RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta tese será disponibilizado somente a partir de 02/09/2024. Chadia Chahud Maestrello Imobilização de xilanases de Aspergillus labruscus ITAL 22.223: utilização em reator para obtenção de xilose a partir de sabugo de milho para produção de xilitol Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biotecnologia do Instituto de Química, UNESP, Araraquara/SP, como parte das exigências para obtenção do título de Doutora em Biotecnologia. Orientador: Prof. Dr. Luis Henrique Souza Guimarães Araraquara/SP 2022 M186i Maestrello, Chadia Chahud Imobilização de xilanases de Aspergillus labruscus ITAL 22.223 : utilização em reator para obtenção de xilose a partir de sabugo de milho para produção de xilitol / Chadia Chahud Maestrello. -- Araraquara, 2022 117 f. : il. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Química, Araraquara Orientador: Luis Henrique Souza Guimarães 1. Resíduos agrícolas. 2. Fermentação em estado sólido. 3. Xilitol. 4. Aspergillus. 5. Enzimas imobilizadas. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca do Instituto de Química, Araraquara. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Câmpus de Araraquara CERTIFICADO DE APROVAÇÃO TÍTULO DA TESE: "Imobilização de xilanases de Aspergillus labruscus ITAL 22.223: utilização em reator para obtenção de xilose a partir de sabugo de milho para produção de xilitol" AUTORA: CHADIA CHAHUD MAESTRELLO ORIENTADOR: LUIS HENRIQUE SOUZA GUIMARÃES Aprovada como parte das exigências para obtenção do Título de Doutora em BIOTECNOLOGIA, pela Comissão Examinadora: Prof. Dr. LUIS HENRIQUE SOUZA GUIMARÃES (ParticipaçaoVirtual) Departamento de Biologia / Faculdade de Filosofia Ciências e Letras - USP - Ribeirão Preto Profa. Dra. DANIELA ALONSO BOCCHINI (ParticipaçaoVirtual) Departamento de Bioquímica e Tecnologia Química / Instituto de Química - UNESP - Araraquara Prof.ª Dr.ª SANDRA REGINA POMBEIRO SPONCHIADO (ParticipaçaoVirtual) Departamento de Bioquimica e Tecnologia Quimica / Instituto de Quimica - UNESP - Araraquara Prof. Dr. HAMILTON CABRAL (ParticipaçaoVirtual) Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo - USP - Ribeirão Preto Profª. Drª. MARINA KIMIKO KADOWAKI (ParticipaçaoVirtual) CentrodeCiênciasMédicaseFarmacêuticas/UniversidadeEstadualdoOestedoParaná-Unioeste-Cascavel,Paraná Araraquara, 02 de setembro de 2022 Instituto de Química - Câmpus de Araraquara - Rua Prof. Francisco Degni, 55, 14800060, Araraquara - São Paulohttp://www.iq.unesp.br/#!/pos- graduacao/biotecnologia/CNPJ:48.031.918/0027-63. http://www.iq.unesp.br/%23!/pos-graduacao/biotecnologia/CNPJ http://www.iq.unesp.br/%23!/pos-graduacao/biotecnologia/CNPJ DADOS CURRICULARES IDENTIFICAÇÃO Nome: Chadia Chahud Maestrello Nome em citações bibliográficas: MAESTRELLO, C. C. ENDEREÇO PROFISSIONAL Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto/SP. Avenida Bandeirantes, 3900, Vila Monte Alegre, 14040-901 – Ribeirão Preto/SP – Brasil. FORMAÇÃO ACADÊMICA/TITULAÇÃO 2018 – 2022 - Doutorado em Biotecnologia (Conceito CAPES 6). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Brasil. Título “Imobilização de xilanases de Aspergillus labruscus ITAL 22.223: utilização em reator para obtenção de xilose a partir de sabugo de milho para produção de xilitol e etanol”. Orientador: Prof. Dr. Luis Henrique Souza Guimarães. 2016 – 2018 – Mestrado em Biotecnologia (Conceito CAPES 6). Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Brasil. Título “Produção de celulases e xilanases pelo fungo Aspergillus labruscus ITAL 22.223 cultivado em Fermentação em Estado Sólido utilizando resíduos agroindustriais”. Orientador: Prof. Dr. Luis Henrique Souza Guimarães. 2010 – 2014 – Graduação em Engenharia de Energias Renováveis e Ambiente, modalidade Bacharelado. Centro Universitário de Araraquara, UNIARA, Brasil. Título: Produção de Biogás a partir de cama de frango e dejetos bovinos. Orientador: Prof. Dr. João Antônio Galbiatti. FORMAÇÃO COMPLEMENTAR 2015 – Água em curso (Carga horária: 12h) Agência Nacional de Água, ANA, Brasil. 2015 – Capacitação em Energia Renováveis – O Biogás (Carga horária: 16h) Observatório de Energias Renováveis para a América Latina e Caribe, ONUDI, Uruguai. 2016 – Escrita Científica (Carga horária: 6h) Universidade de São Paulo, USP, Brasil. 2016 – Espectrometria de Massas – Avançado (Carga horária: 8h) Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular, SBBq, Brasil. 2019 – Docência no Ensino Superior: fundamentos e práticas pedagógicas (Carga horária: 30h) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Brasil. 2021- Fundamentos da cromatografia líquida para indústria farmacêutica – HPLC (Carga horária: 8h) Cromatografando, HPLC, Brasil. 2022 – HPLC sem mistério (Carga horária: 8h) Cromatografando, HPLC, Brasil. PROJETOS DE PESQUISA/ATUAÇÃO PROFISSIONAL 2013 – 2015 – Membro Discente da Comissão Própria de Avaliação. Universidade de Araraquara, UNIARA. 2015 – 2016 – Bolsista FAPESP, treinamento técnico TT3 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Brasil. 2016 – 2018 – Projeto de Mestrado: Análise secretômica da linhagem Aspergillus sp. cultivado em fermentação em estado sólido (FES) contendo bagaço de cana- de-açúcar como substrato. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Brasil. 2020-2021 – Estágio docência. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Brasil. PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA Artigos completos publicados em periódicos CAVALCANTI, R. M. F.; MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Immobilization of the Tannase From Aspergillus fumigatus CAS21: Screening the Best Derivative for the Treatment of Tannery Effluent Using a Packed Bed Reactor. Frontiers in Bioengineering and Biotechnology , v. 9, p. 1-12, 2021. MAESTRELLO, C. C. Reaproveitamento de resíduos de madeira da construção civil para geração de energia: Revisão. Construindo, v. 3, p. 1-9, 2021. MAESTRELLO, CHADIA CHAHUD; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Potential of the Aspergillus labruscus ITAL 22.223 as a producer of cellulolytic enzymes and xylanase under solid-state fermentation. International Journal of Scientific Reports, v. 4, p. 147-152, 2018. CHAHUD, E.; MAESTRELLO, C. C.; CHAHUD, B.; NUNES BRANCO, L. A. M. Proposta de dimensionamento de peças de madeira submetida à tração paralelas às fibras*. Construindo, v. 9, p. 1-7, 2017. http://lattes.cnpq.br/0544094782013333 http://lattes.cnpq.br/0544094782013333 http://lattes.cnpq.br/0544094782013333 Resumos publicados em anais de congress AVALCANTI, R. M. F.; MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Imobilização da tanase de Aspergillus ochraceus e aplicação na síntese de propil galato analisada por TLC e FTIR. In: Congresso Online Internacional de Bioquímica, 2020, Divinópolis. Congresso Online Internacional de Bioquímica, 2020. CAVALCANTI, R. M. F.; MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Tratamento enzimático do chá verde em reator de leito fixo com tanase imobilizada em esferas de alginato. In: Semana de Bioquímica Aplicada, 2020, Viçosa. Semana de Bioquímica Aplicada, 2020. v. 1. p. 67-69. CAVALCANTI, R. M. F.; MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Immobilization of the Aspergillus ochraceus tannase and application of the derivate in enzymatic hydrolysis of tannins of grape juice and black tea. In: 30º Congresso Brasileiro de Microbiologia, 2019, Maceió. Anais do 30º Congresso Brasileiro de Microbiologia, 2019. MAESTRELLO, C. C.; CAVALCANTI, R. M. F.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Hydrolysis of xylans extracted from corn cobs by free and immobilized xylanase produced by Aspergillus labruscus ITAL 22.223. In: 30º Congresso Brasileiro de Microbiologia, 2019, Maceió. Anais do 30º Congresso Brasileiro de Microbiologia, 2019. MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Produção e caracterização parcial da xilanase de Aspergillus labruscus ITAL 22.223 em fermentação em estado sólido. In: VIII Congresso Farmacêutico e IV Jornada de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, 2018, Araraquara. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, 2018. v. 39. http://lattes.cnpq.br/0544094782013333 http://lattes.cnpq.br/0544094782013333 Apresentação de Trabalhos CAVALCANTI, R. M. F.; MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Imobilização da tanase de Aspergillus ochraceus e aplicação na síntese de propil galato analisada por TLC e FTIR. 2020. (Apresentação de Trabalho/Congresso). CAVALCANTI, R. M. F.; MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Tratamento enzimático do chá verde em reator de leito fixo com tanase imobilizada em esferas de alginato. 2020. (Apresentação de Trabalho/Outra). MAESTRELLO, C. C.; CAVALCANTI, R. M. F.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Hydrolysis of xylans extracted from corn cobs by free and immobilized xylanase produced by Aspergillus labruscus ITAL 22.223. 2019. (Apresentação de Trabalho/Congresso). CAVALCANTI, R. M. F.; MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Immobilization of the Aspergillus ochraceus tannase and application of the derivate in enzymatic hydrolysis of tannins of grape juice and black tea. 2019. (Apresentação de Trabalho/Congresso). MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, LUIS HENRIQUE SOUZA. Produção e caracterização parcial da xilanase de Aspergillus labruscus ITAL 22.223 em fermentação em estado sólido. 2018. (Apresentação de Trabalho/Congresso). MAESTRELLO, C. C., JORGE, J. A., GUIMARÃES, L. H. S. Production of Enzymes of the Cellulolytic Complex by Aspergillus labruscus Under Solid State Using Agroindustrial by Products. 2017. (Apresentação de trabalho/Congresso). MAESTRELLO, C. C., JORGE, J. A., GUIMARÃES, L. H. S. Produção de Enzimas do Complexo Celulolítico de Aspergillus labruscus Utilizando Produtos/Resíduos Agroindustriais em Fermentação em Estado Sólido (FES). 2017. (Apresentação de trabalho/Congresso). http://lattes.cnpq.br/0544094782013333 http://lattes.cnpq.br/0544094782013333 PARTICIPAÇÃO EM BANCAS DE COMISSÕES JULGADORAS MAESTRELLO, C. C. XXXII Congresso de Iniciação Científica da UNESP. 2020. Universidade Estadual “Júlio de Mesquita Filho”. PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS, CONGRESSOS, EXPOSIÇÕES E FEIRAS 5º Congresso Internacional de Bioenergia. Curitiba-PR, 10 a 13 de agosto de 2010. (Congresso). 6º Congresso Internacional de Bioenergia. Curitiba-PR, 16 a 19 de agosto de 2011. (Congresso). Encontro Internacional Brasil-Moçambique: Perspectivas para os Biocombustíveis. Universidade de São Paulo – USP, Ribeirão Preto-SP, 16 de março de 2011. (Encontro). Semana de Engenharia Bioenergética. Centro Universitário de Araraquara- UNIARA, 23 a 27 de maio de 2011. (Encontro). Semana da Engenharia Bioenergética: Inovações Tecnológicas em Energias Renováveis. Centro Universitário de Araraquara- UNIARA, 01 a 04 de outubro de 2012. (Encontro). XIV Feira de Cursos da UNIARA. Centro Universitário de Araraquara- UNIARA. 2013. (Feira) 46a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular. Águas de Lindóia-SP, 27 a 30 de julho de 2017. (Congresso). 2º Encontro Nacional de Química Biotecnológica e Agroindustrial. Universidade de São Paulo – USP, Ribeirão Preto-SP, 03 a 06 de setembro de 2017. (Congresso). VIII Congresso Científico da UNESP e IV Jornada de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia. Produção e caracterização parcial de xilanase de Aspergillus labruscus ITAL 22.223 em fermentação em estado sólido. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Araraquara. 2018. (Congresso). 30º Congresso Brasileiro de Microbiologia. Hydrolysis of xylans extracted from corn cobs by free and immobilized xylanase produced by Aspergillus labruscus ITAL 22.223. Maceió – AL. 2019. (Congresso). DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais (in memoriam) Gilberto e Marisa e a minha irmã Muriel, por todo amor, carinho, compreensão e união em todos os momentos desta e de muitas trajetórias. Agradecimentos A Deus, primeiramente, pela oportunidade da encarnação nesta Terra para minha própria evolução, me proporcionando luz, força, fé e amor no meu caminhar. Ao prof. Dr. Luis Henrique Souza Guimarães, pela oportunidade, confiança depositada, pelos ensinamentos e orientações ao longos dos 6 anos e meio de trabalho e convivência. Muito obrigada. Aos meus pais, Profa. Dra. Marisa Chahud e Prof. Gilberto Antonio Maestrello, que hoje se encontram na pátria espiritual. Agradeço por terem assumido e desempenhado de forma ímpar a missão de me trazerem ao mundo para que eu pudesse ter a chance de seguir o exemplo da força, garra, luta e dedicação que tiveram ao longo dos anos para comigo e meus irmãos. O legado de amor deixado por vocês me acompanhará por todos os dias da minha vida. Amo vocês eternamente, com a certeza do reencontro. À minha irmã, Muriel Chahud Maestrello, pela paciência e compreensão durante todos esses 30 anos de convivência. Amo você. Aos meus tios, Prof. Dr. Fernando Chahud e Adriana Chahud, e aos meus primos, Fernando Jr. e Leonardo, pela convivência excepcional durante esses anos que estive em Ribeirão Preto. Serei eternamente grata por tudo o que fizeram por mim. Amo vocês. Ao meu tio, Prof. Dr. Eduardo Chahud, o Engenheiro mais admirável que conheci nesta vida, por todo apoio e incentivo de ingressar neste mundo acadêmico, afinal, engenheiro entende engenheiro!!! Obrigada por tudo o que fez e faz por nossa família. Amo você. Às minhas primas Bruna, Mariana e Natália pela amizade inabalável que veio, literalmente, do berço. Amo vocês enternamente. Aos meus padrinhos Ricardo Chahud e Eliana Bueno da Silva Chahud que estão presentes em todos os momentos da minha vida, torcendo e incentivando-me a seguir em frente. Amo vocês. Às minhas tias Daniela e Madalena que se fizeram presente em todos os momentos, felizes ou não, da minha vida. Amo vocês. Às minhas tias, Adur, Badia, Vitória (In memoriam), que sempre acreditaram no meu potencial, incentivando-me em todos os momentos que estivemos juntas neste plano. A saudade é imensa, mas a certeza do reencontro é confortador. Amo vocês. Aos meus eternos e fiéis amigos de vida, Jéssica e Paulo, por estarem comigo em todos os momentos nesses ultimos 20 anos de amizade. Obrigada por todos os churrascos e jantares. Mas, sobretudo, obrigada por me darem o título de “titia mais babona do planeta” com a chegada da Manuela. Com a certeza de que somos muito mais que amigos, hoje somos uma família. Amo vocês infinitamente. Aos amigos que Ribeirão Preto me proporcionou. Thaís, Rayza, Pedro, Isabela, Larissa, Fernanda, Camila e Luiz Felipe pelo companherismo, amizade, risadas, traquinagens no laboratório e sobremesas pós almoço. Sem vocês os dias não teriam luz!!! Ao técnico Maurício pelo auxílio e apoio no laboratório. A Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, pela disponibilidade para a realização desta pesquisa. Aos funcionários do Insitituto de Química de Araraquara, UNESP, por estarem sempre a disposição quando foi necessário, em especial às secretárias da Pós- Graduação em Biotecnologia. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. “Por isso, vê lá onde pisa. Respeite a camisa que a gente suou, respeite quem pode chegar onde a gente chegou! E a gente chegou muito bem, sem desmerecer a ninguém!!!” Jorge Aragão RESUMO O sabugo de milho é um resíduo rico em material lignocelulósico que pode ser reaproveitado para produção de xilitol, por meio de conversão enzimática e posterior fermentação com leveduras do gênero Candida. Diante do exposto, esse estudo teve por objetivo a extração de xilana de sabugo de milho para ser hidrolisada por xilanase de Aspergillus labruscus ITAL 22.223 imobilizada e a xilose, obtida da hidrólise enzimática, utilizada em fermentação com Candida tropicalis ATCC 750 para produção de xilitol. As xilanas extraídas apresentaram baixa contaminação por proteínas (<0,45%) e fenóis (<0,1%) e quando hidrolisadas enzimáticamente, foi possível constatar, através do CCD, bandas de nítidas de xilose, xilobiose e xilotriose. Na caracterização da atividade enzimática, utilizando xilana comercial como substrato, a enzima apresentou temperatura ótima na faixa de 55–75 ºC, pH ótimo de reação de 4,5 e 5,5, termoestabilidade em 45 ºC por 120 min e estabilidade ao pH na faixa de 3,0 a 5,0 por 1 h. Para xilana extraída de sabugo de milho (ABST) 5% utilizada como substrato, a temperatura ótima de reação para a enzima foi de 45-60 ºC, pH ótimo de reação 3,5 e 5,0, termoestabilidade de 45-50 ºC por 24 h e estabilidade ao pH de 80% de atividade em todas as faixas analisadas. Na imobilização da xilanase, utilizando resinas de troca iônica, obteve-se rendimento, eficiência, atividade recuperada e atividade do derivado de 93%, 97%, 100% e 11U/g, respectivamente, para DEAE-Celulose, e de 99%, 98%, 11% e 8,9 U/g, respectivamente, para DEAE-Sephadex. Os derivados apresentaram temperatura e pH ótimo de reação de 55 ºC e 5,0, utilizando a xilana ABST como substrato. O derivado DEAE-Celulose foi utilizado em reator enzimático para hidrolisar a xilana ABST, obtendo 2mg/mL de xilose ao final de 48 h. Na fermentação com C. tropicalis, a xilose comercial 2% foi 85% consumida a 35 ºC em 72 h de fermentação. No ensaio com a xilose obtida da hidrolise da xilana ABST, a levedura consumiu cerca 60% ao final de 96 h e as análises de HPLC indicaram a produção de 1,02 mg/mL de xilitol em 48 h de fermentação. Deste modo, foi possível produzir xilitol a partir da xilose obtida da hidrólise da xilana de sabugo de milho, potencializando a reutilização do sabugo de milho para produção de produtos de alto valor agregado. Palavras-chaves: Xilana; Xilanase; Xilitol; Imobilização. ABSTRACT Corn cob is a residue rich in lignocellulosic material that can be reuse for the xylitol production, through enzymatic conversion and fermentation subsequent with yeasts of Candida genus. Given above, this study aimed to xylan extract of corn cobs to be hydrolyzed by immobilized Aspergillus labruscus ITAL 22,223 xylanase and the xylose, obtained from enzymatic hydrolysis, used in Candida tropicalis ATCC 750 fermentation to xylitol production. The xylans extracted showed low contamination by proteins (<0.45%) and phenols (<0.1%) and, when enzymatically hydrolyzed, it was possible to observe, through the CCD, clear bands of xylose, xylobiose and xylotriose. In the enzymatic activity characterization, using commercial xylan as substrate, the enzyme presented an optimal temperature in range of 55-75 ºC, pH reaction optimal of 4.5 and 5.5, thermostability at 45 ºC for 120 min and stability at pH in the range from 3.0 to 5.0 for 1 h. For corn cob ABST 5% xylan used as substrate, the optimal temperature for the enzyme was 45-60 ºC, optimal reaction pH of 3.5 and 5.0, thermostability of 45-50 ºC for 24 h and stability at pH of 80 % of activity in all analyzed range. In enzymatic immobilization, using ion exchange resins, yield, efficiency, recovered activity and derivative activity of 93%, 97%, 100% and 11U/g were obtained, respectively, for DEAE-Cellulose, and 99%, 98 %, 11% and 8.9 U/g, respectively, for DEAE-Sephadex. Derivatives showed an optimal reaction temperature and pH of 55ºC and 5.0, using ABST xylan as substrate. The DEAE-Cellulose derivative was used in an enzymatic reactor to hydrolyze ABST xylan, obtaining 2mg/mL of xylose after 48 h. The fermentation with C. tropicalis, the commercial xylose 2% was consumed 85% at 35 ºC in 72 h of fermentation. The assay with xylose obtained from ABST hydrolysis, the yeast consumed about 60% at in 96 h and HPLC analyzes production indicated of 1.02 mg/mL of xylitol in 48 h of fermentation. In this way, it was possible xylitol production from xylose obtained from the xylan hydrolysis of corn cob, enhancing reuse of corn cob for products production with high added value. Keywords: Xylan; Xylanase; Xylitol; Immobilization. LISTA DE FIGURAS Figura 1. Produção de milho nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul no ano de 2021. ....................................................................... 23 Figura 2. Componentes externos do sabugo de milho. ................................... 25 Figura 3. Modelo da parede celular da biomassa lignocelulósica ................... 26 Figura 4. Classes das Hemiceluloses ............................................................. 28 Figura 5. Hidrólise da hemicelulose pelo complexo xilanolítico. ..................... 30 Figura 6. Crescimento de Aspergillus labruscus ITAL 22.223 ......................... 32 Figura 7. Metabolismo de xilose ..................................................................... 41 Figura 8. Esquema simplificado dos experimentos realizados no presente estudo. ............................................................................................................ 45 Figura 9. Fluxograma do processo de extração da xilana............................... 48 Figura 10. Esquema do processo de utilização do reator. .............................. 58 Figura 11. Espectros de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR).. ........................................................................................................................ 66 Figura 12.Atividade enzimática relativa das xilanases dos microrganismos A. labruscus e B. subtilis ..................................................................................... 69 Figura 13. Hidrólise das xilanas A S20, B S20, A ST e B ST e das misturas da xilanas A S20 + B S20 e A ST + B ST ............................................................. 70 Figura 14. Influência da temperatura e do pH na atividade da xilanase livre precipitada, termoestabilidade e estabilidade ao pH, utilizando o substrato xilana comercial ........................................................................................................ 72 Figura 15.Influência da temperatura e do pH na atividade da xilanase livre precipitada, termoestabilidade e estabilidade ao pH, utilizando o substrato ABST. ........................................................................................................................ 74 Figura 16. Cromatografia em Camada Delgada ............................................. 76 Figura 17. Atividade enzimática da xilanase imobilizada em alginato de sódio por diferentes ciclos. ............................................................................................. 78 Figura 18. Influência da temperatura e do pH na atividade da xilanase imobilizada em DEAE-Celulose, utilizando xilana comercial e xilana ABST como substratos. ...................................................................................................... 83 Figura 19. Influência da temperatura e do pH na atividade da xilanase imobilizada em DEAE-Sephadex, utilizando xilana comercial e xilana ABST como substratos. ............................................................................................. 84 Figura 20. Reuso dos derivados DEAE-Celulose e DEAE-Sephadex, utilizando Xilana comercial .............................................................................................. 85 Figura 21. Produção de xilose pelo derivado DEAE-Celulose em reator de leito fixo, usando xilana ABST como substrato. ...................................................... 87 Figura 22. Crescimento da levedura Candida tropicalis ATCC 750 ................ 89 Figura 23. Consumo de xilose obtida da hidrólise de ABST C. tropicalis ATCC 750 .................................................................................................................. 91 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Parâmetros de operação do reator.................................................. 59 Tabela 2. Rendimentos das xilanas extraídas, em relação à matéria bruta do sabugo de milho. ............................................................................................. 64 Tabela 3. Quantificação de proteínas e fenóis da xilana comercial das xilanas extraídas do sabugo de milho. ........................................................................ 68 Tabela 4. Imobilização de xilanase livre em extrato bruto (sem processo de precipitação) de A. labruscus por adsorção em resinas após 24 h. ................. 79 Tabela 5. Imobilização da xilanase produzida por A. labruscus e precipitada, em resinas DEAE-Sephadex e DEAE-Celulose pH 7,0 após 24h. ........................ 81 Tabela 6. Consumo de xilose (%) na fermentação com C. tropicalis ATCC 750. ........................................................................................................................ 90 Tabela 7. Parâmetros de bioconversão da xilose extraída de sabugo de milho pela levedura C. tropicalis. .............................................................................. 92 LISTA DE ABREVIATURAS ABST – Xilana extraída de sabugo de milho ATP – Adenosina trifosfato ATR – Reflexão total atenuada BDA – Batata Dextrose Agar BSA – Albumina de Soro Bovino CCD – Cromatografia em Camada Delgada CM – Carboximetil DEAE – Dietilaminoetil DNS - ácido 3,5-dinitrosalicílico E.C. – Enzyme Commission FES – Fermentação em Estado Sólido FTIR – Espectrometria de infravermelho com transformada de Fourier HPLC - High Performance Liquid Cromatography m/v – Massa por volume mg/mL – Miligrama por mililitro NADH – Nicotinamida adenina dinucletotídeo NADPH – Fosfato de dinucleótido de nicotinamida e adenina PAGE – Eletroforese em gel de poliacrilamida pI – ponto isoelétrico SDS – Dodecil sulfato de sódio TCA – Ácido tricarboxílico U – Unidade de atividade enzimática XDH – xilitol desidrogenase XI – xilose isomerase XK – xiluloquinase XOS – Xilooligossacarídeos XR – Xilose redutase SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 23 1.1. Hemicelulose .......................................................................................... 27 1.2. Complexo xilanolítico ............................................................................ 30 1.3. Produção de xilanases ......................................................................... 31 1.3.1. Aspergillus labruscus ITAL 22.223 .................................................... 32 1.3.2. Fermentação em Estado Sólido ......................................................... 33 1.4. Aplicação das xilanases ........................................................................ 35 1.5. Imobilização de enzimas ....................................................................... 38 1.6. Metabolismo de xilose ........................................................................... 40 1.7. Produção de xilitol ................................................................................. 42 2. OBJETIVOS ............................................................................................... 43 2.1. Objetivo geral ......................................................................................... 43 2.2. Objetivos específicos ............................................................................ 44 3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................... 44 3.1. Microrganismos e manutenção das linhagens em laboratório ........... 46 3.2. Coleta e preparo do sabugo de milho para extração de xilanas ........ 46 3.3. Extração da xilana .................................................................................. 46 3.4. Caracterização físico-química das xilanas ........................................... 48 3.4.1. Análises de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) .... 48 3.4.2. Quantificação de proteínas das xilanas extraídas e dos extratos enzimáticos ................................................................................................... 49 3.4.3. Quantificação de fenóis totais pelo método de Folin-Ciocalteu ...... 49 3.5. Produção enzimática em Fermentação em Estado Sólido (FES)........ 49 3.6. Precipitação da xilanase ........................................................................ 50 3.7. Determinação da atividade xilanásica .................................................. 51 3.8. Caracterização da xilanase livre ........................................................... 52 3.9. Cromatografia em Camada Delgada (CCD) .......................................... 52 3.10. Imobilização.......................................................................................... 53 3.10.1. Encapsulação em alginato de sódio reticulado com CaCl2 e MnCl2 53 3.10.2. Adsorção em resina CM Sephadex .................................................. 53 3.10.3. Adsorção em resina DEAE-Sephadex A25 e DEAE-Celulose ........ 54 3.11. Determinação da atividade xilanásica imobilizada ............................ 54 3.12. Determinação da eficiência, rendimento e atividade recuperada após imobilização .................................................................................................. 55 3.13. Caracterização enzimática parcial da xilanase imobilizada em DEAE- Celulose ......................................................................................................... 56 3.14. Utilização do derivado DEAE-Celulose em reator de leito fixo ......... 57 3.15. Fermentação com a levedura Candida tropicalis ATCC 750 ............. 59 3.16. Determinação das melhores condições de fermentação .................. 60 3.17. Determinação do crescimento celular, consumo de xilose e concentração de xilitol ................................................................................. 60 3.18. Determinação dos parâmetros da Bioconversão .............................. 61 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 63 4.1. Extração de xilanas do sabugo de milho ............................................. 63 4.2. Caracterização físico-química das xilanas ........................................... 65 4.2.1. Análises de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) .... 65 4.2.2. Quantificação de proteínas e fenóis totais das xilanas extraídas ... 67 4.3. Hidrólise enzimática das xilanas comercial e extraídas ...................... 69 4.4. Caracterização da enzima livre ............................................................. 71 4.5. Análise dos produtos de hidrólise das xilanas por Cromatografia em Camada Delgada (CCD) ................................................................................ 75 4.6. Imobilização ........................................................................................... 77 4.6.1. Imobilização em alginato de sódio .................................................... 77 4.6.2. Imobilização em resina CM Sephadex, DEAE- Sephadex A25 e DEAE- Celulose por adsorção ................................................................................. 79 4.6.3. Caracterização enzimática da xilanase imobilizada em DEAE- Celulose e DEAE-Sephadex ......................................................................... 82 4.6.4. Reuso dos derivados .......................................................................... 85 4.7. Utilização do derivado em reator de leito fixo ...................................... 86 4.8. Fermentação com levedura Candida tropicalis ATCC 750 utilizando xilose comercial ............................................................................................ 88 4.8.1. Fermentação com C. tropicalis ATCC 750 utilizando xilose obtida da xilana de sabugo de milho. .......................................................................... 91 5. CONCLUSÕES ........................................................................................... 93 6. REFERÊNCIAS .......................................................................................... 94 23 1. INTRODUÇÃO O consumo da população de alimentos, farmacêuticos ou energéticos, os modos de produções e alterações no estilo de vida, em decorrência do desenvolvimento econômico, crescimento demográfico urbano e crescimento do setor industrial somado a ineficiência da gestão de resíduos sólidos, tem intensificado cada vez mais a produção de resíduos urbanos e agrícolas, ocasionando de forma desenfreada a poluição ambiental (CONCEIÇÃO; TEIXEIRA, 2021; LIMA; BARROS, 2019; ROMANO; MOLINOS-SENANTE, 2020; VIEIRA et al., 2019). No contexto agroindustrial, o milho é um dos grãos de maior destaque no Brasil, um dos cinco maiores produtores mundiais. Na safra 2020/21, o país contou com cerca de 20 milhões de hectares de área cultivada, produzindo aproximadamente 87 milhões de toneladas de milho (IBGE, 2022). Na Figura 1 podemos observar a produção nacional do grão por região, segundo o levantamento sistemático da produção agrícola do IBGE em 2021. Figura 1. Produção de milho nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul no ano de 2021. Fonte: IBGE (2022). 24 Nota-se que a região Centro-Oeste é responsável pela maior cota da produção, seguida das regiões Sudeste e Sul, resultado de investimentos mais elevados em mão de obra capacitada e em tecnologia para colheita de milho. Já as regiões Norte e Nordeste, por serem regiões mais pobres, apresentam produções mais baixas e o cultivo é voltado para o consumo interno, já que o milho é uma espécie vegetal eficiente na armazenagem de energia devido a sua capacidade de acumulação de fotoassimilados (compostos resultantes da fotossíntese), portanto é base da alimentação dessas regiões (COSTA FILHO, 2021). Evidentemente, a colheita do milho gera resíduos. Segundo Costa Filho (2021), estima-se que a cada tonelada de grãos de milho produzida, são gerados 2,3 toneladas de resíduos, sendo que uma lavoura de milho pode gerar de 6 a 12 toneladas por hectares de resíduos, abundantes em carbono e nitrogênio. Os resíduos podem ser divididos em sabugo, folha, caule e palha. Durante a colheita, o maquinário efetua o corte do talo de milho, os grãos são debulhados e armazenados no próprio equipamento, enquanto que uma porcentagem dos resíduos é devolvido ao solo in situ, que tem, por finalidade, minimizar a erosão, diminuir a evaporação e impedir o crescimento de plantas daninhas, conservando o solo; a outra parte é utilizada em fornalhas para geração de calor. A palhada (nome genérico dado ao caule, sabugo, folha e palha), também é utilizada, embora menos comum, na suplementação da ração bovina, devido as características nutricionais. Entretanto, a contribuição nutricional do sabugo para o solo é inferior em relação aos demais resíduos, fazendo com que esse resíduo não seja explorado em todo o seu potencial. (COSTA FILHOA, 2021; SANTOS, 2021; CRUZ et al., 2011; SANTOS, 2014; KONZEN; ALVARENGA, 2008; DANTAS, 2013; TRAKARNPAIBOON et al., 2017; VIEIRA JÚNIOR et al., 2020). A espiga do milho é formada pela fusão de várias espiguetas femininas em um eixo comum, fusão que dá origem ao sabugo, pelas sementes e por brácteas (palha do milho) que protegem o interior da espiga. O sabugo é a parte central da espiga, onde estão presos os grãos de milho. Estruturalmente, o sabugo é dividido em quatro partes fundamentais: palha fina, palha grossa, anel lenhoso e medula (Figura 2). 25 Figura 2. Componentes externos do sabugo de milho. Fonte: MORENO e FERREIRA (2018). A palha fina é a região externa do sabugo, constitui aproximadamente 5% do sabugo em massa; a palha grossa é a camada que se segue à palha fina e constitui 33% do sabugo em massa; o anel lenhoso é a região interna que constitui mais de 50% do sabugo e a medula é a região interna do anel lenhoso, constituindo apenas 2% do sabugo em massa. Para cada 100 kg de espigas de milho, aproximadamente 18 kg são formados pelo sabugo. Apesar de grande quantidade gerada desse subproduto, sua utilização ainda não se mostra compatível com o seu potencial de uso (COSTA FILHO, 2021; SILVEIRA, 2010). Dentre as opções de utilização industrial do sabugo de milho, devido à sua dureza e resistência, é utilizado como abrasivo e polidor em produtos de limpeza; fabricação de tijolos e cerâmica; na produção do composto químico furfural; na ração animal; como aditivo em óleos vegetais; na produção de massas de bolos, pães ou pizzas por não apresentar grande solubilidade em água ou leite (SILVEIRA, 2010; FOLEY; VANDER-HOOVEN, 1981; ANWAR; BHANGER; YASMEEN, 2003; ZIGLIO et al., 2007). Além disso, o sabugo de milho, é uma biomassa constituída basicamente por celulose, pectina, lignina e hemicelulose (Figura 3). A biomassa lignocelulósica representa cerca de 90% da biomassa de carbono disponível na biosfera e a proporção de cada um dos componentes não é fixa, pois os teores sofrem influencia de fatores como localização geográfica, condições climáticas, 26 origem e espécie do vegetal, entre outros (SANTOS, 2021; GUIMARÃES et al., 2013; COSTA FILHO, 2021; SAINI et al., 2015; MUSULE et al., 2016; XU et al., 2020). Figura 3. Modelo da parede celular da biomassa lignocelulósica Fonte: Ozmak (2010) adapatado. A celulose é o biopolímero renovável mais disponível no mundo, correspondendo aproximadamente a 40% de toda a reserva de carbono disponível na biosfera. A celulose possui uma cadeia linear formada por unidades de D-glicose ligadas por ligações β-1,4 unidas paralelamente por ligações de hidrogênio intramolecurares e intermoleculares, e forças de Van der Walls na estrutura cristalina, denominada fibrila elementar altamente ordenada, consistindo em cerca de 40 cadeias de glicano, formando as fibrilas da celulose. A junção destas fibrilas dá a formação das microfibrilas, onde distinguem-se regiões cristalinas que são conhecidas por serem de elevada organização, onde a fibra tem maior resistência à tração, ao alongamento e à solvatação devido à grande quantidade de ligações de hidrogênio presente e regiões amorfas, menos organizadas, onde a fibra apresenta maior grau de flexibilidade devido ao menor 27 número de ligações de hidrogênio presente (COSTA FILHO, 2021; RABELO, 2010; JEFFRIES, 1990; BAYER; LAMED, 1992; BIDLACK; MALONE; BENSON, 1992; SILVA, 2010). Responsável por aproximadamente 30% do carbono orgânico na biosfera, a lignina é o segundo biopolímero mais abundante da biomassa lignocelulósica. Sua principal atuação é como componente estrutural, adicionando força e rigidez às paredes celulares, permitindo, também, o transporte de água e solutos através do sistema das plantas e fornecendo barreiras físicas contra invasões de fitopatógenos e outros estresses ambientais (COSTA FILHO, 2021; EUDES et al., 2014; RAGAUSKAS et al., 2014). A hemicelulose é outro constituinte da matriz lignocelulósica presente em toda a parede celular vegetal intimamente ligada a celulose e lignina, correspondendo de 15 a 45% da biomassa lignocelulósica, sendo caracterizado pela insolubilidade em água e solubilidade em soluções alcalinas. (GUIMARÃES et al., 2013). 1.1. Hemicelulose As unidades constituintes das hemiceluloses podem consistir em unidades repetidas de pentoses (D-xilose e L-arabinose), hexoses (D-galactose, D-glicose e D-manose) e ácidos urônicos, sendo os principais constituintes os polissacarídeos denominados xilanas e heteroxilanas. Ainda no que diz respeito ao sabugo de milho, tem sido considerado que as xilanas apresentam, em geral, uma estrutura química formada por ácido 4-O-metil-D-glucorônico, L-arabinose e D-xilose, na proporção 2:7:19 (GÍRIO et al., 2010; QASEEM; SHAHEEN; WU, 2021; CAPETTI et al., 2021; SENATORE et al., 2021; AGRAWAL et al., 2021; SANTOS, 2021; MARABEZI, 2009; MILÉO, 2011; SILVA et al.,1998). Com base na estrutura, as hemiceluloses são classificadas de acordo com o resíduo de açúcar principal, que são β-glucanas (Figura 4 A), xilanas (Figura 4 B), xiloglucanas (Figura 4 C) e mananas (Figura 4 D). A xilana é o polímero predominante na estrutura da hemicelulose que forma a parede celular da planta. 28 É o segundo polímero mais abundante na natureza, depois da celulose, correspondendo cerca de 33% da biomassa lignocelulósica e é formada por unidades de D-xilose (oligômeros dessas unidades são conhecidos como xilooligossacarídeos) unidas por ligações glicosídicas β (1-4) na cadeia principal. Os xilooligoassacarídeos (XOS) podem ser obtidos a partir da hidrólise da xilana utilizando enzimas do complexo xilanolítico (KAUSHAL et al., 2021; SILVA et al., 1998; QASEEM, SHAHEEN e WU, 2021). Figura 4. Classes das Hemiceluloses: A- β-glucanas; B- xilanas; C- xiloglucanas e D- mananas. Fonte: Qaseem, Shaheen e Wu (2021), adaptado. As β-glucanas (Figura 4 A) e xiloglucanas (Figura 4 C), assim como a celulose, possuem um importante papel na estrutura e função da parede celular, uma vez que elas estão envolvidas no suporte e reticulação da matriz celulósica através de ligações de hidrogênio com a celulose, com outras hemiceluloses e pectinas. Estruturalmente elas são similares à celulose, pois seus esqueletos são formados por ligações β-glicosídicas (OGEDA; PETRI, 2010; QASEEM, 29 SHAHEEN e WU, 2021). As β-glucanas, antes consideradas específicas das paredes celulares de gramíneas, são agora identificadas em muitos outros grupos de plantas e até mesmo em organismos como algas, líquens, fungos e briófitas. Geralmente, consistem em cadeias de glicose unidas por ligações β- 1,4 e interrompidas por ligações β-1,3 (QASEEM, SHAHEEN e WU, 2021). As xilanas são hemiceluloses lineares de paredes secundárias de plantas, com a cadeia principal constituída de resíduos de xilose unidos por ligações β- 1,4. A cadeia principal é frequentemente substituída por várias pequenas moléculas de oligossacarídeos, incluindo xilose, ácido glicurônico arabinose, glicose, entre outros (QASEEM, SHAHEEN e WU, 2021). A xiloglucana é um polissacarídeo diverso, pois está presente em quase todas as plantas, com quantidades menores de 2% na parede celular da grama até 25% nas paredes celulares primárias de angiospermas. Os resíduos de β-D- glucopiranosil constituem a cadeia principal da xiloglucana e são substituídos por muitos poli ou oligossacarídeos curtos, como arabinopiranosil, galactosil e arabinofuranosil. A maioria das xiloglucanas é classificada em duas categorias principais: tipo I XXXG-fucogalactoxiloglucana, mais comuns em parede celular de dicotiledôneas e tipo II XXGGn – acetoxiloglucana, mais comuns em parede celular de gramíneas (QASEEM, SHAHEEN e WU, 2021). As mananas são heteroglicanos hemicelulósicos estruturalmente complexos envolvidos na manutenção do armazenamento e estrutura da parede celular em plantas. Estruturalmente, as mananas são classificadas em quatro tipos: homomanana, galactoglucamanana, glucomanana e galactomanana. Na homomanana e galactomanana, a cadeia principal consiste exclusivamente de resíduos de manose ligados por ligações β-1,4, enquanto que em glucomanana e galactoglucomanana, a cadeia principal da manose é interrompida por padrões não repetidos de glicose. Além disso, resíduos de galactose também estão ligados a resíduos de cadeia principal de manosil (QASEEM, SHAHEEN e WU, 2021). Como observado, as hemiceluloses possuem em sua estrutura uma variedade de sacarídeos que podem ser obtidos por meio de hidrólise enzimática, utilizando diversas enzimas que constituem o complexo xilanolítico. 30 1.2. Complexo xilanolítico As principais enzimas do complexo xilanolítico são as endo 1,4-β-D-xilanases (EC 3.2.1.8), β-D-xilosidases (EC 3.2.1.37), α-L-arabinofuranosidases (EC 3.2.1.55), acetil-xilana esterases (EC 3.1.1.72), feruloil estereases (EC 3.1.1.73), α-D-galactosidases (EC 3.2.1.22), α-glucuronidases (EC 3.2.1.139) e p-cumárico esterases (EC 3.1.1.10). Estas enzimas atuam sinergicamente hidrolisando de forma randômica as ligações tanto ao longo da cadeia principal, liberar XOS de diferentes tamanhos, quanto sobre as cadeias laterais (Figura 5) (CAPETTI et al., 2021; LI et al., 2019; KAUSHAL et al., 2021; MOREIRA; FILHO, 2016). Figura 5. Hidrólise da hemicelulose pelo complexo xilanolítico. Fonte: Souza (2013), adaptado. As endo 1,4-β-D-xilanases catalisam a hidrólise de ligações glicosídicas internas da cadeia principal, liberando XOS, xilobiose e xilose e as β-D- xilosidases atuam sobre os XOS e a xilobiose, liberando xilose. Já a remoção dos grupos substituintes é catalisada pelas enzimas acessórias: as α-L- 31 arabinofuranosidases remove resíduos de arabinose, as α-glucuronidases liberam ácido glucurônico ou metilglucurônico, as acetil-xilana esterases hidrolisam ligações acetil-éster, as α-galactosidases removem resíduos de galactose e as p-cumárico esterases e feruloil estereases hidrolisam ligações p- cumaroil-éster e feruloiléster, respectivamente (MOREIRA; FILHO, 2016; POLIZELI et al., 2005). No processo de hidrólise, pode ocorrer inibição das endo-xilanases pelos produtos finais de reação (xilobiose e XOS curtos). Entretanto, como as endo- xilanases e β-xilosidases atuam sinergeticamente, as β-xilosidases desempenham papel importante minimizando a inibição das endo-xilanases, o que possibilita maior eficiência no processo como um todo. Forte sinergismo também é observado entre as endo-xilanases e as enzimas acessórias. Por exemplo, a presença de ramificações de arabinose pode dificultar o acesso das endo-xilanases à cadeia principal e a ação das α-L-arabinofuranosidases removendo resíduos de arabinose potencializa a ação das endo-xilanases (LAGAERT et al., 2014) 1.3. Produção de xilanases Muitos estudos reportam que as xilanases podem ser produzidas por diferentes organismos como fungos filamentosos, leveduras, bactérias, algas marinhas, sementes, crustáceos e caracóis. Contudo, as principais fontes de enzimas são os fungos e as bactérias. Vale ressaltar que as enzimas produzidas podem ter características diferentes umas das outras, de acordo com a fonte produtora, que as torna úteis em várias aplicações (NAMNUCH; THAMMASITTIRONG; THAMMASITTIRONG, 2021; MANDAR, 2015; POLIZELI et al., 2005; BURLACU; CORNEA; ISRAEL-ROMING, 2016). Os fungos Aspergillus spp., Fusarium spp. e Penicillium spp. são reconhecidos como produtores importantes da xilanase devido ao alto rendimento extracelular da enzima. Além disso, xilanases produzidas por fungos tem atividades catalíticas superiores quando cultivados em fermentação no estado sólido, por exemplo, se comparadas com as das xilanases de bactérias e de leveduras. Dentre os gêneros fúngicos mencionados, o Aspergillus se 32 destaca por conter no seu genoma vários genes de xilanases, codificando múltiplas xilanases (MAKELA; HILDÉN; VRIES, 2014; BURLACU, CORNEA e ISRAEL-ROMING, 2016) 1.3.1. Aspergillus labruscus ITAL 22.223 O gênero Aspergillus, primeiramente descrito por Micheli em 1729, consiste de fungos filamentosos, anamorfos (reprodução assexuada) e de dispersão cosmopolita, podendo ser encontrados principalmente em material vegetal em decomposição. Em relação à morfologia, as colônias apresentam uma ampla variação na coloração, sendo a principal característica macroscópica utilizada para classificação, em tons de verde, amarelo, cinza, marrom, preto e branco (BENNETT, 2010; SCHUSTER et al, 2002). Novas espécies têm sido descobertas anualmente em todo o mundo. Aspergillus labruscus ITAL 22.223 é uma espécie isolada da superfície da uva Baga (Vitis labruscas L.), muito utilizada para produção de suco de uva concentrado, na região sul do Brasil, pertencendo ao subgênero Circumdati seção Nigri (Figura 6) (FUNGARO et al., 2017). Figura 6. Crescimento de Aspergillus labruscus ITAL 22.223 em meio BDA em tubo de ensaio. Fonte: Autora. Existe uma grande dificuldade de identificação de Aspergillus seção Nigri devido as sutis diferenças morfológicas entre as espécies. Devido a esta dificuldade, os autores Fungaro et al. (2017) fizeram a identificação molecular da 33 linhagem isolada. Tal linhagem, denominada Aspergillus labruscus, apresentou de 85-88% de similaridade com as linhagens Aspergillus homomorphus CBS 101889, Aspergillus aculeatus CBS 172.66 e Aspergillus japonicus CBS 114.51. Com relação à análise de metabólitos, Aspergillus labruscus produz ácido secalônico D e neoxalina, e não produz ocratoxina A e fumonisinas, que são micotoxinas cancerígenas. Em comparação com as linhagens filogeneticamente relacionadas, Aspergillus saccharolyticus difere de Aspergillus labruscus por produzir aculeno A e B e homomorfosinas, e a linhagem Aspergillus homomorphus produz ácido secalônio D, assim como A. labruscus, mas difere produzindo homomorfosinas e 3-methoxy-5-hydroxy-9-phenyl-2,4,6,8- nanotetranoic acid lactone (FUNGARO et al., 2017). Segundo os autores Fungaro et al. (2017), as análises macromorfológicas indicaram que os diâmetros de colônias de A. labruscus, quando cultivado em meio Czapeck à 25 ºC por 7 dias, variam de 70-77 mm, sendo o micélio amarelo e com baixa esporulação. Nas análises micromorfológicas, a estrutura do conidióforo é unisseriada, com cabeças conidiais esféricas, vesículas 43 x 60 µm, fiálide 7,2-7,8 x 3,8 µm, conídios esféricos 6,5-8 x 6,1-6,9 µm e de coloração preta, aparentemente rugoso. Morfologicamente, A. labruscus é semelhante ao Aspergillus sclerotioniger, que também possui micélio amarelo, baixa esporulação nas mesmas condições de cultivo e conídios ásperos. A principal diferença entre as duas linhagens é que Aspergillus sclerotioniger tem conidióforo bisseriado e produz ocratoxina A (FUNGARO et al., 2017). Com relação à produção de enzimas por A. labruscus, Fungaro et al. (2017) analisaram a produção de tanases e proteases obtendo resultados satisfatórios para ambas enzimas. Maestrello e Guimarães (2018) identificaram que Aspergillus labruscus ITAL 22.223 produz xilanase e celulase. 1.3.2. Fermentação em Estado Sólido Considerando a importância da degradação de biomassa lignocelulósica em processos biotecnológicos, estas podem ser realizadas por via enzimática e a produção de enzimas por fungos filamentosos pode ser conduzida de diferentes formas como, por exemplo, a Fermentação em Estado Sólido (FES). 34 O desenvolvimento de bioprocessos em FES está ligado a vários aspectos gerais, que incluem adequação de diferentes tipos de microrganismos, substratos e parâmetros de processo. Fungos do gênero Aspergillus são comumente relatados nesse tipo de fermentação, uma vez que a FES pode fornecer um habitat natural similar (YAZID et al., 2017). Em FES, o crescimento do microrganismo ocorre sobre e entre as partículas porosas do substrato, onde a água livre apresenta-se escassa, porém com umidade suficiente, existente na forma adsorvida na matriz sólida. As enzimas produzidas por microrganismos nessa condição, geralmente, são mais estáveis a temperatura e ao pH, e são menos susceptíveis a problemas de inibição pelo substrato (HOLKER; LENZ, 2004; PANDEY; RADHAKRISHNAN, 1992; SOCCOL; VANDENBERGHE, 2003). Em relação aos substratos, estes devem ser selecionados cautelosamente pois desempenham um papel importante para a produção eficiente e econômica do produto final desejado. Deve ser levar em conta, também, a garantia da disponibilidade e custo desses substratos, visando fornecer nutrientes e suporte físico para o desenvolvimento dos microrganismos. Resíduos agrícolas, industriais e alimentícios são os substratos mais adequados para serem utilizados devido à sua abundância com baixo ou nenhum custo e sua composição química. Além disso, o uso destes pode contribuir para a redução dos problemas de poluição ambiental (YAZID et al., 2017). Além da seleção dos substratos, outros parâmetros importantes devem ser avaliados para melhorar a eficiência da FES, como umidade inicial do cultivo, tamanho da partícula, pH, temperatura, composição do meio, esterilização, atividade de água, densidade do inóculo e extração do produto. Com relação ao tamanho das partículas, em especial, é evidente que partículas pequenas de substrato podem fornecer uma grande área superficial de suporte à fixação do microrganismo. Entretanto, partículas extremamente pequenas podem resultar na aglomeração do substrato e interferir na oxigenação do meio de cultivo, prejudicando o desenvolvimento do microrganismo. O contrário também pode ocorrer com partículas maiores que, embora ofereça maior aeração, podem limitar a área de superfície para a fixação microbiana (PANDEY, 2003; YAZID et al., 2017; CHEN; HE, 2012; DE CASTRO; SATO, 2015). 35 O teor de umidade também tem um papel significativo na FES, uma vez que fungos necessitam de umidade em torno de 40-60%. Além disso, a alta umidade pode interferir na difusão do oxigênio. Por outro lado, baixa umidade pode limitar a solubilidade dos nutrientes, dificultando o crescimento microbiano (YAZID et al., 2017; MARTINS et al., 2011; SINGHANIA et al., 2009). As principais vantagens na utilização da FES são sua simplicidade e o uso de substratos sólidos de baixo custo. Além disso, a ausência de uma fase líquida reduz o risco de contaminação bacteriana e geração de águas residuais ao final do processo. Vale ressaltar, também, a redução do uso de reagentes, e baixo consumo de energia, uma vez que a agitação não é necessária. No entanto, algumas desvantagens podem ser citadas, como por exemplo, impossibilidade de controlar o pH e aeração do meio de cultivo. (VINIEGRA-GONZÁLEZ et al., 2003; HOLKER; HOFER; LENZ, 2004; GABELLE et al., 2012; QUIROZ et al., 2015). Substratos agrícolas têm sido amplamente usados em FES, principalmente para obtenção de enzimas fúngicas do complexo celulolítico e hemicelulolítico, que apresentam ampla variedade de aplicações, como é o caso das xilanases. 1.4. Aplicação das xilanases As xilanases são consideradas como uma das enzimas industriais mais importantes e, as produzidas por microrganismos, têm atraído grande atenção do mercado pela sua aplicação biotecnológica em diversos processos, como nas indústrias de alimentos, rações e papel e celulose. (BURLACU, CORNEA e ISRAEL-ROMING, 2016). Na indústria de papel e celulose, a xilanase é utilizada no processo de remoção da xilana da superfície e dos poros da fibra, que está ligada as camadas de celulose e lignina. A ruptura da xilana leva à separação entre esses componentes, aumentando assim o inchaço na parede da fibra, melhorando a extração de lignina da polpa e facilitando o branqueamento subsequente, uma vez que a enzima é utilizada para melhorar o efeito de branqueamento, 36 reduzindo o nível de produtos químicos convencionais utilizados para este fim (SHARMA et al., 2020; THOMAS et al., 2015; KAUSHAL et al., 2021). Na indústria têxtil, a fabricação do tecido é realizada em etapas, onde a fibra passa, em um primeiro momento, pela fiação, engomagem e tecelagem, recebendo o nome de tecido cru. As três etapas seguintes consistem em desengomagem, lavagem e branqueamento do fio, obtendo-se o tecido acabado. Anteriormente, o método convencional de desengomagem envolvia a aplicação de altas temperaturas em um ambiente alcalino sob influência de agente oxidantes, causando danos ao componente celulósico útil da fibra, enfraquecendo assim a resistência da fibra. Mais tarde, foi substituído por tratamento enzimático com xilanase termotolerante e alcalina, sendo um método mais adequado e ecologicamente correto para desengomagem (BAJPAI, 2014; KAUSHAL et al., 2021). Estudos relatam que a utilização das xilanases como pré-tratamento de culturas de forragem melhoram as propriedades nutricionais da silagem agrícola e grãos de alimentos, provocando a melhora na digestibilidade dos alimentos pelos animais, devido a quebra dos complexos arabinoxilanos (WHITING; ROSE; MACKENZIE, 2019). A inclusão de xilanases em dieta a base de centeio para frangos de corte resulta na redução da viscosidade intestinal, melhorando tanto o ganho de peso quanto a sua eficiência de conversão alimentar (BEDFORD e CLASSEN, 1992). Na indústria de fermentação, como as cervejeiras, xilanases são usadas como pré-tratamento dos substratos contendo arabinoxilanos (cevada, trigo) reduzindo a viscosidade e aumentando a eficiência do processo (SUBRAMANIYAN e PREMA, 2002). Na panificação, a xilanase, quando combinada com a amilase, proporciona melhoria das características da massa, como extensabilidade, maciez e elasticidade, além de aumentar o volume do pão. O trigo utilizado na fabricação do pão consiste em hemicelulose como a arabinoxilana. A xilanase é capaz de solubilizar em água a arabinoxilana não extraível em arabinoxilana extraível, que ajuda na distribuição uniforme da água em toda a massa (KAUSHAL et al., 2021; BAJAJ; MANHAS, 2021). 37 Xilanases combinadas com celulases e pectinases ajudam na clarificação de mostos e sucos, estabilização da polpa das frutas e redução na viscosidade, hidrolisando substâncias que dificultam a depuração física ou química do suco, que pode causar turbidez no concentrado (POLIZELI et al., 2005; BEG et al., 2001). Particularmente, α-L-arabinofuranosidase e β-D-glucopiranosidase são usadas para aromatizar mostos, vinhos e sumos de frutas. Além disso, as enzimas xilanolíticas são empregadas na extração de café, óleos vegetais e amidos (SPAGNA et al., 1998; SUBRAMANIYAN e PREMA, 2002). Outra aplicação da xilanase é na indústria de detergentes, pois a sua utilização proporciona produtos mais eficazes para limpeza de manchas de frutas, vegetais, solos e gramas (DHIMAN; SHARMA; BINDU, 2008). A produção de biocombustíveis tem ganhado grande importância, pois os recursos energéticos disponíveis estão diminuindo. A ação combinada da xilanase com várias enzimas como a celulase, manase, ligninase, xilosidase, glucanase e glucosidase, entre outras, pode ser utilizada para obtenção de açúcares fermentescíveis, a partir da biomassa lignocelulósica que, posteriormente, podem ser convertidos em biocombustíveis (bioetanol). Para isso, a produção de bioetanol requer a deslignificação da lignocelulose para liberar celulose e hemicelulose. Os passos seguintes incluem a quebra, pelas enzimas, dos polímeros complexos de carboidratos em unidades monoméricas de açúcares livres e a fermentação de pentose mista e hexoses para produzir o bioetanol (CHAUDHARY et al., 2021; LEE, 1998; KAUSHAL et al., 2021). A xilana está presente em grande quantidade de resíduos hemicelulósicos. Com acúmulo dos resíduos da agricultura, silvicultura e resíduos sólidos urbanos, faz-se necessário desenvolvimento de processos eficientes de hidrólise enzimática, visando oferecer novas perspectivas para tratamento e utilização desses resíduos, como é o caso da obtenção, pela ação das xilanases, dos XOS, os quais podem ser utilizados na indústria farmacêutica devido as suas propriedades anticancerígenas, imunomoduladoras, antimicrobianas e antioxidantes (GUPTA et al., 2018; MONIZ; HO; DUARTE, 2016; KAUSHAL et al., 2021; SUBRAMANIYAN e PREMA, 2002). 38 Apesar da ampla variedade de aplicações da xilanase, a enzima apresenta, de modo geral, estabilidade térmica reduzida e alta sensibilidade as condições industriais, o que contribui para desvantagens importantes no uso da xilanase como catalisadora. Técnicas de melhoramento das propriedades enzimáticas, como a imobilização, têm sido empregadas com sucesso para aumentar a estabilidade das enzimas sob condições adversas como pH e temperaturas extremas (ALAGOZ et al., 2022; KAPOOR e KUHAD, 2007; HOKANSON et al., 2011; DAMIS et al., 2019). 1.5. Imobilização de enzimas A imobilização enzimática apresenta-se como uma importante alternativa biotecnológica para melhorar as caracaterísticas das enzimas e fazê-las atender as demandas industriais. Neste método, a enzima pode ser confinada, ligada ou retida em um determinado suporte/matriz, podendo sofrer modulações positivas nas propriedades catalíticas. Algumas dessas propriedades são aprimoradas com a imobilização, visando maior desempenho catalítico, estabilidade térmica, variações de temperaturas e pH de reação, tolerância a diferentes faixas de pH. Adicionalmente, oferece outras vantagens como o reuso do derivado, fácil separação dos compostos de reação e redução da inibição. Os suportes a serem utilizados, para viabilizar os processos biotecnológicos, devem possuir resistência física a compressão, fácil derivação, biocompatibilidade, resistência ao ataque microbiano e baixo custo (ASHKAN et al., 2021; SALEM et al., 2021; HOARAU; BADIEYAN; MARSH, 2017; BILAL et al., 2018; ARAGON, 2013; BRENA; BATISTA-VIERA, 2006; SOUZA et al., 2016). As técnicas mais utilizadas para imobilização são, geralmente, adsorção física, ligação iônica, ligação covalente e encapsulação ou aprisionamento (ALAGOZ et al., 2022; WONG et al., 2019). O método de encapsulamento é conhecido por aumentar a estabilidade mecânica da enzima e seu tempo de vida operacional. É considerada a técnica mais simples e econômica por não envolver modificações químicas tanto na enzima quanto no suporte. No entanto, deve garantir que a enzima permaneça 39 retida na rede polimérica e que a livre difusão do substrato e dos produtos ocorra sem barreiras (LAROSA et al., 2018; ADHIKARI; PRAMANIK, 2019; WONG et al., 2019). No método de adsorção, as enzimas são imobilizadas reversivelmente nos suportes por interações hidrofóbicas, forças de Van der Waals e/ou ligações de hidrogênio. Apesar de ser considerado um método simples e relativamente barato, parâmetros como pH e temperatura podem facilmente enfraquecer as ligações e ocasionar a dessorção da enzima do suporte. Diferente do método de adsorção, no método de ligação covalente, a enzima é imobilizada ao suporte por meio de grupos funcionais presentes em sua superfície, levando a maior rigidez da estrutura enzimática e estabilidade a diferentes condições de reação (temperatura, pH, presença de solventes). As ligações ocorrem entre os aminoácidos presentes na cadeia lateral da enzima, como histidina, ácido aspártico, arginina, entre outros, e os grupos funcionais do suporte. Entretanto, estas ligações podem bloquear o sítio catalítico e ocasionar a perda da atividade enzimática (SOUZA et al., 2016; ADHIKARI; PRAMANIK, 2019) Para imobilização de enzimas por ligações iônicas, os suportes utilizados, geralmente, são resinas cromatográficas que, apesar dos custos serem relativamente altos, permitem regeneração após repetidos ciclos de utilização, podendo ser recuperada, regenerada e utilizada novamente como suporte. Esses três métodos (adsorção, ligação covalente e ligação iônica) imobilizam a enzima externamente, o que possibilita o fácil acesso ao substrato (ADHIKARI; PRAMANIK, 2019; BASSO; SERBAN, 2019; PAL; KHANUM, 2011). A imobilização de xilanases tem sido descrita na literatura com grande potencial de aplicação. A xilanase de Aspergillus tamarii Kita, quando imobilizada em suporte glioxil-agarose, teve sua termoestabilidade melhorada até 80ºC, produzindo com sucesso xilooligossacarídeos em altas temperaturas (HEINEN et al., 2018). Xilanase de Penicillium janczewskii foi imobilizada e estabilizada em glioxil-agarose, mantendo 70% da sua atividade inicial após 10 ciclos de utilização do derivado, indicando grande estabilização da enzima (TERRASAN et al., 2017). 40 O emprego de xilanases produzidas por fungos do gênero Aspergillus em FES e imobilizadas, podem ser utilizadas em biorreatores, facilitando a hidrólise de xilanas, para obtenção de XOS que, por sua vez, podem ser convertidos em xilitol através de fermentação em processos biotecnológicos com o emprego de microrganismos como leveduras do gênero Candida e alguns fungos filamentosos, como Fusarium oxysporum (WINKELHAUSEN; KUZMANOVA, 1998; PANAGIOTOU; CHRISTAKOPOULOS, 2004). 1.6. Metabolismo de xilose Os microrganismos que catabolizam xilose utilizam três vias distintas. Leveduras e alguns fungos filamentosos empregam uma via oxido-redutora que consiste em duas reações para utilização da xilose, como pode ser observado na Figura 7. 41 Figura 7. Metabolismo de xilose. XR: xilose redutase; XDH: xilitol desidrogenase; XI: xilose isomerase; XK: xiluloquinase; PK: fosfocetolase; PTA: fosfotransacetilase; ACK: acetato quinase; ACS: acetil-CoA sintetase; XDH: xilose desidrogenase; XL: xilonolactonase; XAD: xilonato desidratase; KDXA: 2- oxo-3-desoxixilonato aldolase; KDXD, 2-oxo-3-desoxixilonato desidratase; αKGSADH, α-oxoglutárico semialdeído desidrogenase Fonte: Jagtap e Rao (2018), adaptado. Através de uma reação de oxidação, a xilose é reduzida a D-xilitol pela enzima xilose redutase (XR), usando NADH ou NADPH como cofator. Algumas XRs utilizam apenas NADPH, enquanto que outras podem utilizar tanto NADPH quando NADH, tipicamente com maior especificidade para o primeiro. Em seguida, o D-xilitol é oxidado a D-xilulose pela xilitol desidrogenase (XDH) estritamente dependente de NAD+. A D-xilulose é então fosforilada em D- xilulose-5-fosfato pela xiluloquinase (XK). Leveduras metabolizam D-xilulose-5- 42 fosfato em vários açúcares fosforilados, como frutose-6-fosfato e gliceroldeído- 3-fosfato, que entra na via da glicólise (JAGTAP e RAO, 2018; JEFFRIES, 2006; MOYSÉS et al., 2016; LEE, 1998; KOTTER et al., 1990; JIN et al., 2002). As bactérias geralmente empregam a via isomerase para conversão de xilose em D-xilulose, utilizando a xilose isomerase (XI). A D-xilulose é então fosforilada pela XK, produzindo D-xilulose-5-fosfato, que então entra no metabolismo central através da via de pentose fosfato (JAGTAP e RAO, 2018). As Archaeas, juntamente com algumas bactérias, como Caulobacter crescentus, possuem vias metabólicas oxidativas da xilose, chamadas de vias de Weimberg e Dahms. Na via de Weimberg, a xilose é oxidada a D- xilanolactona pela D-xilose desidrogenase (XDH), seguida por uma lactonase (XL) para hidrolisar a lactona em D-xilonato. A xilonato desidratase (XAD) age sobre o D-xilonato para produzir 2-keto-3-desoxi-D-xilonato e uma segunda desidratase forma o α-cetosemialdeído. Em seguida, o α-cetosemialdeído é oxidado ao α-cetoglutarato, um intermediário do ciclo do ácido tricarboxílico (TCA). A via de Dahms é semelhante à via de Weimberg, exceto que o 2-ceto- 3-desoxi-D-xilonato sofre a ação de uma aldolase (KDXA) para formar piruvato e glicoaldeído (JAGTAP e RAO, 2018; NUNN et al., 2010; STEPHEN DAHMS, 1974; WEIMBERG, 1961). 1.7. Produção de xilitol O xilitol é um açúcar álcool de cinco carbonos (pentose), muito utilizado na indústria alimentícia, como adoçante natural e indústria farmacêutica, como na formulação de creme dental pelo seu poder de prevenção contra cárie. Ele pode ser produzido a partir da xilose, quimicamente e biologicamente (JAGTAP e RAO, 2018; SAHA et al., 2007; RAFIQUL; SAKINAH, 2012; ALBUQUERQUE et al., 2014; JORDAN et al., 2012; LANE et al., 2018). No caso das vias biológicas, em particular, muitas leveduras empregam a via XR-XDH para o metabolismo de xilose, como é o caso de Candida tropicalis. No metabolismo da xilose de C. tropicalis, a xilose é captada por uma transferase 43 específica e reduzida a xilitol por XR com NADPH, seguido de conversão em xilulose pela XDH com NAD+. A xilulose é então usada para o crescimento celular e regeneração do NADPH pela via das pentoses fosfato, após a conversão em xilulose-5-fosfato por xilulose quinase com ATP como cofator. Para obter alto rendimento de xilitol, o fluxo de xilose para xilulose deve ser controlado fornecendo oxigênio suficiente para regeneração de NADPH e manutenção das células. Baixos níveis de oxigênio também favorecem a produção de xilitol por conta da menor razão NAD+/NADPH, que leva a reação catalisada por XDH e a acumulação de xilitol, alterando a constante de equilíbrio (KIM, RYU e SEO, 1999; KIM et al., 2002). A produção de xilitol nessas leveduras é conhecida por resultar de um desequilíbrio redox associado com as diferentes especificidades de cofator para essas duas enzimas. Esses desequilíbrios tendem a ser ampliados durante o crescimento sob condições limitadas de oxigênio devido à incapacidade das células regenerarem NAD (JEFFRIES, 2006; MOYSÉS et al., 2016; JAGTAP; RAO, 2018). O xilitol é atualmente produzido em larga escala através da hidrogenação química da xilose, utilizando Ni/Al2O3 como catalisador. O custo do processo químico é elevado devido à dificuldade de purificação e separação do xilitol, remoção de subprodutos de hidrolisados de hemicelulose e um baixo rendimento (40-50%) com base em xilano. Processos biotecnológicos para produção de xilitol utilizando leveduras na fermentação da xilose têm se mostrados promissores em relação ao alto rendimento observado (KIM et al., 2002). A utilização de resíduos lignocelulósicos vem ao encontro para complementação na produção de produtos de alto valor agregado, como o xilitol. 93 5. CONCLUSÕES Os estudos desenvolvidos propiciaram extração de xilana de sabugo de milho, bem como sua caracterização físico-química, onde foi possível identificar, através dos cromatogramas de espectro de infravermelho, picos característicos de arabinoxilanas. A baixa contaminação de proteínas e fenóis nas xilanas extraídas indicaram que o método de extração foi eficiente. Foi possível constatar que as xilanases de Aspergillus labrucus ITAL 22.223, produzidas em FES, foram capazes de hidrolisar as xilanas extraídas do sabugo de milho, obtendo-se xilose, xilobiose e xilotriose. Visando a melhoria das propriedades enzimáticas, a xilanase de A. labruscus foi imobilizada em diferentes suportes, com melhor resultado obtido com o uso de DEAE-Celulose. O derivado DEAE-Celulose foi tilizado em reator de leito fixo, hidrolisando eficientemente a xilana ABST extraída de sabugo de milho. A xilose então obtida foi utilizada em fermentação com Candida tropicalis ATCC 750, com sua conversão em xilitol, um produto de grande interesse para diferentes setores industriais. O presente trabalho revelou o potencial biotecnológico da utilização de sabugo de milho para produção de subprodutos de alto valor agregado, como o xilitol. 94 6. REFERÊNCIAS ADHAM, N. Z; AHMED, H. M.; NAIM, N. Immobilization and stability of lipase from Mucor racemosus NRRL 3631. Journal of Microbiology and Biotechnology, v. 20, p. 332–339, 2010. ADHIKARI, S.; PRAMANIK, N. Application of immobilized enzymes in the food industry. Enzymes in Food Biotechnology, p. 711-721, 2019. AGRAWAL, R.; VERMA, A.; SINGHANIA, R. R.; VARJANI, S.; DONG, C. D.; PATEL, A. K. Current understanding of the inhibition factors and their mechanism of action for the lignocellulosic biomass hydrolysis. Bioresource Technology, v. 332, 2021. AHLGREN, E.; ERIKSSON, K. E.; VESTERBERG, O. Characterization of celluases and related enzymes by isoelectric focusing, gel filtration and zone electrophoresis. I. Studies on Aspergillus enzymes, Acta Chemical Scandinavica, v. 21, p. 937, 1967. AHMAD, Z.; BUTT, M. S.; RIAZ, M. Partial purification and characterization of xylanase produced from Aspergillus niger using wheat bran. Pakistan Journal of Agricultural Sciences, v. 50, n. 3, p. 433-437, 2013. ALAGOZ, D.; VARAN, N. E.; TOPRAK, A.; YILDIRIM, D.; TUKEL, S. S.; FERNANDEZ-LAFUENTE, R. Immobilization of xylanase on differently functionalized sílica gel supports for orange juice clarification. Process Biochemistry, v. 113, p. 270-280, 2022. 95 ALBUQUERQUE, T. L.; DA SILVA, I. J.; DE MACEDO, G. R.; ROCHA, M. V. P. Biotechnological production of xylitol from lignocellulosic wastes: a review. Process Biochemistry, v. 49, n. 11, p. 1779–1789, 2014. AMORIM, G. M.; OLIVEIRA, A. C.; GUATARRA, M. L. E.; GODOY, M.; FREIRE, D. M.G. Solid-state fermentation as a tool for methylxanthine reduction and simultaneous xylanase production in cocoa meal. Biocatalysis and Agricultural Biotechnology, v. 11, p. 34-41, 2017. ANG, S. K.; SHAZA, E. M.; ADIBAH, Y.; SURAINI, A. A.; MADIHAH, M. S. Production of celulases and xylanase by Aspergillus fumigatus SK1 using untreated oil palm trunk through solid state fermentation. Process Biochemistry, v. 48, n. 9, p. 1293-1302, 2013. ANG, S. K.; SHAZE, E. M.; ADIBAH, Y.; SURAINI, A. A.; MADIHAH, M. S. Production of cellulases and xylanase by Aspergillus fumigatus SK1 using untreated oil pal trunk through solid state fermentation. Process Biochemistry, v. 48, n. 9, p. 1293-1302, 2013. ANWAR, F. BHANGER, M. I.; YASMEEN, S. Antioxidant activity of some natural extracts in corn oil. In N. Murata, M. Yamada, I. Nishida, H. Okuyama, J. Sekiya, & W. Hajime (Eds). Advances Research of Plant Lipid, p. 24-27, 2003. ARAGON, C. C. SANTOS, A. F.; RUIZ-MATUTE, A. I.; CORZO, N.; GUISAN, J. M.; MONTI, R.; MATEO, C. Continuous production of xylooligosaccharides in a packed bed reator with immobilized-stabilized biocatalysts of xylanase from Aspergillus versicolor. Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic, v. 98, p. 8-14, 2013. ARCHER, D. B. Filamentous fungi as microbial cell factories for food use. Current Opinion in Biotechnology, v. 11, p. 478–483, 2000. ASHKAN, Z.; HEMMATI, R.; HOMAEI, A.; DINARI, A.; JAMLIDOOST, M.; TASHAKOR, A. Immobilization of enzymes on nanoinorganic support materials: An update. International Journal of Biological Macromolecules, v. 168, p. 708-721, 2021. 96 BAJAJ, B.K.; MANHAS, K. Production and characterization of xylanase from Bacillus licheniformis P11(C) with potential for fruit juice and bakery industry, Biocatalysis and Agricultural Biotechnology, v. 1, p. 330–337, 2012. BAJPAI, P. In: Sources, production, and classifcation of xylanases, Xylanolytic Enzyme Academic Press (Imprint Elsevier), Tokyo, 2014, p. 43–52. BARBOSA, M. F. S.; MEDEIROS, M. B.; MANCILHA, I. M.; SCHNEIDER, H.; LEE, H. Screening of yeasts for production of xylitol from D-xylose and some factors wich affect xylitol yield in Candida guilliermondii. Journal of Industrial Microbiology, v.3, p. 241-251, 1988. BASSO, A.; SERBAN, S. Industrial applications of immobilized enzymes—A review. Molecular Catalysis, v. 479, p. 110607, 2019. BAYER, E. A.; LAMED, R. The cellulose paradox: pollutant par excellence and/or a reclaimable natural resource? Biodegradation, v. 3, n. 2-3, p. 171-188, 1992. BEG, Q.; KAPOOR, M.; MAHAJAN, L.; HOONDAL, G. Microbial xylanases and their industrial applications: a review. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 56, p. 326-338, 2001. BENASSI, V. M.; SILVA, T. M.; PESSELA, B. C.; GUISAN, J. M.; MATEO, C.; LIMA, M. S.; JORGE, J. A., POLIZELI, M. L. T. M. Immobilization and biochemical properties of a β-xylosidase activated by glucose/xylose from Aspergillus niger USP-67 with transxylosylation activity. Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic, v. 89, p. 93-101, 2013. BENNETT, J. W. (2010). An overview of the genus Aspergillus. In: Machida, M. and Gome, K., Eds., Aspergillus: Molecular Biology and Genomics. BERGMEYER, H. U.; BERNT, E., Malate dehydrogenase UV-assay. In: H.U. Bergmeyer (ed.), Methods of Enzymatic Analysis, vol. 2, Verlag Chemie, Weinheim; Academic Press, New YorK, p. 613–617,1974. BERGMEYER, H.U.; BERNT, E. Malate dehydrogenase UV-assay. In: H.U. Bergmeyer (ed.), Methods of Enzymatic Analysis, vol. 2, Verlag Chemie, Weinheim; Academic Press, New YorK, p. 613–617,1974. 97 BETINI, J. H. A; PEIXOTO-NOGUEIRA, S. C.; JORGE, J. A.; TERENZI, H. F.; POLIZELI, M. L. T.M. Xylanases from Aspergillus niger, Aspergillus niveus and Aspergillus ochraceus produced under solid-state fermentation and their application in cellulose pulp bleaching. Bioprocess and Biosystems Engineering, n. 32, p. 819-824, 2009. BIASINI, M.; BIENERT, S.; WATERHOUSE, A.; ARNOLD, K.; STUDER, G.; SCHMIDT, T.; KIEFER, F.; CASSARINO, T. G.; BERTONI, M.; BORDOLI, L.; SCHWEDE, T. SWISS-MODEL: Modelling protein tertiary and quaternary structure using evolutionary information. Nucleic Acids Res, n. 42, p. 252-258, 2014. BIBI, Z.; QADER, S. A.; AMAN, A. Calcium alginate matrix increases the stability and recycling capability of immobilized endo-β-1,4-xylanase from Geobacillus stearothermophilus KIBGE-IB29. Extremophiles, v. 19, n. 4, p. 819-827, 2015. BIDLACK, J.; MALONE, M.; BENSON, R. Molecular structure and component integration of secondary cell wall in plants. Proceedings of the Oklahoma Academia of Science, v. 72, p. 51-56, 1992. BIELY, P. Microbial xylanolytic systems. Trends in Biotechnology, v. 3, n. 11, 286–290, 1985. BILAL, M.; IQBAL, H. M. N.; GUO, S.; HU, H.; WANG, W.; ZHANG, X. State-of- the-art protein engineering approaches using biological macromolecules: A review from immobilization to implementation view point. International Journal of Biological Macromolecules, v. 108, p. 893−901, 2018. BRADFORD, M. M. A rapid and sensitive method for the quantitation of microgram quantites of protein utilizing the principle of protein-dye binding. Analytical Biochemistry, v. 72, n. 1/2, p. 248-254, 1976. BRENA, B. M.; BATISTA-VIERA, F. Immobilization of enzymes: a literature survey. In: GUISAN, J. M. Immobilization of enzymes and cells. 2nd ed. Totowa: Humana Press, Cap. 2, p. 15-30, 2006. BRUGNARI, T.; PEREIRA, M. G.; BUBNA, G. A.; FREITAS, E. N.; CONTATO, A. G.; CORREA, R. C. G.; CASTOLDI, R.; SOUZA, C. G. M.; POLIZELI, M. L. T. 98 M., BRACHT, A.; PERALTA, R. M. A highly reusable MANAE-agarose- immobilized Pleurotus ostreatus laccase for degradation of bisphenol A. Science of The Total Environment, v. 634, p. 1346–1351, 2018. BURLACU, A.; CORNEA, C.; ISRAEL-ROMING, F. Screening of xylanase producing microrganisms. Reserach Journal of Agricultural Science, v. 48, n. 2, 2016. CAPETTI, C. C. M.; VACILOTTO, M. M.; DABUL, A. N. G.; SEPULCHRO, A. G. V.; PELLEGRINI, V. O. A.; POLIKARPOV, I. Recent advances in the enzymatic production and applications of xylooligosaccharides. World Journal of Microbiology and Biotechnology, v. 37, p. 169, 2021. CARAVANTE, A. L. C. Uso de invertase imobilizada em pó de sabugo de milho para produção de açúcar invertido. 2014. 88 f. Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição). UNESP, Araraquara, 2014. CARDOSO, C. L.; MORAES, M. C.; CASS, Q. B. Imobilização de enzimas em suportes cromatográficos: uma ferramenta na busca por substâncias bioativas. Química Nova, v. 32, n. 1, p. 175-187, 2009. CARMONA, E. C.; PIZZIRANI-KLEINER, A. A.; MONTEIRO, R. T. R.; JORGE, J. A. Xylanase production by Aspergillus versicolor. Journal of Basic Microbiology, n. 37, v. 6, p. 387-394, 1997. CHAUDHARY, R.; KUTHIALA, T.; SINGH, G.; RAROTRA, S.; KAUR, A.; ARYA, S.K.; KUMAR, P. Current status of xylanase for biofuel production: a review on classification and characterization. Biomass Conversion and Biorefinery, p.1– 19, 2021. CONAB 2012 - Companhia nacional de abastecimento. Disponível em: . Acesso em: 18 jul. 2022. CONCEIÇÃO, M. M.; TEIXEIRA, L. C. G. M. Relação entre produção de resíduos sólidos urbanos e crescimento populacional na região norte. Revista AIDIS de Ingeniería y Ciencias Ambientales: Investigación, desarrollo y práctica, v. 14, n. 13, 2021. javascript:void(0) javascript:void(0) 99 COSTA FILHO, J. D. B. Valorização de sabugo de milho: potencial para produção de etanol de segunda geração e uso de lignina residual da hidrólise enzimática como adsorvente de corante catiônico. 2021. 110 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021. CRUZ, J. C. et al. Milho: o produtor pergunta, a Embrapa responde. Embrapa Informação Tecnológica, Brasília – DF, 2011. CUNHA, H. C. M.; PAIVA, T. C. B.; SILVA, F. T. Fermentação de xilose e etanol pela levedura Pichia stipitis CBS 5774. In: Congresso brasileiro de ciência e tecnologia em reísudos e desenvolvimento sustentável – Florianópolis, Santa Catarina, 2004. DAMASO, M. C. T.; ANDRADE, C. M. M. C.; PEREIRA Jr, N. Production and properties of the celulase-free xylanase from Thermomyces lanuginosus IOC- 4145. Brazilian Journal of Microbiology, v. 33, p. 333-338, 2002 DAMIS, S. I. R.; MURAD, A. M. A.; DIBA ABU BAKAR, F.; RASHID, S. A.; JAAFAR, N.R.; ILLIAS, R. M. Protein engineering of GH11 xylanase from Aspergillus fumigatus RT-1 for catalytic efficiency improvement on kenaf biomass hydrolysis. Enzyme and Microbial Technology, v. 131, 2019. DANTAS, V. F. S. Potencial energético dos resíduos da cultura do milho (Zea mays L.) e do epicarpo do pinhão manso (Jatropha curcas L.). 2013. 46p. Dissertação (Mestrado). Universidade de Brasília, Brasília – DF, 2013. De CASTRO, R. J. S.; SATO, H. H. Enzyme production by solid state fermentation: general aspects and an analysis of the physicochemical characteristics of substrates for agro-industrial wastes valorization. Waste and Biomass Valorization, v. 6, 1085–1093, 2015. DHIMAN, S. S.; SHARMA, J.; BINDU, B. Industrial applications and future prospects of microbial xylanase: A review. Bioresources, v. 3. N. 4, 2008. EBRINGEROVA, A.; HROMADKOVA, Z.; ALFOLDI, J.; HRIBALOVA, V. The immunologically active xylan from ultrasound-treated corn cobs: Extractability, structure and properties. Carbohydrate Polymers, v. 37, p. 231–239, 1998. 100 EUDES, A.; LIANG, Y.; MITRA, P.; LOQUE, D. Lignin bioengineering. Current opinion in biotechnology, v. 26, p. 189-198, 2014. FARINAS, C. S. et al. Finding stable cellulase and xylanase: evaluation of the synergistic effect on pH and temperature. New Biotechnology, v. 27, n. 6, 2010. FERREIRA, A. S. Estudo de propriedades microbiológicas e toxicológicas do xilitol visando a sua aplicação no controle da dermatite atópica. 2007. 117 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia Industrial) – Universidade de São Paulo, Lorena, 2007. FOLEY, K. M.; VANDER-HOOVEN, D. I. B. Porperties and industrial uses of corncobs. In: POMERANZ, Y.; MUNCK, L. Cereals – a renewable resource. The American Association of Cereal Chemists, St. Paul, 1981. FREITAS, L.; PEREZ, V. H.; SANTOS, J. C.; CASTRO, H. F. Enzymatic synthesis of glyceride esters in solvent-free system: influence of the molar ratio, lipase source and functional activating agent of the support. Journal of the Brazilian Chemical Society, v.18, n. 7, 1360-1366, 2007. FUNGARO, M.; FERRANTI, L. S.; MASSI, F. P.; SILVA, J. J.; SARTORI, D.; TANIWAKI, M. H.; FRISVAD, J. C.; IAMANAKA, B.T. Aspergillus labruscus sp. nov., a new species of Aspergillus section Nigri discovered in Brazil. Scientific Reports, vol. 7, n. 1, p. 1-9, 2017. GABELLE, J. C.; JOURDIER, E.; LICHT, R. B.; BEN CHAABANE, F.; HENAUT, I.; MORCHAIN, J.; AUGIER, F. Impact of rheology on the mass transfer coefficient during the growth phase of Trichoderma reesei in stirred bioreactors. Chemical Engineering Science, v. 75, p. 408–417, 2012. GÍRIO, F. M.; FONSECA, C.; CARVALHEIRO, F.; DUARTE, L. C.; MARQUES, S. BOGEL-LUKASIK, R. Hemicelluloses for fuel etanol: A review. Bioresource Tecnhology, v. 101, n. 13, p. 4775-4800, 2010. GRUBEN B. S.; DE VRIES R. P. Advances in pectinolytic enzymes, genes and regulation in Aspergillus. In: Pectins and Pectinases. Wageningen Academic Publishers, p. 101-114, 2009. http://jbcs.sbq.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=1483&nomeArquivo=v18n7a11.pdf http://jbcs.sbq.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=1483&nomeArquivo=v18n7a11.pdf http://jbcs.sbq.org.br/audiencia_pdf.asp?aid2=1483&nomeArquivo=v18n7a11.pdf 101 GUERFALI, M.; MAALEJ, I.; GARGOURI, A.; BELGHITH, H. Catatlutic properties of the immobilized Talaromyces thermophilus β-xylosidase and its use for xylose and xylooligosaccharides production. Journal of Molecular Catalysis B: Enzymatic, v. 57, p. 242-249, 2009. GUIMARÃES, N. C. A.; SORGATTO, M.; PEIXOTO-NOGUEIRA, S. C.; BETINI, J. H. A.; ZANOELO, F. F.; MARQUES, M. R.; POLIZELI, M. L. T. M.; GIANNESI, G. C.. Bioprocess and biotechnology: effect of xylanase from Aspergillus niger and Aspergillus flavus on pulp biobleaching and enzyme production using agroindustrial residues as substract. Springer Plus, v. 2, n. 380, 2013. GUPTA, P.K.; AGRAWAL, P.; HEDGE, P.; AKHTAR, M. S. Xylooligosaccharides and their anticancer potential: an update. In: Anticancer plants: natural products and biotechnological implements. p. 255–271, 2018. HANEFELD, U.; GARDOSSI, L.; MAGNER, E.; Understanding enzyme immobilization. Chemical Society Reviews, v. 38, n. 2, p. 453-468, 2009. HEINEN, P. R.; PEREIRA, M. G.; RECHIA, C. G. V.; ALMEIDA, P. Z.; MONTEIRO, L. M. O.; PASIN, T. M.; MESSIAS, J. M.; CEREIA, M.; KADOWAKI, M. K.; JORGE, J. A.; POLIZELI, M. L. T. M. Immobilized endo-xylanase of Aspergillus tamarii Kita: an interesting biological tool for production of xylooligosaccharides at high temperatures. Process Biochemistry, p.145-152, 2017. HOARAU, M.; BADIEYAN, S.; MARSH, E. N. G. Immobilized enzymes: understanding enzyme surface interactions at the molecular level. Organic & Biomolecular Chemistry, v. 15, p. 9539−9551, 2017. HOELTZ, M. Estudo da influência de manejos pós-colheita na incidência de fungos e micotoxinas no arroz (Oryza sativa L.). 2005. 77 f. Dissertação (Mestrado em Microbiologia Agrícola e do Ambiente) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. HOKANSON, C.A.; CAPPUCCILLI, G.; ODINECA, T.; BOZIC, M.; BEHNKE, C.A.; MENDEZ, M.; COLEMAN, W. J.; CREA, R. Engineering highly thermostable xylanase variants using an enhanced combinatorial library method. Protein Engineering, Design and Selection, v. 24 p. 597–605, 2011 102 HOLKER U, H. M.; LENZ, J. Biotechnological advantages of laboratory-scale solid-state fermentation with fungi. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 64, p. 175-186, 2004. IBARRURI, J.; CEBRIÁN, M.; HERNÁNDEZ, I. Valorisation of fruit and vegetable discards by fungal submerged and solid-state fermentation for alternative feed ingredients production. Journal of Environmental Management, v. 281, 2021. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola 2021. Disponível em: Acesso em: 18 jul. 2022. ISHIDA, N.; OKUBO, A.; KAWAI, H.; YAMAZAKI, S.; TODA, S. Interaction of amino acids with transition metal ions in solution (I) solution structure of L-lysine with Co(II) and Cu(II) ions as studied by nuclear magnetic resonance spectroscopy. Agricultural and Biological Chemistry, v. 44, 263–270, 1980. ITÁLIA. Food and agriculture organization of the united nations (FAO). Maize in human nutrition. Disponível em: . Acesso em 18 de julho de 2022. ITO, K.; OGASAWARA, H.; SUGIMOTO, T.; ISHIKAWA, T. Purification and properties of acid stable xylanases from Aspergillus kawachii. Bioscience, Biotechnology and Biochemistry, v. 56, p. 547-550, 1992. JAGTAP, S. S.; RAO, C. V. Microbial conversion of xylose into useful bioproducts. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 102, p. 9015-9036, 2018. JEFFRIES, T. W. Biodegradation of lignin-carbohydrate complexes. Biodegradation, v. 1, p. 163-176, 1990. JEFFRIES, T. W. Engineering yeasts for xylose metabolism. Current Opinion in Biotechnology, v. 17, n. 3, p. 320–326, 2006. JEGANNATHAN, K. R.; ABANG, S.; PONCELET, D.; CHAN, E. S.; RAVINDRA, P. Production of biodiesel using immobilized lipase- a critical review. Critical Reviews Biotechnology, v. 28, n. 4, p. 253-64, 2008. http://www.fao.org/docrep/T0395E/T0395E00.htm https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Jegannathan%20KR%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=19051104 103 JIN, Y. S.; JONES, S.; SHI, N. Q.; JEFFRIES, T. W. Molecular cloning of XYL3 (D-xylulokinase) from Pichia stipitis and characterization of its physiological function. Applied and Environmental of Microbiology, v. 68, n. 3, p.1232– 1239, 2002. JOHNSEN, U.; DAMBECK, M.; ZAISS, H.; FUHRER, T.; SOPPA, J.; SAUER, U.; SCHONHEIT, P. D-xylose degradation pathway in the halophilic archaeon Haloferax volcanii. Journal of Biological Chemistry, v. 284, n. 40, p. 27290– 27303, 2009. JORDAN, D. B.; BOWMAN, M. J.; BRAKER, J. D.; DIEN, B. S.; HECTOR, R. E.; LEE, C. C.; MERTENS, J. A.; WAGSCHAL, K. Plant cell walls to ethanol. Biochemical Journal, v. 442, n. 2, p. 241–252, 2012. KANG, S. W.; PARK, Y. S.; LEE, J. S.; HONG, S. I.; KIM, S. W. Production of cellulases and hemicellulases by Aspergillus niger KK2 from lignocellulosic biomass. Bioresource Technology, v. 91, n. 2, p. 153-156, 2004. KAPOOR, M.; KUHAD, R. C. Immobilization of xylanase from Bacillus pumilus strain mk001 and its application in production of xylo-oligosaccharides. Applied Biochemistry and Biotechnology, v. 142, p. 125–138, 2007. KAUSHAL, J.; KHATRI, M.; SINGH, G.; ARYA, S. K. A multifaceted enzyma conspicuous in fruit juice clarificarion: An elaborate review on xylanase. International Journal of Biological Macromolecules, v. 193, p. 1350-1361, 2021. KIM, J.H.; HAN, K. C.; KOH, Y. H.; RYU, Y. W.; SEO, J. H. Optimization of fed- batch fermentation for xylitol production by Candida tropicalis. Journal of Industrial Microbiology & Biotechnology, v. 29, p. 16-19, 2002. KIMURA, I.; SASAHAR, H.; TAJIMA, S. Purification and characterization of two xylanases and an arabinofuranosidase from Aspergillus sojae. Journal of Fermentation and Bioengineering, v. 80, p. 334–339, 1995. KLICH, M. A. Identification of Common Aspergillus species. Amsterdam: Centraalbureaus voor Schimmeleatures, 2002. 116p. 104 KONZEN, E. A.; ALVARENGA, R. C. Fertilidade de solos. Embrapa Milho e Sorgo, versão eletrônica, 4 ed, 2008. KOTTER, P.; AMORE, R.; HOLLENBERG, C. P.; CIRIACY, M. Isolation and characterization of the Pichia stipitis xylitol dehydrogenase gene, XYL2, and construction of a xylose-utilizing Saccharomyes cerevisiae transformant. Current Genetics, v. 18, n. 6, p.493–500, 1990. KOZAKIEWICZ, Z. Aspergillus species on stored products. Mycological Papers, v. 161, p. 1-188, 1989. KRISANA, A.; RUTCHADAPORN, S.; JARUPAN, G.; LILY, E.; SUTIPA, T.; KANYAWIM, K. Endo-1,4-β-xylanase B from Aspergillus niger BCC14405 isolated in Thailand: Purification, characterization and gene isolation. Journal of Biochemistry and Molecular Biology, v. 38, n. 1, p. 17-23, 2005. KRONBAUER, E. A. W.; PERALTA, R. M. Produção de xilanase por Aspergillus casielus com diferentes fontes de carbono. Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos, v. 25, n. 2, p. 207-216, 2007. KUMAR, A.; GAUTAM, A.; DUTT, D. Biotechnological transformation of lignocellulosic biomass in to industrial products: an overview. Advances in Bioscience and Biotechnology, v. 7, n. 3, p. 149, 2016. LAGAERT, S.; POLLET, A.; COURTIN, C. M.; VOLCKAERT, G. β-Xylosidases and α-larabinofuranosidases: accessory enzymes for arabinoxylan degradation. Biotechnology advances, v. 32, n. 2, p. 316–332, 2014. LANE, S.; DONG, J.; JIN, Y-S. Value-added biotransformation of cellulosic sugars by engineered Saccharomyes cerevisiae. Bioresource Technology, v. 260, p. 380–394, 2018. LAROSA, C. SALERNO, M.; DE LIMA, J. S.; MERIJS MERI, R.; da SILVA M. F.; de CARVALHO L. B.; CONVERTI, A. Characterization of bare and tannase- loaded calcium alginate beads by microscopic, thermogravimetric, FTIR and XRD analyses. International Journal of Biological Macromolecules, v. 115, p. 900– 906, 2018. 105 LEE, H.The structure and function of yeast xylose (aldose) reductases. Yeast, v. 14, n. 11, p. 977–984, 1998. LEITE, P.; SOUSA, D.; FERNANDES, H.; FERREIRA, M.; COSTA, A. R.; FILIPE, D.; GONÇALVES, M.; PERES, H. BELO, I.; SALGADO, J. M. Recent advances in production of lignocellulolytic enzymes by solid-state fermentation of agro- industrial waste. Current Opinion in Green and Sustainable Chemistry, v. 27, 2021. LI, L.; TIAN, H.; CHENG, Y.; JIANG, Z.; YANG, S. Purification and characterization of a thermostable cellulase-free xylanase from the newly isolated Paecilomyces themophila. Enzyme and Microbial Technology, v. 38, n. 6, p. 780-787, 2006. LI, Z.; LI, X.; LIU, T.; CHEN, S.; LIU, H.; WANG, H.; SONG, Y.; LUO, X.; ZHAO, J.; ZHANG, T. The critical roles of exposed surface residues for the thermostability and halotolerance of a novel GH11 xylanase from the metagenomic library of a saline-alkaline soil. International Journal of Biological Macromolecules, v. 133, p.316–323, 2019. LIAO, H.; ZHENG, H.; LI, S.; WEI, Z.; MEI, X.; MA, H.; SHEN, Q.; XU, Y. Functional diversity and properties of multiple xylanases and from Penicillium oxalicum GZ-2. Scientific Reports, v. 5, 2015. LIMA, L. H. A. Estudos moleculares dos genes XYL1 e XYL2 de Candida tropicalis visando a produção de xilitol. 2006. 177 f. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas), Universidade de Brasília, Brasília, 2006. LIMA, T. S.; BARROS, J. D. S. Avaliação do gerenciamento de resíduos sólidos através do Sistema de Indicadores de Sustentabilidade Pressão-Estado- Impacto-Reposta (PEIR) no Município de Cachoeira dos Índios, Estado da Paraíba, Nordeste do Brasil. Revista Brasileira de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 6, n. 14, p. 749-765, 2019. LÓPEZ-LINARES, J. C.; ROMERO, I.; CARA, C.; CASTRO, E.; MUSSATO, S. I. Xylitol production by Debaryomyces hansenii and Candida guilliermondii from rapeseed straw hemicellulosic hydrolysate. Bioresource Tecnhology, v. 247, p. 736-743, 2018. 106 LU, F.; LU, M. LU, Z.; BIE, X.; ZHAO, H.; WANG, Y. Purification and characterization of xylanase from Aspergillus ficuum AF-98. Bioresource Technology, v. 99, n. 13, p. 5938-5941, 2008. LUBERTOZZI, D.; KEASLING, J. D. Developing Aspergillus as a host for heterologous expression. Biotechnology Advances, v. 27, n. 1, p. 53-75, 2009. MAESTRELLO, C. C.; GUIMARÃES, L. H. S. Potential of the Aspergillus labruscus ITAL 22.223 as a producer of cellulolytic enzymes and xylanase under solid-state fermentation. International Journal of Scientific Reports, v. 4, n. 6, p. 147-152, 2018. MAKELA, M.; HILDEN, K.; VRIES, R. Degradation and modification of plant biomass by fungi. Fungal Genomics, p. 175-208, 2014. MANZ, U.; VANNINEM, E.; VOIROL, F. Xylitol - Its propierts and use as a sugar substitute in foods. In: Food R. A. Symp. Sugar and Sugar Replacements. London, 1973. MARABEZI, K. Estudo sistemático das reações envolvidas na determinação dos teores de lignina e holocelulose em amostras de bagaço e palha de cana-de-açúcar. 2009. 158 f. Dissertação (Mestrado). Instituto de Química de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. MARTINS, S.; MUSSATTO, S. I.; MARTÍNEZ-AVILA, G.; MONTAÑEZ-SAENZ, J.; AGUILAR, C. N.; TEIXEIRA, J. A. Bioactive phenolic compounds: Production and extraction by solid-state fermentation. A review. Biotechnology Advances, v. 29, p. 365–373, 2011. MATILLA, P. T.; SVANBERG, M. J.; KNUUTTILA, M. L. E. Dietary xylitol protects against osseal changes in experimental osteoporosis. Nutritional Aspects of Osteoporosis, p. 157-162, 1998. MATSUMURA, S.; SAKIYAMA, K.; TOSHIMA, K. Preparation of octyl b-D- xylobiose by xylanase-catalyzed direct transglycosylation reaction of xylan and octanol. Biotechnology Letters, v. 21, p. 17-22, 1999. McILVAINE, T.C. A buffer solution for colorimetric comparasions. Journal of Biological Chemistry, v.49, p.185-186, 1921. 107 MELO-SILVEIRA, R. F.; FIDELIS, G. P.; COSTA, M. S. P. C.; TELLES, C. B. S.; DANTAS-SANTOS, N.; ELIAS, S. O.; RIBEIRO, V. B.; BARTH, A. L.; MACEDO, A. J.; LEITE, E. L. ROCHA, H. A. O. O. In vitro antioxidant, anticoagulant and antimicrobial activity and in inhibition of cancer cell proliferation by xylan extracted from corn cobs. Internacional Journal Molecular Sciences, v.13, p. 409-426, 2012. MENEZES, C. R.; DURRANTE, L. R. Xilooligossacarídeos: produção, aplicações e efeitos na saúde humana. Ciência Rural, v. 38, n. 2, p. 587-592, 2008. MILÉO, P. C. Aplicações da celulose de palha de cana-de-açúcar: obtenção de derivados partindo de celulose branqueada e de biocompósitos com poliuretana obtida a partir de óleo de mamona (Ricinuscommunis L.). 2011. 114 f. Dissertação (Mestrado). Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. MILLER G. L. Use of dinitrosalicylic acid reagent for determination of reducing sugar. Analytical Chemistry, v. 31, p. 426, 1959. MISHRA, A. et al. Industrial application of glutaraldehyde active immobilized xylanase for clarification of tomato juice. International Jounarl of Advanced Research in Biological Sciences, v. 4, n. 9, p. 71-82, 2017. MOREIRA, L. R. S.; FILHO, E. X. F. Insights into the mechanism of enzymatic hydrolysis of xylan. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 100, n. 12, p. 5205-5214, 2016. MORENO, J. O. S.; FERR