“ESTUDOS TAXONÔMICOS DOS GRILOS TROGLÓFILOS DO GÊNERO Strinatia CHOPARD, 1970 E UMA HIPÓTESE DE RELACIONAMENTO FILOGENÉTICO PARA SUAS ESPÉCIES (ORTHOPTERA, PHALANGOPSIDAE, LUZARINAE)”. Marcio Perez Bolfarini ORIENTADOR: Dr. Ricardo Cardoso Benine CO-ORIENTADOR: Dr. Francisco de Assis Ganeo de Mello Tese apresentada ao curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas - Área de Zoologia - Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista - UNESP, “Campus” de Botucatu, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em Ciências Biológicas. Botucatu – SP Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação Divisão Técnica de Biblioteca e Documentação - Campus De Botucatu - UNESP Bibliotecária responsável: Sulamita Selma Clemente Colnago – CRB 8/4716 Bolfarini, Marcio Perez. Estudos taxonômicos dos grilos troglófilos do gênero Strinatia Chopard, 1970 e uma hipótese de relacionamento filogenético para suas espécies (Orthoptera,Phalangopsidae, Luzarinae) / Marcio Perez Bolfarini. - Botucatu, 2011 Tese (doutorado) - Instituto de Biociências de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, 2011 Orientador: Ricardo Cardoso Benine Co-Orientador: Francisco de Assis Ganeo de Mello Capes: 20405006 1. Ortoptero - Classificação. Palavras-chave: Filogenia; Grylloidea; Orthoptera; Strinatia; Taxonomia Dedico esta a Abner Bolfarini... AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Francisco de Assis Ganeo de Mello, co-orientador, mas grande idealizador do presente trabalho. Obrigado pelo raro conteúdo teórico! Ao Dr. Ricardo Cardoso Benine, corajoso orientador, grande incentivador e motivador não só do presente trabalho. Obrigado pela receptividade! A CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pela bolsa de doutorado concedida, o que permitiu a realização dos estudos; Aos funcionários do Departamento de Zoologia: Juliana, Flávio, Pisani, Hamilton e Sílvio, assim como os do departamento de Pós–Graduação, Sergio, Luciene, Maria Helena, e Herivaldo, pela paciência e ajuda durante esses 4 anos como doutorando. Aos professores Marcos Gomes Nogueira, Adilson Fransozo e Lucia Negreiro Fransozo pela utilização de seus respectivos laboratórios e equipamentos. Aos meus pais e irmãs, cunhados e sobrinhas pelo simples fato de existirem, tive sorte, já que não os escolhi! Agradeço pela logística e segurança que vocês me proporcionaram. Agradeço ao Felipe Bolfarini pela paciência e compreensão: Um dia saberá disso. A Catarina G. D. Netto, responsável por tudo de bom que tem acontecido em minha vida, obrigado pelas mudanças. A todos os amigos que de alguma me ajudaram a sorrir e chorar nesses quatro anos que se passaram rápidos, principalmente aos amigos da "República da Kissassa", moradores e agregados desde 2005. E finalmente a todos bioespeleólogos (ver coletor dos tipos) que possibilitaram este estudo, levantando material tão raro e dificultoso. RESUMO Espécies de grilos que estão diretamente ligadas ao ambiente hipógeo possuem problemas especiais para conservação própria: a fragilidade intrínseca e aspectos distintos dessas comunidades, incluindo a alta taxa de endemismo, morfologia, ecologia e os diferentes comportamentos entre troglófilos. A presença de espécies novas de cavernícolas do gênero Strinatia possibilitou o estudo taxonômico e a elaboração de uma hipótese filogenética para esse grupo tão peculiar. O resultado foi a seguinte relação: ((cancelloae (gnaspini (ibitipoca (atibaiensis + valinhensis)))) (boraceana + caissara) (ribeiraopirensis) (brevipennis (ricardoi + elinae)), (apiaiensis (tamandarensis + campolargoensis)) (cerroazulensis (guapiarana (arataca (leo (adrianopolensis + atratus)))))). O presente trabalho traz a descrição de 22 espécies novas, a redescrição e transferência de Strinatia teresopolis para um gênero novo, assim como a chave de identificação. Palavras-chave: Orthoptera, Grylloidea, Taxonomia, Filogenia. SUMMARY Cricket species that are directly related to the hypogean environment have their own special problems for conservation: the intrinsic fragility and distinct aspects of these communities, including the high rate of endemism, morphology, ecology and the different behaviors between troglophyles. The presence of a new cave species of the genus Strinatia allowed the taxonomic study and the elaboration of a phylogenetic hypothesis for this unique group. The result was the following relationship: ((cancelloae (gnaspini (ibitipoca (atibaiensis + valinhensis)))) (boraceana + caissara) (ribeiraopirensis) (brevipennis (ricardoi + elinae)), (apiaiensis (tamandarensis + campolargoensis)) (cerroazulensis (guapiarana (arataca (leo (adrianopolensis + atratus)))))). The study shows the description of 22 new species, redescription and change of Strinatia teresopolis for a new genus and the identification key the genus. Keywords: Orthoptera, Grylloidea, Taxonomy, Phylogeny. ÍNDICE I - Introdução Geral I. 1. A Ordem Orthoptera .......................................................................................... 07 I. 2. Os grilos ............................................................................................................ 09 II – Objetivos II. 1.Objetivo Geral ................................................................................................... 11 II. 2.Objetivo Específico ........................................................................................... 11 III - Materiais e Métodos III. 1. O material de estudo ....................................................................................... 12 III. 2. A área geográfica ............................................................................................ 12 III. 3. Métodos de coletas ......................................................................................... 14 III. 4. Preservação do material ................................................................................. 14 IV - Capítulo I - Taxonomia do gênero Strinatia IV. 1. Sistemática de Grylloidea ............................................................................... 16 IV. 2. Morfologia Externa .......................................................................................... 17 IV. 3. Estruturas do Metanoto .................................................................................. 18 IV. 4. Complexo Fálico ............................................................................................. 21 IV. 5. Material e Métodos ......................................................................................... 29 IV. 6. Resultados ...................................................................................................... 31 IV. 7. Strinatia adrianopolensis Bolfarini & Mello, sp. n. ........................................... 33 IV. 8. Strinatia atratus Bolfarini & Mello, sp. n. ......................................................... 35 IV. 9. Strinatia tamandarensis, Bolfarini & Mello, sp. n. ........................................... 37 IV. 10. Strinatia apiaiensis, Bolfarini & Mello, sp. n. ................................................. 39 IV. 11. Strinatia atibaiensis, Bolfarini & Mello, sp. n. ................................................ 41 IV. 12. Stinatia boraceiensis, Bolfarini & Mello, sp. n. .............................................. 44 IV. 13. Strinatia cerroazulensis, Bolfarini & Mello, sp. n. .......................................... 46 IV. 14. Strinatia ricardoi, Bolfarini & Mello, sp. n. ..................................................... 48 IV. 15. Strinatia elinae, Bolfarini & Mello, sp. n. ....................................................... 50 IV. 16. Strinatia campolargoensis, Bolfarini & Mello, sp. n. ...................................... 52 IV. 17. Strinatia caissara, Bolfarini & Mello, sp. n. ................................................... 54 IV. 18. Strinatia guapiarensis, Bolfarini & Mello, sp. n. ............................................ 57 IV. 19. Strinatia yporangae, Bolfarini & Mello, sp. n. ................................................ 59 IV. 20. Strinatia eleonorae, Bolfarini & Mello, sp. n. ................................................. 61 IV. 21. Strinatia limaduartensis, Bolfarini & Mello, sp. n. .......................................... 63 IV. 22. Strinatia gnaspinii, Bolfarini & Mello, sp. n. ................................................... 65 IV. 23. Strinatia martinsi, Bolfarini & Mello, sp. n. .................................................... 67 IV. 24. Strinatia brevipennis, Chopard, 1970 ........................................................... 69 IV. 25. Strinatia valiniensis, Bolfarini & Mello, sp. n. ................................................ 71 IV. 26. Strinatia ribeiraopirensis, Bolfarini & Mello, sp. n. ........................................ 73 IV. 27. Chave de identificação para as espécies do gênero Strinatia ...................... 76 IV. 28. Redescrição de Strinatia teresopolis ............................................................ 80 Anexo I – Figuras ..................................................................................................... 86 Anexo I – Tabelas .................................................................................................... 147 Capítulo V - Dados comportamentais do gênero Strinatia V.1. Ambientes subterrâneos.................................................................................... 159 V.2. Grilos cavernícolas............................................................................................ 160 V.3. Comportamento reprodutivo.............................................................................. 167 Capítulo VI – Relação Filogenética do gênero Strinatia VI. 1. Introdução........................................................................................................ 172 VI. 2. Métodos........................................................................................................... 173 VI. 3. Resultados e Discussão.................................................................................. 180 Considerações Finais 221 Referências Bibliográficas 222 7 INTRODUÇÃO GERAL A Ordem Orthoptera Orthoptera é uma ordem com mais de 24.000 espécies descritas e milhares ainda aguardando a descrição científica. Ocorrem em todos os continentes, à exceção dos pólos e grandes altitudes, sendo mais abundantes nos trópicos onde formam um importante componente da fauna (EADES & OTTE, 2010; RENTZ, 2000). A este grupo pertencem os insetos popularmente conhecidos como grilos, gafanhotos, esperanças, paquinhas, taquarinhas, manés-magros, etc. São insetos geralmente de tamanho médio a grande, porém com várias formas diminutas e relativamente comuns. São mencionados na antiga cultura chinesa e européia, associados às lendas e crendices. O termo “gafanhoto” geralmente é sinônimo de praga e, segundo narrativa bíblica, gafanhotos foram uma das dez pragas que assolaram o Egito e possivelmente o fenômeno observado era uma agregação de Schistocerca gregaria (RENTZ, 2000; JIN & YEN, 1998). Ortópteros são conhecidos principalmente pela sua capacidade de “cantar”, ou seja, emitir sons através do atrito entre duas partes do corpo, a qual denomina-se estridulação. Esse som tem caráter sexual e geralmente é emitido pelo macho com a intenção de atrair uma fêmea coespecífica para o acasalamento, caracterizando um som de chamado. Grilos e esperanças estridulam atritando as asas anteriores, que possuem nervuras modificadas para a produção e propagação do som. Gafanhotos estridulam, principalmente, atritando as pernas posteriores com as asas. O som mais conhecido talvez seja 8 o som noturno produzido pelos grilos; esperanças e gafanhotos estridulam geralmente durante o dia. A estridulação também faz parte do repertório comportamental envolvido em diversos tipos de interações além da corte, cujo som de chamado é característico; outras estruturas e diversas estratégias de propagação do som também são utilizadas. Para mais detalhes verem, por exemplo, ALEXANDER 1957, 1962; BAILEY, 1991 e OTTE, 1992. A ordem Orthoptera diferencia-se das demais ordens de Insecta por apresentarem as pernas posteriores adaptadas ao salto (pernas III tipo saltatórias). Daí vem o antigo nome antigo da ordem, Saltatoria. Essa adaptação tornou as pernas posteriores alongadas, com maior desenvolvimento do fêmur em relação às demais pernas. Possuem aparelho bucal do tipo mastigador; quatro pares de asas (quando presentes), sendo as anteriores denominadas tégminas; pronoto bem desenvolvido e órgãos auditivos (tímpanos) localizados no abdômen (gafanhotos) ou nas tíbias anteriores (COSTA LIMA, 1938; RENTZ, 2000). São insetos hemimetábolos, ou seja, as formas imaturas com o mesmo tipo de vida dos adultos. Os ovos são depositados no solo, sobre arbustos, folhas ou galhos de onde saem pequenas ninfas que após uma série de sucessivas mudas atingem a fase adulta. São terrestres e podem ser fitófagos, carnívoros, detritívoros ou onívoros. Há espécies aquáticas, semi-aquáticas, arborícolas, cavernícolas, fitófilas, geófilas e mirmecófilas, além de serem bastante comuns em habitações (COSTA LIMA, 1938; RENTZ, 2000). Atualmente os ortópteros vivem um paradoxo: enquanto algumas poucas espécies com status de pragas são extensivamente estudadas, sua fauna em geral é pouco conhecida. Isto se torna evidente ao analisar a fauna da região 9 Neotropical, a região de maior diversidade e a que foi menos estudada; há cerca de 5.000 espécies tendo a América do sul como a localidade tipo (ROWELL, 1998; EADES & OTTE, 2008) Mais recentemente têm-se observado a crescente diminuição da população de algumas espécies em detrimento do aumento de outras. Essa situação tem levado os cientistas, sobretudo na América do Norte, Austrália e Europa, a realizarem o manejo de ortópteros sob duas perspectivas: a de escassez de indivíduos, com esforços na conservação e recuperação das populações e a de abundância destes, levando a investimentos na erradicação e controle populacional. Diversas espécies de Orthoptera são listadas como ameaçadas de extinção e, pelo menos quatro, tiveram sua extinção confirmada no último século (SAMWAYS & LOCKWOOD, 1998; HOEKSTRA, 1998). Orthoptera divide-se em duas subordens: Caelifera, formada pelos gafanhotos, manés-magros, etc. e inclui as superfamílias Acridoidea, Tetrigoidea e Tridactyloidea. Ensifera inclui os grilos, esperanças e paquinhas compreendidos dentre as superfamílias Grylloidea, Hagloidea, Rhaphidophoroidea, Stenopelmatoidea e Tettigonioidea (RENTZ, 2000.). Os grilos Conhecidos popularmente pela maioria das pessoas, os grilos domésticos ou grilos dos campos, geralmente espécimes do gênero Gryllus, são reconhecidos por seus sons característicos e por “atuarem” em contos e histórias infantis. Em sua definição sucinta, os grilos podem ser caracterizados por: 1- antenas longas, geralmente duas vezes o tamanho do corpo; 2- aparelho bucal mastigador (mandibulado); 3- pernas posteriores do tipo 10 saltatória; 4- presença de aparelho estridulador nas tégminas dos machos; 5- orgão auditivo nas tibias anteriores; sendo os dois últimos podendo ser ausente em alguns grupos. Grilos estão associados, sobretudo, às regiões mais quentes e úmidas da terra, também representados em áreas temperadas, porém, ausentes nas maiores latitudes e altitudes. As espécies ocupam todos os principais tipos de ambientes terrestres havendo, inclusive, formas subterrâneas e subaquáticas. Possuem espécies diurnas e noturnas e são classificados como onívoros na maioria dos casos. Geralmente classificado como qualquer indivíduo de uma única famila que os engobla (Gryllidae), esse grupo principalmente tropical possui uma enorme diversidade morfológica assim como ecológica. Presentes em ecossistemas florestais ocupam todos os estratos, do líter à copas das árvores, passando por troncos, pedras, herbáceas e arbustos, para isso possuindo tipos morfológicos específicos que os distingue na maioria das famílias e subfamílias. 11 OBJETIVOS Objetivo Geral Estabelecer as relações de parentesco das espécies de Strinatia através do método cladístico de reconstrução filogenética, utilizando caracteres da morfologia corporal do macho e da fêmea adultos. Objetivos Específicos Descrever novas espécies do gênero Strinatia do sudeste do Brasil; Redescrever as espécies já conhecidas, acrescentando novas informações que auxiliem no diagnóstico das mesmas; Elaborar uma chave de identificação para as espécies; Obter dados biológicos e comportamentais. 12 MATERIAL E MÉTODOS Material de Estudo O material do presente estudo teve procedência de coletas previamente realizadas por pesquisadores, principalmente bioespeleólogos na Universidade de São Paulo – USP, depositado na coleção entomológica do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da UNESP de Botucatu. Coletas adicionais foram realizadas para contemplar novas áreas, como na Serra do Mar e Serra da Mantiqueira. A área geográfica Localidades: O estudo As localidades das espécies estudadas distribuem-se pelas latitudes e longitudes: Ponto mais ao norte e leste o município de Lima Duarte- PR (lat=-21.8514938658, lon=-43.7650062519), o município de Campo Largo- PR (lat=-25.461027, lon=-49.52912), sendo o ponto mais ao sul e leste; contemplando 4 estados (PR, SP, RJ, MG) totalizando a maior parte da região sudeste e norte da região sul. Metodologia: Os mapas ilustrativos da distribuição da ocorrência das espécies de Strinatia foram construídos a partir de informações vetoriais, manipuladas partir de um Sistema de Informação Geográfica – SIG, software livre, denominado como TerraView, versão 3.3.1, adquirido na base de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, no ano de 2010. As projeções determinadas para construção do mosaico dos estados do PR, SP, RJ e MG foram: Datun SAD 69, ponteiro Zona 23 e coordenadas em Sistema Universal Transverso de Mercator – UTM. 13 Todos os pontos possuem suas divisões municipais por polígonos, que possibilitou a localização da amostragem coletada, salvo o Estado do RJ, onde o polígono representa sua região. ** Teresopolis é a localidade-tipo de S. teresopolis, transferido a um novo gênero. ** Localidades onde foram encontradas somente fêmeas e ninfas, sendo excluídas do estudo. Fig. 01 – Mapa das localidades da ditribuição do gênero Strinatia. 14 Métodos de coleta em meio epígeo As coletas foram realizadas de Janeiro a Março de 2007, 2008 e 2009. Consistiram na captura de espécimes à noite, com auxílio de um holofote a gás com iluminador frontal de 500 velas. Os indivíduos encontrados foram capturados manualmente com auxílio de um recipiente plástico com cerca de 12 cm de altura e 7 cm de diâmetro de boca. Cada espécime coligido foi, então, transferido para um saco plástico (ca. 50 cm de altura x 30 cm de largura) contendo alguns ramos com folhas verdes e várias folhas secas grandes, colhidos no local. Tal procedimento permite a manutenção de umidade relativa alta no interior do saco e fornece um substrato para os insetos se fixarem. Armadilhas de solo do tipo “pitfall” também foram utilizadas, contendo melaço de cana diluído em água na proporção de 1:5 e acrescido de Cloreto de Sódio até a obtenção de uma solução hipertônica; a função do sal é evitar a absorção de água e a deterioração dos indivíduos por ação de microorganismos. Cada armadilha consistia de uma garrafa de plástico de 510 mL (altura 21,5 cm X 5,5 cm de diâmetro), com o fundo removido, e enterrada com a tampa para baixo, contendo cerca de 50% de seu volume da referida solução. O emprego de melaço como isca para ensíferos de solo foi proposto por HUBBELL (1936). Preservação do material Todos os espécimes coligidos foram preservados em álcool 80% e individualizados em tubos de vidro contendo uma etiqueta com os dados de procedência. Genitálias removidas foram acondicionadas em pequenos tubos, também de vidro, e guardadas com o espécime no mesmo fixador. 15 Capítulo I Taxonomia do gênero Strinatia 16 Sistemática de Grylloidea A fauna de Grylloidea na Neotropica a exemplo da de outras áreas tropicais do mundo, continua muito pouco conhecida, acredita-se terem sido descritas apenas 10% dessa fauna. Os estudos sistemáticos sobre os Grylloidea (grilos verdadeiros) foram feitos em sua maioria por um pequeno numeros de autores na primeira medate do século XX: L. Chopard, H. Saussure, J. A. H. Rehn e M. Herbard e na segunda metade por: A. V. Gorokhov, D. Otte, T. J. Walter e L. Desutter. Essa última, fez um estudo comparado do complexo fálico de representantes das famílias que ocorrem na região Neotropical, estudou a homologia das peças e propôs um sistema terminológico extremamente útil para seus elementos. Posteriormente, essa autora, ao estudar outros ensíferos, reviu a identificação dos elementos fálicos e sugeriu a substituição dos nomes de certos elementos anteriormente propostos para Grylloidea, de modo que, atualmente, existe à disposição uma terminologia válida para toda a subordem Ensifera, embasada no conceito de homologia (DESUTTER-GRANDCOLAS, 2003). CHOPARD (1970) descreveu o gênero Strinatia com base em S. brevipennis, cujos espécimes foram coletados na caverna calcária denominada “Gruta das Areias”, em Iporanga, região do Vale do Ribeira, estado de São Paulo. MESA et. al. (1999), adicionaram S. teresopolis ao gênero, com base num pequeno lote de espécimes encontrado na Serra dos Órgãos nas cercanias de Teresópolis, Rio de Janeiro. BOLFARINI (2007) acrescentou duas novas espécies, S. gnaspinii e S. canceloae (in prep.), ambas provenientes da Serra da Mantiqueira paulista (distrito de São Francisco Xavier, São José dos Campos, São Paulo). 17 Morfologia Geral Externa Morfologicamente, os falangopsídeos são as espécies com pernas muito longas em relação ao corpo e a cabeça pequena e vertical portando os escapos bem desenvolvidos. Suas tíbias anteriores não portam mais dois esporões apicais e suas tíbias posteriores são serrilhadas e munidas de esporões apicais e dorsais. Ao nível dos tarsos, notamos que seus primeiros tarsômeros posteriores portam uma ou duas filas de espinhos dorsais e que seus tarsômeros medianos não são regredidos. A combinação desses caracteres da tíbia e dos tarsos, que separadamente encontra-se em outras famílias de Grylloidea, é típico do conjunto Phalangopsidae. Nas regiões neotropicais os falangopsídeos se distinguem de outros por um lado pelo número de esporões dorsais da tibia posterior, igual a 4 (raramente 5) internos e 4 externos (exceto Neoaclini e Strogulomorphini). Porém, as genitálias masculinas são o principal critério para reconhecer os Phalangopsidae. O gênero Strinatia assemelha-se muito com outros falangopsídeos como Endophallusia, Eidmanacris e Adenopygus gen. n. (in prep.), principalmente pelo corpo delgado de coloração marmorada, pelas tégminas curtas e arrendondadas na margem posterior e placa supranal com margem anterior reta. Entretanto outros caracteres abordados no estudo se distinguem em outros gêneros como as estruturas metanotais placa subgenital alongada. 18 Estruturas do Metanoto Comunicação química é muito comum em grilos, inclusive falangopsídeos, e muitas estruturas especializadas são providas, ou pelo menos se suspeita terem origem glandular. A estrutura glandular mais comum é a glandula metanotal dos machos, a qual é lambida pela fêmea durante ou após a corte (e.g., Loher and Dambach 1989), e pode ser ilustrado em muitos gêneros de falangopsídeos. A glândula metanotal raramente está presente quando as tégminas são muito reduzidas ou ausentes (exceto em Eidmanacris Chopard, 1956). O carater glandular das estruturas metanotais não são sempre óbvias. Amphiacusta e Nemoricantor Desutter-Grandcolas (1993a) possuem estruturas metanotais (Desutter-Grandcolas 1993a), porém, nem Alexander and Otte (1967) nem Boake (1984b) mencionaram a particular atração da fêmea por essas estruturas durante a côrte. Isso pode ser aplicado para Longuripes Desutter-Grandcolas (1993a), Prolonguripes Desutter-Grandcolas (1993a), com presença de estruturas similares (Desutter-Grandcolas 1993a). DESUTTER-GRANDCOLAS (1995) usou para sua chave de identificação de espécies, entre outros caracteres, a ausência ou presence de glandula metanotal. A presença dessas glândulas tem sido reportada por vários autores que observaram o comportamento de corte de certas espécies (LEROY, 1964; WALKER & GURNEY, 1967; ONO et al., 1995; MELLO & JACOMINI, 1995). WALKER & GURNEY (1967) discutiram o uso dessa glândula como um carater taxonômico para o gênero Oecanthus Audinet- Serville, 1831 (Gryllidae); eles propuseram uma chave de identificação baseada nessas estruturas para espécies que habitam os Estados Unidos da América. Essa glândula é também conhecida como glândula de Hancock e é 19 encontrada somente nos macho de certas famílias. LOPES-ANDRADE & SPERBER (2001) observaram essa glândula em espécimes preservados do gênero Vanzoniella Mello e Reis, 1994 sob microscópio eletrônico de varredura. Varias funções têm sido propostas para essas glândulas: desde a fêmea de algumas especies removerem o espermatóforo como forma de escapar do macho, a secreção dessa glândula é importante no sucesso reprodutivo na transferência do espermatóforo, entretendo a fêmea enquanto o esperma passa do espermatóforo para o receptáculo. Nesse contexto, durante a cópula, o macho expõe a glândula elevando suas tégminas e a fêmea sobe no macho alimentando-se da secreção. Outra função da glândula pode ser a manutenção da união na cópula evitando que outro espermatóforo possa ser passado a essa fêmea. Têm sido atribuídos a essa glândula a garantia da especificidade da cópula, desde a secreção podendo ser espécie específica e evitando respostas das fêmeas para cortejos heteroespecíficos de machos. (WALKER, 1963). PRADO & FONTANETTI (2005) definiram a morfologia externa da glândula de cinco espécies de Eidmanacris Chopard, 1956 pela presença de duas projeções medianas que apresentam abertura em seu ápice e um grupo de cerdas abaixo destas projeções. Apesar de haver um padrão geral semelhante, a configuração da glândula foi descrita como espécie-específica, podendo ser definida principalmente pela organização de cerdas e pela posição das projeções medianas. Poucos estudos têm caracterizado a função das estruturas metanotais, portanto o que podemos inferir são somente especulações dessas funções como a da produção de secreção pelas projeções da região mediana e o papel de retenção de secreção decorrentes 20 da região cerdosa. Para o gênero Strinatia as estruturas metanotais foram caracterizadas como nas figuras a seguir: Fig. 02. Estruturas metanotais em vista dorsal. Fig. 03. Estruturas metanotais em vista lateral. 21 Composta pela região anterior: terço anterior do metanoto distribui-se do mesonoto às projeções laterais, podendo apresentar uma projeção latitudinal denominada de Projeção anterior (P.ant.), também uma depressão mediana (d.med.) e duas laterais (d.lat.). O segundo terço, mediano, difunde-se das bases das projeções laterais (P.lat.) ao fim da região cerdosa (c.), essa, podendo possuir um par de projeções laterais e uma projeção mediana (P. med.). A região coberta por cerdas (c.) está presente em praticamente todas as espécies abordadas no estudo, porém, com diferentes áreas de cobertura e direcionamento. O terço posterior não possui estruturas diferenciadas, porém, pode ocorrer um contínuo da região cerdosa. Complexo Fálico As genitálias masculinas de Gryllidea têm seus estudos com várias abordagens dentro de um quadro muito geral dos ortopteróides (CHOPARD, 1920A; WALKER, 1922; SNODGRASS, 1937; GOROCHOV, 1980a para os Ensifera) ou dentro de um quadro muito restrito de uma só família/subfamília de Gryllidea (CHOPARD, 1961A E RANDELL, 1964, para os Gryllidae; VICKERY & JOHNSTONE, 1970 para os Nemobiinae). Até meados anos 80 poucos autores haviam largamente coberto os Gryllidea em uma análise comparativa das estruturas de sua genitália (CHOPARD, 1920A; ALEXANDER & OTTE, 1967; GOROCHOV 1980, 1984a, 1986a, b). Desutter (1990) fez um estudo comparado do complexo fálico de representantes das famílias da região neotropical, estudou a homologia das 22 peças e propôs um sistema terminológico extremamente útil para seus elementos para toda Ensifera. Uma breve apresentação dos estudos anteriores segundo Chopard (1920a), Walker (1922), Snodgrass(1937), Gorochov(1980, 1984a, 1986a, b) e Desutter (1990, 2003) será apresentado para facilitar a compreenção das estruturas do complexo fálico de Gryllidae, e sua evolução. Chopard, 1920a: Segundo Chopard, o complexo fálico dos Ensifera comporta 4 valvas membranosas, 2 dorsais e 2 ventrais, e uma peça dorsal ímpar, o epifalo. Essa estrutura nos gafanhotos é formada de 2 escleritos livres. Nos grilos, a peça dorsal ímpar desaparece; as valvas dorsais fundem-se no plano mediano, formando um pseudo-epifalo, a partir do qual formam elementos que Chopard (1961a) chamou de ectoparâmeros e o estilete. Walker, 1922: Por Walker, no plano de base dos ortopteróides, as genitálias masculinas comportam uma bolsa espermatófora, onde desemboca o canal ejaculatório e os parâmeros formados sobre a membrana da bolsa. Este conjunto é um combinado de um pseudoesternito mais ou menos prolongado lateralmente, pela dobra e um fino esclerito alongado ventralmente, ainda existe um par de valvas membranosas (valvas ventrais) eventualmente fundidas. Nos gafanhotos, o pseudoesternito é geralmente membranoso e às vezes fortemente reduzido. Nos grilos, o pseudoesternito é esclerotizado e bem desenvolvido. Os parâmeros compreendem uma parte externa, situada sob o pseudoesternito (=ectoparâmero), e uma parte interna forma a partir da parede 23 da bolsa espermatófora (=endoparâmero). Sobre a bolsa espermatófora desenvolve se igualmente dois “espinhos dorsais” (“espinhos dorso-medianos da bolsa espermatófora”) correspondentes ao estilete de Chopard (1961a). Snodgrass, 1937: O esquema de base para as genitálias masculinas dos Ensifera segundo Snodgrass comporta 6 lobos: 2 dorsais, que se fundem para formar o epifalo (epifalo e elementos associados (= ectoparâmeros e estilete) nos grilos); 2 laterais, que desaparecem nos grilos; 2 ventrais, pouco fundidos. Gorokhov, 1984a, 1986b: Segundo Gorokhov (1984a), as estruturas de base das genitálias masculinas de Ensifera, é uma dobra anelar ao redor do gonóporo, a partir do qual se forma todos os elementos estruturais: a dobra dorsal comporta 2 volumosos lobos laterais, entre os quais aparecem 1 ou 2 lobos mais estreitos; a dobra ventral se compõe de 1 a 3 lobos de desenvolvimento variável. Segundo Gorokhov (1984a), a evolução das genitálias dos Ensifera realiza sobre duas direções diferentes: 1) Formação de um esclerito tranversal na base da dobra dorsal. Este esclerito pode ter ganchos e tubérculos. Essa estrutura é encontrada entre Gryllotalpidae, certos Mogoplistinae, Malgasia Uvarov, 1940b e os Tettigonioidea. A estrutura da genitália dos Myrmecophilidae deriva de Malgasia, com eventualmente, uma simplificação secundária. 24 2) Formação de um verdadeiro epifalo por fusão dos lobos laterais da dobra dorsal. Esta estrutura irá aparecer independentemente em Raphidophoridae, em Mogoplistinae e nos Gryllidae. Após Gorokhov (1986b), os pontos principais que caracterizam as genitálias masculinas de Grylloidea por reportar o tipo base de Ensifera, são as esclerificações do epifalo e o desenvolvimento do que parece corresponder a nossa dobra ectofalica e que, por Gorokhov, foi formado de maneiras diferentes. O tipo primitivo das genitálias de Grylloidea seria comparável às de Nemobius Serville, 1839 e ele existiria dos fenômenos de evolução paralela entre as diversas subfamílias. Cada um desses autores reconheceu os principais elementos estruturais das genitálias de Gryllidea, a situação sistemática é muito grande de seus trabalhos e o número restrito de espécies de Grylloidea observadas, não permite estabelecer as estruturas básicas das genitálias, nem as homologias entre diferentes famílias. Estas lacunas são de natureza a explicar suas influências posteriores muito fracas sobre os estudos de Grylloidea. Podemos notar que a nomenclatura, a mais utilizada atualmente para as genitálias masculinas de Grylloidea recoloca os termos propostos por seus autores: epifalo, arco, ectoparâmeros, endoparâmeros, estilete, saco espermatóforo, valvas ventrais. Eles levantaram nomenclaturas puramente funcionais, valiosa para a maioria dos Grylloidea, para os quais, esses elementos correspondem à das estruturas homólogas, mas que se revela insuficiente desde que as convergências intervêm. 25 Desutter, 1990, 2003: O estudo feito pela pesquisadora, além de detalhado, especificou a evolução das estruturas fálicas em seus diversos grupos: Tab. 01. Definições dos elementos das genitálias masculinas de Grylloidea segundo Desutter 1990, 2003. ELEMENTOS DAS GENITÁLIAS DEFINIÇÕES I.E. Invaginação epifálica Invaginação dorsal entre os paraproctos e a camada epifálica. a. âncora Escleritos em gancho formados após a base da camada epifálica. E. Epifalo s.str. Esclerificação dorsal da camada epifálica. L.med. cristas medianas Evaginações apicais, esclerificadas ou membranosas, na camada epifálica. L.lat. cristas laterais Evaginações laterais no epifalo, entre a crista mediana e os parâmeros. L.E.V. Lobo epifálico ventral Prolongamento apical do epifalo. r. Rami bastões esclerificados prolongados lateralmente do epifalo. P.epi. Parâmero epifálico Evaginações laterais do epifalo, tendendo a migrar sob o epifalo, se dividindo. I.P.E. Invaginação pseudoepifálica Invaginações separadas nas camadas pseudoepifálicas. Ap.ect. apódema ectofálico Apódemas formados a partir da invaginação pseudoepifálica salientes aos parâmeros. A.ect. Arco ectofálico Esclerito formado sobre o fundo da invaginação pseudoepifálica e reunidos entre eles, 2 apódemas ectofálicos. (Grylloidea) D.ect. dobra ectofálica Lobo mediano dorsal na camada ectofálica, membranoso ou esclerificado diversificadamente. L.M.V. Lobo mediano ventral Lobo mediano ventral da camada ectofálica. V.D. Valva dorsal Lobos laterais dorsais da camada ectofálica. V.V. Valva ventral Lobos laterais ventrais da camada ectofálica. P. ect. Parâmeros ectofálicos Esclerificações, evaginação a cima ou sobre a face dorsal da dobra ectofálica. cav. Cavidade dorsal Cavidade formada por uma protuberância da membrana endofálica dorsal. Esc.end Esclerito endofálico Esclerificação da membrana endofálica dorsal. Ap. end. Apódema endofálico Invaginação junto ao esclerito endofálico. 26 Estrutura da base das genitálias A estrutura da base das genitálias de Gryllidea pode ser interpretada como um conjunto de 3 camadas concíntricas conjuntas (epi-, ecto- e endofálicas) e de 3 zonas de invaginações dorsais (invaginação epifálica, entre os paraproctos e o epifalo; invaginação pseudoepifálica, entre o epifalo e o ectofalo; e invaginação endofálica, que possui a esclerificação endofálica e seu apódema). Essa estrutura é mascarada nos Gryllidea por uma dissimetria muito mais pronunciada do complexo fálico, uma saliência no aumento da parte dorsal da camada epifálica. Assim, lateralmente e ventralmente, o epifalo não está mais representado por uma borda estreita onde se formam os ramis. A tabela e o esquema abaixo contêm as estruturas basicas da genitália de Gryllidea, adaptada de Desutter (1990), com correções feitas pela mesma autora em 2003. Posteriormente serão demonstrados a evolução da genitália e os caracteres fálicos da família Phalangopsidae propostos pela autora. O esquema de base permite definir os diferentes elementos constituintes do complexo fálico listados na tabela: Fig. 4. Esquema geral de genitália masculina de Ensifera (adaptado de Desutter, 1990). 27 A evolução da genitália de Phalangopsidae A evolução do complexo fálico se forma sobre três planos: - Complexificação da esclerificação do epifalo; - Desenvolvimento desigual da formação do ectofalo; - Diferenciação do endofalo; Evolução do epifalo: De uma maneira geral, a esclerificação epifálica ocorre essencialmente dorsal. Nós observamos, entretanto, uma diferenciação cada vez mais afastada das estruturas apicais: a dificuldade em definir os Mogoplistidae, nessa tendência de afirmar-se em Grylloidea, no qual as subfamilias e/ou as tribos aparecem caracterizadas, entre outras, por essas variantes das estruturas do epifalo. Os falangopsídeos (principalmente os Luzarinae) mostram, entre os Grylloidea, o epifalo muito modificado, com desenvolvimento das partes laterais do esclerito epifálico que terminam por formar verdadeiros “braços” (nos Luzarinae, formam os parâmeros epifálicos) e regressão das cristas medianas (às vezes presentes sob a forma de dois pequenos lobos membranosos retorcidos ventralmente sob o esclerito epifálico, ou sobre a borda interna dos “braços” epifalicos). Evolução do ectofalo: O ectofalo é composto de dois subconjuntos simétricos, um dorsal, e outro ventral, compreendendo cada um, duas valvas laterais e um lobo mediano. Podemos distinguir assim: a dobra ectofálica (lobo mediano dorsal), as valvas dorsais, as valvas ventrais e o lobo mediano ventral. Esse último é 28 sempre muito reduzido e desapareceu nos Grylloidea. A dobra ectofálica é flanqueada por dois lobos laterais suplementários, menbranosos ou esclerificados, como nos falangopsídeos. Pode igualmente tornar-se muito longo e afilado, formando um “estilete”, segundo a denominação empregada. Na maioria dos Grylloidea, as valvas dorsais regrediram ou permaneceram num estado de lobos membranosos mais ou menos individualizados da membrana. No entanto, em certos Phalangopsidae, são conservadas sob a forma de paletas sob o epifalo ou estruturas variavelmente esclerificadas e às vezes hipertélicas. As valvas ventrais são situadas a parte, juntamente com o gonóporo, estão sempre presentes e bem desenvolvidas em Grylloidea. Elas constituem moldes onde se formam as ampolas do espermatóforo. Evolução do endofalo: A diferenciação do endofalo é característica nos Grylloidea. Dois pontos a se considerar sobre a evolução do endofalo: - A formação de um esclerito e de um apódema sobre a membrana endofálica dorsal. - O desenvolvimento de uma cavidade dorsal. O esclerito e apódema endofálico oferecem carateres importantes para a delimitação dos táxons. Em Phalangopsidae, o esclerito endofálico se estende largamente entre o gonóporo e o ápice da dobra ectofálica. O apódema endofálico comporta, o seu máximo de complexidade, uma crista médio-dorsal longitudinal e uma lamela basal, típica desse conjunto. Qualquer cavidade dorsal observada nessa família são estruturas hipertélicas, formadas atrás do 29 esclerito endofálico. Em Luzarinae, subfamília caracterizada pelas modificações no seu epifalo e por sua morfologia externa, a crista médio-dorsal tende a se desenvolver consideravelmente, uma ponte entre o esclerito endofálico e o ápice da dobra ectofálica. A lamela basal, variável, se subdivide eventualmente no plano mediano. Resumidamente podemos definir o complexo fálico de Luzarinae mostrando duas tendências principais: A primeira é a regressão das cristas medianas e do alongamento concomitante das partes laterias do epifalo, formando “braços”, no ápice dos quais se encontram os parâmeros epifálicos; a segunda é o desenvolvimento do apódema endofálico: lamela basal (mas não comparável às encontradas em Neoaclini e Strogulomorphini) e crista médio- dorsal, que se estende então ao ápice da dobra ectofálica e pode tornar hipertélico. Material e Métodos: Tipos de caracteres estudados Os caracteres morfológicos qualitativos foram analisados sob estereomicroscópio SteREO Discovery V.20 Zeiss® e desenhados com o auxílio de câmara clara. Os desenhos foram posteriormente repassados para papel vegetal, a lápis, digitalizados em resolução de 300 dpi e processados no programa Adobe Photoshop® versão CS3®. Os caracteres quantitativos foram tratados da seguinte forma: 30 Morfométricos - as mensurações foram realizadas sob estereomicroscópio guarnecido de ocular graduada e posteriormente convertidos a milímetros. São eles (na seqüência em que aparecem na Tabela I, que os quantifica): CC - maior comprimento do corpo; LC- maior largura da cabeça; DIO- menor distância intra-ocular; CP- comprimento do pronoto ao longo da linha mediano-dorsal; LP- maior largura do pronoto, ao nível da margem inferior dos lobos laterais, mensurada do dorso; CFA- comprimento do fêmur anterior; CTA- comprimento da tíbia anterior; CFM- comprimento do fêmur mediano; CTM- comprimento da tíbia mediana; CFP- maior comprimento do fêmur posterior, mensurado pela face externa; CTP- comprimento da tíbia posterior; CO- comprimento do ovipositor, mensurado lateralmente, da extremidade da placa subgenital ao ápice da estrutura. Merísticos - contagens de estruturas não muito pequenas, como espinhos e esporões, foram realizadas sob estereomicroscópio. Estudos das estruturas metanotais Para o gênero Strinatia as estruturas metanotais foram caracterizadas como sendo composta pela região anterior: terço anterior do metanoto distribui- se do mesonoto às projeções laterais, podendo apresentar uma projeção latitudinal denominada de Projeção anterior (P.ant.), também uma depressão mediana (d.med.) e duas laterais (d.lat.). O segundo terço, mediano, difunde-se das bases das projeções laterais (P.lat.) ao fim da região cerdosa (c.), essa, podendo possuir um par de projeções laterais e uma projeção mediana (P. 31 med.). A região coberta por cerdas (c.) está presente em praticamente todas as espécies abordadas no estudo, porém, com diferentes áreas de cobertura e direcionamento. O terço posterior não possui estruturas diferenciadas. Estudo do Complexo Fálico As genitálias masculinas, após dissecção, foram tratadas com solução de KOH a 10% em estufa mantida a 40º C por cerca de 24 horas para a remoção da musculatura. Posteriormente, elas foram lavadas em álcool 80% e acondicionadas em pequenos tubos de vidro tampados com algodão. Todo o material assim preparado foi guardado junto com o espécime do qual foi removido. Terminologia empregada para as estruturas do complexo fálico Adotou-se a proposta de DESUTTER (1990), com correções apontadas pela autora em trabalho posterior (DESUTTER-GRANDCOLAS, 2003). Embora outras propostas terminológicas para os elementos da genitália masculina de Grylloidea tenham sido apresentadas no passado, a escolhida é, sem dúvida, a mais adequada, uma vez que se baseia em criterioso estudo de homologia, sendo aplicável para toda a subordem Ensifera. Elaboração das fotos e figuras As fotos foram obtidas através do estereomicroscópio SteREO Discovery V.20 Zeiss® sob sistema de captura multifocal e achatamento. As figuras foram elaboradas sob microscópio estereoscópico com câmara clara (Axioskop 2 Zeiss) que, após o término dos desenhos em papel sulfite A4, os mesmos 32 foram repassados para o papel vegetal. As figuras foram digitalizadas em scanner no modo “escala de cinzas” com resolução de 300 dpi e trabalhado no programa Adobe Photoshop® versão CS3® mesmo ambiente em que as pranchas de fotos foram montadas. Repositórios As seguintes instituições serão os repositórios de material-tipo: 1- Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo [MZSP]; 2- Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências- UNESP - Botucatu [IBTU]; 3- Academy of Natural Sciences of Philadelphia [ANSP]; 4- Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris [MNHN]. Resultados: FAMÍLIA PHALANGOPSIDAE Chopard, 1949. Gênero tipo: Phalangopsis Audinet-Serville, 1831. SUBFAMÍLIA PHALANGOPSINAE Blanchard, 1845. Gênero tipo: Phalangopsis Audinet-Serville, 1831. GÊNERO Strinatia Chopard, 1970. Espécies tipo: Strinatia brevipennis, Chopard, 1970. 33 Strinatia adrianopolensis, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo I,Tabela I; Figs. 01-03). Holótipo macho: Brasil, Paraná, Adrianópolis, Gruta do Calixto, 07.iii.1991, Moracchioli leg. Etimologia: toponímico, referente à cidade paranaense Adrianópolis. Descrição: coloração geral marmoreada de vários tons de marrom sob fundo alaranjado; cabeça alaranjada com esfumaçamentos marrom médio (Fig.01B), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente arredondada (Fig.01C); olho preto, ovalado, levemente achatado na margem anterior, proeminente, sem área despigmentada (fig.1D); escapo antenal é mais largo que o espaço inter-antenal, alaranjado com exceção do lado interno; flagelo pardo com ânulos despigmentados isolados; fronte marrom médio; 3 ocelos presentes formando um triângulo equilátero invertido em vista frontal, o mediano, maior; genas bege-pálido com com duas faixas esfumaçadas de marrom; clípeo proeminente, marrom com porção inferior cinza azulado; labro lamarelo pálido com laterais marrom médio (fig.01B); madíbulas com faixa preta estreita nas margem interna e externa (fig.01C); palpos maxilares levemente truncados, marrom médio; 5º artículo o maior, retilíneo, levemente achatado na extremidade apical (fig.01E). Disco do pronoto marrom com margens anterior e posterior reta (fig.01A); lobos laterais com margens ântero-inferior arredondada e postero-inferior sub-arredondada, marrom escuro (fig.01C); asas parcialmente sobrepostas, margem posterior arredondadas, comprimento não atingindo a margem posterior do metanoto; (fig.01F). Mesonoto com margem convexa (razão Pronoto/mesonoto: 0,62) (fig.01G). Glândula metanotal: projeção anterior sentido perpendicular a projeção mediana, entruncado onde possui a extremidade delgada, presença de uma carena mediana em forma de 34 “v” aberto (fig.01G); projeções laterais retilíneas apontando a 15° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, com base truncada afilando uniformemente para a porção apical; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice com dilatação seguida de ponta arredondada, em vista lateral reta; cerdas densas e longas dispostas circurlarmente no sentido das projeções laterais (fig.01H). Pernas I e II, bandadas de marrom médio sob fundo amarelado; tíbias I e II com 2 esporões apicais; tíbia III bandada de marrom sob fundo laranja, guarnecida de esporões da seguinte maneira: 4 esporões dorsais em ambas as faces; esporões apicais: sendo o superior, o mais longo na face interna e o superior e o mediano sub-iguais na face externa; fêmur posterior o mais longo. Placa supra-anal marrom com margem posterior convexa, região mediana não acinturada (Fig.01K); placa subgenital marrom, com margem anterior, côncava e posterior com concavidade oblíqua, presença de um sulco longitudinal mediano no terço apical (fig.01L). Complexo fálico: Complexo fálico com um par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos curtos pouco curvados com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico irregular (Fig. 03D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; dobra ectofálica longa projetando- se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica côncava; esclerito endofálico pequeno e delgado; arco ectofálico 35 pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos, pouco retorcido. Figuras 02 e 03 A,B,C e D. Material examinado: Holótipo macho. Repositório: Holótipo macho [MZSP]; Strinatia atratus, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 04-06). Holótipo macho: Brasil, PR, Adrianópolis, Gruta Mina da Paquera, 13.iii.1991, R. Pinto-da-Rocha leg. Etimologia: epíteto específico alusivo à coloração enegrecida do povo que vivia a beira do Mar Adriático, chamados de Adrianus (L.) palavra que deu origem ao nome da cidade da espécie-tipo, Adrianópolis. Descrição: coloração geral amarelo pálido com o primeiro tergito mais claro, últimos tergitos com pubescência; cabeça alaranjada clara (Fig.04A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente achatada (Fig.04C); olho preto, levemente afunilado sentido margem inferior, pouco proeminente, omatídeos marginais despigmentados (fig.04D); fronte amarelo pálido esfumaçado de marrom médio; 3 ocelos uniformes bem desenvolvidos, formando um triângulo isósceles invertido em vista frontal, genas brancas; clípeo proeminente, de coloração esbranquiçada; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig.04C); palpos maxilares amarelo pálido levementes truncados, 5º artículo o maior, retilíneo, com terço apical truncado e ápice branco, arredondado (fig.04E). Disco do pronoto amarelo com margens anterior e posterior reta, marrom claro (fig.04A); lobos laterais marrom claro com margens ínfero- anterior sub-arredondada, mais longa que a margem ínfero-posterior, esta 36 arredondada (fig.04C); asas parcialmente sobrepostas, arredondadas na margem posterior, comprimento ultrapassando a margem posterior do metanoto (fig.04F). Mesonoto com margem côncava oblíquoa (razão mesonoto/pronoto=0,65). Glândula metanotal: projeção anterior sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em forma de “U” aberto (fig.04J); projeções laterais retilíneas apontando a 25° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal dilatada, metade apical afilada com ápice arredondado; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, truncada na base afilando uniformemente sentido ápice, esse, ligeiramente pontiagudo, em vista lateral levemente dilatada; presença de cerdas curtas na metade anterior dispostas no sentido das projeções, metade posterior composta de poucas cerdas longas dispostas perpendicular ao eixo do corpo (fig.01H). Pernas I e II, amarelo claro; tíbias I e II com 2 esporões apicais; tíbia III amarelada, guarnecida de esporões da seguinte maneira: 4 esporões dorsais em ambas as faces; esporões apicais: sendo o superior, o mais longo na face interna e o superior e o mediano sub-iguais na face externa; fêmur posterior o mais longo. Placa supranal branca pontilhada de marrom claro com duas máculas arredondadas no terço proximal, terço distal esbranquiçado, margem posterior sub-reta, região mediana levemente acinturada (Fig.04L); placa subgenital marrom com margem anterior côncava e posterior convexa, com presença de uma carena mediana que resulta no sulco longitudinal mediano no terço apical (fig.04K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; 37 espinhos epifálicos curtos pouco curvados com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico irregular (Fig. 06D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, muito esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 muito próximos tocando um ao outro; dobra ectofálica longa projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica côncava; esclerito endofálico pequeno e delgado; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos, pouco retorcido. Figuras 05 e 06 A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 1 parátipos macho, 1 parátipos fêmea; mesmos dados de procedência do holótipo. Repositório: Holótipo macho, parátipo macho, parátipo fêmea [MZSP]; Strinatia tamandarensis, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 07-09). Holótipo macho: Brasil, PR, Almirante Tamandaré, Gruta Terra Boa, 17.i.1988, R. Pinto-da-Rocha leg. Etimologia: o epíteto específico toponímico, alusivo ao município paranaense Almirante Tamandaré. Descrição: coloração geral amarelo pálido com o metanoto e o primeiro tergito mais escuros, últimos tergitos com lateral marrom médio; cabeça alaranjada, (Fig.07A), em vista lateral, região do dorso da cabeça levemente achatada (Fig.07C); olho pouco proeminente, preto com omatídeos marginais 38 despigmentados, margem anterior arredondada (fig.07D); fronte laranja claro com esfumaçamentos marrom médio; 3 ocelos presentes formando um triângulo eqüilátero invertido em vista frontal, o mediano, o maior; genas amarelo claro com uma faixa esfumaçada marrom; clípeo amarelo pálido com porção inferior esbranquiçada; labro amarelo pálido com laterais marrom claro; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig.07C); palpos maxilares amarelo pálido levementes truncados, 5º artículo o maior, curvado, com terço apical truncado e ápice branco, arredondado (fig.07E). Disco do pronoto laranja com margens anterior reta e posterior levemente côncava (fig. 07A); lobos laterais marrom com margens ínfero-anterior arredondada, margem ínfero-posterior sub-arredondada (fig.07C); asas parcialmente sobrepostas com margem posterior arredondadas não atingindo a margem posterior do metanoto; (fig. 07F). Mesonoto com margem sub-reta (razão mesonoto/pronoto=0,49) (fig.07G). Glândula metanotal: projeção anterior sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em forma de “U” aberto (fig.07G); projeções laterais retilíneas curtas, apontando a 30° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, dilatadas com ápice arredondado; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice com dilatação seguida de ponta arredondada; cerdas densas e longas dispostas no sentido das projeções laterais (fig.07G,H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas; placa supra-anal marrom clara com uma faixa branca longitudinal no terço mediano, terço distal marrom escuro, com região mediana levemente côncava, margem posterior convexa, região mediana sem acinturamento (Fig.07L); placa subgenital marrom com margem anterior côncava e posterior convexa, com 39 presença de um sulco longitudinal mediano no terço apical (fig.07K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos curtos pouco curvados com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico com presença de espinhos (Fig. 09D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, muito esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 muito próximos mas não atingindo um ao outro; dobra ectofálica curta projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica reta; esclerito endofálico pequeno e robusto; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos, pouco retorcido. Figuras 08 e 09A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 1 parátipos fêmea; mesmos dados de procedência do holótipo. Repositório: Holótipo macho, parátipo fêmea [MZSP]; Strinatia apiaiensis, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 10-12). Holótipo macho: Brasil, SP, Apiaí, 15-30.vii.1994, E. Trajano leg. Etimologia: o epíteto específico toponímico, alusivo ao município paulista Apiaí. Descrição: coloração geral amarelo marmoreado de marrom claro; cabeça amarela com esfumaçamentos marrom claro no occipício (Fig.10A), em vista 40 lateral, região do dorso da cabeça levemente arredondada (Fig.10C); olho pouco proeminente, preto sem omatídeos despigmentados, margem anterior levemente achatada (fig.10D); fronte marrom médio com esfumaçamentos marrom escuro; 3 ocelos uniformes presentes formando um triângulo eqüilátero invertido em vista frontal; genas amarelo claro com uma faixa esfumaçada marrom; clípeo branco com porção inferior tendendo ao azul; labro amarelo pálido com laterais marrom claro; madíbulas com faixa marrom estreita na margem interna e externa (fig.10C); palpos maxilares amarelo pálido levementes truncados, 5º artículo o maior, curvado, com terço apical truncado e ápice branco, achatado (fig.10E). Disco do pronoto amarelo com margens anterior reta e posterior levemente côncava (fig.10A); lobos laterais marrom escuro com margens arredondadas (fig.10C); asas parcialmente sobrepostas com margem posterior arredondadas não atingindo a margem posterior do metanoto (fig.10F). Mesonoto com margem sub-reta (razão mesonoto/pronoto=0,70) (fig.10G). Glândula metanotal: projeção anterior sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em forma de “V” aberto (fig.10G); projeções laterais retilíneas curtas, apontando a 25° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, truncadas, levemente afiladas sentido ápice, esse, arredondado; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice bastoniforme arredondado, projeção mediana em vista lateral reta; cerdas densas e longas dispostas no sentido das projeções laterais (fig.10G,H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supra-anal marrom médio com margem posterior convexa, região mediana sem acinturamento (Fig.10L); placa subgenital marrom com laterais marrom escuro, margem 41 anterior reta e posterior convexa, com concavidade oblíquoa mediana, presença de um sulco longitudinal mediano no terço apical (fig.10K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos curtos e curvados com abas arredondadas; borda externa acima das abas do espinho epifálico com presença de espinhos (Fig 12D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, muito esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 muito próximos mas não atingindo um ao outro; dobra ectofálica curta projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica reta; esclerito endofálico longo e delgado; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos, pouco retorcido. Figuras 11 e 12A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 4 parátipos fêmea; mesmos dados de procedência do holótipo. Repositório: Holótipo macho, 4 parátipo fêmea [MZSP]; Strinatia atibaiensis, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo, Tabela I; Figs. 13-15). Holótipo macho: Brasil, SP, Atibaia, Parque Municipal do Tapetininga, 01- 04.xi.1997, P. Garcia leg. Etimologia: o epíteto específic o toponímico, alusivo ao município paulista Atibaia. Descrição: coloração geral marmoreado de marrom médio com o metanoto e o primeiro tergito mais escuros; cabeça marrom médio com esfumaçamentos 42 marrom escuro no occipício (Fig.13A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente achatada (Fig.13C); olho preto pouco proeminente com margem anterior reta, conjunto de omatídeos despigmentados próximos as margens ântero-interno e ântero-externo (fig.13D); fronte marrom esfumaçado de marrom escuro; ocelo mediano bem desenvolvido, ocelos laterais vestígiais ou ausentes; genas amarelo pálido com uma faixa esfumaçada em marrom médio; clípeo proeminente de coloração esbranquiçada com porção inferior mais clara; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig.13C); palpos maxilares amarelo claro levementes delgados, 5º artículo o maior, retilíneo, com truncamento apical e ápice branco, achatado (fig.13E). Disco do pronoto marrom com margens anterior levemente côncava e posterior reta (fig.13A); lobos laterais marrom escuro com margens sub-arredondadas, a ântero-inferior mais longa que a margem postero-inferior (fig.13C); asas paralelas sem sobreposição, arredondadas na margem posterior, comprimento atingindo a margem posterior do metanoto (fig.13G). Mesonoto com margem convexa com uma concavidade oblíquoa mediana (razão mesonoto/pronoto=0,65). Glândula metanotal: projeção anterior sentido diagonal-posterior a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em formato circular (fig.13H); projeções laterais curvadas apontando a 15° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal dilatada, metade apical afilada com ápice arredondado; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, afilada da base ao ápice arredondado, em vista lateral levemente dilatada; presença de cerdas curtas na metade anterior disposta no sentido das projeções, (fig.13F). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa 43 supranal marrom escuro com margem posterior sub-reta, região mediana levemente acinturada (Fig.13K); placa subgenital marrom clara com terço apical e laterais marrom escura, com margem anterior côncava e posterior reta, com presença de uma carena mediana que resulta no sulco longitudinal mediano no terço apical (fig.13L). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa pilosa; espinhos epifálicos longos e retos, com abas retas situadas acima do nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico lisa (Fig 15D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, muito esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 pouco distantes um ao outro; dobra ectofálica longa projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica sub-reta; esclerito endofálico longo e delgado; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos e retorcido. Figuras 14 e 15A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 1 parátipo macho, 2 parátipos fêmea; mesmos dados de procedência do holótipo. Repositório: Holótipo macho, 1 parátipos machos, 2 parátipos fêmeas [MZSP]; Strinatia boraceiensis, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 16-18). 44 Holótipo macho: Brasil, SP, Salesópolis, Estação Ecológica de Boracéia, 01- 07.iv.2009, M. Bolfarini leg. Etimologia: o epíteto específico toponímico, alusivo ao município paulista Boracéia. Descrição: coloração geral marrom claro marmoreado de marrom médio; cabeça marrom claro com esfumaçamentos marrom médio no occipício (Fig.16A), em vista lateral, região do dorso da cabeça levemente arredondada (Fig.16C); olho proeminente, preto com omatídeos marginais despigmentados, margem anterior levemente arredondada (fig.16D); fronte marrom médio com esfumaçamentos marrom escuro; 3 ocelos presentes formando um triângulo eqüilátero invertido em vista frontal, o mediano maior; genas amarelo claro com uma faixa esfumaçada marrom claro; clípeo marrom claro com porção inferior tendendo ao branco; labro amarelo pálido com laterais marrom claro, porção inferior mais escura; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna (fig.16C); palpos maxilares amarelo pálido levementes truncados, 5º artículo o maior, curvado, com terço apical truncado e ápice branco, arredondado (fig.16E). Disco do pronoto marrom médio com margens anterior reta e posterior levemente côncava (fig.16A); lobos laterais marrom escuro com margens ântero-inferior sub-arredondada mais longa que a margem postero- inferior arredondada (fig.16C); asas parcialmente sobrepostas asas com apenas uma nervura principal separando o campo lateral do dorsal esse reticulado de nervuras secundárias, margem posterior arredondadas ultrapassando a margem posterior do metanoto (fig.16F). Mesonoto com margem côncava (razão mesonoto/pronoto=0,63) (fig.16H). Glândula 45 metanotal: projeção anterior curta, sentido diagonal-posterior a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em formato pentagonal (fig.16H); projeções laterais retilíneas apontando a 30° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal dilatada, metade apical afilada com ápice arredondado; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, truncada na base afilando uniformemente sentido ápice, esse, ligeiramente pontiagudo, projeção mediana em vista lateral dilatada; poucas cerdas longas dispostas no sentido das projeções laterais (fig.16G,H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supra-anal marrom médio com margem posterior convexa, região mediana sem acinturamento (Fig.16L); placa subgenital marrom com laterais e terço apical marrom escuro, margem anterior reta e posterior convexa, presença de um sulco longitudinal mediano na metade apical (fig.16K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos curtos e curvados, com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico lisa (Fig 18D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, muito esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 distantes um ao outro; dobra ectofálica curta projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica reta; esclerito endofálico longo e delgado; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra 46 ectofálica; apódemas ectofálicos longos e pouco retorcidos. Figuras 17 e 18A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 8 parátipo macho, 20 parátipos fêmea; mesmos dados de procedência do holótipo. Repositório: Holótipo macho, 8 parátipos machos, 20 parátipos fêmeas [MZSP]; Strinatia cerroazulensis, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 19-21). Holótipo macho: Brasil, PR, Cerro Azul, Gruta do Bonsucesso, 3.iv.1991, R. Pinto-da-Rocha leg. Etimologia: o epíteto específico toponímico, alusivo ao município paranaense Cerro Azul. Descrição: coloração geral amarela marmoreado de marrom médio; cabeça marrom claro com esfumaçamentos marrom médio no occipício (Fig.19A), em vista lateral, região do dorso da cabeça levemente arredondada (Fig.19C); olho muito proeminente, preto com omatídeos marginais despigmentados, margem anterior arredondada (fig.19D); fronte marrom escuro; 3 ocelos uniformes presentes formando um triângulo eqüilátero invertido em vista frontal; genas amarelo claro com uma faixa esfumaçada marrom claro; clípeo marrom claro com porção inferior tendendo ao branco; labro amarelo pálido com laterais marrom claro, porção inferior mais escura; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig.19C); palpos maxilares marrom pálido levementes delgados, 5º artículo o maior, curvado, com terço apical truncado e ápice branco, arredondado (fig.19E). Disco do pronoto marrom médio marmoreado de marrom escuro, com margem anterior reta e posterior levemente côncava (fig.19A); lobos laterais marrom escuro com margens 47 ântero-inferior sub-arredondada e margem postero-inferior arredondada (fig.19C); asas parcialmente sobrepostas asas com apenas uma nervura principal separando o campo lateral do dorsal esse reticulado de nervuras secundárias, margem posterior arredondadas não atingindo a margem posterior do metanoto (fig.19G). Mesonoto com margem reta (razão mesonoto/pronoto=0,63) (fig.19H). Glândula metanotal: projeção anterior, sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em formato de “U” aberto (fig.19H); projeções laterais retilíneas apontando a 35° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal truncada, metade apical arredondado; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice com dilatação seguida de ponta arredondada, em vista lateral, reta; poucas cerdas longas dispostas no sentido das projeções laterais (fig.19G,H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supra-anal marrom médio com margem posterior convexa, região mediana com leve acinturamento (Fig.19L); placa subgenital marrom com laterais e terço apical marrom escuro, margem anterior reta e posterior convexa, com pequena concavidade oblíqua mediana e presença de um sulco longitudinal mediano na metade apical (fig.19K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos curtos e retos, com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico com irregularidades (Fig 21D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, pouco esclerotizados distalmente; 48 ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 próximos mas não atingindo um ao outro; dobra ectofálica curta projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica côncava; esclerito endofálico curto e delgado; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos longos e pouco retorcidos. Figuras 20 e 21A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 1 parátipo macho, 1 parátipo fêmea; mesmos dados de procedência do holótipo. Repositório: Holótipo macho, 1 parátipos machos, 1 parátipo fêmeas [MZSP]; Strinatia ricardoi, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 22-24). Holótipo macho: Brasil, PR, Cerro Azul, Gruta Paiol de Capim, 4.iv.1991, R. Pinto-da-Rocha leg. Etimologia: espécie dedicada ao bioespeleólogo Dr. Ricardo Pinto-da-Rocha. Descrição: coloração geral marrom médio com o metanoto e o primeiro tergito mais escuros; cabeça marrom médio com esfumaçamentos marrom escuro no occipício (Fig.22A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente achatada (Fig.22C); olho preto pouco proeminente com margem anterior reta, omatídeos marginais despigmentados (fig.22D); fronte marrom médio; 3 ocelos uniformes presentes formando um triângulo equilatero invertido em vista frontal; genas amarelo claro; clípeo proeminente de coloração esbranquiçada com porção inferior branca; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig.22C); palpos maxilares amarelo claro levementes truncados, 5º artículo o maior, curvado, com truncamento apical e ápice branco, achatado (fig.22E). Disco do 49 pronoto marrom marmoreado com margens anterior reta e posterior levemente côncava (fig.22A); lobos laterais marrom escuro com margens arredondadas (fig.22C); asas paralelas sem sobreposição, arredondadas na margem posterior, comprimento não atingindo a margem posterior do metanoto (fig.22F). Mesonoto com margem sub-reta (razão mesonoto/pronoto=0,59). Glândula metanotal projeção anterior, sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em formato de “U” aberto (fig.22H); projeções laterais retilíneas apontando a 25° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal truncada, metade apical pontiaguda; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice com dilatação seguida de ponta arredondada, em vista lateral, reta; presença de cerdas curtas e densas dispostas no sentido das projeções (fig.22H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supranal marrom pálido com duas maculas pretas centralizadas no terço proximal, margem posterior convexa, região mediana levemente acinturada (Fig.22L); placa subgenital marrom clara com terço apical e laterais marrom escura, com margem anterior côncava e posterior convexa, com presença de uma carena mediana que resulta no sulco longitudinal mediano no terço apical (fig.22K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos longos e curvos, com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico com irregularidades e dois espinhos na região proximal (Fig 24D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais 50 presentes, pouco esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 pouco próximos, não atingindo um ao outro; dobra ectofálica curta projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica côncava; esclerito endofálico curto e robusto; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos e pouco retorcidos. Figuras 23 e 24A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 1 parátipo macho, 1 parátipo fêmea; mesmos dados de procedência do holótipo. Repositório: Holótipo macho, 1 parátipos machos, 1 parátipo fêmeas [MZSP]; Strinatia elinae, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 25-27). Holótipo macho: Brasil, PR, Cerro Azul, Gruta Pinheiro Seco, 22.xi.1987, R. Pinto-da-Rocha leg. Etimologia: espécie dedicada a bioespeleóloga Dra. Maria Elina Bichuette. Descrição: coloração geral marrom claro maromoreado de vários tons de marrom, primeiro tergito mais escuros nas laterais; cabeça marrom médio com esfumaçamentos marrom escuro no occipício (Fig.25A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente arredondada (Fig.25C); olho preto pouco proeminente com margem anterior reta, omatídeos marginais despigmentados (fig.25D); fronte marrom médio; 3 ocelos presentes formando um triângulo equilatero invertido em vista frontal, o mediano maior; genas amarelo claro; clípeo proeminente de coloração esbranquiçada com porção inferior branca; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig.25C); palpos maxilares amarelo 51 claro levementes truncados, 5º artículo o maior, curvado, com truncamento apical e ápice branco, achatado (fig.25E). Disco do pronoto marrom marmoreado com margens anterior reta e posterior levemente côncava (fig.25A); lobos laterais marrom escuro com margens arredondadas (fig.25C); asas arredondadas na margem posterior, comprimento não atingindo a margem posterior do metanoto. Mesonoto com margem sub-reta (razão mesonoto/pronoto=0,62). Glândula metanotal projeção anterior, sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em formato de “V” aberto (fig.25F); projeções laterais retilíneas apontando a 25° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal truncada, metade apical pontiaguda; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice com dilatação seguida de ponta arredondada, em vista lateral, reta; presença de cerdas curtas e densas dispostas no sentido das projeções (fig.25H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supranal marrom, margem posterior convexa, região mediana levemente acinturada (Fig.25K); placa subgenital marrom clara, com margem anterior côncava e posterior convexa com uma concavidade oblíqua mediana, com presença de uma carena mediana que resulta no sulco longitudinal mediano no terço apical (fig.25J). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos curtos e retos, com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico com irregularidades (Fig 27D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais 52 presentes, muito esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 muito próximos mas não atingindo um ao outro; dobra ectofálica longa projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica côncava; esclerito endofálico longo e delgado; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos e retorcidos. Figuras 26 e 27A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho. Repositório: Holótipo macho [MZSP]. Strinatia campolargoensis, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 28-30). Holótipo macho: Brasil, PR, Campo Largo, Gruta do Pinheirinho, 1.ix.1990, R. Pinto-da-Rocha leg. Etimologia: o epíteto específico toponímico, alusivo ao município paranaense Campo Largo. Descrição: coloração geral amarelo pálido maromoreado de vários tons claros de marrom, primeiro tergito mais escuros nas laterais; cabeça amarela com esfumaçamentos marrom claro no occipício (Fig.28A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente arredondada (Fig.28C); olho preto pouco proeminente com margem anterior reta, omatídeos marginais despigmentados (fig.28D); fronte marrom médio; 3 ocelos presentes, o mediano bem desenvolvido; genas amarelo claro; clípeo alongado e proeminente de coloração esbranquiçada com porção inferior branca; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem 53 interna e externa (fig.28C); palpos maxilares amarelo pálido levementes truncados, 5º artículo o maior, curvado, com truncamento apical bem desenvolvido e ápice branco, arredondado (fig.28E). Disco do pronoto amarelo pálido marmoreado com margens anterior reta e posterior levemente côncava (fig.28A); lobos laterais marrom médio com margens arredondadas, a margem ântero-inferior mais longa que a margem postero-inferior (fig.28C); asas parcialmente sobrepostas asas com apenas uma nervura principal separando o campo lateral do dorsal esse reticulado de nervuras secundárias, margem posterior arredondadas não atingindo a margem posterior do metanoto. Mesonoto com margem côncava (razão mesonoto/pronoto=0,60). Glândula metanotal projeção anterior, sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em formato de “U” aberto (fig.28H); projeções laterais retilíneas apontando a 25° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal truncada, metade apical arredondada; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice com ponta arredondada, em vista lateral, reta; presença de cerdas longas e densas dispostas no sentido das projeções (fig.28I). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supranal amarela com região mediana mais acentuada e margem posterior convexa, região mediana levemente acinturada (Fig.28L); placa subgenital marrom médio, com margem anterior côncava e posterior convexa com uma concavidade oblíqua mediana, com presença de uma carena mediana que resulta no sulco longitudinal mediano no terço apical (fig.28K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; 54 espinhos epifálicos curtos e curvados, com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico lisa com um espinho na região proximal (Fig 30D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, pouco esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 pouco próximos não atingindo um ao outro; dobra ectofálica curta projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica reta; esclerito endofálico curto e delgado; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos e pouco retorcidos. Figuras 29 e 30A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho. Repositório: Holótipo macho [MZSP]. Strinatia caissara, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs.31-33). Holótipo macho: Brasil, SP, Caraguatatuba, Cachoeira do Canta Galo, 01- 05.i.2008, M. Bolfarini leg. Etimologia: o epíteto específico alusivo aos habitantes do litoral paulista, de onde provém a espécie-tipo, município de Caraguatatuba. Descrição: coloração geral marrom médio maromoreado de marrom escuro, primeiro tergito mais escuros nas laterais; cabeça marrom claro com esfumaçamentos marrom escuro no occipício (Fig.31A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente achatada (Fig. 31C); olho preto muito proeminente com margem anterior reta, sem omatídeos despigmentados (fig. 55 31D); fronte marrom escuro; 3 ocelos presentes formando um triângulo equilatero invertido em vista frontal, o mediano maior; genas amarelo com uma faixa esfumaçada marrom claro; clípeo proeminente de coloração marrom claro com porção inferior branca; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig. 31C); palpos maxilares marrom escuro levementes truncados, 5º artículo o maior, retilíneo, com truncamento apical e ápice branco, achatado (fig. 31E). Disco do pronoto marrom claro marmoreado com margens anterior e posterior reta (fig. 31A); lobos laterais marrom escuro com a margem ântero-inferior arredondada e margem postero-inferior sub-arredondada (fig. 31C); asas parcialmente sobrepostas com apenas uma nervura principal separando o campo lateral do dorsal esse reticulado de nervuras secundárias, margem posterior arredondadas ultrapassando a margem posterior do metanoto. Mesonoto com margem côncava (razão mesonoto/pronoto=0,70). Glândula metanotal projeção anterior, sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena larga mediana em formato de “U” aberto (fig. 31H); projeções laterais retilíneas apontando a 25° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal truncada, metade apical afiladda, arredondada; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, com base fortemente truncada afilando uniformemente para o ápice com ponta pontiaguda, em vista lateral, reta; presença de cerdas longas e densas disposta da seguinte maneira: metade anterior no sentido das projeções, e metade posterior no sentido oposto (fig. 31F). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supranal marrom claro com margem posterior convexa, região mediana sem acinturamento (Fig. 31L); placa 56 subgenital curta, marrom médio com terço apical mais escuro, com margem anterior convexa e posterior reta, com presença de um sulco raso longitudinal mediano na metade apical (fig. 31K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos curtos e retos, com abas retas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico lisa (Fig 33D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, muito esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 próximos mas não atingindo um ao outro; dobra ectofálica longa projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica côncava; esclerito endofálico longo e robusto; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos curtos e muito retorcidos. Figuras 32 e 33A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 5 parátipo macho, 2 parátipo fêmea; mesmos dados de procedência do holótipo. Repositório: Holótipo macho, 1 parátipo macho, 1 parátipo fêmeas [MZSP]; 4 parátipo macho, 1 parátipo fêmea [UBTU]. Strinatia guapiarensis, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 34-36). 57 Holótipo macho: Brasil, SP, Guapiara, Fazenda Intervales, 20.x.1995, W. Uieda leg. Etimologia: o epíteto específico toponímico, alusivo ao município paulista Guapiara. Descrição: coloração geral amarelada maromoreado de vários tons de marrom, primeiro tergito mais escuro; cabeça amarela com esfumaçamentos marrom escuro no occipício (Fig.34A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente arredondada (Fig. 34C); olho preto pouco proeminente com margem anterior arredondada com omatídeos marginais despigmentados (fig. 34D); fronte marrom escuro; 3 ocelos uniformes presentes formando um triângulo equilatero invertido em vista frontal; genas amarela; clípeo proeminente de coloração marrom claro com porção inferior branca tendendo ao azul; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig. 34C); palpos maxilares marrom escuro levementes delgados, 5º artículo o maior, alongado e retilíneo, com truncamento apical e ápice branco, achatado (fig. 34E). Disco do pronoto marrom claro marmoreado de marrom médio com margens anterior reta e posterior côncava (fig.34A); lobos laterais marrom com a margem ântero- inferior sub-arredondada marrom claro e margem postero-inferior arredondada marrom médio (fig. 34C); asas paralelas sem sobreposição com apenas uma nervura principal separando o campo lateral do dorsal esse reticulado de nervuras secundárias, margem posterior arredondadas não atingindo a margem posterior do metanoto. Mesonoto com margem convexa com uma leva concavidade mediana (razão mesonoto/pronoto=0,67). Glândula metanotal projeção anterior, sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, 58 presença de uma carena mediana em formato de “U” aberto (fig.34I); projeções laterais retilíneas apontando a 25° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal truncada, metade apical arredondada; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice com ponta arredondada, em vista lateral, sub-reta; presença de cerdas longas e densas dispostas no sentido das projeções (fig. 34H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supranal marrom pálido com margem posterior reta, região mediana acinturada (Fig. 34L); placa subgenital marrom claro com laterais mais escuras, com margem anterior côncava e posterior convexa, com presença de uma carena resultando em um sulco raso longitudinal mediano no terço apical (fig. 34K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos curtos e curvados, com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico irregular (Fig 36D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, pouco esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 próximos mas não atingindo um ao outro; dobra ectofálica longa projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica reta; esclerito endofálico longo e robusto; arco ectofálico bem desenvolvido mas não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos longos e pouco retorcidos. Figuras 35 e 36A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho. Repositório: Holótipo macho [MZSP]. 59 Strinatia yporangae, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 37-39). Holótipo macho: Brasil, SP, Iporanga, Caverna Arataca, 28.iii.1991, E. Trajano leg. Etimologia: o epíteto específico toponímico, alusivo ao município paulista Iporanga. Descrição: coloração geral marrom claro maromoreado de vários tons de marrom, primeiro e laterais dos últimos mais escuro; cabeça marrom médio com esfumaçamentos marrom escuro no occipício (Fig.37A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente achatada (Fig. 37C); olho preto muito proeminente com margem anterior arredondada sem omatídeos despigmentados (fig. 37D); fronte marrom escuro; 3 pequenos ocelos presentes formando um triângulo equilatero invertido em vista frontal, o mediano maior; genas amarela com uma faixa esfumaçada marrom escura; clípeo muito proeminente de coloração marrom claro com porção inferior branca; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna e externa (fig. 37C); palpos maxilares marrom escuro levementes delgados, 5º artículo o maior, alongado e curvado, com truncamento apical e ápice branco, arredondado (fig. 37E). Disco do pronoto marrom claro marmoreado de marrom médio com margens retas (fig.37A); lobos laterais marrom escuro com a margem ântero-inferior sub- arredondada e margem postero-inferior arredondada (fig. 37C); asas parcialmente sobrepostas com apenas uma nervura principal separando o campo lateral do dorsal esse reticulado de nervuras secundárias, margem 60 posterior arredondadas não atingindo a margem posterior do metanoto. Mesonoto com margem convexa com uma concavidade mediana (razão mesonoto/pronoto=0,66). Glândula metanotal projeção anterior longa, sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em formato de “V” (fig.37G); projeções laterais retilíneas apontando a 37° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal com uma dilatação na porção interior, metade apical dilatada e arredondada; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice com ponta arredondada, em vista lateral, sub-reta; presença de cerdas curtas e densas disposta no sentido das projeções (fig. 37H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supranal marrom escura com margem posterior reta, região mediana sem acinturamento mediano (Fig. 37L); placa subgenital marrom claro com laterais mais escuras, com margem anterior côncava e posterior convexa, com presença de uma carena resultando em um sulco raso longitudinal mediano no terço apical (fig. 37K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa pilosa; espinhos epifálicos curtos e curvados, com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico com presença de espinhos (Fig 39D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, muito esclerotizados distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 pouco próximos não atingindo um ao outro; dobra ectofálica longa projetando-se da 61 superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica reta; esclerito endofálico longo e delgado; arco ectofálico bem desenvolvido mas não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos longos e retorcidos. Figuras 38 e 39A, B, C e D. Material examinado: Holótipo macho, 1 parátipo macho. Repositório: Holótipo macho, parátipo macho [MZSP]. Strinatia eleonorae, Bolfarini & Mello, sp. n. (Anexo,Tabela I; Figs. 40-42). Holótipo macho: Brasil, SP, Iporanga, Gruta do Jair, 7.x.1990, E. Trajano leg. Etimologia: espécie dedicada a bioespeleóloga prof. Dra. Eleonora Trajano. Descrição: coloração geral marrom claro maromoreado de vários tons de marrom, primeiro tergito mais escuro; cabeça marrom claro com esfumaçamentos marrom médio no occipício (Fig.39A), em vista lateral região do dorso da cabeça levemente achatada (Fig. 40C); olho preto pouco proeminente com margem anterior arredondada com omatídeos marginais despigmentados (fig. 40D); fronte marrom escuro; 3 ocelos presentes formando um triângulo equilatero invertido em vista frontal, o mediano maior; genas amarelo pálido; clípeo largo e proeminente, de coloração marrom claro com porção inferior branca; labro amarelo pálido com laterais pouco mais escuras; madíbulas com faixa preta estreita na margem interna (fig. 40C); palpos maxilares marrom escuro levementes truncados, 5º artículo o maior, curvado, com truncamento apical e ápice branco, arredondado (fig. 40E). Disco do pronoto marrom claro marmoreado de marrom médio com margens retas 62 (fig.40A); lobos laterais marrom médio com a margem ântero-inferior sub- arredondada e margem postero-inferior arredondada (fig. 40C); asas paralelas sem sobreposição com apenas uma nervura principal separando o campo lateral do dorsal esse reticulado de nervuras secundárias, margem posterior arredondadas não atingindo a margem posterior do metanoto. Mesonoto com margem sub-reta com uma leve concavidade mediana (razão mesonoto/pronoto=0,69). Glândula metanotal projeção anterior longa, sentido perpendicular a projeção mediana, entruncada, presença de uma carena mediana em formato de “V” aberto (fig.40H); projeções laterais retilíneas apontando a 25° do eixo da projeção mediana direcionadas para o centro, metade proximal truncada, metade apical arredondada; projeção mediana vista dorsalmente mais curta que as laterais, ápice pontiagudo formando um espinho, em vista lateral, reta; presença de cerdas curtas e densas disposta no sentido das projeções (fig. 40H). Pernas semelhantes às espécies acima descritas. Placa supranal marrom médio com margem posterior sub-reta, região mediana sem acinturamento (Fig. 40L); placa subgenital marrom claro com laterais mais escuras, com margem anterior reta e posterior convexa, com presença de uma carena resultando em um sulco raso longitudinal mediano no terço apical (fig. 40K). Complexo fálico: par de grandes estruturas epifálicas glandulares ausentes; par de elementos tubulares que funcionam como órgãos apertando durante a cópula ausente; presença de capa membranosa sem pilosidade; espinhos epifálicos longos e retos, com abas arredondadas situadas no mesmo nível dos parâmeros pseudoepifálicos; borda externa acima das abas do espinho epifálico irregular (Fig 42D); parâmeros epifálicos 1 e 2 com a forma de grandes espinhos verticais presentes, muito esclerotizados 63 distalmente; ponto de contato dos parâmeros pseudoepifálicos 1 e 2, quando em vista posterior, com esfera membranosa presente; parâmeros pseudoepifálicos 2 muito próximos mas não atingindo um ao outro; dobra ectofálica longa projetando-se da superfície dorsal do lobo principal do epifalo; borda apical da dobra ectofálica reta; esclerito endofálico curto e robusto; arco ectofálico pouco desenvolvido não alcançando a dobra ectofálica; apódemas ectofálicos longos e retorcidos. Figuras 41 e 42A, B,