FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE ARAÇATUBA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ORTODONTIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Análise da energia de superfície de fios ortodônticos de diferentes ligas submetidas a exposição de ácidos Aluno: Manuel Martin Adriazola Ique Orientador: Prof. Associado Marcos Rogério de Mendonça Coorientador: Prof. Titular Alberto Carlos Botazzo Delbem ARAÇATUBA – SP 2019 Manuel Martin Adriazola Ique Análise da energia de superfície de fios ortodônticos de diferentes ligas submetidas a exposição de ácidos Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Odontologia – Área de Ortodontia. Orientador: Prof. Associado Marcos Rogério de Mendonça Coorientador: Prof. Titular Alberto Carlos Botazzo Delbem ARAÇATUBA – SP 2019 Catalogação na Publicação (CIP) Diretoria Técnica de Biblioteca e Documentação – FOA / UNESP Adriazola Ique, Manuel Martin. Aa Análise da energia de superfície de fios ortodônticos de diferentes ligas submetidas a exposição de ácidos / Manuel Martin Adriazola Ique. – Araçatuba, 2019 83 f. : il. ; tab. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia de Araçatuba Orientador: Prof. Marcos Rogério de Mendonça Coorientador: Prof. Carlos Alberto Botazzo Delbem 1. Fios ortodônticos 2. Adsorção 3. Ácidos 4. Propriedades de superfície 5. Rugosidade I. Título Black D4 CDD 617.643 Claudio Hideo Matsumoto CRB-8/5550 Dados Curriculares MANUEL MARTIN ADRIAZOLA IQUE Nascimento 21/02/1987 Lima - Peru Filiação Lenin Manuel Adriazola Pando Nanette Rosario Ique Rios 2007/2012 Curso de graduação em Odontologia na Universidade de San Martin de Porres 2014/2015 2015/2018 Especialização em Dentística no CPO – UNINGÁ, Bauru Especialização em Ortodontia na Faculdade de Odontologia de Araçatuba- UNESP 2016/Atual Curso de Pós-Graduação em Odontologia- área de Ortodontia, nível de Mestrado, na Faculdade de Odontologia de Araçatuba- UNESP Dedicatória ________________________________ Dedico este trabalho À minha mãe, Rosario Pelo amor, paciência e torcida de sempre, nos momentos mais difíceis a família é o mais importante deste mundo. Ao meu Pai, Manuel Por me orientar sempre pelo caminho das escolhas certas, conheci o maravilhoso mundo da Ortodontia, no qual é lindo, simples e complexo ao mesmo tempo. À minha irmã, Gabriella Pela torcida, ajuda e os conselhos de sempre, cuida bem do Chirimoya e saudações para Juanjo. Aos meus tios, primos Por estar na expectativa e torcida tão positiva de sempre. Aos meus Médicos José Carlos Chaman Ortiz, Carlos Rondón Leyva Pelo profissionalismo e me brindar uma segunda oportunidade na vida, grato. Agradecimentos Especiais ___________________________________ À Deus Por me permitir seguir disfrutando da vida e cumprir as missões que tenho ainda pendentes aqui. À minha família Por confiar e acreditar em mim, não é fácil ficar longe de casa. A meu orientador Marcos Rogério de Mendonça Pela recepção, paciência, a pessoa que virou meu guia no mundo da Ortodontia, uma amizade incrível e eternamente agradecido pela ajuda nos momentos mais difíceis da minha vida. Ao meu coorientador Alberto Carlos Botazzo Delbem Pela paciência, entusiasmo, e ajuda durante a realização do trabalho. A Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP pela oportunidade da realização do meu mestrado e especialização e aos professores Osmar Aparecido Cuoghi, André Bertoze funcionários: Maria Bertolina, Ilídio Teodoro Filho, Mario Luiz e Luizinho pelo convívio tão agradável. Ao Equipe do CAOE pela oportunidade de participação de um projeto maravilhoso cheio de amor em atendimento especial em bebês com deficiência. Agradecimentos ___________________________________ À Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP na pessoa de seu diretor Prof. Titular Wilson Roberto Poi, pela oportunidade de aprendizado e crescimento pessoal e profissional. Ao Coordenador do Programa de Pós-graduação em Odontologia daFaculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP Prof. Associado André Luiz Fraga Brisso, competência e trabalho. A Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP Pela recepção, ajuda e orientações enquanto realizava a pesquisa. Às funcionárias do setor de Pós-graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP Valéria, Cristiane e Lilian, pela presteza, paciência e suporte durante todo esse tempo. Aos meus queridos amigos pós-graduandos dasÁreas de Odontopediatria, Dentística, Cirurgia e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba Prezados Caio, Isis, Morgana, Glivia, Lara, Ana, Marjo, Mariana, Caio S, Mariana Emi, Lenara, Silvio, Jorge, Thaysse, Jose, Karina, Vanessa, Jesse. Epígrafe ___________________________________ “A verdadeira motivação vem de realização, desenvolvimento pessoal, satisfação no trabalho e reconhecimento.” (Frederick Herzberg) Resumo _______________________________ ADRIAZOLA IQUE, M. Análise de energia de superfície de fios ortodônticos de diferentes ligas submetidas a exposição de ácidos. 2019. Dissertação (Mestrado em Odontologia, área de Ortodontia) - Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2019. Resumo O objetivo deste estudo foi avaliar in vitro a energia de superfície livre e rugosidade de superficie de ligas metálicas sob desafios de soluções ácidas. Para o estudo foram utilizados 270 corpos de prova representados por segmentos de fios retangulares de 0,019” x 0,025” - 3 marcas comerciais (GAC, American Orthodontics e Orthoclassic) foram divididas em 3 grupos de diferentes soluções sendo 90 para água deionizada, 90 para ácido cítrico e 90 para ácido fosfórico, dentro dos grupos de solução dividiu-se em 30 de aço inoxidável, 30 de níquel titânio e 30 titânio molibdênio. Cada grupo de análise (n=10) foi imerso em meio a cada solução por 72 horas a 37º C e agitação de 130 rpm. A análise de ESL foi avaliada através do dispositivo goniômetro para interpretação do ângulo de contato avaliando a variável. As médias foram submetidas ao teste ANOVA e as comparações ao Tukey a 5% de significância. A superfície da liga de TMA apresentou maior valor de energia de superfície (p<0,001). Concluiu-se que a liga de TMA apresentou maior energia de superfície e o desafio de ácido cítrico provocou as maiores alterações. Palavras Chave: Fios, ácidos, adsorção, energia livre de superfície. Abstract ________________________________ ADRIAZOLA, M. Surface energy analysis of orthodontic wires from different alloys subjected to acid exposure. 2019. Dissertação (Mestrado em Odontologia, área de Ortodontia) - Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2019. Abstract The objective of this study was to evaluate in vitro the free surface energy and surface roughness of metallic alloys under challenges of acid solutions. For the study, 270 pieces represented by 0.019 "x 0.025" rectangular strands were used - 3 commercial brands (GAC, American Orthodontics and Orthoclassic) were divided into 3 groups of different solutions, 90 for deionized water, 90 for acid citric acid and 90 to phosphoric acid, within the solution groups was divided into 30 stainless steel, 30 nickel titanium and 30 titanium molybdenum. Each assay group (n = 10) was immersed in each solution medium for 72 hours at 37 ° C and shaking at 130 rpm. The ESL analysis was evaluated through the goniometer device for the interpretation of the contact angle evaluating the variable. The means were submitted to the ANOVA test and the Tukey comparisons at 5% significance. The surface of the TMA alloy had a higher surface energy value (p <0.001). It was concluded that the TMA alloy presented higher surface energy and the citric acid challenge caused the greatest changes. Keywords: Wires, acid, adsorption, surface free energy. Lista de Tabelas ________________________________ LISTA DE TABELAS Tabela 1 Valores médios e desvio padrão (SD) da energia livre de superfície (gs), energia apolar (gsLW) e energia polar (gsAB) de fios ortodônticos de acordo com marca comercial, tipo de liga metálica e desafio (n=10) Tabela 2 Valores médios e desvio padrão (SD) dos sítios receptores de elétrons (gs+) e doadores de elétrons (gs-) da energia polar (gsAB) e energia livre de interação (DGsws) de fios ortodônticos de acordo com marca comercial, tipo de liga metálica e desafio (n=10) Lista de Abreviaturas ________________________________ Lista de Abreviaturas ANOVA Analise de variância LWAB Equação Ácido-base Lifhitz vander-Walls µL Microlitros g+ Componente receptor g- Componente doador gLW Componente van der Walls gAB Componente Ácido-Base de Lewis gL Energia livre de Superfície Total gS Energia de Superfície Sumário _______________________________ SUMÁRIO INTRODUÇÃO 24 MATERIAIS E MÉTODOS 27 RESULTADOS 33 DISCUSSÃO 39 CONCLUSÕES 43 REFERÊNCIAS 45 ANEXOS 49 Análise da energia de superfície de fios ortodônticos de diferentes ligas submetidas a exposição de ácidos Manuel Martin Adriazola Ique1 • Marcos Rogério de Mendonça1 • Alberto Carlos Botazzo Delbem2 • 1 UNESP – Univ Estadual Paulista – Araçatuba – SP Departamento de Odontologia Infantil e Social Disciplina de Ortodontia Rua José Bonifácio 1193 Araçatuba, SP - CEP 16015-050 – Brasil 2 UNESP – Univ Estadual Paulista – Araçatuba – SP Departamento de Odontologia Infantil e Social Disciplina de Odontopediatria Rua José Bonifácio 1193 Araçatuba, SP - CEP 16015-050 – Brasil Título curto: Análise de energia de superfície de fios ortodônticos. Correspondência Marcos Rogério de Mendonça UNESP – Univ. Estadual Paulista Departamento de Odontologia Infantil eSocial Rua José Bonifácio 1193, Araçatuba, SP, Brasil CEP 16015-050 Tel. +55 18 3636 3232 Email: rogerio.mendonca@unesp.br *De acordo com as instruções aos autores do periódico Dental Materials 24 1 –INTRODUÇÃO A movimentação dentaria induzida por forças ortodônticas é o resultado de uma cascata de eventos biológicos em resposta ao estímulo gerado por vários componentes do aparelho ortodôntico, entre eles: elásticos, molas e fios. [22][23] Por meio dos fios ortodônticos, o ortodontista é capaz de realizar movimentos de alinhamento e nivelamento, para os quais a flexibilidade e o módulo de elasticidade são características fundamentais; também e capaz de realizar retrações dentárias e fechamento de espaços para os quais a rigidez e o polimento da superfície dos fios tornam-se as propriedades mais importantes. [26] Para a escolha do fio mais adequado para cada fase do tratamento ortodôntico, o ortodontista elabora um raciocínio considerando os seguintes fatores: objetivos do tratamento, flexibilidade ou rigidez do fio, formabilidade ou soldabilidade do fio, entre outras propriedades bem documentadas na literatura especializada. [8][29] Especificamente para a fase de final de nivelamento e retração anterior, os fios retangulares são recomendados devido, entre outras propriedades, ao encaixe quase que completo na canaleta dos braquetes. Para a retração anterior, o contato entre o fio e a canaleta geram um elemento denominado de atrito.[5][30] O atrito é um fator intrínseco da mecânica ortodôntica em quanto maior a sua expressão, maior será a necessidade de forças com magnitude superior à sua resistência, o que por sua vez provoca efeitos colaterais na mecânica ortodôntica e nas respostas biológicas relacionadas com estas forças. [1][30] 25 Um dos meios de reduzir o efeito do atrito é um alinhamento perfeito entre todas as canaletas dos braquetes, associado a utilização de fios com alta qualidade de polimento. Os fabricantes de fios percebem que este polimento é um desafio constante e muitos avanços nesta área foram alcançados.[3][35] Um dos métodos utilizados para análise da superfície de corpos sólidos submetidos a desafios provocados por soluções ácidas é a análise da energia de superfície livre (ESL). A ESL indica a interação entre as forças de coesão e adesão e determina a capacidade de molhamento de um sólido, sendo mensurada pelo ângulo de contato formado entre o sistema sólido/líquido, esta referência é relacionada com a tensão superficial já que é difícil diferenciar o trabalho necessário para aumentar o tamanho da superfície do trabalho de deformação por medição.[7] Podemos definir que a ESL é o trabalho que tem que ser gasto para aumentar o tamanho da superfície de uma fase é referido como a energia livre da superfície. [10][36] Em situações cotidianas de pacientes que ingerem bebidas ácidas e estão em tratamento ortodôntico, com uso de fios retangulares, o efeito que estas bebidas provocam sobre a superfície dos fios, e consequentemente sobre uma possível redução do polimento superficial permanece uma dúvida pouca explorada em estudos científicos.[4][6] Portanto, o objetivo deste trabalho é avaliar a característica da superfície dos fios ortodônticos submetidos a bebidas ácidas, tendo como meio de estudo as alterações da energia de superfície. Material e Métodos _______________________________ 27 2 - MATERIAL E MÉTODOS 2.1 - Material 2.1.1 – Fios Para a realização deste trabalho foram utilizados fios ortodônticos metálicos todos com formato retangular e secção transversal de 0,019” x 0,025”. As ligas utilizadas foram o aço inoxidável, níquel titânio e titânio molibdênio. Os fios utilizados de acordo com as ligas e marcasforam: 1)fio de aço inoxidável American Orthodontics (Sheboygan, WI, EUA, Stainless Steel StraightWire, código 856-011), 2) fio de aço inoxidável Dentsply (Bohemia, NY, EUA, Stainless Steel, código 03-925-68), 3) fio de aço inoxidável Orthoclassic (Mc Minnville, OR, EUA, Stainless Steel StraightWire, código 40.40.880.01925), 4) fio de níquel titânio American Orthodontics (Sheboygan, WI, EUA, NiTi Memory Wire, código 858-546), 5) fio de níquel titânio Denstply(Bohemia, NY, EUA, Bio Force Nickel Titanium, código 02-528-061), 6) fio de níquel titânio Orthoclassic (McMinnville, OR, USA, Nickel Titanium Archwire, código 61.40.720.19250), 7) fio de titânio molibdênio American Orthodontics (Sheboygan, WI, EUA, Beta TitaniumStraightWire, 857-699SP), 8) fio de titânio molibdênio Dentsply (Bohemia, NY, EUA, Resolve Beta Titanium, código 03-925-99), 9) fio de titânio molibdênio Orthoclassic (McMinnville, OR, EUA, Beta Titanium StraightWire, código 40.40.870.01925). 2.1.2 – Soluções Para a análise da ESL foram utilizadas as seguintes soluções: 1) solução de ácido cítrico pH 3,2; 2) solução de ácido fosfórico pH 2.5. Todas as soluções foram preparadas de acordo com os protocolos estabelecidos para preparação, 28 no laboratório experimental da Disciplina de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia de Araçatuba-UNESP. 2.2 – MÉTODOS 2.2.1 – Tratamento experimental dos fios Para o tratamento experimental foi utilizado um segmento de fio com 10mm de comprimento. Para obter uma superfície isenta de detritos os segmentos de fio foram submetidos a limpeza inicial por meio de um aparelho de ultrassom (Unique USC 1400, Indaiatuba, SP, Brasil) calibrado com frequência de 40Hz em água deionizada, durante 20 minutos, e após a limpeza cada segmento de fio foi acomodado num microtubo de PCR (Axygen, MCT-200- C, Union City, CA, USA). 2.2.2 – Formação dos grupos Para a execução do procedimento experimental os segmentos de fio foram organizados em grupos com a seguinte descrição: Grupo 1(Controle) composto por 9 segmentos de fio sendo 3 de cada tipo de liga, e para cada liga um segmento de cada marca, que foram imersos num recipiente (microtubo de PCR – Axygen) com 1,5mL de água deionizada e permaneceram submersos por um tempo de 72 horas. Estes recipientes foram colocados no interior de uma incubadora com agitação orbital (Tecnal, TE-420, Piracicaba, SP, Brasil) regulada em 130 rpm e a 37ºC e seguir as amostras foram lavadas com água deionizada por 15 segundos e secas com papel toalha. Grupo 2(Controle) composto por 9 segmentos de fio sendo 3 de cada tipo de liga, e para cada liga um segmento de cada marca, que foram imersos num recipiente (microtubo de PCR – Axygen) com 1,5mL de ácido cítrico e permaneceram submersos por um tempo de 72 horas. Estes recipientes foram 29 colocados no interior de uma incubadora com agitação orbital (Tecnal, TE-420, Piracicaba, SP, Brasil) regulado em 130 rpm e a 37º C e seguir as amostras foram lavadas com água deionizada por 15 segundos e secas com papel toalha. Grupo 3(Controle)composto por 9 segmentos de fio sendo 3 de cada tipo de liga, e para cada liga um segmento de cada marca, que foram imersos num recipiente (microtubo de PCR – Axygen) com 1,5mL de ácido fosfórico e permaneceram submersos por um tempo de 72 horas. Estes recipientes foram colocados no interior de uma incubadora com agitação orbital (Tecnal, TE-420, Piracicaba, SP, Brasil) regulado em 130 rpm e a 37º C e seguir as amostras foram lavadas com água deionizada por 15 segundos e secas com papel toalha. Grupo 4(Água deionizada) composto por 90 segmentos de fio sendo 30 de cada tipo de liga, e 10 segmentos de cada marca analisada por liga. Estes segmentos foram imersos num recipiente (microtubo de PCR – Axygen) com 1,5mL de água deionizada e permaneceram submersos por um tempo de 72 horas. Estes recipientes foram colocados no interior de uma incubadora com agitação orbital (Tecnal, TE-420, Piracicaba, SP, Brasil) regulado em 130 rpm e a 37º C e seguir as amostras foram lavadas com água deionizada por 15 segundos e secas com papel toalha. Grupo 5(Ácido cítrico) composto por 90 segmentos de fio sendo 30 de cada tipo de liga, e 10 segmentos de cada marca que foram imersos num recipiente (microtubo de PCR – Axygen) com 1,5mL de ácido cítrico e permaneceram submersos por um tempo de 72 horas. Estes recipientes foram colocados no interior de uma incubadora com agitação orbital (Tecnal, TE-420, Piracicaba, SP, Brasil) regulado em 130 rpm e a 37º C e seguir as amostras foram lavadas com água deionizada por 15 segundos e secas com papel toalha. 30 Grupo 6(Ácido fosfórico) composto por 90 segmentos de fio sendo 30 de cada tipo de liga, e 10 segmentos de cada marca que serão imersos num recipiente (microtubo de PCR – Axygen) com 1,5mL de ácido fosfórico e permaneceram submersos por um tempo de 72 horas. Estes recipientes foram colocados no interior de uma incubadora com agitação orbital (Tecnal, TE-420, Piracicaba, SP, Brasil) regulado em 130 rpm e a 37º C e seguir as amostras foram lavadas com água deionizada por 15 segundos e secas com papel toalha. 2.2.3 – Análise da ESL Após a secagem, cada segmento de fio foi posicionado numa plataforma da área de trabalho de um aparelho denominado de goniômetro (DSA100S, KRÜSS GMBH, Borsteler Chaussee 85-99a, 22453 Hamburgo, Alemanha). Este goniômetro possui 3 sondas e no interior de cada uma delas existe um líquido: sonda 1 água deionizada(apolar), sonda 2 etilenoglicol (polar) e na sonda 3 diiodometano (polar com componente ácido e base) que foram dispensados sobre o segmento do fio em forma de gota.[33] A análise da ESL (gs) foi realizada pela interpretação do ângulo de contato (AC), que é o ângulo formado entre as superfícies laterais da gota originada das sondas e a superfície do segmento de fio. O goniômetro obtém uma imagem que pode ser capturada e mensurada com precisão. O resultado final da ESL foi a soma dos ângulos obtidos com os três líquidos gotejados.[34][24] Para a determinação do ângulo de contato um volume de 0,3μL de cada líquido foi dispensado sobre cada segmento de fio(amostra). O ângulo de contato foi mensurado 5 vezes a partir de imagens capturadas pela câmera CCD do goniômetro, quando o movimento observável estiver cessado, a uma temperatura de 23º C. 31 Os parâmetros de gLW e gAb e os componentes ácido (g+, componente receptor) e base (g- componente doador) da energia livre de superfície (mN/m), foram calculados de acordo com o modelo de van Oss, Chaudhery e Good para determinação da energia livre de interação dos substratos. [17][33][34] 2.2.4 –Análise Estatística Os resultados foram analisados estatisticamente considerando como fatores de variação o tipo de liga e os meios de exposição. As variáveis analisadas foram a energia livre de superfície e energia de superfície. Os dados foram submetidos aos testes de normalidade para aplicar a análise estatística mais adequada à distribuição dos dados. Todas as análises foram realizadas com o programa SigmaPlot versão 12.0 com limite de significância de 5%. Resultados ________________________________ 33 3–RESULTADOS As médias, desvios padrão e as comparações estão apresentadas na tabela 1. Letras minúsculas distintas indicam diferença entre as médias considerando a interação tipo de liga e meio de imersão para cada marca comercial e variável (Two Way Analysis of Variance, Student-Newman-Keuls Method, p<0.001). Letras maiúsculas distintas indicam diferença entre a mesma variável comparando as marcas comerciais (Two Way Analysis of Variance, Student - Newman-Keuls Method, p<0.001). 3.1 Marca Comercial versus soluções 3.1.1 Marca comercial versus água deionizada Considerando a marca comercial imersa em água, as comparações entre as médias obtidas, apresentaram os seguintes resultados: (1) as marcas apresentaram diferentes valores de gs (p<0,001); (2) GAC e OC não diferem para gsLW (P=0,756) que diferiram da marca AO (p<0,001); (3) as marcas OC e AO não apresentaram diferença para os valores de gsAB (p=0,616), gs- (p=0,119) e DGsws (p=0,326), diferindo da marca GAC (p<0,001); e (4) não houve diferença entre as marcas comerciais para gs+ (p=0,303). As médias, desvios padrão e as comparações estão apresentadas na tabela 1. 3.1.2 Marca comercial versus ácido fosfórico Em ácido fosfórico: (1) marcas OC e AO não diferiram entre si para os valores de gs (p=0,295) e gsAB (p=0,113), porém foram diferentes da marca GAC (p<0,001) e (2) as marcas apresentaram diferença para os valores de gsLW, gs+, gs- e DGsws (p<0,001). As médias, desvios padrão e as comparações estão apresentadas na tabela 1. 3.1.3 Marca comercial versus ácido cítrico 34 A imersão em ácido cítrico: (1) marcas OC e AO não diferiram entre si para os valores de gsAB (p=0,915) e gs+ (p=0,174), porém foram diferentes da marca GAC (p<0,001); (2) as marcas apresentaram diferença entre si para os valores de gs, gs- e DGsws (p<0,001); e (3) GAC e AO não diferiram para os valores de gsLW (p=0,996) e apresentaram-se diferentes da marca OC (p=0,002). As médias, desvios padrão e as comparações estão apresentadas na tabela 1. 3.2 Ligas Metálicas versus soluções 3.2.1 Ligas metálicas versus água deionizada Considerando a marca comercial imerso em água: (1) as marcas apresentaram diferentes valores de gs (p<0,001); (2) GAC e OC não diferem para gsLW (P=0,756) que diferiram da marca AO (p<0,001); (3) as marcas OC e AO não apresentaram diferença para os valores de gsAB (p=0,616), gs- (p=0,119) e DGsws (p=0,326), diferindo da marca GAC (p<0,001); e (4) não houve diferença entre as marcas comerciais para gs+ (p=0,303). 3.2.2 Ligas metálicas versus ácido fosfórico Em ácido fosfórico: (1) marcas OC e AO não diferiram entre si para os valores de gs (p=0,295) e gsAB (p=0,113), porém foram diferentes da marca GAC (p<0,001) e (2) as marcas apresentaram diferença para os valores de gsLW, gs+, gs- e DGsws (p<0,001). 3.2.3 Ligas metálicas versus ácido cítrico A imersão em ácido cítrico: (1) marcas OC e AO não diferiram entre si para os valores de gsAB (p=0,915) e gs+ (p=0,174), porém foram diferentes da marca GAC (p<0,001); (2) as marcas apresentaram diferença entre si para os 35 valores de gs, gs- e DGsws (p<0,001); e (3) GAC e AO não diferiram para os valores de gsLW (p=0,996) e apresentaram-se diferentes da marca OC (p=0,002). Tabela 1. Valores médios (SD) da energia livre de superfície (gs), energia apolar (gsLW) e energia polar (gsAB) de fios retangulares de acordo com marca comercial, tipo de liga metálica e desafio (n=10) Desafio Liga GAC (mN/m) OC (mN/m) AO (mN/m) gs gsLW gsAB gs gsLW gsAB gs gsLW gsAB Água Aço 26,5a,A (1,4) 28,9a,A (1,2) -2,4a,A (0,6) 25,7a,A,B (1,3) 27,4a,B (0,8) -1,7a,A (1,1) 25,0a,B (1,8) 28,7a,A (1,9) -3,7a,B (1,7) NiTi 29,3b,A (1,1) 27,8a,A (0,8) 1,5b,A (0,5) 27,0b,B (0,7) 27,7a,A (0,8) -0,7b,B (0,4) 30,1b,A (0,9) 29,0a,A (0,7) 1,2b,A (0,7) TM A 31,8c,A (1,4) 30,4b,A (1,4) 1,4b,A (0,6) 32,2c,A (1,6) 31,7b,B (1,5) 0,5c,B (0,1) 34,5c,B (1,2) 33,7b,C (1,5) 0,9b,A,B (0,1) Fosfóric o Aço 28,9b,A (1,6) 32,6c,A (1,2) -3,7a,A (1,3) 28,8d,A (0,8) 27,8a,B (1,1) 1,0c,B (0,3) 27,8d,A (2,0) 26,3c,C (2,0) 1,5b,B (0,6) NiTi 32,0c,A (2,0) 31,2d,A (1,1) 1,4b,A (0,8) 29,1d,B (1,8) 26,8a,B (1,0) 2,5d,B (0,9) 30,8b,A (1,3) 32,1d,A (0,8) -1,3c,C (0,8) TM A 26,6a,A (1,7) 37,3e,A (1,6) - 11,2c,A (3,2) 38,0e,B (1,3) 35,7c,B (1,8) 2,3d,B (0,6) 38,7e,B (2,2) 34,7b,B (1,7) 4,0d,C (0,6) Cítrico Aço 8.8d,A (2.3) 28.5a,A (1.8) - 19.7d,A (2.6) 29,9d,B (0,9) 29,4d,A (1,1) 0,6c,B (0,4) 29,9b,B (0,5) 28,8a,A (0,7) 1,1b,B (0,5) NiTi 30.4b,A (1.6) 29.0a,A (1.6) 1.4b,A (0.7) 30,4f,A (0,7) 29,0d,A (0,6) 1,4e,A (0,5) 26,7a,B (0,6) 28,6a,A (0,8) -1,8c,B (0,6) TM A 17.0e,A (1.2) 29.6a,b,A (1.1) - 12.6c,A (1.9) 34,0g,B (1,9) 31,8b,B (1,9) 2,1d,B (0,9) 34,5c,B (1,6) 29,7a,A (1,1) 4,8e,C (1,1) Considerando as ligas metálicas imersas em água: (1) a liga TMA apresentou maior valor de gs e gsLW seguido pelo NiTi e Aço (p<0,001); NiTi e TMA que não diferiram (p=0,223) e apresentaram maiores valores de gsAB comparado ao Aço (p<0,001); Aço e TMA não diferiram (p=0,222) e apresentaram maiores valores comparados ao NiTi (p<0,001) para gs+; a gs- não diferiu entre as ligas (p<0,050); DGsws<0 para todas as ligas. Quando imersas em ácido fosfórico: (2) o NiTi>Aço>TMA (marca GAC) e TMA>NiTI>Aço (marcas OC 36 e AO) para valores de gs e gsAB (p<0,001); TMA apresentou maior gsLW e gs+seguido do Aço e NiTi (p<0,001); para gs- TMA>Aço>NiTi (GAC) e NiTi>TMA>Aço (OC e AO) (p<0,001); DGsws<0 para todas as ligas sendo NiTiTMA>NiTi e para as marcas OC e AO TMA>NiTi>Aço (p<0,001); DGsws>0 para Aço e TMA da marca GAC (p=0,457) e TMA da marca AO, e DGsws<0 para marca OC Aço