25,73 40,34 43,61 ** Ác. prop. (Propionic acid), mM 7,88 11,68 17,34 14,54 n s Ác. n-but. (N-Butyric acid), mM 5,18 4,21 5,68 5,09 n s Ác. isov. (Isovaleric acid), mM 0,85 0,30 0,56 0,32 ** Ác. n-val. (N-Valeric acid), mM 0,36 0,56 0,60 0,54 * Ác. acét. (Acetic acid), % 62,08 61,79 63,30 68,39 n s Ác. prop. (Propionic acid ), % 21,24 26,63 25,74 22,32 n s Ác. n-but. (N-Butyric acid), % 13,45 9,60 9,08 7,94 * Ác. isova. (Isovaleric acid), % 2,26 0,74 0,93 0,54 ** Ác. n-val. (N-Valeric acid), % 0,96 1,25 0,94 0,81 n s 1ML = milho leitoso (MS = milk stage). MP = milho pamonha (MEDS = milk early dough stage). MF = milho farináceo (MDS = medium dough stage). MSD = milho semi-duro (SHDS = semi-hard dough stage). 2N-NH3 = N amoniacal. TRAM = tempo de redução do azul de metileno. AGV t = ácidos graxos voláteis totais. Ác. acét. = ácido acético. Ác. prop. = ácido propiônico. Ác. n-but. = ácido n-butírico. Ác. isov. = ácido isovalérico. Ác. n-val = ácido n-valérico. 3MBRT = methylene blue reduction time. 4 VFA = total volatile fatty acids. 175R.Bras.Zootec. neutralidade. Também se observa que, logo após o maior consumo alimentar, houve decréscimo do pH (6,47 à 1 hora pós-alimentação), que, em seguida, se elevou registrando-se o valor 6,68 às 6 horas pós- alimentação. O pico de N-NH3 ruminal foi observado 1 e 3 horas pós-alimentação, o que concorda com os relatos de LAVEZZO et al. (1988), os quais registra- ram concentrações máximas de N-NH3 2 e 4 horas pós-fornecimento de dietas à base de silagem de sorgo enriquecidas com levedura ou com farelo de algodão. Os níveis mensurados nos vários horários da presente pesquisa foram, no entanto, sempre inferio- res ao mínimo de 19-23 mg/100 mL, considerado necessário para a máxima taxa de fermentação ruminal por MEHREZ et al. (1977), mas, por outro lado, nos horários 1 e 3 horas, foram encontrados valores superiores a 5 mg/100 mL de fluido, requeri- dos, conforme SATTER e SLYTER (1974), para ótima síntese de proteína microbiana no rúmen. O caráter dinâmico da fermentação ruminal su- gere que a variação do consumo alimentar pelo ruminante afeta não só o pH ruminal, mas também a concentração e a proporção dos AGV (RUMSEY et al., 1970). Pelo exame da Tabela 1, observa-se que isto ocorreu na presente pesquisa, em razão de níveis mais altos de consumo de matéria seca digestível das silagens, verificados para MF e MSD (respectiva- mente, 31,74 e 29,45 g MSD/kg 0,75), terem promovi- do aumentos consistentes (P<0,01), nos níveis de AGV totais (respectivamente, 36,40; 42,49; 64,52; e 64,09 mM, para ML, MP, MF e MSD) e do ácido n- valérico (P<0,05) (respectivamente, 0,36; 0,56; 0,60; e 0,54 mM para ML, MP, MF e MSD). Para o ácido propiônico (concentração e proporção molar) e a proporção molar do ácido n-valérico, o fator tipo de silagem não alterou o padrão de fermentação ruminal, parecendo que as variações apresentadas foram provocadas por diferenças na digestibilidade do tipo de silagem de milho. Assim, a silagem MF (com maiores coeficientes de digestibilidade de MS, PB, FDA conforme LAVEZZO et al., 1997) tendeu a apresentar os valores mais elevados destes parâmetros. Observa-se, pela Tabela 2, que houve variações diuturnas significativas (P<0,01), para os AGV totais e os ácidos propiônico, n-valérico e suas respectivas proporções molares. Verificaram-se valores maio- res, nos tempos 1 e 3 horas pós-alimentação, para os AGV totais e o ácido propiônico (concentração e proporção molar) e, no tempo 3 horas, para a concen- Tabela 2 - Influência dos horários de coleta do fluido ruminal sobre a fermentação ruminal de ovinos alimentados com quatro tipos de silagem de milho Table 2 - Effect of ruminal fluid collecting times on ruminal fermentation measured in sheep fed four types of corn silage Item Horário de coleta após a alimentação (h) Collecting times after feeding 0 1 3 6 pH 6,98 6,47 6,63 6,68 ** N-NH3 (mg/100mL)2 3,25 9,75 10,56 4,51 ** TRAM (MBRT )3, min 6,27 3,24 3,60 4,85 ** AGV t (TVFA)4, mM 29,70 60,33 59,40 58,07 ** Ác. acét. (Acetic acid), mM 21,36 37,05 35,28 38,11 ** Ác. prop. (Propionic acid), mM 5,62 16,73 16,01 13,08 ** Ác. n-but. (N-Butyric acid), mM 2,17 5,49 6,75 5,75 ** Ác. isov. (Isovaleric acid), mM 0,33 0,51 0,62 0,56 ** Ác. n-val. (N-Valeric acid), mM 0,22 0,54 0,73 0,56 ** Ác. acét. (Acetic acid), % 71,39 60,63 59,01 64,54 ** Ác. prop. (Propionic acid), % 19,20 27,36 26,70 22,65 ** Ác. n-but. (N-Butyric acid ), % 7,45 10,10 11,90 10,62 ** Ác. isova. (Isovaleric acid) 1,17 0,96 1,17 1,18 n s Ác. n-val. (N-Valeric acid ) 0,78 0,95 1,23 1,00 ** 1ML = milho leitoso (MS = milk stage). MP = milho pamonha (MEDS = milk early dough stage). MF = milho farináceo (MDS = medium dough stage). MSD = milho semi-duro (SHDS = semi-hard dough stage). 2N-NH3 = N amoniacal. 3TRAM = tempo de redução do azul de metileno (MBRT = methylene blue reduction time). AGV t = ácidos graxos voláteis totais (VFA = total volatile fatty acids). Ác. acét. = ácido acético. Ác. prop. = ácido propiônico. Ác. N-but. = ácido n-butírico. Ác. isov. = ácido isovalérico. Ác. n-val = ácido n-valérico. 176 LAVEZZO et al. Tabela 3 - Parâmetros de fermentação ruminal, com variação significativa, mensurados em ovinos alimentados com quatro tipos de silagens de milho, em quatro horários de coleta Table 3 - Ruminal fermentation parameters, with significant variance, measured in sheep fed four types of corn silage, at four collecting times Dieta1 Horário após a alimentação (h) Diet Collecting times after feeding 0 1 3 6 Ác. Acético (Acetic acid), mM ML (MS) 15,98 21,90 25,14 25,48 MP (MEDS) 15,16 27,14 31,89 28,72 MF (MDS) 26,73 50,70 36,47 47,46 MSD (SHDS) 27,56 48,46 47,62 50,79 Ác. n-butírico (N-Butyric acid), mM ML (MS) 1,70 6,02 7,44 5,56 MP (MEDS) 1,70 4,48 5,84 4,82 MF (MDS) 2,44 6,36 7,55 6,36 MSD (SHDS) 2,84 5,11 6,18 6,24 Ác. isovalérico (Isovaleric acid), mM ML (MS)1 0,39 0,68 1,12 1,22 MP (MEDS) 0,20 0,35 0,34 0,30 MF (MDS) 0,39 0,68 0,68 0,49 MSD (SHDS) 0,34 0,34 0,34 0,24 Ác. Acético (Acetic acid ), % ML (MS) 71,78 57,29 56,55 62,70 MP (MEDS) 68,68 58,42 58,29 61,77 MF (MDS) 72,91 60,77 55,33 64,20 MSD (SHDS) 72,17 66,05 65,86 69,48 Ác. n-butírico (N-Butyric acid), % ML (MS) 7,65 15,58 16,73 13,84 MP (MEDS) 7,72 9,65 10,71 10,31 MF (MDS) 6,97 8,21 11,57 9,59 MSD (SHDS) 7,48 6,96 8,56 8,74 Ác. isovalérico (Isovaleric acid), % ML (MS) 1,75 1,77 2,53 2,99 MP (MEDS) 0,91 0,73 0,64 0,67 MF (MDS) 1,11 0,86 1,04 0,72 MSD (SHDS) 0,91 0,46 0,47 0,34 1 ML = milho leitoso (MS = milk stage). MP = milho pamonha (MEDS = milk early dough stage). MF = milho farináceo (MDS = medium dough stage). MSD = milho semi-duro (SHDS = semi-hard dough stage). tração do ácido n-valérico e sua respectiva propor- ção molar. A análise de variância revelou interação signifi- cativa entre os tipos de silagem de milho e os tempos de amostragem do fluido ruminal, para os ácidos: acético, n-butírico, isovalérico e suas respectivas proporções molares (Tabela 3). Para o ácido acético, observou-se que as silagens MF e MSD apresentaram concentrações superiores à ML e MP, em todos os horários. No caso das silagens ML e MP, verificou-se que houve elevação lenta no nível do ácido acético sem declínio abrupto, o que caracteriza alimentos com alto teor de fibra (KOLB, 1984), tendo ocorrido o pico 3 horas pós- alimentação. As equações de regressão são, respec- tivamente, linear e quadrática (Tabela 4). No caso das silagens MF e MSD, observou-se queda da concentração de ácido acético 3 horas pós-alimenta- ção, com registro do maior valor 1 hora pós-alimen- tação. Para ambas as silagens, as equações de re- gressão são cúbicas (Tabela 4). O estádio de maturação do milho usado na ensilagem influiu na proporção molar do ácido acético, sendo que MSD ( x = 68,39%) e MF ( x = 63,30%) apresentaram propor- ções molares deste ácido maiores que ML e MP (respec- tivamente, médias de 62,08 e 61,79%). As equações de regressão obtidas foram quadráticas (para MSD e MF) e cúbicas (para ML e MP). Deve-se ressaltar que, para as silagens estudadas, deve ter ocorrido um processo fermentativo predominantemente de des- dobramento de celulose, caracterizado por proporção molar do ácido acético próximo de 70% (BATH e ROOK, 1965). Em relação ao ácido n-butírico, da mesma forma, 177R.Bras.Zootec. registrou-se que a dieta MF apresentou os maiores níveis, contrariando os relatos de ANDERSON e JACKSON (1971) de que o aumento do estádio de maturidade provocaria decréscimo no nível deste ácido. Todas as silagens apresentaram pico de con- centração do ácido n-butírico 3 horas pós-alimenta- ção (Tabela 3), uma vez que ML e MF apresentaram variação cúbica e MP e MSD, variação quadrática, estando as equações de regressão registradas na Tabela 4. Já com relação à proporção molar do ácido n-butírico, em comparação às demais silagens, ML apresentou valores superiores em todos os horários e variação cúbica, enquanto MP e MF propiciaram valores intermediários e variação quadrática e MSD, valores inferiores e variação linear (Tabelas 3 e 4). No tocante ao ácido isovalérico, verificou-se que as silagens MP e MSD não provocaram variações diuturnas nos níveis deste ácido, enquanto, para ML e MF, evidenciou-se variação quadrática, com teores maiores ocorrendo 3 e 6 horas e 1 e 3 horas pós- alimentação, respectivamente (Tabelas 3 e 4). Já na presente pesquisa, a proporção molar deste ácido variou linearmente para as silagens ML e MSD (Tabela 4), sendo que, marcantemente, ML apresen- tou valores superiores à MSD, em todos os horários estudados. As silagens MP e MF não provocaram variações diuturnas significativas, para a proporção molar do ácido isovalérico (Tabelas 3 e 4). Observa- se, igualmente, que as menores concentrações deste ácido ocorreram nas silagens com maior teor de MS, o que pode estar relacionado com sua utilização mais Tabela 4 - Equações de regressão da fermentação ruminal para ovinos alimentados com quatro tipos de silagem de milho sob quatro horários de coleta de fluido ruminal (0, 1, 3 e 6 horas pós-alimentação) Table 4 - Regression equations of ruminal fermentation for sheep fed four types of corn silage at four collecting times of ruminal fluid (0, 1, 3 and 6 hours after feeding) Dieta Fermentação ruminal Diet Ruminal fermentation Ác. acético (Acetic acid), mM ML1 (MS) $y = 18,68 + 1,38x MP (MEDS) $y = 16,59 + 9,18x - 1,20 x2 MF (MDS) $y = 26,73 + 40,60 x - 18,71 x2 + 2,09 x3 MSD (SHDS) $y = 27,56 + 31,71 x - 12,04 x2 + 1,23 x3 Ác. n-butírico (N-Butyric acid), mM ML (MS)1 $y = 1,70 + 5,99 x - 1,82 x2 + 0,16 x3 MP (MEDS) $y = 1,98 + 2,30 x - 0,30 x2 MF (MDS) $y = 2,44 + 5,48 x - 1,71 x2 + 0,15 x3 MSD (SHDS) $y = 3,11 + 1,72 x - 0,20 x2 Ác. isovalérico (Isovaleric acid), mM ML (MS)1 $y = 0,38 + 0,35 x - 0,03 x2 MP (MEDS) n s MF (MDS) $y = 0,44 + 0,19 x - 0,03 x2 MSD (SHDS) n s Ác. Acético (Acetic acid), % ML (MS)1 $y = 71,78 -21,31 x +7,52 x2 -0,70 x3 MP (MEDS) $y = 68,68 -15,24 x +5,50 x2 -0,52 x3 MF (MDS) $y = 71,77 + 10,50 x +1,54 x2 MSD (SHDS) $y = 71,18 -3,96 x +0,62 x2 Ác. n-butírico (N-Butyric acid), % ML (MS)1 $y = 7,65 +11,46 x -3,88 x2 + 0,36 x3 MP (MEDS) $y = 7,90 +1,60 x -0,20 x2 MF (MDS) $y = 6,62 +2,56 x -0,34 x2 MSD (SHDS) $y = 7,25 +0,27 x Ác. isovalérico (Isovaleric acid), % ML (MS)1 $y = 1,70 +0,22 x MP (MEDS) n s MF (MDS) n s MSD (SHDS) $y = 0,72 - 0,07 x 1ML = milho leitoso (MS = milk stage). MP = milho pamonha (MEDS = milk early dough stage). MF = milho farináceo (MDS = medium dough stage). MSD = milho semi-duro (SHDS = semi-hard dough stage). 178 LAVEZZO et al. rápida pela microflora ruminal. Conclusões Os ovinos alimentados com os quatro tipos de silagem de milho apresentaram semelhança com relação aos parâmetros de fermentação ruminal: pH e N-NH3, bem como evidenciaram atividade bacteriana similar e baixa (tempo de redução do azul de metileno). Quanto aos níveis de AGV totais e individuais: acético, n-butírico, isovalérico e n-valérico, verifi- cou-se que as silagens de milho confeccionadas com o grão nos estádios farináceo e semi-duro apresenta- ram os melhores padrões de fermentação ruminal. No tocante aos horários de coleta do fluido ruminal estudados, nos tempos 1 e 3 horas pós-fornecimento das silagens de milho, registraram-se os valores mais baixos de pH e do tempo de redução do azul de metileno (maior atividade bacteriana), bem como os níveis mais altos de N-NH3 e dos AGV totais e individuais. v.38, n.2., p.167-180, 1965. HOBSON, P.N. Physiological characteristics of rumen microbies and relation to diet and fermentation patterns. Proc. Nutr. 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