A APLICAÇÃO DE UM MODELO MATEMÁTICO NA RESOLUÇÃO DE UM PROBLEMA DE CARREGAMENTO DE PALETES Guaratinguetá 2014 CAROLINA LEITE DE MORAES CAROLINA LEITE DE MORAES A APLICAÇÃO DE UM MODELO MATEMÁTICO NA RESOLUÇÃO DE UM PROBLEMA DE CARREGAMENTO DE PALETES Trabalho de Graduação apresentado ao Conselho de Curso de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica da Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do diploma de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica. Orientador: Prof. Dr. José Roberto Dale Luche Guaratinguetá 2014 M827a Moraes, Carolina Leite de A aplicação de um modelo matemático na resolução de um problema de carregamento de paletes / Carolina Leite de Moraes . - Guaratinguetá : [s.n.], 2014 36 f .: il. Bibliografia: f. 32-36 Trabalho de Graduação em Engenharia de Produção Mecânica – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, 2014. Orientador: Prof. Dr. José Roberto Dale Luche 1. Logística empresarial 2. Cargas - Manuseio 3. Modelos matemáticos I. Título CDU 658.5 dedico este trabalho de modo especial, aos meus pais Edna e Daniel por todo apoio e amor, e por serem responsáveis também por essa conquista, e ao meu irmão Gabriel que foi a grande inspiração para que eu me dedicasse aos meus estudos. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus, por ter me guiado em dificuldades que surgiram durante esses anos; aos meus pais Edna e Daniel que durante toda minha vida colocaram meus estudos e minha educação como prioridade e por dedicarem suas vidas a favor do meu melhor; ao meu irmão Gabriel por me servir de inspiração para alcançar meus objetivos; ao meu orientador, Prof. José Roberto Dale Luche que se dedicou neste trabalho me orientando e guiando para o bom desenvolvimento deste; à faculdade de Engenha de Guaratinguetá – FEG/UNESP por me oferecer um ensino superior de qualidade e gratuito; à todas as meninas da República Tcheca que se tornaram uma segunda família, em especial Laura e Nelise que estiveram do meu lado durante todos esses anos de faculdade; aos meus amigos de infância que sempre torceram pelo meu sucesso, especialmente a Máira por seu apoio durante o desenvolvimento deste trabalho; à Johnson & Johnson., por ter me dado a oportunidade de desenvolver um trabalho respeitado, em especial ao meu gestor Eduardo pela dedicação, flexibilidade e profissionalismo. MORAES, C. L. A Aplicação de um modelo matemático na resolução de um problema de carregamento de paletes. 2014. 36 f. Trabalho de Graduação (Graduação em Engenharia de Produção Mecânica) – Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2014 RESUMO A competitividade em âmbito global aumentou significativamente na última década e, como consequência, observa-se pertinente busca por processos mais eficientes dentro da cadeia de suprimentos das empresas a fim de manter seus custos competitivos e permanecer no mercado. As operações logísticas dentro desses processos representam uma grande parte dos custos totais de um produto, o transporte pode representar mais de cinquenta por cento dos custos em vezes. Os chamados problemas de corte e empacotamento propõe alterações simples, de baixo investimento, por meio do planejamento da produção no arranjo da carga transportada a fim de diminuir perdas de materiais e de espaço. Pelo exposto, o objetivo deste trabalho é apresentar e analisar uma aplicação real de um modelo matemático para solucionar o problema de paletes do produtor por meio da comparação de resultados obtidos na execução do modelo e soluções propostas pela própria empresa em estudo, visando não só encontrar o melhor arranjo para o carregamento de paletes a fim de otimizar processos de armazenagem e transporte, como também testar modelagens provenientes na literatura. Neste estudo utilizou-se o pacote computacional composto da linguagem matemática GAMS com o software de otimização CPLEX e posteriormente dois outros softwares de mercado, que indicam que um modelo matemático exato para a resolução de problemas de carregamento de paletes do produtor em uma abordagem bidimensional são dificilmente encontrados e possuem um tempo de execução muito grande, o trabalho indica também que a resolução deste tipo de problema por meio de heurística pode trazer bons resultados em um tempo de execução menor. Palavras-chave: Corte e empacotamento. Problema do carregamento de paletes do produtor. Otimização de Carga. MORAES, C. L. A mathematical modeling applied in the resolution of the pallet loading problem. 2014. 34 f. Final Monograph (Graduation in Industrial Engineering with Mechanical emphasis) - Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2014 ABSTRACT Global competitiveness has been increased significantly in the last decade and, as consequence, companies are always looking for developing better processes in supply chain operations in order to maintain their competitive costs and keep themselves in the business. Logistics operations represent a large part of the product’s final cost. Transportation can represent more than fifty percent of final cost sometimes. The solutions for cutting and packing problems consist in simple and low investment actions, as enhancing the arrangement of the transported load in order to decrease both material and room wastes. As per the presented reasons, the objective of this paper is to show and analyze a real application of a mathematical model to solve a manufacturer pallet-loading problem, comparing results from the model execution and the solution proposed by the company studied. This study will not only find the best arrangement to load pallets (which will optimize storage and transportation process), but also to check the effectiveness of existing modeling in the literature. For this study a computational package was used, which consists of a modeling language GAMS with the CPLEX optimization solver and two other existing software in the market, all of them indicating that an accurate mathematical model for solving this kind of problem in a two-dimensional approach is difficult to be found, in addition to a long execution time. However, the study and the software utilization indicate that the problem would be easily solved by heuristics in a shorter execution time. Keywords: Cutting and packaging problems. Manufacturer pallet loading problem. Transport optimization LISTA DE FIGURAS Figura 1- Classificação quanto ao tipo de pesquisa .................................................................. 13 Figura 2 - a) Carga Fracionada b) Carga Paletizada ................................................................. 17 Figura 3 - a) A colocação de peças idênticas num palete b) A colocação de artigos heterogéneos no palete..............................................................................................................22 Figura 4 - Arranjo atual do palete para o produto “X” identificado como oportunidade ......... 25 Figura 5 - Arranjo atual do palete de outro produto similar “Y” ............................................. 27 Figura 6 - Paletização proposta adaptada do modelo já identificado ....................................... 28 Figura 7 - Plano gerado pelo modelo no GAMS/CPLEX12 .................................................... 29 Figura 8 - Plano gerado pelo software Otimize Nesting .......................................................... 30 Figura 9 - Dados de entrada no software 2D Load Packer ....................................................... 31 Figura 10 - Plano gerado pelo software 2D Load Packer ......................................................... 32 file:///C:/Users/clmoraes/Desktop/TG/TG_Carolina%20Leite%20de%20Moraes_Prod.docx%23_Toc406613571 file:///C:/Users/clmoraes/Desktop/TG/TG_Carolina%20Leite%20de%20Moraes_Prod.docx%23_Toc406613571 file:///C:/Users/clmoraes/Desktop/TG/TG_Carolina%20Leite%20de%20Moraes_Prod.docx%23_Toc406613575 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................ 10 1.2 OBJETIVO ............................................................................................................ 11 1.3 DELIMITAÇÃO ................................................................................................... 11 1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11 1.5 MÉTODO DE PESQUISA .................................................................................... 12 1.6 ESTRUTURA DO TEXTO ................................................................................... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 15 2.1 LOGÍSTICA – EMBALAGEM E DISTRIBUIÇÃO ............................................ 15 2.2 CARGA UNITIZADA EM PALETES ................................................................. 17 2.3 PROBLEMAS DE CORTE E EMPACOTAMENTO .......................................... 19 2.3.1 Tipologia dos Problemas de Corte e Empacotamento ..................................... 20 2.3.1.1 Strip Packing Problem ........................................................................................... 20 2.3.1.2 Knapsack Loading Problem................................................................................... 20 2.3.1.3 Bin Packing Problem ............................................................................................. 20 2.3.1.4 Problema de Múltiplos Containers ........................................................................ 21 2.3.2 O problema do carregamento de paletes (PCP) ............................................... 21 2.3.3 O problema de carregamento de paletes do distribuidor ................................ 22 2.3.3.1 O problema de carregamento de paletes do produtor ............................................ 23 3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA .................................................................. 24 3.1 O ESTUDO DE CASO DO CARREGAMENTO DE CAIXAS SOBRE O PALETE...................................................................................................................................24 3.2 FORMULAÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO .............................................. 25 4 RESULTADOS .................................................................................................... 27 4.1 RESULTADOS E PROPOSTAS ANALISADOS NA EMPRESA ..................... 27 4.2 RESULTADOS COMPUTACIONAIS ................................................................ 28 5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS DE PESQUISAS FUTURAS ............... 32 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 34 10 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA A chegada da globalização e de mercados cada vez mais competitivos vem sendo marcada com a constante busca por processos mais eficientes e mais sustentáveis na sociedade das empresas. Segundo Poli e Pureza (2012), custo competitivo, qualidade e agilidade de entrega se tornaram características primordiais para a sobrevivência de empresas no mercado, o que explica o crescente interesse nas últimas décadas na aplicação de técnicas de pesquisa operacional com vistas e resolução e problemas de cadeias logísticas. Segundo Ballou (2006), dentro de toda a cadeia de suprimentos, o transporte representa de um a dois terços dos custos totais; e uma das estratégias eficientes utilizadas na redução destes custos é a chamada unitização de carga, que consiste no carregamento de volumes unitários de carga sobre containers ou paletes. Já segundo Hames e Carvalho (2013), a logística vem ganhando maior força nas organizações atuais, pois a administração dos recursos que a empresa dispõe tem feito parte do controle de custos em que se busca maior aproveitamento dos materiais disponíveis. O transporte geral de cargas é, em sua maioria, realizado de forma unitizada, ou seja, os volumes são agrupados de modo a formar unidades maiores para que a mercadoria possa ser mecanicamente movimentada durante o transporte. (POZZO, DOS SANTOS, 2013). De acordo com Bilbao et al. (2011), atualmente a maioria das plataformas de carga utilizadas nas empresas são os paletes, o que permite o transporte eficaz e confiável de mercadorias, reduzindo custos logísticos, facilitando o manuseio, estoque e transporte de materiais além de que, quando utilizados para produção e distribuição em grandes quantidades, o impacto ambiental associado a um único palete pode diminuir significantemente. Um palete arranjado em condições otimizadas traz benefícios em vários aspectos, tais como: tempo de processo de montagem das caixas no palete e na estabilidade e utilização de espaço. Custos de transporte e de armazenamento estão diretamente relacionados com o tipo e quantidade de paletes utilizados no carregamento de materiais (ZUNINGA, ANGEL PIEIRA, NARCISO, 2010). Esse tipo de problema, chamado Problema de Carregamento de Paletes (PCP ou PLP – Pallet Loading Problem), que consiste basicamente em como arranjar produtos embalados em caixa sobre as superfícies do palete é revisado pelo mesmo autor. O problema de carregamento de paletes do produtor é visto por Rocha, Morabito e Costa (2011) como um problema de arranjar o maior número possível de itens, de dimensões (l × w) em um retângulo maior (palete), de dimensões (L × W). Os itens devem estar completamente 11 contidos no palete e não é permitida a superposição de itens (ou seja, dois itens não podem ocupar o mesmo espaço do palete). A categoria denominado problema de corte e empacotamento (PCE) integra problemas de empacotar e cortar. Conforme indicam os mesmos autores, estes tipos de problemas são bem reconhecidos na literatura de pesquisa operacional e logística e centenas de artigos sobre o tema podem ser encontrados. Como utilizar modelos já desenvolvidos pela literatura em um caso real para encontrar a solução ótima para o carregamento de caixas retangulares idênticas em paletes? 1.2 OBJETIVO O objetivo deste trabalho é aplicar um modelo matemático proposto na literatura e também dois softwares de mercado para resolver o problema de carregamento de paletes em uma empresa de estudo, comparando os resultados obtidos do modelo de Tsai, Malstrom e Kuo (1993) com os resultados dos softwares a fim de encontrar o melhor solução para este tipo de problema e se possível propor um padrão de arranjo de caixas de produto sobre as placas, o que pode melhorar os processos de movimentação, distribuição e armazenagem de produtos. Neste trabalho, é tratado o caso em que as caixas a serem arranjadas são retangulares e idênticas, visando maximizar o número de caixas empacotadas num mesmo palete. 1.3 DELIMITAÇÃO Problema de carregamento de cargas paletizadas para caixas retangulares idênticas de produtos do tipo curativos adesivos em empresas industriais multinacionais do Brasil voltadas para cuidados com a saúde. 1.4 JUSTIFICATIVA De acordo com o Fundo Monetário Internacional, os custos de logística representam em média cerca de 12% sobre os custos totais de um produto. Sobre custos logísticos no Brasil, em última pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral (2012), a relação entre custo logístico sobre a receita para a indústria de bens de consumo se dá em 10,74%, tendo uma média de 13,14% quando falamos de todos os setores, conforme gráfico 1. 12 Gráfico 1 - Custos logísticos em relação à receita Fonte: Fundação Dom Cabral, 2012 Segundo o Departamento de Transportes Americano (BTS, 2009), estima-se que o transporte representa cerca de 10 por cento do produto interno bruto dos EUA, ou aproximadamente US$ 1,4 trilhões. Além do custo, fretes em suas diversas formas são responsáveis também por 470 milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente por ano (7,8 por cento do total das emissões de CO2 dos EUA); e contribui com cerca de 50 por cento das emissões de NOx e 40 por cento das emissões de partículas a partir de fontes de transporte (FHA, 2010; Agência de Proteção Ambiental (EPA, 2006)). Um caminhão de carga é responsável por 70% de todas essas emissões. Além disso, estudos realizados pela empresa estudada mostram que o aumento em 10% do número de caixas em um palete de forma viável pode trazer benefícios em até 2,2% do custo total do produto. 1.5 MÉTODO DE PESQUISA Como este trabalho propõe gerar conhecimento para a aplicação prática, voltado à solução de problemas específicos, pode ser classificado em sua natureza como pesquisa aplicada, com abordagem quantitativa ao utilizar quesitos provenientes da literatura e testando teorias na aplicação de um caso real. Por seus objetivos, classifica-se como empírico normativo ao procurar compreender processos e estratégias que melhorem a decisão atual (BERTRAND; FRANSOO, 2002). 13 Para o método de pesquisa, o caso é classificado como modelagem pois busca entender e explicar fatos e fenômenos observados, podendo também propor melhorias para esses fenômenos. Segundo Pozzebon e Freitas (1998), a modelagem de dados permite abstrair todos os elementos, atributos e relacionamentos significativos e relevantes de determinado contexto real e representá-los graficamente; recriando a situação de forma a enxergar possíveis melhorias, ou seja, pode-se recriar um contexto de onde os dados foram gerados possibilitando a representação do contexto por meio de dados colhidos a partir de percepções do pesquisador, do caso analisado e da transcrição de documentos. Para Goldbarg e Luna (2005) um modelo não é igual à realidade, mas é suficientemente similar para que as conclusões obtidas mediante sua análise e operação possam ser estendidas à realidade. Deste modo, o trabalho proposto busca por sua vez analisar as operações da empresa de estudo ao enquadrar seu problema a um modelo matemático existente na literatura, comparando o caso real com o modelo proposto para este tipo de problema. A classificação desta pesquisa pode ser vista na figura 1 a seguir: Figura 1- Classificação quanto ao tipo de pesquisa Fonte: Do próprio autor Sendo a delimitação da empresa o primeiro passo do estudo, foi escolhida uma empresa com necessidade de redução de custos de produção e logística, devido à forte concorrência chinesa. Estas empresas detêm em sua marca 90% do market share brasileiro, com parte da produção também sendo enviada para o mercado norte-americano, o qual detém 38% do market share (ocupando a primeira posição na categoria em ambos os países). 1.6 ESTRUTURA DO TEXTO Este trabalho está organizado da seguinte forma: 14 No capítulo 2 é apresentada uma breve revisão da literatura, aprofundando-se inicialmente na temática da logística como forma introdutória, discutindo as vantagens e desvantagens das cargas unitizadas em paletes, abordando os tipos de problemas de corte e empacotamento até aprofundar-se na temática central do problema de carregamento de paletes do produtor. No terceiro capítulo é apresentado o problema do estudo de caso em questão, a proposta da empresa e o modelo algébrico escolhido e adaptado. No quarto capítulo encontram-se as soluções para o problema propostas pela empresa e o resultado da modelagem matemática, para fins comparativos para a sugestão da melhor proposta de implementação. No quinto e último capítulo, são discutidas as conclusões e propostas, bem como indicações para pesquisas futuras. 15 2 REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico está dividido de modo a compreender os conceitos pertinentes a este trabalho, abordando os assuntos como Logística, Unitização de Carga em Paletes e suas vantagens, Problema de Corte e Empacotamento e suas múltiplas divisões, Problema de Carregamento de Paletes, Problema de Paletes do Produtor, no qual este trabalho está inserido. 2.1 LOGÍSTICA – EMBALAGEM E DISTRIBUIÇÃO De acordo com Martins (2013), a partir da década de 90, o conceito de logística desenvolveu-se de modo a ser considerado todo o fluxo de materiais e informação desde os fornecedores até os clientes finais, ganhando cada vez mais importância e tornando-se imprescindível. Para Aguiar (2005), com a chegada da globalização nesta década, a customização e a terceirização tornaram a logística o principal elo entre a recepção, administração e distribuição física de materiais, visando obter vantagem competitiva às empresas e mantendo os níveis de serviços exigidos. Atualmente, a logística é vista, de acordo com o Council of Supply Chain Management Professionals (2011), como um dos processos da cadeia de abastecimento que engloba o planejamento, a gestão de todas as atividades de compra e também as de gestão logística, implementando e controlando o fluxo eficiente e eficaz do armazenamento de mercadorias, serviços e informação desde o ponto de origem até ao ponto de consumo a fim de atender às exigências dos clientes. Para Pozzo e Dos Santos (2013) as operações chaves para a logística empresarial são do tipo decisões acerca dos padrões de serviço ao cliente, dos transportes utilizados, do ‘time’ necessário para a administração de estoques e do fluxo de pedidos, considerando a armazenagem, materiais, compras, embalagens e manutenção como apoio ao processo. Peças fundamentais para a logística, administração de materiais e distribuição física se parecem por trabalharem com controle de estoque, processamento de pedidos e transportes; porém, a primeira opera matéria prima para a fabricação de produto final, enquanto a segunda trabalha com o produto final (CAIXETA FILHO; MARTINS, 2012). Ainda sob a visão dos autores, a meta da logística empresarial é disponibilizar materiais com o máximo de rapidez, qualidade e eficiência ao menor custo conhecido. Com as mudanças do mercado, a definição do valor para o cliente sofre constantes alterações, determinando custos e nível de serviço pela concorrência, resultando na necessidade de reduzir custos e melhorar serviços desde a otimização de processos produtivos nos fluxos 16 internos até a otimização do sistema de armazenamento de matérias-primas e produto acabado, controle de estoque, transporte (MARTINS, 2013). Como podemos observar na figura 2, a distribuição dos principais custos logísticos tem evoluído ao longo dos anos. Dos custos mencionados, os de transportes são o componente mais dispendioso. Gráfico 2 - Evolução dos custos logísticos em porcentagem de faturamento. Fonte: Martins, 2013 Para atuar sobre os custos de transporte e para tentar minimizá-los o primeiro ponto passa por uma boa gestão baseada essencialmente nas embalagens e como arranjá-las durante o transporte. Como o trabalho proposto incide na redução de custos a nível do transporte e distribuição, nomeadamente no que diz respeito à embalagem, esta temática será mais aprofundada. Segundo Martins (2013) a embalagem influencia diretamente no custo dos produtos ao longo da cadeia de abastecimento, particularmente no que diz respeito aos componentes relativos à mão-de-obra associada. Deste modo, podemos afirmar que a embalagem afeta os custos de todas as atividades logísticas, pois está relacionada com a produtividade dos sistemas logísticos (por exemplo, os custos de transporte estão diretamente relacionados com o tamanho e densidade das embalagens). Os custos de transporte e os custos de estoque estão relacionados com a dimensão e densidade da embalagem, bem como custos de manuseio dependem da concessão da embalagem individual. Para Bowersox e Closs (2001), a padronização e a unitização da embalagem são veículos necessários para a redução dos custos no sistema logístico. A padronização é essencial por 17 permitir a relação entre a embalagem e a movimentação de materiais uma vez que tem como objetivo limitar a variabilidade da embalagem, já a unitização permite a diminuição de avarias, agilidade e rapidez ao manusear cargas; sendo a paletização e a embalagem em contentor os principais meios de unitização. 2.2 CARGA UNITIZADA EM PALETES A unitização de carga é definida por Resende (2014) como a consolidação de vários volumes pequenos em cargas maiores, do tipo formatos padronizados permitindo a movimentação mecânica. Para Oliveira e Morabito (2006), existem diversos métodos de unitização de carga, o que dificulta a distinção de determinação do método como eficiente nas operações de movimentação, armazenagem e transporte. A utilização de cada método depende dos tipos de produtos a serem carregados e dos sistemas de movimentação, armazenagem e transporte adotados pela empresa e apresentam características particulares não só no que diz respeito às vantagens e desvantagens, mas principalmente no que se refere aos equipamentos de movimentação empregados e às especificações de transporte. Dentre os métodos mais conhecidos e utilizados destaca-se o da carga paletizada, ilustrada na figura 3. (MORALES; MORABITO; WIDMER, 1997). Figura 2 - a) Carga Fracionada b) Carga Paletizada Fonte: Morales, Morabito e Wildmer, 1997 A definição de pallet por Nolasco, Uliana e Formigoni (2009) consiste na denominação de uma peça que pode ser de madeira, papelão, metal ou plástico e é composta por uma estrutura plana, ou seja, uma plataforma disposta horizontalmente com função de movimentação de 18 cargas por maquinário que possuem garfos. Já para Oliveira (2004), é definida como uma unidade similar a um estrado plano de material resistente que é movimentado por empilhadeiras ou outros veículos de armazenagem, possibilitando uma maior velocidade de carga e descarga de materiais, além de proporcionar maior segurança já que o garfo dessas máquinas adentra fixado na estrutura do palete. Diferentes tipos de paletes podem ser encontrados em Palmapek Pallets (2009) bem como sua utilização e dimensões. Cavalli e Baumgartner (2014) listam as vantagens e desvantagens da utilização do sistema de paletização:  Melhor utilização dos espaços verticais (maior armazenagem em uma dada área)  Redução de acidentes pessoais na substituição da movimentação manual pela movimentação mecânica  Economia de 40% a 45% no custo da movimentação com a paletização;  Tempo de movimentação reduzido;  Ventilação entre as mercadorias nos depósitos e durante o transporte;  A paletização simplifica o controle de inventário  Redução de danos aos produtos na adoção de métodos de movimentação mecânica e de carregamento;  A unitização de cargas sobre paletes reduz o tempo de rotulagem e as despesas operacionais deste item;  O furto é reduzido quando itens individuais são unitizados por cintas, faixas ou filmes;  A paletização permite uniformizar o local de estocagem resultando em áreas com aproveitamento racional;  Os paletes são a forma natural de sub-pisos para o qual cintas de aço podem ser usadas facilmente na ancoragem segura das mercadorias;  Uso do palete elimina frequentes custeios do sistema de transporte e permite entregas, cargas e descargas dentro de qualquer ponto acessível por equipamentos de movimentação;  Paletes bem adequados na linha de produção eliminam interrupções e gargalos e proporcionam maior produtividade;  Operários não precisam gastar tempo para dar apoio na movimentação de materiais;  Reduz pela metade o tempo de carga e descarga de caminhões 19 Anderson (2007) pontua os fatores que precisam ser considerados ao se escolher um palete para operar um determinado sistema:  Resistência  Tamanho  Necessidade de manutenção  Material empregado em sua construção  Umidade (para os de madeira)  Tamanho das entradas para os garfos  Custo  Tipo de construção  Capacidade de carga  Necessidade de manutenção  Tipo de carga que carregará  Capacidade de empilhamento  Possibilidade de manipulação por transportador  Viabilidade para operações de estiva Vários autores estudam o problema de embalagem em palete e sua eficiência logística obtendo como resultados os problemas de corte e visando gerenciar efetivamente o espaço do palete em volume nos seus transportes, isto é, reorganizar e colocar eficientemente a carga e deste modo obter um ganho no serviço de transporte. 2.3 PROBLEMAS DE CORTE E EMPACOTAMENTO Os problemas de corte e empacotamento são problemas de otimização combinatória simples que consiste em alocar em um conjunto de objetos maiores (paletes, containers, camadas) um conjunto de itens de menor dimensão (por exemplo, caixas, peças). Produzindo de modo que o desperdício de matéria prima seja minimizado. Para Rocha (2008), planos de corte são combinações de itens dentro de um objeto que respeitam o conjunto de restrições do processo de corte e podem resultar em inúmeras combinações, porém o plano de corte ótimo é aquele que produz a menor perda. Devido ao elevado número de planos de cortes possíveis exigem-se técnicas bem elaboradas para determinar o plano ótimo, entre elas o autor cita: enumeração implícita, programação dinâmica, relaxação lagrangeana, busca em grafos e heurísticas. 20 2.3.1 Tipologia dos Problemas de Corte e Empacotamento Os objetos e itens definem-se com uma, duas, três ou mais dimensões, dependendo do tipo de problema (WÄSCHER; HAUSSNER; SCHUMANN, 2007). Tendo diversas aplicações práticas na indústria e comércio, desde a disposição de artigos num jornal ao carregamento de materiais em contentores, paletes ou caminhões, passando por aplicações em ramos tão diversos como o da informática, na distribuição da memória de um computador, até mesmo em aplicações mais abstratas, envolvendo dimensões não espaciais, como o peso, o tempo ou mesmo financeiras, pode-se encontrar problemas deste tipo (PALLETA, 2003). Pesquisas do tipo survey sobre problemas de corte e empacotamento podem ser encontradas em Lodi (2002). 2.3.1.1 Strip Packing Problem O problema do tipo Strip Packing Problem consiste em arranjar itens retangulares em somente duas dimensões fixas (por exemplo, a largura e altura), uma dimensão variável (por exemplo o comprimento) e como carregar todas as caixas dentro do container de modo a minimizar a dimensão variável (neste exemplo o comprimento). Este caso é considerado por Birgin, Lobato e Morabito (2010) e soluções são propostas por Rocha, Morabito e Costa (2011). 2.3.1.2 Knapsack Loading Problem Para este tipo de problema, também conhecido como Problema da Mochila, cada item tem um lucro associado e o problema utiliza itens que podem ser empacotados em um container com dimensões fixas a fim de maximizar o lucro total de todos os itens empacotados, sendo assim, o lucro é associado ao volume do container, pois é equivalente a maximização do volume utilizado. Esse tipo de problema é estudado por Junqueira e Morabito (2012) e por Gonçalves e Resende (2012). 2.3.1.3 Bin Packing Problem No Problema de Carregamento de Bins, todos os contêineres têm as mesmas dimensões e custos associados e o problema consiste em decidir como carregar todas as caixas de modo a 21 minimizar o custo associado à escolha desses (número de contêineres necessário). Crainic et al. (2011), Wu et al.(2010). 2.3.1.4 Problema de Múltiplos Containers No Problema de Múltiplos Containers, os containers não necessariamente têm as mesmas dimensões e mesmos custos; e o problema consiste em escolher um subconjunto de containers para serem carregados e decidir como carregar todas as caixas de modo a minimizar os custos associados à escolha dos contêineres. 2.3.2 O problema do carregamento de paletes (PCP) Para o caso estudado neste trabalho, o problema de corte e empacotamento classifica-se como caso particular chamado problema do carregamento de paletes, definido por Oliveira e Morabito (2006) como um problema que consiste em arranjar sem sobreposição o máximo número de retângulos de dimensões menores (lateral das caixas) sobre um retângulo maior (superfície do palete), sendo que as caixas estão disponíveis em grandes quantidades e devem ser arranjadas com seus lados paralelos aos lados do palete, formando camadas de caixas empilhadas. Problemas deste caso são encontrados na literatura e classificados como NP-Hard; contudo, devido à dimensão atual dos sistemas logísticos, um pequeno aumento no número de caixas de produtos carregadas nos paletes pode resultar em redução de custo considerável. Terno et al. (2000) discute os dois tipos de problemas propostos para o PCP: o chamado problema de carregamento de paletes do produtor - manufacturer pallet loading problem; que consiste na otimização da colocação de peças idênticas no palete ou contêiner, e o distributor’s pallet loading problem (problema de carregamento de paletes do distribuidor); que consiste em embalar paletes com artigos heterogêneos a fim de seguir uma ordem de clientes que requeiram vários produtos diferentes a serem aprovisionados no palete. As classificações são diferenciadas na figura 6 a seguir, retirada de Ribeiro e Lorena (2005). 22 Fonte: Ribeiro e Lorena(2005) Para esses tipos de problema resolvidos pela modelagem, Junqueira, Morabito e Sato Yamashita (2012) listam doze práticas que são fortemente recomendadas para que esta se aproxime da realidade, dentre elas estão: Orientação das caixas, manuseio das caixas, separação e agrupamento, prioridade das caixas, complexidade do arranjo, limite de peso nos containers, distribuição de peso, entre outros. 2.3.3 O problema de carregamento de paletes do distribuidor O problema de carregamento de paletes do distribuidor consiste basicamente em arranjar os diversos produtos recebidos dos produtores; ou seja, colocá-los em caixas de tamanhos diversos em paletes, considerado um problema tridimensional e carregamento de containers. O PCP do distribuidor pode ser visto em estudos de Oliveira e Morabito (2006), que revisam o problema utilizando um número arbitrário de tipos de caixas com o objetivo de maximizar o volume de utilização do palete e emprega um procedimento enumerativo de busca em árvore para encontrar a solução ótima. Alguns algoritmos propostos por vezes criam independência entre as camadas, porém não necessariamente levam em consideração a estabilidade do palete. O modelo estudado por Pureza e Morabito (2003) também tem como objetivo otimizar a densidade do palete levando em consideração o peso adicional. A literatura sobre o PCP do distribuidor também é revisada por Junqueira, Morabito e Sato Yamashita (2012) e por Rocha (2008) que classifica o caso em dois tipos:  2/B/O/M - bidimensional (2) com forma de alocação de unidades pequenas (B) em uma unidade grande (O) com tamanhos diferentes de caixas (M) Figura 3 - a) A colocação de peças idênticas num palete b) A colocação de artigos heterogéneos no palete 23  3/B/O/M - o 3 representa a distribuição tridimensional 2.3.3.1 O problema de carregamento de paletes do produtor Segundo Molina, Morabito e Araujo (2013), no PCP do produtor são produzidos bens embalados em caixas carregadas horizontalmente sobre paletes com uma orientação vertical fixada. As caixas possuem dimensões iguais (l,w,h) ajustadas no palete maior de dimensão com uma altura máxima de carregamento (L,W,H). Caso nenhuma das três dimensões seja fixada, estas poderão ser carregadas sob qualquer uma de suas faces, resultando no problema descrito na sessão 2.3.1. A importância da resolução deste tipo de problema é apresentada por vários autores, entre eles Alvarez, Parreno e Tamari (2005), Birgin, Morabito e Nishihara (2010), Young e Maing, 2001. Nestas publicações, os autores colocam algumas restrições como a estabilidade e segurança das caixas ao serem alocadas ortogonalmente. Kocjan e Holmstrom (2010) lidam com alguns modelos específicos de PCP, e Bortfeldt e Wäscher (2013) revisam algumas restrições para o carregamento de containers. Poucos autores propuseram métodos exatos para resolver o PCP do produtor; entre eles, Tsai, Malstrom e Kuo (1993) que estabeleceram o PCP como modelo binário com restrições disjuntivas e resolveram por algoritmos do tipo branch and bound. Com a dificuldade em resolver os problemas por meio de métodos exatos, o PCP do produtor tem sido resolvido por heurísticas em diversos estudos na literatura recente. Pode-se encontrar exemplos na revisão de Oliveira e Morabito (2006) e Rocha, Morabito e Costa (2012), Alvarez, Parreno e Tamarit (2005) e Birgin, Morabito e Nishihara (2005) também propõe soluções para esse tipo de problema. Uma abordagem direta para o caso do carregamento de paletes é proposto por Lins, Lins e Morabito (2003) porém tem como desvantagem o tempo computacional, o estudo Birgin, Morabito e Nishihara (2005) revisa a proposta e atenua a desvantagem mencionada. Birgin, Lobato e Morabito (2010) abordaram o problema considerando o grafo de conflitos propondo uma relaxação lagrangeana com divisão em clusters para o problema, usando um procedimento recursivo de partição que resultou em bons resultados na prática. 24 3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA 3.1 O ESTUDO DE CASO DO CARREGAMENTO DE CAIXAS SOBRE O PALETE Atualmente, na manufatura do caso estudado, existem mais de 100 tipos de produtos; sendo que para cada um deles existe um material de embalagem específico de acordo com suas dimensões. Os produtos com as mesmas dimensões têm o material de embalagem primário e secundário também de mesma medida. As embalagens secundárias, por sua vez, são montadas em pallets de madeira dentro da fábrica e a disposição e quantidade de caixas por palete são definidas por uma série de fatores cujo o principal são as exigências do mercado em que o produto será vendido: por se tratar de produtos destinados exclusivamente à exportação, a regulamentação do cliente no país que os importa exige que os produtos passem por um processo de esterilização e não aceita paletes com caixas amassadas e danificadas; portanto, não pode haver empilhamento de paletes nos containers. Outra exigência de mercado é que cada palete possua 4 cantoneiras de proteção e um filme plástico que mantenha as caixas no lugar. Assim sendo, cada produto tem seu peso e dimensão testados previamente para a definição de como será realizada a paletização, como as caixas serão arranjadas em cada palete e qual a quantidade máxima de caixas por palete. O fator esterilização também tem impacto na atividade de paletização: os produtos são todos esterilizados assim que chegam ao país para o qual foram exportados e o método de esterilização utiliza o palete inteiro, ou seja, não é desmontado. Assim, esse processo só é possível dentro de alguns limites de especificações como peso e densidade dos paletes, o que gera mais requisitos para a paletização ocorrida no produtor. Os limites de especificação dos paletes são: 1250mm X 1100mm X 1200mm, e as dimensões das caixas do produto identificado são: 120mm X 291mm X 426mm, Dentro deste escopo foram identificados alguns produtos com embalagens muito similares, porém arranjados de maneira diferente: alguns com mais caixas que outros. Considerando as dimensões máximas estabelecidas deduz-se que atualmente o carregamento do palete só está sendo utilizado em 73%. A figura 4 a seguir ilustra o carregamento do palete e foi gerada por um software interno da empresa. 25 Figura 4 - Arranjo atual do palete para o produto “X” identificado como oportunidade Fonte: Do próprio autor Este estudo propõe a otimização na paletização desses produtos em estudo, visando utilizar o máximo volume possível de armazenagem. 3.2 FORMULAÇÃO DO MODELO MATEMÁTICO Segundo Rocha e Morabito (2011) os modelos propostos de otimização que consideram as alturas das caixas (modelo tridimensional) não garantem a obtenção de carregamentos estáveis. Outra desvantagem para a proposta de um modelo tridimensional observada na operação em estudo, é que pode não ser viável quando aplicado a paletização manual. Deste modo mesmos autores adaptaram o modelo original de Tsai, Mastrom e Kuo (1993) a um modelo bidimensional do PCP do produtor. Desta maneira, considera-se que podemos ter apenas caixas de dimensões (l×w) ou (w×l) que são carregadas num palete (W×L) desconsiderando a altura das caixas. O modelo a seguir foi adaptado por Rocha, Morabito e Costa (2011) de Tsai, Mastrom e Kuo (1993) e utilizado neste trabalho. Os parâmetros deste modelo para o PCP do produtor, caso bidimensional, são S: conjunto de n caixas a serem consideradas, todas com dimensões (l×w) ou (w×l); (li, wi): dimensões da caixa i, no conjunto S (note que se li = l, então wi=w , e vice- versa); (W, L): dimensões do palete, comprimento e largura; (X0 Y0): canto inferior esquerdo do palete no plano cartesiano ao longo dos eixos x e y; M: número suficientemente grande. 26 Note que (X0 Y0) é definido para que todas as caixas em S caibam entre (0,0) e (X0 Y0). O número de caixas, n, é metade deles, isto é, [𝐿𝑊 𝑙𝑤 ], tem tamanho (l×w) e a outra metade tem tamanho (w×l). As variáveis deste modelo são: (xi, yi): variáveis de decisão (coordenadas x e y do canto inferior esquerdo da caixa i); Pi : variável de decisão binária associada à i-ésima caixa do conjunto S. A caixa i é colocada no palete se Pi = 1. A caixa i é descartada se Pi = 0. Temos então o seguinte modelo: 𝑀𝑎𝑥 𝑍 = ∑ 𝑃𝑖𝑛 𝑖=1 (1) Sujeito a 𝑥𝑗− 𝑥𝑖 ≤ −𝑙𝑗 ∀𝑖< 𝑗 𝑜𝑢 (2) 𝑥𝑖− 𝑥𝑗 ≤ −𝑙𝑖 ∀𝑖< 𝑗 𝑜𝑢 (3) 𝑦𝑗− 𝑦𝑖 ≤ −𝑤𝑗 ∀𝑖< 𝑗 𝑜𝑢 (4) 𝑦𝑖− 𝑦𝑗 ≤ −𝑤𝑖 ∀𝑖< 𝑗 𝑜𝑢 (5) 𝑥𝑖 ≥ 𝑋0𝑃𝑖 ∀𝑖 (6) 𝑦𝑖 ≥ 𝑌0𝑃𝑖 ∀𝑖 (7) 𝑥𝑖 ≤ (𝑋0 + 𝐿) − 𝑙𝑖 ∀𝑖 (8) 𝑦𝑖 ≤ (𝑌0 + 𝑊) − 𝑤𝑖 ∀𝑖 (9) 𝑃𝑖 ∈ {0,1} xi, yi ≥ 0 i = 1, 2, ..., n j= 1,2, ..., n As restrições (2) a (5) são restrições disjuntivas para evitar a sobreposição das caixas. Para delimitar a colocação das caixas no palete têm-se as restrições (6) a (9). A função objetivo (1) maximiza o número total de caixas no palete. A solução deste modelo fornece o número máximo de caixas e suas respectivas localizações no paletes (ROCHA; MORABITO; COSTA, 2012). 27 4 RESULTADOS 4.1 RESULTADOS E PROPOSTAS ANALISADOS NA EMPRESA Conforme descrito na sessão anterior, algumas oportunidades de melhoria para o carregamento de paletes foram encontradas para alguns produtos. Neste caso, comparando o arranjo da paletização oportunidade com outros arranjos, encontraram-se alguns tamanhos iguais de caixas, conforme no caso ilustrado na figura 5. Figura 5 - Arranjo atual do palete de outro produto similar “Y” Fonte: Do próprio autor Assim sendo, o arranjo já utilizado em outro produto foi adaptado para a oportunidade em questão, levando em conta a altura máxima estabelecida; ou seja, utilizou-se a mesma disposição das caixas por camada, porém o número de camadas foi reduzido em uma para adequar a dimensões das caixas, trazendo uma primeira proposta de otimização. O modelo proposto foi ilustrado por meio de um software interno utilizado na empresa, como se tem a seguir na Figura 6. 28 Figura 6 - Paletização proposta adaptada do modelo já identificado Fonte: Do próprio autor Visto a proposta de otimização desenhada pela empresa, este trabalho irá comparar a utilização de um modelo matemático proposto pela literatura a uma proposta de um caso real. Para o modelo proposto teremos um aumento em 20% do número de caixas para cada camada do palete do produto “X”, totalizando cada camada com 24 caixas, com um aumento em 16% do volume total utilizado (89% utilizado), o que diz respeito a aproximadamente 5% de redução do custo atual do produto, quando considera-se os custos de transporte, armazenagem, logística, materiais de embalagem e outros custos específicos evidenciados pela unidade da empresa. 4.2 RESULTADOS COMPUTACIONAIS Nesta seção são apresentados os resultados computacionais com o objetivo de analisar a situação proposta a ser implementada pela empresa comparando com o modelo algébrico adaptado de Rocha (2008) aplicado ao problema específico de carregamento de paletes do produtor. O pacote computacional utilizado foi o GAMS/ CPLEX versão 12.0. Os resultados apresentados foram obtidos em um computador com Windows 8.1 e processador i5. Após execução do modelo durante três horas, o melhor plano encontrado foi de 23 caixas por camada, resultando em uma melhoria de 9,4% da situação inicial, ou seja, o modelo proposto por meio da padronização oferece uma solução melhor para o problema. O plano gerado por este modelo é ilustrado na figura 7. 29 Fonte: Do próprio autor Após a execução do GAMS e o encontro de uma solução que não é ótima, testou-se também o problema em softwares baseados em heurísticas. O primeiro software é o “Otimize Nesting”, de um fabricante brasileiro, um software de criação de planos de corte utilizado online gerando soluções para planos de maquinas industriais. O programa calcula automaticamente a posição de corte para cada peça de modo que os retalhos sejam os mínimos possíveis, conforme busca-se nesta pesquisa. (OTIMIZE NESTING, 2014). O plano gerado pelo programa é visto na figura 8. O segundo, “2D Load Packer” é um software que se baseia em algoritmos bidimensionais utilizados para otimizar o carregamento de containers, podendo ser utilizado para retângulos idênticos ou retângulos diferentes e considera limites de pesos e de outras possíveis restrições; além disso, o programa apresenta a facilidade de associar custos de cada caixa no container calculando assim o efeito total da otimização. (2D LOAD PACKER, 2014). A figura 9 mostra os dados de entrada no software e a figura 10 evidencia a solução do plano de saída. . Figura 7 - Plano gerado pelo modelo no GAMS/CPLEX12 30 Figura 8 - Plano gerado pelo software Otimize Nesting Fonte: Do próprio autor 31 Figura 9 - Dados de entrada no software 2D Load Packer Fonte: Do próprio autor 32 Figura 10 - Plano gerado pelo software 2D Load Packer Fonte: Do próprio autor Como visto nas figuras 8 e 10, as propostas geradas por ambos os softwares de mercado resultam em uma solução ótima de 23 caixas por camada, ou seja, assim como a execução do modelo algébrico, os programas não conseguiram encontrar a melhor solução para o caso. 5 CONCLUSÕES E PERSPECTIVAS DE PESQUISAS FUTURAS Para atender as necessidades de sobrevivência e de sucesso no mercado competitivo atual as empresas têm sido impulsionadas a trabalhar sempre em busca da eficiência logística, incluindo todas as atividades participantes da cadeia de suprimentos. A tecnologia, nesta forma, atua impactando de forma positiva em vários setores da logística, entre elas em setores de armazenamento e transporte, portanto é essencial atentar-se às inovações tecnológicas que podem ser utilizados dentro das companhias. Neste trabalho, buscou-se comparar uma solução gerada dentro da empresa para o problema de armazenagem e transporte de paletes com a solução proveniente de um modelo 33 matemático utilizado na literatura; mais especificamente, um problema de carregamento de paletes do produtor em duas dimensões. A execução do modelo matemático adaptado aconteceu por três horas porém não encontrou a solução ótima, visto que o problema resolvido “manualmente” ainda possuía um arranjo mais vantajoso. As revisões sobre os temas apontam o tempo como desvantagem na utilização de modelos exatos para resolução deste problema contudo, este trabalho mostra a eficiência e as complicações do modelo aplicados na prática, demonstrando deste modo que empresas podem encontrar soluções para problemas comuns de armazenamento e transporte sem grandes investimentos. Para melhores resultados o problema foi testado também em dois programas comerciais baseados em heurísticas e resultou na mesma solução num tempo drasticamente menor, abaixo de cinco segundos, o que sugere que o problema de carregamento de paletes do produtor pode alcançar bons resultados por meio de heurísticas em um tempo consideravelmente mais curto. Visto que os softwares de mercado também não encontraram a solução ótima apesar de terem o tempo de execução reduzido, para pesquisas futuras sugere-se refinar a heurística destes com a implementação de metaheurísticas a fim de chegar a soluções mais eficientes. 34 REFERÊNCIAS AGUIAR, P. M. S. de. Uma Proposta de Reformulação da Rede de Distribuição de Produtos. 2005. 127 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Industrial - Logística) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005. ALVAREZ, R., PARRENO, F.; TAMARIT, J. M. A branch-and-cut algorithm for the pallet loading problem. Computers & Operations Research, v. 32, p. 3007–3029, 2005. ANDERSON, M. Apostila Administração de Materiais e Patrimoniais II. Rio de Janeiro: Faculdade Machado de Assis. 2007. BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos - Logística empresarial. Bookman, v. 5, p. 616, 2006. BERTRAND, J. W. M.; FRANSOO, J. C. Operations management research methodologies using quantitative modeling. International Journal of Operations and Production Management, v.22, 241-264, 2002. BILBAO, A. M., CARRANO, A. L., HEWITT, B. K. T. On the environmental impacts of pallet management operations, Management Research Review, v. 34, p. 1222 – 1236, 2011. BIRGIN, E. G., LOBATO, R. D; MORABITO, R. An effective recursive partitioning approach for the packing of identical rectangles in a rectangle. Journal of the Operational Research Society, v. 61, p. 306–320, 2010. BIRGIN, E. G., MORABITO, R.; NISHIHARA, F. H. A note on an L-approach for solving the manufacturer’s pallet loading problem. Journal of the Operational Research Society, v. 56, p. 1448–1451, 2005. BIRGIN, E. G.; LOBATO, R. D.; MORABITO, R. An effective recursive partitioning approach for the packing of identical rectangles in a rectangle. Journal of the Operational Research Society, v. 61, n. 2, p. 306-320, 2010. BIRGIN, E.G.; Morabito, R.; Nishihara, F.H. A Note on a L-Approach for Solving the Manufacturer’s Pallet Loading Problem. Journal of the Operational Research Society, v.56, p. 1448-145, 2005. BORTFELDT, A.; WÄSCHER, G. Constraints in container loading – A state-ofthe-art review. European Journal of Operational Research, v. 229, p. 1–20, 2013. Bowersox, D.J., Closs, D.J. Logística Empresarial: O processo de integração da cadeia de suprimento. Atlas, São Paulo, 2001. BTS, National Transportation Statistics, US Department of Transportation, Bureau of Transportation Statistics, Washington, DC, 2009. Disponível em //www.bts.gov>. Acesso em 1 Set. 2014. CAIXETA-FILHO, J. V.; MARTINS, R. S. Gestão logística do transporte de cargas. São Paulo: Atlas, 2012. http://www.emeraldinsight.com/action/doSearch?target=emerald&logicalOpe0=AND&text1=Mazeika%20Bilbao,%20A&field1=Contrib http://www.emeraldinsight.com/action/doSearch?target=emerald&logicalOpe0=AND&text1=Carrano,%20A&field1=Contrib http://www.emeraldinsight.com/action/doSearch?target=emerald&logicalOpe0=AND&text1=Thorn,%20B&field1=Contrib http://www.bts.gov/ 35 CAVALLI, D.; BAUMGARTNER, D. Simulação e otimização do processo industrial de paletização de caixas de refresco em pó e estudo ergonômico do posto de trabalho, 2014. COUNCIL OF SUPPLY CHAIN MANAGEMENT PROFESSIONALS. Supply Chain Definitions, 2011. CRAINIC, T. G. et al. Efficient lower bounds and heuristics for the variable cost and size bin packing problem. Computers & Operations Research, v. 38, n. 11, p. 1474-1482, 2011. CUI, Y.; YANG, L.; CHEN, Q.. Heuristic for the rectangular strip packing problem with rotation of items. Computers & Operations Research, v. 40, n. 4, p. 1094-1099, 2013. Dowsland, K.A. An exact algorithm for the pallet loading problem. European Journal of Operational Research, v. 31, p. 78–84, 1987. EPA, US Greenhouse Gas Inventory Report, Annex 2, US Environmental Protection Agency, Washington, DC, 2006. FHA, Freight Facts and Figures, US Department of Transportation, Federal Highway Administration, Washington, DC, 2010. GOLDBARG, M. C.; LUNA, H. P. L. Otimização combinatória e programação Linear, 2005. GONÇALVES, J. F.; RESENDE, M. G. C. A parallel multi-population biased random-key genetic algorithm for a container loading problem. Computers & Operations Research, v. 39, n. 2, p. 179- 190, 2012. HAMES, A. C.; CARVALHO, T. B. Processos Logísticos: Um Estudo na empresa Nutriport Comercial LTDA-Filial 4. Revista de Administração do USJ-ciências, sociedade e organização. v. 1, n. 01, p. 18-45, 2013. JUNQUEIRA, L.; MORABITO, R.; SATO YAMASHITA, D. Three-dimensional container loading models with cargo stability and load bearing constraints. Computers & Operations Research, v. 39, n. 1, p. 74-85, 2012. KOCJAN, W.; HOLMSTROM K. Computing stable loads for pallets. European Journal of Operational Research, v. 207, p. 980–985, 2010. LINS, MORABITO, R. An L-approach for packing (l,w)-rectangles into rectangular and L-shaped pieces. Journal of the Operational Research Society, v. 54, p. 777–789, 2003 LODI, A.; MARTELLO, M. M. Two-dimensional packing problems: a survey, European Journal of Operational Research, v. 141, p. 241–252, 2002 MARTINS, J.S. Aspetos logísticos no desenvolvimento de novos produtos. 2013. MARTINS, R. A., MELLO, C. H. P., TURRIONI, J. BATISTA. Guia para elaboração de monografia e TCC em engenharia de produção. São Paulo, ed. Atlas S.A, 2014. 36 MOLINA, F.; MORABITO, R.; ARAUJO, S. A. Mathematical models for capacitated lot sizing problems with transportation costs. Gestão & Produção, v. 20, n. 3, p. 573-586, 2013. MORABITO, R., FARAGO, R. A Tight Lagrangean Relaxation Bound for the Manufacturer's Pallet Loading Problem. Studia Informatica Universalis, v. 2, p.57-76, 2002. MORABITO, R., MORALES, S. A simple and effective recursive procedure for the manufacturer’s pallet loading problem. Journal of the Operational Research Society, v. 49, p. 819–828, 1998. MORALES, S. R.; MORABITO, R.; WIDMER, J.A. Otimização do carregamento de produtos paletizados em caminhões. Gestão & Produção, v. 4, n. 2, p. 234-250, 1997. NEVES, M. F.; CONEJERO, M. A. Uma contribuição empírica para geração de métodos de planejamento e gestão. Revista Administração, v. 47, n. 4, 2012. NOLASCO, A. M. ; ULIANA, L. R; FORMIGONI, Y. B. Utilização de pallets de madeira na produção de esquadrias. 2009. OELKE, J. Pallets, Diferenças Básicas entre Modelos, Palmapek Pallets, São Paulo, 2009. OLIVEIRA, L. K. Métodos exatos baseados em relaxação lagrangiana e surrogate para o problema de carregamento de paletes do produtor. 2004. 184 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia, Universidade Estadual de São Carlos, São Carlos, 2004. OLIVEIRA, L.K. ; MORABITO, R. Métodos exatos baseados em relaxações Lagrangiana e surrogate para o problema de carregamento de paletes do produtor. Pesquisa Operacional, v. 26, n. 2, p. 403- 432, 2006. OTIMIZE NESTING. Sistema Online de Planos de Corte. Disponível em: < w.otimizenesting.com.br >. Acesso em 15 dez. 2014. PALETTA, M. A. et al. Otimizando o layout do armazém através da movimentação eficiente de materiais. Material Institucional da Faculdade de Tecnologia Prof. Luiz Rosa e Centro Universitário Padre Anchieta, p. 15, 2003. POLI, G. I.; PUREZA, V. Um algoritmo de busca tabu para o carregamento de contêineres com caixas idênticas. Gestão & Produção, v. 19, n. 2, 2012. POZZEBON, M.; FREITAS, H. M. R. Modelagem de casos: uma nova abordagem em análise qualitativa de dados. Anais do 22º ENANPAD, v. 37, 1998. POZZEBON, M.; FREITAS, H. M.R. Modelagem de casos: uma nova abordagem em análise qualitativa de dados. Anais do 22º ENANPAD, v. 37, 1998. POZZO, D.N.; DOS SANTOS, J. Z.. Fatores críticos de sucesso no transporte internacional de cargas conteinerizadas: Discussões preliminares de um modelo com base nas importações por Rio Grande. Revista Acadêmica São Marcos, v. 3, n. 2, p. 101-122, 2013. 37 PUREZA, V.; MORABITO, R.. Uma heurística de busca tabu simples para o problema de carregamento de paletes do produtor. Pesquisa Operacional, v. 23, n. 2, p. 359-378, 2003. RABALLAN, G.; ALDAZ, E, How do different standards increase trade costs? The case of pallets, World Bank Policy Research Working Paper 3519, The World Bank, Washington, DC, 2005. RESENDE, A.R. Frota de distribuição: dimensionamento e análise de viabilidade operacional. 2014. RESENDE, P.; SOUSA, P. R. Fundação Dom Cabral, Relatório de Pesquisa Pesquisa de Custos Logísticos no Brasil, Nova Lima, 2012 MG. Disponível em < http://www.fdc.org.br/professoresepesquisa/publicacoes/Paginas/publicacao- detalhe.aspx?publicacao=18217> RIBEIRO, G. M.; LORENA, L. A. N.. Análise da estivagem de unidades de celulose usando relaxaçao lagrangeana XIX ANPET-CONGRESSO DE PESQUISA E ENSINO EM TRANSPORTES, Pernambuco, 2005. ROCHA, A. G. Aplicação do método de decomposição de Benders para o problema de carregamento de paletes. 2008 101 f. Tese de Doutorado Dissertação de Mestrado, Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2008. ROCHA, A. G.; MORABITO, R.; COSTA, A. M. Aplicação do Método de Decomposição de Benders para o Problema de Carregamento de Paletes do Produtor. Revista Eletrônica Pesquisa Operacional para o Desenvolvimento, p. 44-57, 2011. TERNO, J. et al. An efficient approach for the multi-pallet loading problem. European Journal of Operational Research, v. 123, n. 2, p. 372-381, 2000. TSAI, R. D.; MALSTROM, E. M.; KUO, W. Three dimensional palletization of mixed box sizes. IIE transactions, v. 25, n. 4, p. 64-75, 1993. WÄSCHER, G.; HAUSSNER, H.; SCHUMANN, H. An improved typology of cutting and packing problems. European Journal of Operational Research, v. 183, n. 3, p. 1109-1130, 2007. WU, Y. et al. Three-dimensional bin packing problem with variable bin height. European Journal of Operational Research, v. 202, n. 2, p. 347-355, 2010. YOUNG, G.; MAING K. A fast algorithm for two-dimensional pallet loading problems of large size. European Journal of Operational Research, v. 134, p. 193–202, 2001. ZUNIGA, C.; ANGEL PIERA, M.; NARCISO, M.. Revisiting the pallet loading problem using a discrete event system approach to minimize logistic costs. International Journal of Production Research, v. 49, n. 8, p. 2243-2264, 2011. 2DLP, 2D Load Packing. Disponível em: . Acesso em 15 dez. 2014