UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA FERNANDA FERREIRA YUKIMITU BIOMASSA E NUTRIENTES NO FUSTE E FOLHAS DE EUCALIPTO EM RES- POSTA AO MANEJO DA ADUBAÇÃO Ilha Solteira 2023 FERNANDA FERREIRA YUKIMITU BIOMASSA E NUTRIENTES NO FUSTE E FOLHAS DE EUCALIPTO EM RES- POSTA AO MANEJO DA ADUBAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Engenharia do Campus de Ilha Solteira – UNESP como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheira Agrô- noma. Nome do orientador Thiago Assis Rodrigues Nogueira Ilha Solteira 2023 DEDICO À toda minha família, amigos e ao meu marido Rodrigo por todo suporte e paciência durante toda minha formação acadêmica. AGRADECIMENTOS A Deus, por me conceder consciência e saúde para que eu pudesse superar todos os desafios durante esta etapa. Aos meus pais Keizo e Sonia, e aos meus irmãos Adriana e Vitor, à minha cunhada Gable e meu marido Rodrigo por fornecerem todo o apoio, incentivo e presença quando foi preciso. Ao meu orientador, Prof. Dr. Thiago Assis Rodrigues Nogueira, por toda paciência e ori- entação que contribuiu para meu desenvolvimento e experiencias que carregarei para a vida. A todos os professores da graduação, que direta ou indiretamente contribuíram para meu desenvolvimento pessoal e profissional durante todos esses anos. Ao grupo GENAFERT, por todos os dias de trabalho, os momentos de lazer e as experi- ências trocadas nesse período. Aos meus amigos, em especialmente da turma L, Joana, Bruna, Ingrid, Bruno, Jairo e João Pedro por todo companheirismo e ajuda ao longo desses anos. Ao João Leonardo Miranda Bellotte, pela oportunidade e ajuda para este trabalho acon- tecer. A Fundação de Ensino, Pesquisa e Extensão de Ilha Solteira - (FEPISA) pelo suporte financeiro para a pesquisa e bolsa de iniciação científica - Processo N°016/2019 RESUMO As florestas plantadas de eucalipto têm se expandido principalmente na região do Mato Grosso do Sul e em solos de baixa fertilidade e alta acidez, como os do Cerrado. Desse modo, é de extrema importância o manejo adequado da adubação. Objetivou-se, com o presente estudo, identificar se a adubação suplementar influenciou a produção de ma- deira do eucalipto bem como o impacto dessa adubação na dinâmica e produção de biomassa entre os compartimentos da árvore. O experimento foi desenvolvido no muni- cípio de Três Lagoas/MS, em áreas comerciais da empresa de celulose Eldorado Brasil. Foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso, com dois tratamentos e três repetições. Os tratamentos foram constituídos de adubação operacional (praticado pela empresa) e a adubação suplementar (mesma adubação praticada pela empresa acrescido de adu- bação adicional). No estudo foi avaliado a produção de madeira, quantificado a biomassa dos compartimentos lenho sem casca, casca, folha, galho verde e galho seco e determi- nado seus teores nutricionais. Os resultados obtidos foram submetidos ao Teste de Wil- coxon. Há influência da adubação suplementar no aumento da produção de madeira aos 4 e aos 6,2 anos de idade e aumento da biomassa do lenho sem casca e da casca. Porém, não há alterações significativas na maior parte dos nutrientes nos compartimen- tos avaliados lenho sem casca, casca, folha, galho verde e galho seco. Conclui-se que a adubação suplementar promoveu aumento de ganhos na produção de madeira e bio- massa dos compartimentos, com destaque para a biomassa do lenho. Palavras-chave: Eucalyptus urophylla; Adubação mineral; Produção de madeira; Bio- massa. ABSTRACT Eucalyptus planted forests have expanded mainly in the Mato Grosso do Sul region and in soils of low fertility and high acidity, such as those of the Cerrado region. Thus, ade- quate fertilizer management is extremely important. The objective of this study was to identify whether supplemental fertilization influences eucalyptus wood production, as well as the impact of this fertilization on biomass dynamics and production among tree com- partments. The experiment was carried out in the municipality of Três Lagoas/MS, in commercial areas of the pulp company Eldorado Brasil. A randomized block design was used, with three repetitions and two treatments: operational fertilization (as used by the company) and supplementary fertilization (the same fertilization used by the company plus additional fertilization). The study evaluated the wood production, quantified the bio- mass of the compartments barkless wood, bark, leaf, green branch, and dry branch, and determined their nutritional contents. The results obtained were confirmed by the Wil- coxon test. There is an influence of supplemental fertilization on the increase in wood production at 4 and 6.2 years of age and an increase in the biomass of barkless wood and bark. However, there are no changes in most of the nutrients in the evaluated com- partments barkless wood, bark, leaf, green branch, and dry branch. We concluded that fertilization promoted increased supplementary gains in wood production and biomass of the compartments, with emphasis on the woody biomass. Keywords: Eucalyptus urophylla; Mineral fertilization; Wood production; Biomass. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Comparação da produção (volume de madeira com casca) estimado em m³ ha-1 entre áreas com adubação operacional e suplementar até os seis anos de idade. ...................................................................................................................................... 15 Figura 2. Teores macronutrientes Nitrogênio, Fósforo, Cálcio, Potássio, Magnésio e Enxofre (N, P, K, Ca, K, Mg e S) no lenho, casca, folha, galho verde e galho seco em resposta à adubação operacional e suplementar (Continua) ........................................ 24 Figura 3. Teores de micronutrientes Boro, Cobre, Ferro, Manganês e Zinco (B, Cu, Fe, Mn e Zn)no lenho, casca, folha, galho verde e galho seco em resposta à adubação operacional e suplementar ............................................................................................ 25 file:///C:/Fernanda/TCC/Corrigido_TCC_Fernanda_Ferreira%20Yukimitu.docx%23_Toc125535073 file:///C:/Fernanda/TCC/Corrigido_TCC_Fernanda_Ferreira%20Yukimitu.docx%23_Toc125535073 file:///C:/Fernanda/TCC/Corrigido_TCC_Fernanda_Ferreira%20Yukimitu.docx%23_Toc125535073 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Localização das parcelas experimentais nas áreas comerciais da empresa Eldorado Brasil. ............................................................................................................... 8 Tabela 2. Análise granulométrica do solo das áreas comerciais da empresa Eldorado. 9 Tabela 3. Análise química inicial do solo das áreas comerciais da empresa Eldorado Brasil. ............................................................................................................................ 10 Tabela 4. Insumos, doses e épocas de aplicação dos tratamentos. ............................. 12 Tabela 5. Valores médios da produção dos povoamentos com 2,1; 4,0 e 6,2 anos, em função dos tratamentos. ................................................................................................ 15 Tabela 6. Produção biomassa nos compartimentos lenho s/ casca, casca, folha e galhos em t ha-1 ........................................................................................................................ 17 Tabela 7. Teores de nutrientes no compartimento lenho da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade ................................... 19 Tabela 8. Teores de nutrientes no compartimento casca da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade. .................................. 20 Tabela 9. Teores de nutrientes no compartimento folha da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade. .................................. 21 Tabela 10. Teores de nutrientes no compartimento galho verde da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade. ............................. 22 Tabela 11. Teores de nutrientes no compartimento galho seco da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade. ............................. 23 Sumário Página 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA ...................................................................... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 2 2.1. A cultura do Eucalipto ............................................................................... 2 2.2. Cerrado do Mato Grosso do Sul ............................................................... 3 2.3. Nutrição e adubação da cultura do eucalipto .......................................... 4 3. HIPÓTESE .......................................................................................................... 7 4. OBJETIVOS ........................................................................................................ 7 5. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 8 5.1. Local de estudo .......................................................................................... 8 5.3. Avaliações: volume, partição de biomassa e nutrientes ...................... 13 5.4. Delineamento experimental e análises estatísticas .............................. 14 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 15 6.1. Volume total de madeira com casca ...................................................... 15 6.2 Biomassa acima do solo .......................................................................... 17 6.3. Nutrientes nos compartimentos ............................................................. 18 7. CONCLUSÃO ................................................................................................... 26 8. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 27 1 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA As florestas plantadas têm grande potencial de crescimento e podem ser encontra- das em todos os estados brasileiros. As plantações de eucalipto correspondem a maior parte dessas florestas e estão localizadas, principalmente, em Minas Gerais (27%), São Paulo (12%) e Mato Grosso do Sul (13%) (IBÁ, 2022). As produtividades florestais estão relacionadas a diversos fatores como densidade de povoamento, rotações, exigência nutricional, potencial de crescimento do genótipo e ca- pacidade produtiva da área a ser plantada, além do manejo dessas florestas (GUIMARÃES, 2016). As florestas plantadas se encontram em áreas de baixa fertilidade e elevada acidez, como em solos da região do Cerrado, sendo característico a elevada capacidade de fixação de fósforo (P) e alto potencial de lixiviação de bases (Ca2+, Mg2+ e K+), exigindo a utilização de fertilizantes para suprir o desenvolvimento da planta e alcançar altas produtividades (RO- CHA, 2017). Solos de baixa fertilidade também são encontrados em áreas de pastagens degra- dadas, como exemplo tem-se o estado de Mina Gerais, onde 45% destas pastagens se enquadravam como fortemente degradadas, sendo comum o cultivo de eucalipto em flo- resta plantada ou em consorcio com a pecuária, para a recuperação dessas áreas, sendo uma espécie de rápido crescimento e estabelecer condições para o desenvolvimento de espécies nativas no sub-bosque (CUNHA, 2012; SANTOS et al, 2014; GONTIJO NETO, 2021). O estudo da biomassa, da alocação e teor de nutrientes nos compartimentos arbó- reos é de grande importância para a escolha do manejo mais adequado da floresta plantada, visto que dependendo do tipo de colheita realizada, existe maior ou menor exportação de nutrientes. Além disso, o manejo inadequado pode levar à exaustão de nutrientes no solo (VIERA, 2013). Devido ao significativo aumento dos povoamentos de eucalipto na região do Bolsão do Mato Grosso do Sul, associado à escassez de estudos sobre manejo nutricional em con- dições edafoclimáticas que caracterizam este local, se faz necessária a busca por novas informações por meio de pesquisas que possam verificar a magnitude de respostas do eu- calipto a alguns nutrientes, nas condições de Cerrado. 2 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. A cultura do Eucalipto O gênero Eucalyptus tem origem na Austrália e ilhas próximas. São reconhecidas mais de 700 espécies adaptadas à diferentes condições edafoclimáticas. Todavia, apenas aproximadamente 20 espécies são plantadas comercialmente no mundo. No Brasil, as es- pécies mais cultivadas são E. saligna, E. grandis e E. urophylla - e seu híbrido, o E. uro- grandis. Com diversas propriedades físico-químicas, é possível gerar produtos como lenha, carvão vegetal, moirões, dormentes, chapas, energia, papel e celulose, entre outros, para consumo interno ou exportação (FLORES et al., 2009; DOURADO, 2012; EMBRAPA, 2019a). O eucalipto foi introduzido no Brasil em meados do século XIX, inicialmente para fins ornamentais, como quebra-vento e extração de óleo essencial, diferentemente do que já acontecia em outros países cuja finalidade do eucalipto era para produção madeireira, de- vido ao seu rápido desenvolvimento vegetativo e rusticidade. No entanto, foi no século XX que o crescimento da silvicultura ganhou impulso pela necessidade de novas tecnologias e conhecimentos, sendo fundadas escolas de engenharia florestal, além de incentivo gover- namental por meio de programas florestais, chegando ao cenário atual, ou seja, uma forte indústria de papel e celulose, entre outros produtos (FOELKEL, 2005; VITAL, 2007; MAZE- TTE, 2017). O Brasil vem crescendo no setor de silvicultura, comumente, em terras antes degra- dadas. Estima-se que tenha 9,9 milhões de hectares de florestas plantadas, sendo 75% correspondente ao cultivo do eucalipto, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste. Dos pro- dutos obtidos com o eucalipto, o Brasil se destaca pela produção de papel e celulose, ocu- pando o segundo lugar entre os países produtores de celulose e décimo lugar na produção de papel, de acordo com os dados da Indústria Brasileira de Árvores – IBA (IBA, 2022). Com investimento em pesquisa e tecnologia florestal, do melhoramento genético ao processa- mento da celulose, o Brasil é referência mundial no cultivo de eucalipto. Nesse contexto, temos a importância da indústria brasileira de árvores na economia, em que manteve na última década, na média, desempenho acima do PIB do Brasil (IBÁ, 2022). De modo geral, os municípios com plantios comerciais obtiveram aumento do Índice de Desenvolvimento 3 Humano Municipal (IDHM) nas suas três dimensões: renda, longevidade e educação (IBGE, 2019; IBA, 2022). 2.2. Cerrado do Mato Grosso do Sul O bioma Cerrado está localizado no Planalto Central do Brasil, ocupando 22% do território nacional. Nesta área, predomina o clima tropical e subtropical, com duas estações bem definidas: seca (maio a setembro) e outra chuvosa (outubro a março). Esse bioma apresenta uma grande riqueza de biodiversidade, onde sua flora contém mais de 200 espé- cies que podem ser usadas para fins medicinais, 416 usadas para recuperação de solos degradados e mais de 10 tipos de frutos comestíveis e regularmente consumidos pela po- pulação. Em relação à fauna, há aproximadamente 200 espécies de mamíferos, mais de 800 de aves, 1200 de peixes, 180 de répteis e 150 espécies de anfíbios. Trata-se do local das nascentes das bacias Amazônica/Tocantins, do Prata e do Rio São Francisco (LOPES, 2013; ESTRABIS et al., 2019). No Cerrado, os Latossolos predominam nas áreas de relevo suave, favoráveis à uti- lização de maquinários. São solos muito intemperizados, com baixa reserva de nutrientes, baixa à média CTC, sendo 95% dos latossolos distróficos e ácidos (EMBRAPA, 2019b). O clima e o desenvolvimento de tecnologias tornaram possível realizar o primeiro corte da cultura do eucalipto já aos sete anos de idade, sendo que em países de clima temperado segundo Dalcomuni (1990) pode demorar até 50 anos. Com todas essas particularidades e o impulso da silvicultura no país, os investimentos industriais nesta região vem crescendo potencialmente. O Estado de Mato Grosso do Sul possui 61% do seu território composto pelo bioma Cerrado. Com isso, tem registrado um aumento de 36% na produção madeireira para papel e celulose, contendo cinco dos 10 municípios com maior área florestal plantada. Dentre esses municípios, Três Lagoas tornou-se um forte parque industrial, onde estão localizadas grandes empresas de papel e celulose, como a Eldorado Brasil e a Suzano Papel e Celu- lose. Em 2017, Três Lagoas rendeu com sua produção florestal primário, a segunda maior contribuição do país, com R$ 389,9 milhões (TONELLO et al., 2008; IBGE, 2019). 4 2.3. Nutrição e adubação da cultura do eucalipto O solo das florestas plantadas de eucalipto comumente é de baixa fertilidade, como os do Cerrado que, de modo geral, apresentam alta acidez e baixo teor de matéria orgânica (MO), fornecendo quantidades de nutrientes insuficientes para o desenvolvimento da vege- tação. Sendo assim, é de extrema necessidade um bom manejo da adubação associado à escolha de uma espécie adequada à região para obtenção de altas produtividades (BAS- TOS, FERREIRA, 2010; SILVA, 2017). Sendo eucalipto é uma espécie arbórea de rápido crescimento, ele requer uma maior proporção de macro e micronutrientes, supridas até a idade de três anos. Após esse período, as ciclagens de nutrientes atendem grande parte da demanda nutricional até a idade de corte (BARROS et al., 2005a). O nitrogênio (N) tem papel fundamental para a nutrição das plantas, por ser consti- tuinte essencial de proteínas e pigmentos, tendo grande influência sobre seus processos fisiológicos. Esse nutriente participa diretamente de inúmeras etapas da fotossíntese (cap- tação de luz, fixação do dióxido de carbono, etc.), bem como de inúmeros outros processos metabólicos da planta (CABRERA-BOSQUET et al., 2009). A adubação com N, causa dis- cordância com resultados contraditórios, mas é consenso a sua essencialidade na aduba- ção inicial para acelerar o crescimento do eucalipto. Após essa fase, o aumento deste nu- triente não reflete proporcionalmente na produtividade. Sendo assim, a ciclagem de nutri- entes da biomassa já é suficiente para proporcionar quantidades significativas de N para o desenvolvimento do eucalipto (GAZOLA, 2017). Entre os sintomas de deficiência de N são observados o clareamento da cor verde das folhas, seguida de amarelecimento com pontu- ações avermelhadas e total avermelhamento das folhas mais velhas (SILVEIRA et al., 2002). O fósforo (P) é um componente essencial para o organismo vivo, auxiliando na defi- nição da quantidade da biomassa produzida e de forma conjunta contribuir no teor de alca- lóides e demais princípios ativos; seu déficit causa a redução da biomassa e, consequente- mente, dos metabólitos secundários. É o nutriente mais responsivo às adubações e um dos que mais limita a produção do cultivo de eucalipto na região do Cerrado que, de modo geral, possui solos com baixo teor de P na solução e facilidade de precipitação e adsorção desse nutriente. As empresas geralmente realizam adubação com N-P-K no plantio com o P pro- porcionalmente 4 a 5 vezes maior que o N e potássio (K), pois é um nutriente de grande 5 necessidade na implantação do povoamento de eucalipto (MARTINS et al.,1998; PEREIRA, 2014). Os sintomas de deficiência de P são o escurecimento da cor verde das folhas mais velhas, que em seguida ficam arroxeadas e no estágio final apresentam necroses pontuais (SILVEIRA et al., 2002). A deficiência de K, tem sido comumente encontrada nesses tipos de solo. Esse ele- mento é o segundo nutriente mais responsivo às adubações, tendo importantes funções como ativador enzimático, controle osmótico, defesa da planta, entre outros. Seu acúmulo na biomassa da parte aérea cresce com a idade do povoamento. Os sintomas de deficiência de K são clorose marginal ou avermelhamento e necrose das margens (SILVEIRA, MALA- VOLTA, 2000; BARROS et al., 2005a; PEREIRA, 2014). Cálcio (Ca) e magnésio (Mg), são amplamente acumulados na biomassa da parte aérea da planta de forma crescente com a idade do povoamento. O Ca é um elemento pouco móvel no floema, tem função estrutural como componente da lamela média da mem- brana celular, concentrando-se na casca (PEREIRA, 2014; MEDEIROS, 2018). O Mg, de grande mobilidade na planta, faz parte da molécula central da clorofila, além de atuar como ativador e cofator de várias enzimas (GOMES et al., 2011). A deficiência do Ca é percebida pelo surgimento de folhas novas deformadas e retorcidas, podendo ocorrer morte apical e a falta de Mg, gera a clorose internerval nas folhas mais velhas (SILVEIRA et al., 2002). O enxofre (S), proporciona redução do pH no solo e permite maior interação com o fósforo (STAMFORD et al., 2014). Plantas deficientes em enxofre apresentam menor teor de clorofila e, consequentemente, uma coloração verde-pálida. A ausência de S na aduba- ção em conjunto com P, as respostas são baixas ou ausentes, reforçando a importância de uma adubação adequada para a cultura do eucalipto em solos do Cerrado (GAZOLA, 2014). Exigidos em teores menores, os micronutrientes também são limitantes para o cres- cimento e desenvolvimento das plantas. Em níveis adequados, os micronutrientes são im- portantes para a eficiência do uso de fertilizantes, com o aumento da resistência das plantas à fatores abióticos (estresse hídrico) e bióticos (pragas e doenças) (KIRKBY, RÖMHELD, 2007; CARMO et al., 2012). Não é comum a ocorrência de deficiência nutricional por micro- nutrientes metálicos, mas após várias rotações de cultivo pode-se ter frequente resposta à fertilização com esses nutrientes (MASSULO, 2018). No geral, ocorre deficiência de B, Cu e Zn. 6 No que tange às deficiências nutricionais do eucalipto, quando o solo não é adubado adequadamente com boro (B), sintomas são constatados nas folhas e ramos jovens. Esse sintoma é conhecido por “seca dos ponteiros” e se manifesta principalmente nos períodos de seca, com déficit hídrico acentuado, sendo facilmente constatado em plantações comer- ciais. por exemplo, é importante para diminuição da incidência de seca de ponteiros e au- mento da estabilidade da membrana celular e crescimento de raízes, levando a um aumento da eficiência do uso da água (HODECKER, 2014; TAVANTI et al., 2018). A deficiência de Cu é associada à danos mecânicos afetando a lignificação, produ- zindo galho susceptíveis à quebra e a deficiência do Zn ocasiona atrofiamento do desenvol- vimento das plantas, superbrotamento das gemas e redução do crescimento em altura e menor crescimento foliar (GONÇALVES, 1995; MASSULO, 2018). Na ocorrência de necessidade de adubações corretivas durante o ciclo de produção, o monitoramento nutricional é uma importante ferramenta na tomada de decisão para ajus- tes na adubação operacional e avaliação da eficiência após adubações (SILVEIRA, 2000). Para a sustentabilidade da cultura de eucalipto, com um povoamento de curta rota- ção, visando conservar a capacidade produtiva do solo, é necessário informações sobre a partição da biomassa. Assim, é fundamental saber quais são os nutrientes e suas concen- trações em cada compartimento (lenho, galhos, folhas e casca). Tal fato irá depender do conjunto de fatores, tais como: espécie escolhida, espaçamento utilizado, idade, intensidade da colheita, fertilidade e práticas de manejo do solo. Tudo isso irá possibilitar a escolha da espécie mais adequada de acordo com a finalidade do plantio, seja ela para a produção de energia, madeira ou celulose. Devido ao crescente custo de implantação da cultura do eu- calipto, o conhecimento dos nutrientes acumulados na planta é fundamental para um ma- nejo de adubação adequada, que é importante para solos como os da região de Cerrado (baixa fertilidade e acidez) (CALIL et al., 2011; VIERA, 2013; SILVA et al., 2014). 7 3. HIPÓTESE As hipóteses testadas neste estudo são: (1) a adubação suplementar aumenta a pro- dução de madeira e (2) a adubação suplementar aumenta o teor dos macros e micronutri- entes nos compartimentos lenho sem casca, casca, folha, galho verde e galho seco da ár- vore. 4. OBJETIVOS Avaliar se a adubação suplementar influencia na produção de madeira bem como o impacto desta adubação na dinâmica e produção de biomassa entre os compartimentos da árvore. 8 5. MATERIAL E MÉTODOS 5.1. Local de estudo O experimento foi desenvolvido em fazendas gerenciadas pela Eldorado Brasil (Ta- bela 1) com um total de 30 parcelas contendo o material genético I144 (híbrido comercial de Eucalyptus urophylla), no período entre março de 2012 e dezembro de 2018. A área representada no estudo foi de aproximadamente 260.000 ha, localizada na região do Bolsão do Mato Grasso do Sul. As áreas experimentais antes da implantação do povoamento flo- restal eram ocupadas por pastagem degradada. A classificação climática da região de acordo com Köppen é Aw, definida como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno. O solo de todas as fazendas é classificado como LATOSSOLO VERME- LHO Distrófico típico de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos – SiBCS (SANTOS et al., 2018). Esse solo é constituído principalmente pela fração areia ao longo do perfil (Tabela 2). A análise mostra baixos teores de MO, nutrientes e alta acidez (Tabela 3). A amostragem para a análise química inicial do solo foi realizada nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm (Tabela 2). As análises químicas foram realizadas conforme a metodologia descrita por Raij et al., (2001). Tabela 1. Localização das parcelas experimentais nas áreas comerciais da empresa Eldorado Brasil. Fonte: Próprio autor Fazenda Cidade Coordenadas geográficas Barraca Inocência – MS 19º 55,998' S 51º 35,772 W Beira Rio Selvíria – MS 20º 10,797' S 51º 39,950' W Nova Olinda Selvíria – MS 20º 10,015' S 51º 46,075' W Três Meninas Aparecida do Taboado - MS 20º 4,697' S 51º 33,410' W Shestese Três Lagoas - MS 20º 35,388' S 51º 48,263' W 9 Tabela 2. Análise granulométrica do solo das áreas comerciais da empresa Eldorado. Propriedade Profundidade Areia total Silte Argila cm g kg-1 g kg-1 g kg-1 Três Meninas 0-20 737 146 117 20-40 749 142 109 Nova Olinda 0-20 855 116 29 20-40 830 140 30 Beira Rio 0-20 811 126 63 20-40 773 106 121 Shestese 0-20 772 108 120 20-40 792 120 88 Barraca 0-20 778 90 132 20-40 713 155 132 Fonte: Próprio autor 10 Tabela 3. Análise química inicial do solo das áreas comerciais da empresa Eldorado Brasil. Prof. = profundidade. M.O. = matéria orgânica do solo. SB = soma de bases. CTC = capacidade de troca catiônica. V = saturação por bases. m = saturação por alumínio. Fonte: Próprio autor Propriedade Prof. M.O. pH Cacl2 K Ca Mg Al H+Al SB CTC P S B C Zn V m cm g dm-³ __________________ mmolc dm-³ ______________ ___________ mg dm-³ ___________ % % Três Meni- nas 0-20 9 4 0,5 2 2 8 18 4,6 22,6 3 8 0,17 0,5 0,1 20 63,5 20-40 7 4 0,3 3 2 6 14 5,4 19,4 0,2 6 0,13 0,5 0,1 28 52,6 Nova Olinda 0-20 5 4,3 0,9 3 3 4 13 7,1 20,1 3,5 8 0,12 0,6 0,1 35 36 20-40 5 4,2 0,6 2 3 7 13 5,7 18,7 3 7 0,11 0,4 0,1 30 55,1 Beira Rio 0-20 6 4 0,2 3 1 8 16 4,3 20,3 0,1 7 0,17 0,5 0,2 21 65 20-40 5 4,1 0,1 3 1 7 13 4,3 17,3 0,2 8 0,06 0,6 0,1 25 62 Shestese 0-20 8 4,2 0,3 3 3 8 13 6,4 19,4 0,6 8 0,1 0,2 0,2 33 55,6 20-40 5 4 0,2 3 2 8 13 5,3 18,3 0,2 8 0,19 0,4 0,3 29 60,2 Barraca 0-20 9 3,9 0,7 3 1 10 16 4,8 20,8 0,3 8 0,27 0,3 0,1 23 67,6 20-40 9 4 0,5 3 2 10 14 5,6 19,6 0,1 8 0,25 0,6 0,1 29 64,1 11 5.2. Instalação das parcelas e tratamentos Um total de 50 árvores, com o material genético I144 (híbrido comercial de Eucalyp- tus urophylla) constituíram o experimento instalado nas fazendas gerenciadas pela Eldorado Brasil Celulose, sendo conduzidas no período entre março de 2012 a dezembro de 2018 (Tabela 1). Os locais de estudo estão inseridos na região da Costa Leste do Mato Grosso do Sul, com vegetação pertencente ao bioma Cerrado, com classificação climática, de acordo com Köppen, é Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no in- verno. Para possibilitar o isolamento da variável adubação durante o ciclo completo do po- voamento, instalou-se um par de parcelas localizadas próximas uma da outra, para que assim assegurar o estado de homogeneidade espacial e do manejo silvicultural entre elas, uma dessas parcelas recebeu a adubação operacional e a outra a adubação suplementar. Essa disposição das parcelas lado a lado recebeu o nome de “parcelas gêmeas”, uma vez que possuem condições de igualdade inicial, diferindo-se apenas pelo tratamento testado (SILVA, 2011). Cada parcela é composta por 50 árvores com uma área de 400 m2. Utilizaram-se dois tratamentos, sendo o primeiro a adubação operacional realizada pela empresa e o se- gundo a adubação suplementar (Tabela 4). A adubação suplementar diferiu da operacional pela aplicação de uma adubação adicional aos 24 meses, com a dose determinada por um benchmarking entre institutos de pesquisas e empresas do setor, sendo aplicada no trata- mento suplementar o dobro da dose do tratamento operacional. A aplicação foi efetuada manualmente ao redor das plantas. Em todas as parcelas realizou-se o manejo silvicultural de maneira a garantir que não ocorresse influência de matocompetição, pragas, doenças ou outros fatores que pudessem comprometer o desenvolvimento das árvores. 12 Tabela 4. Insumos, doses e épocas de aplicação dos tratamentos. Adubação Insumo Dose (kg ha-1) Época de aplicação Nutrientes (kg ha-1) CaO MgO N P2O5 K2O S B Cu Zn Operacional 05-23- 06+5%S+0,3%B+0,6%Cu+0,6%Zn 308 Plantio 0,0 0,0 15,4 70,8 18,5 15,4 0,9 1,8 1,8 Calcário (PRNT 85%, 20% CaO e 12% MgO) 1500 6 meses 300,0 180,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 11-00-22+12%S+0,8%B 208 3 meses 0,0 0,0 22,9 0,0 45,8 25,0 1,7 0,0 0,0 06-00-38+5%S+0,8%B 200 9 meses 0,0 0,0 12,0 0,0 76,0 10,0 1,6 0,0 0,0 Total 300,0 180,0 50,3 70,8 140,2 50,4 4,2 1,8 1,8 Adicional 05-23- 06+5%S+0,3%B+0,6%Cu+0,6%Zn 304 24 meses 0,0 0,0 15,2 69,9 18,2 15,2 0,9 1,8 1,8 Calcário (PRNT 85%, 20% CaO e 12% MgO) 2000 400,0 240,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 06-00-38+5%S+0,8%B 550 0,0 0,0 33,0 0,0 209,0 27,5 4,4 0,0 0,0 Total 400,0 240,0 48,2 69,9 227,2 42,7 5,3 1,8 1,8 Suplementar (Operacional + Adicional) 700,0 420,0 98,5 140,8 367,5 93,1 9,5 3,7 3,7 Fonte: Próprio autor 13 5.3. Avaliações: volume, partição de biomassa e nutrientes Para a avaliação do volume de madeira foi realizado o inventário florestal aos 2,1; 4,0 e 6,2 anos. Para o cálculo do volume foram realizadas medições do diâmetro à altura do peito (DAP) e altura total das cinquenta plantas constituintes da parcela. A medição do DAP foi realizada a 1,30 m de altura da planta utilizando uma fita métrica e as alturas foram medidas utilizando-se um clinômetro. O volume total de madeira com cascas foi estimado pelas seguintes equações (CAMPOS, LEITE, 2002): DAP = CAP π (1) Vtc = ∑Vi Ai∗10000 (2) Vi=(π∗(DAPi)2∗FF∗Hi 4 (3) sendo: Vi = volume de madeira com casca da planta (m³); Ai = área da parcela útil (m²); Vtc = volume total de madeira com casca (m3 ha-1); DAPi = diâmetro à altura do peito de cada planta (m); FF = fator de forma; e, Hi = altura total de cada planta (m). Ao final do ciclo produtivo, após as avaliações de volume, foram quantificados a biomassa de matéria seca dos diferentes componentes da planta. Selecionados os 5 locais de maneira a representar a área de estudo, abateram-se três árvores médias por tratamento, considerando cada árvore como uma repetição. Assim, foram avalia- dos cinco blocos (fazendas), dois tratamentos (adubação operacional e suplementar) e três repetições (árvores), totalizando-se assim 30 parcelas experimentais. Após o abate, ocorreu a separação manual dos compartimentos das plantas em galhos verde e seco, folha, lenho e casca. Para quantificação do lenho, em específico, retirou-se discos na base, 25%, 50%, 75% e 100% da altura comercial, que é representada por 5 cm de diâmetro (SANTANA et al., 2008). Para pesagem destas amostras utilizou-se balança com precisão de 0,100 kg e capacidade máxima de 150 kg. 14 As amostragens dos compartimentos foram feitas em duplicata, sendo uma para análise de umidade e outra para teores de nutrientes. As amostras foram pesa- das em uma balança analítica com precisão de 0,001 kg, em seguida foram acondici- onadas em sacos de papel e colocadas em estufas de circulação forçada de ar, man- tida à 65 ºC até peso constante. Posteriormente, estas foram trituradas e homogenei- zadas para realização das análises químicas para determinação dos teores de N, P, K, Ca, Mg, S, B, Cu, Fe, Mn e Zn, conforme a metodologia descrita por Malavolta et al. (1997). 5.4. Delineamento experimental e análises estatísticas As análises estatísticas foram feitas considerando o delineamento em blocos ao acaso, para que fosse possível isolar o efeito dos tratamentos em relação à varia- ção dos locais. Foi utilizado testes estatísticos não paramétricos após ser realizado o teste da normalidade das variáveis quantitativas de desfecho principal através do teste de Shapiro Wilks (N<30), concluiu-se que não existe distribuição de normalidade as- segurada sendo aplicado o teste de Wilcoxon (similar ao T-Student Pareado, mas para a condição de dados não paramétricos, tal teste não faz a comparação dos grupos pela média e sim pela posição dos dados.). Nesta análise estatística foram utilizados os softwares: SPSS V20, Minitab 16 e Excel Office 2010. 15 6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1. Volume total de madeira com casca Para a variável produção, não houve diferença estatística entre Operacional e Suplementar nos anos analisados. Nota-se que o volume de produção é maior em Suplementar, em especial nos dois últimos anos, mas não é estatisticamente signifi- cativo (Tabela 5). A diferença entre o efeito dos tratamentos foi de 3,75 m³ ha-1 aos 4 anos de idade, um aumento de 2,23% e 11,67 m³ ha-1 aos 6,2 anos, aumento de 4,76% (Figura 1). O que demonstra a importância de uma adubação adequada princi- palmente nos anos iniciais. Tabela 5. Valores médios da produção dos povoamentos com 2,1; 4,0 e 6,2 anos, em função dos tratamentos. Tratamentos Volume total com casca (m3 ha-1) 2,1 anos 4 anos 6,2 anos Adubação operacional 60,03 168,27 244,98 Adubação suplementar 60,02 172,02 256,65 Média geral 60,02 170,14 250,80 p -valor 0,68 0,50 0,50 Fonte: Próprio autor 0 50 100 150 200 250 300 350 2,1 4 6,2 v o lu m e m ³h a -1 Idade Volume de madeira com casca Adubação operacional Adubação Suplementar Figura 1. Comparação da produção (volume de madeira com casca) es- timado em m³ ha-1 entre áreas com adubação operacional e suplementar até os seis anos de idade. Fonte: Próprio autor 16 O aumento do volume também foi encontrado por Silva et al. (2012), cujo es- tudo com clone de Eucalyptus grandis x E. urophylla em um solo classificado como LATOSSOLO AMARELO distrófico psamítico, comparou a dose que uma empresa A emprega do tratamento T1 (adubação operacional), com o tratamento T2, mesma dose acrescida 1 kg de composto Y organo-mineral por cova (adubação suplementar) em eucalipto. A estimativa do volume de madeira nas idades de 2,5 e 7 anos, resultou em diferenças significativas entre os tratamentos, com incremento no tratamento T2 (adubação suplementar). O tratamento T1 produziu 91,28 e 255,6 m³ ha-1, nas res- pectivas idades e T2 produziu 117,14 e 329,0 m³ ha-1. A diferença aos 7 anos de idade foi de 25,86 e 72,4 m³ ha-1. Assim, nota-se a importância de mais estudos para encontrar o melhor manejo nutricional, visto que pelos resultados apresentados anteriormente, existe a possibili- dade de doses mais adequadas das aplicadas atualmente, ainda que as empresas já utilizem doses acima da recomendação, pela maior exigência nutricional advindas do melhoramento genético e a necessidade de considerar a região do cultivo, condições edafoclimáticas e viabilidade econômica para aumentar a produção. Essa importância é confirmada em estudos como o de Gazola (2017), com adubação fosfatada, potás- sica e nitrogenada, onde foi usado o mesmo clone do presente estudo, I144 (Eucalyp- tus urophylla) e solo semelhante, Cerrado com baixa fertilidade. O estudo com euca- lipto nas idades de 3; 4; 5 e 5,5 anos com adubação nitrogenada, mostrou que o au- mento de doses de N acarretou aumento linear de produtividade do eucalipto, até a máxima produtividade, com a dose de 140 kg ha-1, abaixo as respectivas equações: 3 Ŷ = 97,87 + 0,1803*X (R2 = 0,86) (4) 4 Ŷ = 130,30 + 0,2816*X (R2 = 0,90) (5) 5 Ŷ = 160,71 + 0,3745**X (R2 = 0,95) (6) 5,5 Ŷ = 175,11 + 0,4319**X (R2 = 0,93) (7) Um aumento de 25,8 % (3 anos); 30,3% (4 anos); 32,6% (5 anos) e 34,5% (5,5 anos) comparando a maior dose em relação ao controle (dose de 0 kg ha-1 N). 17 Observa-se então a dose de 140 kg ha-1 de N resultou na maior produtividade, quase o triplo da aplicada no presente estudo, que é de aproximadamente 50 kg ha-1 de N. 6.2 Biomassa acima do solo Na biomassa entre os diferentes compartimentos, a diferença foi significativa para casca pelo teste de Wilcoxon, a 5% de probabilidade, com média de 10,46 t ha-1 para o tratamento operacional e 15,54 t ha-1 em Suplementar (p-valor = 0,013) e não significativa para os demais compartimentos (Tabela 6). O tratamento suplementar teve um incremento de 5,08 t ha-1 de casca. Apesar de não significativo, o lenho ob- teve um acréscimo de 11,7 t ha-1 com o tratamento suplementar. Tabela 6. Produção biomassa nos compartimentos lenho s/ casca, casca, folha e galhos em t ha-1 Comparti- mento Tratamento Média Mediana Desvio Padrão N IC p-valor Lenho s/ casca Operacional 98,5 104,9 25,87 15 13,09 0,334 Suplementar 110,2 115,5 28,55 15 14,45 Casca Operacional 10,46 10,55 3,93 15 1,99 0,013 Suplementar 15,54 15,75 7,68 15 3,89 Folha Operacional 3,27 3,23 1,55 15 0,78 0,378 Suplementar 3,06 2,46 2,20 15 1,11 Galho Verde Operacional 6,59 5,45 3,25 15 1,64 0,733 Suplementar 6,04 5,03 4,99 15 2,52 Galho Seco Operacional 2,32 1,94 1,22 15 0,62 0,477 Suplementar 2,35 1,32 1,77 15 0,90 Fonte: Próprio autor p-valores: considerados estatisticamente significativos perante o nível de significância adotado. p-valores: que por estarem próximos do limite de aceitação, são considerados que tendem a ser signi- ficativos (até 5 pontos percentuais acima do valor do alfa adotado). Guimarães (2014), que estudou a biomassa e nutrientes no Bioma Pampa com E. urograndis, E. grandis e E. dunni de 4,5 anos de idade, em um solo classificado como ARGISSOLO VERMELHO distrófico típico encontrou valores, próximos dos en- contrados neste trabalho, com a sequência decrescente de biomassa t ha-1 lenho>ga- lho>casca>folha e neste trabalho, lenho> casca>galho>folha. A biomassa total (somatória dos compartimentos) resultou em 121,14 t ha-1 com adubação operacional, e 137,19 t ha-1 com adubação suplementar, uma diferença de 16,05 t ha-1. O valor total foi maior que o encontrado por Verão (2016) de 68,13 t ha-1 18 e por Beulch (2013) de 88,81 t ha-1 e menor que o encontrado por Calil, Witschoreck & Schumacher (2011) que foi de 192,67 t ha-1. E mostra uma tendência decrescente, representada por lenho (80–81%) > casca (9–11%) > galhos (6–7%) > folhas (2–3%). Sequência semelhante à encontrada por Salvador (2016), lenho (84%) > casca (11,9%) > galhos (2,24%) > folhas (1,28%) com Eucalyptus saligna aos 6,7 anos de idade em um latossolo com textura argilosa e por Beulch (2013), avaliando Eucalyptus saligna em solo de baixa fertilidade, classificado como LATOSSOLO VERMELHO. Essa tendência na distribuição de biomassa entre os diferentes compartimentos, ocorre ao longo do desenvolvimento da floresta, a biomassa da copa de forma gradual diminui e aumenta no lenho e casca, podendo variar devido à forte influência genética, idade do povoamento, condições edafoclimáticas, época do ano e cobertura vegetal (SAIDELLES et al., 2010). E a ausência de diferença dos tratamentos na maior parte dos compartimentos, pode ser explicado pelo fato de que a adubação operacional fornece nutrientes suficiente para alocação de biomassa entre os diferentes compar- timentos. 6.3. Nutrientes nos compartimentos Para o compartimento lenho, não houve significância estatística para os teores de nutrientes, exceto para Mn (p-valor 0,036) (Tabela 7), onde a média do teor do nutriente diminuiu de 38,9 mg kg-1 (Operacional) para 28,9 mg kg-1(Suplementar) (p- valor = 0,036). No lenho, foi encontrado a sequência em ordem decrescente dos macronutri- entes, S>K>N>Mg>P, assim o S e K são os nutrientes mais exportados com a colheita apenas do lenho. 19 Tabela 7. Teores de nutrientes no compartimento lenho da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade Tratamen- tos N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn _______________________ g kg-1 ________________________ ___________________ mg kg-1___________________ Adubação operacional 1,08 0,11 1,49 0,92 0,17 1,94 8,81 1,94 60,90 38,90 23,06 Adubação suplementar 1,04 0,08 1,54 1,02 0,17 1,67 7,08 2,33 61,40 28,9 23,17 Média geral 1,06 0,09 1,51 0,97 0,17 1,80 7,94 2,13 61,15 33,9 23,11 p -valor 1,11 0,11 1,52 1,06 0,17 1,87 7,93 2,01 0,64 0,036 0,87 Fonte: Próprio autor p-valores: considerados estatisticamente significativos perante o nível de significância adotado. p-valores: que por estarem próximos do limite de aceitação, são considerados que tendem a ser signi- ficativos (até 5 pontos percentuais acima do valor do alfa adotado). Sequência diferente foi encontrado por Gazola et al. (2018), K>N>Ca>Mg>S>P, com Eucalyptus urophylla, 5,5 anos, tratado com adubação nitro- genada em um solo classificado como NEOSSOLO QUARTZARÊNICO órtico. Para os micronutrientes, a sequência foi Fe>Mn>Zn>B>Cu, tendencia semelhante encon- trada por Guimarães (2014), sendo notado em ordem a seguinte ordem Mn>Fe >Zn>B>Cu. Os menores teores de nutrientes foram encontrados no lenho, exceto zinco, cujos valores foram semelhantes aos encontrados nas folhas e galho verde. Isso é explicado pelo avanço da idade, ocorrendo o transporte de nutrientes dos tecidos se- nescentes para os de maior atividade metabólica, como as folhas (KOZLOWSKI,AL- LARDY 2008). Na casca, foi significativo para P, que diminuiu 0,11 g kg-1 e Mn que aumentou 59,8 mg kg-1 ambos com a adubação suplementar (Tabela 9). A sequência decres- cente dos teores de macronutrientes para ambos os tratamentos foi Ca>K>N>Mg>S>P e dos micronutrientes, Mn>Fe>Zn>B>Cu. Dentre os compartimen- tos, na casca foi encontrada o maior valor de Ca, devido a sua baixa mobilidade na planta. 20 Tabela 8. Teores de nutrientes no compartimento casca da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade. Tratamen- tos N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn ______________________ g kg-1 _________________________ ___________________ mg kg-1___________________ Adubação operacional 3,75 0,47 6,03 11,11 2,53 1,41 9,10 3,75 78,10 457,70 11,85 Adubação suplementar 3,60 0,58 6,33 9,49 2,65 1,59 9,33 3,67 72,80 517,50 12,98 Média geral 3,67 0,52 6,18 10,30 2,59 1,50 9,21 3,71 75,45 487,60 12,41 p -valor 0,66 0,01 0,36 0,13 0,47 0,21 1,00 0,68 0,83 0,076 0,13 Fonte: Próprio autor Fonte: Próprio autor p-valores: considerados estatisticamente significativos perante o nível de significância adotado. p-valores: que por estarem próximos do limite de aceitação, são considerados que tendem a ser signi- ficativos (até 5 pontos percentuais acima do valor do alfa adotado). De acordo com Silva (2013), que comparou clones híbridos Eucalyptus urophylla, com 7 anos de idade, em um LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO com textura franco-arenosa, a colheita do lenho, deixando a casca na área, evitaria a ex- portação de 94% de Ca, 83% de Mg e 53% de K se comparado a colheita do tronco (casca + lenho). Na folha houve diferença significativa apenas para o B (Tabela 9). A sequência decrescente dos teores de macronutrientes encontrada para ambos os tratamentos foi N > K > Ca > Mg > S > P e micronutrientes, Mn>Fe>B > Zn > Cu. 21 Tabela 9. Teores de nutrientes no compartimento folha da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade. Tratamen- tos N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn __________________ g kg-1 _________________________ __________________ mg kg-1 _________________ Adubação operacional 15,96 0,79 9,25 6,28 3,88 2,55 34,07 5,81 112,80 696,7 20,05 Adubação suplementar 16,55 0,84 9,88 6,42 3,76 2,12 38,74 5,81 119,40 665,3 20,05 Média geral 16,25 0,81 9,56 6,35 3,82 2,33 36,40 5,81 116,1 681,00 20,05 p -valor 0,616 0,191 0,170 0,586 0,231 0,117 0,053 0,981 0,635 0,528 0,913 Fonte: Próprio autor p-valores: considerados estatisticamente significativos perante o nível de significância adotado. p-valores: que por estarem próximos do limite de aceitação, são considerados que tendem a ser signi- ficativos (até 5 pontos percentuais acima do valor do alfa adotado). No estudo, observou-se que os teores de macronutrientes na folha do eucalipto variaram de (g kg-1): N = (15–17); P = (0,7–0,9); K = (9–10); Ca = (6,0–7,0); Mg = (3,0– 4,0) e S = (2,0–3,0) (Tabela 9). Conforme Malavolta et al. (1997), os teores adequados de macronutrientes variam de (g kg-1): N = (14–16); P = (1,0–1,2); K = (10–12); Ca = (8,0–12,0) e Mg = (4,0–5,0) e S = (1,5–2,0). Assim, o N e S estão adequados, o P está com teores abaixo em relação à interpretação, fato esse atrelado à fixação de fósforo em solos arenosos e de baixa capacidade de troca catiônica; K, Ca e Mg abaixo do limite, mas bem próximos da faixa adequada. Já os teores de micronutrientes variaram de (mg kg-1): B = (34–39), Cu = (5–6), Fe = (112–120), Mn = (665–697) e Zn = (20– 21) (Tabela 9), sendo a faixa adequada (mg kg-1): B = (40–50); Cu = (8–10) Fe = (150– 200), Mn = (100–600) e Zn = (40–60) (Malavolta et al.,1997). Com isso, apenas Mn está adequado e acima do recomendado. Boro e Fe estão abaixo do adequado, mas a adubação suplementar aumentou em 4,67 mg kg-1 e 6,6 mg kg-1 respectivamente. Cu e Zn não sofreram alteração e estão abaixo do adequado. Lembrando que cada autor tem sua recomendação adequada, podendo essa faixa de valores sofrer altera- ção. Apesar de apresentar uma das menores biomassas, os maiores teores de nu- trientes foram encontrados nas folhas, com destaque para a concentração de nitrogê- nio. Segundo Viera (2013), maiores teores de nutrientes nas folhas ocorrem devido às folhas serem a parte mais ativa da planta, onde ocorre importantes processos meta- bólicos como a fotossíntese e a transpiração e menores teores no lenho, o que foi 22 encontrando em seu trabalho com Eucalyptus urophylla x E. globulus, aos 10 anos de idade. Para galho verde, foi significativo para N, P, S e Zn, onde apenas S diminuiu com a adubação suplementar. A sequência decrescente dos teores de macronutrientes no galho verde (Tabela 10) para os tratamentos foi K > N > Ca >S> Mg > P. E para micronutrientes em ambos tratamentos foi de: Mn>Fe>Zn > B > Cu. Tabela 10. Teores de nutrientes no compartimento galho verde da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade. Tratamen- tos N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn ___________________ g kg-1 _________________________ ______________________ mg kg-1___________________ Adubação operacional 5,28 0,50 6,25 3,92 1,81 2,10 9,19 6,06 69,20 392,50 19,31 Adubação suplementar 4,89 0,41 5,67 4,61 1,78 1,54 11,67 5,47 79,60 326,90 16,80 Média geral 5,08 0,45 5,96 4,26 1,79 1,82 10,43 5,76 74,40 356,70 18,05 p-valor 0,06 0,02 0,34 0,45 0,81 0,09 0,13 0,16 1,00 0,13 0,06 Fonte: Próprio autor p-valores: considerados estatisticamente significativos perante o nível de significância adotado. p-valores: que por estarem próximos do limite de aceitação, são considerados que tendem a ser signi- ficativos (até 5 pontos percentuais acima do valor do alfa adotado). No compartimento galho seco houve diferença estatística para N, P e Ca, con- forme a Tabela 12, em que somente N aumentou com adubação suplementar. A se- quência decrescente de macronutrientes encontrada para tratamento operacional foi Ca>N>S>K>Mg>P, para o suplementar Ca>N>S>Mg>K>P. Já para os micronutrien- tes em ambos os tratamentos, Mn> Fe>Zn>Cu>B. Nos galhos secos verificou-se altos teores de nutrientes quando comparado com a baixa produção de biomassa. 23 Tabela 11. Teores de nutrientes no compartimento galho seco da biomassa da cultura do Eucalipto sob efeito de duas adubações aos 6,2 anos de idade. Tratamen- tos N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn ______________________ g kg-1 _________________________ ___________________ mg kg-1___________________ Adubação operacional 3,66 0,10 1,05 4,72 0,92 1,39 6,36 4,14 110,00 238,70 14,17 Adubação suplementar 2,44 0,08 0,94 5,38 0,98 1,37 6,51 4,39 110,40 231,04 15,21 Média geral 3,05 0,09 0,99 5,05 0,95 1,38 6,43 4,26 110,20 234,87 14,69 p-valor 0,007 0,04 0,41 0,08 0,47 0,70 0,89 0,15 0,72 0,27 0,55 Fonte: Próprio autor p-valores: considerados estatisticamente significativos perante o nível de significância adotado. p-valores: que por estarem próximos do limite de aceitação, são considerados que tendem a ser signi- ficativos (até 5 pontos percentuais acima do valor do alfa adotado). Nas figuras 1 e 2, é mostrado as diferenças dos teores de macro e micronutri- entes, discutidas anteriormente, dos tratamentos adubação operacional e adubação suplementar nos compartimentos do eucalipto 24 Figura 2. Teores macronutrientes Nitrogênio, Fósforo, Cálcio, Potássio, Magnésio e Enxofre (N, P, K, Ca, K, Mg e S) no lenho, casca, folha, galho verde e galho seco em resposta à adubação operacional e suplementar (Continua) Fonte: Próprio autor Fonte: Próprio autor 1 ,0 8 3 ,7 5 1 5 ,9 6 5 ,2 8 3 ,6 6 1 ,0 4 3 ,6 0 1 6 ,5 5 4 ,8 9 2 ,4 4 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0 18,0 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco g k g -1 N Operacional Potencial 0 ,1 1 0 ,4 7 0 ,7 9 0 ,5 0 0 ,1 0 0 ,0 8 0 ,5 8 0 ,8 4 0 ,4 1 0 ,0 8 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco g k g -1 P Operacional Potencial 0 ,9 2 1 1 ,1 1 6 ,2 8 3 ,9 2 4 ,7 2 1 ,0 2 9 ,4 9 6 ,4 2 4 ,6 1 5 ,3 8 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco g k g -1 Ca Operacional Potencial 1 ,4 9 6 ,0 3 9 ,2 5 6 ,2 5 1 ,0 5 1 ,5 4 6 ,3 3 9 ,8 8 5 ,6 7 0 ,9 4 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco g k g -1 K Operacional Potencial a) b) c) d) 0 ,1 7 2 ,5 3 3 ,8 8 1 ,8 1 0 ,9 2 0 ,1 7 2 ,6 5 3 ,7 6 1 ,7 8 0 ,9 8 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco g k g -1 Mg Operacional Potencial e) 1 ,9 4 1 ,4 1 2 ,5 5 2 ,1 0 1 ,3 91 ,6 7 1 ,5 9 2 ,1 2 1 ,5 4 1 ,3 7 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco g k g -1 S Operacional Potencial f) 25 Figura 3. Teores de micronutrientes Boro, Cobre, Ferro, Manganês e Zinco (B, Cu, Fe, Mn e Zn)no lenho, casca, folha, galho verde e galho seco em resposta à adubação operacional e suplementar Fonte: Próprio autor 8 ,8 1 9 ,1 0 3 4 ,0 7 9 ,1 9 6 ,3 6 7 ,0 8 9 ,3 3 3 8 ,7 4 1 1 ,6 7 6 ,5 1 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco m g kg -1 B Operacional Suplementar a) 1 ,9 4 3 ,7 5 5 ,8 1 6 ,0 6 4 ,1 4 2 ,3 3 3 ,6 7 5 ,8 1 5 ,4 7 4 ,3 9 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco m g kg -1 Cu Operacional Potencial b) 6 0 ,9 7 8 ,1 1 1 2 ,8 6 9 ,2 1 1 0 ,0 6 1 ,4 7 2 ,8 1 1 9 ,4 7 9 ,6 1 1 0 ,4 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 140,0 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco m g kg -1 Fe Operacional Potencial c) 2 3 ,0 6 1 1 ,8 5 2 0 ,0 5 1 9 ,3 1 1 4 ,1 7 2 3 ,1 7 1 2 ,9 8 2 0 ,0 5 1 6 ,8 0 1 5 ,2 1 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco m g kg -1 Zn Operacional Potencial d) 3 8 ,9 4 5 7 ,7 6 9 6 ,7 3 9 2 ,5 2 3 8 ,7 2 8 ,9 5 1 7 ,5 6 6 5 ,3 3 2 6 ,9 2 3 1 ,4 0,0 100,0 200,0 300,0 400,0 500,0 600,0 700,0 800,0 Lenho Casca Folha Galho Verde Galho Seco m g kg -1 Mn Operacional Potencial d) 26 7. CONCLUSÃO A adubação suplementar promoveu incremento na variável produção (volume de madeira com casca), sendo observado o valor máximo de 256,64 m³ ha-1 aos 6,2 anos, com aumento de 4,76% em relação à adubação operacional. A biomassa da casca foi influenciada positivamente pelo tratamento adubação suplementar. Lenho, folha, galho verde e galho seco, não foram afetados. O trata- mento com adubação suplementar proporcionou de biomassa total 137,19 t ha-1 e a adubação operacional 121,14 t ha-1, ocorrendo tendência de aumento da biomassa ao utilizar adubação suplementar. Os valores obtidos dos conteúdos nutricionais para os compartimentos das ár- vores foram influenciados pelos tratamentos, no lenho foi estatisticamente significativo o nutriente Mn, na casca P e Mn, na folha o B, galho verde, o N, P, S e Zn, e no galho seco, N, P e Ca. Os compartimentos apresentaram a totalidade nutricional em ordem decrescente em folhas > casca > galhos > lenho. 27 8. REFERÊNCIAS BARROS, N. 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