Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Faculdade de Odontologia de Araraquara Luciano Elias da Cruz Perez Efeito de tratamentos da superfície de união e materiais reembasadores na resistência ao impacto de resina para base de prótese Araraquara 2005 Luciano Elias da Cruz Perez Efeito de tratamentos da superfície de união e materiais reembasadores na resistência ao impacto de resina para base de prótese Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, para a obtenção do título de Mestre em Reabilitação Oral (Área de concentração: Prótese). Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Lucia Machado - UNESP Co-Orientador: Prof. Dr. Sebastião V. Canevarolo Júnior - UFSCar Araraquara 2005 Perez, Luciano Elias da Cruz Efeito de tratamentos de superfície de união e materiais reembasadores da resistência ao impacto de resina para base de prótese / Luciano Elias da Cruz Perez. ― Araraquara : [s.n.], 2005. 113 f. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia. Orientadora : Profa. Dra. Ana Lúcia Machado. 1. Resinas acrílicas 2. Reembasadores de dentadura 3. Prótese dentária. I. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária Ceres Maria Carvalho Galvão de Freitas CRB 8/4612 Serviço de Biblioteca e Documentação da Faculdade de Odontologia de Araraquara / UNESP Data da defesa: 04/03/2005 Banca Examinadora Profa. Dra. Ana Lucia Machado - Orientadora, Professor Adjunto do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. Profa. Dra. Ana Cláudia Pavarina - Professor Assistente Doutor do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese da Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP. Prof. Dr. Luiz Antonio Pessan - Professor Adjunto do Departamento de Engenharia de Materiais do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. DADOS CURRICULARES Luciano Elias Cruz Perez Nascimento: 18/09/1979 – Santa Helena de Goiás – GO Filiação: Wilson Elias Perez Maria Irismar da Cruz Perez 1999 - 2002: Curso de Graduação - Faculdade de Odontologia de Araraquara - UNESP 2003 - 2005: Curso de Pós-Graduação em Odontologia, nível Mestrado - Reabilitação Oral (Área de Prótese), na Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP. Dedicatória A Deus, Por ter sido meu alicerce em todas as fases da minha vida Dedicatória Aos meus pais Wilson Elias Perez e Maria Irismar da Cruz Perez, e aos meus irmãos Danyel Elias da Cruz Perez, Natalia da Cruz Perez e Cecília da Cruz Perez, Dedico este trabalho Agradeço a toda minha família pelo apoio incondicional em todos os momentos de minha vida, por minha formação moral e amizade. Amo vocês. Agradecimento Especial À Profª Drª Ana Lucia Machado por todos os ensinamentos, pela amizade, pela oportunidade concedida e pelo exemplo de profissionalismo e competência. Muito Obrigado! Agradecimento Especial Ao Prof. Dr. Sebastião Vicente Canevarolo Junior, por toda assistência, atenção, paciência, compreensão e amizade. Meus sinceros agradecimentos! Agradecimentos Especiais Ao Prof. Carlos Eduardo Vergani, pela amizade e contribuição na elaboração deste trabalho. Muito Obrigado! Às Profas. Dras. Eunice Teresinha Giampaolo e Ana Cláudia Pavarina, pelos ensinamentos e amizade. Muito Obrigado! Agradecimentos Aos Professores do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, pela minha formação acadêmica e amizade Aos meus colegas de Pós-Graduação José Maurício, João Gustavo, Matheus, Mariana, Juliana, Marcelo, Alessandro, Andréia, Anelise, Roberta, Ewerton, Daniela, Michael, Karina, Ana Carolina, Ana Paula, Sicknan, Nara, Vanessa, Karin, Poliana, Janaína, Eduardo, André, Túlio, Fabiana, Sabrina, Raphael, Weber, Max e Fabiano. Agradeço por toda ajuda e amizade. Obrigado pelos momentos inesquecíveis! Aos alunos de Pós-Graduação do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos, em especial a Nelson M. Larocca, pela atenção, paciência e amizade. Agradecimentos Aos meus grandes amigos Murilo, Hugo, Érica, Pedro, Luís Gustavo e Rodrigo, Érika, Plínio e Igor. Obrigado por toda amizade e atenção. Aos demais amigos da Faculdade de Odontologia de Araraquara. Às funcionárias da seção de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Araraquara, muito abrigado pela atenção e disponibilidade. Aos funcionários da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Araraquara, pela amizade e atenção. Muito Obrigado! Aos funcionários do Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, pela amizade e convivência. Agradecimentos À Fundação para o Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP) pelo auxílio financeiro concedido a este trabalho À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo auxílio financeiro concedido para a realização deste trabalho. Ao Prof. Romeu Magnani, pela contribuição na realização da análise estatística deste trabalho À Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”, por minha formação profissional e por todas oportunidades concedidas por esta magnífica casa de ensino. E a todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho. Sumário 1. Introdução --------------------- 13 2. Revisão da Literatura ---------- 18 3. Proposição --------------------- 55 4. Material e Método -------------- 57 5. Resultado ---------------------- 76 6. Discussão----------------------- 84 7. Conclusão ---------------------- 94 8. Referências -------------------- 96 9. Apêndice ----------------------- 105 Resumo-------------------------- 108 Abstract------------------------- 111 IInnttrroodduuççããoo 1. Introdução Algumas resinas acrílicas autopolimerizáveis têm sido desenvolvidas para corrigir, diretamente na cavidade bucal, o desajuste existente entre parte interna das bases das próteses e os tecidos subjacentes, restabelecendo, dessa forma, a retenção, o suporte e a estabilidade das próteses removíveis, alterados em função do processo contínuo de reabsorção do rebordo residual18,31. Esse método, denominado reembasamento imediato, elimina as fases laboratoriais de inclusão e prensagem necessárias para a realização do reembasamento mediato, sendo, portanto, mais rápido e de fácil execução. Em função desses aspectos, esse procedimento tem sido freqüentemente utilizado para a readaptação das bases das próteses, sobretudo nos tratamentos de pacientes idosos, cujo número tem aumentado significativamente. Um aspecto importante a ser considerado é a remoção, para a realização do reembasamento, de parte da base da prótese por meio de desgaste, com os objetivos de eliminar a camada superficial que manteve contato com os fluidos bucais e microrganismos4 e, ainda, expor uma superfície mais reativa da resina de base2. Esse procedimento, no entanto, pode diminuir a resistência da base da prótese. Além disso, após o reembasamento, os materiais utilizados nesse procedimento irão constituir parte integrante da base e, dessa forma, suas propriedades podem influir na resistência final obtida. Idealmente, as bases das próteses, após o reembasamento, deveriam apresentar resistência similar às das resinas utilizadas para sua confecção. Os materiais para reembasamento imediato, apesar de serem autopolimerizáveis, apresentam constituição diferente da das resinas quimicamente ativadas convencionais, usualmente à base de polimetilmetacrilato (pó) e metilmetacrilato (líquido), sobretudo com relação à composição do líquido3,5. Tem sido observado que essas diferenças na composição podem influir diretamente nas propriedades dos materiais reembasadores 5 e, conseqüentemente, no sucesso do tratamento a longo prazo. Estudos têm demonstrado, ainda, que os tipos de resina de base e de material Introdução 15 reembasador utilizados influenciam diretamente na resistência à flexão obtida após o reembasamento10,46,47. Além da resistência à flexão, uma outra propriedade importante a ser considerada é a resistência ao impacto das bases reembasadas. Tem sido observado que as resinas acrílicas termopolimerizáveis convencionais utilizadas na confecção das bases das próteses, na temperatura fisiológica bucal, que é inferior à sua temperatura de transição vítrea, são materiais duros e friáveis e que apresentam, portanto, baixa resistência ao impacto23,53, o que resulta em fratura típica frágil, caracterizada pela falta de deformação das partes fraturadas8,16,17,21,23. Essa natureza frágil das resinas acrílicas ocasiona, freqüentemente, fratura das bases, em consequência de queda acidental da prótese e impacto sobre uma superfície dura17,23 ou durante a mastigação43,53,54. As fraturas das bases das próteses revertem em custos adicionais, assim como em desconforto para os pacientes17,54, pela necessidade de permanecerem sem as próteses durante as fases necessárias para a realização dos reparos ou a confecção de novas próteses. A consulta à literatura revela que os estudos têm sido dirigidos para a avaliação de diferentes métodos, propostos para aumentar a resistência ao impacto das resinas acrílicas para base de próteses, entre os quais o desenvolvimento de resinas designadas de “alto impacto”41,42, as quais apresentam em sua composição o butadieno estireno e a adição de diversos tipos de fibras à matriz polimérica, como vidro25,50,53,54, carbono7,50, Kevlar50, polietileno7,8,14,15,16,26,27,28,29,48,50 e o próprio polimetil metacrilato20,22,23,24. Entretanto, até o momento, nenhum estudo relativo à resistência ao impacto de bases reembasadas foi realizado, indicando a necessidade de outras pesquisas, sobretudo considerando-se o contínuo desenvolvimento de novos materiais reembasadores que ainda estão sendo avaliados. Um outro aspecto importante a ser considerado é a influência da interface entre a resina de base e o material reembasador. Uma união efetiva entre os materiais utilizados é importante para prevenir a infiltração nessa interface, que pode resultar em manchamento e proliferação de microorganismos2, assim como na ocorrência de falhas adesivas sob tensões relativamente baixas10. As pesquisas Introdução 16 que têm avaliado a união entre as resinas para reembasamento e para base de prótese revelam que a resistência de união e, conseqüentemente, da base reembasada, é determinada pela interface entre os materiais2,4,47 e depende da efetividade da penetração do monômero de um dos materiais para a estrutura interna do outro45. A utilização de agentes adesivos2,4,11,12,47 e de outros tratamentos superficiais30,33,44 tem sido proposta para aumentar a efetividade da união entre esses materiais. Por outro lado, uma união excessiva entre a resina de base e o material reembasador pode não ser totalmente favorável para a propriedade de resistência ao impacto, tomando-se como base os mecanismos de formação e de propagação de trincas ressaltados nos estudos que têm avaliado o efeito da adição de fibras de reforço à matriz polimérica23. Os resultados obtidos com o auto-reforço realizado com fibras de polimetil metacrilato sugerem que provavelmente, em função da similaridade química entre a matriz e as fibras, a união entre essas partes seja excessiva e, dessa forma, essas fibras não oferecem nenhuma resistência à propagação da trinca e, conseqüentemente, nenhuma melhoria na resistência ao impacto é obtida22,23. Especificamente com relação à interface de união entre as resinas de base e os materiais reembasadores, o comportamento, provavelmente, deve ser semelhante. Uma união efetiva entre essas partes proporcionará condições para que as trincas iniciadas no material reembasador se propaguem através da interface atingindo a resina de base, podendo resultar na sua fratura. Por outro lado, se a união apresentar-se menos efetiva, a trinca poderá ser defletida ao longo da interface entre os dois materiais, aumentando a resistência final do conjunto resina de base/material reembasador ao impacto. Assim, a união obtida na interface entre a resina de base e os materiais reembasadores é um fator importante a ser considerado, em razão da sua possível influência nos resultados obtidos. Com base nessas considerações, julgou-se oportuno realizar um estudo com o objetivo de avaliar, comparativamente, a resistência ao impacto de uma resina para base de prótese, antes e após seu reembasamento com diferentes Introdução 17 materiais. Além disso, o efeito de diferentes tratamentos da superfície da resina de base, previamente ao reembasamento, sobre essa propriedade será analisado. RReevviissããoo ddaa LLiitteerraattuurraa 2. Revisão de Literatura Price e Earnshaw39, em 1984, investigaram a resistência ao impacto do material Reigning Resin à base de polisulfona e de 5 resinas à base de metil metacrilato sendo 4 modificadas por borracha (Hircoe, Impact 76, Lucitone 199 e Luxon) e um homopolímero (Durodent). Foram confeccionados corpos-de-prova (8 X 8 X 55 mm) com entalhe em forma de V (profundidade de 2 mm, raio de 0,25 mm e ângulo de 45°) no ponto médio do comprimento. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37° C, até atingirem massa constante (n=10), ou após armazenagem nas mesmas condições por um período de 12 meses (n=10). Os testes de impacto realizados foram do tipo Charpy, designado para testar polímeros, em que o pêndulo girava através de uma altura de apenas 30 cm, e os corpos-de-prova recebiam a carga em uma distância de 40mm. A largura e a profundidade na base do entalhe, foram mensuradas em cada corpo-de-prova, para se calcular a área nominal de fratura. Cada corpo-de-prova foi fraturado pela liberação do pêndulo de sua posição de altura máxima. Após a fratura, um segundo impacto foi realizado, com o objetivo de mensurar as alturas atingidas pelo pêndulo, nos dois impactos e quando em livre oscilação. Esses valores foram utilizados em cálculos realizados para se obter, segundo os autores, o valor corrigido de energia de fratura. A resistência ao impacto de cada corpo-de-prova foi calculada dividindo-se a energia de fratura corrigida pela área do corte transversal na base do entalhe, e expressa em J m-2. A resistência ao impacto da resina Durodent foi de 1,25 kJ/m2. A resistência ao impacto das 4 resinas modificadas com borracha variou de 1,46 kJ/m2, para a resina Impact 76 a 2,48 kJ/m2 para a resina Hircoe. O material Reigning Resin teve uma resistência ao impacto significativamente maior (4,63 kJ/m2). A armazenagem por 12 meses, em condições que simulam às da cavidade bucal, afetou os vários materiais diferentemente. Hircoe e Lucitone 199 não foram afetadas, enquanto Durodent, Impact 76 e Luxon demonstraram uma acentuada diminuição da resistência ao impacto. Essa redução pode ser resultado de uma lenta remoção de monômero residual. Considerando-se que o monômero residual atua como plastificante, sua Revisão da Literatura 20 liberação continuada tornou os corpos-de-prova submetidos ao envelhecimento (armazenagem em água a 37° C) mais friáveis. Com relação ao aumento verificado para o polisulfona, tendo em vista que esses materiais não apresentam monômero residual, os autores sugerem que, provavelmente, a absorção de água continuou, em velocidade lenta, pelo período de 12 meses. E, o aumento na resistência ao impacto, pode ter sido resultado do efeito plastificante da água absorvida. Ainda em 1986, Price38 avaliou o efeito sobre a resistência ao impacto de agentes de ligação cruzada com variação no comprimento e na flexibilidade das cadeias poliméricas, a saber: 1) divinil benzeno (DVB). 2) 1,6-hexametilene glicol dimetacrilato (1,6-HMGDMA) e 1,10 decametilene glicol dimetacrilato (1,10- DMGDMA). 3) etileno glicol dimetacrilato (EGDMA), tetraetileno glicol dimetacrilato (TEGDMA), polietileno glicol 600 dimetacrilato (PEG 600 DMA).. 4) etoxilado bisfenol A dimetacrilato (EBADMA). 5) trimetilolpropano trimetacrilato (TMPTMA) que é um monômero trifuncional. Os corpos-de-prova do grupo controle foram confeccionados utilizando-se o pó e o líquido (sem agente de ligação cruzada) do material (Durodent), sem qualquer modificação. Para os corpos-de-prova experimentais, parte do líquido foi substituída pelos agentes de ligação avaliados em concentrações de até 50 ou 60%. Os corpos-de- prova apresentavam um entalhe padrão Charpy em forma de V e foram armazenados em água a 37° C até massa constante. Vinte corpos-de-prova foram confeccionados, para cada concentração e tipo de agente de ligação cruzada, tendo sido dez testados em posição reversa nos suportes da máquina, de tal forma que o entalhe estivesse localizado em área de compressão máxima e apresentasse mínimo efeito na fratura. Foi observado que a resistência ao impacto dos corpos- de-prova com entalhe geralmente diminuiu com o aumento da concentração do agente de ligação cruzada. Para os corpos-de-prova testados em modo reverso, a resistência ao impacto geralmente aumentou com baixas concentrações de agente de ligação cruzada. Com concentrações mais altas, a resistência ao impacto continuou a aumentar com os agentes TEGDMA, PEG 600 DMA, 1,10- Revisão da Literatura 21 DMGDMA e EBADMA, diminuiu com os agentes EGDMA, DVB e TMPTMA e permaneceu constante com o agente 1,6-HMGDMA. Os resultados para o DVB e EGDMA confirmaram que agentes de ligação cruzada com cadeias curtas ou relativamente curtas diminuem a resistência ao impacto. EBADMA, 1,6- HMGDMA e 1,10-DMGDMA, com suas cadeias longas, mas relativamente inflexíveis, tiveram pouco efeito na resistência ao impacto em baixas concentrações, mas gradualmente diminuíram essa propriedade em concentrações mais altas. Comparação dos resultados observados com o PEG 600 DMA com aqueles obtidos com EGDMA e TEGDMA demonstrou que, aumentando-se o comprimento e a flexibilidade da cadeia do agente de ligação cruzada, resultou em aumento na resistência ao impacto com a cadeia mais longa. Comparação entre esses resultados com aqueles dos agentes 1,6-HMGDMA e 1,10-DMGDMA demonstra que, aumentando-se o comprimento da cadeia tem menor efeito na resistência ao impacto, que o aumento na flexibilidade da cadeia. A formação da estrutura tridimensional com o TMPTMA resultou em diminuição acentuada da resistência ao impacto com o aumento na concentração, confirmando que polímeros com estrutura tridimensional são extremamente friáveis. Os resultados também demonstraram que, com todos os agentes, aumentando-se sua concentração aumentou a sensibilidade do material polimerizado ao entalhe. Esse efeito foi mais acentuado com o DVB e menos acentuado com TEGDMA. Oku35, em 1989, examinou as propriedades de impacto de polímeros com ligações cruzadas. Seis agentes de ligação cruzada diacrilatos, que contêm duas ligações polimerizáveis, foram adicionados ao monômero metil metacrilato (MMA): etileno glicol dimetacrilato (EDMA), di-etileno glicol dimetacrilato (Di- EDMA), tri-etileno glicol dimetacrilato (Tri-EDMA), tetra-etileno glicol dimetacrilato (Tetra - EDMA), p- divinil benzeno (DBV) e bisfenol –A dimetacrilato (BPDMA). As concentrações de diacrilatos adicionados ao monômero foram de 2, 5 e 10%. Peróxido de benzoíla (0,5% em peso) também foi incorporado ao co-monômero. Após a polimerização, os corpos-de-prova (3,1 X 3,1 X 40 mm) foram divididos em 2 grupos: (1) armazenados em dessecador Revisão da Literatura 22 (23°C) por 1 semana; (2) armazenados em água (37°C) por 3 semanas. Entalhes em forma de V e com profundidade correspondente a 20% da espessura original dos corpos-de-prova foram realizados imediatamente antes dos testes. Todos os corpos-de-prova foram testados em ar a 23°C com uma velocidade de 13,5 cm/s e a distância entre os suportes utilizada foi de 30 mm. A resistência ao impacto (J/m2) do grupo (1) diminuiu ligeiramente com o aumento na concentração de diacrilatos e aumentou com o aumento no número de repetições (n) em (-CH2- CH2-O-)n nos grupos EDMA. Esses resultados indicam que um aumento na reação de cadeias cruzadas diminuiu a fluidez do polímero, que resultou em redução da resistência ao impacto. Os máximos valores de resistência ao impacto foram verificados nos corpos-de-prova contendo diacrilato na concentração de 2 mol%. Corpos-de-prova com essa concentração foram então obtidos e avaliados com relação à absorção de água. Foi observado que a absorção aumentou com o aumento no número de repetições (n) no grupo (-CH2-CH2-O-)n no monômero etileno glicol dimetacrilato. Os testes de resistência ao impacto dos corpos-de- prova armazenados a seco e em água não apresentaram diferenças entre os valores obtidos. A resistência ao impacto dos polímeros com ligação cruzada diminuiu levemente com o aumento na concentração de agentes de ligação cruzada individuais. O aumento no número “n” no grupo (-CH2-CH2-O-)n melhorou ligeiramente a resistência ao impacto do material. Também em 1992, Ladizesky e Chow29 estudaram: (a) o nível de adesão na interface entre as fibras de reforço e a matriz polimérica dos compósitos atuais, (b) o efeito da imersão em água a 37°C nas propriedades mecânicas de resinas reforçadas, e (c) sensibilidade dessas propriedades a entalhes que simulam características anatômicas. Os corpos-de-prova sem entalhe foram confeccionados com dimensões de 210 X 11 X 2,5 mm. Os reforços foram incorporados em forma de feixe de fibras de polietileno orientadas longitudinalmente com 290 mm de comprimento e 3,5g de massa. Os testes do grupo controle foram realizados com corpos-de-prova (210 X 12 X 2,5mm) da resina Trevalon C sem reforço. Também foram avaliados corpos-de-prova com entalhes, os quais apresentavam as Revisão da Literatura 23 dimensões de 130 X 10 X 2,5 mm. O teste de resistência ao impacto foi o tipo Charpy, realizado à temperatura ambiente (23± 2°C). Foi também avaliado o efeito da armazenagem em água a 37°C por 3 meses Os corpos-de-prova não armazenados permaneceram em condição ambiente, após a polimerização, por períodos entre 2 e 8 semanas antes dos testes. Os resultados demonstraram que os entalhes diminuíram a resistência ao impacto das resinas não reforçadas (de 10kJ/m2 para 3,2 kJ/m2), enquanto que as propriedades dos corpos-de-prova reforçados permaneceram inalteradas. O tratamento das fibras com plasma (maior adesão) diminuiu a absorção de energia durante os testes de impacto. O efeito da imersão em água no teste Charpy foi variável, mas relativamente pequeno quando comparado com o aumento acentuado produzido pela incorporação de fibras de polietileno nas resinas. Ainda em 1992, Caycik e Jagger9 avaliaram o efeito dos agentes de ligação cruzada etileno glicol dimetacrilato - EGDMA, tetraetileno glicol dimetacrilato - TEGDMA, e polietileno glicol dimetacrilato - PEG 600 DMA, que apresentam diferentes comprimentos e flexibilidade de cadeias poliméricas, sobre as propriedades de resistência ao impacto, à flexão e à tração de uma resina à base de metil metacrilato. Foram utilizados foi o pó do homopolímero D80 e o líquido de metil metacrilato estabilizado com hidroquinona. Os agentes de ligação cruzada foram adicionados à resina em concentrações variando de 0 a 60% por volume de monômero. Os corpos-de-prova foram polimerizados por 7 horas a 70° C, seguido por 3 horas a 100° C, sendo armazenados em água a 37° C por 28 dias antes dos testes. Corpos-de-prova sem entalhe com 6.0 X 4.0 X 50 mm foram testados em ar a 22° C com um pêndulo de 0,5 J. Os resultados de resistência ao impacto demonstraram que houve diferença significativa com a adição de todos os agentes de ligação cruzada avaliados. Os valores médios obtidos foram de 8,34 kJ/m2 para os corpos-de-prova com 0% de agente de ligação cruzada. Houve um aumento significativo com a adição de 10% do EGDMA (12,10 kJ/m2), tendo sido observado uma diminuição dos valores com o aumento da concentração desse agente (20% - 8,50 kJ/m2; 40% - 4,34 kJ/m2; 60% - 3,40 kJ/m2). Aumento Revisão da Literatura 24 significativo foi observado com o aumento da concentração dos agentes TEGDMA e PEG 600 DMA até 40% (TEGDMA – 15,79 kJ/m2; PEG 600 DMA – 23,53 kJ/m2). Entretanto, uma pequena diminuição foi verificada com a concentração de 60% (TEGDMA – 13,57 kJ/m2; PEG 600 DMA – 19,09 kJ/m2). Os autores relacionaram esses resultados com um efeito plastificante de altas quantidades de grupos metacrilatos pendentes dos agentes de ligação cruzada na resina polimerizada. O presente estudo confirmou que o agente de ligação cruzada etileno glicol dimetacrilato (EGDMA) geralmente apresenta pouco efeito sobre as propriedades mecânicas da resina à base de polimetil metacrilato, exceto por um aumento significativo na resistência ao impacto, quando utilizado na concentração de 10%, e uma diminuição progressiva dessa propriedade quando utilizado em concentrações mais altas. Os resultados também demonstraram que uma melhoria significativa na resistência ao impacto foi obtida com a utilização de agentes de ligação cruzada TEGDMA e PEG 600 DMA, que apresentam cadeias mais longas e mais flexíveis que as do EGDMA. Os autores concluíram que o aumento no número de unidades (CH2-CH2-O) promoveu a flexibilidade nos materiais, a qual resultou em maior resistência ao impacto. Ladizesky et al.28, em 1993, estudaram as propriedades mecânicas de resinas acrílicas reforçadas com fibras de polietileno, incluindo o efeito da armazenagem em água. Para os testes mecânicos foram confeccionadas barras com e sem reforço de fibras isoladas ou entrelaçadas (1 ou 3 camadas). As fibras foram utilizadas sem tratamento de superfície ou com tratamento com plasma. Corpos-de-prova sem entalhe foram confeccionados com a resina acrílica termopolimerizável Trevalon C. O teste utilizado para a resistência ao impacto foi o Charpy, tendo sido utilizado o pêndulo de 0,5 J, com exceção dos corpos-de- prova reforçados com 3 camadas de fibras entrelaçadas, para os quais o pêndulo empregado foi de 4,0 J. Esses testes foram realizados à temperatura ambiente (23 ± 2°C). Corpos-de-prova que foram condicionados em água a 37°C por 3 meses permaneceram por uma noite à temperatura ambiente, ainda imersos, antes dos testes. Os corpos-de-prova não condicionados foram armazenados sob condição Revisão da Literatura 25 ambiente por 2 a 5 semanas antes dos testes. A imersão em água a 37°C por 3 meses não afetou a resistência ao impacto. Os corpos-de-prova do teste de impacto fraturaram-se em 2 partes separadas, unindo-se somente por meio de poucas fibras completamente sem suporte. Assim, houve tanto a delaminação como a fratura do reforço, resultando em alta absorção de energia (16 kJ/m2 para 1 camada e 44 kJ/m2 para 3 camadas) quando comparada com os corpos-de-prova sem reforço (10 kJ/m2). O reforço da resina utilizando-se 2,4 % de fibra, em volume, diminuiu a resistência ao impacto. Esse resultado pode ser devido ao efeito negativo das fibras durante a manipulação da resina, proporcionando aumento na formação porosidade. Também em 1993, Ladizesky et al.27 avaliaram as propriedades mecânicas de uma resina termopolimerizável (Trevalon C) com e sem reforço de fibras isoladas de polietileno, incluindo o efeito de entalhes e outros parâmetros de importância clínica sobre essas propriedades. As fibras foram tratadas com plasma, para maior adesão com a resina, ou foram utilizadas sem tratamento. Dois tipos de barras foram confeccionados: sem entalhe (210 X 12 X 0,25 mm) e com entalhe (130 X 12 X 0,25 mm). Corpos-de-prova sem reforço serviram como controle. O entalhe foi formado pela inclusão e prensagem da resina em um molde de metal com a forma do entalhe previamente obtido. A resina foi polimerizada em água utilizando-se o ciclo longo (6,5 horas a 72°C e 1,5 hora a 100°C). A incorporação das fibras foi realizada em etapas, permitindo que um conteúdo de 37% em volume pudesse ser adicionado à resina. O teste de absorção de energia no impacto utilizado foi o tipo Charpy, realizado à temperatura ambiente (22± 1°C). O efeito da água foi investigado pela imersão das barras sem entalhe a 37°C por 3 meses. Esses corpos-de-prova permaneceram à temperatura ambiente por, aproximadamente, 20 horas antes de serem retiradas para os testes. Corpos-de- prova não imersos permaneceram sob condição ambiente entre a confecção e o teste, de 2 a 8 semanas. Para os corpos-de-prova com entalhe, a incorporação de 37% em volume de fibra aumentou a resistência ao impacto em, aproximadamente, 1000% (de 3,2 kJ/m2 para 42 kJ/m2). Além disso, os entalhes Revisão da Literatura 26 reduziram a resistência ao impacto da resina não reforçada; entretanto, para os corpos-de-prova com 37% de fibra, a presença de entalhe não teve efeito significativo sobre a resistência ao impacto. Robinson e McCabe40, em 1993, estudaram o desenvolvimento de um método para avaliar o efeito de pequenos defeitos de superfície (3,0µm – 80,0µm) na resistência ao impacto de materiais para base de prótese. Vinte resinas acrílicas foram utilizadas nesse estudo e divididas em 4 categorias: termopolimerizável (Bonar D60, Bonar D80, Metrocryl, Bonar PD 11, Bonar D80FC, Vertex, GC Acron, Paladon 65), de alto impacto (Bonar Hi, Trevalon Hi, Acron Hi, Lucitone 199, Hircoe), quimicamente ativada (Palapress) e lâmina de polimetil metacrilato (Perspex). Dez corpos-de-prova de 50 X 6 X 4 mm foram utilizados para o teste de impacto tipo Charpy. Os defeitos de superfície foram introduzidos em alguns corpos-de-prova por meio de polimento manual utilizando tiras de papel abrasivo com granulação de 40 a 800. “Entalhes” foram introduzidos em outros corpos-de- prova utilizando-se cinzel. Os defeitos introduzidos por esses métodos variaram de 3 a 80µm de profundidade, mensurada por um perfilômetro. Os testes foram realizados com um pêndulo de 0,5 J e distância entre os suportes de 45 mm. Os resultados evidenciaram que mesmo defeitos de superfície muito pequenos (menores que 16µm) reduzem significativamente a resistência ao impacto de alguns materiais. Para ilustrar esse aspecto, a influência de defeitos com 40 µm na sensibilidade ao entalhe de 4 materiais foi examinada. Com base nessa análise, foi possível detectar que a resina Lucitone 199 de alto impacto é altamente sensível a pequenos defeitos superficiais (sem entalhe – 19,35 kJ/ m2 e com defeito – 7,45 kJ/ m2). A resina fluida Palapress, que é autopolimerizável, apresentou sensibilidade ao entalhe significativamente menor (sem entalhe – 5,27 kJ/ m2 e com defeito – 4,22 kJ/ m2). Arena et al.2, em 1993, compararam a resistência de união de 5 resinas autopolimerizáveis para reembasamento imediato a 2 materiais para base de prótese (Lucitone 199 e Triad VLC). Das resinas para reembasamento, 2 eram de Revisão da Literatura 27 polimerização dual (Extraoral VLC e Light Liner), 2 quimicamente ativadas (Flexacril Hard e Kooliner) e 1 fotopolimerizável (Triad VLC Hi-Flow). Corpos- de-prova de 64 x 14 x 2,8mm foram confeccionados para este estudo, tendo sido a resina Lucitone 199, polimerizada em água a 73° C por 60 minutos e a 100° C por 30 minutos. Os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada por 50 horas. A seguir, uma secção de 10 mm foi removida da região central e preenchida com material reembasador. Os grupos controles foram constituídos por corpos-de-prova das resinas para base, mantidos intactos. A resistência foi avaliada por meio de teste de flexão em 3 pontos. Os resultados obtidos indicaram, ainda, que para a resina de base Lucitone 199, a resina Light Liner proporcionou o valor de resistência de união mais alto. Segundo os autores, a resina Light Liner é composta por poli etil metacrilato, o qual aparentemente apresenta alta afinidade com a resina à base de poli metil metacrilato. A resina de reembasamento Triad VLC apresentou a maior resistência de união com a resina de base Triad e é a única resina para reembasamento que apresenta composição química idêntica à resina de base original. Em relação à porcentagem de resistência de união comparada com a resistência das resinas testadas intactas, a união resina de base Triad / resina para reembasamento Triad proporcionou valor de 79,3%. Em 1994, Ladizesky et al.26 investigaram as propriedades mecânicas (módulo de flexão, resistência à flexão e resistência ao impacto) de resinas acrílicas reforçadas com até 10 camadas de fibras de polietileno entrelaçadas, representando uma quantidade acima de 40% em volume de fibra. Esse estudo também incluiu o efeito de entalhes, imersão em água, resistência da interface fibra/ resina, bem como técnicas para a confecção de próteses. Duas resinas acrílicas termopolimerizáveis foram utilizadas: Trevalon C e um tipo de resina composta por uma parte do pó da resina Rapid Repair e 4 partes do líquido do material Coe-Lor. Os corpos-de-prova em forma de barra foram polimerizados utilizando-se o ciclo longo (6,5 horas a 72°C e 1,5 hora a 100°C). O teste utilizado para a resistência ao impacto foi o Charpy realizado à temperatura ambiente (22± Revisão da Literatura 28 1°C). O efeito da água foi investigado pela imersão das barras sem entalhe a 37°C por 3 meses. Corpos-de-prova não imersos foram armazenados sob condição ambiente entre a obtenção e o teste, de 2 a 8 semanas. O aumento na quantidade de fibras resultou em aumento significativo na resistência ao impacto (de até 7 vezes). Os entalhes apresentaram efeito negativo para os corpos-de-prova sem reforço e com baixa quantidade de fibras, mas a incorporação de pelo menos 20 % em volume de fibras produziu corpos-de-prova cujas propriedades não foram alteradas pela presença do entalhe. Com a incorporação de 4,5 % em volume de fibras entrelaçadas, apesar do material ainda apresentar-se sensível à presença de entalhes, houve aumento significativo na resistência ao impacto. Esse efeito positivo pode ser atribuído à característica semidúctil das fibras de polietileno, que libera a concentração de tensões produzidas pela alteração abrupta na forma do corpo-de-prova. Os resultados demonstraram, ainda, que as fibras tratadas com plasma reduziram a resistência ao impacto, e a imersão em água não teve efeito deletério sobre a absorção de energia no impacto. Vallittu et al.54, em 1995, determinaram a resistência ao impacto de resinas termopolimerizáveis à base de polimetilmetacrilato não reforçadas, reforçadas com fio de metal e reforçadas com fibra de vidro. A resina Pro Base Hot foi utilizada para a confecção dos corpos-de-prova, tendo sido polimerizada em água em ebulição por 40 minutos. Após a polimerização, os corpos-de-prova foram submetidos ao acabamento até as dimensões de 50 X 6 X 4mm com lixa de papel de granulação 180. Os corpos-de-prova foram confeccionados sem reforço, ou reforçados com fio de aço com 1 mm de diâmetro, ou fibras contínuas de vidro. Para cada grupo, foram confeccionados 10 corpos-de-prova com entalhe (semicircular de 1,3mm de diâmetro) e outros 10 sem entalhe. Os corpos-de-prova foram armazenados em água a 22° C por uma semana antes dos testes de impacto, que foram realizados utilizando-se o aparelho Charpy. Os testes foram realizados com um pêndulo de 0,5 J para os corpos-de-prova não reforçados e 4,0 J para os reforçados. As médias de resistência ao impacto nos grupos reforçados variou de 44,3 a 64,5 kJ/m2 e foram significativamente maiores que os dos grupos não Revisão da Literatura 29 reforçados (8,3 kJ/m2 sem entalhe e 3,3 kJ/m2 com entalhe). Neste estudo, corpos- de-prova entalhados e não entalhados foram testados, para simular o efeito dos alívios das próteses, na região dos freios, sobre a resistência ao impacto. Os resultados evidenciaram que, quando o entalhe semicircular estava presente, a resistência ao impacto foi diminuída. Harrison et al.17, em 1995, estudaram o efeito do tamanho das partículas no: (1) tempo de manipulação da resina acrílica durante a formação da massa polimérica; (2) as propriedades mecânicas da resina polimerizada, que apresenta duas fases distintas. Uma série de 4 homopolímeros de metilmetacrilato foi produzida e fornecida na forma de polímero/ monômero – pó/ líquido. Dessa série, 6 lotes, variando a média de tamanho de partícula de 33µm a 81,5 µm foram obtidos. O líquido utilizado foi o monômero puro de metil metacrilato estabilizado com hidroquinona. Agentes de ligação cruzada não foram adicionados ao monômero, para permitir a avaliação do peso molecular. A resistência ao impacto foi mensurada pelo teste tipo Charpy, em corpos-de-prova entalhados. Os corpos- de-prova foram polimerizados por 7 h a 70°C seguidas por 3 h a 100°C em banho de água controlado termostaticamente. Os corpos-de-prova para resistência ao impacto apresentavam 50 X 6 X 4 mm, e um entalhe em forma de V com profundidade de 0,8mm, permanecendo, abaixo desse, 3,2 mm de material intacto. O valor mínimo de resistência ao impacto foi de 1,89 kJ/ m2 e o maior de 2,13 kJ/ m2, com uma variação de apenas 0,24 kJ/m2. Em todos os testes de impacto, os corpos-de-prova apresentaram um comportamento típico de fratura frágil e a fratura sempre se iniciou no entalhe. Esse tipo de fratura é caracterizado por falta de distorção das partes fraturadas. Não foram observadas diferenças significantes na resistência ao impacto e na dureza superficial dos corpos-de-prova de resina acrílica, obtidos a partir de polímeros com tamanho de partículas variáveis. Arima et al.5, em 1995, compararam as propriedades de resistência à flexão, absorção de água e solubilidade de seis resinas para reembasamento Revisão da Literatura 30 (Rebaron – Rb; Tokuso – TN; Mild – Mi; Metabase – Mb; Koliner – KL; e New Tru Liner- NTL) e uma resina para base de prótese (Acron - Ac). Para o teste de resistência à flexão, os corpos-de-prova (64 X 10 X 2,5 mm) foram armazenados em água destilada a 37° C por 50 horas. As resinas para reembasamento apresentaram resistência à flexão significativamente menor que a resina termopolimerizável para base de prótese. As resinas que contêm agentes de ligação cruzada Mb, TN, e Mi apresentaram maiores valores médios de resistência à flexão que as resinas que não possuem esses agentes, com exceção da resina Rb. Os principais ingredientes de Rb são similares aos da resina termopolimerizável Ac: polimetilmetacrilato e metilmetacrilato. Comparado com Ac, Rb demonstrou resistência à flexão significativamente menor. Esse resultado pode ter sido obtido devido ao plastificante contido no pó e ao di-n-butil sebacato contido no líquido (10,3%). No entanto, Rb apresentou a maior resistência à flexão e módulo de elasticidade entre as resinas para reembasemento. Mb, TN e Mi são materiais que apresentam altas porcentagens de agentes de ligação cruzada nos líquidos. Mb e TN, que contêm 1,6-hexanediol dimetacrilato como agente de ligação cruzada, em concentrações de 47,4 e 60,2%, respectivamente, demonstraram maior resistência à flexão quando comparadas à Rb. Entretanto, TN apresentou menor valor de módulo de elasticidade que Mb. O ß- metacriloil oxietil propionato (39,8%) contido no líquido de TN é um monômero monofuncional com 2 ligações éster e forma cadeias poliméricas mais flexíveis comparado ao metilmetacrilato e ao 2- etil hexil metacrilato, que compõem o líquido de Mb. Os autores relataram que tem sido demonstrado que a adição de altas porcentagens de agentes de ligação cruzada diminui as propriedades mecânicas da resina polimerizada tais como resistência à flexão e ao impacto e, dessa forma, a concentração desses agentes, no líquido dos materiais, usualmente é limitado a 15%. Polyzois et al.37, em 1995, a resistência transversal e ao impacto das resinas para base de prótese Trevalon, termopolimerizável convencional, e Acron MC, polimerizada por microondas, quando reparadas utilizando-se os mesmos materiais ou a resina autopolimerizável Croform. Para o teste de impacto, corpos- Revisão da Literatura 31 de-prova (50 X 6 X 4mm), sem entalhe, foram confeccionados, seccionados ao meio, as superfícies de união foram polidas com lixa de granulação 600 e tratadas com o monômero aguardando-se 2 minutos. O espaço de 2 mm presente entre as duas partes foi, então, preenchido com os materiais para reparo avaliados. Após a união, os corpos-de-prova foram novamente armazenados em água a 37° C por 48 horas antes dos testes do tipo Charpy, que mede a energia absorvida pelo corpo- de-prova durante a fratura. Para o teste de resistência ao impacto foi utilizado um pêndulo de 0,5 J e os resultados foram expressos em kJ/m2. Os corpos-de-prova das duas resinas termopolimerizáveis, convencional e polimerizada em microondas, reparadas com a resina autopolimerizável apresentaram os menores valores de resistência ao impacto (Trevalon/Croform – 0,52 kJ/m2; Acron/Croform – 0,68 kJ/m2). Os reparos realizados com a resina polimerizada por microondas apresentaram os maiores valores de resistência ao impacto (Trevalon/Acron MC – 3,42 kJ/m2; Acron MC/Acron MC – 4,34 kJ/m2). Valores intermediários foram obtidos quando os reparos foram realizados com a resina termopolimerizável convencional Trevalon/Trevalon – 1,23 kJ/m2; Acron MC/Trevalon – 2,04 kJ/m2). Arima et al.4, em 1996, estudaram a composição dos adesivos das resinas acrílicas autopolimerizáveis para reembasamento imediato assim como o efeito desses adesivos sobre a textura superfícial da resina para base de prótese Acron, por meio de microscopia eletrônica de varredura. Foram avaliados os adesivos Tokuso Rebase Aid (RA), Metabase Primer A (MP), Bosworth Bonding Liquid (BL), Pical (PI), e os monômeros das resinas autopolimerizáveis Rebaron e Kooliner, que não possuem adesivo próprio. Corpos-de-prova (20 x 10 x 2 mm) foram confeccionados com a resina termopolimerizável (Acron), armazenados em água destilada a 37°C durante 2 semanas sendo, então, polidos com lixa de granulação 600, lavados com água destilada e secos com ar. Para avaliar o efeito dos adesivos esses foram aplicados com pincéis sobre a superfície do corpo-de- prova, seguindo-se as recomendações dos fabricantes ou os corpos-de-prova foram imersos nesses adesivos durante 5, 10 ou 30 segundos. Um corpo-de-prova Revisão da Literatura 32 foi mantido sem tratamento e utilizado como controle. Com relação à composição, os autores concluíram que os adesivos das resinas Tokuso Rebase (RA) e Metabase Primer A (MP) apresentaram solventes como o diclorometano e acetona. Após 5 segundos de aplicação, o adesivo RA desenvolveu uma camada de estrutura esponjosa na superfície da resina. O metacrilato foi encontrado no adesivo da resina New Truliner (BL), assim como no líquido das resinas Rebaron e Kooliner. A aplicação do adesivo BL produziu um leve amolecimento na superfície do corpo-de-prova, entretanto nenhuma alteração na superfície da resina de base foi observada para os corpos-de-prova imersos nesse adesivo. A aplicação do monômero Rebaron produziu uma superfície porosa no corpo-de- prova. O monômero do Kooliner não resultou em nenhuma alteração quando comparado ao grupo controle. O adesivo Pical (PI) foi classificado no grupo contendo monômero metacrilato e polímero. Segundo os autores, os adesivos que possuem solventes podem dissolver a superfície da resina de base e promover a interpenetração da resina de reembasamento; esta reação pode resultar na formação de uma camada mista de resina de base e de reembasamento. Os adesivos que contêm monômeros metacrilato em sua composição possuem baixa capacidade para dissolver a superfície da resina de base. Entretanto, o monômero difunde-se na resina de base e polimeriza-se simultaneamente com a resina de reembasamento. O monômero do material Rebaron resultou em poros na superfície da resina de base e, conseqüentemente, um tipo de retenção mecânica entre a estrutura dos dois materiais pode ter sido estabelecida por meio dessa camada. Esses poros podem aumentar a área de adesão. No mesmo ano, Arima et al.3, em 1996, avaliaram a composição química, temperatura de transição vítrea, peso molecular e distribuição do tamanho das partículas do pó de resinas acrílicas quimicamente ativadas para reembasamento (Rebaron, Tokuso Rebase, Mild, Metabase, Kooliner, New Tru Liner). Os resultados demonstraram que o pó da resina Rebaron é polimetil metacrilato (PMMA) e que contém algum plastificante. O pó da resina Metabase contém polietil metacrilato (PEMA) e polimetilmetacrilato/ etilmetacrilato. O componente Revisão da Literatura 33 do pó das outras 4 resinas de reembasamento é o PEMA. O tamanho das partículas do pó das resinas Rebaron, Mild, Metabase, Kooliner, New Tru Liner variou de 50 a 100µm, enquanto para o material Tokuso Rebase, os valores foram de 20 a 50µm. A temperatura de transição vítrea dos materiais foram: Mild - 68,4° C, Rebaron - 69,1° C, New Tru Liner - 72° C, Tokuso Rebase - 73,2° C, Kooliner - 76,5° C e Metabase - 97,1° C. O líquido da resina Rebaron contém MMA e ácido di-n-butil éster (DBS), a resina Mild 2-etilhexil metacrilato (2-EHMA), 2- hidroxietil metacrilato (2-HEMA), trimetilolpropanotrimetacrilato (TMPT) e 1,4- butanedioldimetacrilato (1,4-BDMA), a resina Metabase MMA, EHMA e 1,6- hexanediol dimetacrilato (1,6-HDMA), a resina Kooliner isobutil metacrilato (IBMA), sem a presença de agentes de ligação cruzada ou plastificantes, a resina New Tru Liner IBMA e di-n-butil éster (DBP) e, para a resina Tokuso Rebase, foi detectada a presença de dois monômeros (60,2% de 1,6-HDMA e 39,8% de ß- metacriloil oxietil propionato). Alguns materiais são incorporados ao polimetil metacrilato com o objetivo de melhorar suas propriedades mecânicas dentre os quais o UHMWPE (polietileno de ultra alto peso molecular). Carlos e Harrison8, em 1997, estudaram o efeito da utilização de pérolas de UHMWPE não tratadas superficialmente, sobre várias propriedades de uma resina acrílica para base de prótese. Os materiais utilizados foram o pó de resina termopolimerizável Colacryl DC80FC e o líquido de metil metacrilato Colacryl TS1503. Ao pó foram incorporadas as pérolas de UHMWPE (Lupolen 201) nas seguintes porcentagens: 0% (pó não modificado), 2,5%, 5%, 7,5% e10%. Os corpos-de-prova (50 X 6 X 4mm) foram polimerizados por 7h a 70°C e por mais 3h a 100°C em uma termopolimerizadora. Um entalhe de 0,8mm de profundidade foi realizado no corpo-de-prova, antes do teste, permanecendo, abaixo desse, 3,2mm de material intacto. Os testes foram realizados em ar a 23 ± 2°C. Em todos os testes, os corpos-de-prova quebraram exibindo um comportamento típico de fratura frágil, demonstrado pela falta de distorção das partes fraturadas. Uma diminuição progressiva da resistência ao impacto foi observada com o aumento da porcentagem de Lupolen. Foram Revisão da Literatura 34 observadas diferenças altamente significativas entre o grupo controle e os grupos contendo 10% (diferença de 0,3kJ/ m2) e 7,5% (diferença de 0,29 kJ/ m2)de reforço, respectivamente. A diferença entre os grupos reforçados com 5% e 10% (de 0,21 kJ/ m2) também foi significativa. Embora seja comprovada a compatibilidade entre resinas para base de prótese e o UHMWPE, a baixa resistência ao impacto dos materiais reforçados pode ser atribuída à falta de adesão (química ou física) entre a resina e a superfície não tratada das pérolas de Lupolen, as quais atuam mais como locais de concentração de tensões do que reduzindo a propagação da trinca. No mesmo ano, Harrison et al.16 avaliaram o efeito da adição de pérolas experimentais de UHMWPE (polietileno com alto peso molecular) sobre diversas propriedades de uma resina acrílica para base de prótese. Para avaliar a influência da união entre a resina e o reforço, as pérolas foram submetidas a tratamento específico que modifica quimicamente a superfície das partículas para proporcionar locais reativos para a união química, melhorando seu umedecimento e aumentando a compatibilidade com outros polímeros. As pérolas de UHMWPE (Primax) foram incorporadas ao pó de polimetil metacrilato (Colacryl D80FC) em diferentes porcentagens (0; 2,5; 5; 7,5; e 10%). O líquido utilizado foi metil metacrilato (Colacryl TS1503). Os corpos-de-prova (50 X 6 X 4mm) foram polimerizados em banho de água por 7h à 70°C e mais 3h à 100°C. Um entalhe de 0,8mm de profundidade em forma de V foi realizado permanecendo, abaixo desse, 3,2mm de material intacto. Os testes de resistência ao impacto foram realizados em ar a 23 ± 2°C. Todos os corpos-de-prova apresentaram comportamento típico de fratura frágil e a fratura sempre se iniciou no entalhe. Esse tipo de fratura é caracterizado pela falta de distorção das partes fraturadas. A análise de variância não evidenciou diferença significativa entre os grupos do material para base de prótese sem reforço (2,00 kJ/m2) e os que continham diferentes quantidades de Primax (de 1,78 a 2,12 kJ/m2). Os resultados variaram apenas 0,25 kJ/ m2. A resistência ao impacto dos corpos-de-prova diminuiu, gradativamente, com o aumento da porcentagem de Primax na resina acrílica. A incorporação de Primax Revisão da Literatura 35 em forma de pérolas em concentrações de 2,5% e 10% na resina acrílica, embora satisfaça os critérios da especificação para resinas acrílicas para ortodontia (0,8 kJ/m2), não oferece vantagem sobre o polímero não modificado, em relação às propriedades de resistência e, portanto, não pode ser recomendado como agente de reforço para resinas acrílicas para bases de prótese. Também em 1997, Vallittu e Narva53 compararam a resistência ao impacto de uma resina à base de polimetil metacrilato (PMMA) autopolimerizável não reforçada (Palapress Vario), um compósito de PMMA - fibra de vidro (GF- PMMA) e um compósito híbrido com fibras de vidro e de “aramid” (GF/AF- PMMA). Os corpos-de-prova, com dimensões de 60 X 6 X 4mm, foram polimerizados a 55±1°C por 15 minutos a uma pressão de 300 kPa e armazenados em água a 37°C por 30 dias antes dos testes de resistência ao impacto. Os testes realizados foram Charpy, com pêndulos de 4,0 J e de 0,5 J, para os corpos-de- prova com e sem reforço, respectivamente. Embora no teste Charpy é realizada a confecção de entalhe, os corpos-de-prova não foram entalhados visto que esse procedimento poderia cortar as fibras superficiais. As próteses podem ser submetidas a forças de impacto por meio de queda acidental ou durante mastigação. Materiais com adequada resistência ao impacto absorvem energia através da ação elástica do material. A resiliência, isto é, a capacidade elástica do material é, portanto, uma propriedade importante do material. As resinas para base de prótese à base de polimetil metacrilato, na temperatura fisiológica da cavidade bucal, que é inferior à sua temperatura de transição vítrea (110° C) é um material duro e frágil. Por essa razão, a resistência ao impacto dessas resinas é baixa. O valor médio de resistência ao impacto obtido neste estudo para a resina autopolimerizável foi de 7,8 kJ/m2, o qual foi menor que aqueles observado em outro estudo com resinas termopolimerizáveis. Os autores relatam que seria esperado que a resistência ao impacto das resinas autopolimerizáveis fosse maior que a das resinas termopolimerizáveis, pelo fato de que a maior quantidade de monômero residual presente nas resinas autopolimerizáveis teria uma ação plastificante no material. Esses resultados contraditórios poderiam estar Revisão da Literatura 36 relacionados com diferenças no tempo de armazenagem em água nos dois estudos. A armazenagem prolongada em água reduz o conteúdo de monômero residual e, dessa forma, diminui seu efeito plastificante. A incorporação de fibras de vidro (GF-PMMA) aumentou, consideravelmente, a resistência ao impacto da resina autopolimerizável. Ainda em 1997, Dar-Odeh et al.13 compararam algumas propriedades físicas de uma resina termopolimerizável (Trevalon), uma autopolimerizável (Simplex) e uma fotopolimerizável (Triad) e avaliaram a possibilidade de se utilizar a resina fotopolimerizável como material para reparo de próteses confeccionadas com resina acrílica termopolimerizável. Dez corpos-de-prova de 50 X 6 X 4mm foram confeccionados para o teste de resistência ao impacto os quais foram armazenados em água a 37°C por um período mínimo de 1 mês. Antes dos testes de resistência ao impacto, foram confeccionados entalhes no centro dos corpos-de-prova, com uma profundidade de 0,8mm permanecendo, abaixo desse, 3,2 mm de material intacto. O teste de resistência ao impacto foi realizado utilizando-se pêndulo de 225mm de comprimento e com capacidade de teste de 0,5J. Os valores de resistência ao impacto apresentaram diferenças significativas entre as resinas termopolimerizável (1,639 kJ/m2) e fotopolimerizável (1,284 kJ/m2), com a primeira absorvendo maior energia de fratura do impacto. Não houve diferença significativa entre os valores das resinas termopolimerizável e autopolimerizável (1,575 kJ/m2). A diferença significativa, entre os valores de resistência ao impacto das resinas termopolimerizável e fotopolimerizável, salienta a natureza frágil da resina fotopolimerizável. Vallittu e Ruyter51, em 1997, estudaram a difusão dos monômeros da resina termopolimerizável SR 3/60 e da resina autopolimerizável Palapress Vario em dentes artificiais de resina acrílica (Vitapan) e o fenômeno de aumento de volume do polímero resultante desse processo (“swelling”). A resina autopolimerizável foi polimerizada durante 15 minutos, sob pressão de 300 kPA, tendo sido avaliadas 3 diferentes temperaturas: 30°C, 50°C e 70°C, com 5 corpos- Revisão da Literatura 37 de-prova para cada temperatura. A resina termopolimerizável foi processada a 70°C por 60 minutos e, em seguida a 100°C por 30 minutos. Após a união, os corpos-de-prova foram desgastados até espessura de 0,21 mm para a análise por meio de microscópio óptico. Em seguida, foram tratados com solvente tetrahidrofurano por 5 segundos, secos em ar à 23°C por 60 minutos e a superfície foi analisada por microscopia eletrônica de varredura. Os autores verificaram que, para as temperaturas de polimerização de 30°C e 50 °C, o monômero da resina autopolimerizável apresentou pequena difusão na matriz polimérica do dente artificial, que possui alto grau de ligações cruzadas, enquanto que a 70°C a matriz tornou-se difusa. Para a resina termopolimerizável SR 3/60, a interface entre a resina e o dente artificial foi muito difusa para que a espessura da camada de monômero difundido na estrutura polimérica do dente e conseqüente aumento de volume pudessem ser mensurados. Segundo os autores, a maior extensão da difusão dos monômeros a partir da resina termopolimerizável para a estrutura do dente artificial não foi somente devida à temperatura de polimerização mais alta desse material de base. Uma outra explicação para esse resultado poderia ter sido o fato de que a resina SR 3/60 permaneceu em contato com o dente artificial de resina acrílica por período de tempo mais longo que a resina autopolimerizável, antes que a polimerização ocorresse. Abaixo da temperatura de transição vítrea do polímero, existe uma relação linear entre tempo e difusão. Esse fenômeno permitiu que os monômeros da resina termopolimerizável se difundissem mais efetivamente dentro da estrutura polimérica do dente artificial. Vallittu e Ruyter52, em 1997, determinaram a espessura da camada superficial que apresenta expansão (“swelling”), como resultado da difusão do monômero metil metacrilato (MMA) para a parte interna da estrutura de polimetil metacrilato (PMMA). Foi comparada a expansão das resinas à base de PMMA, termopolimerizável SR 3/60 (SR) e autopolimerizável Palapress Vario (PPV). A resina termopolimerizável foi polimerizada em água a 100° C por 60 minutos e a autopolimerizável em água a 55° C por 15 minutos sob pressão de 300kPa. Os corpos-de-prova (5 x 5 x 2 mm) foram armazenados a 23° C ± 1° C e umidade Revisão da Literatura 38 relativa do ar de 50% ± 5% por 12 semanas. Uma das superfícies dos corpos-de- prova foi polida com lixa de granulação 1000 e colocada dentro de 6 ml do monômero da resina PPV, que contém MMA e etileno glicol dimetacrilato como agente de ligação cruzada. Os corpos-de-prova foram mantidos em contato com o monômero por 0; 0,5; 3; 30 e 60 minutos a 23° ± 1° C. A resina PPV foi proporcionada e colocada sobre a superfície preparada, simulando o procedimento de reparo, sendo polimerizada em água como descrito anteriormente. A espessura da camada que expandiu foi mensurada nas micrografias dos corpos-de-prova tendo sido observado valores entre 18,6 a 53,6 µm na resina autopolimerizável e entre 18,8 a 22,6 µm na resina termopolimerizável. Para a resina autopolimerizável, houve diferenças significativas entre os tempos de contato com o monômero avaliados, enquanto para a resina termopolimerizável as médias obtidas foram estatisticamente iguais entre si. A expansão ocorreu em regiões sem pérolas de PMMA em ambas resinas, ou seja, em locais da matriz polimérica. Durante a expansão ocorre a difusão do solvente (monômero da resina PPV) para a parte interna do polímero PMMA. As pérolas de PMMA pré-polimerizadas não apresentam agentes de ligação cruzada como a matriz polimérica e, portanto, a difusão do “solvente” MMA para o interior das pérolas deveria ser maior que na matriz. Entretanto, a reação dos agentes de ligação cruzada, durante a polimerização das resinas, é incompleta e, dessa forma, grupos metacrilatos residuais permanecem na resina polimerizada. Esses grupos separam os segmentos das cadeias poliméricas, tornando a estrutura menos densa e rígida. Conseqüentemente, ocorre uma diminuição da temperatura de transição vítrea e a formação de uma estrutura mais aberta, tornando mais fácil a difusão das moléculas do MMA na matriz polimérica que nas pérolas do polímero. Outro fator apontado pelos autores, para a maior expansão observada na resina autopolimerizável, seria o maior conteúdo de monômero residual em relação à resina termopolimerizável, o qual teria facilitado a difusão do MMA para a parte interna do polímero. Revisão da Literatura 39 No mesmo ano, Uzun et al.50 compararam a resistência ao impacto, resistência transversal, deflexão e módulo de elasticidade de um polímero para base de prótese reforçado com fibras de vidro, carbono, Kevlar fino, Kevlar espesso e de polietileno em forma entrelaçada. A resina termopolimerizável Trevalon foi utilizada nesse estudo. Dez corpos-de-prova (60 X 7 X 4mm) foram confeccionados para cada tipo de fibra e 10 sem reforço, sendo armazenados em água a temperatura ambiente por 2 semanas antes dos testes. Esses corpos-de- prova receberam um entalhe de 3,5mm, permanecendo, ainda, 3,5mm de material intacto. Os testes foram realizados com uma máquina de impacto tipo Charpy. A força foi aplicada no lado oposto ao entalhe. Durante os testes, alguns corpos-de- prova não fraturaram, sendo excluídos do estudo. Corpos-de-prova reforçados com fibras de polietileno apresentaram a maior resistência ao impacto (18870,7 N/m), seguidos pelas fibras de vidro, Kevlar espesso, carbono e Kevlar fino. Os corpos-de-prova sem fibras exibiram os menores valores de resistência ao impacto (1246,86 N/m). Os resultados indicaram que as 5 fibras testadas aumentaram, significativamente, a média de resistência ao impacto da resina para base de prótese Trevalon quando comparadas com o grupo controle, sem fibras. As acentuadas diferenças nas resistências ao impacto e à flexão podem ter sido relacionadas à distribuição de tensões e ao modo de propagação de trinca presentes nos dois testes. Jagger et al.24, em 2000, investigaram o efeito do auto-reforço por meio da adição de um polimetil metacrilato (PMMA) experimental em forma de pérolas (aproximadamente 600µm) na resistência ao impacto, à flexão e na dureza de uma resina para base de prótese termopolimerizável convencional à base de PMMA (Colacryl D-80 FC). O potencial dos materiais com auto-reforço é que deveriam apresentar propriedades mecânicas superiores às dos polímeros amorfos. As pérolas de PMMA foram adicionadas no pó da resina acrílica em várias porcentagens (5, 10, 15, 25 e 40%). A resina acrílica termopolimerizável não modificada foi utilizada como controle. Os corpos-de-prova, com dimensões de 50 X 6 X 4mm, foram polimerizados por 7 horas à 70°C e 3 horas à 100°C. Um Revisão da Literatura 40 grupo foi armazenado em água à 37 ± 2°C por 7 dias e o outro por 6 meses. Para o teste de impacto, um entalhe de 0,8 mm foi confeccionado em cada corpo-de- prova, permanecendo 3,2mm de material intacto. Esse teste foi realizado em ar a 23 ± 2°C. A resistência ao impacto dos corpos-de-prova armazenados por 7 dias aumentou para a concentração de 5% de pérolas e diminuiu quando a concentração utilizada foi de 40%. Para os corpos-de-prova armazenados em água por 6 meses, não houve diferença significativa na resistência ao impacto para nenhuma das concentrações avaliadas. Os valores observados para o grupo controle, sem reforço, foram de 1,62 kJ/m2 e de 1,58 kJ/m2 após 7 dias e 6 meses de armazenagem, respectivamente. Os autores relataram que, provavelmente, as pérolas de PMMA foram simplesmente incorporadas dentro da matriz polimérica e não proporcionaram reforço. Dessa forma, o material apresentaria propriedades similares às do polimetil metacrilato convencional, sem reforço, com as pérolas falhando em proporcionar resistência à propagação das trincas. Essas trincas não seriam defletidas pelas pérolas e a fratura poderia ocorrer através das mesmas. No ano seguinte, Jagger e Harrison23 avaliaram o efeito do auto-reforço com fibras contínuas de polimetilmetacrilato (PMMA) na resistência à flexão e ao impacto do material à base de polimetilmetacrilato (Trevalon). Para os testes de impacto um entalhe em forma de V foi confeccionado em cada corpo-de-prova (50 X 6 X 4 mm) com uma profundidade de 0,8 mm, permanecendo 3,2 de material intacto. O entalhe em forma de V concentra as tensões e elimina os efeitos de defeitos superficiais do corpo-de-prova. As fibras contínuas foram colocadas no interior dos corpos-de-prova em uma ou duas camadas longitudinais, localizadas paralelas ao comprimento, ou em duas camadas, sendo a inferior longitudinal e a superior posicionada em sentido transversal ao comprimento. Dez corpos-de-prova para cada grupo foram preparados e armazenados em água à temperatura de 37°C ±2°C até total saturação. Cada corpo-de-prova foi fraturado em ar a 20±1°C com um pêndulo de capacidade de 2J. A perda de energia do pêndulo, durante a fratura, foi determinada por comparação da extensão da oscilação após o impacto com a da livre oscilação do pêndulo. O objetivo das Revisão da Literatura 41 fibras unidirecionais é transmitir e resistir forças. Para os testes de impacto, todos os corpos-de-prova fraturaram exibindo um comportamento típico de fratura frágil. A fratura sempre se iniciou no entalhe. Esse tipo de fratura é caracterizado por uma falta de distorção das partes quebradas. O valor médio de resistência ao impacto observado para os corpos-de-prova sem reforço foi de 4,9 kJ/m2. O polimetilmetacrilato termopolimerizável convencional é um material duro e frágil (na temperatura fisiológica da cavidade oral, que é abaixo da temperatura de transição vítrea) e possui uma baixa resistência ao impacto. A união entre a fibra e a matriz pode apresentar um papel importante no sucesso do reforço. Quando uma trinca se propaga através da matriz e encontra uma fibra, se a união entre a fibra e a matriz é adequada (nem excessiva ou mínima), a fibra não irá se fraturar e a trinca irá se defletir ao longo do comprimento da fibra. Por meio desse mecanismo, a fratura pode se defletir no limite da fibra várias vezes, produzindo uma rede de trincas e a formação de zonas de polímero possivelmente dispersas com espaços. Entretanto, se a união entre a fibra e a matriz é excessiva, então a trinca pode simplesmente se propagar através da fibra, como se fosse através de um material homogêneo, sem reforço. Os valores médios de resistência à flexão e ao impacto da resina acrílica de polimetilmetacrilato não aumentaram com a adição de fibras de polimetilmetacrilato em forma contínua unidirecional e longitudinal, ou o aumento do número de camadas unidirecionais de reforço ou a alteração de direção da segunda camada, de longitudinal para transversal, em relação ao comprimento do corpo-de-prova. Também em 2001, o efeito de variações na proporção pó/líquido sobre a resistência ao impacto de resinas autopolimerizáveis foi avaliado por Syme, et al.43 As resinas autopolimerizáveis utilizadas neste estudo foram Pink Repair Resin (PR) e Clear Repair Resin (CR) e a termopolimerizável foi a Trevalon Clear (HC). Corpos-de-prova da resina autopolimerizável (CO) com diferentes proporções pó/líquido (1/1; 1/1,25; 1/1,5; 1/1,75; 1/2; 1/2,25; 1/2,5) foram preparados e polimerizados sob pressão de 2,0 bar a 37°C por 10 minutos. Utilizando a mesma técnica, corpos-de-prova das resinas PR e CR foram Revisão da Literatura 42 preparados nas proporções de: 1/1,25; 1/2; 1/2,5. A resistência ao impacto foi mensurada com o teste Charpy, em corpos-de-prova com secção transversal de 1 cm/ 1cm com entalhe realizado utilizando-se uma lâmina. Os corpos-de-prova foram apoiados horizontalmente com a superfície sem entalhe voltada para o pêndulo. A energia de fratura foi determinada pela amplitude da oscilação do pêndulo, que é indicada diretamente pela máquina de impacto. As resinas autopolimerizáveis apresentaram médias similares de resistência ao impacto (CR= 0,10J e PR = 0,108J) enquanto a resina termopolimerizável apresentou um baixo valor inesperado (HC = 0,085J). Todos os valores foram menores que a resina comercial Perspex (0,46J). A análise dos corpos-de-prova não demonstrou imperfeições nas superfícies fraturadas que possam ter resultado em áreas de início de fratura. Dessa forma, a baixa resistência ao impacto das resinas testadas pode ser devido ao baixo peso molecular (massa molar) – como conseqüência da alta velocidade de polimerização. A inesperada menor resistência ao impacto da resina termopolimerizável pode ser devido ao mesmo fator. Em temperaturas mais elevadas de polimerização, a velocidade de início da reação será alta, havendo mais reações de terminação das cadeias e o peso molecular será menor, reduzindo a resistência ao impacto. Segundo Jagger et al.22, em 2001, embora a união entre fibra e matriz resinosa possa influenciar o sucesso do reforço, uma união eficiente nessa interface não é sempre necessária ou favorável. Para o auto-reforço (material de reforço com composição química similar à da matriz resinosa), é possível que a união entre as fibras e a matriz seja excessiva e, dessa forma, as fibras não proporcionam resistência à propagação das trincas e nenhum aumento nas propriedades mecânicas. Neste estudo, os autores investigaram a adição de fibras de polimetilmetacrilato, tratadas superficialmente, na forma contínua ou seccionadas, sobre algumas propriedades da resina acrílica para base de prótese. A resina acrílica utilizada foi a termopolimerizável convencional Trevalon. Para a forma seccionada, as porcentagens de fibras utilizadas foram de 0, 5, 15, 20 e 25% em peso. Para a forma contínua, foram testadas uma ou duas camadas no sentido Revisão da Literatura 43 do comprimento do corpo-de-prova e duas camadas posicionadas perpendicularmente entre si. As fibras foram tratadas superficialmente com emulsão de látex de butadieno estireno. Após a confecção dos corpos-de-prova (50 X 6 X 4mm), foram realizados entalhes em forma de V com profundidade de 0,8mm, permanecendo abaixo desse 3,2mm de material intacto. Dez corpos-de- prova foram confeccionados para cada concentração e armazenados em água a 37 ± 2°C até saturarem completamente. O teste de impacto foi realizado a seco e em temperatura de 20 ± 1°C usando um pêndulo de 2J. A resistência ao impacto para a resina convencional termopolimerizável foi de 4,9 kJ/m2. A adição de fibras seccionadas e tratadas superficialmente não aumentou significativamente a resistência ao impacto. A incorporação de fibras em forma contínua, posicionadas em na mesma direção ou perpendiculares entre si, não proporcionou aumento significativo da resistência ao impacto. Uma camada produziu resistência ao impacto de 6,6 kJ/m2, duas camadas paralelas de 6,0 kJ/m2 e duas camadas perpendiculares de 4,9 kJ/m2. Ainda em 2001, Memon et al.32 compararam as propriedades de resistência ao impacto e à flexão de um novo polímero à base de poliuretano polimerizado por microondas, utilizando a técnica injetável (Microbase) e dois polímeros à base de polimetil metacrilato (PMMA) utilizando a técnica de inclusão e prensagem, sendo um polimerizado por microondas (Acron MC) e um pelo método convencional em banho de água (Meliodent). Dez corpos-de-prova (50 X 6 X 4mm), sem entalhes, de cada material foram confeccionados para cada propriedade e imersos por 1 mês em água a 37°C antes dos testes de impacto do tipo Charpy, com pêndulo de 453,6 g para as resinas Acron MC e Meliodent e de 226,8 g para a resina Microbase. Houve diferença significativa entre os 3 materiais na resistência ao impacto com os corpos-de-prova da resina Microbase exibindo os menores valores (6,31 kJ/m2), aproximadamente a metade dos valores dos outros 2 materiais (Acron MC – 12,5 kJ/m2 e Meliodent – 13,9 kJ/m2). A resistência ao impacto é uma medida da energia absorvida pelo material antes da fratura. No presente estudo, a resina Microbase apresentou menor resistência ao Revisão da Literatura 44 impacto, indicando sua fragilidade em relação aos outros dois materiais. Os autores observaram, ainda, que a resina polimerizada pelo calor foi menos rígida que a polimerizada por microondas e relacionaram esses resultados ao maior conteúdo de monômero residual do material Meliodent que foi polimerizado à temperatura de 70° C por 9 horas, sem ciclo terminal em água em ebulição. Segundo os autores, os resultados de resistência ao impacto fornecem suporte adicional para o conteúdo relativamente maior de monômero residual na resina polimerizada pelo calor que naquela polimerizada em microondas, tendo em vista que os valores obtidos com a primeira foram superiores. Tem sido observado, em outros estudos, que as resinas autopolimerizáveis à base de PMMA apresentam maior resistência ao impacto que as termopolimerizáveis, porque o conteúdo de monômero residual maior apresenta um efeito plastificante sobre o polímero mais acentuado. Segundo Takahashi e Chai44, em 2001, a união entre resinas para reembasamento e para base de prótese depende da propensão do monômero do material reembasador em penetrar na estrutura da resina de base e estabelecer um polímero de entrelaçamento. Neste estudo, os autores investigaram o efeito de 5 tratamentos de superfície na resistência de união, por meio de testes de cisalhamento, entre 3 materiais de reembasamento (Kooliner, Triad VLC e GC Reline) e 1 resina acrílica para base de prótese (Lucitone 199). Corpos-de-prova cilíndricos (10mm altura por 8 mm de diâmetro) foram obtidos com a resina Lucitone 199 e armazenados em água destilada a 37° C por 1 mês. As superfícies de união foram, então: (1) não tratadas, (2) tratadas com diclorometano, (3) tratadas com monômero da resina para base de prótese, (4) tratadas com adesivo ou monômero da resina para reembasamento (Triad VLC e GC com adesivo; Kooliner com monômero), (5) polidas com lixa de carbeto de silício de granulação 240, ou (6) tratadas com jatos de óxido de alumínio com partículas de 50µm. Após o reembasamento, todos os corpos-de-prova foram armazenados em água à 37° C por 1 dia e, então, submetidos à termociclagem entre 4 e 60° C por 10.000 ciclos. A maior resistência de união da resina Kooliner foi obtida com aplicação Revisão da Literatura 45 de diclorometano (5,6 MPa), enquanto a utilização de adesivo e monômero da resina de base proporcionaram os maiores valores para as resinas Triad (13,4 MPa) e GC (12,9 MPa). Tratamentos de superfície mecânicos, tais como polimento com lixas e abrasão a ar, teoricamente melhoram a resistência de união ente o material reembasador e a resina de base de prótese por remover substâncias que podem contaminar a área de união, proporcionar características mecânicas retentivas e maior área superficial para a retenção. Neste estudo, os efeitos dos tratamentos mecânicos foram geralmente positivos, embora nem sempre estatisticamente significantes. Solventes não polimerizáveis, como o diclorometano, agem dissolvendo e expandindo a camada superficial da resina para base de prótese. Esse processo aumenta a difusão dos materiais polimerizáveis, principalmente o metil metacrilato, a partir do material reembasador e promove a formação de um polímero de entrelaçamento mais extenso. Nesse estudo, o diclorometano melhorou significativamente a resistência de união do reembasador GC, mas seu efeito não foi significativo para as resinas Kooliner e Triad. Os monômeros da resina de base e dos materiais reembasadores são polimerizáveis. A penetração desses monômeros na resina de base teoricamente aumenta a união por meio de sua participação na polimerização. A aplicação do monômero da resina para base de prótese aumentou a resistência de união dos reembasadores Triad e GC. O tratamento com o adesivo da resina GC demonstrou um efeito positivo comparado com os corpos-de-prova não tratados. O adesivo da resina GC contém 70% de MMA e 30% de acetona. A ação do adesivo da resina GC é, provavelmente, mediada pela ação de solvente não polimerizável da acetona. Ainda no ano de 2001, Takahashi e Chai45 avaliaram a resistência de união, por meio de testes de cisalhamento, entre quatro polímeros de base (uma resina termoativada, uma processada em microondas, uma resina fluida quimicamente ativada e uma fotoativada) e quatro resinas para reembasamento (duas quimicamente ativadas e duas fotoativadas). Cilindros das resinas de base (10 mm de altura por 8 mm de diâmetro) foram polimerizados e, após polimento Revisão da Literatura 46 com lixa de granulação 600, foram armazenados em água destilada a 37°C por 24 horas. Decorrido esse período, uma fita adesiva com orifício de 5 mm de diâmetro foi posicionada sobre a superfície de resina de base e um cilindro de teflon (5 mm de diâmetro interno e 5 mm de altura) foi posicionado sob o orifício. Os materiais de reembasamento foram inseridos no interior dos cilindros e polimerizados, seguindo as recomendações do fabricante. Previamente aos testes, todos os corpos-de-prova foram armazenados em água por quatro meses. Em seguida, 10 corpos-de-prova de cada grupo foram submetidos à termociclagem. A média de resistência de união entre os polímeros de base e os materiais reembasadores variaram do menor valor entre a base da resina Triad e o material Rebaron (4,7 MPa) ao maior valor entre Palapress e Rebaron (15,2 MPa). Os autores concluíram que o tipo de polímero do material de base e do material reembasador pode ter influenciado os resultados de resistência de união. Ainda em 2001, a resistência de união entre a resina para reembasamento Kooliner e a resina para base de prótese Lucitone 550 foi avaliada, por meio de teste de flexão, em função de diferentes tratamentos de superfície por Leles et al.30 Sessenta e três corpos-de-prova (25 X 10 X 64 mm) da resina Lucitone 550 foram confeccionados e polimerizados em banho de água a 73° C por 90 minutos seguido por 30 minutos em água em ebulição, sendo, em seguida, polidos com lixa 400 e armazenados em água à 37˚C por 48 horas. Nove corpos-de-prova foram mantidos intactos para servirem como parâmetro de comparação. Os 54 corpos-de-prova remanescentes foram seccionados, tendo sido removidos 10 mm da região central. Os corpos-de-prova foram, então, divididos em 6 grupos de acordo com o tratamento da superfície: 1- sem tratamento; 2- aplicação do monômero da resina Lucitone 550 (metil metacrilato) por 180 segundos; 3- aplicação do monômero da resina Kooliner (isobutil metacrilato) por 180 segundos; 4- aplicação de clorofórmio por 5 segundos, seguida de aplicação de água destilada e secagem com ar; 5- aplicação de acetona por 5 segundos, seguida de aplicação de água destilada e secagem com ar; 6- aplicação de um adesivo experimental, composto por acetona e a resina Kooliner polimerizada, durante 5 Revisão da Literatura 47 segundos. Após o tratamento das superfícies, a união entre as partes foi realizada com a resina Kooliner, sendo, a seguir, os corpos-de-prova mantidos em água a 37˚C por 48 horas. O teste de resistência à flexão foi realizado em 3 pontos a uma velocidade de 0.5 mm/min. Os resultados obtidos demonstraram que as falhas ocorridas entre a resina Kooliner e a resina de base Lucitone 550 foram predominantemente adesivas. As superfícies tratadas com o monômero da resina Lucitone 550 por 180 segundos apresentaram maior resistência à flexão comparadas aos grupos 1, 5 e 6. A utilização da acetona não resultou em aumento da resistência à flexão comparada ao grupo controle. Também em 2001, Matsumura et al.31 avaliaram clinicamente durante o período de um ano, a resina Tokuso Rebase indicada para reembasamento imediato. Para realizar essa avaliação os autores consideraram as seguintes características: 1- manchamento, 2- descoloração, 3-separação entre o material reembasador e a resina de base, 4- adaptação da base aos tecidos de suporte e 5- irritação dos tecidos orais. Para o estudo foram selecionados 50 pacientes portadores de próteses que necessitavam de reembasamento, o qual foi realizado após desgaste e tratamento da superfície interna da base com diclorometano. Após o reembasamento, o agente endurecedor (Tokuso) foi aplicado sobre a superfície da prótese, durante 5 minutos e à 45˚C, sendo, a seguir, realizado o ajuste oclusal e o polimento da prótese. Para a avaliação das características utilizou-se de sistema de classificação: Alfa=1, Bravo= 2 e Charlie=3. Embora os resultados tenham demonstrado um aumento no manchamento do material reembasador, o número de ocorrências foi o mesmo tanto para o reembasador como para a resina de base. A descoloração da material reembasador após 1 ano foi significativamente maior que aquela observada no período inicial, enquanto para a resina de base esse fato não ocorreu. Esses resultados indicam que a estabilidade de cor da resina para reembasamento é inferior àquela das resinas termopolimerizáveis e uma razão para esse fato pode ser a presença de agente redutor no material reembasador. Outro aspecto que pode contribuir para menor estabilidade de cor é a baixa conversão de monômero. Para o fator irritação Revisão da Literatura 48 tecidual, apenas 1 paciente queixou-se de leve sintomatologia. Das 50 próteses reembasadas, somente 3 apresentaram falha na união entre a resina de base e a de reembasamento. Esses resultados, segundo os autores, indicaram que o material Tokuso Rebase pode ser adequadamente aderido à resina de base desde que a superfície seja desgastada e condicionada com diclorometano. A adaptação das próteses foi considerada muito satisfatória. Os autores concluíram que a resina Tokuso Rebase apresentou excelente comportamento em relação às características avaliadas, no entanto, períodos mais longos de observação são ainda necessários. A resistência transversa, a resistência ao impacto, a deflexão e o módulo de elasticidade de 6 resinas acrílicas para base de prótese, sendo 2 de alto impacto (Trevalon Hi e Lucitone 199), 3 termopolimerizáveis (QC 20, Meliodent e Trevalon) e 1 injetável (SR- Ivocap), foram avaliadas por Uzun et al.49 em 2002. Um molde de teflon de 60 X 10 X 4 mm foi utilizado para preparar as corpos-de- prova de resina acrílica. Todos os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada à temperatura de 20±2° C durante 15 dias antes dos testes. Vinte corpos- de-prova foram preparados para cada resina acrílica, 10 para os testes de resistência ao impacto e 10 para os de resistência transversa. Para a resistência ao impacto, os corpos-de-prova foram preparados com 7 mm de largura e um entalhe de 3,5mm foi realizado. O teste de impacto utilizado foi o tipo Charpy. A força foi aplicada no corpo-de-prova do lado oposto ao entalhe. Os resultados revelaram diferença significativa entre os grupos de resina acrílica para o teste de resistência ao impacto. SR Ivocap apresentou maior resistência ao impacto (5.845,2 N/m), seguida de Trevalon Hi (2.666,4 N/m), Lucitone 199 (2.475,4 N/m), Meliodent (2.051,3 N/m), QC 20 e Trevalon, as quais apresentaram os valores de resistência ao impacto aproximadamente 50% menores comparado com as outras resinas. Resistência ao impacto é a energia necessária para causar a fratura em um material quando submetido a força de atuação rápida. As resinas acrílicas de alto impacto são co-polímeros de acrílico e butadieno (o polímero – pó, é uma mistura de acrílico e partículas de borracha) e forma uma matriz de acrílico com inclusões de borracha. As inclusões de borracha previnem a propagação da trinca. Embora Revisão da Literatura 49 essas resinas apresentem maior resistência ao impacto que as resinas convencionais, não proporcionaram valores significativamente maiores que todas as resinas convencionais avaliadas. A resina injetável demonstrou valores de resistência ao impacto significativamente maiores que os outros materiais avaliados. Em 2003, Azzarri et al.6 investigaram o efeito de diferentes condições de aquecimento por microondas (tempo e potência) sobre o nível de monômero residual e as propriedades mecânicas de dureza e resistência ao impacto, de uma resina acrílica para base de prótese polimerizada por microondas (Ruthinium Micro Poll). Duas resinas termopolimerizáveis comerciais, uma de rápida polimerização (Protoquick) e uma convencional (Protoplast), ambas fabricadas com o mesmo polímero, foram utilizadas para comparação. Um forno de microondas doméstico foi utilizado para a polimerização dos corpos-de-prova. Vários grupos foram preparados com diferentes potências (200, 500 e 800W) e tempos de polimerização (5 e 10 minutos), proporcionando as seguintes condições experimentais: GI (200 W, 10 min.), GII (500 W, 5 min.), GIII (500 W, 10 min.) e GIV (800 W, 5 min.) A resistência ao impacto foi determinada pelo método Charpy e 6 corpos-de-prova com dimensões de 9,4 X 8,2 X 60 mm foram confeccionados para cada grupo. Os grupos GI (5,62 kJ/m2)e GIV (18,81 kJ/m2) mostraram diferenças significantes entre si e para os grupos (GII – 15,35 kJ/m2 e GIII – 14,05 kJ/m2). A análise de monômero residual demonstrou que, inicialmente, ocorre uma liberação com velocidade mais rápida seguida por velocidade constante de liberação no período de 24 horas. Houve diferença significativa entre os grupos GI e GIII quando comparados com os grupos GII e GIV, tendo sido os menores valores observados para esses últimos. Todos os valores de resistência ao impacto, observados para as resinas polimerizadas por microondas, foram semelhantes àqueles observados em outros estudos para resinas à base de metil metacrilato, porém reforçadas com fibras de vidro ou polietileno, e maiores que aqueles obtidos no presente estudo para as resinas Revisão da Literatura 50 termopolimerizáveis convencionais (Protoplast – (1,08 kJ/m2) e polimerizadas com ciclo rápido (Protoquick – 2,98 kJ/m2). No mesmo ano, Karacaer et al.25 determinaram o efeito de várias concentrações e comprimentos de fibras de vidro na resistência transversal, módulo de elasticidade e resistência ao impacto de polímeros para base de prótese, sendo um autopolimerizável pela técnica de injeção (PalaXpress) e outro termopolimerizável pela técnica de inclusão e prensagem (Meliodent). Os comprimentos de fibras avaliados foram de 4, 6 e 8 mm e as concentrações utilizadas para cada comprimento foram de 1, 3 e 5%, totalizando 10 grupos experimentais para cada resina. Grupos controle, sem qualquer reforço, também foram confeccionados para as duas resinas. Os corpos-de-prova para a resistência ao impacto (60 X 7,5 X 4 mm) foram armazenados em água a 37±1° C para atingir a saturação. O teste foi realizado com o impacto Charpy e a resistência ao impacto (I) foi determinada com a seguinte fórmula: I = E/WT(J/m2), onde E é a energia de fratura da corpo-de-prova, W a largura e T a espessura da corpo-de- prova. Para as duas técnicas avaliadas, injeção e inclusão e prensagem, a resistência ao impacto foi afetada significativamente pela concentração de fibras, enquanto o efeito do comprimento da fibra não foi significativo. Os resultados demonstraram um aumento para as corpos-de-prova da resina injetável de, aproximadamente, 34% com o aumento nas concentrações de fibras, produzindo melhores resultados com 5% de quantidade de fibras (controle – 8,0 kJ/m2; 5% - 10,7 kJ/m2). Entretanto, quando a quantidade de fibras aumentou, uma tendência para a resistência ao impacto diminuir foi observada para os grupos da resina processada por prensagem (controle – 8,5 kJ/m2; 5% - 6,3 kJ/m2). Essa redução pode ser resultado do agrupamento de fibras e dos espaços vazios que podem agir como pontos de concentração de tensões na matriz do polímero e, assim, diminuir a adesão interfacial entre fibra e matriz. Ainda em 2003, Zappini et al.56 estudaram a propriedade de resistência à fratura de resinas para base de prótese, convencional e de alto impacto, e Revisão da Literatura 51 compararam os resultados com medidas de resistência ao impacto. Quatro testes mecânicos foram utilizados nesse estudo: 3 de resistência ao impacto (2 do tipo Izod e 1 do tipo Charpy) e 1 de resistência à fratura. Sete resinas para base de prótese termopolimerizáveis foram selecionadas: 2 convencionais e 3 de alto impacto utilizando a técnica de prensagem, 1 material de alto impacto utilizando a técnica de injeção e 1 sistema de alto impacto, mono componente, processado utilizando a técnica de injeção. Para o teste de resistência ao impacto Charpy foram confeccionados 12 corpos-de-prova com dimensões de 80 X 10 X 4 mm. O entalhe foi feito na região central do corpo-de-prova, com profundidade de 2 mm, permanecendo 8 mm de material intacto. Todos os corpos-de-prova foram armazenados 7 dias em água a 37° C, seguido de 1 hora a 23° C antes dos testes. O teste foi realizado com um pêndulo 0,5 J de energia e velocidade de 2,9 m/s. A resistência do impacto Charpy foi calculada pela fórmula aca= Ec/ (h.ba) , onde Ec é a energia absorvida pelo corpo-de-prova, h a espessura da corpo-de-prova e ba a largura remanescente na base do entalhe. A unidade de medida para aca foi kJ/m2. Nas duas resinas convencionais (Major 2 Base e Probase Hot) e 1 resina de alto impacto injetável (Ivocap Plus) não foram encontradas diferenças significativas (1,36 kJ/m2, 1,36 kJ/m2 e 1,47 kJ/m2, respectivamente). Para o sistema mono componente injetável de alto impacto (Injectall IPF HI-I), a resistência foi significativamente menor (0,92 kj/m2) que a resistência dos 3 últimos materiais citados. As resinas de alto impacto Trevalon Hi (2,71 kj/m2) e GC Luxon (2,85 kj/m2) não apresentaram diferença significativa. A resina de alto impacto Lucitone 199 (2,89 kj/m2) foi estatisticamente igual à resina GC Luxon e superior à resina Trevalon Hi. Dependendo da configuração da carga (Izod ou Charpy), dimensões do corpo-de-prova, e a presença de entalhe e sua geometria, esse teste pode resultar em valores diferentes de resistência ao impacto. Embora exista adequada correlação entre as mensurações obtidas nos testes Charpy e Izod, seus valores absolutos diferem um do outro. Jagger et al.20, em 2003, avaliaram o efeito da adição de fibras de polimetil metacrilato, tratadas superficialmente, na resistência à flexão e ao impacto de uma Revisão da Literatura 52 resina para base de prótese de alto impacto. As fibras de polimetil metacrilato com 0,75 mm de diâmetro foram fornecidas em forma contínua e utilizadas em dois comprimentos: 45 ou 70 mm. A resina de alto impacto utilizada foi a Lucitone 199, tendo sido as fibras adicionadas à resina em duas camadas, sendo a inferior paralela e a superior perpendicular em relação ao comprimento do corpo-de- prova. A superfície das fibras foi tratada com uma emulsão de látex de butadieno estireno por 10 segundos. Placas de resinas foram polimerizadas em banho de água a 70C por 7 horas, seguidas por 3 horas a 100° C. As placas foram submetidas ao acabamento com lixas de granulação 320 e 600, sob irrigação. A seguir, foram recortadas para obtenção dos corpos-de-provas com 50 X 6 X 4 mm para o teste de impacto. Os corpos-de-prova foram armazenados em água à 37° C + 2°C até completa saturação. Um entalhe em forma de V foi realizado nos corpos-de-prova de impacto, com profundidade de 0,8 mm permanecendo 3,2 mm de material intacto. Esse entalhe em forma de V concentra as tensões e reduz a influência de defeitos presentes na superfície do corpo-de-prova. A resistência ao impacto foi mensurada utilizando um pêndulo do tipo Charpy e os testes foram realizados a seco a 20 + 2°C. Os valores obtidos foram de 11,1 kJ m-2 e 12,5 kJ m- 2 para a resina com e sem reforço, respectivamente. Esses resultados demonstraram que a presença do reforço diminuiu a resistência ao impacto do material avaliado. Para a resistência à flexão, os resultados foram semelhantes com valores de 60,4 MPa para os corpos-de-prova sem reforço e de 57,8 MPa para aqueles reforçados com as fibras. No ano seguinte, Minami et al.33 determinaram o efeito da quantidade de água na resina para base de prótese e da ciclagem térmica na resistência ao cisalhamento de reparos realizados com resinas autopolimerizáveis. Os materiais utilizados neste estudo foram a resina termopolimerizável para base de prótese Lucitone 199, a resina autopolimerizável à base de metil metacrilato Repair Material, como material de reparo, e a resina autopolimerizável Tokuso Rebase, indicada como material para reembasamento. Os corpos-de-prova da resina de base foram polimerizados (90 minutos a 70° C e 30 minutos a 100°C) e divididos Revisão da Literatura 53 em 3 grupos. Para o grupo 1, os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada por mais de 21 dias até completa saturação. No grupo 2, os corpos-de- prova foram secos com ar a 100° C por 30 segundos após o processo de saturação em água. Os corpos-de-prova do grupo 3 foram armazenados em dessecador por mais de 45 dias. A superfície de união foram mantidas sem tratamento ou foram tratadas por meio de abrasão com partículas de óxido de alumínio de 50µm a uma pressão de 0,5 MPa por 5 segundos ou imersão em solvente diclorometano por 5 segundos. As resinas autopolimerizáveis foram polimerizadas por 10 minutos a 37° C e, em seguida, os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada a 37° C por 24 horas. Cinco dos 10 corpos-de-prova de cada grupo foram submetidos à termociclagem por 50.000 ciclos em banho de água entre 4° C e 60° C com 1 minuto em cada temperatura. Quando preparadas nas mesmas condições experimentais, a resina Repair Material, à base de metil metacrilato, demonstrou maior resistência de união e melhor resistência à ciclagem térmica comparada à resina para reembasamento Tokuso Rebase, cujo líquido é composto pelo monômero β- metacriloil oxietil propionato e o agente de ligação cruzada 1,6 hexanediol dimentacrilato. O peso molecular do metil metacrilato é de, aproximadamente, 100, enquanto para o β- metacriloil oxietil propionato e o 1,6 hexanediol dimentacrilato os valores são de 186 e 254, respectivamente. Considerando-se que a união depende da difusão e penetração do monômero, na estrutura da resina de base, monômeros com menor peso molecular, como o metil metacrilato, podem ser vantajosos para a união. Para a resina Tokuso Rebase, a aplicação do diclorometano na superfície da resina de base proporcionou maiores valores de união quando comparado ao grupo sem tratamento. Segundo os autores, o diclorometano provavelmente atinge uma profundidade maior nas cadeias dos polímeros, por meio de deslocamento da água, e facilita a penetração do monômero. De acordo com a revisão da literatura observou-se que, devido à baixa resistência ao impacto das resinas para base de prótese, diversos estudos têm sido realizados na tentativa de melhorar essa propriedade nesse material. Para isso, os Revisão da Literatura 54 procedimentos que têm sido realizados são alterações na composição dessas resinas41,42, bem como a adição de fibras à matriz resinosa7,8,14,15,16,20,22,23,24,25,26,27,28,29,48,50,53,54. No entanto, apesar das resinas autopolimerizáveis, indicadas para o reembasamento imediato de próteses, serem comumente utilizadas para a readaptação das bases aos tecidos de suporte, até o presente momento, nenhum estudo referente à resistência ao impacto de bases de reembasadas foi realizado. Com isso julgou-se importante a realização de um estudo para avaliar a resistência ao impacto de uma resina termopolimerizável para base de prótese, antes e após o seu reembasamento, com diferentes materiais e tratamentos na superfície da resina de base. Além disso, o efeito de diferentes localizações de entalhe foi avaliado. PPrrooppoossiiççããoo 3. Proposição O objetivo deste estudo foi avaliar a resistência ao impacto de uma resina termopolimerizável para base de prótese, antes e após o seu reembasamento, o qual foi realizado utilizando-se a mesma resina de base ou duas resinas autopolimerizáveis indicadas para o reembasamento do tipo imediato. Foi avaliado, ainda, o efeito de diferentes tratamentos na superfície da resina de base, previamente ao reembasamento, sobre essa propriedade. Além disso, foram realizados entalhes tanto na largura, correspondente ao material reembasador quanto na espessura dos corpos-de-prova. MMaatteerriiaall ee MMééttooddoo