RESSALVA Atendendo solicitação da autora, o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 4/03/2026. Stephanie Ariadne Melgar Espreafico O SINISTRO FEMININO EM LAS COSAS QUE PERDIMOS EN EL FUEGO DE MARIANA ENRIQUEZ São José do Rio Preto 2024 Câmpus de São José do Rio Preto Stephanie Ariadne Melgar Espreafico O SINISTRO FEMININO EM LAS COSAS QUE PERDIMOS EN EL FUEGO DE MARIANA ENRIQUEZ Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Letras, junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de São José do Rio Preto Orientadora: Profª. Drª. Roxana Guadalupe Herrera Alvarez São José do Rio Preto 2024 Stephanie Ariadne Melgar Espreafico O SINISTRO FEMININO EM LAS COSAS QUE PERDIMOS EN EL FUEGO DE MARIANA ENRIQUEZ Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Letras, junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras, do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de São José do Rio Preto Comissão Examinadora Profª. Drª. Roxana Guadalupe Herrera Alvarez UNESP – Câmpus de São José do Rio Preto Orientadora Profª. Drª. Claudia Maria Ceneviva Nigro UNESP – Câmpus de São José do Rio Preto Profª. Drª. Maira Angélica Pandolfi UNESP – Câmpus de Assis São José do Rio Preto 04 de março de 2024 À minha família que é meu tudo e sem eles eu não estaria aqui. Aos livros, pois são uma luz em minha vida. À todas as pessoas que lutam e resistem, em especial às mulheres resistentes e sinistras. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha família por sempre estar ao meu lado, me apoiar e ajudar em tudo. Agradeço ao meu esposo, Caio, por cada palavra, cada sorriso, cada beijo e por estar ao meu lado sempre me apoiando, dando forças e todo o amor do mundo. Agradeço à minha mãe, Edna, por ter me incentivado a entrar na faculdade de Letras, a continuar no curso e depois a fazer o Mestrado, me ajudando em tudo, diariamente, inclusive me auxiliando a definir o meu tema de estudo e também por ela ser escritora. Agradeço ao meu pai, Alex, por todo o apoio, o carinho, a ajuda e incentivo sempre, me mostrando a importância de uma carreira acadêmica. Agradeço a minha avó Maria del Carmen (in memoriam) pelas histórias que me contava. Agradeço ao meu irmão, Pierre, por todas as nossas conversas, risadas e por sua bondade. Agradeço ao meu avô, João, por me mostrar o quanto é importante trabalhar diariamente, ser simples e levar a vida com leveza. Agradeço à minha vó Nilce (in memoriam) por me mostrar a sua força diante de todo o machismo que teve que superar e todas as batalhas que venceu. Agradeço à minha sogra, Paula, ao meu sogro, Everaldo e à minha cunhada, Isabela, por todo o carinho e cuidado sempre. Agradeço aos meus tios, tias, primas e primos, ao meu padrinho (in memoriam), à minha madrinha e às minhas amigas. Agradeço à minha orientadora, Prof. Dra. Roxana Guadalupe Herrera Alvarez, por todas as reuniões, aulas, por sua ajuda, correções e disposição sempre. Agradeço à Prof. Dra. Maria Celeste Tommasello Ramos por me apoiar e encorajar com o projeto de mestrado durante a disciplina que fiz ainda como aluna especial. Agradeço ao Prof. Dr. Márcio Scheel, pois suas aulas na graduação foram uma epifania, me incentivando no curso e a que eu gostasse ainda mais de literatura. Agradeço à Prof. Dra. Claudia Maria Ceneviva Nigro, pois suas aulas e comentários me animaram muito ao longo das disciplinas do mestrado. Agradeço à UNESP-Ibilce, em especial à PPGL por poder contar sempre com eles. Agradeço ao convênio Univesp-Unesp por me auxiliar com a bolsa de estudos. Agradeço ao MPSP pelo novo caminho que estou trilhando. Agradeço ao nosso cachorrinho Aaron e ao nosso gatinho James pela sua companhia. Agradeço às escritoras e escritores que continuam depositando magia nas palavras. “(…) con eso ardí yo y ardió mi vida de antes, completa. Todo quemado. Menos él, claro. Ellos siempre se salvan del fuego, de todos los fuegos”.1 Mayte López (2022, p. 128, grifo no original) “Lo que transcurre en lo oculto es más fuerte que lo real”.2 Monika Helfer (2021, p. 60) “La vida consumía, con el tiempo provocaba innumerables grietas, fragilidades. Sin embargo, eran precisamente esas grietas las que decidían la historia de cada persona, las que nos empujaban a desear seguir adelante para ver qué ocurría un poco más allá”.3 Laura Imai Messina (2022, p. 233) “Conserva ese buen corazón generoso y alegre. Eso es lo que enseñan los cuentos: a vivir las experiencias y, por tanto, a dejarse en el camino parte de la inocencia, a perder las ilusiones intentando a la vez permanecer puros, a no endurecernos demasiado”.4 Valérie Mréjen (2021, p. 64) 1 “Com isso eu ardi e ardeu minha vida de antes, completa. Tudo queimado. Menos ele, claro. Eles sempre se salvam do fogo, de todos os fogos.” (tradução nossa) 2 “O que transcorre no oculto é mais forte que o real.” (tradução nossa) 3 “A vida consumia, com o tempo provocava inúmeras rachaduras, fragilidades. Sem embargo, eram precisamente essas rachaduras as que decidiam a história de cada pessoa, as que nos empurravam a desejar seguir adiante para ver o que acontecia um pouco mais à frente.” (tradução nossa) 4 “Conserva esse bom coração generoso e alegre. Isso é o que ensinam os contos: a viver as experiências e, portanto, a deixar no caminho parte da inocência, a perder as ilusões tentando ao mesmo tempo permanecer puros, a não tornar-nos duros demais.” (tradução nossa) RESUMO A autora Mariana Enriquez (1973) é uma das mais famosas escritoras argentinas da atualidade, tanto em seu país como a nível mundial. Em sua obra Las cosas que perdimos en el fuego (2016) – livro dividido em doze contos, sendo onze deles com narradoras e/ou protagonistas femininas –, a autora faz várias denúncias da realidade social de seu país utilizando o gótico, o gótico feminino e feminista, o fantástico e o insólito, engajados política e socialmente. No início do trabalho, apresentou-se a autora, Mariana Enriquez, dando a conhecer a sua obra e alguns dados pessoais relevantes. Em seguida, tratou-se sobre o sinistro feminino, conceituando-o. Definiu- se o sinistro feminino como “uma estética subversiva que parece responder a uma motivação crítica e catártica [das personagens femininas] de reivindicar-se como Sujeitos sinistros” (ABALIA, p. 842, 2014, tradução nossa), mostrando-se, principalmente, nas decisões das personagens, traduzidas em ações ou omissões monstruosas, radicais ou assustadoras, sobretudo em relação aos seus corpos. Na narrativa, diversas personagens femininas decidem tornar-se sujeitos sinistros, subvertendo o sistema. Após analisar cada narrativa, verificou-se que o sinistro feminino é um fio condutor de toda a obra. Para realizar as análises, separaram-se os contos em grupos temáticos pertinentes para aprofundar as leituras nos seguintes tópicos: (i) infâncias monstruosas e maternidades sombrias; (ii) fantasmas (d)e desaparecidos; (iii) sob e sobre os corpos da (pós)ditadura; e (iv) o sinistro feminino das automutilações resistentes. As análises foram tecidas com base, sobretudo, nos trabalhos de Adriana Lía Goicochea (2018), Andrea Abalia (2014), Catalina Forttes Zalaquett (2021), Dayanara Guevara Aguirre (2020), Eleanor M. Hodgson (2020), Inés Ordiz (2014; 2019) e Izabel Fontes (2020). Nas análises comentou-se sobre diversas questões socioculturais e políticas evidentes nas narrativas, destacando as personagens femininas. Em seguida, verificou-se que a obra é caracterizada por seu hibridismo literário, nos termos de Vladimir Krysinski (2012, p. 230), já que há uma mistura de diversos modos literários nas narrativas. Sendo assim, também é possível classificar a obra como pertencente ao macrogênero do insólito literário, de acordo com o conceito de Flávio García (2020, on-line). Nos contos, Mariana Enriquez faz denúncias sociais sobre os horrores da ditadura e pós-ditadura na Argentina, recordando os torturados, desaparecidos e assassinados, retoma questões sobre a violência institucional, a violência de gênero, a miséria, as drogas, a automutilação, algumas doenças e também destaca nas narrativas alguns mitos e crenças populares. Apesar da dor, do silenciamento, das agressões ou da incompreensão, as personagens femininas questionam os padrões e normas impostos, subvertendo-os por meio de suas ações ou omissões radicais ou monstruosas, com a finalidade de sobreviver. As narrativas apresentam finais abertos, os quais geram inquietação, mas ampliam as possiblidades de leitura das narrativas. Muitos finais parecem desesperançosos, porém fazem as pessoas leitoras refletirem sobre como é possível que tudo se torne horrivelmente mais sinistro se ninguém se mobilizar. Palavras–chave: Gótico. Fantástico. Insólito. Sinistro feminino. Personagens femininas. Ditadura. Mariana Enriquez. RESUMEN La autora Mariana Enriquez (1973) es una de las más famosas escritoras argentinas de la actualidad, tanto en su país como a nivel mundial. En su obra Las cosas que perdimos en el fuego (2016) – libro dividido en doce cuentos, siendo once de ellos con narradoras y/o protagonistas femeninas –, la autora hace varias denuncias de la realidad social de su país utilizando el gótico, el gótico femenino y feminista, el fantástico y el insólito, comprometidos política y socialmente. Al inicio del trabajo se presentó a la autora, Mariana Enriquez, dando a conocer su obra y algunos datos personales relevantes. En seguida, se trató sobre el siniestro femenino, conceptuándolo. Se definió el siniestro femenino como “(…) una estética subversiva que parece responder a una motivación crítica y catártica [de los personajes femeninos] de reivindicarse como Sujetos siniestros” (ABALIA, p. 842, 2014), presentándose, principalmente, en las decisiones de los personajes femeninos, traducidas en acciones u omisiones monstruosas, radicales o asustadoras, sobre todo con relación a sus cuerpos. En la narrativa, varios personajes femeninos deciden tornar-se sujetos siniestros, subvirtiendo el sistema. Después de analizar cada narrativa, se verificó que el siniestro femenino es el hilo conductor de toda la obra. Para realizar las análisis, se separaron los cuentos en grupos temáticos pertinentes para profundizar las lecturas en los siguientes tópicos: (i) infancias monstruosas y maternidades sombrías; (ii) fantasmas (y) de desaparecidos; (iii) bajo y sobre los cuerpos de la (post)dictadura; y (iv) el siniestro femenino de las automutilaciones resistentes. Los análisis fueron tejidos sobre todo con base en los trabajos de Adriana Lía Goicochea (2018), Andrea Abalia (2014), Catalina Forttes Zalaquett (2021), Dayanara Guevara Aguirre (2020), Eleanor M. Hodgson (2020), Inés Ordiz (2014; 2019) y Izabel Fontes (2020). En los análisis se comentaron diversas cuestiones socioculturales y políticas evidentes en las narrativas, destacando a los personajes femeninos. Enseguida, se verificó que la obra se caracteriza por su hibridismo literario, en los términos de Vladimir Krysinski (2012, p. 230), ya que hay una mezcla de diversos modos literarios en las narrativas. Por lo tanto, también es posible clasificar la obra como perteneciente al macrogénero del insólito literario, según el concepto de Flávio García (2020, on-line). En los cuentos, Mariana Enriquez hace denuncias sociales sobre los horrores de la dictadura y postdictadura en Argentina, recordando a los torturados, desaparecidos y asesinados, retoma cuestiones sobre la violencia institucional, la violencia de género, la miseria, las drogas, la automutilación, algunas enfermedades y también destaca en las narrativas algunos mitos y creencias populares. A pesar del dolor, del silenciamiento, de las agresiones o de la incomprensión, los personajes femeninos cuestionan los patrones y normas impuestos, subvirtiéndolos por medio de sus acciones u omisiones radicales o monstruosas, con la finalidad de sobrevivir. Las narrativas presentan finales abiertos, los cuales generan inquietación, pero amplían las posibilidades de lectura de las narrativas. Muchos finales parecen desesperanzadores, pero hacen que las personas lectoras reflexionen sobre cómo es posible que todo se vuelva aún peor si nadie se moviliza. Palabras-claves: Gótico. Fantástico. Insólito. Siniestro femenino. Personajes femeninos. Dictadura. Mariana Enriquez. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 11 2 SINISTRO FEMININO 13 3 SOBRE A AUTORA: MARIANA ENRIQUEZ 23 4 ANÁLISES TEXTUAIS 33 4.1 Infâncias monstruosas e maternidades sombrias 34 4.1.1 “O menino sujo” 35 4.1.2 “O quintal do vizinho” 55 4.1.3 “Pablito clavó un clavito: uma evocação do Baixinho Orelhudo” 74 4.2 Fantasmas (d)e desaparecidos 89 4.2.1 “Verde vermelho alaranjado” 89 4.2.2 “Teia de aranha” 106 4.2.3 “A Hospedaria” 129 4.2.4 “A casa de Adela” 155 4.3 Sob e sobre os corpos da (pós)ditadura 176 4.3.1 “Sob a água negra” 177 4.3.2 “Os anos intoxicados” 201 4.4 O sinistro feminino das automutilações resistentes 218 4.4.1 “Fim de curso” 219 4.4.2 “Nada de carne sobre nós” 231 4.4.3 “As coisas que perdemos no fogo” 240 4.4.4 Outras considerações 260 5 INSÓLITO E HIBRIDISMO 266 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 273 REFERÊNCIAS 278 11 1 INTRODUÇÃO Inicialmente, cabe ressaltar que, neste trabalho, serão analisados o gótico e o fantástico contemporâneos. Desse modo, não se busca fazer um percurso histórico de ambos pela literatura desde seus inícios, mostrando suas mudanças ao longo do tempo e analisando as suas obras principais. Destacaram-se algumas características do fantástico e do gótico contemporâneo relacionando-as ao corpus escolhido para analisar qual o efeito proporcionado ao texto. Verifica-se, teoricamente, a confusão entre o fantástico e o gótico, dado o compartilhamento de características em comum. Há divergências entre os pesquisadores sobre qual dos dois surgiu primeiro, qual ainda está vigente, qual influenciou o outro. Muito se discute acerca do tema, em razão de alguns de seus limites serem tênues. Com o passar do tempo, as obras evoluíram além de suas características iniciais, se expandiram, se misturaram, complicando ainda mais as análises e as teorias que buscam enquadrar uma obra em determinado conceito. Ao invés de ler as teorias e tentar encaixar a obra em alguma delas, inclusive forçando interpretações, pretendeu-se realizar a leitura dos contos e daí partir para os conceitos e teorias úteis para ajudar e ampliar a análise das narrativas. A autora argentina Mariana Enriquez reconheceu a presença do gótico perpassando a sua obra, pois a realidade do seu país, Argentina, segundo ela, seria gótica (DRUCAROFF, 2011, p. 297, tradução nossa). O gótico é considerado como gênero por alguns teóricos e por outros como um modo. Tendo em vista que o presente trabalho não tem o objetivo de explorar os conceitos, diferenças e semelhanças de modo e gênero de maneira extensa, somente serão trazidos breves significados de cada um para justificar nossa escolha teórica de considerar o gótico como um modo literário, ligado ao medo, à escuridão e a desesperança. Para conceituá-lo e trabalhar com suas características principais, foram analisados os trabalhos de Inés Ordiz Alonso-Collada (2014b), Inés Ordiz (2019), Adriana Goicochea (2018) e Anna Boccuti (2020). Para conceituar o fantástico foram utilizadas as obras teóricas de David Roas, (2014; 2016), assim como alguns aspectos da obra de Rosemary Jackson (1986). Esta última, apesar de ser uma obra do século XX, é um estudo importante sobre o insólito de modo geral e será relevante em virtude de a autora focar seu estudo em 12 obras anglo-saxãs, as quais foram leituras e referências de Mariana Enriquez, como ela afirmou em diversas entrevistas. O principal objetivo do trabalho, como já mencionado, é tratar do sinistro feminino e verificar se tal conceito é pertinente para ser utilizado nas análises do livro escolhido. No capítulo seguinte será explicado sobre o porquê de tê-lo escolhido como um possível parâmetro para as análises textuais. Em seguida, será debatido o conceito de sinistro e o sinistro feminino e por último a sua relação com o gótico e o fantástico. Ao longo das análises, nos capítulos posteriores, essas e outras considerações serão entrelaçadas com trechos analisados das narrativas para mostrar certos aspectos na obra e/ou para servir como base em certas afirmações. Serão realizadas análises textuais dos doze contos do livro Las cosas que perdimos en el fuego (ENRIQUEZ, 2016) divididas em quatro tópicos: infâncias monstruosas e maternidades sombrias; fantasmas (d)e desaparecidos; sob e sobre os corpos da (pós) ditadura; o sinistro feminino das automutilações resistentes. Além de examinar em cada conto a pertinência do sinistro feminino, serão analisados aspectos sociais e históricos importantes para aprofundar as interpretações das narrativas, entre eles a ditadura militar da Argentina (1976-1983) e a pós-ditadura, considerando as suas repercussões socioeconômicas na sociedade. 273 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Entre os objetivos do presente trabalho estavam tratar do sinistro feminino e verificar se o conceito seria pertinente para ser utilizado nas análises do livro escolhido e se poderia ser considerado um fio condutor da obra, como sugeriu a própria autora; destacar algumas características do fantástico e do gótico contemporâneo que poderiam relacionar-se com o corpus escolhido e analisar qual o efeito que isso proporcionaria ao texto; e analisar aspectos socioeconômicos tratados nas narrativas, principalmente relacionados à ditadura e pós-ditadura na Argentina e a diversos problemas decorrentes desses períodos. Após a leitura dos contos, de textos teóricos e analíticos e a leitura e escuta de diversas entrevistas da autora, concluiu-se ser possível considerar o sinistro feminino como fio condutor da obra Las cosas que perdimos en el fuego (2016), examinando as ações e omissões monstruosas, radicais ou assustadoras das personagens femininas, sobretudo em relação ao seus corpos, pois estas realizam uma subversão, por meio de motivações críticas e/ou catárticas, com a finalidade de reivindicar-se como sujeitos sinistros (ABALIA, 2014, p. 842). Nos contos analisados, observaram-se características do modo gótico e em alguns contos, também do fantástico. O cotidiano das narrativas era tomado pelo sinistro e o horror e em menor quantidade, também havia presença de lendas populares, de ficção científica, especificamente a distopia, e de realismo mágico, a depender da leitura realizada, caracterizando o hibridismo literário da obra. Desse modo, é possível considerar os contos como pertencentes à categoria do insólito literário, macrogênero que engloba diversos modos literários, como os supracitados, facilitando a classificação da obra de modo amplo, sendo que nas análises de cada narrativa foi possível caracterizar os modos literários de forma mais detida conforme permitia cada trecho ou conto. Mariana Enriquez (1973-), escritora argentina, também professora e jornalista, autora do corpus analisado, o livro de contos Las cosas que perdimos en el fuego (2016), obra que lhe concedeu fama mundial, é hoje uma das autoras latino- americanas mais importantes no panorama literário mundial. A autora é muito debatida em clubes de leitura, escolas e mencionada nas redes sociais, contando com diversos estudos sobre sua obra. 274 Muitos críticos e jornalistas falam de uma espécie de movimento de escritoras, em especial da América Latina (BOCCUTI, 2020; DRUCAROFF, 2016; HEVIA, 2021), incluindo Mariana Enriquez (1973), no qual elas abordam, a partir do insólito, diversos problemas sociais dos seus países e, principalmente, violências que as mulheres sofreram e sofrem até os dias de hoje. Entre as autoras estão as também argentinas Gabriela Cabezón Cámara (1954) e Dolores Reyes (1978), as equatorianas María Fernanda Ampuero (1976) e Mónica Ojeda (1988) e as mexicanas Guadalupe Nettel (1973) e Liliana Blum (1974), entre outras. As narrativas das autoras acima citadas não foram objeto de estudo no presente trabalho, mas o conceito de sinistro feminino também poderia ser útil para enriquecer a análise dos seus textos, se verificada a sua pertinência em cada caso, tendo em vista as temáticas que abordam, muito ligadas às mulheres, seus corpos e as violências sofridas por elas. Além disso, grande parte de suas narrativas têm protagonistas ou narradoras femininas. Após as análises realizadas, verificou-se que Mariana Enriquez é uma pessoa participativa na sociedade, fazendo refletir sobre diversas questões sociais e fazendo pensar no papel da mulher e em seu protagonismo. Por meio de suas narrativas é possível reexaminar a História e observá-la por meio das personagens femininas de uma nova maneira. Enriquez coloca o protagonismo nas mulheres, trabalhando com a memória coletiva de um país e de um continente, e também reescrevendo a história individual de cada uma delas. As personagens femininas dos contos não são perfeitas, não fazem as melhores escolhas, não se comportam do modo esperado socialmente, e é assim que elas subvertem a suas vidas, tomam suas próprias decisões, muitas delas assustadoras ou radicais, atuando ou se omitindo, mas escolhendo o que fazer. Elas agem sobre seus corpos, também de modo diferente do esperado pela sociedade patriarcal, porém era sua forma de apropriar-se dos próprios corpos, os quais em muitos casos haviam deixado de ser delas. Almejavam libertar-se de violências a fim de sobreviver, não importando o custo disso, quando, na verdade, poder viver em paz deveria ser o mínimo a que elas teriam direito. Importante ressaltar que o conceito de sinistro feminino e o fato de verificar sua presença nas narrativas analisadas serve para enriquecer as possibilidades de leitura do texto. Isso porque foi analisado o comportamento das personagens femininas, as 275 ações ou omissões delas, sem valorar subjetiva e moralmente o que fizeram ou deixaram de fazer, somente tecendo reflexões sobre o ocorrido. A respeito da memória, a escritora faz um trabalho muito importante lidando com questões da ditadura e da pós-ditadura da Argentina, as quais ainda são tabus no seu país, em virtude de muitos preferirem esquecer o ocorrido, evitando falar sobre o tema por muito tempo. O silenciamento, tanto o forçado – pois as instituições queriam fazer as pessoas esquecerem o ocorrido – quanto o voluntário – muitas famílias preferiram não falar sobre as mortes e desaparições ocorridas em suas famílias, por medo ou como forma de conseguir seguir adiante – leva a caminhos perigosos, como à negação dos acontecimentos, o que já ocorreu em discursos de políticos da ultradireita (autodenominados ultraliberais) candidatos à presidência da Argentina683, e até mesmo à futura repetição de tais ações. A obra Las cosas que perdimos en el fuego (2016) se mostra importante para a memória coletiva, tratando de temas e problemas de importância sociocultural para seu país, Argentina, e pertinentes também para outros países da América Latina, retratando crenças e mitos locais, associados a medos globais. Outrossim, é relevante para a memória individual de cada um, trazendo questões e problemas individuais também retratados nas narrativas, fazendo o leitor se sentir identificado com a obra lida. No entanto, a autora traz essas importantes questões sócio-históricas, sendo muitas delas baseadas em notícias de fatos ocorridos em seu país – tendo em vista que Enriquez também é jornalista – sempre aliadas à ficção e aos modos não miméticos, em razão de o insólito estar presente em todas as narrativas e ela utilizar sobretudo o modo gótico, o fantástico e o sinistro feminino em sua obra. Dessa maneira, Mariana Enriquez consegue trazer algo novo ao panorama literário e também uma nova perspectiva sobre notícias e fatos já conhecidos (principalmente pelos argentinos). Além disso, Enriquez também trabalha nos contos com medos reais: medo de ser assassinada, de empobrecer, de ser dependente química, de sofrer violência 683 Para saber mais sobre o discurso do candidato Javier Milei concorrendo às eleições presidenciais de 2023 na Argentina: https://www.eldiario.es/internacional/negacionismo-javier-milei-debate- presidenciales-argentina-no-hubo-30-000-desaparecidos-dictadura_1_10561546.html. Acesso em: 05 oct. 2023. Atualização: o candidato ganhou as eleições, tomando posse como presidente da Argentina em 10 de dezembro de 2023. 276 doméstica, de sofrer bullying, de ser emocionalmente dependente do parceiro(a), de sofrer violência psicológica, de ser uma mãe ruim, de engravidar, de ter transtornos alimentares, de enlouquecer, de sofrer homofobia, dos desaparecidos, de ditaduras, da violência institucional, de desaparecer, de morrer. Ela alia esses medos ao gótico, ao sinistro, ao sinistro feminino, ao fantástico, ao horror, ou seja, ao insólito de modo geral, e com isso ela busca chocar ainda mais o leitor. Quem lê não tem a opção de virar o rosto e fingir não ver os problemas, esquecer tudo o que há de ruim no mundo, como as pessoas fazem depois de assistir ao jornal ou ler uma notícia. Muitos realizam isso para conseguir viver sem pensar somente nos problemas enfrentados por todos, mas também por não se importarem o suficiente. As narrativas permitem ao leitor refletir sobre os problemas e empatizar muito mais com os personagens e suas vidas, assim como detestar outros personagens. Por isso a literatura continua sendo tão importante socialmente, em função de a pessoa leitora sair da sua zona de conforto. Ademais, Enriquez dá voz àqueles que não costumam ser ouvidos: as mulheres, adolescentes, lésbicas, dependentes químicas, com diferentes transtornos e medos, as quais tomam as rédeas das suas vidas e, apesar de algumas escolhas perigosas e das dores sofridas – considerando os finais abertos das narrativas, os quais permitem diversas interpretações –, todas as personagens femininas sobrevivem (com exceção das mulheres assassinadas no início do conto “As coisas que perdemos no fogo” e da desaparição de Adela no conto “A casa de Adela”). Assim, não obstante a desesperança de muitos relatos, nos quais as personagens femininas sofrem para continuar vivas, até mesmo se automutilando, o fato de elas resistirem e lutarem abre espaço para uma pequena esperança de elas poderem sobreviver por meio de sua subversão. E essa subversão observada nas narrativas, também ocorre por meio da escrita de Mariana Enriquez, quem se destaca como uma das autoras que renovam o modo gótico na literatura da América Latina e mundialmente, trazendo o sinistro feminino à tona, e tratando de temas tão importantes quanto a ditadura militar pela qual o seu país passou, as dificuldades da pós-ditadura e as diversas violências a que as pessoas, em especial as mulheres e os seus corpos, são submetidas. Portanto, saber que há escritores e, neste caso, uma escritora da América Latina, com coragem para escrever sobre questões tão importantes e polêmicas, seja qual for o gênero literário ou modo de sua preferência, é uma dessas pequenas 277 esperanças dos leitores: que as palavras, ideias e reflexões apresentadas nas narrativas consigam ajudar a sociedade de algum modo, fazendo as pessoas se mobilizarem, mesmo o futuro se mostrando cada vez mais sinistro. 278 REFERÊNCIAS ABALIA, A. Lo siniestro femenino en la creación plástica contemporánea: análisis y experimentación. 2013. Tese (Doutorado em Belas Artes) – Universidad del País Vasco/Euskal Herriko Unibertsitatea, País Vasco, Espanha, 2014. Disponível em: https://addi.ehu.es/bitstream/10810/13427/1/Lo%20siniestro%20femenino.%20Andre a%20Abalia.pdf. Acesso em: 29 maio 2021. ABALIA, A. Lo siniestro femenino: Olimpia y otros fantasmas imaginarios con rostro de mujer. Tropelías. Revista de Teoría de la Literatura y Literatura Comparada, Zaragoza, n. 34, p. 109-125, 2020. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/336861158.pdf. Acesso em: 05 jun. 2021. AIM. El ceibo, la flor nacional y la leyenda de Anahí. Argentina, 2021. Disponível em: https://www.aimdigital.com.ar/provinciales/el-ceibo-la-flor-nacional-y-la-leyenda-de- anahi.htm. Acesso em: 03 jan. 2021. ALMEIDA, G. B. de. Aranha viúva-negra. Socientífica, 2022. Disponível em: https://socientifica.com.br/enciclopedia/aranha-viuva-negra/. Acesso em: 30 maio 2023. ALONSO, J. (Org.). King: Homenaje al Rey del Terror. Buenos Aires: Interzona Editora, 2018. E-book. AM750. Mariana Enríquez: Lo lindo del terror es cómo poder sentir miedo estando a salvo. Ciudad de Buenos Aires, 2022. Disponível em: https://750.am/2022/03/04/mariana-enriquez-lo-lindo-del-terror-es-como-poder-sentir- miedo-estando-a-salvo/. Acesso em: 10 jun. 2022. AMATTO, A. Transculturar el debate. Los desafíos de la crítica literaria latinoamericana actual en dos escritoras: Mariana Enriquez y Liliana Colanzi. Valenciana, Valenciana, n. 26, p. 207-230, dez. 2020. Disponível em: http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2007253820200002002 07&lng=es&nrm=iso. Acesso em: 24 maio 2021. AUTORES – Stephen King – Editora Arqueiro. Arqueiro, [s. l.], 2023. Disponível em: https://www.editoraarqueiro.com.br/autores/joe-hill-e-stephen-king. Acesso em: 30 abr. 2023. BENTIVOGLIO, J. História & distopia: a imaginação histórica no alvorecer do século 21. 2. ed. Vitória: Editora Milfontes, 2019. BIBLIOTECA NACIONAL MARIANO MORENO. Mariana Enriquez. Autores x autores. Argentina, 03 dez 2018, 1 vídeo (01h44min12seg). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=w4ZIq5zNYW0. Acesso em: 20 maio 2023. BIANCHI, P. D. Dermis, huellas de una herida que cincela los huesos: Enríquez, Stigger y Nettel. REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS, Campo Grande, v. 3, n. 20, 279 p. 163-187, 2018. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6862933. Acesso em: 02 ago. 2020. BIZZARRI, G. Fetiches pop y cultos trasgénicos. La remezcla de la tradición mágico- folclórica en el fantástico hispanoamericano de lo global. Brumal. Revista de investigación sobre lo Fantástico, Barcelona, v. 7, n. 1, p. 209-229, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.5565/rev/brumal.561. Acesso em: 20 maio 2021. BRANCO, L. C. O que é escrita feminina. São Paulo: Brasiliense, 1991. BRESCIA, P. Femeninos horrores fantásticos: Schweblin, Enríquez y (antes) Fernández. Orillas Rivista D'ispanistica, Padova, vol. 8, 2020a. Disponível em: http://orillas.cab.unipd.it/orillas/orillas-n-9-2020/. Acesso em: 20 maio 2021. BRESCIA, P. Mariana Enríquez en construcción: diez tesis. Latin American Literature Today, Oklahoma, n. 14, 2020b. Disponível em: http://www.latinamericanliteraturetoday.org/es/2020/mayo/mariana-enr%C3%ADquez- en-construcción-diez-tesis-de-pablo-brescia. Acesso em: 20 mar. 2021. BRESCIA, P. Los exorcismos de Mariana Enriquez. Latin American Literature Today, Oklahoma, n. 14, 2020c. Disponível em: https://latinamericanliteraturetoday.org/es/2020/05/exorcisms-mariana-enriquez-pablo- brescia/. Acesso em: 20 mar. 2021. BOCCUTI, A. Modulaciones de lo insólito, subversión fantástica e ironía feminista ¿una cuestión de géneros? Orillas Rivista D'ispanistica, Padova, vol. 9, 2020. Disponível em: http://orillas.cab.unipd.it/orillas/09_09boccuti_rumbos/. Acesso em: 20 maio 2021. BOTTING, F. Gothic. Nova Iorque; Londres: Taylor & Francis, 2005. E-book. BULFINCH, T. O libro de ouro da mitologia: histórias de deuses e heróis. Tradução: David Jardim. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006. BUSSE, R. Inquietante estranheza. In: CEIA, C. (coord). E-Dicionário de Termos Literparios (EDTL). Disponível em: https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/inquietante- estranheza-das-unheimliche. Acesso em: 20 set. 2023. C5N. Mariana Enriquez en el viaje con Diego Iglesias. Argentina, 18 jul 2023, 1 vídeo, (44min31seg). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=kmjFomCjVLM. Acesso em: 18 jul. 2023. CARNIEL, F; VITAL, D. S.; SOUZA, T. D. P. Episiotomia de rotina: necessidade versus violência obstétrica. J. nurs. health. Paraná, 2019. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/12/1047273/9.pdf. Acesso em: 30 maio 2023. CHEVALIER, J.; GHEERBRANT, A. Diccionário de símbolos. Barcelona: Herder, 2000. E-book. https://doi.org/10.5565/rev/brumal.561 280 CLAEYS, G. Dystopia: A Natural History – A Study of Modern Despotism, Its Antecedents, and Its Literary Diffractions. Oxford: Oxford UP, 2017. CLIMENT, D. D; PIMENTEL, A. O fantasma da ditadura militar argentina: análise de textos de Mariana Enriquez. Anais do X Congresso Internacional de Línguas e Literatura. Campina Grande: Realize Editora, 2021. Disponível em: https://mail.editorarealize.com.br/artigo/visualizar/75826. Acesso em: 08 ago. 2023. DABOVE, J. P. El gótico argentino contemporáneo. Revista digital REA. Argentina: s.n., 4 out. 2018. Disponível em: http://revistarea.com/el-goticoargentino- contemporaneo. Acesso em: 08 jun. 2023. DÍEZ COBO, R. M. Arquitecturas del hogar invertido: reescribiendo la casa encantada. Brumal. Revista de investigación sobre lo Fantástico, vol. 8, nº 1, p. 135- 156, mar. 2020. Disponível em: //doi.org/10.55g6/ver/brumal.633. Acesso em: 10 ago. 2023. DRUCAROFF, E. Los prisioneros de la torre. Política, relatos y jóvenes en la postdictadura. Buenos Aires: Emecé, 2011. DRUCAROFF, E. ¿Qué cambió y qué continuó en la narrativa argentina desde “Los prisioneros de la torre”? El Matadero, CABA, n. 10, 2016, p. 23-40. Disponível em: http://revistascientificas.filo.uba.ar/index.php/matadero/article/view/4969. Acesso em: 02 jun. 2021. DURÁN, M. A. S. Fantasmas: el eterno retorno. Lo fantástico y lo político en algunos relatos de Mariana Enríquez. REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, [s. l.], v. 3, n. 20, p. 261–278, 2019. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/REV/article/view/3309. Acesso em: 14 out. 2022. EMOTIVAL 2 MG COMP. DE ARGENTINA. Vademecum, Madrid, 2015. Disponível em: https://www.vademecum.es/equivalencia-lista-emotival+2+mg+comp.-argentina- n05ba06-1438179-ar_1. Acesso em: 30 abr. 2023. ENRIQUEZ, M. Alguien camina sobre tu tumba: mis viajes a cementerios. Buenos Aires: Galerna, 2013. E-book. ENRIQUEZ, Mariana. As coisas que perdemos no fogo. Trad. José Geraldo Couto. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017. ENRIQUEZ, M. Bajar es lo peor. Buenos Aires: Espasa Calpe, 1995. E-book. ENRIQUEZ, M. Como desaparecer completamente. Buenos Aires: Emecé, 2004. E- book. ENRIQUEZ, M. Desbordes: Entrevista a Mariana Enriquez. [Entrevista cedida a] Ana Príncipi; Ampro Sisti; Silvina Sánchez; Emilia Novo. In: CHIANI, M. (comp.). Escrituras en voz: Conversaciones sobre literatura argentina, Argentina, Universidad Nacional de La Plata: Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación, 01 jul. 281 2021, p. 309-344. Disponível em: https://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/libros/pm.4686/pm.4686.pdf. Acesso em: 07 jun. 2022. ENRIQUEZ, M. El otro lado. Barcelona: Anagrama, 2023a. E-book. ENRIQUEZ, M. En Argentina un relato de terror no es sólo un relato de género. [Entrevista cedida a] Laura Fernández. El Cultural, Buenos Aires, 01 fev. 2017b. Disponível em: https://elcultural.com/Mariana-Enriquez-En-Argentina-un-relato-de- terror-no-es-solo-un-relato-de-genero. Acesso em: 10 ago. 2020. ENRIQUEZ, M. Éste es el mar. Barcelona: Literature Random House, 2017c. E- book. ENRIQUEZ, M. Ese verano a oscuras. Madrid: Páginas de espuma, 2019. E-book. ENRIQUEZ, M. Las cosas que perdimos en el fuego. Barcelona: Anagrama, 2016. ENRIQUEZ, M. La hermana menor: un retrato de Silvina Ocampo. Barcelona: Anagrama, 2018. E-book. ENRIQUEZ, M. Los peligros de fumar en la cama. Barcelona: Anagrama, 2009. E- book. ENRIQUEZ, M. Nuestra parte de noche. Barcelona: Anagrama, 2019. E-book. ENRIQUEZ, M. “Me considero una escritora latinoamericana”: Una entrevista a Mariana Enríquez. [Entrevista cedida a] Arthur Malcolm Dixon. Latin American Literature Today, Oklahoma, n. 14, 2020a. Disponível em: http://www.latinamericanliteraturetoday.org/es/2020/mayo/%E2%80%9Cme- considero-una-escritora-latinoamericana%E2%80%9D-una-entrevista-mariana- enr%C3%ADquez. Acesso em: 20 nov. 2021. ENRIQUEZ, M. Os perigos de fumar na cama. Trad. Elisa Menezes. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2023b. ENRIQUEZ, M. Porque demasiado no es suficiente: mi historia de amor con Suede. Santiago de Chile: Montacerdos, 2023c. ENRIQUEZ, M. Sobre la escritura: una charla con Mariana Enriquez. Buenos Aires: Editorial de Periodismo y Comunicación, 2020b. E-book. FRIERA, S. Mariana Enriquez, nominada en Francia y Estados Unidos. Página 12, Argentina, 25 fev. 2022. Disponível em: https://www.pagina12.com.ar/403786- mariana-enriquez-nominada-en-francia-y-estados-unidos. Acesso em: 10 maio 2022. FEMINICIDIO.NET. Feminicidio en Argentina: quemadas por ser mujeres. Feminicidio.net, Barcelona, 01 jun. 2012. Disponível em: https://feminicidio.net/feminicidio-en-argentina-quemadas-por-ser-mujeres/. Acesso em: 02 jul. 2021. https://www.memoria.fahce.unlp.edu.ar/libros/pm.4686/pm.4686.pdf https://feminicidio.net/feminicidio-en-argentina-quemadas-por-ser-mujeres/ 282 FERIA DEL LIBRO. Apertura del Diálogo de Escritoras y Escritores de Argentina: conversación con Mariana Enríquez. Argentina, 07 maio 2022, 1 vídeo (01h13min50s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YnzrA7F-cyc. Acesso em: 10 maio 2022. FRANÇA, J. Monstros reais, monstros insólitos: aspectos da literatura do medo no Brasil. Vertentes teóricas e ficcionais do insólito; Rio de Janeiro: Caetés, 2012. FREUD, S. O infamiliar [Das Unheimliche]. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019. FONTES, I. O horror vem de dentro: o abjeto e o corpo político em três contos de Mariana Enriquez. REVELL - Revista de Estudos Literários da UEMS. Campo Grande, v. 3, n. 20, p. 244-260, 2018. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6862928. Acesso em: 02 ago. 2020. FONTES, I. O monstro e o corpo político na literatura argentina contemporânea. In: DIAS, A.; BÉRENGER, L.; MONTEIRO, M. C. (org.) O inumano e o monstruo. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2020. Disponível em: https://www.dialogarts.uerj.br/admin/arquivos_tfc_literatura/oInumano_eo_Monstro.p df#page=79. Acesso em: 15 jul. 2022. FORTTES ZALAQUETT, C. ¿Te cuento una historia de horror? Representación de la maternidad en la obra reciente de Mariana Enriquez y de Samanta Schweblin. Atenea (Concepc.), Concepción, n. 523, p. 287-304, jul. 2021. Disponível em: http://dx.doi.org/10.29393/atat523-422cftc10422. Acesso em: 01 jun. 2023. GABRIEL, R. de S. Mariana Enriquez transforma a tragédia política argentina em contos de terror. Época. [s.l.], 2017. Disponível em: https://epoca.oglobo.globo.com/cultura/noticia/2017/07/mariana-enriquez-transforma- tragedia-politica-argentina-em-contos-de-terror.html. Acesso em: 12 maio 2022. GASPARINI, S. Las horas nocturnas: Diez lecturas sobre terror, fantástico y ciencia. Buenos Aires: Argus-a, 2020. E-book. GASPARINI, S. Telarañas intoxicadas. Academia.edu, [s. l.]. Acceso: https://www.academia.edu/28582676/Telara%C3%B1as_intoxicadas_Las_cosas_que_p erdim os_en_el_fuego_de_Mariana_Enriquez_Barcelona_Buenos_Aires_Anagrama_2016. Acesso em: 02 set. 2023. GARCÍA, F. Insólito ficcional. In: REIS, C.; ROAS, D.; FURTADO, F.; GARCÍA, F.; FRANÇA, J. (Editores). Dicionário Digital do Insólito Ficcional (e-DDIF). Rio de Janeiro: Dialogarts, 2020. Disponível em: http://www.insolitoficcional.uerj.br/i/insolito- ficcional/. Acesso em: 06 de jan. de 2020. GARRIDO, P. Las formas de lo real en la cuentística de seis escritoras argentinas contemporáneas: Luisa Axpe, Lilliana Díaz Mindurry, Fernanda García Curten, Paola Kaufmann, Mariana Enríquez y Samanta Schweblin. 2014. Tese (Doutorado em https://epoca.globo.com/cultura/noticia/2017/07/mariana-enriquez-transforma-tragedia-politica-argentina-em-contos-de-terror.html https://epoca.globo.com/cultura/noticia/2017/07/mariana-enriquez-transforma-tragedia-politica-argentina-em-contos-de-terror.html 283 Filosofía) – University of Cincinnati. Estados Unidos, 2014. Disponível em: https://www.academia.edu/38245888/Thesis_Paula_Garrido_Las_formas_de_lo_irre al_en_la_cuent%C3%ADstica_de_seis_escritoras_argentinas_contempor%C3%A1n eas_Luisa_Axpe_Liliana_D%C3%ADaz_Mindurry_Fernanda_Garc%C3%ADa_Curte n_Paola_Kaufmann_Mariana_Enr%C3%ADquez_y_Samanta_Schweblin. Acesso em: 20 set. 2021. GALLEGO CUIÑAS, A. El feminismo gótico de Mariana Enríquez. Latin American Literature Today, Oklahoma, nº.14, 2020a. Disponível em: http://www.latinamericanliteraturetoday.org/es/2020/mayo/el-feminismo- g%C3%B3tico-de-mariana-enr%C3%ADquez-de-ana-gallego-cui%C3%B1as. Acesso em: 25 maio 2021. GALLEGO CUIÑAS, A. Feminismo y literatura (argentina) mundial: Selva Almada, Mariana Enríquez y Samanta Schweblin. In: GUERRERO, G.; LOCANE, J.; LOY, B.; MÜLLER, G. Literatura latinoamericana mundial: dispositivos y disidencias. Berlin, Boston: De Gruyter, 2020b. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=7537327. Acesso em: 12 maio 2021. GAMA, G. T. Argentina, 1985. Comciência, Campinas, n. 241, 2023. Disponível em: https://www.comciencia.br/argentina-1985/. Acesso em: 12 jul. 2023. GOICOCHEA, A. L. Las huellas de una generación y el modo gótico em la obra de Mariana Enríquez. Revista Lindes – Estudios sociales del arte y de la cultura, Buenos Aires, n. 15, p. 01-12, jun. 2018. Disponível em: http://www.revistalindes.com.ar/revista15.html. Acesso em: 19 ago. 2020. GOICOCHEA, A. L. (org.) Miradas góticas: del miedo al horror en la narrativa argentina actual. Viedma: Etiqueta Negra, 2021. Disponível em: https://issuu.com/etiquetanegracontenidoscultura/docs/miradas_goticas. Acesso em: 31 maio 2021. GORDILLO VARAS, C. La tecnología para narrar el horror humano: lo cibergótico en Nefando (2016) y Mandíbula (2018) de Mónica Ojeda. Dissertação (Mestrado acadêmico em Literatura) – Pontificia Universidad Católica de Chile, Chile, 2022. Disponível em: https://repositorio.uc.cl/handle/11534/66908. Acesso em: 15 out. 2023. GUEVARA AGUIRRE, D. La irrupción de lo “ominoso” en la construcción de los cuerpos femeninos en Las cosas que perdimos en el fuego de Mariana Enríquez. Dissertação (Mestrado académico em Literatura Latinoamericana) – Ciudad Universitaria Rodrigo Facio, Costa Rica, 2020. Disponível em: http://www.kerwa.ucr.ac.cr/handle/10669/82782. Acesso em: 07 jun. 2021. HEINRICH, M. Mariana Enriquez en la Feria: una noche donde la literatura asumió el fanatismo de una rock star. Telam, Argentina, 04 maio 2022. Disponível em: https://www.telam.com.ar/notas/202205/591560-mariana-enriquez-feria- internacional-del-libro.html. Acesso em: 05 maio 2022. 284 HELFER, M. Los Últimos. Buenos Aires: Edhasa, 2021. HEVIA, E. Las damas oscuras conquistan la literatura latinoamericana. El Periódico, Barcelona, 30 maio 2021. Disponível em: https://www.elperiodico.com/es/ocio-y- cultura/20210530/damas-oscuras-literatura-latinoamericana-mariana-enriquez-maria- fernanda-ampuero-giovanna-rivero-samanta-schweblin-monica-ojeda-guadalupe- nettel-11772692. Acesso em: 11 jun. 2021. HODGSON, E. M. Mariana Enríquez y el Gótico Urbano de Argentina. 2019. Tese (Conclusão de curso) – University of Colorado Boulder, Colorado, Estados Unidos, 2020. Disponível em: https://scholar.colorado.edu/concern/undergraduate_honors_theses/pc289k00t. Acesso em: 05 jun. 2021. IDENTIFICACIÓN de desaparecidos entre 1974 y 1983. EAAF - Equipo Argentino de Antropología Forense, [s. l.], 2021. Disponível em: https://eaaf.org/identificacion-de- desaparecidos-entre-1974-y-1983/. Acesso em: 31 maio 2023. JACKSON, R. Fantasy: literatura y subversión. Buenos Aires: Catálogos editora, 1986. JOSSA, E. Los huesos son un asunto político. Los cuentos oblicuos de Samanta Schweblin y Mariana Enríquez. Les Ateliers du SAL, Paris, n. 14, p. 156-168, 2019. Disponível em: https://lesateliersdusal.files.wordpress.com/2020/02/lads14v4-156- 168.pdf. Acesso em: 29 maio 2021. KRYSINSKI, V. Sobre algumas genealogias e formas do hibridismo nas literaturas do século XX. Tradução e Apresentação de Zênia de Faria. Revista Criação & Crítica, n. 9, p. 230-241, nov. 2012. Disponível em: . Acesso em: 02 set. 2023. LEANDRO-HERNÁNDEZ, L. Escribir la realidad a través de la ficción: el papel del fantasma y la memoria en «Cuando hablábamos con los muertos», de Mariana Enríquez. Brumal. Revista de investigación sobre lo Fantástico, [s. l.], v. 6, n. 2, p. 145–164, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.5565/rev/brumal.522. Acesso em: 02 sep. 2021. LIBROS UNAM. Distopías, terror y otras ficciones. Fiesta del Libro y la Rosa 2020. [S.l.], 23 abr. 2020, 1 vídeo (52:22 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tabqr-vFQ3s. Acesso em: 25 jun. 2020. LINS, G. P. dos S. Distopias de gênero em contos especulativos de Margaret Atwood e Raphael Carter. 2015. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal de Alagoas, Faculdade de Letras, Maceió, 2016. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UFAL_ce858d9e68119608333db9bc6efde520. Acesso em: 02 jul. 2021. LLALIN KUSHE, La araña vieja - Origen del Hilado. Cuco, [s. l.]. Disponível em: https://www.cuco.com.ar/origen_del_hilado.htm#:~:text=Los%20mapuche%20chilen https://eaaf.org/identificacion-de-desaparecidos-entre-1974-y-1983/ https://eaaf.org/identificacion-de-desaparecidos-entre-1974-y-1983/ LLALIN%20KUSHE,%20La%20araña%20vieja%20-%20Origen%20del%20Hilado.%20Cuco,%20%5bs.%20l.%5d.%20Disponível%20em:%20https:/www.cuco.com.ar/origen_del_hilado.htm#:~:text=Los%20mapuche%20chilenos%20y%20argentinos,que%20las%20impulsan%20al%20error. Acesso em: 14 jul. 2023. LLALIN%20KUSHE,%20La%20araña%20vieja%20-%20Origen%20del%20Hilado.%20Cuco,%20%5bs.%20l.%5d.%20Disponível%20em:%20https:/www.cuco.com.ar/origen_del_hilado.htm#:~:text=Los%20mapuche%20chilenos%20y%20argentinos,que%20las%20impulsan%20al%20error. Acesso em: 14 jul. 2023. LLALIN%20KUSHE,%20La%20araña%20vieja%20-%20Origen%20del%20Hilado.%20Cuco,%20%5bs.%20l.%5d.%20Disponível%20em:%20https:/www.cuco.com.ar/origen_del_hilado.htm#:~:text=Los%20mapuche%20chilenos%20y%20argentinos,que%20las%20impulsan%20al%20error. Acesso em: 14 jul. 2023. 285 os%20y%20argentinos,que%20las%20impulsan%20al%20error. Acesso em: 14 jul. 2023. LLURBA, A. Mariana Enríquez, colección de mujeres siniestras. El Asombrario & Co, [s. l.], 2016. Disponível em: https://elasombrario.publico.es/mariana-enriquez- coleccion-mujeres-siniestras/. Acesso em: 10 set. 2023. LÓPEZ, M. Sensación térmica. Barcelona: Libros del asteroide, 2021. LÓPEZ-PELLISA, T. Ficção científica. In: REIS, Carlos; ROAS, David; FURTADO, Filipe; GARCÍA, Flavio; FRANÇA, Júlio (Editores). Dicionário Digital do Insólito Ficcional (e-DDIF). Rio de Janeiro: Dialogarts, 2020. Disponível em: http://www.insolitoficcional.uerj.br/site/f/ficcao-cientifica/. Acesso em: 06 de jan. de 2020. LUFT, D. Misiones - Una novia, un camión y la muerte: la historia real detrás del fantasma del puente del arroyo Yazá. Misiones online. Misiones, Argentina, 2022. Disponível em: https://misionesonline.net/2017/03/17/misterio-del-puente-arroyo- yaza-se-reaviva-la-leyenda-los-fantasmas-1-sp/. Acesso em: 15 jul. 2023. MACKEY, A. Aguas ambiguas: encarnando una conciencia antropocénica a través del ecogótico rioplatense. Revista CS, v. 36, p. 247-287, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.18046/recs.i36.4773. Acesso em: 23 de maio de 2023. MASON, D. Asylums. In: HUGHES, W.; PUNTER, D.; SMITH, A. (eds.). The encyclopedia of the gothic. Nova Jersey: Wiley-Blackwell, 2015. E-book. MARIANA Enriquez, candidata al prestigioso Booker Prize internacional. Clarín, Argentina, 30 mar. 2021. Disponível em: https://www.clarin.com/cultura/mariana- enriquez-candidata-prestigioso-booker-prize-internacional_0_M4_1OOk7e.html. Acesso em: 10 abr. 2022. MARIANA Enríquez: Lo lindo del terror es cómo poder sentir miedo estando a salvo. Página 12, Argentina, 04 mar. 2022. AM750. Disponível em: https://www.pagina12.com.ar/470689-mariana-enriquez-lo-lindo-del-terror-es-como- poder-sentir-mi. Acesso em: 11 nov. 2022. MARIANA Enriquez en la short list del Booker Internacional por “Los peligros de fumar en la cama”. La nación, Buenos Aires, 22 abr. 2021b. Cultura. Disponível em: https://www.lanacion.com.ar/cultura/mariana-enriquez-en-la-short-list-del-booker- internacional-por-los-peligros-de-fumar-en-la-cama-nid22042021/. Acesso em: 30 jun. 2021. MARKENDORF, M; JARDIM, N. F. R. Horrores (des)aparecidos em “A casa de Adela”, de Mariana Enriquez. Revista Abusões. Rio de Janeiro, nº 20, 356-380, 2023. Disponível em: https://www.e- publicacoes.uerj.br/index.php/abusoes/article/view/69106/0. Acesso em: 28 jul. 2023. LLALIN%20KUSHE,%20La%20araña%20vieja%20-%20Origen%20del%20Hilado.%20Cuco,%20%5bs.%20l.%5d.%20Disponível%20em:%20https:/www.cuco.com.ar/origen_del_hilado.htm#:~:text=Los%20mapuche%20chilenos%20y%20argentinos,que%20las%20impulsan%20al%20error. Acesso em: 14 jul. 2023. LLALIN%20KUSHE,%20La%20araña%20vieja%20-%20Origen%20del%20Hilado.%20Cuco,%20%5bs.%20l.%5d.%20Disponível%20em:%20https:/www.cuco.com.ar/origen_del_hilado.htm#:~:text=Los%20mapuche%20chilenos%20y%20argentinos,que%20las%20impulsan%20al%20error. Acesso em: 14 jul. 2023. https://doi.org/10.18046/recs.i36.4773 286 MARTORELL CAMPOS, F. Nueve tesis introductorias sobre la distopía, Quaderns de filosofia, Valencia, v. 7, n. 2, 2020, p. 11-33. Disponível em: 10.7203/qfia.7.2.20287. Acesso em: 30 jun. 2021. MEIRELES, A. Zumbi. In: REIS, Carlos; ROAS, David; FURTADO, Filipe; GARCÍA, Flavio; FRANÇA, Júlio (Eds.). Dicionário Digital do Insólito Ficcional (e-DDIF). 2. ed. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2022. Disponível em: https://www.insolitoficcional.uerj.br/zumbi/. Acesso em: 25 ago. 2023. MESSIANO, L. I. Las palabras que confiamos al viento. Barcelona: Salamandra, 2022. MORENO TRUJILLO, M. P. El Cuento de la Criada, los símbolos y las mujeres en la narración distópica. Escritos, v. 24, n. 52, pp. 185-211, 2016. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18566/escr.v24n52.a09. Acesso em: 20 jun. 2022. MRÉJEN, V. Tercera persona. Cáceres: Editorial Periférica, 2021. NETTEL, G. Editorial. Revista Digital de la Universidad de México, on-line, nov. 2018. Disponível em: https://www.revistadelauniversidad.mx/releases/887b10c5- 73fa-4a81-a8af-d9607f81f0eb/utopias-y-distopias#dossier. Acesso em: 01 jul. 2021. ORDIZ ALONSO-COLLADA, I. Estrategias ficcionales de lo insólito: la literatura gótica frente a la literatura fantástica. Badebec, [s. l.], v. 3, n. 06, 2014. Disponível em: https://badebec.unr.edu.ar/index.php/badebec/article/view/73. Acesso em: 01 set. 2023. ORDIZ ALONSO-COLLADA, I. O. Manifestaciones ficcionales del terror. El gótico contemporáneo de las Américas. 2014b. Tese (Doutorado em Literatura). Facultad de Filosofia y Letras, Universidad de León, Espanha, 2014. Disponível em: https://buleria.unileon.es/handle/10612/5968. Acesso em: 10 maio 2022. ORDIZ, I. De brujas, mujeres libres y otras transgresiones: el gótico en Las cosas que perdimos en el fuego de Mariana Enríquez. In: Álvarez Méndez, N.; Abello Verano, A. (eds.) Realidades fracturadas. Estéticas de lo insólito en la narrativa en lengua española (1980-2018). Biblioteca Filológica Hispana, 213. Madrid: Visor Books, p. 263-286, 2019. ORSI, G. O. “Não há negros na Argentina”: o mito da homogeneidade racial argentina. Simbiótica, v.9, n.2, maio-ago./2022. Vitória, 2022. Disponível em: https://books.scielo.org/id/jr9nm/pdf/hernandez-9788523220150-04.pdf. Acesso em: 05 jun. 2023. PASIK, D. ¿Qué tiene la escritora argentina Mariana Enriquez, que gana premios y da miedo en el mundo? Clarín, Argentina, 04 maio 2021. Disponível em: https://www.clarin.com/cultura/-escritora-argentina-mariana-enriquez-gana-premios- da-miedo-mundo-_0_6zZFEde2o.html. Acesso em: 20 maio 2021. PASSAMANI, G. R. Homossexualidades e ditaduras militares: os casos de Brasil e Argentina. In: Fazendo Gênero 9: Diásporas, diversidades, deslocamentos, Mato 287 Grosso do Sul, 2010. Disponível em: https://www.fg2010.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1275391766_AR QUIVO_Passamani.Completo.FG9.pdf. Acesso em: 15 jan. 2024. PAZ SALINAS, M. La fealdad como postura ética: Un análisis funcional de los personajes femeninos en el cuento “Fin de curso” de Mariana Enríquez, Gupea Göteborgs Universitets, Alemanha, 2020. Disponível em: https://gupea.ub.gu.se/handle/2077/6629. Acesso em: 30 ago. 2023. POMBA Gira: confira os simbolismos e as facetas dessa entidade espiritual. Dicionário de Símbolos, [s. l.], 2023. Disponível em: https://www.dicionariodesimbolos.com.br/pomba-gira-simbolismos-e-facetas/. Acesso em: 10 jun. 2023. REBOSSIO, A. A Argentina debate lei para proibir a anistia de criminosos da ditadura. El País, [s. l.], 17 set. 2014. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/16/internacional/1410884074_354051.html. Acesso em: 12 jan. 2024. REIS, C.; LOPES, A. C. Dicionário de teoria da narrativa. São Paulo: Ática, 1988. ROAS, D. A ameaça do fantástico: aproximações teóricas. Tradução: Julián Fuks. São Paulo: Unesp, 2014. ROAS, D. Más que fantasmas: la explosión de la literatura fantástica femenina. The conversation, [s. l.], 02 jan. 2020. Disponível em: https://theconversation.com/mas- que-fantasmas-la-explosion-de-la-literatura-fantastica-femenina-124612. Acesso em: 15 ago. 2020. ROAS, D. Tras los límites de lo real: una definición de lo fantástico. Madrid: Ed. Páginas de Espuma, 2016. E-book. RODRIGUES JÚNIOR, E. J. A maternidade como motivo gótico em “Os porcos”, de Júlia Lopes de Almeida. Abusões. Rio de Janeiro, n. 20, ano 9, 2023. Disponível em: https://doi.org/10.12957/abusoes.2023.70316. Acesso em: 05 jul. 2023. ROMANO, M. L. La noche, el silencio y la magia en la trama ficcional de La Bruja o la Ave Nocturna. In: ZANGRANDI, M. et. al. Territorio de sombras: montajes y derivas de lo gótico en la literatura argentina. Buenos Aires: NJ Editor, 2021. E-book. SAITO, C. N. I. Cultura pop japonesa e as novas referências midiáticas: o fenômeno otaku e hikikomori. Revista de Estudos Universitários - REU, Sorocaba, São Paulo, v. 38, n. 2, 2012. Disponível em: https://periodicos.uniso.br/reu/article/view/1035. Acesso em: 15 jun. 2023. SÁNCHEZ-VERDEJO PÉREZ, F. J. Fundamentos teóricos-formales del gótico literario. Polifonía Scholarly Journal, Clarksville, Estados Unidos, v. 2, 2012. Disponível em: https://www.apsu.edu/polifonia/volume2/e1.pdf. Acesso em: 30 ago. 2023. https://www.dicionariodesimbolos.com.br/pomba-gira-simbolismos-e-facetas/ https://doi.org/10.12957/abusoes.2023.70316 288 SCHERER, F. Mariana Enriquez, la reina del realismo gótico. La Nación, [s.l.], 2020. Disponível em: https://www.lanacion.com.ar/cultura/mariana-enriquez-reina-del- realismo-gotico-nid2324952/. Acesso em: 15 maio 2022. SEIFERT, M. El país de la selva: la bruja y el gótico mesopotámico en ‘Tela de araña’ de Mariana Enríquez. Cuadernos Del CILHA, Argentina, n. 34, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.48162/rev.34.001. Acesso em: 10 jul. 2023. SEOANE, M. Argentina. Enciclopedia latinoamericana, São Paulo, 2015. Disponível em: http://latinoamericana.wiki.br/verbetes/a/argentina. Acesso em: 01 set. 2021. SINISTRO. In: DICIO: Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2023. Disponível em: https://www.dicio.com.br/sinistro/. Acesso em: 16 fev. 2023. SILVA, P. R. da. Uma historiografia sobre a “falta”: a ditadura do general Alfredo Stroessner no Paraguai (1954-1989). Revista História, v. 177, São Paulo, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.2018.127742. Acesso em: 02 jun. 2023. SINISTER and Dexterity: Why "Left" is Associated With Evil. Merriam-Webster Online, [s. l.], 2023. Disponível em: https://www.merriam- webster.com/wordplay/sinister-left-dexter-right-history. Acesso em: 15 set. 2023. THEUMER, E. El Nunca Más de los 400. Página 12, Argentina, 2016. Disponível em: https://www.pagina12.com.ar/diario/suplementos/soy/1- 4515-2016-04-29.html. Acesso em: 15 jul. 2023. TODOROV, T. Introdução à literatura fantástica. 4ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2010. VIGNOLI, R. G.; MONTEIRO, S. D. Deep Web e Dark Weeb similaridades e dissiparidades no contexto da Ciência da Informação. Transinformação, v. 32, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2318-0889202032e190052. Acesso em: 02 jul. 2023. YELOVICH, I. El terror social. Vindicación de un género “menor”: ecocrítica y ecofeminismo en “Bajo el agua negra” y “Las cosas que perdimos en el fuego” de Mariana Enríquez. Tenso Diagonal, n. 10, p. 112-122, 18 dez. 2020. Disponível em: https://www.tensodiagonal.org/index.php/tensodiagonal/article/view/278. Acesso em: 10 jun. 2021. https://www.merriam-webster.com/wordplay/sinister-left-dexter-right-history https://www.merriam-webster.com/wordplay/sinister-left-dexter-right-history https://www.merriam-webster.com/wordplay/sinister-left-dexter-right-history https://www.merriam-webster.com/wordplay/sinister-left-dexter-right-history https://doi.org/10.1590/2318-0889202032e190052