UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS Curso de Graduação em Farmácia-Bioquímica SOPHIA ELIZABETE DONG PRODUÇÃO DE ATIVIDADES DIDÁTICAS INTERDISCIPLINARES ENVOLVENDO INFORMAÇÕES SOBRE TABACO PARA JOVENS DO ENSINO BÁSICO Araraquara 2025 SOPHIA ELIZABETE DONG PRODUÇÃO DE ATIVIDADES DIDÁTICAS INTERDISCIPLINARES ENVOLVENDO INFORMAÇÕES SOBRE TABACO PARA JOVENS DO ENSINO BÁSICO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, para obtenção do grau de Farmacêutica. Orientador: Prof. Dr. Marcelo Tadeu Marin Araraquara 2025 Diretoria Técnica de Biblioteca e Documentação – Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP Campus de Araraquara Kazumi Tomoyose - CRB 8/10904 Dong, Sophia Elizabete. D682p Produção de atividades didáticas interdisciplinares envolvendo informações sobre tabaco para jovens do ensino básico / Sophia Elizabete Dong. – Araraquara, 2025. 66 f. : il. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação – Farmácia) – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Orientador: Marcelo Tadeu Marin. 1. Tabagismo. 2. Escola. 3. Interdisciplinaridade. 4. Adolescentes. 5. Drogas. I. Marin, Marcelo Tadeu, orient. II. Título. Esta ficha não pode ser modificada SOPHIA ELIZABETE DONG PRODUÇÃO DE ATIVIDADES DIDÁTICAS INTERDISCIPLINARES ENVOLVENDO INFORMAÇÕES SOBRE TABACO PARA JOVENS DO ENSINO BÁSICO Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Araraquara, para obtenção do título de Bacharela em Farmácia. Data da defesa: 27/02/2025 Banca Examinadora: ______________________________________ Prof. Dr. Marcelo Tadeu Marin UNESP – Faculdade de Ciências Farmacêuticas - Campus de Araraquara ______________________________________ Profa. Dra. Ariadiny Lima Caetano FCMSCSP – Departamento de Ciências Fisiológicas ______________________________________ Dra. Marielza Andrade Nunes FCMSCSP – Departamento de Ciências da Saúde ______________________________________ Dra. Natália Mendes Schöwe USP - Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo ______________________________________ Profa. Dra. Káris Ester Dong Creste FCMSCSP – Departamento de Fonoaudiologia “Dedico este trabalho à minha família, à igreja em Araraquara e aos meus amigos da UNESP, que me apoiaram e me encorajaram com resiliência para terminar o curso.” “Todos nós precisamos passar por situações de pressão. Pedro nos alerta “não estranhei o fogo ardente que surge entre vós” - não é coisa negativa, é coisa positiva. Sem a pressão, sem a prensa, não se obtém o azeite de oliveira. Toda pressão positiva se torna em coisa útil para Deus.” AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de agradecer ao meu Deus, meu Senhor, que tem me encabeçado em todas as situações. Não é segundo a minha força, mas pela vida de Deus. Como eu posso ativar o poder da vida que há na palavra de Deus? pela fé! Pela fé, tenho tido experiências sobrenaturais que a palavra profética me direcionou a ter. Agradeço aos meus pais, aos meus irmãos, meus cunhados e meus sobrinhos. Foram os que me apoiaram durante o tempo fora de casa e a completar esse curso. Sou grata à igreja em Araraquara, que me acolheu, me fez pertencer à esta cidade. Não passei por momentos de solidão porque eu os tinha aqui comigo. Agradeço a todo o cuidado e carinho que me deram. Agradeço aos meus colegas e amigos, principalmente aos do grupo Aliados e às amigas do Liba. Com certeza, foi o companheirismo de vocês que tornou possível a minha chegada aqui. Todos os momentos, risadas, tempos cansativos, reclamações, foram os que nos proporcionaram momentos humanos. Espero levá-los para sempre. Agradeço ao PEnsAD (Grupo de Pesquisa e Ensino sobre Álcool e outras Drogas) que abriu a minha mente para assuntos considerados tabus, e levando à informação, não só a comunidade acadêmica, mas externa também. Sou grata aos meus professores que moldaram grande parte do meu conhecimento teórico e técnico e, portanto, ajudaram a compor maneiras de pensamento que me fazem ser uma melhor profissional hoje. Agradeço ao meu orientador Marcelo por me acolher e me dar oportunidade de levar a informação para toda a comunidade, levando-os a fazer escolhas de forma sábia e não apenas por temer as autoridades. Gostaria de agradecer também aos colaboradores da instituição, a todos que mantêm os locais físicos e administrativos. Sou grata porque colaboraram, mesmo que indiretamente, para meu crescimento. Por fim, mas não menos importante, agradeço a UNESP que me recebeu e me proporcionou tantas coisas que eu não imaginaria. Apesar do que pode ter acontecido aqui, tenho orgulho de dizer que sou UNESPiana. RESUMO O uso do tabaco é a principal causa de morte evitável, considerada pela Organização Mundial da Saúde, que representa um grande obstáculo ao progresso do desenvolvimento global. A prevenção ao uso do tabaco é uma das áreas mais desafiadoras dentro da saúde pública. No Brasil, as iniciativas mais comuns de educação sobre drogas e prevenção ao seu uso indevido são palestras isoladas ou ações que geram temor nos usuários, sobre o uso ou sobre os impactos à saúde. Todavia, essas estratégias tradicionais aplicadas têm demonstrado ser ineficazes e até contraproducentes. O ambiente escolar é bastante adequado para o desenvolvimento de programas ou ações de prevenção ao uso de substâncias por envolver grande quantidade de indivíduos em idade típica de experimentação de drogas e em um ambiente de aprendizado. Assim, o objetivo deste trabalho é elaborar um material instrucional para que professores do ensino médio abordem o tema do uso de tabaco com seus alunos em atividades interdisciplinares e interativas em sua sala de aula. Informações das disciplinas de Biologia, Química, Geografia e Artes foram unidas na atividade. Este estudo resultou na produção de atividades didáticas interdisciplinares em formato de apostila para o ensino médio, voltadas à conscientização sobre as consequências do uso indevido do tabaco para a saúde do consumidor e para o ambiente que o cerca, reduzindo o caráter punitivo diretamente associado a abordagem atual. Palavras-chave: tabagismo; escola; interdisciplinaridade; adolescentes; drogas. ABSTRACT Tobacco use is the leading preventable cause of death, considered by the World Health Organization to be a major obstacle to global development. Tobacco use prevention is one of the most challenging areas in public health. In Brazil, the most common initiatives for drug education and prevention of drug misuse are isolated lectures or actions that generate fear in users about drug use or its health impacts. However, these traditional strategies have proven to be ineffective and even counterproductive. The school environment is well suited to developing programs or actions to prevent substance use because it involves a large number of individuals at a typical age for drug experimentation and in a learning environment. Thus, the objective of this work is to develop instructional material for high school teachers to address the topic of tobacco use with their students in interdisciplinary and interactive activities in their classrooms. Information from the subjects of Biology, Chemistry, Geography and Arts was combined in the activity. This study resulted in the production of interdisciplinary teaching activities in the form of a booklet for high school, aimed at raising awareness about the consequences of tobacco misuse for the health of the consumer and for the environment that surrounds them, reducing the punitive nature directly associated with the current approach. Keywords: smoking; school; interdisciplinarity; adolescents; drugs. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 8 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 12 2.1 HISTÓRICO DO TABACO ............................................................................................ 12 2.2 TIPOS DE USO DO TABACO ...................................................................................... 13 2.3 COMPOSIÇÃO DO TABACO ...................................................................................... 15 2.4 PREVENÇÃO DO USO DO TABACO ........................................................................ 16 2.5 INTERDISCIPLINARIDADE COMO PREVENÇÃO ................................................. 17 3. OBJETIVO .............................................................................................................................. 19 4. MATERIAIS E MÉTODO ...................................................................................................... 20 5. RESULTADOS ....................................................................................................................... 22 6. DISCUSSÃO .......................................................................................................................... 23 7. CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 26 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 27 APÊNDICE ................................................................................................................................. 30 8 1. INTRODUÇÃO De acordo com o último Relatório Mundial sobre Drogas, no ano de 2022 cerca de 292 milhões de pessoas usaram drogas ilícitas, o que representa um aumento de 20% nos últimos 10 anos. É estimado que 64 milhões de pessoas sofrem de algum transtorno relacionado ao uso de drogas e somente 1 em casa 11 estão em tratamento (UNODC, 2024). No Brasil, em 2005, estimou-se que 22,8% da população já fizera uso de drogas (exceto tabaco e álcool) alguma vez na vida, correspondendo a uma população de 10.746.991 pessoas. No mesmo ano, a estimativa de dependentes de álcool foi de 12,3% e de tabaco 10,1%, o que corresponde a populações de 5.799.005 e 4.700.635 de pessoas, respectivamente (CEBRID, 2006). De acordo com a PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar), de 2019, 22,6% dos estudantes de 13 a 17 anos já experimentaram cigarro em algum momento da vida. Essa porcentagem foi similar entre os sexos, com 22,5% para os homens e 22,6% para as mulheres. No entanto, a exposição ao cigarro aparece mais precocemente nas meninas de 13 a 15 anos (18,4%) do que nos meninos (15,6%) da mesma faixa de idade. Também, em relação à administração escolar, os alunos de escolas públicas expressaram maior experimentação de cigarros do que escolas privadas (PeNSE, 2021). Quanto à forma de obtenção do cigarro, entre os estudantes de 13 a 17 anos que já experimentaram cigarros, foi manifesto que 37,55% dos escolares compram o cigarro em lojas, bares, padarias ou bancas de jornal. Como entre os adultos, entre os jovens o produto do tabaco mais consumido é o cigarro tradicional, mas o consumo de outros produtos do tabaco, como os cachimbos de água ou narguilé, tem sido observado de forma crescente (PeNSE, 2021). A OMS (Organização Mundial da Saúde) publicou o quarto relatório sobre tendências globais do tabaco em 2021, que cobre o uso de tabaco fumado (cigarros, cachimbos, charutos, narguilés, charutos, bidis, cigarro aromatizado, produtos de tabaco aquecidos, etc.) e produtos de tabaco sem fumaça (tabaco oral e nasal) e não trata do cigarro eletrônico. No documento, é observado uma queda no número de usuários de tabaco no mundo, sendo que em 2015 o número era de 1,32 bilhão e houve uma queda para 1,3 bilhão de usuários em 2021, com tendência de queda de 3 milhões de usuários até 2025. Ainda no mesmo documento, as Américas 9 representam a região da OMS com o declínio mais acentuado nas taxas de prevalência ao longo do tempo, em que a taxa média de uso do tabaco passou de 21% em 2010 para 16% em 2020 (OMS, 2021). O INCA (Instituto Nacional de Câncer) reiterou esses dados a partir da publicação feita em 2022, em que explicita que no ano de 2008 segundo a Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab), o percentual de adultos fumantes no Brasil era de 18,5% e os dados mais recentes do ano de 2019, a partir da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) apontam o percentual total de adultos fumantes de 12,6% (INCA, 2022). Apesar do sucesso no combate ao uso do tabaco, uma forma alternativa de fumo vem crescendo e com perspectiva de se estender ainda mais. Em 2021, na oitava edição do relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a Epidemia Mundial do Tabaco, a OMS abordou pela primeira vez os dispositivos eletrônicos de fumar (DEFs: nome técnico para designar uma gama de produtos comumente conhecidos como vaporizadores, ou simplesmente vapes). Esses produtos são atraentes por serem fabricados com sabores diferentes e alegações enganosas - como serem menos prejudiciais à saúde por não produzir fumaça -, dessa forma são frequentemente comercializados para crianças e adolescentes pelas indústrias de tabaco e afins (OMS, 2021). A partir da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 e o III Levantamento Anual sobre o Uso de Drogas, a maior prevalência de uso de DEFs está na subpopulação de adolescentes e jovens de 15–24 anos, em que de 0,92% em 2015 aumentou para 2,38% em 2019 (INCA, 2024). A OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) apresenta dados sobre a epidemia do tabaco e como ela é a principal causa de morte, doença e empobrecimento, sendo uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou, com a morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes são resultado do uso direto do tabaco, enquanto mais de 1,2 milhão de mortes são resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. Essas mortes prematuras privam suas famílias de renda, aumentam o custo dos cuidados de saúde e impedem o desenvolvimento econômico (OPAS, 2021). Quase 80% dos mais de 1,1 bilhão de fumantes em todo o mundo vivem em países de baixa e média renda e observa-se que o uso do tabaco contribui para a pobreza ao desviar os gastos das famílias das necessidades básicas, como alimentação e moradia, para o tabaco (OMS, 2021). http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pesquisa_especial_tabagismo_petab.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pesquisa_especial_tabagismo_petab.pdf https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9160-pesquisa-nacional-de-saude.html?=&t=resultados https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/saude/9160-pesquisa-nacional-de-saude.html?=&t=resultados https://www.paho.org/pt/noticias/27-7-2021-oms-relata-progresso-na-luta-contra-epidemia-tabaco-e-destaca-ameaca https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/325968/WHO-NMH-PND-2019.5-por.pdf?sequence=18&isAllowed=y https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/325968/WHO-NMH-PND-2019.5-por.pdf?sequence=18&isAllowed=y 10 O uso do tabaco é a principal causa de morte evitável, considerado pela OMS um obstáculo significativo para os ganhos do desenvolvimento em todo o mundo (PenSE, 2015). Dessa forma, é de extrema relevância que o número de usuários dessa droga lícita seja diminuído a partir da propagação das informações. No Brasil, existe um amplo projeto de prevenção ao uso de drogas já praticado pelas polícias brasileiras, o Programa de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD), que envolve milhares de policiais militares voluntários há muitos anos, baseado no programa americano Drug Abuse Resistance Education (D.A.R.E.). Existem poucos estudos científicos sobre o PROERD, e estudos como o de Pereira e Tavares (2017) abordam que as pessoas envolvidas possuem, como regra, uma visão muito positiva sobre o programa, o que nada nos diz sobre a efetividade deste. O D.A.R.E., por sua vez, possui muitas avaliações consistentes que mostraram que o programa é ineficiente e até contraprodutivo, portanto intervenções em salas de aula para a prevenção do uso de drogas focadas no medo e em outros apelos emocionais, incluindo autoestima são ineficazes (Valente; Sanchez, 2021). O programa no Brasil é conduzido por policiais militares em escolas públicas e privadas, em interação em sala de aula buscando o efeito da prevenção ao consumo de drogas. Os policiais se apresentam fardados e ministram palestras para crianças, adolescentes e pais, com o auxílio de recursos didáticos explícitos como vídeos, músicas, desenhos e atividades recreativas (Rolim; Hermann; Oliveira, 2020). Um artigo publicado em 2021 pela Society for Prevention Research ressaltou que muitos estudantes não tinham sido ainda expostos para o uso de cigarros antes da intervenção feita na escola, portanto, a ênfase do programa em estratégias de resistência pode ter aumentado a percepção dos alunos sobre esse uso, o que os ensinou a fumar em vez de resistir. Outra possível explicação é que, como há abordagem de múltiplas drogas, a percepção de risco para tabaco frente à cocaína, por exemplo, pode ser reduzida se apresentando como menos nociva, o que estimula o uso (Valente; Sanchez, 2021). Sabendo que programas de prevenção ao uso de drogas que usam do medo para intimidar os estudantes mostram-se ineficazes, é importante que os adolescentes tenham acesso à informação sobre tabaco em outros momentos. Os professores possuem importantes papéis no esclarecimento e na forma como as informações são transmitidas. Entretanto, existem alguns fatores que impedem os professores de agirem como esses mensageiros: Alguns professores não possuem a compreensão a 11 respeito de seu papel na discussão sobre substâncias psicoativas, portanto, não consideram a discussão da temática sobre o uso de álcool e outras drogas como sua função, mas apenas como aspecto principalmente familiar. Dessa forma, nem sempre se produzem diálogos e discussões abertas sobre o tema, mas é comumente abordado com caráter punitivo. Ademais, há dificuldades na abordagem sobre as substâncias psicoativas no âmbito do trabalho escolar já que possuem a insegurança ou o desconforto por não se considerarem capacitados a tratar do assunto, por ser distante de sua área de formação. Ainda, a gestão escolar nem sempre investe nesse tipo de capacitação ou não há estimulação com relação ao uso de substâncias psicoativas, sendo escassas as ações voltadas à formação de docentes por meio de cursos, orientações, entre outros investimentos. No tópico de incapacidade de abordagem, é comum que o tema sobre drogas se volte para professores de áreas específicas que envolvem temáticas de saúde, como, ciências e biologia. Docentes de outras disciplinas, em especial os de exatas, entendem como fora do contexto das aulas, portanto, passam a não se envolver com tais ações, o que impede o desenvolvimento de ações mais amplas e interdisciplinares, além de centralizar a discussão entre alguns poucos educadores. A despeito dessa distância, os educadores reconhecem que o ambiente escolar é ideal para o desenvolvimento de programas e/ou ações de prevenção ao uso de substâncias, uma vez que a função da escola é a formação de pessoas capazes de fazer suas escolhas e tomar suas decisões, conscientes de si e de seu papel na sociedade (Da Silva; Galon; Zerbetto, et al., 2018). É importante ter conhecimento de que haverá mudanças na estrutura do Ensino Médio a partir de 2025. O Ministério da Educação (MEC) publicou um artigo expondo que a nova lei prevê que 2.400 horas das 3 mil horas totais nos três anos, devem ser destinadas à Formação Geral Básica (FGB), que engloba português, inglês, artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física, química) e ciências humanas (filosofia, geografia, história, sociologia), disciplinas das quais algumas serão contempladas neste trabalho. 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 HISTÓRICO DO TABACO O tabaco é uma planta originária do continente americano e utilizada por diferentes povos. A substância extraída é a nicotina que contém efeito estimulante. Essa planta começou a ser utilizada aproximadamente no ano 1000 a.C., pelos povos indígenas da América Central, em rituais mágico-religiosos, por crenças de purificação, proteção e fortalecimento dos guerreiros. Em 1492, Cristóvão Colombo chegou às Américas e as tribos nativas o receberam com presentes, como frutas, comidas, temperos e, entre esses presentes, estavam folhas secas da planta do tabaco. Colombo ao retornar para a Europa, levou as primeiras folhas e sementes dessa planta que chegariam naquele continente. Pela navegação europeia, o tabaco se espalhou pelo mundo, ainda no século XVI, com importância comercial, sendo utilizado para fins medicinais. Porém a planta passou a sofrer críticas e chegou a ser proibida em diversos lugares, na Europa e Ásia (INCA, 2012; OMS, 2009). No Brasil, as primeiras fábricas do novo produto datam de 1875, porém a produção aumentou efetivamente a partir de 1890. Na segunda metade do século XIX, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, o cigarro industrializado tornou-se popular. Por ser prático para consumo, o produto era considerado mais adequado aos chamados tempos modernos. Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o tabaco foi amplamente distribuído aos soldados norte-americanos, que foi um dos principais fatores para a difusão do tabaco industrializado no mundo. No ano de 1924, Philip Morris aumentou a campanha para atrair o público feminino, dizendo que os cigarros para as mulheres são mild as May - “suave como May”, como representação da liberdade das mulheres, valorização social e até encantamento dos homens (INCA, 2012; OMS, 2009). Os malefícios associados ao consumo do tabaco passaram a ser divulgados a partir da década de 1920. Mário Kroeff, fundador do serviço médico que se tornou o INCA, foi o pioneiro na divulgação dos malefícios do tabaco. Em 1939, o médico brasileiro afirmou para o jornal A Tarde: “Pelas estatísticas do Centro [de Cancerologia], observa-se que a pele é a localização mais frequente [de câncer]. Em segundo lugar, vem a localização da boca e vias respiratórias, atribuídas ao fumo”. 13 Apesar de existirem estudos que associavam o câncer de pulmão e tabagismo desde a década de 1920, foi a partir de 1950 que surgiram importantes evidências em estudos em alguns países da Europa e nos Estados Unidos, logo, o tabaco passou a sofrer intensa oposição de médicos (INCA, 2012). Em 1978, na Assembleia Mundial da Saúde expressou-se inquietação pelo crescimento preocupante na produção e no consumo disseminado de cigarros. À esse consumo relacionou-se o direcionamento extensivo das vendas de cigarros através de grandes meios de comunicação e, também, a grande indução dos jovens a fumar por associação desses produtos com eventos culturais e esportivos. Foi na 52ª Assembleia Mundial da Saúde, em 1999, que se reconheceu que o tabagismo era uma pandemia, a qual se concentrava sobretudo nos países em desenvolvimento, e que aconteceu por determinantes multinacionais, portanto para interferir de forma eficaz seria necessária a colaboração recíproca das nações. Ali, negociou-se um tratado internacional de saúde pública, a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco (CQCT/OMS), contendo um conjunto de medidas nacionais e de medidas de cooperação internacional, para impedir o crescimento dessa pandemia. No mesmo ano, o primeiro grupo de trabalho para o delineamento da Convenção-Quadro se ajuntou e, em maio do ano seguinte, na 53ª Assembleia Mundial de Saúde, foi criada a instituição responsável por conduzir o processo de elaboração e negociação do texto do tratado, o Órgão de Negociação Intergovernamental (ONI). Em 2001, a primeira versão do texto do tratado surgiu e foi discutida e negociada até maio de 2003, quando decidiu-se pela sua adoção por unanimidade. Desta data até dia 29 de junho de 2004, foi o período para assinatura dos países, findo este prazo, os 168 países que assinaram o tratado passaram pelo processo de ratificação da Convenção-Quadro da OMS. A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco entrou em vigor em 27 de fevereiro de 2005. O tratado permite aos legisladores perceberem que o controle do tabaco é inevitável, importante para a riqueza e para a saúde das nações (OMS, 2009; INCA, 2022). 2.2 TIPOS DE USO DO TABACO 14 Cigarro é o método mais comum de consumo do tabaco no mundo. Em 1881, com a invenção da máquina de enrolar (comumente conhecido como “bolar”) cigarros, houve a aceleração da pandemia do cigarro pela produção em massa de cigarros que cabem no bolso. Esse tipo de tabaco oferece uma forma conveniente e portátil de manter o vício mesmo ao dirigir um veículo, trabalhar numa fábrica ou ao caminhar. A fumaça que é produzida, porém, é a forma mais lesiva de utilização do tabaco. Entretanto, nenhuma forma disfarçada de consumo do tabaco é segura ou isenta de danos à saúde. Todos os produtos do tabaco contêm carcinogêneos e outras toxinas; produtos de tabaco sem fumaça não são alternativas seguras ao tabagismo. Abaixo, serão listadas formas de tabaco fumado e não-fumado. 2.2.1 Tabaco Fumado ● Cigarro industrializado: como já mencionado, este é o método mais utilizado para fumar tabaco mundialmente. Eles consistem em tabaco picado ou reconstituído, processado com centenas de produtos químicos e enrolado em um cilindro embrulhado em papel. Geralmente com filtro de acetato de celulose, eles são acesos em uma extremidade e inalados pela outra. ● Cigarro de palha: também conhecido como palheiro ou paiol, é um cigarro enchido à mão pelo fumante com tabaco solto e de corte fino enrolado em papel de cigarro. Os fumantes desse tipo de cigarro estão expostos a altas concentrações de partículas de tabaco, alcatrão, nicotina e nitrosaminas específicas do tabaco e apresentam risco aumentado de desenvolver câncer de boca, faringe, laringe, pulmão e esôfago. ● Charuto: Os charutos são feitos de tabaco fermentado e curado ao ar, com uma embalagem de folha de tabaco. O longo envelhecimento e processo de fermentação produz altas concentrações de compostos cancerígenos que são liberados em combustão. As concentrações de toxinas e irritantes nos charutos são maiores do que nos cigarros. ● Narguilé: operado por filtração de água e calor indireto, o narguilé é o tabaco aromatizado queimado em uma tigela para fumar coberta com papel alumínio e carvão. A fumaça é resfriada por filtração em bacia com água e consumida por meio de mangueira e bocal. ● cachimbo: As hastes do cachimbo são feitas de briar, ardósia, argila ou outras substâncias. O tabaco é colocado na tigela e a fumaça é inalada pela haste. 15 2.2.2 Tabaco não-fumado ● Rapé: O rapé seco é tabaco em pó que é inalado pelo nariz e absorvido pelo nariz mucosa ou por via oral. ● Rapé úmido: O rapé úmido é uma pequena quantidade de terra tabaco mantido na boca entre a bochecha e a gengiva. Para tornar o produto mais conveniente, os fabricantes têm aumentado os esforços ao pré-embalar o rapé úmido em pequenos pacotes de papel ou pano. ● Mascável: Os produtos orais de tabaco sem fumaça são colocados na boca, na bochecha ou no lábio interno e sugados (mergulhados) ou mastigados. Pastas ou pós de tabaco são usados de forma semelhante, colocados nas gengivas ou nos dentes. Às vezes chamado de “tabaco cuspido” porque os usuários cuspiam o suco e a saliva acumulados no tabaco, esse modo de consumo de tabaco tornou-se associado aos jogadores de beisebol americanos durante o século XX. O tabaco sem fumaça causa câncer em humanos e leva à dependência da nicotina semelhante à produzida pelo tabagismo. 2.3 COMPOSIÇÃO DO TABACO Existem aproximadamente 600 componentes no cigarro. Quando queimado, o cigarro produz mais de 7.000 substâncias químicas que, dentre estas, pelo menos 69 são conhecidas por provocar o câncer (AMERICAN LUNG ASSOCIATION, 2023). A fumaça é uma mistura de milhares de substâncias tóxicas diferentes que se constituem de duas fases fundamentais: a particulada e a gasosa. A fase gasosa é composta, entre outros, por monóxido de carbono, um composto altamente contribuinte para poluição atmosférica, amônia, muito usada em produtos de limpeza doméstico, cetonas, formaldeído, acetaldeído e acroleína. A fase particulada contém nicotina que é o principal componente provocador da dependência, diminui o calibre dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação do sangue, além de ser estimulante do sistema nervoso, o que aumenta o nível de ansiedade, e, por fim, o alcatrão, componente altamente cancerígeno (INCA, 2022). O monóxido de carbono (CO) tem afinidade com a hemoglobina (Hb) presente nos glóbulos vermelhos do sangue, que transportam oxigênio para todos os órgãos do corpo. A ligação do CO com a hemoglobina forma o composto chamado 16 carboxihemoglobina, que dificulta a oxigenação do sangue, privando alguns órgãos do oxigênio e causando doenças como a aterosclerose (AGUIAR, 2024). A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma droga psicoativa que causa dependência. Ela age no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: chega em torno de 7 a 19 segundos ao cérebro. Por isso, o tabagismo é classificado como doença e está inserido na 11ª Classificação Internacional de Doenças [CID-11] para Estatísticas de Mortalidade e Morbidade. No grupo "transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento", consta: "distúrbios devido ao uso de nicotina" (WHO, 2022). O alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado a partir da combustão dos derivados do tabaco. Entre elas, o arsênio, níquel, benzopireno, cádmio, resíduos de agrotóxicos, substâncias radioativas, como o Polônio 210, acetona, naftalina e até fósforo P4/P6, substâncias usadas em veneno para matar rato (INCA, 2024). A fumaça que sai da ponta do cigarro e se difunde homogeneamente no ambiente, contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. A exposição involuntária à fumaça do tabaco pode acarretar desde reações alérgicas (rinite, tosse, conjuntivite, exacerbação de asma) em curto período, até infarto agudo do miocárdio, câncer do pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica) em adultos expostos por longos períodos (Meirelles, 2009; INCA, 2024). 2.4 PREVENÇÃO DO USO DO TABACO A escola é um espaço privilegiado para o desenvolvimento de atividades preventivas visando à educação para a saúde, visto que grande parte da população passa por ela numa idade e em circunstâncias altamente favoráveis (Moreira; Silveira; Andreoli, 2006) O presente estudo resultou na elaboração de atividades educacionais sobre o tabaco visando a prevenção do uso, além de promover a orientação e aconselhamento sobre os impactos na saúde e na sociedade. https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/causas-e-prevencao-do-cancer/tabagismo 17 A informação como forma de prevenção e, até como forma de redução do consumo do tabaco, refuta a ideia de impor o medo para alcançar esses objetivos. A informação desempenha um papel crucial de várias maneiras: a) A conscientização sobre os riscos à saúde, que consiste no fornecimento de informações detalhadas sobre os perigos do consumo de tabaco, pode motivar os indivíduos a pararem de fumar ou evitar começar conscientizando sobre o aumento na incidência de doenças como câncer, doenças cardíacas e problemas respiratórios. b) A desmistificação de mitos auxilia no combate de ilusões e equívocos comuns sobre o tabagismo, por exemplo, a crença de que fumar é uma forma eficaz de controle de peso ou até que cigarros eletrônicos são completamente seguros; fomentando melhor poder de decisão às pessoas. c) Campanhas de Saúde Pública são boas estratégias porque utilizam diferentes mídias para disseminar informações sobre os riscos do tabagismo, alcançando um público amplo e diversificado, aumentando a conscientização e incentivando comportamentos saudáveis. d) A informação também é fundamental para formular políticas públicas eficazes e legislações, como restrições à publicidade de produtos de tabaco, imposição de impostos mais altos e a criação de ambientes livres de fumo, que podem reduzir o consumo de tabaco na população em geral. e) A educação sobre estratégias de cessação informa as pessoas sobre as várias opções e recursos disponíveis para parar de fumar, como aconselhamento, medicação, terapias de substituição de nicotina e programas de suporte podem ajudar os fumantes em seus esforços para parar. f) Apoio social e comunitário também é uma forma de disseminar informações, como os benefícios de parar de fumar não apenas para o indivíduo, mas também para sua família e comunidade pode encorajar um esforço coletivo e um ambiente de suporte para a cessação. Ao aumentar a conscientização e fornecer informações precisas e acessíveis, é possível motivar a mudança de comportamento e apoiar as pessoas na jornada para parar de fumar, levando a uma redução geral no consumo de tabaco. 2.5 INTERDISCIPLINARIDADE COMO PREVENÇÃO 18 As atividades educacionais mencionadas foram propostas em um caderno de atividades (Apêndice). A aplicabilidade deste material tem a finalidade de empoderar os professores para dissertar sobre o assunto do tabaco com os alunos. A interdisciplinaridade permite a contribuição mais consistente de diferentes compreensões acerca de determinado tema. O modelo tradicional traz uma estrutura organizada por departamentos isolados que não se comunicam uns com os outros, dessa forma o aluno não consegue interligar as disciplinas e tem seu entendimento limitado. A interdisciplinaridade prioriza um ensino mais voltado para a realidade social e busca maior aproximação entre teoria e prática (Gattás; Furegato, 2007). Para tanto, aqui foram selecionadas quatro disciplinas básicas para abordar o tema de várias perspectivas. São elas: biologia, geografia, química e artes, a fim de envolver desde matérias da área de humanas até biológicas e exatas, manifestando que o tópico é abrangente e pode ser tratado para professores além dos de biologia. 19 3. OBJETIVO 3.1 Objetivo geral Elaborar materiais instrucionais para que professores do ensino médio abordem o tema uso de tabaco com seus alunos em atividades interdisciplinares e interativas em sala de aula. 3.2 Objetivos específicos 1) Elaborar uma apostila com conteúdo das disciplinas Biologia, Geografia, Química e Artes sobre tabaco; 2) Elaborar perguntas em formato de questões de exames vestibulares para fixação do conteúdo. 20 4. MATERIAIS E MÉTODO O presente estudo resultou na confecção de um material didático instrutivo (apostila) com questões interdisciplinares, simuladas para exame de ingresso ao ensino superior sobre tabaco para jovens do ensino médio com a aplicabilidade realizada pelo professor. A sua utilização tem por finalidade a prevenção do uso do tabaco por meio da informação sobre o tema. Seguem abaixo informações sobre a escolha dos tópicos do material produzido: Para a disciplina de biologia optou-se por trazer informações sobre o funcionamento do organismo humano, mostrando a anatomia do pulmão, seu funcionamento e o desenvolvimento do corpo e cérebro durante a adolescência. A partir da apresentação de um funcionamento normal, é possível trabalhar como são ocasionados os prejuízos com o uso do tabaco. Esta disciplina conta com quatro capítulos, como a abordagem da fisiologia de um pulmão saudável, o pulmão de um fumante e experimento para demonstração, além de apresentar o desenvolvimento do cérebro na adolescência e o que acontece se é acometido por substâncias do cigarro. Para fixação do conteúdo e aplicabilidade no vestibular, questões e outras perguntas para discussão com os alunos estão disponíveis no final do capítulo. Para a disciplina de geografia optou-se pela temática da Política Ambiental. A importância desse tópico é crescente, especialmente no contexto das mudanças climáticas, da gestão de recursos naturais e da sustentabilidade. Em 2022, a OMS lançou uma publicação que afirma que a indústria do tabaco é responsável por uma crise de saúde global, com mais de 8 milhões de mortes anuais. Além disso, causa graves danos ambientais, incluindo o desmatamento de 600 milhões de árvores, o uso de 200 mil hectares de terra, o consumo de 22 bilhões de toneladas de água e a emissão de 84 milhões de toneladas de CO2. A produção de tabaco se concentra em países de baixa e média renda, onde a água e a terra são recursos essenciais para a produção de alimentos. No entanto, essas áreas são utilizadas para o cultivo de tabaco, o que agrava a insegurança alimentar e acelera o desmatamento de florestas (OMS, 2022). Ainda neste artigo, a OMS pede que países e cidades sigam o exemplo da França e Espanha, além de cidades como São Francisco, na Califórnia -EUA, que se posicionaram ao seguir o Princípio do Poluidor- Pagador (Polluter Pays Principle), que torna a indústria do tabaco responsável por limpar a poluição que cria. 21 Para a disciplina de Química direcionou-se o foco para as principais moléculas produzidas na queima do tabaco (nicotina, alcatrão e CO2) e sua relação com a o organismo humano. Os alunos previamente precisam do conhecimento sobre os grupos orgânicos e inorgânicos e suas afinidades ao corpo humano. Dessa forma, a partir de exercícios de fixação, os alunos deverão encontrar os grupos orgânicos e inorgânicos e relacioná-los à fisiologia do organismo humano. Para a disciplina Artes optou-se pela inclusão dela de forma a integrar as outras disciplinas na parte final do conteúdo, ou seja, sua aplicação deve ocorrer após a conclusão das disciplinas citadas anteriormente, pois se trata do resumo de todas as informações obtidas durante as aulas com as outras matérias, os alunos terão quatro semanas para desenvolver projetos em grupo baseados em seus interesses, como uma maneira de engajar os estudantes e promover reflexões sobre saúde, sociedade e cultura. 22 5. RESULTADOS A apostila é mostrada no Apêndice I. Ela possui uma introdução sobre a idealização do material e a importância do educador no processo de informação do aluno do ensino médio sobre assuntos relacionados a drogas, como a droga lícita tabaco. A primeira disciplina apresentada é a de Biologia, possuindo quatro capítulos, seguida por Geografia e Química, com três capítulos cada. A lista de capítulos é apresentada abaixo: Capítulo I: Fisiologia do pulmão. Capítulo II: Fisiopatologia do pulmão por uso e abuso do tabaco. Capítulo III: Desenvolvimento do cérebro na adolescência e dependência química Capítulo IV: Atividade formativa/Questões Capítulo I: Geografia Política Ambiental Capítulo II: Impactos ambientais Capítulo III: Atividade formativa/Questões Capítulo I: Química orgânica do tabaco Capítulo II: Química inorgânica do tabaco Capítulo III: Atividade formativa/Questões A quarta disciplina, Artes, é abordada como instrumento para reforçar e integrar as disciplinas anteriores em uma atividade a ser executada pelos alunos em grupos. O próprio material produzido pode ser utilizado como alvo para avaliação dos alunos. 23 6. DISCUSSÃO A produção de atividades didáticas interdisciplinares voltadas à conscientização sobre o tabaco para estudantes do ensino médio é uma abordagem que representa as demandas atuais da educação em saúde. Ao propor um material que compõe diferentes áreas do conhecimento, este trabalho envolve uma formação do adolescente de forma que o leve a ser mais crítico, essencial para lidar com questões de saúde pública e prevenção de doenças. Uma das bases fundamentais deste material é o conceito de interdisciplinaridade, com a ideia de romper com a segmentação tradicional das disciplinas, promovendo um aprendizado mais amplo e conectado. Esse método não apenas estimula o pensamento crítico dos estudantes, mas também os prepara para lidar com problemas reais que exigem múltiplas perspectivas para serem compreendidas (Gattás; Furegato, 2007). No contexto do tabaco, essa proposta permite que alunos entendam a questão sob diversos ângulos. Por exemplo, ao abordar a fisiologia pulmonar e os impactos do fumo em Biologia, os estudantes compreendem os danos diretos ao corpo humano, com uma aula base sobre a fisiologia do pulmão saudável. Por outro lado, a disciplina de Geografia permite explorar os impactos ambientais do cultivo do tabaco e a disciplina de Química traz a composição da fumaça dos cigarros, que traz maior entendimento de como as substâncias químicas podem ser prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Por fim, a inclusão de Artes como meio de expressão permite aos alunos explorarem seus arredores e observarem de forma visual os pontos abordados anteriormente, para consolidação e elucidação do conhecimento de forma criativa. A prevenção ao uso do tabaco é uma das áreas mais desafiadoras dentro da saúde pública. Estratégias tradicionais que utilizam o medo como ferramenta para afastar os jovens do consumo de substâncias psicoativas, como o PROERD, têm demonstrado ser ineficazes e até contraproducentes, conforme estudos revelaram (Valente; Sanchez, 2021). Por isso, uma abordagem baseada em educação e informação, como a proposta neste trabalho, pode ser mais eficaz. Ao permitir que jovens compreendam os riscos associados ao tabaco por meio de evidências científicas e contextos ambientais, cria-se um local seguro onde decisões são tomadas com base no conhecimento e não no temor. A conscientização 24 empodera os estudantes, capacitando-os a tornarem-se agentes ativos em sua própria saúde e bem-estar (OMS, 2022). Outro ponto central discutido no trabalho é o papel do professor como facilitador do conhecimento. Muitos educadores se sentem despreparados ou desmotivados para abordar temas complexos, como o uso de drogas, em sala de aula. Seja pela falta de formação específica ou pela percepção de que esses temas extrapolam suas responsabilidades pedagógicas. Assim, a abordagem de questões como o tabagismo frequentemente é negligenciada ou tratada de maneira muito superficial (Da Silva et al., 2018). O material didático proposto neste trabalho busca oferecer ferramentas prontas e interativas que auxiliem os professores na abordagem do tema com segurança e propriedade. Além disso, a interdisciplinaridade do material reduz o peso sobre um único professor, distribuindo a responsabilidade pelo ensino do tema. Ao longo do trabalho, foi mostrado que os impactos do tabaco não se restringem ao indivíduo, mas se estendem ao meio ambiente e à sociedade como um todo. Dados da OMS mostram que a produção de tabaco desmata milhões de hectares de terra e consome recursos naturais essenciais, como água e solo fértil, que poderiam ser destinados à produção de alimentos (OMS, 2022). Essas questões são especialmente importantes para os jovens de hoje, que crescem e crescerão em um mundo onde a sustentabilidade é e será uma preocupação cada vez maior (Jacobi, 2003). Embora o material didático proposto vise a promoção da educação e a conscientização, sua eficácia depende de fatores como a aceitação pelos professores, a infraestrutura disponível nas escolas e o engajamento dos estudantes. Importante ressaltar que o tema do tabaco é apenas um recorte de um problema maior: a questão do abuso das drogas lícitas e ilícitas. Expandir o modelo para incluir outras substâncias, como álcool e dispositivos eletrônicos de fumar, seria um passo importante para ampliar sua repercussão. Por outro lado, o uso do material em escolas pode ter desdobramentos positivos que vão além da prevenção ao uso do tabaco. Ele pode enriquecer a formação dos estudantes, ajudando-os a desenvolver competências importantes para a vida, como pensamento crítico, trabalho em grupo e capacidade de comunicação. Além disso, a interdisciplinaridade pode inspirar outros projetos educacionais a utilizarem essa abordagem. 25 A proposta também pode servir como um modelo para políticas públicas educacionais que busquem integrar temas de saúde pública no currículo escolar de forma estruturada e consistente. Em um mundo onde as informações sobre saúde muitas vezes chegam de forma distorcida ou sensacionalista, a escola tem um papel essencial em garantir que os jovens tenham acesso a informações confiáveis e cientificamente embasadas (OMS, 2021). Neste Trabalho de Conclusão de Curso foi possível somente o desenvolvimento da apostila da atividade interdisciplinas. Uma continuação clara da proposta pode ser a compreensão, exequibilidade e eficácia da atividade em facilitar o aprendizado. Para essas análises são necessários mais alunos e tempo. 26 7. CONCLUSÃO Este trabalho desenvolveu um material didático interdisciplinar para facilitar a educação sobre o tabagismo e tópicos relacionados à interação humana com o tabaco. A atividade proposta integra as disciplinas Biologia, Geografia, Química e Artes e pode ajudar a prevenir o uso do tabaco entre jovens. A abordagem permitiu abranger os impactos do tabaco de forma ampla, incluindo aspectos de saúde, ambientais e sociais. O material busca apoiar professores na abordagem do tema com atividades interativas, preparando os alunos tanto para exames quanto para decisões conscientes. Trata-se de um modelo que pode ser replicado em diferentes contextos educacionais. 27 REFERÊNCIAS AGUIAR, S. Ameaça invisível: Samu orienta sobre cuidados envolvendo monóxido de carbono. Secretária de Saúde do Governo de Santa Catarina. 2024. 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