Investigações em Ensino de Ciências – V18(2), pp. 505-521, 2013
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ANÁLISE DOCUMENTAL DA PRODUÇÃO ACADÊMICA BRASILEIRA SOBRE O
ENSINO DE EVOLUÇÃO (1990-2010): CARACTERIZAÇÃO E PROPOSIÇÕES
(Documental analysis of Brazilian academic production about evolution teaching (1990-2010):
characterization and proposals)
Caio Samuel Franciscati da Silva [caiofranciscati@gmail.com]
Jair Lopes Junior [jlopesjr@fc.unesp.br]
Faculdade de Ciências – UNESP, campus de Bauru – Dept° de Psicologia
Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01, Bauru – SP, CEP - 17033-360
Resumo
O crescimento quantitativo e qualitativo das pesquisas em Ensino de Ciências impõe a
necessidade de mapeamentos periódicos da produção científica sobre o assunto, com vistas a
identificar suas principais características e tendências. Neste contexto, as pesquisas do tipo “estado
da arte”, dado ao seu caráter inventariante, constituem-se em modalidades de investigação que nos
permitem traçar panoramas históricos para uma dada área (ou subárea) do conhecimento. Diante do
exposto, este trabalho objetiva traçar o panorama da produção acadêmica brasileira, representada
por dissertações e teses, em Ensino de Evolução durante o período de 1990-2010. Os documentos
passíveis de análise foram levantados em três bases de dados online e sua seleção ocorreu por meio
da leitura de títulos, resumos e palavras-chaves com vistas a identificar os documentos que
verdadeiramente abordavam o Ensino de Evolução. Os resultados encontrados evidenciam a
preponderância do número de dissertações em relação ao de teses e a concentração da produção
acadêmica em Ensino de Evolução na região Sudeste do Brasil, especialmente no Estado de São
Paulo. Em relação às tendências de pesquisas, verificamos a prevalência de investigações relativas
às concepções prévias de alunos e docentes (em todos os níveis de ensino) e à formação de
professores.
Palavras-chave: análise documental; ensino de Biologia; ensino de Evolução.
Abstract
The quantitative and qualitative increasing of researches in Science teaching imposes the
periodical mapping need of scientific production about the subject, with a view to identify its own
characteristics and tendencies. In this context, researches such as “State of art”, given his executrix
character, constitute in modality inquiring that allow us to outline historical scenes for a given area
(or subarea) of knowledge. In this light, this work aims to outline the panorama of Brazilian
academic production, represented by dissertations and thesis, in evolution teaching between 1990-
2010. The documents susceptible of analysis were raised in three online data basis and its selection
happened from the reading of titles, abstracts and key-words with views to identify the dissertations
and thesis that truly approached the Evolution Teaching. The found results evidence the
predominance of dissertations related to the number of thesis and the concentration of academic
production in Evolution Teaching in Brazil south-east region, especially in São Paulo state. In
researches trends we verified the prevalence of investigations related to the previous conceptions of
students and professors (in all teaching levels) and to teacher training.
Keywords: documental analysis; biology teaching; evolution teaching.
Introdução
Nas últimas décadas, a produção científica brasileira na área de Ensino de Ciências
apresentou um expressivo crescimento qualitativo e quantitativo, contribuindo para a
fundamentação, ampliação e consolidação deste campo de investigação. Diante deste cenário,
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fazem-se necessárias avaliações periódicas do acervo de conhecimentos produzido com vistas a
determinar as características e o alcance das pesquisas desenvolvidas em um dado período histórico.
A caracterização de objetos e de metodologias de investigação, assim como de possíveis
agendas de pesquisa, constitui-se em tarefa imprescindível para a avaliação do corpus de
conhecimento produzido em qualquer área do saber. Entretanto, tal caracterização deve
fundamentar-se também em critérios que permitam o olhar para além de aspectos quantitativos,
visto que o aumento numérico de produções em um campo de investigações não pressupõe,
diretamente, avanços ocorridos neste. Deste modo, é fundamental a análise de elementos como, por
exemplo, o contexto de desenvolvimento das investigações, suas características e tendências, assim
como seus principais achados e suas contribuições para a área de investigação.
Neste contexto, as pesquisas denominadas como “estado da arte” ou “estado do
conhecimento” representam importantes ferramentas para a caracterização e o mapeamento do
acervo de conhecimentos produzido em qualquer área de investigação, pois nos permitem a
reconstrução histórica desta área e/ou de um campo específico desta. Deste modo, concordamos
com a definição proposta por Ferreira (2002) para as pesquisas do tipo “estado da arte” que nos diz:
Definidas como de caráter bibliográfico, elas parecem trazer em comum o desafio de
mapear e de discutir uma certa produção acadêmica em diferentes campos do
conhecimento, tentando responder que aspectos e dimensões vêm sendo destacados e
privilegiados em diferentes épocas e lugares, de que formas e em que condições têm sido
produzidas certas dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos
e comunicações em anais de congressos e de seminários. Também são reconhecidas por
realizarem uma metodologia de caráter inventariante e descritivo da produção acadêmica e
científica sobre o tema que busca investigar, à luz de categorias e facetas que se
caracterizam enquanto tais em cada trabalho e no conjunto deles, sob os quais o fenômeno
passa a ser analisado. (Ferreira, 2002, p. 258).
De acordo com Ferreira (2002), o caráter inventariante das pesquisas do tipo “estado da
arte” permite a catalogação das produções científicas independentemente de sua forma de
comunicação – dissertação e teses desenvolvidas no âmbito de programas de pós-graduação; artigos
publicados em periódicos especializados e/ou em revistas de divulgação científica, comunicações
apresentadas em congressos, etc. Esta abordagem catalográfica das pesquisas do tipo “estado da
arte” é ressaltada por Soares & Maciel (2000) que apontam para insuficiências de informações
sobre as investigações brasileiras. Ainda segundo as autoras, os produtos das pesquisas do tipo
“estado da arte” poderão se constituir em um banco de dados que, regularmente atualizado,
orientará pesquisadores (experientes e iniciantes) para as lacunas e as possíveis tendências de
investigação em um dado campo do conhecimento. Nestes termos, as autoras destacam a
necessidade de que as pesquisas do tipo “estado da arte” adquiram um caráter permanente, visto que
(...) da mesma forma que a ciência se vai construindo ao longo do tempo, privilegiando ora
um aspecto ora outro, ora uma metodologia ora outra, ora um referencial teórico ora outro,
também a análise, em pesquisas de “estado do conhecimento” produzidas ao longo do
tempo, deve ir sendo paralelamente construída, identificando e explicitando os caminhos da
ciência, para que se revele o processo de construção do conhecimento sobre determinado
tema, para que se possa tentar a integração de resultados e também, identificar duplicações,
contradições e, sobretudo, lacunas, isto é, aspectos não estudados ou ainda precariamente
estudados, metodologias de pesquisa pouco exploradas. (Soares & Maciel, 2000, p. 6).
Neste contexto, observamos na área de Ensino de Ciências, mais especificamente no
campo de Ensino de Biologia, esforços para o estabelecimento de um mapeamento permanente das
produções científicas desta área. Dentre tais esforços, podemos citar os trabalhos desenvolvidos por
Slongo (2004) e Teixeira (2008) que realizaram amplos levantamentos de dissertações e teses em
Ensino Biologia durante os períodos de 1972-2000 e 1972-2004, respectivamente.
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Nas referidas investigações inseridas na modalidade de pesquisa do tipo “estado da arte”,
Slongo (2004) e Teixeira (2008) buscaram traçar o panorama do Ensino de Biologia no Brasil,
identificando as instituições de ensino e programas de pós-graduação que contribuíram (e
contribuem) com a fundamentação desta área de pesquisa, as regiões e unidades federativas que
apresentam maior produtividade neste campo de investigação, as temáticas e níveis de ensino mais
pesquisados, etc. Dentre os principais achados dos autores citados, destacamos: (1) as pesquisas
desenvolvidas em Ensino de Biologia no âmbito dos programas de pós-graduação concentram-se
nas regiões Sudeste e Sul do país; (2) as investigações são oriundas, sobremaneira, de universidades
estaduais ou federais; (3) há grande diversificação de linhas de pesquisa, compreendendo estudos
sobre concepções prévias (de alunos e de docentes), currículo, formação de professores, livros
didáticos, etc.; e, (4) os níveis de ensino mais pesquisados são o médio e o superior.
Entretanto, é importante salientar que o Ensino de Biologia, enquanto área de investigação,
apresentou significativa expansão (acompanhada de sua consolidação) durante a década de 1990,
período em que observamos um aumento expressivo na produção de dissertações e teses sobre o
assunto. “Aliás, é importante apontar que a expansão desse campo de pesquisa acontece em
sintonia com a área de Ensino de Ciências e com a pesquisa educacional vista no sentido mais
amplo” (Teixeira & Megid Neto, 2006, p. 4).
Vale ressaltar que a escolha metodológica das pesquisas do tipo “estado da arte” realizadas
por Slongo (2004) e Teixeira (2008), que trataram do levantamento e da análise de dissertações e
teses, permite a construção de panoramas fidedignos das pesquisas realizadas em Ensino de
Biologia, pois as investigações, em sua maioria, desenvolvem-se em instituições de ensino superior,
em especial, no âmbito dos programas de pós-graduação. Ainda a este respeito, a produção
científica oriunda dos programas de pós-graduação representa “importante elo de ligação entre
pesquisadores mais experientes e os alunos, se constituindo num locus imprescindível e
insubstituível de formação de pesquisadores que vão atuar nas mais diversas instituições de todo
país” (Teixeira & Megid Neto, 2006, p. 8).
Nesta perspectiva, buscaremos neste trabalho mapear a produção acadêmica, representada
por dissertações e teses, referente à área de Ensino de Biologia, mais especificamente, à área de
Ensino de Evolução. Justificamos nossa escolha devido ao importante papel desempenhado pela
teoria evolutiva1 nas Ciências Biológicas, pois esta se constitui em elemento articulador e unificador
por meio do qual o acervo de conhecimentos biológicos é integrado e explicado de maneira
concatenada e coerente.
Assim, é-nos facilitada a compreensão do motivo pelo qual pesquisadores evolucionistas
buscaram durante o século XIX estabelecer uma ciência unificada para o estudo dos sistemas
biológicos, assim como do fato de o termo “Biologia” ser cunhado somente neste mesmo século.
Afinal, a evolução por seleção natural é uma das teorias mais poderosas das Ciências Biológicas e é
a única que pode reivindicar para si o caráter de unificadora da Biologia (Dobzhansky, 1973; Meyer
& El-Hani, 2005; Ridley, 2006).
Se plantas e animais, por exemplo, não tivessem relações de parentesco uns com os outros,
porque Botânica e Zoologia deveriam ser unificadas, subordinadas a um único conjunto de
princípios? Por que elas deveriam ser pensadas, como hoje, como subdisciplinas de uma
ciência mais ampla, a Biologia? (Meyer & El-Hani, 2005, p. 125).
1 Segundo Futuyma (2002, p. 9), a evolução biológica é definida como: “(...) mudança das características hereditárias
de grupos de organismos ao longo das gerações. Grupos de organismos, denominados populações e espécies, são
formados pela divisão de populações ou espécies ancestrais; posteriormente, os grupos descendentes passam a se
modificar de forma independente. Portanto, numa perspectiva de longo prazo, a Evolução é a descendência, com
modificações, de diferentes linhagens a partir de ancestrais comuns. Desta forma, a História da Evolução tem dois
componentes principais: a ramificação das linhagens e as mudanças dentro das linhagens (incluindo a extinção)”.
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Em consonância com o papel desempenhado pela teoria evolutiva nas Ciências Biológicas,
o ensino de Biologia também deve desenvolver-se de modo a ressaltar a centralidade e a
importância da evolução para esta disciplina. Assim, o enfoque evolutivo favorece a compreensão
de uma Biologia (enquanto ciência e disciplina curricular) dinâmica, na qual a vida é estudada como
fenômeno biológico único (Dobzhansky, 1973; Cicillini, 1991; Licatti, 2005).
Diante do exposto, este trabalho objetiva traçar o panorama da produção acadêmica
brasileira, representada por dissertações e teses, referente ao Ensino de Evolução durante o período
de 1990-2010. Deste modo, buscamos identificar as principais tendências (e.g. linhas de pesquisas e
metodologias utilizadas) e lacunas de investigação, com vistas a delinear uma possível agenda de
pesquisa para esta área.
Caminhos metodológicos
Para o levantamento dos materiais passíveis de análise por este trabalho, consideramos as
dissertações e teses produzidas junto aos programas de pós-graduação brasileiros no período de
1990-2010. A busca pelos referidos documentos ocorreu, durante o mês de maio do ano de 2011,
em três bases de dados online, a saber: BDTD2 (Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações), CAPES – Banco de Teses3; CEDOC4 (Centro de Documentação em Ensino de
Ciências). Nas buscas nestas bases, utilizamos os termos “evolução”, “evolução biológica”, “ensino
de evolução”, “ensino de evolução biológica”, “teoria evolutiva”, “teoria da evolução” e “teoria da
evolução biológica” como palavras-chave para a pesquisa de dissertações e teses. As produções
acadêmicas levantadas foram selecionadas por meio da leitura e análise dos títulos, resumos e
palavras-chave, com vistas a identificar quais investigações verdadeiramente abordavam o ensino
de evolução.
Reconhecemos que, como apontam Romanowski & Ens (2006), há grande heterogeneidade
na apresentação de resumos de produções científicas, pois estes são condicionados por normas de
redação que podem guardar diferenças entre si. Além deste fato, o autor poderá, ao longo da
redação do resumo, apresentar omissões, difusões e incompletudes que impossibilitam a
identificação do tipo de pesquisa realizada, dos procedimentos metodológicos adotados e das
principais contribuições de sua investigação. Entretanto, concordamos com Guarrido (1993) apud
Ferreira (2002) que nos diz que a expansão das produções científicas transformou os resumos em
recursos indispensáveis para a consulta de investigações em bancos de dados online. Assim sendo,
consideramos que, ao desempenharem importante papel à comunicação científica e,
consequentemente, requererem elaboração cuidadosa, os resumos constituem instrumentos valiosos
e necessários às pesquisas do tipo “estado da arte” no que diz respeito à seleção de documentos e
sua análise.
Posteriormente ao levantamento das dissertações e teses referentes ao Ensino de Evolução,
procedemos à leitura analítica de seus respectivos resumos e a sua categorização. Durante o
estabelecimento de categorias para a análise, buscamos identificar o material levantado segundo
critérios bibliográficos – nível acadêmico, ano de publicação, instituição de ensino, e, local (região /
Estado) de produção – e tendências de pesquisa – linhas de investigação, procedimentos
metodológicos e nível de ensino pesquisado.
Resultados e Discussão
O acervo de documentos analisado neste estudo compreende um total de trinta e seis
produções acadêmicas desenvolvidas entre os anos de 1990 e 2010. Ao longo do levantamento de
dissertações e teses, encontramos sobreposições entre os bancos de dados pesquisados (BDTD;
2 Disponível no endereço eletrônico .
3 Disponível no endereço eletrônico .
4 Disponível no endereço eletrônico .
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CAPES – Banco de teses; e CEDOC). Todavia, é importante salientar que a base de dados CEDOC
disponibilizava, na ocasião desta investigação, somente os resumos das dissertações e teses
desenvolvidas durante o período de 1972-2004. Em anexo, apresentamos as referências
bibliográficas dos documentos consultados, assim como os números de identificação que
utilizaremos para a apresentação e a discussão dos dados que seguem.
Considerando a importância da teoria evolutiva à Biologia, o número de materiais
levantados por este estudo nos leva a crer que a evolução biológica não tem recebido a devida
relevância pelas pesquisas acadêmicas. Nesta perspectiva, encontramos no período de 1990-2004 a
ocorrência de 300 dissertações / teses em Ensino de Biologia (Cf. Teixeira, 2008, p.231), sendo que
apenas 14 destas produções acadêmicas abordam o Ensino de Evolução, ou seja, as investigações
referentes ao ensino-aprendizagem da teoria evolutiva respondem por cerca de 4,5% das pesquisas
desenvolvidas na grande área de Ensino de Biologia. Considerando ainda que o desenvolvimento
das investigações em Ensino de Evolução segue as mesmas tendências quantitativas e qualitativas
das pesquisas em Ensino de Biologia, podemos inferir que este cenário se manteve ao longo do
tempo.
Neste contexto, destacamos os achados de Slongo (2004) e Teixeira (2008) que apontam
para o Ensino de Ecologia e o de Genética enquanto subáreas do Ensino de Biologia com maiores
números de produções acadêmicas. Segundo os autores, o grande número de pesquisas em Ensino
de Ecologia é explicado pelo surgimento de problemáticas sócio-ambientais a partir da década de
1970 e, com o agravamento destas questões ao longo do tempo, observa-se uma crescente demanda
para que as instituições de ensino tratem de assuntos ambientais. Por sua vez, o Ensino de Genética
apresenta-se como temática polarizadora de interesses a partir da década de 2000, visto que os
avanços no campo da Genética e da Biotecnologia geraram inúmeros desafios aos docentes em
todos os níveis de escolarização.
Embora concordemos com a ampliação das pesquisas em todas as subáreas do Ensino de
Biologia, reiteramos a importância do desenvolvimento e do estabelecimento de investigações sobre
o Ensino de Evolução. A teoria evolutiva desempenha importante papel para o ensino-
aprendizagem de conteúdos biológicos, uma vez que permite a articulação e unificação destes e,
consequentemente, o distanciamento de uma Biologia estanque e fragmentada (Dobzhansky,1973;
Cicillini, 1991; Licatti, 2005; Meyer & El-Hani, 2005). Nestes termos, faz-se necessário que as
investigações em Ensino de Evolução representem uma constante preocupação na agenda de
pesquisas em Ensino de Biologia visto que esta subárea garante a coerência e a coesão do acervo de
conhecimentos biológicos.
Em relação à distribuição de dissertações e teses em Ensino de Evolução ao longo do
período considerado neste estudo, as produções acadêmicas levantadas evidenciam que as pesquisas
apresentam-se escassas e descontínuas entre os anos de 1990 e 2000, totalizando sete ocorrências.
Na década seguinte (2001-2010), observamos grande profusão, com o registro de 29 trabalhos, de
acordo com indicações do Quadro 01.
Na primeira década do período considerado (1990-2000), além das sete ocorrências de
dissertações e de teses, cumpre apontar hiatos nas pesquisas em Ensino de Evolução, como, por
exemplo, aquele localizado entre 1994 e 1996. Tal fato amplia a compreensão de relações entre o
Ensino de Biologia e o Ensino de Evolução, considerando dados da literatura, em particular, de
Slongo (2004) e de Teixeira (2008), que apontam a década de 1990 como o período de expressivo
crescimento quantitativo e qualitativo das pesquisas em Ensino de Biologia.
Estes hiatos também se mostram contraditórios ao considerarmos as orientações para a
adoção da evolução biológica como eixo estruturador e unificador da Biologia, enquanto
componente curricular, que remontam ao final da década de 1950, período em que materiais
curriculares estadunidenses como, por exemplo, o Biological Sciences Curriculum Study (BSCS),
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foram traduzidos e adaptados para o sistema educacional brasileiro (Cicillini, 1991, 1997). Neste
contexto, embora a evolução tenha sido eleita, a mais de meio século, como eixo articulador para o
ensino-aprendizagem de conteúdos biológicos, as pesquisas em Ensino de Biologia, em termos
numéricos, não tem refletido tal importância.
Quadro 01. Dissertações e teses brasileiras em Ensino de Evolução
produzidas durante o período 1990-2010 segundo ano de publicação.
Ano de
publicação Quantidade Identificação
1991 2 [01]; [02]
1993 1 [03]
1997 1 [04]
1999 1 [05]
2000 2 [06]; [07]
2001 1 [08]
2002 1 [09]
2003 1 [10]
2004 4 [11]; [12]; [13]; [14]
2005 3 [15]; [16]; [17]
2006 2 [18]; [19]
2007 3 [20]; [21]; [22]
2008 7 [23]; [24]; [25]; [26]; [27]; [28]; [29]
2009 6 [30]; [31]; [32]; [33]; [34]; [35]
2010 1 [36]
Vale destacar que a concentração de dissertações e teses encontrada no período de 2000-
2010 está relacionada ao crescimento e consolidação da (atual) área de Ensino5, bem como ao
aumento do número de programas de pós-graduação e aos investimentos governamentais realizados
por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Segundo o
“Relatório de Avaliação 2007-2009 – Trienal 2010” realizado pela CAPES (Brasil, 2011), a área de
Ensino de Ciências e Matemática contava, em 2000, com sete programas de pós-graduação, tendo
este número saltado para sessenta no ano de 2010. Consequentemente, observamos neste período o
crescimento de pesquisas em Ensino de Evolução e de produções acadêmicas sob a forma de
dissertações e teses. Entretanto, ao consideramos os achados de Teixeira (2008) e extrapolá-los para
os anos seguintes, somos levados a crer, assim como mencionado anteriormente, que as pesquisas
em Ensino de Evolução continuaram respondendo por uma pequena parcela das investigações sobre
Ensino de Biologia.
O cenário exposto também pode ser explicado pelo expressivo predomínio de dissertações
(86%) em relação às teses (14%), como evidencia o Quadro 02:
Quadro 02. Número de dissertações e teses brasileiras em Ensino de
Evolução produzidas durante o período 1990-2010.
Nível acadêmico Quantidade Identificação
Mestrado 31
[01]; [03]; [05]; [06]; [07]; [08];
[09]; [10]; [11]; [12]; [13]; [14];
[15]; [16]; [17]; [19]; [20]; [22];
[23]; [24]; [25]; [26]; [27]; [28];
[29]; [31]; [32]; [33]; [34]; [35]; [36]
Doutorado 5 [02]; [04]; [18]; [21]; [30]
5 “A classificação das Áreas do Conhecimento tem finalidade eminentemente prática, objetivando proporcionar aos
órgãos que atuam em ciência e tecnologia uma maneira ágil e funcional de agregar suas informações. A classificação
permite, primordialmente, sistematizar informações sobre o desenvolvimento científico e tecnol6gico, especialmente
aquelas concernentes a projetos de pesquisa e recursos humanos” (http:// http://www.capes.gov.br).
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As proporções de dissertações e teses em Ensino de Evolução mostram-se semelhantes às
encontradas por Teixeira & Megid Neto (2006), revelando que o desenvolvimento desta subárea
acompanha o descrito para o Ensino de Biologia. Esta relação desigual entre as investigações
científicas consideradas neste estudo pode ser explicada pelo tempo necessário para titulação, visto
que o período de doutoramento apreende, comumente, o dobro do tempo do mestrado. Entretanto,
mesmo considerando as diferenças temporais para a produção de dissertações e teses no Brasil, os
achados desta pesquisa corroboram as hipóteses levantas por Teixeira & Megid Neto (2006) no que
tange ao moderado número de teses encontrado: (1) dificuldades na mobilidade acadêmica, de
modo que os mestres não prosseguem em seus estudos de doutoramento; e/ou (2) a possível
migração de pesquisadores para outras áreas e/ou subáreas do conhecimento.
Em relação às hipóteses apresentadas por Teixeira & Megid Neto (2006), destacamos que
no ano de 2010, segundo o “Relatório de Avaliação 2007-2009 – Trienal 2010” realizado pela
CAPES (BRASIL, 2011), eram oferecidos no Brasil, por meio dos sessenta programas de pós-
graduação vinculados à área de Ensino, 29 cursos de mestrado, 30 cursos de mestrado profissional e
19 cursos de doutorado. Frente a estes dados, constatamos que a produção de dissertações
representa, em linhas gerais, o triplo da de teses, além do fato de as vagas disponíveis para os cursos
de doutoramento não comportarem os mestres egressos. No tocante às possíveis migrações de linhas
e/ou áreas de pesquisa, verificamos que somente uma autora – Graça Aparecida Cicillini –
apresentou continuidade nas investigações em ensino-aprendizagem da teoria evolutiva
(documentos [01] e [04]) no período analisado por este estudo. Todavia, serão necessárias novas
pesquisas para confirmar tal hipótese como, por exemplo, a ampliação do período considerado em
investigações do tipo “estado da arte” e/ou o rastreamento dos autores das dissertações ora
levantadas.
Quanto à distribuição geográfica das pesquisas em Ensino de Evolução, verificamos que há
grande concentração de investigações desenvolvidas na região Sudeste do Brasil, compreendendo
cerca de 72% dos documentos analisados, como podemos verificar no Quadro 03. Ao consideramos
as produções estaduais, constatamos a supremacia do Estado de São Paulo que responde por 50%
das pesquisas consideradas neste estudo.
Esta distribuição de dissertações e teses em Ensino de Evolução produzidas no Brasil
coaduna com os achados de Teixeira (2008) sobre a produção nacional em Ensino de Biologia.
Segundo o autor, o eixo Sudeste-Sul compreende um elevado número de investigações devido à
distribuição desigual de programas de pós-graduação em educação e/ou ensino de ciências no
Brasil. Segundo o “Relatório de Avaliação 2007-2009 – Trienal 2010” realizado pela CAPES
(Brasil, 2011), no ano de 2010, as regiões Sudeste e Sul abrigavam cerca de 75% dos programas de
pós-graduação credenciados na área de Ensino de Ciências e Matemática. De acordo com Teixeira
& Megid Neto (2006), este cenário
(...) exige que muitas Instituições de Ensino Superior, localizadas nessas regiões,
encaminhem docentes de seus quadros para realizar estudos de pós-graduação
predominantemente em instituições do Sudeste e Sul, correndo o risco de perder parte
desses profissionais, que podem não retornar para as instituições de origem após a titulação,
dificultando assim a abertura futura de programas de pós- graduação nessas localidades e
reforçando a dependência em relação ao eixo Sul-Sudeste. (Teixeira & Megid Neto, 2006,
p. 272).
Neste cenário, verificamos que as pesquisas em Ensino de Evolução concentram-se nas
três universidades estaduais de São Paulo (UNESP, UNICAMP e USP) que, juntas, respondem por
cerca de 41% dos documentos analisados. Desta maneira, embora encontremos um maior número
de instituições de ensino federais desenvolvedoras de pesquisas em Ensino de Evolução, como
evidenciado pelo Quadro 03, suas produções apresentam-se esparsas, de modo que as instituições
de ensino estaduais, ainda que em menor número, detém maior concentração de dissertações e teses
nesta subárea do Ensino de Biologia.
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Quadro 03. Dissertações e teses em Ensino de Evolução produzidas durante o período 1990-2010 segundo
regiões do país.
Região Estado Instituição de
Ensino Superior Quantidade Identificação
Centro-Oeste Distrito Federal UnB 1 [24]
Bahia UFBA 1 [33] Nordeste Pernambuco UFPE 1 [21]
CEFET – MG 1 [19] Minas Gerais UFMG 3 [09]; [34]; [35]
FIOCRUZ 1 [27]
UFF 1 [22] Rio de Janeiro
UFRJ 2 [15]; [31]
PUC-SP 1 [20]
UFSCar 1 [12]
UNESP 6 [07]; [10]; [13];
[16]; [17]; [28]
UNICAMP 4 [01]; [03]; [04];
[26]
UNIFRAN 1 [06]
Sudeste
São Paulo
USP 5 [02]; [05]; [18];
[30]; [32]
UEL 1 [29] Paraná UEM 1 [08]
PUC-RS 1 [25]
UFSM 1 [36] Rio Grande do Sul
ULBRA 1 [23]
Sul
Santa Catarina UFSC 2 [11]; [14]
Legenda: CEFET-MG – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais; FIOCRUZ – Fundação
Oswaldo Cruz; PUC-RS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; PUC-SP – Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo; UEL – Universidade Estadual de Londrina; UEM – Universidade
Estadual de Maringá; UFBA – Universidade Federal da Bahia; UFF – Universidade Federal Fluminense;
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais; UFPE – Universidade Federal de Pernambuco; UFRJ –
Universidade Federal do Rio de Janeiro; UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina; UFSCar –
Universidade Federal de São Carlos; UFSM – Universidade Federal de Santa Maria; ULBRA –
Universidade Luterana do Brasil; UnB – Universidade de Brasília; UNESP – Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas; UNIFRAN –
Universidade de Franca; USP – Universidade de São Paulo.
Estas constatações corroboram os achados de Slongo (2004) e Teixeira (2008), ressaltando
assim que as pesquisas em Ensino de Evolução seguem, em termos de produtividade
acadêmica/institucional, as mesmas tendências das investigações em Ensino de Biologia. Ainda a
este respeito, Teixeira & Megid Neto (2006) apontam para a importância das instituições de ensino
superior estaduais para o desenvolvimento das ciências no Brasil. Deste modo, este estudo, além de
corroborar os resultados de investigações anteriores desta mesma natureza, aponta a UNESP como
o principal pólo de investigação em Ensino de Evolução no período de 1990-2010, visto que as
dissertações e teses analisadas vinculadas a esta instituição de ensino superior são vinculadas ao
mesmo programa de pós-graduação (Educação para a Ciência).
Em relação aos temas de pesquisa das investigações analisadas, encontramos grande
diversidade destes, como observamos no Quadro 04:
Quadro 04. Dissertações e teses em Ensino de Evolução produzidas durante o período 1990-
2010 segundo temas de pesquisa.
Temas de Pesquisa Quantidade Identificação
Analogias e Metáforas 1 [19]
Ciência e Religião 6 [15]; [20]; [23]; [26]; [30]; [32]
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513
Concepções Prévias6 12 [02]; [03]; [04]; [05]; [11]; [13]; [16]; [18];
[21]; [25]; [27]; [36]
Divulgação Científica 1 [24]
Educação Não Formal 1 [28]
Ensino-Aprendizagem7 2 [12]; [17]
Formação De Professores8 14 [03]; [04]; [06]; [10]; [11]; [13]; [14]; [16];
[22]; [23]; [26]; [28]; [31]; [36]
História e Natureza das Ciências 4 [07]; [08]; [13]; [29]
Interações Discursivas9 3 [33]; [34]; [35]
Livro Didático 5 [01]; [02]; [09]; [18]; [29]
Os temas com maior incidência, ou seja, os mais representativos detectados nos
documentos analisados são “Formação de Professores” e “Concepções prévias” que abarcam,
respectivamente, cerca de 39% e 33% das dissertações e teses levantadas. O predomínio destas
temáticas de investigação para o Ensino de Evolução corrobora os achados de Slongo (2004) e
Teixeira (2008) no que se refere ao Ensino de Biologia, evidenciando que a área de Ensino de
Evolução segue as tendências de sua grande área de investigação.
“Ciência e Religião” aparece como a terceira temática de pesquisa mais numerosa,
compreendendo cerca de 16% dos documentos analisados. A presença desta linha de investigação
dentre as existentes em Ensino de Evolução é explicada pelos embates entre criacionismo e
evolucionismo comumente encontrados na literatura pertinente. Neste contexto, pesquisas como as
desenvolvidas por Licatti (2005), Oliveira (2009) e Pagan (2009) evidenciam que concepções e
valores de ordem religiosa tendem a gerar rejeições à teoria evolutiva ou sincretismos entre ideias
criacionistas e evolucionistas. Deste modo, é necessário que os pesquisadores invistam neste campo
de investigação, fundamentando-o e ampliando-o, com vistas a alargar a percepção de como a
religião se torna um obstáculo ao ensino-aprendizagem de evolução, assim como fornecer subsídios
para a transposição deste mesmo obstáculo.
O Quadro 04 também revela a necessidade de investimentos de pesquisas em outras linhas
de investigação como, por exemplo, “Analogias e Metáforas”, “Divulgação Científica” e “Educação
Não Formal”. Tais linhas de pesquisas, resguardadas as suas particularidades, incidem sobre o
processo de formação de conceitos, visto que os alunos desenvolvem uma série de concepções,
representações e conhecimentos ao longo de suas experiências, utilizando-os como instrumentos
para a leitura e interpretação do mundo que os cerca. Advoga-se que a identificação de estratégias
didáticas e de conteúdos mais adequados para o ensino-aprendizagem de evolução biológica poderia
ser melhor qualificada mediante a ampliação de conhecimentos derivados de pesquisas acadêmicas
que ampliassem conhecimentos sobre: (1) como o uso de “Analogias e Metáforas” pode influenciar
na criação e/ou na manutenção de concepções que se distanciam da teoria evolutiva; (2) as
estratégias por meio das quais os instrumentos de “Divulgação Científica” mobilizam e comunicam
fatos e aplicações da teoria evolutiva à população; e, (3) os modos como as diversas esferas de
“Educação Não Formal” promovem os primeiros contatos dos sujeitos com a temática evolutiva.
Entretanto, é necessário salientar a inexistência de linhas de investigação em Ensino de
Evolução que julgamos importantes para esta subárea do Ensino de Biologia como, por exemplo, a
6 Nesta categoria, incluímos as pesquisas que tratam das concepções prévias de alunos (dos ensinos fundamental, médio
e superior) e de professores.
7 Esta categoria compreende as pesquisas em que os autores desenvolveram sequências didáticas com vistas a contribuir
para a escolha de conteúdos e estratégias didáticas ao Ensino de Evolução.
8 Para a construção desta categoria, adotamos as orientações de André (2002) e Brzezinski (2006) que nos indicam que
as pesquisas sobre formação de professores abarcam as áreas de concepções de docência, formação inicial, formação
continuada, identidade profissional, políticas e propostas de formação docente, práticas pedagógicas, e trabalho docente
9 Nesta categoria, incluímos as produções científicas que investigam os movimentos dialógicos (através da análise do
discurso, da argumentação, etc) no contexto do Ensino de Evolução.
Investigações em Ensino de Ciências – V18(2), pp. 505-521, 2013
514
temática “Currículo”. Deste modo, acreditamos ser imprescindível o investimento em produções
científicas que abarquem questões referentes à maneira como a teoria evolutiva é compreendida e
mobilizada por propostas curriculares (federais, estaduais e/ou institucionais) nos diversos níveis de
ensino.
Nesta perspectiva, destacamos o trabalho desenvolvido por Silva (2012) que, por meio de
análise documental da base curricular do Estado de São Paulo, verificou, dentre outros elementos, o
papel desempenhado pela teoria evolutiva no Ensino de Biologia, bem como a possibilidade de
desenvolvimento de conteúdos referentes à evolução biológica a partir das orientações didático-
pedagógicas presentes nos materiais didáticos fornecidos à rede estadual de educação básica. Dentre
os achados do autor, salientamos que, apesar de os documentos oficiais apregoarem que a evolução
é compreendida como o eixo unificador do corpo de conhecimentos biológicos, esta, enquanto
conteúdo curricular explicitado, é posicionada como último elemento do currículo de Biologia do
Estado de São Paulo. Além deste fato, Silva (2012) aponta que os conteúdos abordados pelas
situações de ensino-aprendizagem preconizadas pelos materiais curriculares vão ao encontro dos
previstos pelos documentos oficiais e dos sugeridos pela literatura, mas há ocasiões em que estes
poderão ser abordados de maneira a desenvolver e/ou reforçar concepções distorcidas acerca da
evolução biológica, visto que algumas das atividades estimadas como necessárias pelos materiais
curriculares abrem espaços para a compreensão finalista e/ou transformista do processo evolutivo.
Investigações como as desenvolvida por Silva (2012) possibilitam a compreensão de
fatores político-educacionais que interferem, positiva ou negativamente, nos processos de ensino-
aprendizagem da teoria evolutiva, além de constituir-se em área de intersecção de temáticas como
“Ciência e Religião”, “Concepções Prévias”, “Formação de Professores” e “Ensino-
Aprendizagem”, por exemplo. Nestes termos, este estudo se coloca como elemento de exortação às
investigações sobre o tema “Currículo”, dado à ausência deste campo de pesquisa nas produções
acadêmicas em Ensino de Evolução no período considerado.
Salientamos também a inexistência de pesquisas em Ensino de Evolução vinculadas à
temática “Sistemas de Avaliação em Larga Escala”. A inserção desta linha de investigação faz-se
necessária uma vez que sistemas de avaliações em larga escala como, por exemplo, PISA
(Programme for International Student Assessment), ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e
SARESP (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo), apontam para
descritores e/ou indicadores de aprendizagens direta e/ou indiretamente relacionados a conteúdos
sobre origem e evolução da vida. Dentre os sistemas de avaliação em larga escala citados,
destacamos o SARESP que apresenta, em suas matrizes de referência (Cf. São Paulo, 2009) três
descritores e/ou indicadores de aprendizagens referentes à sexta série (sétimo ano) do Ensino
Fundamental vinculados à origem e evolução dos seres vivos, sendo este número quintuplicado para
a terceira série do Ensino Médio.
Tal fato documenta o reconhecimento institucional (nos âmbitos internacional, nacional e
estadual) da importância aprendizagem de conteúdos curriculares vinculados à evolução biológica,
além deste reconhecimento configurar-se como um fator indutor da necessária produção de
conhecimentos sobre o ensino-aprendizagem de evolução. Nestes termos, a recorrente presença de
indicadores e/ou de descritores de aprendizagens nas matrizes de referência de sistemas de
avaliação em larga escala, com ênfase em conteúdos de evolução biológica, salientam a necessidade
de pesquisas que, prioritariamente, ampliem a compreensão dos professores da educação básica
quanto às características e ao alcance das aprendizagens preconizadas, bem como quanto à
correspondência e consistência destas com as condições de ensino oferecidas.
Nesta perspectiva, o estabelecimento e o desenvolvimento de investigações sobre
“Sistemas de Avaliação em Larga Escala” em Ensino de Evolução possibilitaria, além da ampliação
e fundamentação desta subárea do Ensino de Biologia, estabelecer correspondências entre as várias
linhas de pesquisas evidenciadas pelo Quadro 04. Deste modo, seria permitido determinar em que
Investigações em Ensino de Ciências – V18(2), pp. 505-521, 2013
515
medida os sistemas de avaliação em larga escala influenciam na mobilização de apresentação de
conteúdos relativos à evolução biológica pelas diversas bases curriculares, bem como na condução
dos processos de ensino-aprendizagem destes em sala de aula.
Em relação aos procedimentos metodológicos adotados pelos documentos analisados,
verificamos razoável variedade, assim como a presença de triangulações realizadas pela adoção de
dois ou mais métodos para a coleta de dados, como verificamos no Quadro 0510:
Quadro 05. Dissertações e teses em Ensino de Evolução produzidas durante o período
1990-2010 segundo procedimentos metodológicos adotados.
Procedimentos Metodológicos Quantidade Identificação
Análise Documental 10 [01]; [02]; [04]; [08]; [09]; [11]; [16];
[18]; [24]; [29]
Entrevista 11 [02]; [03]; [04]; [05]; [07]; [13]; [14];
[16]; [18]; [23]; [26]
Grupo Focal 2 [21]; [27]
Narrativa 1 [06]
Observação não-participante 9 [03]; [04]; [07]; [16]; [28]; [30]; [33];
[34]; [35]
Observação participante 3 [05]; [12]; [17]
Questionário 12 [02]; [03]; [12]; [13]; [15]; [16]; [21];
[25]; [28]; [30]; [32]; [36]
Dentre os procedimentos metodológicos, encontramos predomínio do uso de questionários
que respondem por cerca de 33% dos documentos analisados, comumente empregados em
pesquisas sobre concepções prévias (tanto de alunos e como de professores). Metodologias como
entrevistas (30%), análise documental (27%) e observação não-participante (25%) também se
mostram representativas dentre as dissertações e teses analisadas. Tais procedimentos são utilizados
principalmente por investigações que abordam as temáticas “Ciência e Religião”, “Formação de
Professores”, “História e Natureza das Ciências” e “Livro Didático”.
Sobre os níveis de ensino pesquisados, encontramos uma concentração de investigações
voltadas para o ensino médio. Dentre o conjunto de trinta e seis dissertações e teses analisadas,
dezesseis destas voltam seu olhar para este nível de ensino, verificando concepções prévias de
estudantes, analisando materiais didáticos, propondo intervenções de ensino-aprendizagem sobre a
temática evolutiva, etc. Vale salientar que também observamos pesquisas que se dedicam a mais de
um nível de ensino, como revela o Quadro 06:
Quadro 06. Dissertações e teses brasileiras em Ensino de Evolução
produzidas durante o período 1990-2010 segundo nível de ensino pesquisado.
Nível de Ensino
Pesquisado Quantidade Identificação
Fundamental 4 [18]; [27]; [32]; [34]
Médio 16
[01]; [02]; [03]; [05]; [09]; [12]; [15];
[17]; [18]; [19]; [20]; [21]; [25]; [28];
[33]; [35]
Superior 2 [21]; [30]
Este predomínio de produções científicas vinculadas ao ensino médio concorda com os
achados de Teixeira (2008), seguindo assim as tendências da grande área de Ensino de Biologia. Tal
concentração de investigações também pode ser explicada pelo fato de a evolução biológica,
enquanto conteúdo curricular, ser abordada somente no ensino médio. Desta maneira, ao
10 As pesquisas [10]; [19]; [20]; [22] e [31] não trouxeram, explicita ou implicitamente, em seus resumos a metodologia
utilizada para a coleta de dados e, sendo assim, não foram incluídas nesta categorização.
Investigações em Ensino de Ciências – V18(2), pp. 505-521, 2013
516
estabelecermos relações entre esta constatação e as orientações nacionais para a educação básica,
encontramos somente nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM)
(Brasil, 2000) indicações explícitas referentes ao Ensino de Evolução.
Segundo os documentos oficiais, dada a diversidade de áreas do conhecimento biológico, é
proposta a adoção do eixo ecologia-evolução como elemento articulador dos conteúdos referentes à
disciplina de Biologia. De acordo com os PCNEM (Brasil, 2000), este posicionamento favorece o
ensino-aprendizagem dos vários campos biológicos de maneira organizada e unificada, propiciando
o afastamento de uma concepção fragmentada dos conhecimentos referentes a esta disciplina.
Entretanto, julgamos necessário o investimento de pesquisas em Ensino de Evolução
vinculadas ao ensino fundamental, visto que estudos como os desenvolvidos por Cicillini (1991,
1997) apontam para a importância da abordagem da teoria evolutiva ao longo de toda a
escolarização. Deste modo, seria possibilitado o desenvolvimento de uma perspectiva dinâmica das
Ciências Biológicas, favorecendo a compreensão da vida enquanto fenômeno biológico único
(Meyer & El-Hani, 2005).
Considerações finais
As discussões levantadas neste estudo evidenciam que o Ensino de Evolução, enquanto
campo de pesquisa, encontra-se em crescimento no Brasil, fato revelado pelo expressivo aumento
no número de dissertações e teses produzidas nesta área no final da década de 2000. Ao
compararmos as investigações do campo específico Ensino de Evolução às de sua grande área,
Ensino de Biologia, constatamos que as produções científicas acerca da temática evolutiva seguem
o mesmo padrão de crescimento e as mesmas tendências de pesquisas que as desenvolvidas em
Ensino de Biologia.
Em termos acadêmicos, verificamos o predomínio do número de dissertações em relação
ao de teses em Ensino de Evolução ao longo do período considerado por este estudo. É importante
salientar que o tempo necessário para a obtenção do título de mestre é inferior ao de doutoramento,
fato que nos apontava para um número desigual entre os documentos analisados. Entretanto, a
preponderância de dissertações sobre teses evidenciou “descontinuidades” nas pesquisas em Ensino
de Evolução, corroborando com estudos desenvolvidos por Slongo (2004) e Teixeira (2008), que
apontaram para as dificuldades de mobilidade acadêmica e/ou para migrações de pesquisadores para
outros campos de investigação. Deste modo, tal fato abre possibilidades de investigações futuras
com vistas a caracterizar tais “descontinuidades” nas pesquisas em Ensino de Evolução e demarcar
possíveis superações destas.
Verificamos também que a produção acadêmica, representada por dissertações e teses,
sobre Ensino de Evolução concentra-se na região Sudeste do Brasil, mais especificamente no
Estado de São Paulo que responde por 50% dos documentos analisados por esta investigação. Tal
concentração fora observada também nas pesquisas desenvolvidas por Slongo (2004) e Teixeira
(2008) na área de Ensino de Biologia. Tal fato é explicado pela distribuição desigual de programas
de pós-graduação em educação e/ou ensino de ciências no Brasil, cenário que poderá ser alterado
com a abertura e investimento destes nas demais regiões brasileiras. Nestes termos, faz-se
necessário o contínuo desenvolvimento de pesquisas do tipo “estado da arte” ao longo do tempo
com vistas a verificar a manutenção ou modificação do cenário acadêmico-institucional revelado
por esta investigação no que se refere ao Ensino de Evolução.
Quanto às tendências de pesquisas, verificamos a prevalência de investigações que
abordam as temáticas referentes às concepções prévias de alunos e docentes (nos diversos níveis de
ensino) e à formação de professores. Esta constatação vai ao encontro do exposto por Slongo (2004)
Investigações em Ensino de Ciências – V18(2), pp. 505-521, 2013
517
e Teixeira (2008), evidenciando que as pesquisas em Ensino de Evolução seguem as mesmas
tendências temáticas de sua grande área Ensino de Biologia. Tais temas de pesquisa são de suma
importância, pois possibilitam a compreensão de diversos fatores que influenciam os processos de
ensino-aprendizagem de conteúdos referentes à evolução biológica, além de contribuírem para a
ampliação e a fundamentação desta área de pesquisa.
Todavia, são necessários investimentos em outras temáticas de pesquisa como, por
exemplo, aquelas que apareceram em menor proporção neste estudo: “Analogias e Metáforas”,
“Ciência e Religião”, “Divulgação Científica”, “Educação Não-Formal”, “Ensino-Aprendizagem”,
“História e Natureza das Ciências”, “Interações Discursivas” e “Livro Didático”. Esta
diversificação sugerida, além de contribuir com a ampliação e fundamentação das pesquisas em
Ensino de Evolução, poderá constituir-se em subsídios aos docentes, apontando para estratégias de
ensino e conteúdos estimados como mais adequados para os processos de ensino-aprendizagem da
evolução biológica. É importante destacar que esta pesquisa também sinaliza para a necessidade do
desenvolvimento de investigações que abarquem outras temáticas referentes ao Ensino de Evolução
como, por exemplo, “Ciência, Tecnologia e Sociedade”, “Currículo”, “História e Filosofia da
Ciência”, “Sistemas de Avaliação em Larga Escala”, dentre outros.
Contudo, este trabalho evidencia que a área de Ensino de Evolução apresenta-se em
crescimento, tanto quantitativo como qualitativo, e que esta segue as mesmas tendências de sua
grande área, Ensino de Biologia. Este estudo também sinaliza para temas de pesquisa ainda pouco
explorados e que podem contribuir com a ampliação e a consolidação da área de Ensino de
Evolução. Nestes termos, a agenda de pesquisas em Ensino de Evolução ainda apresenta uma
grande amplitude de temáticas de interesses aos pesquisadores, sobretudo aquelas que incidem
diretamente nos processos de ensino-aprendizagem e na prática docente.
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Recebido em: 19.03.13
Aceito em: 11.03.14
Investigações em Ensino de Ciências – V18(2), pp. 505-521, 2013
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Anexo – Dissertações e teses brasileiras em Ensino de Evolução produzidas durante o período
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Número de
Identificação Referências
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[04]
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