0 1 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas Campus de Rio Claro VITOR VIEIRA ANTUNES ANÁLISE PLUVIOMÉTRICA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1994-2014 Trabalho de Graduação apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Rio Claro - SP 2015 2 Vitor Vieira Antunes ANÁLISE PLUVIOMETRICA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1994 - 2014 Trabalho de Graduação apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas - Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Bacharel em Geografia. Comissão Examinadora ____________________________________ (orientador) ____________________________________ ____________________________________ Rio Claro, _____ de __________________________ de ________. Assinatura do(a) aluno(a) assinatura do(a) orientador(a) 3 Agradecimentos Agradeço Pedro Fontão, Diego Correia Maia, Maira Bueno Braga e Gustavo Vitti por auxiliarem na realização deste trabalho. 4 Resumo O presente trabalho aborda a análise de estudos anteriores a esse sobre a pluviosidade do estado de São Paulo, principalmente a tese de Doutorado do professor Sant’Anna Neto, que aborda o padrão da Pluviosidade do Estado de São Paulo. O trabalho faz uma atualização dos dados pluviométricos usados pelo professor para o período de 1994 a 2014, e a partir da construção de gráficos e cartogramas de pluviosidade, se faz uma análise geral do estado e especifica de cada região quanto a evolução e distribuição espacial anual das chuvas no estado de São Paulo. Abstract This paper addresses the analysis of previous studies about the precipitation int São Paulo state, but most of all the PhD thesis of the professor Sant'Anna Neto, which focus on the behavior of the precipitations in Sao Paulo state. The Present study focus on updating the data used by the professor for the period of 1994 - 2014, and by creating precipitation graphs and maps, an analysis is made of the general and specific evolution and distribution of the precipitation in each region on São Paulo State. 5 SUMÁRIO 1. Introdução 5 2. Climatologia Geográfica 7 2.1. Elementos Climáticos 8 2.2. Mudanças Climáticas 9 2.3. Estudo Climático do Estado de São Paulo 10 3. Procedimentos Metodológicos 12 3.1. Base teórica 11 3.2. Método 15 4. O Comportamento das Chuvas no Estado de São Paulo 31 4.1. Variação Espacial 32 4.2. Variação Temporal 34 4.3. Variabilidade Têmporo Espacial 37 4.4. Conclusão 50 5. Referencias 52 6. Apêndice 1 53 6 1. Introdução O trabalho de pesquisa, sobretudo se tratando de iniciação cientifica requer o processo de formação sobre o papel da ciência e sua contribuição à sociedade. Estudas fenômenos climáticos nos dias atuais torna-se imperativo frente não apenas ao que tem representado do ponto de vista das alterações e dos eventos extremos, mas principalmente diante de suas relações com os fenômenos de produção do espaço e os impactos daí advindos Segundo Souza (2008) todo o sentido da ciência de montagem de um fenômeno está na relação direta entre teoria e pratica, uma pratica empírica e uma pratica teórica, que reúnem capacidade de recriarem o fenômeno, percebendo seus efeitos sobre o conjunto do espaço. Desta forma, para pesquisar os fenômenos atmosféricos, e suas relações com o meio, é necessário fazer uso de dois campos da ciência, a Meteorologia e a Climatologia. Comumente confundidas e debatidas sobre suas aplicações, essa dualidade existe pela razão histórica de já terem sido um único campo do conhecimento. (MENDONÇA, 2007) Entretanto, a meteorologia se manteve mais ligada ao braço das ciências exatas, se preocupando em classificar e estudar física e quimicamente os fenômenos em si, como relâmpagos, trovões, nuvens e composição do ar. Além disso, tempo maior foco no Tempo Climático do que no Clima, ou seja, na dimensão instantânea do estado atmosférico. (MENDONÇA, 2007) Segundo Zavatinni(2013), a climatologia, por sua vez, como braço da geografia física, se foca mais nas sequências de tempos climáticos, que caracterizam tipos de tempo e suas relações com o espaço geográfico, que por fim constituem os climas. Essa análise por sua vez, tem diferentes abordagens: a mais tradicional aborda o tema separando cada elemento do clima, traçando medias, e depois remontando um todo; a abordagem dinâmica por sua vez tenta identificar o relacionamento do todo, sem separar os elementos, e identificando os ritmos de extremos e as tendências gerais do clima. Assim, para identificar se as variações atmosféricas em determinada região são simples variações climáticas ou se são mudanças climáticas é necessário usar de técnicas da meteorologia e da climatologia. Principiando da coleta e identificação de dados atmosféricos desenvolvidos pela meteorologia, e em seguida usando das 7 metodologias estabelecidas pela climatologia para analisar os dados, busca-se identificar quais são as tendências normais do clima e quais são os seus ritmos naturais de eventos extremos. (ZAVATINNI, 2013) Em 1995 o professor Sant’Anna Neto em sua tese de doutorado estuda as chuvas do estado de são Paulo, resgatando toda a literatura anterior e se debruça sobre os dados coletados de mais de 390 postos pluviométricos. O autor avalia os dados de chuvas do estado de São Paulo no período de 1971 a 1993 e analisa a sua distribuição temporal e espacial, propondo uma regionalização pluviométrica do estado de São Paulo e comparando a evolução das chuvas com os estudos anteriores. O presente trabalho se propôs a atualizar as análises realizadas pelo professor San’Anna Neto (1995) para o período de 1994 até 2014. Para esse fim foram levantados dados das mesmas fontes e, sempre que possível, dos mesmos postos pluviométricos. A partir dos dados atualizados foram construídos gráficos, cartogramas e tabelas do novo período para realizar análises baseadas na metodologia do trabalho original. Ainda que de forma bem mais simplificada e preliminar, os dados foram comparados com os originais a fim de analisar o desenvolvimento do comportamento pluviométrico do estado de São Paulo. 8 2. A Climatologia Geográfica O campo de pesquisa da climatologia está intimamente ligada a Meteorologia em suas práticas e conceitos, e por essa característica se cria uma dualidade que comumente causa dúvida e discussão sobre aplicação de cada uma. (ZAVATINNI, 2013) A Meteorologia estuda os elementos da atmosfera, como temperatura, precipitação, direção e velocidade dos ventos, com o objetivo de caracterizar a atmosfera e tentar prever o funcionamento da mesma. Esse estudo criou as bases conceituais e técnicas que também são usadas pela climatologia, entretanto as duas se diferenciam no foco que dão para o Tempo e para o Clima (MENDONÇA, 2007). Na Meteorologia tempo se constitui como o conjunto de elementos atmosféricos num determinado momento que caracteriza um estado atmosférico nesse determinado momento. Ao contrário de tempo, que é uma combinação instantânea de fatores, o clima se caracteriza por uma combinação de conjunturas atmosféricas, que denotam uma tendência, e caracterizam o comportamento médio, e extremos da atmosfera ao longo do tempo. Assim a Climatologia Geográfica estuda o contínuo comportamento da atmosfera em contato com a superfície terrestre e a sua distribuição espacial. (ZAVATINNI, 2013) Na Meteorologia existem dois tipos de metodologia para o recolhimento e análise dos dados atmosféricos. A Meteorologia Tradicional, que estuda cada elemento da atmosfera separadamente, e depois junta as análises numa tentativa de reconstruir o todo. Já a Meteorologia Dinâmica considera todos os elementos atmosféricos como um todo para tentar entender o tempo. (ZAVATINNI, 2013) Na Climatologia existe um paralelo direto com esse eixo da Meteorologia, que se dá como a Climatologia Separativa e Climatologia Sintética. Na Separativa os elementos do clima são considerados separadamente, e a partir dos dados coletados, são calculadas medias que por fim são utilizadas para caracterizar o clima em cada local. A Sintética por sua vez procura analisar o complexo funcionamento do clima como um todo, sem separar elementos para análise, nem traçando medias, mantendo assim as características dos eventos mais extremos. Além disso, a Climatologia Sintética tem especial foco na caracterização das tendências e ritmos da atmosfera de se distanciar e de retornar a essas tendências que são identificadas através das 9 análises cronológicas da atmosfera (ZAVATINNI, 2013). 2.1. Elementos Climáticos Os estudos em climatologia geográfica exigem clareza sobre conceitos e categorias que fundamentem o campo cientifico de estudo. Para Souza (2008) a utilização de quaisquer categorias de analise revela uma concepção de mundo, pensamento e ciência. As categorias permitem perceber se a estrutura do pensamento se realiza de forma a conhecer as propriedades e conexões gerais da realidade. Esta dimensão de leitura é que distancia a climatologia /meteorologia da climatologia geográfica dinâmica defendida por Monteiro (1973). Nesse sentido os elementos climáticos abordados neste item integram esta concepção de climatologia e seu estudo. 2.1.1. Clima Os conceitos mais tradicionais de Clima como o de Julius Hann (Apud ZAVATINNI, 2013) do final do século XIX, o caracterizam como o conjunto dos fenômenos meteorológicos que caracterizam a condição media da atmosfera sobre cada lugar da Terra. Entretanto a análise dinâmica da atmosfera mostrou a importância dos fenômenos eventuais e extremos, uma vez que esses causam grandes impactos para o espaço geográfico. Assim o Clima passa ser caracterizado também como uma sucessão de tipos de tempo que expõe uma amplitude rítmica de extremos e suas tendências habituais (MENDONÇA, 2007). 2.1.2. Precipitação A precipitação é um processo de condensação e sublimação da água e seu movimento na forma liquida (gotas) ou solida (neve e granizo) das nuvens até a superfície terrestre. Esse processo ocorre quando as gotículas de água ou cristais de gelo dentro das nuvens se aglutinam o suficiente para que seu peso vença as correntes ascendentes de ar dentro da própria nuvem e chegue ao solo antes de evaporar novamente. (MENDONÇA, 2007) 10 A precipitação pluviométrica é a medida tradicional de precipitação, que se dá em milímetros, de acordo com altura de água coletada no pluviômetro (MENDONÇA, 2007). 2.1.3. Temperatura Em climatologia, Temperatura se refere especificamente a temperatura do ar, ou seja, o calor sensível armazenado nas moléculas que compõe a atmosfera, medida por termômetros. A temperatura do ar pode ser analisada em diversas categorias temporais, como instantânea, media, máximas e mínimas (MENDONÇA, 2007). 2.2. Mudanças Climáticas Através dos registros instrumentais (que cobrem os apenas os últimos 100 anos para a maior parte do mundo) e de indicadores indiretos (como anéis de árvores, testemunhos em gelo e sedimentos oceânicos) é possível constatar que o Clima não é constante. Entretanto, as inconstâncias do clima podem caracterizar variabilidades climáticas ou mudanças climáticas. (BARRY, 2013) As variabilidades climáticas, na visão da Climatologia Separativa, referem-se as flutuações no estado médio, das variáveis climáticas, nas escalas temporais e espaciais, e de eventos individuais fora do habitual. Essas variações são entendidas como tendência rítmica normal de extremos num clima pela Climatologia Sintética. (BARRY, 2013) As mudanças climáticas por sua vez, para a Climatologia Separativa, caracterizam um desvio significativo na média padrão do clima que persiste por um longo período de tempo. Do mesmo modo, para a Climatologia Sintética, mudança climática caracteriza uma mudança no ritmo de extremos assim como na tendência geral de um clima. As mudanças climáticas podem decorrer tanto de processos naturais quanto de processos antropomórficos. (BARRY, 2013) Contudo, é importante salientar que a diferença entre variabilidade climática e mudança climática depende em grande parte do ponto de vista temporal da análise. Desse modo variações climáticas enormes como glaciais e interglaciais podem ser 11 considerados como variabilidade climática do clima global dos últimos milhões de anos, assim como podem ser considerados como mudança climática, se analisar-se apenas os últimos milhares de anos (BARRY, 2013). 2.3. Estudo Climático do Estado de São Paulo A principal obra analisada nesse trabalho é a tese de doutorado do professor João Lima Sant’Anna Neto (1995), entretanto cabe aqui apresentar alguns dos autores mais importantes nos quais esta tese se fundamentou. Se atribui os primeiros estudos climáticos do Estado de São Paulo a Belfort Matos (1925), pela apresentação das normais climatológicas para 50 estações no Estado para o período de 1890 a 1920 e a divisão do Estado em quatro regiões climáticas. Sampaio Ferraz (1939 e 1942) traz contribuições estudando o que o autor chama de ciclos climatológicos ligados ao deslocamento da área Anti-ciclônica semi permanente no Atlântico sul, e sua ligação com a variabilidade das chuvas no estado de São Paulo. José Setzer (1946) que traz uma extensa análise dos dados climáticos do Estado, apresentando uma divisão climática do Estado, e uma comparação das normais de chuvas do período de 1900 a 1940 com o intuito de explicar a alteração do regime e distribuição de chuvas devido ao processo de desmatamento do território paulista. . Na década de 50 Schroder (1956) faz uma análise da distribuição e a sazonalidade das precipitações em São Paulo a partir de 250 postos pluviométricos e divide o Estado em quatro áreas climáticas. Monteiro, em seu doutorado apresenta uma análise que estabelece a repercussão da frente polar atlântica na gênese das chuvas no complexo geográfico regional. Em 1971 o autor inaugura sua nova proposta metodológica de “analise rítmica” que se baseia na Climatologia Dinâmica e se preocupa principalmente com a busca dos ritmos do clima e suas relações com o espaço. Em 1972 Setzer publica o Atlas Pluviométrico do Estado de São Paulo, utilizando mais de 500 postos pluviométricos do DAEE, e produziu dados cartas mensais e sazonais de chuva para todo o Estado. 12 Sant’Anna Neto et al, entre 1990 e 1991, apresentam uma série de trabalhos que discutem questões metodológicas, propondo um modelo de painel temporo/espacial para a variabilidade das chuvas. Além disso, discute técnicas estatísticas e cartográficas para o estudo da pluviosidade. Em “Clima e Excepcionalismo” (Monteiro 1991) faz uma reflexão sobre a dinâmica climática como fenômeno geográfico e sobre novos rumos da climatologia geográfica recapitulando toda sua produção cientifica em climatologia. 13 3. Procedimentos Metodológicos 3.1. Base teórica “amparado nas concepções de Monteiro(1976,1991) presume-se que a climatologia oferece à pesquisa geográfica um importante instrumento de investigação nas relações entre o ambiente (enquanto recurso) e a sociedade.” (SANT'ANNA NETO, 1995, p 30) As atividades humanas, inicialmente a partir da produção agrícola e pecuária e em seguida com o desenvolvimento de cidades, indústria, transporte e extração de recursos, se caracterizam como o principal agente de transformação do ambiente. O ambiente por sua vez, regido pelos seus próprios processos e dinâmicas, responde a essas transformações alterando seus sistemas de equilíbrio. No estado de São Paulo o uso da terra no espaço agrário e no espaço urbano geram desequilíbrios ambientais que afetam tanto a produção econômica agrícola como a própria qualidade de vida dos moradores tanto da cidade como da área rural. Nos processos agrícolas, a variável mais importante no processo produtivo é o clima, visto como provedor de energia do sistema terrestre. Assim, do mesmo modo que as ações humanas podem alterar o ambiente, o ambiente também altera a sociedade. Segundo Souza (2008) ao se destacar na produção de etanol, respondendo por mais de 60% da produção nacional, o estado de São Paulo vem apresentando um processo de homogeneização territorial, considerando a redução da diversidade produtiva Estas dinâmicas produtivas não estão vinculadas apenas ao setor energético e em análises regionais existem padrões de homogeneização de culturas como laranja e produção de pinus e eucaliptos Devido as interações dos sistemas controlados pelas massas de ar extra tropicais, tropicais e as equatoriais, aos fenômenos frontológicos, ao posicionamento no trópico de capricórnio e aos efeitos de altitude e de continentalidade, as chuvas caracterizam 14 a principal variável climática no estado de São Paulo, tanto em sua distribuição espacial quanto temporal. (SANT'ANNA NETO, 1995) O trabalho desenvolvido por Monteiro no atlas “A dinâmica climática e as chuvas no Estado de São Paulo” (1973) e o delineamento das regiões baseadas nesse trabalho pelo professor Sant’Anna Netto (1995) serviram de base no delineamento teórico dessa pesquisa. Em seu livro Monteiro (1973) apresenta uma classificação para as feições climáticas do território paulista agrupadas em células regionais e climas zonais. No mapa, as feições são agrupadas em dois climas zonais, três climas regionais e nove feições climáticas que se dividem em 6 regiões geográficas. (Figura1) Com base nessa classificação o Professor Sant’anna Netto divide o Estado em 8 unidades regionais e 25 subunidades, sendo elas: Litoral, Leste, Mantiqueira, Depressao periférica, Cuesta Basaltica, Norte, Oeste e Sudoeste. Apesar do caráter de analise rítmica do trabalho de Monteiro, esse trabalho, assim como o trabalho de Sant’anna Netto(1995), não se propõe a fazer tal análise, mas sim usar de técnicas estatísticas/quantitativas para fornecer uma base de dados para a análise climática. Assim, a partir desses conceitos e das características geográficas do Estado de São Paulo, continuando o trabalho do professor Sant’anna Netto, essa pesquisa se propôs analisar a variabilidade e a tendência das chuvas para melhor entender o fenômeno pluvial no Estado de São Paulo no período subsequente a sua análise. 15 Figura 1 1 Fonte: Monteiro (1973) Feições Climáticas do Estado de São Paulo 16 3.2. Método Seguindo a proposta do professor Sant’anna Netto(1995), a pesquisa define como universo de análise o estado de São Paulo. Com base na seleção de estações estabelecida pelo autor, foi usada a malha quadriculada na escala 1:4.000.000 com quadriculas de 15 por 15, que divide o estado de São Paulo em 394 quadrículas, cada uma representada por uma estação pluviométrica. Essa base cartográfica foi originalmente digitalizada pelo programa Drawperfect. A partir da seleção dos postos pluviométricos, mantidos pelo DAEE (Departamento de Aguas e Energia Elétrica), foi realizada uma nova seleção de estações pluviometricas. Sempre que possível as mesmas estações foram utilizadas. Entretanto, pela falta de dados atuais muitas estações foram descartadas e substituídas por estações próximas das originais que continham dados atuais de pluviosidade. Ainda assim algumas estações tiveram que ser desconsideradas por completo pela falta de dados e de estações próximas viáveis. Diante da composição da base de dados foi utilizada uma series de 21 anos de 337 estações pluviométricas da rede do DAEE (quadro 2). Das estações foram coletados os valores mensais de pluviometria para o período de 1994 até 2014. Esses dados foram então colocados no programa Microsoft Office Excel 2013, criando um banco de dados de precipitação. Ainda nesse programas as seguintes tabulações e cálculos foram feitos: - Cálculo de totais anuais para cada estação. - Cálculo de média de precipitações mensais e anuais para todo o período estudado. Soma dos valores dividido pelo número de amostras𝑋 = ∑ 𝑋𝑖𝑛 𝑖=1 𝑛 - Seleção dos valores máximos e mínimos mensais, sazonais e anuais. Maior valor Max(𝑥1…𝑥𝑛)e menor valor Min(𝑥1…𝑥𝑛) 17 - Cálculo de desvio padrão e coeficiente de variação anual para cada estação. -Desvio padrão (S) 𝑆 = √ ∑ (𝑥𝑖−𝑋)2𝑛 𝑖=1 𝑛 - Cálculo da Variância anual para cada estação. -Cálculo de Variância CV= S/x - Cálculo de Tendência dos valores anuais para cada estação. y= variável dependente (como valor da precipitação a cada ano) Y= media da variável dependente x = variável independente (valores descritos acima) X = Media das variáveis independentes Reta �̂� = 𝑌 + ( ∑𝑥𝑦 ∑𝑥2 ) 𝑥 Após a análise Inicial de cada estação, foram selecionadas estações de cada uma das regiões climáticas definidas no trabalho de Monteiro (1973) para traçar medias regionais e fazer os mesmos cálculos de cada estação para cada região. Em seguida foi traçada uma média geral de todas as estações pluviometricas para serem feitos os mesmos cálculos para o estado de São Paulo como um todo. A partir dos resultados produzidos foram desenvolvidos gráficos para a análise comparativa dos dados entre si e em comparação ao estudo anterior. No programa Surfer os dados também foram espacializados e mapeados através do método geoestatistico de krigagem. A partir da localização de cada estação e do dado anual de cada estação foram produzidos mapas de isolinhas de pluviosidade anual para cada ano contemplado no estudo. Na tabela 1, demonstramos, a título de exemplo o conjunto de dados e equações realizadas em uma estação pluviométrica. 18 Quadro 2 Postos Pluviométricos (selecionados) DAEE- São Paulo Posto Município Altitude Latitude Longitude B4-001 FRANCA 1.020,00 20° 31' 00'' 47° 24' 00'' B4-012 SALES OLIVEIRA 750 20° 48' 00'' 47° 46' 00'' B4-015 ORLANDIA 680 20° 44' 47'' 47° 53' 24'' B4-020 RESTINGA 890 20° 36' 00'' 47° 29' 00'' B4-021 SAO JOSE DA BELA VISTA 740 20° 36' 00'' 47° 38' 00'' B4-024 CRISTAIS PAULISTA 950 20° 24' 00'' 47° 24' 00'' B4-024 CRISTAIS PAULISTA 950 20° 24' 00'' 47° 24' 00'' B4-038 RIFAINA 620 20° 05' 00'' 47° 26' 00'' B4-040 BATATAIS 860 20° 53' 00'' 47° 37' 00'' B4-053 ITIRAPUA 860 20° 38' 00'' 47° 13' 00'' B4-061 PATROCINIO PAULISTA 720 20° 38' 00'' 47° 17' 00'' B4-063 PEDREGULHO 1.010,00 20° 17' 00'' 47° 25' 00'' B4-065 BURITIZAL 790 20° 16' 38'' 47° 40' 34'' B5-004 MORRO AGUDO 540 20° 43' 34'' 48° 03' 22'' B5-009 OLIMPIA 550 20° 36' 33'' 48° 57' 31'' B5-012 BARRETOS 485 20° 37' 40'' 48° 48' 39'' B5-027 PITANGUEIRAS 610 20° 59' 53'' 48° 19' 56'' B5-029 JABORANDI 500 20° 40' 41'' 48° 24' 39'' B5-035 CAJOBI 600 20° 51' 00'' 48° 48' 00'' B5-036 BEBEDOURO 560 21° 00' 12'' 48° 32' 56'' B5-040 GUAIRA 510 20° 21' 00'' 48° 18' 00'' B5-052 IPUA 560 20° 27' 00'' 48° 01' 00'' B5-063 COLOMBIA 520 20° 15' 37'' 48° 48' 23'' B6-001 ICEM 430 20° 20' 26'' 49° 12' 07'' B6-003 ONDA VERDE 550 20° 49' 00'' 49° 31' 00'' B6-003 ONDA VERDE 460 20° 38' 00'' 49° 20' 00'' B6-006 BADY BASSIT 520 20° 55' 00'' 49° 27' 00'' B6-009 TABAPUA 530 20° 59' 00'' 49° 01' 00'' B6-010 TANABI 510 20° 29' 00'' 49° 34' 00'' 19 B6-020 SAO JOSE DO RIO PRETO 470 20° 48' 00'' 49° 23' 00'' B6-025 ALTAIR 500 20° 31' 31'' 49° 03' 34'' B6-026 ONDA VERDE 520 20° 37' 00'' 49° 18' 00'' B6-029 ORINDIUVA 500 20° 10' 47'' 49° 22' 05'' B6-030 PALESTINA 540 20° 23' 00'' 49° 26' 00'' B6-033 AMERICO DE CAMPOS 450 20° 18' 00'' 49° 46' 00'' B6-034 NIPOA 460 20° 55' 00'' 49° 47' 00'' B6-036 VOTUPORANGA 510 20° 26' 23'' 49° 58' 49'' B6-048 SEBASTIANOPOLIS DO SUL 470 20° 38' 00'' 49° 57' 00'' B6-050 CARDOSO 420 20° 08' 00'' 49° 58' 00'' B7-005 FERNANDOPOLIS 520 20° 18' 00'' 50° 15' 00'' B7-006 URANIA 470 20° 16' 14'' 50° 39' 07'' B7-008 JALES 450 20° 18' 00'' 50° 33' 00'' B7-011 VALENTIM GENTIL 480 20° 26' 00'' 50° 04' 00'' B7-012 MACEDONIA 500 20° 09' 00'' 50° 12' 00'' B7-013 SANTA ALBERTINA 410 20° 02' 00'' 50° 44' 00'' B7-014 GUARANI D'OESTE 500 20° 04' 00'' 50° 21' 00'' B7-019 FERNANDOPOLIS 470 20° 14' 00'' 50° 19' 00'' B7-036 PARISI 470 20° 18' 00'' 50° 01' 00'' B7-038 PONTALINDA 380 20° 26' 00'' 50° 32' 00'' B7-039 SANTO ANTONIO DO ARACANGUA 415 20° 52' 00'' 50° 28' 10'' B7-041 DOLCINOPOLIS 445 20° 07' 00'' 50° 30' 00'' B7-042 PALMEIRA D'OESTE 430 20° 25' 00'' 50° 46' 00'' B7-045 AURIFLAMA 450 20° 42' 00'' 50° 33' 00'' B7-048 GUARARAPES 350 21° 04' 15'' 50° 42' 39'' B7-050 TURIUBA 435 20° 57' 00'' 50° 06' 00'' B7-053 GUZOLANDIA 450 20° 38' 43'' 50° 39' 43'' B7-055 MAGDA 420 20° 34' 00'' 50° 13' 00'' B8-001 PEREIRA BARRETO 350 20° 44' 00'' 51° 08' 00'' B8-002 CASTILHO 380 20° 52' 00'' 51° 29' 00'' B8-004 ANDRADINA 370 20° 55' 00'' 51° 22' 00'' B8-011 MIRANDOPOLIS 420 20° 56' 00'' 51° 07' 00'' 20 B8-031 TRES LAGOAS- MS 260 20° 46' 44'' 51° 39' 25'' C3-009 VARGEM GRANDE DO SUL 750 21° 50' 00'' 46° 54' 00'' C3-011 SAO SEBASTIAO DA GRAMA 920 21° 42' 00'' 46° 49' 00'' C3-014 CACONDE 879 21° 31' 08'' 46° 38' 50'' C3-030 TAPIRATIBA 740 21° 28' 00'' 46° 45' 00'' C3-031 SAO JOAO DA BOA VISTA 740 21° 57' 11'' 46° 48' 29'' C3-035 SAO JOSE DO RIO PARDO 660 21° 36' 00'' 46° 54' 00'' C4-001 SANTO ANTONIO DA ALEGRIA 820 21° 06' 00'' 47° 09' 00'' C4-007 CRAVINHOS 700 21° 21' 36'' 47° 42' 40'' C4-019 SAO CARLOS 620 21° 44' 53'' 47° 46' 06'' C4-026 CASA BRANCA 700 21° 54' 00'' 47° 02' 00'' C4-033 PIRASSUNUNGA 670 22° 01' 55'' 47° 25' 14'' C4-034 RIBEIRAO PRETO 580 21° 13' 00'' 47° 52' 00'' C4-039 ALTINOPOLIS 1.030,00 21° 01' 00'' 47° 24' 00'' C4-043 SANTA ROSA DE VITERBO 580 21° 26' 00'' 47° 20' 00'' C4-054 JARDINOPOLIS 580 21° 01' 00'' 47° 46' 00'' C4-057 RIBEIRAO PRETO 590 21° 18' 00'' 47° 56' 00'' C4-071 DESCALVADO 780 21° 58' 36'' 47° 42' 11'' C4-072 CASA BRANCA 702 21° 46' 57'' 47° 03' 28'' C4-083 SERRANA 540 21° 13' 00'' 47° 36' 00'' C4-096 LUIS ANTONIO 670 21° 35' 00'' 47° 42' 00'' C4-097 CASA BRANCA 610 21° 56' 00'' 47° 08' 00'' C4-102 CASSIA DOS COQUEIROS 890 21° 17' 00'' 47° 10' 00'' C4-103 SANTA ROSA DE VITERBO 740 21° 33' 00'' 47° 23' 00'' C4-107 SANTA RITA DO PASSA QUATRO 780 21° 42' 27'' 47° 28' 16'' C5-012 ARARAQUARA 680 21° 40' 00'' 48° 14' 00'' C5-016 BOA ESPERANCA DO SUL 0 21° 52' 25'' 48° 28' 24'' C5-017 ARARAQUARA 580 21° 53' 17'' 48° 09' 06'' C5-018 PINDORAMA 530 21° 13' 08'' 48° 53' 52'' 21 C5-027 SANTA ADELIA 575 21° 16' 27'' 48° 45' 59'' C5-028 JABOTICABAL 610 21° 19' 59'' 48° 18' 59'' C5-042 SANTA LUCIA 640 21° 39' 32'' 48° 02' 28'' C5-048 NOVA EUROPA 490 21° 48' 15'' 48° 36' 11'' C5-073 CANDIDO RODRIGUES 617 21° 19' 32'' 48° 37' 53'' C5-074 MATAO 560 21° 36' 00'' 48° 21' 00'' C5-082 BORBOREMA 420 21° 42' 00'' 49° 02' 00'' C5-092 VISTA ALEGRE DO ALTO 590 21° 09' 24'' 48° 37' 44'' C5-093 ITAPOLIS 480 21° 35' 00'' 48° 49' 00'' C5-105 TAQUARITINGA 520 21° 28' 00'' 48° 37' 00'' C5-112 GUARIBA 570 21° 21' 09'' 48° 12' 31'' C5-113 TAIUVA 620 21° 07' 08'' 48° 24' 49'' C5-117 BOA ESPERANCA DO SUL 474 21° 59' 28'' 48° 23' 25'' C5-119 ITAPOLIS 430 21° 36' 00'' 48° 58' 00'' C6-003 BARBOSA 400 21° 16' 03'' 49° 56' 32'' C6-008 GUAICARA 460 21° 35' 54'' 49° 48' 19'' C6-017 CAFELANDIA 440 21° 48' 45'' 49° 36' 33'' C6-036 MENDONCA 490 21° 11' 02'' 49° 34' 58'' C6-040 ITAJOBI 470 21° 18' 40'' 49° 03' 26'' C6-041 URUPES 455 21° 12' 22'' 49° 17' 31'' C6-051 GUARANTA 450 21° 53' 18'' 49° 31' 41'' C6-053 CATIGUA 496 21° 03' 23'' 49° 03' 43'' C6-059 PROMISSAO 420 21° 33' 14'' 49° 52' 00'' C6-071 GUAIMBE 454 21° 54' 52'' 49° 53' 52'' C6-100 IBIRA 471 21° 06' 30'' 49° 09' 23'' C7-001 PARAPUA 346 21° 56' 25'' 50° 56' 24'' C7-003 ARACATUBA 320 21° 03' 40'' 50° 27' 58'' C7-004 TUPA 463 21° 57' 43'' 50° 27' 50'' C7-006 GETULINA 430 21° 45' 00'' 50° 07' 00'' C7-009 ARACATUBA 390 21° 12' 00'' 50° 27' 00'' C7-010 PENAPOLIS 430 21° 26' 00'' 50° 04' 00'' C7-011 ALTO ALEGRE 510 21° 35' 00'' 50° 10' 00'' C7-028 BIRIGUI 390 21° 17' 00'' 50° 20' 00'' C7-033 GUARARAPES 410 21° 16' 00'' 50° 38' 00'' C7-034 VALPARAISO 400 21° 15' 00'' 50° 52' 00'' C7-054 IACRI 509 21° 52' 12'' 50° 40' 35'' C7-064 LUISIANIA 420 21° 41' 50'' 50° 17' 43'' C7-066 TUPA 514 21° 54' 02'' 50° 35' 52'' 22 C7-073 ARACATUBA 410 21° 20' 00'' 50° 31' 00'' C7-075 SALMOURAO 387 21° 37' 14'' 50° 54' 59'' C7-078 PIACATU 420 21° 36' 00'' 50° 36' 00'' C7-086 BREJO ALEGRE 370 21° 08' 17'' 50° 11' 34'' C8-001 PIQUEROBI 441 21° 53' 10'' 51° 43' 38'' C8-002 FLORIDA PAULISTA 427 21° 36' 59'' 51° 10' 06'' C8-004 ADAMANTINA 440 21° 41' 16'' 51° 02' 31'' C8-008 MONTE CASTELO 317 21° 18' 01'' 51° 34' 12'' C8-009 SANTO ANASTACIO 444 21° 58' 08'' 51° 38' 34'' C8-010 CAIUA 350 21° 49' 55'' 51° 59' 07'' C8-011 PRESIDENTE VENCESLAU 400 21° 52' 43'' 51° 50' 18'' C8-019 PANORAMA 265 21° 21' 10'' 51° 51' 27'' C8-022 GUARACAI 430 21° 01' 38'' 51° 11' 31'' C8-026 EMILIANOPOLIS 340 21° 49' 59'' 51° 28' 47'' C8-030 FLORIDA PAULISTA 380 21° 30' 00'' 51° 09' 00'' C8-042 IRAPURU 440 21° 34' 00'' 51° 21' 00'' C8-043 DRACENA 415 21° 28' 01'' 51° 32' 54'' C8-051 MURUTINGA DO SUL 370 21° 05' 14'' 51° 19' 50'' C8-052 ADAMANTINA 290 21° 26' 57'' 51° 00' 37'' C8-055 OURO VERDE 270 21° 35' 01'' 51° 42' 30'' C8-056 MIRANDOPOLIS 420 21° 00' 49'' 51° 06' 07'' C8-056 MIRANDOPOLIS 420 21° 00' 49'' 51° 06' 07'' C8-058 MIRANDOPOLIS 430 21° 08' 04'' 51° 06' 05'' D1-001 BANANAL 460 22° 41' 00'' 44° 19' 00'' D2-001 CAMPOS DO JORDAO 1.600,00 22° 43' 00'' 45° 34' 00'' D2-029 SANTO ANTONIO DO PINHAL 980 22° 46' 00'' 45° 42' 00'' D2-035 LORENA 540 22° 44' 00'' 45° 05' 00'' D3-008 MOJI MIRIM 640 22° 24' 41'' 46° 56' 38'' D3-015 ITAPIRA 660 22° 26' 32'' 46° 49' 14'' D3-018 VARGEM 940 22° 52' 35'' 46° 24' 40'' D3-027 MONTE ALEGRE DO SUL 750 22° 41' 45'' 46° 40' 18'' D3-030 SOCORRO 740 22° 35' 51'' 46° 30' 56'' 23 D3-031 AMPARO 760 22° 37' 27'' 46° 50' 22'' D3-054 JOANOPOLIS 920 22° 55' 56'' 46° 16' 04'' D3-063 BRAGANCA PAULISTA 800 22° 55' 32'' 46° 32' 03'' D3-069 BRAGANCA PAULISTA 770 22° 57' 41'' 46° 39' 50'' D3-069 BRAGANCA PAULISTA 770 22° 57' 41'' 46° 39' 50'' D3-071 SANTO ANTONIO DO JARDIM 890 22° 09' 17'' 46° 42' 49'' D4-012 RIO CLARO 615 22° 24' 20'' 47° 33' 21'' D4-029 ARARAS 677 22° 15' 17'' 47° 22' 34'' D4-030 LEME 607 22° 09' 38'' 47° 15' 32'' D4-035 ANALANDIA 643 22° 07' 47'' 47° 40' 03'' D4-036 ITIRAPINA 610 22° 18' 01'' 47° 44' 38'' D4-037 ITIRAPINA 760 22° 08' 54'' 47° 47' 42'' D4-046 CAMPINAS 600 22° 46' 49'' 47° 02' 17'' D4-047 CAMPINAS 630 22° 50' 09'' 47° 04' 16'' D4-052 COSMOPOLIS 544 22° 39' 39'' 47° 13' 05'' D4-064 LIMEIRA 640 22° 35' 56'' 47° 22' 31'' D4-068 RIO DAS PEDRAS 698 22° 51' 56'' 47° 36' 28'' D4-083 MONTE MOR 563 22° 56' 37'' 47° 16' 50'' D4-088 SANTA BARBARA D'OESTE 595 22° 45' 27'' 47° 25' 29'' D4-106 SAO CARLOS 789 22° 05' 38'' 47° 58' 30'' D4-109 CHARQUEADA 530 22° 35' 01'' 47° 41' 47'' D5-003 RIBEIRAO BONITO 603 22° 04' 16'' 48° 10' 38'' D5-006 TORRINHA 783 22° 23' 45'' 48° 09' 50'' D5-018 PEDERNEIRAS 565 22° 18' 44'' 48° 53' 26'' D5-019 BOTUCATU 781 22° 49' 34'' 48° 26' 15'' D5-023 DOURADO 665 22° 07' 44'' 48° 19' 48'' D5-037 ANHEMBI 520 22° 47' 40'' 48° 07' 39'' D5-040 ITATINGA 764 22° 59' 50'' 48° 41' 05'' D5-044 ANHEMBI 570 22° 41' 06'' 48° 06' 49'' D5-047 SAO MANUEL 635 22° 44' 12'' 48° 34' 04'' D5-075 BOTUCATU 529 22° 56' 26'' 48° 17' 51'' D5-081 LENCOIS PAULISTA 637 22° 46' 18'' 48° 52' 36'' D5-084 JAU 459 22° 13' 29'' 48° 35' 56'' D5-087 DOIS CORREGOS 719 22° 14' 46'' 48° 23' 18'' 24 D6-003 OLEO 660 22° 57' 00'' 49° 23' 00'' D6-006 AGUAS DE SANTA BARBARA 560 22° 53' 00'' 49° 14' 00'' D6-019 GALIA 560 22° 18' 23'' 49° 31' 50'' D6-021 CABRALIA PAULISTA 500 22° 27' 00'' 49° 19' 00'' D6-025 MARILIA 640 22° 12' 45'' 49° 56' 04'' D6-032 RIBEIRAO DO SUL 480 22° 47' 00'' 49° 56' 00'' D6-035 SANTA CRUZ DO RIO PARDO 490 22° 54' 00'' 49° 37' 00'' D6-040 UBIRAJARA 550 22° 32' 00'' 49° 39' 00'' D6-058 AVAI 500 22° 10' 00'' 49° 20' 00'' D6-083 OURINHOS 470 23° 01' 00'' 49° 50' 00'' D6-087 AREALVA 500 22° 03' 11'' 49° 02' 45'' D6-093 ALVARO DE CARVALHO 580 22° 05' 00'' 49° 43' 00'' D6-094 OCAUCU 540 22° 26' 00'' 49° 55' 00'' D6-098 MARILIA 440 22° 08' 00'' 49° 55' 00'' D6-100 SAO PEDRO DO TURVO 580 22° 35' 00'' 49° 49' 00'' D6-102 SANTA CRUZ DO RIO PARDO 570 22° 35' 00'' 49° 33' 00'' D6-103 AGUDOS 560 22° 43' 00'' 49° 19' 00'' D6-105 ALVINLANDIA 660 22° 27' 00'' 49° 46' 00'' D7-007 LUTECIA 557 22° 20' 17'' 50° 23' 24'' D7-020 ASSIS 579 22° 38' 21'' 50° 24' 05'' D7-031 CANDIDO MOTA 358 22° 52' 57'' 50° 19' 46'' D7-036 RANCHARIA 550 22° 14' 09'' 50° 53' 20'' D7-043 PARAGUACU PAULISTA 491 22° 25' 15'' 50° 34' 16'' D7-046 ECHAPORA 680 22° 25' 52'' 50° 11' 55'' D7-055 ASSIS 476 22° 40' 19'' 50° 28' 42'' D7-064 PLATINA 473 22° 36' 29'' 50° 10' 53'' D7-065 RANCHARIA 472 22° 26' 28'' 50° 59' 27'' D7-068 RANCHARIA 393 22° 37' 25'' 50° 54' 19'' D7-071 PALMITAL 398 22° 48' 59'' 50° 18' 36'' D7-074 MARILIA 487 22° 16' 16'' 50° 06' 26'' D8-003 PRESIDENTE PRUDENTE 460 22° 06' 00'' 51° 23' 00'' D8-004 SANDOVALINA 300 22° 31' 00'' 51° 49' 00'' D8-006 IEPE 340 22° 43' 00'' 51° 08' 00'' 25 D8-008 MIRANTE DO PARANAPANEMA 440 22° 18' 00'' 51° 55' 00'' D8-013 IEPE 380 22° 40' 00'' 51° 05' 00'' D8-025 PIRAPOZINHO 470 22° 16' 00'' 51° 30' 00'' D8-028 TACIBA 390 22° 23' 00'' 51° 17' 00'' D8-035 MARABA PAULISTA 390 22° 06' 00'' 51° 58' 00'' D8-040 NARANDIBA 410 22° 25' 00'' 51° 31' 00'' D8-041 MARTINOPOLIS 430 22° 15' 00'' 51° 10' 00'' D8-047 INDIANA 520 22° 09' 17'' 51° 15' 09'' D8-052 MARTINOPOLIS 440 22° 25' 00'' 51° 10' 00'' D9-003 TEODORO SAMPAIO 350 22° 31' 00'' 52° 11' 00'' D9-004 EUCLIDES DA CUNHA PAULISTA 300 22° 33' 00'' 52° 35' 00'' D9-006 MIRANTE DO PARANAPANEMA 380 22° 18' 00'' 52° 05' 00'' D9-014 TEODORO SAMPAIO 300 22° 34' 00'' 52° 25' 00'' D9-020 TEODORO SAMPAIO 255 22° 37' 00'' 52° 10' 00'' D9-022 EUCLIDES DA CUNHA PAULISTA 310 22° 28' 00'' 52° 32' 00'' E1-005 CUNHA 1.120,00 23° 11' 00'' 44° 59' 00'' E2-008 NATIVIDADE DA SERRA 720 23° 23' 00'' 45° 27' 00'' E2-009 UBATUBA 220 23° 23' 00'' 45° 07' 00'' E2-012 ILHA BELA 10 23° 47' 00'' 45° 21' 00'' E2-026 PARAIBUNA 670 23° 22' 00'' 45° 41' 00'' E2-028 REDENCAO DA SERRA 740 23° 17' 00'' 45° 32' 00'' E2-029 SANTA BRANCA 670 23° 24' 00'' 45° 53' 00'' E2-034 CACAPAVA 620 23° 08' 00'' 45° 43' 00'' E2-045 SAO SEBASTIAO 20 23° 46' 00'' 45° 25' 00'' E2-046 CARAGUATATUBA 20 23° 38' 00'' 45° 26' 00'' E2-048 CACAPAVA 580 23° 05' 00'' 45° 40' 00'' E2-054 SALESOPOLIS 770 23° 32' 00'' 45° 51' 00'' E2-092 TAUBATE 660 23° 12' 00'' 45° 28' 00'' E2-095 TAUBATE 600 23° 04' 00'' 45° 30' 00'' 26 E2-099 SAO JOSE DOS CAMPOS 570 23° 11' 00'' 45° 48' 00'' E2-112 SALESOPOLIS 800 23° 34' 00'' 45° 58' 00'' E2-132 SAO LUIS DO PARAITINGA 740 23° 14' 00'' 45° 18' 00'' E2-135 SAO LUIS DO PARAITINGA 815 23° 22' 00'' 45° 12' 00'' E2-136 NATIVIDADE DA SERRA 760 23° 34' 14'' 45° 27' 28'' E3-002 GUARULHOS 770 23° 25' 00'' 46° 24' 00'' E3-003 SAO PAULO 730 23° 31' 00'' 46° 41' 00'' E3-014 ITAPECERICA DA SERRA 860 23° 47' 00'' 46° 55' 00'' E3-015 ITATIBA 780 23° 01' 00'' 46° 50' 00'' E3-020 SANTANA DE PARNAIBA 720 23° 27' 00'' 46° 55' 00'' E3-034 COTIA 880 23° 39' 00'' 46° 57' 00'' E3-035 SAO PAULO 780 23° 39' 00'' 46° 38' 00'' E3-040 BERTIOGA 10 23° 46' 00'' 46° 07' 00'' E3-042 BERTIOGA 720 23° 45' 00'' 46° 08' 00'' E3-043 GUARUJA 3 23° 57' 00'' 46° 11' 00'' E3-070 GUARUJA 3 24° 00' 00'' 46° 17' 00'' E3-074 ATIBAIA 770 23° 09' 00'' 46° 33' 00'' E3-091 ITAQUAQUECETUBA 790 23° 29' 00'' 46° 22' 00'' E3-239 RIBEIRAO PIRES 800 23° 42' 00'' 46° 27' 00'' E3-242 IGARATA 780 23° 12' 00'' 46° 09' 00'' E3-254 SAO PAULO 780 23° 53' 00'' 46° 45' 00'' E3-260 SUZANO 770 23° 36' 00'' 46° 22' 00'' E4-001 PIEDADE 840 23° 44' 00'' 47° 25' 00'' E4-010 PEREIRAS 510 23° 04' 00'' 47° 58' 00'' E4-019 IPERO 540 23° 20' 00'' 47° 41' 00'' E4-026 TATUI 540 23° 24' 00'' 47° 46' 00'' E4-028 PILAR DO SUL 710 23° 50' 00'' 47° 39' 00'' E4-029 SAO MIGUEL ARCANJO 650 23° 52' 00'' 48° 00' 00'' E4-043 MAIRINQUE 810 23° 26' 00'' 47° 15' 00'' E4-047 IBIUNA 880 23° 39' 00'' 47° 13' 00'' E4-050 LARANJAL PAULISTA 490 23° 02' 00'' 47° 51' 00'' E4-116 IBIUNA 660 23° 57' 00'' 47° 13' 00'' E4-120 TIETE 470 23° 06' 00'' 47° 43' 00'' E4-127 SALTO 500 23° 11' 48'' 47° 17' 23'' E4-128 SOROCABA 570 23° 25' 00'' 47° 24' 00'' 27 E4-130 PIEDADE 960 23° 45' 00'' 47° 29' 00'' E5-001 CONCHAS 546 23° 01' 16'' 48° 00' 41'' E5-014 AVARE 780 23° 05' 58'' 48° 54' 44'' E5-015 ITAPETININGA 650 23° 34' 46'' 48° 02' 36'' E5-017 ANGATUBA 630 23° 29' 18'' 48° 25' 02'' E5-027 GUAREI 620 23° 21' 41'' 48° 10' 33'' E5-045 ITAPEVA 620 23° 57' 45'' 48° 56' 57'' E5-060 PARDINHO 902 23° 05' 06'' 48° 22' 29'' E5-071 CAPAO BONITO 720 23° 56' 03'' 48° 21' 40'' E5-073 ITATINGA 828 23° 06' 40'' 48° 35' 50'' E6-002 SARUTAIA 618 23° 13' 45'' 49° 27' 51'' E6-003 CHAVANTES 467 23° 03' 11'' 49° 46' 07'' E6-013 TAQUARITUBA 600 23° 32' 19'' 49° 14' 47'' E6-016 TAGUAI 570 23° 26' 56'' 49° 24' 38'' E6-030 CERQUEIRA CESAR 760 23° 02' 24'' 49° 09' 46'' F3-002 MONGAGUA 20 24° 05' 00'' 46° 37' 00'' F4-002 JUQUIA 20 24° 06' 00'' 47° 41' 00'' F4-005 REGISTRO 20 24° 30' 00'' 47° 51' 00'' F4-006 ITARIRI 50 24° 16' 00'' 47° 10' 00'' F4-007 JUQUIA 40 24° 10' 00'' 47° 39' 00'' F4-011 ITARIRI 100 24° 20' 00'' 47° 12' 00'' F4-016 PARIQUERA ACU 30 24° 43' 00'' 47° 53' 00'' F4-016 PARIQUERA ACU 30 24° 43' 00'' 47° 53' 00'' F4-017 JACUPIRANGA 90 24° 43' 00'' 48° 01' 00'' F4-018 PARIQUERA ACU 30 24° 36' 00'' 47° 53' 00'' F4-019 PEDRO DE TOLEDO 60 24° 17' 00'' 47° 14' 00'' F4-025 SETE BARRAS 30 24° 17' 00'' 47° 57' 00'' F4-027 PERUIBE 3 24° 19' 00'' 47° 00' 00'' F4-027 PERUIBE 3 24° 19' 00'' 47° 00' 00'' F4-028 IGUAPE 3 24° 42' 00'' 47° 34' 00'' F4-029 CANANEIA 7 24° 56' 00'' 47° 57' 00'' F4-031 SAO MIGUEL ARCANJO 770 24° 03' 00'' 48° 00' 00'' F4-043 IGUAPE 30 24° 32' 00'' 47° 32' 00'' F5-013 ELDORADO 40 24° 35' 46'' 48° 13' 03'' F5-019 APIAI 800 24° 30' 18'' 48° 50' 51'' F5-022 BARRA DO TURVO 600 25° 03' 39'' 48° 33' 30'' 28 F5-028 CAJATI 50 24° 43' 00'' 48° 07' 00'' F5-031 IPORANGA 80 24° 33' 16'' 48° 25' 45'' F5-032 IPORANGA 580 24° 26' 00'' 48° 35' 00'' F5-033 BARRA DO TURVO 160 24° 45' 22'' 48° 30' 19'' F5-039 RIBEIRAO BRANCO 900 24° 16' 32'' 48° 54' 31'' F5-042 IPORANGA 240 24° 33' 00'' 48° 41' 00'' F5-046 IPORANGA 790 24° 16' 01'' 48° 24' 41'' F6-003 ITABERA 680 24° 03' 00'' 49° 05' 00'' F6-012 RIBEIRA 180 24° 37' 00'' 49° 03' 00'' Fonte: DAEE, organizado pelo autor. 29 Figura 2 Fonte: DAEE, organizado pelo autor. 30 Tabela 1 - Exemplo de Planilha de Cálculos de uma Estação Município Prefixo Nome Altitude Latitude Longitude ITIRAPUA B4-053 ITIRAPUA 860 20° 38' 00'' 47° 13' 00'' Chuva Mensal (mm) Ano Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro 1994 263 101,6 229,2 54,7 101,9 16,7 9,3 0 1 150,5 143 239,5 1995 221,4 481,7 74,9 82,5 96,5 15,2 2,9 0 41,4 131,2 147,7 326,6 1996 176,9 170,1 231,8 127,1 57,1 33,3 9,2 30,8 106,8 148,7 232,6 262 1997 473,2 169,9 58 43,3 88,9 81,2 0 0 44,9 112,4 239,4 110 1998 174,3 196,3 96,5 98,5 71,1 3,1 0 32,2 25,7 187,2 77 236,9 1999 232,5 79,4 242,3 18,7 16,4 17,3 1,7 0 48,1 39,6 179,6 311,2 2000 382,5 350,2 229,8 9,7 21,8 0 26,3 22,2 146,5 73,3 268 203 2001 283,7 121 194,6 11,5 39 0,2 19,2 73,8 79,4 158,9 227,4 301,1 2002 247,7 373,4 90,6 28,5 24,3 0 14,9 10 56,2 100,1 329,7 339,2 2003 389 211,3 170,7 124 86 0 2 15 47,5 104,3 217,5 303,5 2004 269,6 357,2 83,5 205 97,5 35,5 54 1 9 273 231 316 2005 403,5 142 142,5 100 175 23 22 0 76 104 369 329 2006 366 472 293 54 5 20 19 36 50 345,6 426 528 2007 675 264 174 60 66 0 82 0 11,7 75 188 321 2008 409 285 266 238 63 8 0 76 37 127 205 533 2009 265 303 354 156 117 39 22 36 220 363 280 605 2010 368 170 299 36 38 14 8 0 100 156 369 258 2011 284 227 468 268 4 39 0 38 0 32,3 332,8 291,6 2012 476 244 203 165 40 122,2 22 0 83 93 208 251 2013 204,8 334,2 286,2 173,9 119,5 63,5 11,3 11,5 92,5 202,8 196,6 113,5 2014 75,3 79,4 59,6 92,1 6,7 8,6 47,7 0,4 43 41,8 305,1 248,2 31 Tabela 1 – Continuação Ano Total (x-x) (x-x)2 Media Media +S Media -S variância x x*y (x)2 Tendência 1994 1310,4 -422,9 178844,4 1733,3 2157,911 1308,689 24% -10 -13104 100 1444,462 1995 1622 -111,3 12387,69 1733,3 2157,911 1308,689 24% -9 -14598 81 1473,346 1996 1586,4 -146,9 21579,61 1733,3 2157,911 1308,689 24% -8 -12691,2 64 1502,23 1997 1421,2 -312,1 97406,41 1733,3 2157,911 1308,689 24% -7 -9948,4 49 1531,114 1998 1198,8 -534,5 285690,3 1733,3 2157,911 1308,689 24% -6 -7192,8 36 1559,997 1999 1186,8 -546,5 298662,3 1733,3 2157,911 1308,689 24% -5 -5934 25 1588,881 2000 1733,3 0 0 1733,3 2157,911 1308,689 24% -4 -6933,2 16 1617,765 2001 1509,8 -223,5 49952,25 1733,3 2157,911 1308,689 24% -3 -4529,4 9 1646,649 2002 1614,6 -118,7 14089,69 1733,3 2157,911 1308,689 24% -2 -3229,2 4 1675,532 2003 1670,8 -62,5 3906,25 1733,3 2157,911 1308,689 24% -1 -1670,8 1 1704,416 2004 1932,3 199 39601 1733,3 2157,911 1308,689 24% 0 0 0 1733,3 2005 1886 152,7 23317,29 1733,3 2157,911 1308,689 24% 1 1886 1 1762,184 2006 2614,6 881,3 776689,7 1733,3 2157,911 1308,689 24% 2 5229,2 4 1791,068 2007 1916,7 183,4 33635,56 1733,3 2157,911 1308,689 24% 3 5750,1 9 1819,951 2008 2247 513,7 263887,7 1733,3 2157,911 1308,689 24% 4 8988 16 1848,835 2009 2760 1026,7 1054113 1733,3 2157,911 1308,689 24% 5 13800 25 1877,719 2010 1816 82,7 6839,29 1733,3 2157,911 1308,689 24% 6 10896 36 1906,603 2011 1984,7 251,4 63201,96 1733,3 2157,911 1308,689 24% 7 13892,9 49 1935,486 2012 1907,2 173,9 30241,21 1733,3 2157,911 1308,689 24% 8 15257,6 64 1964,37 2013 1810,3 77 5929 1733,3 2157,911 1308,689 24% 9 16292,7 81 1993,254 2014 1007,9 -725,4 526205,2 1733,3 2157,911 1308,689 24% 10 10079 100 2022,138 Media = 1733,3 n= 21 S (desvio padra) = 424,6107 Máximo= 2760 Mínimo= 1007,9 Amplitude= 1752,1 Fonte: DAEE, organizado pelo autor. 32 4. O Comportamento das Chuvas no Estado de São Paulo A maior dificuldade encontrada nesse trabalho foi a obtenção de dados homogêneos para o período de 21 anos propostos na pesquisa (1994 – 2014). Grande parte das estações usadas no trabalho do professor Sant’anna Netto(1995) não tinham dados homogêneos ou em alguns casos tinham sido desativadas por completo. Para solucionar esses problemas foram buscadas informações pluviométricas de outras estações próximas as estações originais para suprir a falta de dados. Os registros climáticos do Estado de São Paulo começaram em 1874 e foram realizadas pela Comissão Geografia e Geológica do Estado de São Paulo. As estações existentes nesse período usavam instrumentos e metodologias diferentes das atuais e foram desativadas em 1902. A partir de então a Diretoria da Agricultura, e cinco anos mais tarde o Instituto Geográfico e Geológico, passou a controlar e realizar o monitoramento climático do estado de São Paulo, ampliando a rede para mais de 600 postos. Finalmente, em 1951, o controle da rede passa para o Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE), que o mantém até os dias atuais. No final da década de 80 já haviam sido instalados mais de 1000 postos modernizados e informatizados no Estado (SANT'ANNA NETO, 1995). Assim, é apenas depois da década de 70 que a rede se mostra adequada para a análise climática completa. Todas as regiões do Estado são contempladas por quantidades significativas de postos para análise. Entretanto, a desativação de postos prejudica a comparação de séries históricas. Levando em consideração esses fatos, os procedimentos usados nesse trabalho foram aplicados para tentar manter ao máximo a integridade da série histórica. A composição dessa base de dados nos permitiu realizar as análises em três níveis: espacial, temporal e espaço-temporal. 33 4.1. Variação Espacial De acordo com Sant’anna Netto(1995) as feições geomorfológicas são o fator geográfico que mais tem influência na distribuição espacial da pluviosidade no estado de São Paulo. Ainda que zona a costeira implique menor altimetria, os níveis de pluviosidade são altos devido a interação com a Serra do Mar e de Paranapiacaba, que por ultrapassarem os mil metros concentram a chuva por efeito orográfico. Ainda de acordo com o autor pode ser observado que do litoral para o interior paulista se configura a diminuição das precipitações – de sudeste para Noroeste – o que representa o efeito da continentalidade. A anulação desse efeito se dá onde o relevo é mais elevado, causando maior precipitação nessas regiões, como na linha de Cuestas, na região de Franca e na serra da Mantiqueira. A tese de Sant’anna Netto(1995) apresenta em seus resultados uma distribuição espacial das chuvas no estado de São Paulo que pode ser dividida em 3 grandes grupos. Tal distribuição se configurou da mesma forma no presente trabalho como pode ser observado na Figura 3. O primeiro grupo é caracterizado por quantidade de chuva superiores a 1600 milímetros, a maior quantidade de chuva. Neste grupo estão o litoral norte (onde a precipitação anual ultrapassa 2000mm) e sul, parte da região sudoeste e o fronte da serra da Mantiqueira. No segundo grupo estão o rebordo da Serra da Mantiqueira – de Bragança até Tapiratiba –, Serra de Paranapiacaba, o planalto de Franca e Batatais e a linha de Cuestas (Fartura, Botucatu, São Pedro, São Carlos e Cassia dos coqueiros) e a Serra dos Agudos. Neste a pluviosidade média anual varia entre na média entre 1400mm e 1600mm. O terceiro grupo é o maior do Estado e tem a pluviosidade média anual menor que 1400mm. O grupo é representado por todo o Oeste Paulista, exceto as regiões mencionadas no segundo grupo, a Depressão Periférica Paulista de Rio Claro até Sorocaba, a região Itapetininga até Itaporanga e parte da região Sudeste – principalmente a região da borda interior da Serra do mar. 34 Figura 3 Fonte: DAEE, organizado pelo autor 35 4.2. Variação Temporal “São Reconhecidas as anomalias características do fenômeno pluvial que, pelo caráter de tropicalidade e de transição climática do território paulista, aí assumem variações bastante significativas. Uma complexa relação de fatores, desde aqueles de escala global e regional pertinentes a circulação atmosférica e à dinâmica da natureza, até outros de expressão local como aqueles de localização e até mesmo as interferências do homem que provocam alterações antrópicas, é responsável pelas flutuações sazonais e anuais das precipitações pluviais.” (SANT'ANNA NETO, 1995,p 55) Nos 21 anos do segmento temporal de 1994/2014 analisados na pesquisa, apenas quatro ultrapassaram os limites do desvio padrão, sendo três deles caracterizados como chuvosos e um deles como seco, enquanto os outros 17 anos ficaram dentro dos limites do desvio padrão. Após calcular os totais anuais de cada um dos postos pluviométricos e aplicar os cálculos estatísticos de tendência central, desvio padrão, coeficiente de variação e reta de tendência foi elaborado o gráfico da variabilidade anual de chuvas do Estado de São Paulo.(gráfico 1) Segundo os cálculos a média do período foi 1361mm anuais, e o limite superior e inferior do desvio padrão foram 1511mm e 1213mm anuais respectivamente. No Trabalho de Sant’anna Netto(1995), o autor define como ano chuvoso ou secos os que ultrapassam os limites do desvio padrão, e anos como com tendência a chuvoso ou seco os que ultrapassam os limites da metade do desvio padrão. (tabela 2) Desse modo, apenas o ano de 2014 configura um ano seco abaixo do desvio padrão e apenas os anos de 1995, 1997 e 2009 configuram anos chuvosos acima do desvio padrão. Além disso, 5 anos ficaram acima da metade do limite do desvio padrão, se caracterizando como anos com tendência chuvosas e 4 anos ficaram abaixo da metade do limite do desvio padrão, se caracterizando como anos com tendência a secos (1994, 1999, 2002 e 2010). Os 5 anos restantes ficaram na classificação de anos habituais Já pelos valores encontrados (usando o desvio padrão dos dados de 1971 a 1993) pelo professor Sant’anna Netto(1995) para classificar anos chuvosos e secos, 36 apenas o ano de 2009 seria considerado chuvoso (acima de 1780mm), 8 anos seriam considerados habituais (entre 1390mm e 1650mm), 10 anos seriam considerados como tendentes a seco (entre 1240 e 1390mm) e 2 anos seriam considerados secos (menos que 1240mm). No período de sua pesquisa (1971 a 1993) Sant’anna Neto, usando esses valores, classificou três anos chuvosos, dois anos com tendência a chuvosos, nove anos com tendência habituais, sete anos com tendências a secos e dois anos secos sendo que a média do período foi 1512mm (mais chuvoso que os 1361mm encontrado nessa pesquisa para o período de 1994 a 2014) Apesar de ser uma análise puramente quantitativa, é possível perceber uma queda da média de precipitações em relação ao trabalho do professor Sant’anna Netto(1995) – o que acompanha a tendência dos últimos anos de seu trabalho – apesar da pouca variação e da pequena tendência negativa dentro do período estudado. Tabela 2 Desvio Padrão da Chuvas Fonte: DAEE e Sant’anna Netto(1995). Organizado pelo autor. Características Valores anuais Valores anuais da pesquisa Sant’anna Neto Média do período 1361mm 1525mm Anos Chuvosos Acima de 1511mm Acima de 1730mm Anos Tendentes a Chuvosos Entre 1436 e 1511mm Entre 1628 e 1730mm Anos Normais (ou Habituais) Entre 1361 e 1436mm Entre 1423 e 1628mm Anos Tendentes a Secos Entre 1287 e 1361mm Entre 1320 e 1423mm Anos Secos Abaixo de 1213 Abaixo de 1320 37 Gráfico 1 O Comportamento da Pluviosidade no Estado de São Paulo 1994-2014 Fonte: DAEE, organizado pelo autor. 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE NO ESTADO DE SÃO PAULO - 1994/2014 Total Media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 1/2 desvio padrão+ 1/2 desvio padrão - 38 4.3. Variabilidade Têmporo Espacial Em sua tese Sant’anna Netto(1995), usando das definições de dinâmicas climáticas do Estado de São Paulo de Monteiro (1973) divide o Estado em 8 regiões climáticas. “Partindo das concepções dinâmicas do clima, em sua sucessão e ritmo, propostas por Monteiro(1973), em que o referido autor apresenta um esquema representativo das feições climáticas individualizadas, do território paulista, dentro das células regionais e das articulações destas nas faixas zonais e, considerando os resultado alcançados na presente análise através dos dados de 394 postos pluviométricos para o período de 1971/1993, esboçamos uma carta síntese da variabilidade espacial e temporal das para o Estado de São Paulo”.(SANT'ANNA NETO, 1995,p 62) Assim como na tese do professor Sant’anna Netto(1995), é aceito nesse trabalho que as análises de Monteiro quanto a participação dos sistemas dinâmicos e suas influência na gênese e distribuição das chuvas no Estado de São Paulo ainda são válidas e conclusivas a respeito dessa temática. Desse modo, o presente trabalho não faz análises rítmicas de tipos de tempo, mas demonstra as variações pluviométricas do período de 1994/2014 no território paulista. Em busca de um melhor entendimento da distribuição espacial e temporal foram confeccionadas, no programa Surfer, 21 mapas de isolinhas de pluviosidade para o Estado de São Paulo a partir dos dados de cada estação, cada um representando a pluviosidade de 1 ano. Desses mapas foram selecionados 4 que mais se aproximam da reta de tendência na sequencia temporal (1996, 2001,2007 e 2010). (Figura 4, figura 5, figura 6 e figura 7) São apresentados abaixo os mapas selecionados para a análise, a sequência completa de mapas encontra-se no Apêndice 1. 39 Figura 4 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 1996 Figura 5 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2001 40 Figura 6 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2007 Figura 7 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2010 d 41 A partir da análise dos mapas é possível ver que a tendência de diminuição de pluviosidade não é acentuada, e é mais expressiva em algumas regiões do que outras. É possível destacar principalmente a diminuição da pluviosidade na área que vai da depressão periférica para o leste do estado, incluindo a região metropolitana de São Paulo, o Vale do Paraíba a serra da Mantiqueira. É possível perceber também uma diminuição da pluviosidade na parte norte do estado. Usando as divisões regionais propostas por Sant’anna Netto(1995), baseadas no trabalho de Monteiro (1973), foram escolhidas 25 estações pluviométricas que tinham melhores sequências de dados e melhor posicionamento (se baseando nas escolhas do próprio autor) para representar cada uma das sub regiões. (Quadro 3) Quadro 3 Regiões Climáticas e Estações Selecionadas do Estado de São Paulo Região Município Prefixo Altitude Latitude Longitude Litoral São Sebastião E2-045 20 23° 46' 00'' 45° 25' 00'' Guarujá E3-070 3 24° 00' 00'' 46° 17' 00'' Iguape F4-028 3 24° 42' 00'' 47° 34' 00'' Leste Guarulhos E3-002 770 23° 25' 00'' 46° 24' 00'' Natividade da Serra E2-008 720 23° 23' 00'' 45° 27' 00'' Lorena D2-035 540 22° 44' 00'' 45° 05' 00'' Mantiqueira São Joaquin da Boa Vista C3-031 740 21° 57' 11'' 46° 48' 29'' Santo Antônio do Pinhal D2-029 980 22° 46' 00'' 45° 42' 00'' Depressão Periférica Leme D4-030 607 22° 09' 38'' 47° 15' 32'' Iperó E4-019 540 23° 20' 00'' 47° 41' 00'' Cuestas Basálticas Patrocínio Paulista B4-061 720 20° 38' 00'' 47° 17' 00'' São Carlos D4-106 789 22° 05' 38'' 47° 58' 30'' 42 Norte São Manuel D5-047 635 22° 44' 12'' 48° 34' 04'' Sarutaia E6-002 618 23° 13' 45'' 49° 27' 51'' Orlândia B4-015 680 20° 44' 47'' 47° 53' 24'' Pitangueiras C5-040 520 21° 03' 00'' 48° 16' 00'' Oeste Onda Verde B6-003 460 20° 38' 00'' 49° 20' 00'' Araçatuba C7-003 320 21° 03' 40'' 50° 27' 58'' Presidente Prudente D8-003 460 22° 06' 00'' 51° 23' 00'' Jaú D5-084 459 22° 13' 29'' 48° 35' 56'' Marilia D6-025 640 22° 12' 45'' 49° 56' 04'' Candido Mota D7-031 358 22° 52' 57'' 50° 19' 46'' Sudoeste Itaberaba F6-003 680 24° 03' 00'' 49° 05' 00'' Pilar do Sul E4-028 710 23° 50' 00'' 47° 39' 00'' Iporanga F5-031 80 24° 33' 16'' 48° 25' 45'' Fonte: DAEE, baseado em Sant’anna Neto (1995), organizado pelo autor. 43 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 2600 2800 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE - LITORAL- 1994/2014 Total media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 4.3.1. Litoral Essa é a região litorânea entre Ubatuba e Cananeia que compõe a costa do estado e tem como limite as Serras do Mar, de Paranapiacaba, e morros isolados como o Maciço da Jureia e dos Itatins. A região ocupa apenas 4,6% da área do estado e se divide em 3 sub unidade: Litoral Norte, principalmente regulado pelos sistemas tropicais é a porção menos chuvosa do litoral; Litoral Central, área transicional com o maior número de confrontos entre os sistemas tropicais e extratropicais, é a porção mais chuvosa do litoral; Litoral Sul, situada entre Peruíbe e Cananeia, mais influenciada por sistemas extratropicais e frontais que compensam a menor presença do fator orográfico das chuvas (SANT'ANNA NETO, 1995). Na pesquisa do Professor Neto(1995) os totais anuais dessa área variaram entre 1800mm e 2000mm. Os totais de chuva dessa área variaram entre 1650mm e 2250mm. Nessa região o período de 1994/2014 apresentaram diminuição e alta variabilidade anual das precipitações. Gráfico 3 - 44 500 700 900 1100 1300 1500 1700 1900 2100 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE - LESTE- 1994/2014 Total media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 4.3.2. Leste Essa região compreende todo o Vale do Paraíba, situado entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, e a região metropolitana da cidade de São Paulo. Ocupando 8,6% do território paulista, a região se divide em 3 subunidade: A Área Metropolitana da Bacia sedimentar de São Paulo (Rio Tiete), assim como no Litoral central, é uma zona de transição de clima e de confronto entre sistemas tropicais e extratropicais; A Borda Interior da Serra do mar, região elevada a sotavento da Serra do Mar, e por causa disso sofre com o ressecamento adiabático do ar, provocando menores quantidades de chuva quando comparada com a região do outro lado da serra; E o Vale do Paraíba, vale entre as duas serras, também tem pluviosidade reduzida pelo efeito orográfico da serra do mar.(SANT'ANNA NETO, 1995,pp 65/66). Na pesquisa do Professor Neto(1995) os totais anuais dessa área variaram entre 1100mm e 2500mm. Regido por sistemas tropicais e pela ação do relevo, as precipitações variaram, na média, ente 1100mm e 1600mm. No período estudado essa região apresentou diminuição no total anual de chuvas e alta variabilidade anual de precipitações, principalmente nos anos secos (5 anos com medias abaixo do limite do desvio padrão, contra apenas 1 acima). Gráfico 4 - 45 900 1100 1300 1500 1700 1900 2100 2300 2500 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE - MANTIQUEIRA - 1994/2014 Total Media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 4.3.3. Mantiqueira Região de altimetria elevada (entre 600 e 1500m) localizada na Serra da Mantiqueira na divisa com o Estado de Minas Gerais. O regime de chuvas mais elevado que o das áreas vizinhas se dá pelo efeito orográfico da serra, apesar de não ser tão significativo quanto na Serra do Mar. A região da Mantiqueira ocupa cerca de 4% do território e se divide em 2 subunidades: A Borda do Planalto, parte sul da serra próximo a campos de Jordão, paralelo ao Vale do Paraíba tem precipitação elevada devido a maior altitude; E o Contraforte da Matiqueira, região que fica na fronteira oriental do Estado, recebe menor quantidade dos ventos dos sistemas produtores de chuva, e por isso tem totais anuais menores que a borda sul da serra(SANT'ANNA NETO, 1995,p. 66/67). Na pesquisa do Professor Neto(1995) os totais anuais dessa área variaram entre 1500mm e 2500mm. No período estudado os totais anuais variaram na média entre 1350mm e 1950mm. Como pode ser visto no gráfico, essa foi a área com a maior tendência negativa de pluviosidade. Gráfico 5 - 46 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE - DEPRESSÃO PERIFÉRICA- 1994/2014 Total Media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 4.3.4. Depressão Periférica Região compreendida entre o contraforte da serra da Mantiqueira e a linha de Cuestas Basálticas é uma área deprimida e influenciada principalmente pelos sistemas tropicais e que apresenta totais pluviométricos anuais menores que as regiões vizinhas. Área de altitudes menores entre 400m e 800m, a região ocupa cerca de 10,2% do território paulista e se divide em 2 subunidades: A depressão setentrional, na região de Rio Claro e Araras, tem altimetria mais elevada e totais anuais mais elevados; E a Depressão Meridional, na região de Campinas e Sorocaba tem altimetria menor e menores pluviosidades anuais devido a altimetria e o efeito orográfico da área de contraforte da Serra de Paranapiacaba (SANT'ANNA NETO, 1995, p67). Na pesquisa do Professor Neto(1995) os totais anuais dessa área variaram entre 1300mm e 1500mm. Nesse período apresentou variação média de precipitação anual ente 1100mm e 1500mm, e acompanhando a tendência média do Estado, a tendência de evolução das chuvas é negativa, entretanto as variações anuais foram menores do que as regiões anteriores. Gráfico 6 - 47 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE - CUESTAS BASÁLTICA- 1994/2014 Total Media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 4.3.5. Cuestas Basálticas Entre o Planalto Ocidental Paulista e a Depressão Periférica encontra-se a região mais elevada do centro oeste paulista. Acompanhando a linha de feições geomorfológicas da Cuesta que se estende de nordeste a sudoeste do Estado e apresenta maior pluviosidade devido ao efeito orográfico destas. A região ocupa apenas 7,4% do território paulista, mas se divide em 4 subunidades: A região de Franca/Batatais localizada na região nordeste do Estado tem os maiores totais anuais de chuvas; A região de São Carlos, área de posição mais meridional, tem totais pluviométricos um pouco inferiores as da região anterior; A Região de Botucatu, que por se encontrar mais ao sul se posiciona na faixa de transição de climas zonais, recebendo totais pluviométricos inferiores; E a Região de Fartura, área mais próxima ao cale do rio Paranapanema. Apesar da altimetria mais modesta por estar mais ao sul recebe maior influência dos sistemas extratropicais.(SANT'ANNA NETO, 1995, pp 68/69). Na pesquisa do Professor Neto(1995) os totais anuais dessa área variaram entre 1500mm e 2000mm. Os totais de chuva dessa área variaram na média entre 1300mm e 1650mm e foi uma das únicas regiões que apresentaram tendências positivas de evolução da pluviosidade. Gráfico 7 - 48 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE - NORTE- 1994/2014 Total Media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 4.3.6. Norte Região norte do Estado que se localiza entre os rios Grande e Pardo com altimetria modesta (entre 400m e 800m). A região ocupa 7,4% do território paulista e se divide em 2 subunidades: O vale do Sapucí-mirim, extremo nordeste de Estado na região de São Joaquin da Barra com altimetria e pluviosidade maior que a área vizinha. E o Vale do Pardo/Mogi, área um pouco menos levada que se estende do norte até a região de Ribeirão Preto(SANT'ANNA NETO, 1995, p69). Na pesquisa do Professor Neto(1995) os totais anuais dessa área variaram entre 1500mm e 1800mm. Regido principalmente pelos sistemas tropicais, o período analisado apresentou média de variação anual de precipitação entre 1200mm e 1700mm, e com tendência de evolução negativa, embora menos significativa que as outras regiões citadas acima. Gráfico 8 - 49 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Tí tu lo d o E ix o Título do Eixo COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE - OESTE- 1994/2014 Total Media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 4.3.7. Oeste Situada no Planalto Ocidental é a região de menor altitude do estado depois da zona costeira e um dos menores índices pluviométricos. É a maior região, ocupando 44,3% do Estado, se divide em 6 subunidades: Rio Grande/São jose dos dourados região de São Jose do Rio Preto sofre influência maior de sistemas tropicais e equatoriais; Noroeste, na região de Araçatuba, com altimetria menor, recebe menor quantidade de chuvas; Alta Sorocabana, na região de Presidente Prudente apresenta maior variabilidade de chuvas influenciadas pelas ações de massas tropicais e extratropicais; Vale médio do rio Tiete, Região de Bauru, área mais central do estado apresenta períodos de estiagem severos no inverno; Serra dos Agudos, na região mais elevada de Marilia onde o efeito orográfico eleva os totais anuais de chuva; E a região do Médio Vale do Rio Paranapanema, apesar das mais baixa altitudes, por se encontrar na faixa de transição entre os climas zonais tem pluviosidades mais elevadas. Na pesquisa do Professor Neto(1995) os totais anuais dessa área variaram entre 1100mm e 1500mm. No período do estudo a variação média anual foi entre 1200mm e 1550mm, com tendência de evolução das chuvas negativas, mas assim como na região norte, mais suave que nas anteriores. Gráfico 9 - 50 4.3.8. Sudoeste Região mais meridional do estado é principalmente influenciada por sistemas extratropicais. A região ocupa cerca de 13,5% do território paulista e se divide em 3 subunidade: O Alto do Paranapanema, planalto na região de Itapeva e Capão Bonito recebe menor pluviosidade por se localizar no contraforte interior da Serra de Paranapiacaba; A Serra de Paranapiacaba, por ter altimetria superior recebe totais anuais de pluviosidade mais elevados; E o Vale do Ribeira e Iguape, localizado na região de Registro tem baixa pluviosidade devido as baixas altitudes. Na pesquisa do Professor Neto(1995) os totais anuais dessa área variaram entre 1100mm e 2500mm. No período estudado apresentou variação média anual de precipitação de 1250 e 1600mm e, assim como no caso das Cuestas Basálticas, apresentou tendência positiva de evolução da pluviosidade anual. Gráfico 10 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 COMPORTAMENTO DA PLUVIOSIDADE - SUDOESTE- 1994/2014 Total Media Desvio Padrao + Desvio padrao - Tendencia 51 4.4. Conclusão No decorrer da pesquisa muitas das perguntas iniciais se mantiveram sem respostas assim como muitas das propostas de analise tiveram de ser abandonadas devido a extensão do trabalho e da dificuldade de acesso a series de dados completos. Apesar do conhecimento prévio das dificuldades que seriam enfrentados por um projeto com objeto de pesquisa de tão amplo, foi considerado necessário realizar dessa maneira para que a análise pudesse reconhecer os padrões gerais e específicos do estado de São Paulo. Devido ao desenvolvimento tanto agrícola e agropecuário quanto urbano e industrial, o estado de São Paulo se caracteriza como um dos territórios de maior modificação do meio natural, e da mesma forma, por ter grande estrutura de produção e concentração de população, a mesma é afetada por mudanças ambientais tanto naturais quanto causadas por ação antrópica. Portanto o entendimento geral do estado assim como as singularidades geográfica de cada região foram foco desse trabalho. Embora a pesquisa aceite os pretextos da análise dinâmica do clima, e reconheça os mecanismos de circulação e dinâmica atmosférica proposto por Monteiro (1971 e 1973), assim como a divisão climática do estado que deu origem também a divisão climática de Sant’Anna Neto que foi utilizada nesse trabalho a metodologia de Analise Rítmica não foi empregado apenas por não fazer parte dos seus objetivos. Assim, acreditamos que os resultados dessa pesquisa contribuem para o desenvolvimento de pesquisa climática do estado de São Paulo e da climatologia geográfica como um todo. Entretanto, para analises mais completas do clima do estado de São Paulo são necessários aprofundamentos na análise dos dados coletados assim como a coleta de outros dados, como pluviosidade diária, umidade e temperatura. Dadas estas considerações, é possível chegar a algumas conclusões preliminares com os dados e análises desse trabalho. Primeiramente como extensão do trabalho anterior de Sant’Anna Nett(1995) foi possível constatar uma queda nas medias de precipitação no período de 1994 a 2014 em comparação com o de 1971 a 1983. Que segue a tendência dos últimos anos desse período anterior. Também foi possível constatar que de maneira geral a tendência de queda das 52 precipitações ao longo do período de 1994 a 2014, além de presença de vários episódios de anos extremos. Essas tendências se evidenciaram principalmente nas regiões da Serra da Mantiqueira, na região Leste e na Depressão Periférica. Apesar disso, algumas áreas como a região Sudoeste e a região de cuestas apresentaram aumento de pluviosidade ao longo do período estudado Além disso a construção de mapa de isolinhas auxiliou na análise da distribuição espacial da pluviosidade e das tendências apresentadas pelos gráficos, trazendo uma nova dimensão de interpretação em relação as séries de analises anteriores. Ainda assim consideramos que os dados e análises dessa pesquisa ainda não são suficientes para avaliar as tendências climática como sendo mudanças climáticas ou apenas variações climáticas. 53 5. Referências AYOADE, J.O. Introdução à Climatologia para os Trópicos 14. Ed. Rio de Janeiro -RJ: Bertrand Brasil, 2010 BARROS, J.R.; ZAVATINNI, J.A. Bases conceituais em Climatologia Geografica. Mercator - Revista de Geografia da UFC, ano 08, número 16, 2009 BARRY, R.G.; CHORLEY, R.J. Atmosfera, Tempo e Clima 9 Ed. Porto Alegre -RS: Bookman, 2013 MENDONÇA, F.; OLIVEIRA, I.M.D. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo- SP: Oficina de Textos, 2007 MONTEIRO, C.A. de F. A dinâmica climática ema as chuvas do estado de São Paulo: estudo em forma de atlas. São Paulo: IGEOG/uSP, 1973 SANT’ANNA NETO, ,J.L. As Chuvas no Estado de São Paulo: Contribuição ao Estudo de Variabilidade e Tendência da Pluviosidade na Perspectiva da Análise Geografica São Paulo – SP 1995 SOUZA, J.G. Questões de método: análise sobre o padrão de homogeneização do território rural paulista. Jaboticabal: FCAU/ UNESP, 2008 (Texto de Livre Docência) ZAVATINNI, J.A.; BOIN, M.N. Climatologia Geografica: Teoria e pratica de pesquisa. Campinas- SP: Alinea, 2013 Referencias Digitais: http://www.daee.sp.gov.br/ 54 6. Apendice 1 Figura 8 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 1994 Figura 9 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 1995 55 Figura 10 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 1996 Figura 11 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 1997 56 Figura 12 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 1998 Figura 13 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 1999 57 Figura 14 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2000 Figura 15 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2001 58 Figura 16 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2002 Figura 17 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2003 59 Figura 18 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2004 Figura19 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2005 60 Figura 20 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2006 Figura 21 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2007 61 Figura 23 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2008 Figura24 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2009 62 Figura 25 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2010 Figura26 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2011 63 Figura 27 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2012 Figura 28 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2013 64 Figura 29 Mapa de Pluviosidade de São Paulo 2014 Figura 30 Mapa de Pluviosidade média de São Paulo