1 Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Eduardo Duarte de Lima Mesquita Papel mediador de diferentes tipos de irradiação solar na relação entre vitamina D e parâmetros ósseos em adolescentes: ABCD Growth Study. Presidente Prudente 2023 2 requerimentos para obtenção do título de mestre em Ciências do Movimento. Orientando: Eduardo Duarte de Lima Mesquita Orientador: Prof. Dr. Rômulo Araújo Fernandes Papel mediador de diferentes tipos de irradiação solar na relação entre vitamina D e parâmetros ósseos em adolescentes: ABCD Growth Study. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento - Interunidades da FCT/UNESP, campus de Presidente Prudente, como parte dos Presidente Prudente 2023 M582p Mesquita, Eduardo Duarte de Lima Papel mediador de diferentes tipos de irradiação solar na relação entre vitamina D e parâmetros ósseos em adolescentes: ABCD Growth Study. / Eduardo Duarte de Lima Mesquita. -- Presidente Prudente, 2023 75 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista (Unesp), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente Orientador: Rômulo Araújo Fernandes 1. Vitamina D. 2. Metabolismo ósseo. 3. Pediatria. 4. Esporte. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Câmpus de Presidente Prudente ATA DA DEFESA PÚBLICA DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE EDUARDO DUARTE DE LIMA MESQUITA, DISCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO MOVIMENTO, DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA - CÂMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE. Aos 21 dias do mês de junho do ano de 2023, às 09:00 horas, por meio de Videoconferência, realizou- se a defesa de DISSERTAÇÃO DE MESTRADO de EDUARDO DUARTE DE LIMA MESQUITA, intitulada Papel mediador de diferentes tipos de irradiação solar na relação entre vitamina D e parâmetros ósseos em adolescentes: ABCD Growth Study. A Comissão Examinadora foi constituida pelos seguintes membros: Prof. Dr. DIEGO GIULLIANO DESTRO CHRISTÓFARO (Participação Virtual) do(a) Educacao Fisica / Unesp FCT Presidente Prudente, Profa. Dra. ANDREIA PELEGRINI (Participação Virtual) do(a) Universidade do Estado de Santa Catarina, Profa. Dra. BARBARA PEREZ VOGT (Participação Virtual) do(a) Universidade Federal de Uberlândia - Campus Umuarama, Prof. Dr. ROMULO ARAÚJO FERNANDES (Orientador(a) - Participação Virtual) do(a) Departamento de Educação Física / UNESP - Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente - SP. Após a exposição pelo mestrando e arguição pelos membros da Comissão Examinadora que participaram do ato, de forma presencial e/ou virtual, o discente recebeu o conceito final:_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ . Nada mais havendo, foi lavrada a presente ata, que após lida e aprovada, foi assinada pelo(a) Presidente(a) da Comissão Examinadora. Prof. Dr. ROMULO ARAÚJO FERNANDES Faculdade de Ciências e Tecnologia - Câmpus de Presidente Prudente - Roberto Simonsen, 305, 19060900, Presidente Prudente - São Paulo https://ib.rc.unesp.br/pos-graduacao/secao-tecnica-de-pos/programas/motricidade/CNPJ: 48.031.918/0009-81. APROVADO 4 Dedicatória Dedico este trabalho a minha avó Raquel Cabral de Oliveira Duarte de Lima, Filho Benjamin Laurent Exupério Mesquita, afilhado, Kaleb Henrique Borges da Silva, esposa, Isabella Neto Exupério, amiga e incentivadora, Márcia Cristina Marini, aos meus pais sócio- afetivos Natalee Von Prata Lazaro e Leandro Lazaro Altube, aos meus irmãos Gabriel, Bruno, Luis Felipe e Davi Von Prata Lazaro, Ana Luiza Cabral de Oliveira Duarte de Lima, Nicole, Vitoria Mesquita e todas (os) demais que não tive oportunidade de conhecer/conviver. 5 Agradecimentos Seguindo de acordo com a definição de família que se encontra no dicionário, se define como: 1 Conjunto de pessoas, em geral ligadas por laços de parentesco, que vivem sob o mesmo teto. 2 Conjunto de ascendentes, descendentes, colaterais e afins de uma linhagem ou provenientes de um mesmo tronco; estirpe; 3 Pessoas do mesmo sangue ou não, ligadas entre si por casamento, filiação, ou mesmo adoção; parentes, parentela; 4 FIG Grupo de pessoas unidas por convicções, interesses ou origem comuns. Colocarei em ordem cronológica a chegada de vocês em minha vida. Primeiramente gostaria de agradecer a minha avó, que se fez presente a mim em todos os momentos da minha vida, seja em cada bronca, em cada conversa, em cada livro que me dava; com 7 anos pedi (com muito medo) um videogame a senhora, e no lugar dele a senhora me deu um livro de introdução a filosofia moderna, bom parece hilário aos olhos de quem lê agora, mas logo fará sentido. A minha mãe, onde até meus 10 anos de idade, foi mais que uma companheira, não medindo esforços a me ajudar, a me apoiar e a me criar como pessoa, os meus mais sinceros obrigado. A Ana Luiza, era tão pequena quando te vi chegar em casa, lembro como se fosse hoje quando brincávamos na varanda, ficamos seguindo os passos das tartarugas, as madrugadas esperando os ovinhos das tartarugas chocarem e surgirem da areia, obrigado por ter sido tanto a mim. A cada companheiro de equipe durante os quase 10 anos como atleta, cada um tem uma importância sureal em minha vida, a começar com o Marcos me ensinando a dar minhas primeiras manchetes na escola (e te ver hoje na TV é de imensa satisfação pessoal), passando por pessoas incríveis como Thiago, Luis, Silvio, Fernando, Marcelo, Nivaldo, Cleber, Thabata, Gabriel, Rodrigo, Iara, Pedro, Clara, Ana e tantas outras pessoas, atletas e profissionais (fisioterapeutas, preparadores físicos, estatísticos, assistentes sociais, roupeiros, diretorias e prefeituras e etc.) que me desculpem não as citar aqui, mas foram fundamentais em minha vida. Obrigado por todos os valores, ensinamentos, amadurecimentos, esporros, derrotas, vitorias e conquistas, os verem espalhados pelos quatro cantos do mundo é fantástico. Ao meu irmão Gabriel, que chegou derepente, perdido e logo foi conquistando tantas coisas, sempre discreto, porem com opinião e força de vontade surreais, me inspiro em você 6 todos os dias, e não ter mais o convívio diário é faltoso, porem sei que aprendi muito com você, obrigado por toda a importância que logo tomaria. Em 2015 perdi minha avó, talvez o marco divisório em minha vida, a senhora foi mais que tudo em minha vida, jamais a esquecerei Aos meus pais Leandro e Natalee que cuidaram de mim como filho, me abraçaram e foram/são um porto seguro a mim, tenho tanto amor e afeto pelo que fizeram por mim e pelo que significam a mim que todo e qualquer ato ainda vai ser pouco para representar. E junto “vieram” Gabriel, Luis, Bruno e Davi, meninos que guardo no peito com grande carinho e admiração, vocês foram mais que irmãos para mim, muito obrigado por tanto que são pra mim. Gabriel, graças a você tenho pessoas que chamo de família, tenho referencias e conquistei coisas as quais considero imensuráveis de grandes, e saber que aquele livro que minha avó me deu poderia de incentivar a fazer sua graduação em filosofia, para mim, é uma se não a maior das minhas conquistas. A minha hoje esposa, Isabella, obrigado por me encorajar, por me proporcionar momentos incríveis, por me auxiliar da melhor forma que pode, por acreditar em mim mais do que eu mesmo, sei que por diversas vezes você quis “me matar”, mas saiba que lhe amo demais e não vamos ficar brigados só por isso ne? Ao meu filho, mesmo tão pequeno me dá força e motivação diariamente para seguir buscando mais e melhor, espero ser tudo que você espera de mim. Ao professor Gobbo enquanto coordenador do curso, graças ao senhor e todos os auxílios que me deu pude me formar, quantas vezes me direcionei a sua sala seja para pedir mudar horário da aula, para orientação, e seja por ironia do destino ou não para entrevista do mestrado, o senhor foi grandioso demais em diferentes momentos, os meus mais sinceros agradecimentos. Ao meu orientador Dr. Rômulo Araújo Fernandes, que a 5 anos vem permitindo trabalhar com o senhor, por tantas vezes o senhor foi mais que orientador, foi pai, conselheiro, amigo. Quantas coisas devo ao senhor, parte do homem que sou, é espelhado no senhor, obrigado por ser muito mais que um orientador, por ser um pai presente, orientador e amigo para todas as horas. Ao meu afilhado Kaleb Henrique Borges da Silva, que vem despertando em mim uma alegria indescritível, mesmo que por hora não entenda, espero que se inspire e se torne um 7 homem com virtudes, que siga os exemplos bons e mesmo com todas as adversidades e situações complicadas, consiga crescer bem e seguro. Aos professores membros de minha banca julgadora Dra. Andreia Pelegrini, Dra. Barbara Perez Vogt e Dr. Diego Giulliano Destro Christófaro por aceitarem nosso convite, estarem dispostos a colaborar com meu trabalho e formação, tenho grande admiração pelos senhores. Aos meus amigos do laboratório Live (Laboratório de Investigação em Exercício) e GICRAF (Grupo de Investigações Cientificas Relacionadas à Atividade Física). Este trabalho tem um pedacinho de cada um de vocês, obrigado pela paciência, empenho e dedicação. Nada é feito sozinho, conquistas individuais ocorrem, mas o mérito é de todos. Aos funcionários da FCT/UNESP, desde as moças da limpeza sempre dispostas e disponíveis a nos ajudar, ao diretor, por todo empenho e dedicação em prol do nosso desenvolvimento. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq processo 88887596147202000) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP processo (2020/09496-2) as quais me proporcionaram usufruir de bolsa de estudos em meu mestrado acadêmico, muito abrigado pelo apoio financeiro disponibilizado durante meu período acadêmico na pós-graduação. “As opiniões, hipóteses e conclusões ou recomendações expressas neste material são de responsabilidade do(s) autor(es) e não necessariamente refletem a visão da FAPESP” 8 Epígrafe Às vezes, a atitude mais corajosas de um homem, é desistir. RESUMO Introdução: Sabe-se que cerca 85% da vitamina D presente no organismo é advinda da irradiação solar, e que a vitamina D possuí uma importante ação no processo de absorção de cálcio, ao qual atua diretamente no processo de formação óssea, no entanto a deficiência de vitamina D atua de forma reversa aumentando o remodelamento do osso e tornando o mesmo mais fraco e suscetível a fraturas. Objetivo: Analisar a relação entre pratica esportiva e parâmetros de saúde óssea em adolescentes, bem como, identificar o possível papel mediador do nível de radiação solar global e concentração sérica de vitamina D neste processo. Métodos: Estudo transversal, conduzido na cidade de Presidente Prudente, amostra composta por 122 adolescentes com idades entre 11 e 17 anos, praticantes de modalidades esportivas de diferentes níveis de impacto (atletismo, basquete, ginastica artística, judô e natação). Radiação ultravioleta B estimada por estação meteorológica A vitamina D, cálcio, osteocalcina e telopeptídeo C- terminal foram mensuradas através de analise sanguínea, enquanto a densidade mineral óssea, conteúdo mineral ósseo, geometria óssea, massa gorda e tecido mole e magro foram estimadas a partir de um exame de densitometria óssea. Conclusão: radiação UVB não apresenta papel significativo na relação prática esportiva e desfechos ósseos, vitamina D apresenta moderado relacionamento em desfechos de geometria óssea e media a relação entre massa muscular e parâmetros ósseos em nadadores. Palavras-chave: Vitamina D; Metabolismo ósseo; Pediatria; Esporte. Abstract Introduction: It is known that about 85% of the vitamin D present on the organism comes from solar irradiation, and that vitamin D has an important action in the calcium absorption process, which acts directly in the bone formation process, however, vitamin D deficiency acts in a reverse way, increasing bone remodeling and making it weaker and more susceptible to fractures. Objective: Analyze the relationship between sports engagement and bone health parameters in adolescents, as well as to identify the possible mediating role of the level of global solar radiation and serum vitamin D concentrations in this process. Methods: Cross-sectional study, which was conducted in Presidente Prudente, the sample was of 122 adolescents aged between 11 and 17 years old, sports practitioners of different impact levels (track and field, basketball, artistic gymnastic, judo and swimming). Ultraviolet B radiation estimated by a meteorological station. Vitamin D, calcium, osteocalcin and C-Terminal telopeptide were measured through blood analysis, while bone mineral density, bone mineral content, bone geometry, fat mass and leans soft tissue were estimated from bone densitometry exam. Conclusion: UVB radiation shows no significant role in the relationship between sports practice and bone outcomes; vitamin D shows moderate relationship in bone geometry outcomes and mediates the relationship between muscle mass and bone parameters in swimmers. Key-words: Vitamin D; Bone metabolism; Pediatric; Sports. 11 Lista de Ilustrações Figura 1.1 Desenho do estudo e suas etapas de coleta Figura 1.2. Modelo teórico da análise proposta Figura 2.1 Relationship between LST concentration and parameter of bone health, analyzing the potential mediation effect of serum of vitamin D, adjusted by the covariates in adolescent of Repetitive Nonimpact Group. Figura 2.2. Relationship between LST concentration and parameter of bone health, analyzing the potential mediation effect of serum of vitamin D, adjusted by the covariates in adolescent of Repetitive Nonimpact Group. 12 Lista de tabelas Tabela 1.1. Classificação das modalidades Tabela 1.2. Porcentagens da luz solar (irradiação solar global) Tabela 1.3. Cálculo do Pico de velocidade de Crescimento Tabela 2.1. General characteristics of adolescents stratified by participation in weight-bearing sports and non-sport participation Tabela 2.2. Comparison of aBMD of different body regions between groups adjusted by APHV and Sex Tabela 2.3. Comparison of aBMD of different body regions by median values of vitamin D adjusted by APHV and Sex Tabela 2.4. Comparison of aBMD and bone geometry according to the combination of sports participation and vitamin D in adolescents Tabela 3.1. General characteristics of the adolescents stratified by sport engagement Tabela 3.2. Overall relationship and by sex, adjusted (APHV, body fat and allocation group), of bone outcomes parameters with serum levels of vitamin D Tabela 3.3. Relationship by allocation group adjusted (APHV, body fat and sex) of bone outcomes parameters with serum levels of vitamin D 13 Lista de abreviaturas e siglas ABCD Growth Study – Analysis of Behaviors of Children During Growth aBMD – Areal Bone Mineral Density AHA – Advanced Hip Analysis APHV - Age at Peak High Velocity ANCOVA - Análise de Covariância ANOVA - Análise de Variância CSA - Cross-Sectional Area CSMI - Cross-Sectional Moment of Inertia CTX - Telopepitídeo Carboxiterminal do Colágeno Tipo I DMO – Densidade Mineral Óssea DXA – Dual Energy X-Ray Absorptiometry FAPESP– Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo GO - Geometria óssea IC 95% - Intervalos de Confiança de 95% INMET - Instituto Nacional de Meteorologia LIVE - Laboratório de InVestigação em Exercício LST - Lean Soft Tissue OC – Osteocalcina PE - Prática Esportiva PSRO - Parâmetros Sanguíneos de Remodelamento Ósseo PTH - Hormônio da Paratireóide PVC - Pico de Velocidade de Crescimento RSG - Radiação Solar Global SD - Standard Deviation SEM - Structural Equation Modelling TMM- Tecido Mole Magro UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho UVA - Ultravioleta A UVB - Ultravioleta B WB - Weight-Bearing 14 APRESENTAÇÃO A presente dissertação de mestrado seguirá a estrutura aqui chamada de “modelo escandinavo”. Nesse sentido, o documento apresentará uma introdução expandida, seguida dos objetivos do trabalho e seus respectivos métodos. Após as seções de estrutura do projeto, os resultados e discussão serão expostos na forma de um artigo científico. Por fim, conclusões serão apresentadas. 15 SUMÁRIO 1. Introdução .................................................................................................................... 16 2. Objetivo- Geral e Específico ........................................................................................ 20 3. Métodos ........................................................................................................................ 21 4. The Combined Relationship of Vitamin D and Weight-Bearing Sports Participation on Areal Bone Density and Geometry Among Adolescents: ABCD - Growth Study ............................................................................................................... 27 5. Relationship of vitamin D with bone density/geometry/remodeling according to sports participation in adolescents: ABCD - Growth Study ..................................... 28 6. Conclusão ..................................................................................................................... 51 7. Referências ................................................................................................................... 52 8. Anexos .......................................................................................................................... 59 Anexo 1. The Combined Relationship of Vitamin D and Weight-Bearing Sports Participation on Areal Bone Density and Geometry Among Adolescents: ABCD - Growth Study. ..................................................................................................... 60 Anexo 2- Parecer do Comitê de Ética .................................................................. 68 Anexo 3- Carta convite ......................................................................................... 69 Anexo 4- Termo de assentimento ......................................................................... 70 Anexo 5- Termo de consentimento livre e esclarecido ........................................ 72 Anexo 6 – Questionário de exposição ao sol. ....................................................... 73 16 INTRODUÇÃO A osteoporose tem sido tratada como um problema de saúde pública com impactos significativos nos serviços públicos de saúde ao redor do mundo (MASI, 2008). No Brasil, especificamente em 2010, a doença custou aproximadamente 72 milhões de dólares para o Serviço Único de Saúde (MORAES e colab., 2014). No estado de São Paulo, estimasse que 1.400.000 de pessoas possam ser afetadas com idade a partir dos 50 anos (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE., 2018). Além disso, o comprometimento na qualidade de vida é de se destacar, pois a doença pode levar a diminuição da autonomia nas tarefas diárias (STAMM e colab., 2016; WOOLF e PFLEGER, 2003). Dado o significativo impacto econômico e as projeções de aumento em sua ocorrência nas décadas que virão (CLARK e colab., 2008; KOMATSU e colab., 2004), estratégias de prevenção se configuram como ações extremamente necessárias. Dentre os muitos fatores de risco para a osteoporose, este documento tem a intenção de focar mais exclusivamente nos insuficientes níveis de concentrações da vitamina D, baixa exposição à luz solar e diminuição dos níveis de atividade física regular (CASTRO, 2011; DELUCA, 2004; WILKINS, 2007). Esses fatores preditivos aumentam o risco de desenvolver raquitismo num estágio infantil, osteomalácia na idade adulta e possível osteoporose na velhice com as suas complicações correspondentes (CHAROENNGAM e colab., 2019; DADRA e colab., 2019; UNDERWOOD e DELUCA, 1984; WORLD HEALTH ORGANIZATION., 2015). Evidencias apontam que um dos principais fatores na prevenção de futuros eventos adversos devido à excessiva perda óssea, ou mesmo deficiências nos estoques de vitamina D na vida adulta (HOLICK, 2007) (como osteopenia e fraturas), está em atingir um pico ideal de massa óssea durante a fase da adolescência (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DENSITOMETRIA CLÍNICA, 2003). A infância e a adolescência são consideradas períodos cruciais para o desenvolvimento do tecido ósseo (responsáveis pelo acumulo de cerca de 50% de todo conteúdo ósseo observado na idade adulta) (PEREZ-LOPEZ e colab., 2010). Desta forma, compreender os fatores responsáveis e associados ao processo de formação da matriz óssea durante este período é de extrema importância. Assim, a prática de exercícios físicos tem figurado como um comportamento relevante na busca por aumentos adicionais nos valores de massa óssea durante a adolescência (PEREZ- LOPEZ e colab., 2010). Agostinete e colaboradores identificaram que o envolvimento em atividades esportivas que envolvam maior estimulação mecânica é capaz de potencializar 17 ganhos de densidade mineral óssea (DMO) em adolescentes (AGOSTINETE, e colab., 2017), ratificando a ideia de que o incentivo ao engajamento em rotinas regulares de exercício físico entre populações pediátrica é uma estratégia relevante em termos de promoção da saúde óssea (VLACHOPOULOS e colab., 2015). Ambos (impacto mecânico e contrações musculares) geram tensão física na matriz óssea, a qual leva a respostas metabólicas no tecido, incluindo um maior recrutamento de osteoblastos na região sob estresse físico. Esse maior recrutamento de osteoblastos aumenta a atividade de formação da matéria inorgânica, representada pela elevação da DMO (SEEMAN, 2002; TENFORDE e FREDERICSON, 2011) e melhorias em aspectos da microarquitetura óssea, as quais, em teoria, poderiam diminuir o risco de desenvolver doenças osteometabólicas como a osteoporose (VASIKARAN e colab., 2011). Conteúdo e densidade mineral óssea (CMO e DMO, respectivamente) são medidas bidimensionais e assim não refletem parâmetros geométricos ou de microarquitetura. Contudo, com tecnologia mais recente, se tornou possível analisar esses aspectos da microarquitetura óssea pelo exame de geometria óssea, pois esta analisa a distribuição do material inorgânico na matriz óssea e, portanto, destacando regiões maior e menor suscetibilidade a ocorrência de fraturas. Dentre as diferentes manifestações de exercício físico, a prática esportiva apresenta grande aderência entre crianças e adolescentes ao redor do mundo e o Brasil (principal manifestação de exercício físico durante adolescência) (LYNCH e colab., 2017; QUITERIO e colab., 2011). No entanto, a literatura é clara em afirmar que cada modalidades fornece efeitos osteogênico diferente ao tecido ósseo, principalmente ao considerar o ambiente de treinamento. Modalidades esportivas realizadas em solo (futebol, basquetebol, voleibol, ginástica, tênis [dentre outras]), por envolverem corridas, saltos, mudanças de direção, deslocando de bola, suscitam maior impacto osteoarticular (AGOSTINETE, R. R. e colab., 2016; LOZANO- BERGES e colab., 2018). Em contrapartida, modalidades como ciclismo e natação parecem não estar associadas a melhorias na saúde óssea por não envolverem impacto mecânico e pouca influência gravitacional (GOMEZ-BRUTON e colab., 2018). Além da prática esportiva, fatores nutricionais são fundamentais no desenvolvimento ósseo, principalmente a ingestão de cálcio (CUPPARI e GARCIA-LOPES, 2009). A presença de íons cálcio em meio extracelular e nos ossos (cerca de 99% de todo cálcio presente no organismo) é rigorosamente controlada pela transferência de íons dos cristais de hidroxiapatita para o líquido intersticial, pelo hormônio paratireoidiano e pela calcitonina (GUYTON, 2008). Entre as funções do cálcio, no que se diz respeito a formação óssea, ele se combina com o 18 fosfato com o intuito de formar sais ósseos, gerando assim o fosfato de cálcio (CaHPO4) (GUYTON, 2008) conferindo essa rigidez característica ao esqueleto e, por consequência, favorecendo a diminuição risco de desenvolvimento de fraturas ósseas durante a infância (CASTRO, 2011; PEDRO-BOTET, 2010). Por outro lado, a simples ingestão de cálcio não garante sua eficiente absorção e, assim, o papel das concentrações sanguíneas de vitamina D precisam ser consideradas. As fontes de vitamina D para o organismo humano são: a alimentação e a exposição aos raios ultravioleta B (esta sofre influência de alguns fatores: latitude, estação do ano, horário do dia, área exposta e quantidade de melanina na pele) (CUPPARI e colab., 2011; WACKER e HOLICK, 2013). O 7-desidrocolesterol precursor é convertido por irradiação ultravioleta em pre vitamina D3, que é metabolizada lentamente por uma reação térmica em vitamina D3 (colecalciferol). (HOLICK e colab., 2007) Vitamina D, proveniente da pele ou dos alimentos, é subsequentemente hidroxilado no fígado em 25-hidroxivitamina D (calcidiol). O segundo passo de hidroxilação ocorre no rim e é estimulado pelo hormônio da paratireóide (PTH), levando a 1,25-di- hidroxivitamina D (1,25 (OH)2D) (calcitriol), o metabólito mais ativo.(LIPS, 2006) O metabólito 1,25 (OH)2D estimula a absorção de cálcio e fosfato no intestino, levando a concentrações séricas adequadas de cálcio para ação neuromuscular e mineralização óssea. Já nesta forma, a vitamina D atua diretamente no processo de absorção de cálcio no intestino delgado (evitando que o mesmo seja eliminado pela urina), por consequência, ocorre a diminuição da liberação do paratormônio, que, em deficiência de vitamina D, mobiliza de forma exacerbada às células ósseas, formando osteoclastos maduros, estes degradam o tecido ósseo inorgânico, onde os cristais de hidroxipatita são desprendidos e quebrados, se tornando cálcio e fosfato na corrente sanguínea, criando assim, um ambiente de fragilidade do tecido ósseo, visto que a porção inorgânica foi degradada, entretanto, este quadro leva a uma janela de oportunidade, visto que assim, os osteoblastos agem, recompondo a área “danificada” com osteoblastos, e assim recompondo com tecido ósseo novo(CASTRO, 2011; LIPS, 2006). Sendo assim, os marcadores séricos de formação e reabsorção óssea (osteocalcina [OC] e telopepitídeo carboxiterminal do colágeno tipo I [CTX], respectivamente), parecem ser responsivos à prática esportiva. Estudo britânico com população pediátrica encontrou que adolescentes nadadores e futebolistas têm maiores níveis séricos de CTX quando comparados aos adolescentes do grupo controle, ao passo que apenas futebolistas tiveram os níveis elevados de OC (VLACHOPOULOS e colab., 2017). Entre ginastas, acredita-se que a OC explique entre 19% e 28% dos ganhos DMO ao longo de 12 meses (EXUPÉRIO e colab., 2019). 19 O relacionamento benéfico entre irradiação ultravioleta e DMO tem sido reportado desde o século passado, onde foi citado que crianças com raquitismo expostas a lâmpadas de mercúrios apresentaram um incremento radiológico significativo no braço exposto (HULDSCHINSKY, 1919, 1928). O estudo concluiu que o estímulo no sistema tegumentário pode estar associado a benefícios dentro do sistema sanguíneo, influenciando de igual forma na saúde óssea. Posteriormente Hess e Unger demostraram que crianças com raquitismo que foram expostas ao sol a períodos de ≥ 30minutos relataram melhorias significativas em sua condição raquítica, também perceberam que de acordo com a tonalidade da pele, a criança precisaria de uma maior exposição à luz solar para tratar e prevenir o raquitismo (HESS e UNGER, 1921). Contudo, apesar de haver estudos analisando o papel da vitamina D e prática esportiva na saúde óssea (principalmente DMO e CMO) em diferentes populações, (VLACHOPOULOS e colab., 2015; FU e colab., 2016) o número de estudos envolvendo geometria óssea e populações pediátricas são escassos, sendo que nenhum deles analisaram o efeito mediador de fato da radiação solar nessas associações (engajamento esportivo e variáveis ósseas), envolveram modalidades esportivas de diferentes impactos mecânicos (alto, médio, casual [odd] e baixo impacto) e foram realizados com populações brasileiras. (FU e colab., 2016; VLACHOPOULOS e colab., 2017) Ao observar as publicações sobre a temática, utilizando os termos “Vitamin D AND Bone Geometry” aplicando os filtros “child: 6-12 years e adolescent: 13-18 years.” foram observados 16 estudos, entretanto, ao inserir também a palavra “sport” como operador de busca, apenas 3 estudos são encontrados, sendo que apenas 1 analisa a associação entre vitamina D e geometria óssea em praticantes de modalidades esportivas de impacto e não impacto. (VLACHOPOULOS e colab., 2017) Entretanto, nenhum deles referem-se a populações brasileiras e analisaram o efeito mediador da radiação solar na associação entre engajamento esportivo e variáveis ósseas. Estudos realizados exclusivamente com populações brasileiras são importantes ao considerar que em países entre as latitudes 33°, teoricamente, implicam em suas populações maiores irradiações solares, elevando a estimulação da conversão da pré vitamina D disposta na pele em vitamina D sérica, diferentemente de populações localizadas em países entre latitudes 40°, 50°, onde a irradiação solar é consideravelmente menor. (HOLICK, 2011) Podendo assim, criar assim um padrão diferente de resultados. Desta forma, compreender o efeito mediador da radiação solar na associação entre engajamento esportivo em desfechos ósseos (principalmente geometria óssea) e marcadores de formação (osteocalcina) e remodelação óssea (CTX) em populações brasileiras praticantes de modalidades esportivas em diferentes níveis de impacto mostra-se importante e necessário. 20 OBJETIVOS Objetivo Geral Analisar a relação entre concentrações séricas de vitamina D e parâmetros de saúde óssea em adolescentes engajados esportes de diferentes níveis de impacto, bem como, identificar o possível papel mediador do nível de radiação solar global (raios UVA e UVB) e concentrações séricas de vitamina D na relação entre prática esportiva e parâmetros de saúde óssea. Objetivos Específicos • Analisar a relação entre concentrações sanguíneas de vitamina D e parâmetro de densidade e geometria óssea em adolescentes; • Analisar a relação entre concentrações sanguíneas de vitamina D e parâmetro sanguíneos de remodelação óssea (formação e degradação da matriz óssea); • Analisar o efeito mediador de diferentes níveis de irradiação solar global (raios UVA e UVB) e concentrações sanguíneas de vitamina D sobre a relação da estimulação mecânica (prática esportiva) com parâmetros ósseos de remodelação, densidade e geometria. 21 MÉTODOS Tipo de estudo Estudo de delineamento transversal (seguindo os delineamentos da STROBE para estudos longitudinais e transversais), parte do estudo em andamento “Impact of sports participation on adolescent bone health” (ABCD-Growth Study) (Projeto Regular FAPESP: 2018/22593-7), sendo este continuidade do estudo concluído “Analysis of Behaviors of Children During Growth” (ABCD-Growth Study), ambos desenvolvidos na cidade de Presidente Prudente – SP (Projeto Regular FAPESP: 2015/19710-3). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Faculdade de Ciências e Tecnologias, Campus de Presidente Prudente (CAAE: 57585416.4.0000.5402/Parecer: 1.677.938/2016). Cálculo de tamanho amostral Foi realizado o cálculo do tamanho amostral mínimo, o qual identificou a necessidade de se envolver no presente estudo um tamanho amostral mínimo de 377 adolescentes (poder estatístico de 80% e Z= 1,96 [erro alfa de 5%]), qual permite detectar relações ( r ) entre vitamina D e DMO ≥ 0.144 (FU e colab., 2016). Após a coleta de dados (ainda afetada pelos reflexos da pandemia da covid 19), a amostra final foi composta por 122 adolescentes de ambos os sexos, permitindo detectar relações de até ≥ 0.254 (PELEGRINI e colab., 2022). Critérios de inclusão Inicialmente, escolas e clubes esportivos da cidade de Presidente Prudente foram listados e seus respectivos responsáveis foram contatados. Após o aceite do diretor/técnico da referida instituição, foram convidados todos os adolescentes sob sua supervisão com idade entre 11 e 18 anos, bem como a autorização foi requerida mediante comunicação prévia aos pais e/ou responsáveis legais. Após o cumprimento das etapas acima descritas, foram inseridos no estudo adolescentes em concordância com os seguintes critérios: (i) idade entre 11 e 18 anos; (ii) não possuir doenças crônicas ou consumir remédios que pudessem interferir na prática de atividades físicas e pressão arterial, respectivamente; (iii) termo de consentimento e assentimento ambos assinados pelos pais e/ou responsáveis legais, bem como os adolescentes. 22 Desenho experimental Trata-se de um estudo transversal, todo trabalho de campo ocorreu no segundo semestre de 2021 e primeiro semestre de 2022, devido aos transtornos causados pelo COVID-19. Inicialmente, após contato prévio com os adolescentes nas escolas e clubes esportivos, bem como assinatura dos termos de consentimento e assentimento, foram agendadas na Universidade as seguintes avaliações físicas, dentro das avaliações se seguiu a seguinte sequencia: (i) entrevista face-a-face para preenchimento de questionário no Laboratório de Investigação em Exercício (LIVE/UNESP) e avaliação antropométrica (peso, estatura e estatura sentado), (ii) Posterior a essas etapas a avaliação da composição corporal por meio de um aparelho de densitometria óssea (DXA) foi feita; (iii) Por fim, coleta de sangue a partir de um jejum noturno de 12 horas (Figura 1). Todos os resultados da presente pesquisa foram entregues aos pais e instituições responsáveis que aceitaram participar da pesquisa. Figura 1: Desenho do estudo e suas etapas de coleta. *Se aprovado. **Se enquadro nos critérios de inclusão. Variáveis dependentes: Composição corporal e parâmetros ósseos de remodelação, densidade e geometria As variáveis de composição corporal, DMO e CMO foram estimadas por meio da absortiometria de Raio-X de Dupla energia (dual-energy X-ray absortiometry-DXA), marca 23 General Electrics, modelo Lunar Prodigy-Full. O equipamento foi calibrado e sua qualidade testada antes de cada avaliação diária, conforme recomendações do fabricante, por avaliador previamente capacitado. Foram realizadas análises de corpo inteiro com a (o) adolescente deitada em decúbito dorsal utilizando vestimentas leves, descalça e sem qualquer objeto de metal junto ao corpo. Massa gorda (BF Kg) , Massa livre de gordura (LST KG) e os valores de aDMO (g/cm2) foram analisados nas seguintes regiões: i) região lombar (L1-L4), ii) fêmur (pescoço, diáfise, trocânter e triangulo de Ward), iii) corpo total (membros inferiores, superiores e total), estimados pelo mesmo equipamento a partir do software encore v17 SP12 Prodigy, Lunar iDXA. O coeficiente de variação do equipamento é inferior a 4% para todas as medidas propostas. O mesmo software é capaz de calcular parâmetros de geometria óssea na região do fêmur, por meio da ferramenta Advanced Hip Analysis (AHA). Assim serão mensurados: i) cross-sectional área- área total da superfície óssea do quadril excluindo a área de tecido mole e osso trabecular (CSA [mm2]), ii) cross-sectional moment of inertia- índice de rigidez estrutural e reflete a distribuição de massa no centro da estrutura óssea (CSMI [mm4]) e iii) section modulus- indicador da resistência máxima da cabeça do fêmur à flexão (cm3). O procedimento para a análise sanguínea foi realizado seguindo as recomendações vigentes, em laboratório privado da cidade de Presidente Prudente. Com jejum noturno de 12 horas, os avaliados ficaram sentados durante o procedimento, com braço apoiados em suporte na altura dos ombros, foi feito um torniquete no ponto médio umeral, e assepsia um algodão com álcool 70%, foi feita a punção com agulha de 25x8 mm na prega do cotovelo. O sangue venoso foi depositado em tubos de coleta à vácuo com gel separador anticoagulante, centrifugadas (Sieger, Sirius 4000) por 10 minutos a 3.000 rpm para separação do soro. Posteriormente ao processo, a amostra foi congelada para análises bioquímicas posteriores. O procedimento foi utilizado para mensurar a OC e a CTx. Variável independente Prática esportiva Para o presente estudo, foram incluídos 122 participantes, distribuído nos grupos controle (n=38), alto/médio impacto (n=58) e não impacto repetitivo (n=26). O grupo alto/médio impacto foi composto por praticantes de Atletismo (n= 11), Basquete (n=12), Ginástica (n=07), Judô (n=28) e não impacto repetitivo por praticantes de Natação (n=26); todas 24 as divisões seguem de acordo com o proposto por Hérvas e colaboradores (HERVÁS e colab., 2019). Tabela 2. Classificação das modalidades Carga de Impacto Características Modalidade esportiva Alto Impacto Inclui saltos verticais máximos e impacto do solo Ballet Basquete Ginastica Médio impacto Envolve giros rápidos e paradas com impacto do solo Judô Karatê Não Impacto Repetitivo Força muscular de performances de longa duração sem impacto do solo Natação Variável de mediação: Radiação solar Os dados de radiação solar foram coletados de hora em hora, durante os sete dias anteriores a coleta sanguínea pela estação meteorológica de observação de superfície automática do INMET – Instituto Nacional de Meteorologia de Presidente Prudente durante o outono. No primeiro momento, tivemos a radiação global (Kj/m²), posteriormente foram estimados os nível da intensidade de radiação UVA e UVB com base nas porcentagens de Ali (ALI, 2009)(ALI, 2009). Tabela 1. Porcentagens da luz solar (irradiação solar global) Tipos de Luz Radiação que chega a Terra Comprimento de onda - nm Visível 92% 400-800 UVA 6,3% 320-400 UVB 1,7% 280-320 UVC 0% 200-280 25 Vitamina D sérica A vitamina D (25(OH)D expressa em ng/mL) também foi coletada por meio de amostras sanguíneas. Nos modelos principais de mediação, a vitamina D foi utilizada de maneira contínua. Em análises adicionais, foram adotados os seguintes pontos de corte para discriminar o grau suficiência em 25(OH)D em populações brasileiras: deficiência: < 20 ng/mL; insuficiência: 21 – 29 ng/mL; suficiência: 30 – 100 ng/mL. (FERREIRA e colab., 2017). Fatores de confusão Variáveis de confusão foram consideradas nos modelos multivariados criados, ajustando as estimativas geradas. Assim, os valores de massa magra (kg) e massa de gordura (kg) também foram estimados por meio da DXA. Etnia, idade cronológica, sexo. Nível sérico de cálcio foi coletado através de análise sanguínea. Peso corporal (balança digital Filizola PL 150; Filizola Ltds., Brasil) estatura (estadiômetro fixo marca Sanny; American Medical of Brazil Ltda., Brasil) e altura tronco cefálica foram mensurados e utilizados a fim de estimar o pico de velocidade de crescimento (PVC), o PVC indica o período em anos que o adolescente falta para atingir (escore negativo) ou já atingiu a sua maturação biológica (escore positivo) com base nas recomendações de Mirwald e colaboradores. (MIRWALD e colab., 2002) Tabela 3. Cálculo do Pico de velocidade de Crescimento Sexo masculino = 9,236 + 0,0002708 x (CP x TC) – 0,001663 x (I x CP) + 0,007216 x(I x TC) + 0,02292 x (P/E) Sexo feminino = 9,376+0,0001882 x (CP x TC) + 0,0022 x (I x CP) + 0,005841 x (I x TC) – 0,02658 x (Ix P) +0,07693 x (P x E) CP = Comprimento de Perna; TC=Altura Tronco Cefálica: I=Idade em anos; P= Peso corporal; E=Estatura. Procedimentos Estatísticos Dados descritivos foram apresentados através de média, desvio-padrão e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Análise de Variância (ANOVA) comparou os marcadores ósseos segundo os níveis de irradiação solar global. Modelos de regressão linear (expressa em valores de beta (β) e seus intervalos de confiança de 95% [IC95%]) foram utilizados com o intuito de analisar as relações propostas sob a influência das variáveis de confusão. Por fim, modelos de 26 equação estrutural (Structural Equation Modelling [SEM]) foram construídos conforme os modelos teóricos descritos na Figura 2 (paneis A, B e C). Todas as análises foram realizadas no software Stata versão 16.0, com nível de significância estatístico (p-valor) previamente estabelecido em valores inferiores a 5%. Figura 2: Modelo teórico da análise proposta Notas: DMO= densidade mineral óssea, GO= geometria óssea; PE= pratica esportiva; PSRO= parâmetros sanguíneos de remodelamento ósseo; RSG= radiação solar global. 27 RESULTADOS Artigo 1 - (Anexo - 1) Artigo original proveniente de dados preliminares da dissertação e publicado em periódico internacional (Journal of Clinical Densitometry; FI= 2.963). Mesquita EDL, Exupério IN, Agostinete RR, Luiz-de-Marco R, da Silva JCM, Maillane- Vanegas S, Kemper HCG, Fernandes RA. The Combined Relationship of Vitamin D and Weight-Bearing Sports Participation on Areal Bone Density and Geometry Among Adolescents: ABCD - Growth Study. J Clin Densitom. 2022;25(4):674-681. doi:10.1016/j.jocd.2022.09.001 28 Artigo - 2 Artigo original a ser submetido em periódico internacional (a definir). 29 Artigo Original 1 Relação da Vitamina D com densidade/geometria/remodelamento ósseo de acordo 2 com a prática esportiva de adolescents: ABCD Growth Study 3 Eduardo Duarte de Lima Mesquita1, Wesley Torres1, Barbara Perez Vogt2, Diego 4 Giulliano Destro Christofaro1, Andreia Pelegrini3, Rômulo Araújo Fernandes1 5 6 1. Laboratório de Investigação em Exercício (LIVE), Departamento de Educação 7 Física, Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo, Brasil; 8 2. Programa de Graduação em Ciência da Saúde, Faculdade de Medicina, 9 Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Brasil; 10 3. Saúde e Centro de Ciências Esportivas, Universidade Estadual de Santa Catarina, 11 Florianópolis, Brasil 12 13 Trabalho desenvolvido em: Laboratório de Investigação em Exercício (LIVE), 14 Departamento de Educação Física, UNESP, Presidente Prudente (SP), Brasil. 15 16 30 Introdução 17 Osteoporose aumenta o risco de fraturas e mortalidade entre adultos 18 (especialmente entre mulheres idosas), levando a um substancial econômico e um fardo 19 social na sociedade moderna (CURRY e colab., 2018; CURTIS e colab., 2016; VAN 20 OOSTWAARD, 2018). Entretanto, estratégias eficazes para a prevenção da osteoporose 21 estão sendo investigadas ao redor do mundo. 22 O esqueleto é um tecido dinâmico e sua saúde é afetada por dois diferentes 23 comportamentos, tais como atividade física (FLORENCIO-SILVA e colab., 2015). As 24 primeiras duas décadas de vidasão decisivas e, termos de saúde óssea e, por isso, o risco 25 de desenvolvimento de osteoporose anos depois. (BAXTER-JONES e colab., 2011; 26 MITCHELL e colab., 2018; WEAVER, C M e colab., 2016). Tal período crítico da vida 27 humana é altamente relevante para a saúde óssea, pelo menos em parte, porque há um 28 acréscimo na formação óssea que acontece durante o período da adolescência 29 (EXUPÉRIO e colab., 2019; GORDON, 2014). A prática regular de atividade física 30 durante a adolescência parece ser capaz de impulsionar a formação óssea, prevenindo o 31 desenvolvimento de osteoporose anos depois, causado pela desmineralização natural 32 óssea (WEAVER, C M e colab., 2016). Com isso, o impacto da participação esportiva no 33 processo de formação óssea tem sido investigado amplamente, porque é a principal 34 manifestação de atividade física durante a adolescência (HERVÁS e colab., 2019). 35 Aspectos nutricionais também são relevantes para a formação óssea, tais como a 36 ingestão de cálcio e vitamina D. No caso, a vitamina D, possui um papel vital na regulação 37 da absorção de cálcio no intestino e é crítico para o tecido ósseo (CASTRO, 2011; 38 WEAVER, Connie M., 2008). Além do mais, durante a pandemia de COVID-19 (SARS-39 CoV-2), houve aumento da atenção no papel da vitamina D no sistema imunológico 40 humano (ALI, Nurshad, 2020; CHIODINI e colab., 2021; MERCOLA e colab., 2020). O 41 impacto da vitamin D como impulsionador de formação óssea em crianças e adolescents 42 31 com valores normais ainda não é claro (ABRAMS e colab., 2012; SAYERS e colab., 43 2012; WINZENBERG e JONES, 2012), enquanto a combinação com a participação 44 esportiva ainda está em investigação (MESQUITA e colab., 2022). 45 A ingestão de alimentos que contém vitamina D, e a luz solar, estimulam a sua 46 produção também (CUPPARI e colab., 2011; WACKER e HOLICK, 2013). Por toda a 47 pele humana, há precursors de vitamina D (7-Desidrocolesterol), e é fotoquimicamente 48 convertida em vitamina D quando exposta a radiação ultravioleta (UVB) (HOLICK e 49 colab., 2007). Após esse processo, a vitamin D na corrente sanguínea (com a vitamina D 50 que vem do alimento) é capaz de atender as demandas do corpo humano. 51 A literatura científica, experimentos avaliando o impacto da participação esportiva 52 nos ossos têm excedido tecido ósseo como densidade mineral óssea (DMO) e conteúdo 53 mineral ósseo (CMO), enquanto propriedades geométricas começaram a serem 54 exploradas recentemente (EXUPÉRIO e colab., 2019; KRAHENBÜHLA e colab., 2018; 55 MESQUITA e colab., 2022; MOILANEN e colab., 2003; TENFORDE e 56 FREDERICSON, 2011; VLACHOPOULOS e colab., 2016). Além do mais, marcadores 57 de formação óssea e reabsorção óssea na corrente sanguínea (e.g. osteocalcina, CTX) não 58 são exploradas com tanta frequência em relação as propriedades físicas (SRIVASTAVA 59 e colab., 2005; NISHIMOTO e PRICE, 1980; LEE e colab., 2000) e, por isso, o papel da 60 participação esportiva em adolescents ainda não é claro. 61 Entretaneto o objetivo desse estudo foi analisar a relação da vitamin D com 62 densidade e geometria óssea, e marcadores da remodelação óssea em adolescentes e 63 identificar se a radiação solar é capaz de mediar essa relação, de acordo com a prática 64 esportiva. 65 66 32 Métodos 67 Amostra 68 Este estudo transversal é parte de um estudo contínuo longitudinal entitulado 69 Análise de Comportamento de Crianças Durante o Crescimento (ABCD-Growth Study), 70 o qual tem sido realizado em Presidente Prudente (228,000 cidadãos no sudeste do Brasil) 71 desde 2017. The ABCD Growth Study foi aprovado pelo Comitê de Ética da 72 Universidade Estadual Paulista – UNESP, campus de Presidente Prudente (número do 73 processo: 1.677.938) e pais/guardiões legais e os adolescentes assinaram pro escrito um 74 termo de consentimento antes de fazer parte de alguma avaliação. 75 Com a autorização dos diretores e técnicos, pesquisadores contactaram os 76 adolescentes de acordo com o critério de tempo de prática nas escolas e clubes esportivos 77 da região metropolitana de Presidente Prudente. Toda a expllicação sobre a inteção e 78 objetivos do estudo foi feita. Os pais confirmaram se o adolescente cumpria os critérios 79 de inclusão, e se confirmado, assinavam por escrito o termo de consentimento. Para os 80 adolescentes engajados no atual esporte, os critérios de inclusão a serem seguidos eram: 81 i) ≥um ano de engajamento no atual esporte; ii) termo de consentimento assinado por 82 escrito; iii) ausência de doenças clínicas ou metabólicas (previamente diagnosticadas); 83 iv) não fazer uso regular de medicamentos; e v) idade entre 11 e 17 anos. Para 84 adolescentes do grupo controle (crianças em idade escolar não engajadas em práticas 85 esportivas), os critérios de inclusão seguidos foram: i) não praticar regularmente esportes 86 nos 6 meses anteriores; ii) termo de consentimento assinado; iii) ausência de doenças 87 clínicas ou metabólicas (previamente diagnosticadas); iv) não fazer uso regular de 88 medicamentos; e iv) idade entre 11 e 17 anos. 89 Participação Esportiva 90 A amostra final foi composta por 122 adolescentes, divididos entre grupo controle 91 (38 adolescentes recrutados em diferentes escolas). O grupo de alto/médio impacto foi 92 33 compost por adolescentes praticantes no atletismo (n=11), Basquetebol (n=12), Ginástica 93 Artística (n=07) and Judô (n=28), enquanto o grupo de impacto não repetitivo foi 94 composto por adolescentes engajados na natação (=26). A definição de grupos concorda 95 com a literatura (HERVÁS e colab., 2019). 96 Composição corporal e parâmetros ósseos de densidade, geomatria e 97 remodelamento 98 Aparelho de Absorciometria de Raio-X de Dupla Energia (Lunar - Prodigy 99 Advance, GE Healthcare, Little Chalfont, Buckinghamshire, UK) foi usado para medir a 100 composição corporal. A gordura corporal (GC Kg), tecido mole magro (TMM Kg), e 101 DMOareal (g/cm2) e regionais (braços, pernas, coluna) densidade mineral óssea foi 102 medida a partir scanner de corpo total. O quadril direito foi escaneado utilizando as 103 medidas do fêmur proximal DMOa (pescoço, triângulo de Ward, trocânter, colo e diáfise) 104 e o software Hip Structural Analysis (HAS) para estimular os parâmetros geométricos da 105 região perto do pescoço: i) cross-sectional area-CSA (mm2), que é a superfície total do 106 osso, excluindo o tecido mole e o osso trabecular (índice de resistência aplicada por força 107 axial); ii) cross-sectional moment of inertia-CMSI (mm4), reflete a distribuição de massa 108 no centro da estrutura óssea (índice de rigidez estrutural)(BECK, 2007; KHOO e colab., 109 2005; ZYMBAL e colab., 2016). 110 Um pesquisador treinado avaliou o nível de calibração do aparelho DXA, seguindo 111 as recomendações do fabricante, antes de cada medição. O coeficiente de variação foi de 112 0.66% (n = 30 indivíduos não envolvidos no estudo). Todos os indivíduos utilizaram 113 roupas leves, sem sapatos and permaneceram em decúbito dorsal na máquina. 114 O procedimento da amostra sanguínea foi realizado seguindo todos os padrõe 115 recomendados, em um laboratório privado de Presidente Prudente. Após 12-h em jejum, 116 os indivíduos realizaram a coleta de sangue venoso e depois depositado em tubos com gel 117 anticoagulante com gel separante, e centrífuga (Sieger, Sirius 4000) por 10 minutos a 118 34 3,000 rpm para serum de separação. Após esse processo, a amostra foi congelada e a 119 osteocalcina and C-telopeptídeo (CTX-I) foi analisado. 120 Serum vitamina D 121 A vitamina D (25(OH)D ou calcidiol expressada em ng/mL) foi coletada na amostra 122 sanguínea também. Foi analisada utilizando o método de imunoensaio com uma Ortho 123 Clinical Diagnostics Kit processed in Immunodiag- nostic Systems Vitrus XT 7600 124 (Illkirch, France). 125 Radiação solar 126 Os dados da radiação solar foram coletados de hora em hora, sete dias antes da 127 coleta sanguínea pela plataforma automática da estação metereológica do INMET 128 (Instituto Nacional de Meteorologia) de Presidente Prudente, durante o outono de 2021 129 (para esportes coletivos) e durante a primevera de 2022 (para o grupo controle) . A 130 princípio foi obtido a radiação global (Kj/m²), em seguida, os níveis de intensidade de 131 radiação UVB foi estimada, 1.7% da radiação solar total (ALI, Salim Amed, 2009). 132 Para a homogenidade da amostra, através de questionário sobre exposição ao sol, 133 somente indivíduos que reportaram o não uso de protetor solar e exposição solar após as 134 09h da manhã até 15h e/ou após das 15h foram inclusos. 135 Covariantes 136 As variáveis de confusão consideradas foram a massa gorda (kg) (os valores 137 também foram estimados utilizando o DXA). Idade cronológica e sexo foram coletados 138 através de entrevista face-a-face. Peso corporal (Filizola PL 150 digital scale; Filizola 139 Ltds., Brazil), altura (estadiometro fixado, Sanny brand; American Medical of Brazil 140 Ltda., Brazil) e altura tronco-cefálica foi mensurada e utilizada para estimar o pico de 141 velocidade de crescimento (PVC). PVC indica o período em anos que o adolescente tem 142 ainda pra alcançar (pontuação negativa) ou já alcançou a maturação biológica (pontuação 143 positiva). (MIRWALD e colab., 2002). Para o presente estudo, a idade que ocorre o PVC 144 35 foi utilizada para analisar. 145 Análise Estatistica 146 A análise descritiva foi média, desvio-padrão (DP), e 95% do intervalo de confiança 147 (95%CI). Comparações brutas foram realizadas utilizando uma análise univariada de 148 variância (ANOVA). Correlação de Pearson (r) foi utilizado para analisar a relação entre 149 variáveis numéricas, enquanto os modelos ajustados foram executados utilizando 150 correlação parial (ajustado pela maturação, sexo e adiposidade). Modelo da equação 151 estrutural foi utilizado para identificar o potencial papel da vitamina D na relação entre 152 TMM e resultados das variáveis ósseas. Todo o procedimento estatístico foi processado 153 pelo software estatístico BioStat 5.0 (Instituto Mamirauá, Tefé, Brasil) e a significância 154 estatística (p-valor) foi estabelecida a 0.05. 155 156 36 Resultados 157 Inicialmente, os adolescents foram divididos em grupos de participação esportiva 158 (Tabela 1). Considerando esses grupos, os adolescents foram similares em termos de 159 maturação, adiposidade, densidade óssea, geometria e remodelamento. Entretanto, 160 nadadores apresentaram valores de vitamin D mais altos do que outros grupos (104% 161 mais alto do que adolescentes do grupo controle e 66% mais alto que adolescentes 162 engajados no impacto esportivo; p-valor= 0.001). 163 As concentrações sanguíneas de vitamin D não foram relacionados a nenhum 164 marcador de densidade, geometria e remodelamento ósseo, nem quando meninos e 165 meninas foram divididos em dois grupos diferentes. (Tabela 2). 166 Vitamina D não foi relacionada a nenhum marcador de densidade, geometria e 167 remodelamento ósseo entre os adolescentes engajados em esportes e com aqueles que não 168 estão engajados em esportes de alto/médio impacto (Tabela 3). Por outro lado, entre 169 nadadores, a vitamina D foi positivamente relacionada e em magnitude moderada com 170 todos os marcadores de densidade óssea (correlação variando de 0.45 a 0.60). Geometria 171 óssea de nadadores também foi positivamente relacionada (magnitude moderada) com 172 vitamina D (correlação variando de 0.53 a 0.56). Finalmente, o marcador de reabsorção 173 óssea foi inversivelmente relacionada as concentrações de vitamina D na corrente 174 sanguínea. 175 O modelo de equação estrutural foi realizada para observar o papel mediador 176 da vitamina D na relação entre TMM com as variáveis de DMO areal (Fig. 1) e com 177 variáveis geométricas (Fig. 2) do Grupo com Impacto Não Repetitivo. No primeiro 178 modelo, o TMM foi afetado de maneira significativa a DMOa de braços e pernas 179 (fraca correlação para ambos); Vitamina D apresentou significância e moderação 180 correlacionada para as variáveis obeservadas na figura; entretanto, TMM e vitamina 181 D apresentaram uma baixa e não significativa correlação, então, o efeito da 182 37 mediação não houve significância estatísitca. No segundo modelo, a vitamin D 183 apresentou uma correlação significativa para todas as variáveis observadas (fraco 184 para secção transversal e CSMI; moderado para CSA), mas o efeito da mediação da 185 concentração da vitamina D não foi estatisticamente significativa. 186 187 38 Discussão 188 Este estudo transversal investigou a relação entre a vitamina D e diferentes 189 marcadores de saúde óssea em adolescentes que praticam diferentes desportos. Os 190 principais achados indicam que a vitamina D foi significativamente relacionada à 191 densidade óssea, geometria e marcadores de remodelação, mas apenas entre os nadadores. 192 Na análise descritiva, pudemos observar que poucos adolescentes apresentaram 193 níveis séricos insuficientes de vitamina D (deficiência: <20 ng / mL) (FERREIRA e 194 colab., 2017), a maioria deles no grupo controle. . De fato, não é consenso na literatura 195 que em ambientes clínicos sem deficiência de vitamina D níveis mais elevados de 196 vitamina D estão relacionados a parâmetros ósseos (WARD et al., 2010) e esse fenômeno 197 concorda com nossos achados quando a amostra foi analisada como um todo e dividida 198 por sexo. Tais relações só se tornaram significativas quando os adolescentes foram 199 divididos por participação desportiva. 200 A literatura tem mostrado que o impacto mecânico isolado não parece ser o mais 201 importante na geração de estresse na arquitetura óssea, enquanto a contração muscular 202 contribui significativamente para esse fenômeno (MAILLANE-VANEGAS e colab., 203 2020; MESQUITA e colab., 2022; UBAGO-GUISADO e colab., 2015, 2018). A 204 ação/contração muscular e seu efeito no tecido ósseo ocorre de forma contínua, onde cada 205 contração do músculo, ativa os tendões que se ligam aos ossos, gerando micro lesões na 206 estrutura, estimulando a estrutura óssea (PETIT e colab., 2005; SCOTT e colab., 2008). 207 Um estudo recente, com adolescentes evidenciou que a combinação de esportes com peso 208 e níveis séricos suficientes de 25 (OH) D (FERREIRA e colab., 2017) parece estar 209 relacionada a uma melhor densidade e geometria óssea, mesmo em jovens sem deficiência 210 da vitamina (MESQUITA e colab., 2022). 211 Dito isso, no caso dos nossos achados, o aspeto mais relevante a ser compreendido 212 é o motivo pelo qual a vitamina D esteve relacionada a parâmetros ósseos apenas entre 213 39 nadadores. Considerando a literatura disponível, levantamos a hipótese de que a vitamina 214 D foi relacionada entre os nadadores pela combinação de dois fatores: i) maiores 215 concentrações na corrente sanguínea e ii) osso propenso a ser estimulado pela vitamina 216 D e massa muscular devido ao menor estímulo físico. 217 Em termos de adaptações à menor estimulação física, a literatura científica tem 218 sugerido potenciais efeitos negativos sobre o osso atribuídos à prática da natação entre 219 adolescentes (AGOSTINETE, R. R. e colab., 2016; GOMEZ-BRUTON e colab., 2016; 220 RIBEIRO-DOS-SANTOS e colab., 2016). A teoria mais aceita para sustentar a existência 221 desses efeitos negativos baseia-se no fato de que a prática da natação ocorre em um 222 ambiente de hipogravidade (água), geralmente envolvendo longas sessões de exercício, 223 potencialmente levando a uma menor formação óssea (PYNE e SHARP, 2014; 224 SABISTON e colab., 2010) e adaptações indesejáveis na geometria óssea (FERRY, 225 Beatrice e colab., 2011; FERRY, Béatrice e colab., 2013) devido ao menor tempo de 226 exposição ao estímulo físico. 227 Entre nadadores adolescentes, esse efeito negativo sobre o osso parece atenuado 228 pela ação da massa muscular nos membros superiores (extensivamente ativada durante a 229 prática da natação), mas não nos ossos dos membros inferiores (AGOSTINETE e colab., 230 2017), denotando papel relevante da massa muscular nesse fenômeno. Concordando com 231 isso, nossos modelos indicaram que a massa muscular e a vitamina D afetaram 232 simultaneamente a densidade óssea nos membros superiores e inferiores, mas apenas a 233 vitamina D foi relacionada à geometria óssea. 234 O papel da vitamina D nos nossos resultados parece reforçado pelo facto de os nadadores 235 terem valores sanguíneos substancialmente mais elevados do que os outros adolescentes. 236 Quanto à ação da vitamina D no músculo, quando excitado, o tecido muscular ativa os 237 receptores da vitamina D, onde a sua presença se torna então essencial para a função 238 muscular (BOLAND, 2011). A vitamina D em sua forma ativa (1,25-(OH)2D3 ou 239 40 calcitriol), facilita a entrada de íons cálcio no meio intracelular, otimizando a contração 240 muscular e, assim, gerando maior estímulo no tecido ósseo (BOLAND, 2011; CASTRO, 241 2011; CHAROENNGAM e colab., 2019; SCOTT e colab., 2008). 242 Portanto, devido à menor estimulação física observada nos nadadores, o esqueleto 243 pode estar propenso a ser afetado pela ação combinada da ação muscular e da vitamina D 244 elevada, especificamente as propriedades geométricas (MESQUITA e colab., 2022). 245 Em termos de geometria óssea e participação desportiva, dados recentes mostram que os 246 adolescentes que praticam desporto têm melhores parâmetros de geometria óssea do que 247 aqueles que não praticam (VLACHOPOULOS e colab., 2017), mesmo quando a natação 248 é o desporto considerado (KRAHENBÜHLA e colab., 2018). O facto de a vitamina D 249 afetar a geometria óssea no fémur é uma questão relevante, uma vez que os membros 250 inferiores não são muito solicitados durante a prática da natação (AGOSTINETE e colab., 251 2017) e o fémur é uma região crítica afetada pela osteoporose mais tarde na vida 252 (WEAVER, C M e colab., 2016). 253 As limitações do estudo devem ser reconhecidas por nós. Primeiro, o desenho do 254 estudo é transversal, limitando a análise de eventos de causa e efeito. Em segundo lugar, 255 a ausência de cálcio e PTH é uma limitação relevante e deve ser considerada em estudos 256 futuros. Em terceiro lugar, a ausência de medidas de força muscular é relevante, pois é a 257 principal ligação entre massa muscular e osso. Em quarto lugar, mesmo considerando que 258 os rapazes e as raparigas foram semelhantes em todas as relações, a combinação de ambos 259 na análise principal é uma decisão suscetível de ser criticada (AL-SHAAR e colab., 260 2013). No entanto, o tamanho reduzido da nossa amostra não nos permite executar 261 modelos específicos para cada sexo. 262 Em resumo, a massa muscular e a vitamina D parecem estar relacionadas com os 263 parâmetros ósseos de densidade e geometria apenas entre nadadores adolescentes, 264 enquanto a vitamina D parece mediar este fenómeno, especialmente quando a geometria 265 41 óssea é o resultado considerado.266 42 References 267 ABRAMS, Steven A. e colab. Effects of ethnicity and vitamin D supplementation on 268 vitamin D status and changes in bone mineral content in infants. BMC Pediatrics, v. 269 12, 2012. 270 AGOSTINETE, R. R. e colab. Basketball Affects Bone Mineral Density Accrual in 271 Boys More Than Swimming and Other Impact Sports : 9-mo Follow-Up. Journal of 272 Clinical Densitometry, n. 6, p. 1–7, 2016. 273 AGOSTINETE, Ricardo Ribeiro e colab. The Impact of Training Load on Bone 274 Mineral Density of Adolescent Swimmers: A Structural Equation Modeling 275 Approach. 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Variáveis Grupo Controle (n=38) Média ± DP Grupo Alto/Médio Impacto (n=58) Média ± DP Grupo Impacto Não Repetitivo (n=26) Média ± DP p-valor Idade Cronológica (anos) 14.6±2.7 14.55 ± 2.0 14.7±1.4 0.950 Massa Corporal (kg) 62.3±18.2 63.1 ± 19.0 63.1±12.6 0.973 Gordura Corporal (kg) 18.219±8.236 16.219±9.568 13.648±5.961 0.112 Tecido Mole Magro (kg) 37.618±12.623 42.052±11.209 44.173±10.170 0.063 Altura (cm) 165.9±10.6 167.2±13.1 169.0±9.6 0.579 PVC 22.39±4.9 22.2±4.2 22.02±2.8 0.947 IPVC (anos) 13.0 ± 0.9 12.9± 0.8 13.6±2.4 0.109 DMO Areal (g/cm2) DXA – Braços 0.772±0.145 0.812±0.155 0.824±0.124 0.304 DXA – Pernas 1.173±0.216 1.278±0.232 1.217±0.152 0.061 DXA - Coluna 0.964±0.189 1.042±0.193 1.006±0.123 0.118 DXA – Corpo Total 1.101±0.176 1.184±0.179 1.135±0.118 0.061 Variáveis Metabólicas Osteocalcina (ng/mL) 79.3±41.5 85.2±57.6 74.6±41.6 0.643 C-Telopeptideo (ng/mL) 1.7±1.7 1.7±0.9 1.2±0.5 0.237 Razão CTX/osteocalcina 0.021±0.010 0.026±0.028 0.213±0.013 0.399 25-hidroxivitamina D (ng/mL) 27.1±8.6 33.3±11.3 55.4±36.3a, b 0.001 Geometria Índice de Força 1.4±0.4 1.5±0.3a 1.4±0.2a 0.214 Taxa de Flambagem 2.5±0.9 2.4±1.1a 2.3±0.7a 0.586 Secção Modular 617.1±272.4 706.4±261.7 620.5±179.8 0.157 CSMI (mm4) 9417.4±5176.2 10725.2±5157.7 9258.9±3842.6 0.307 CSA (mm2) 148.6±43.7 167.1±44.1 154.2±31.6 0.094 Radiação Solar UVB 24.744±7.368 13.692±0.810a 13.804±0.809a 0.001 Categorical (n [%]) Vitamina D <20 ng/mL 8[21.05%] 7[12.07%] 0[0%] 0.184* Notas: CSMI (Cross-sectional moment of inertia); CSA (Cross—sectional area); DP, desvio padrão; DXA, absociometria de raio-x de dupla energia; IMC, índice de massa corporal; IPVC, idade do pico de velocidade de crescimento.aDiferença significativa do grupo controle em 0,05%. bDiferença significativa do grupo alto/médio impacto em 0,05%; *entre grupo controle e alto/médio impacto. 50 Tabela 2. Relação geal e por sexo, ajustado (IPVC, grodura corporal e grupo alocação), de resultados de parâmetros ósseos com níveis séricos de Vitamina D. (n=122). Variáveis Vitamina D (25 [OH] D) Geral (n=122) Masculino (n=73) Feminino (n=49) r (95%IC) r (95%IC) r (95%IC) Densidade Mineral Óssea Areal DXA – Braços (g/cm2) 0.147 (-0.03 to 0.31) 0.170 (-0.06 to 0.38) 0.118 (-0.16 to 0.38) DXA – Pernas (g/cm2) 0.111 (-0.06 to 0.28) 0.136 (-0.09 to 0.35) 0.122 (-0.16 to 0.39) DXA - Coluna (g/cm2) 0.099 (-0.08 to 0.27) 0.133 (-0.10 to 0.35) 0.101 (-0.18 to 0.37) DXA – Coluna Total (g/cm2) 0.133 (-0.04 to 0.30) 0.167 (-0.06 to 0.38) 0.120 (-0.16 to 0.38) Geometria Índice de Força 0.149 (-0.30 to 0.31) 0.190 (-0.04 to 0.40) 0.122 (-0.16 to 0.39) Taxa de Flambagem 0.020 (-0.15 to 0.19) 0.032 (-0.20 to 0.26) 0.052 (-0.23 to 0.32) Secção Modular 0.111 (-0.06 to 0.28) 0.144 (-0.08 to 0.36) 0.184 (-0.10 to 0.44) CSMI (mm4) 0.118 (-0.06 to 0.29) 0.168 (-0.06 to 0.38) 0.207 (-0.07 to 0.46) CSA (mm2) 0.140 (-0.39 to 0.31) 0.180 (-0.05 to 0.39) 0.166 (-0.12 to 0.42) Variáveis Metabólicas Osteocalcina (ng/mL) -0.179 (-0.34 to -0.001) -0.181 (-0.39 to 0.05) -0.223 (-0.47 to 0.06) C-Telopeptideo (ng/mL) -0.068 (-0.24 to 0.11) -0.132 (-0.35 to 0.10) 0.005 (-0.27 to 0.28) Razão CTX/osteocalcina -0.001 (-0.17 to 0.17) -0.011 (-0.24 to 0.22) 0.118 (-0.16 to 0.38) Notas: Modelo ajustado por IPVC. Gordura corporal e alocação grupal. CSMI (Cross-sectional moment of inertia); CSA (Cross sectional area); DXA. Absociometria de raio x de dupla energia; PVC. Pico de velocidade de crescimento; r. correlação. *= p-valor < 0.05. 51 Tabela 3. Relação por alocação grupal, ajustado (IPVC, gordura corporal e sexo) de resultados de parâmetros ósseos com níveis séricos de vitamina D. (n=122). Variáveis Vitamina D (25 [OH] D) Grupo Controle (n= 38) Grupo alto/médio impacto (n= 58) Grupo Impacto não repetitivo (n= 26) r (95%IC) r (95%IC) r (95%IC) DMO Areal (g/cm2) DXA – Braços 0.205 (-0.12 to 0.49) -0.026 (-0.28 to 0.23) 0.523 (0.17 to 0.75) DXA – Pernas 0.246 (-0.08 to 0.52) 0.045 (-0.21 to 0.30) 0.608 (0.28 to 0.80) DXA – Coluna 0.176 (-0.15 to 0.46) 0.058 (-0.20 to 0.31) 0.453 (0.08 to 0.71) DXA – Corpo Total 0.09 (-0.23 to 0.39) 0.070 (-0.19 to 0.32) 0.606 (0.28 to 0.80) Geometria Índice de Força 0.173 (-0.15 to 0.46) 0.282 (0.02 to 0.50) 0.308 (-0.09 to 0.62) Taxa de Flambagem -0.034 (-0.35 to 0.28) 0.051 (-0.21 to 0.30) 0.021 (-0.36 to 0.40) Secção Modular 0.231 (-0.09 to 0.51) 0.090 (-0.17 to 0.34) 0.561 (0.22 to 0.77) CSMI (mm4) 0.239 (-0.08 to 0.51) 0.135 (-0.12 to 0.38) 0.532 (0.18 to 0.76) CSA (mm2) 0.229 (-0.09 to 0.51) 0.148 (-0.11 to 0.39) 0.536 (0.18 to 0.76) Variáveis Metabólicas Osteocalcina (ng/mL) -0.119 (-0.42 to 0.20) -0.174 (-0.41 to 0.08) -0.356 (-0.65 to 0.03) C-Telopeptideo (ng/mL) 0.178 (-0.15 to 0.47) -0.122 (-0.36 to 0.14) -0.314 (-0.62 to 0.08) Razão CTX/osteocalcina 0.211 (-0.11 to 0.49) -0.010 (-0.26 to 0.24) 0.067 (-0.32 to 0.44) Notas: Modelo ajustado por IPVC. Gordura corporal e sexo. CSMI (Cross-sectional moment of inertia); CSA (Cross sectional area); DXA. Absorciometria de raio x de dupla energia; PVC. Pico de velocidade de crescimento; r. correlação. *= p-valor< 0.05. 432 52 Figura 1. Relação entre concentração de TMM e parâmetros de saúde óssea, analisando o potencial efeito de mediação do sérum de vitamina D, ajustado pelas covariantes em adolescentes do Grupo de Impacto Não Repetitivo 53 Figure 2. Relação entre concentração de TMM e parâmetros de saúde óssea, analisando o potencial efeito de mediação do sérum de vitamina D, ajustado pelas covariantes em adolescentes do Grupo de Impacto Não Repetitivo. 54 RECONHECIMENTOS: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o esforço dos participantes, seus pais e treinadores. Este estudo foi financiado em parte pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001. FONTE DE FINANCIAMENTO: Este Estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP (Processo 2019/03478-5, 2020/09496-2 e 2018/22593-7). WT recebeu financiamento da FAPESP (2021/08655-2). CONFLITO DE INTERESSE: Nenhum ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: Eduardo Duarte de Lima Mesquita Departamento de Educação Física. Laboratório de InVestigção em Exercicio. Universidade Estadual Paulista (UNESP) Rua Roberto Simonsen, 305. Presidente Prudente (SP) – Brasil CEP: 19060-900 Tel. (+55 18) 3229-5400 E-mail: eduardo.duarte@unesp.br 55 Conclusão • A vitamina D parece mediar a relação entre massa muscular e parâmetros ósseos, especialmente aqueles relacionados a geometria; • O papel da vitamina D na formação óssea parece mais marcante entre adolescentes nadadores. • Radiação solar não parece ter um papel significativo na relação entre prática esportiva e parâmetros ósseos. 56 REFERÊNCIAS ABRAMS, Steven A. e colab. Effects of ethnicity and vitamin D supplementation on vitamin D status and changes in bone mineral content in infants. BMC Pediatrics, v. 12, 2012. AGOSTINETE, R. R. e colab. Basketball Affects Bone Mineral Density Accrual in Boys More Than Swimming and Other Impact Sports : 9-mo Follow-Up. Journal of Clinical Densitometry, n. 6, p. 1–7, 2016. AGOSTINETE, Ricardo Ribeiro e colab. Categorizing 10 Sports According to Bone and Soft Tissue Profiles in Adolescents. MEDICINE & SCIENCE IN SPORTS & EXERCISE, p. 2673–2681, 2020. 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