RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 25/12/2025 . UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS ALINE DOS SANTOS FRANCO DE CAMARGO MAPEANDO O MUNDO: A CARTOGRAFIA DE ANDRÉ HOMEM (1559) E A PRÁTICA DE MAPAS MUNDI NO SÉCULO XVI FRANCA 2024 ALINE DOS SANTOS FRANCO DE CAMARGO MAPEANDO O MUNDO: A CARTOGRAFIA DE ANDRÉ HOMEM (1559) E A PRÁTICA DE MAPAS MUNDI NO SÉCULO XVI Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, como pré-requisito para a obtenção do título de Mestre em História Área de Concentração: História e Cultura Social Agência financiadora: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)/Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) Orientadora: Prof.ª Dr.ª Denise Moura FRANCA 2024 C172m Camargo, Aline dos Santos Franco de Mapeando o mundo: a cartografia de André Homem (1559) e a prática de mapas mundi no século XVI / Aline dos Santos Franco de Camargo. -- , 2024 206 f. : il., tabs., mapas Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Franca, Orientadora: Denise Aparecida Soares de Moura 1. Cartografia. 2. Planisférios. 3. Ciência náutica. 4. Portugal. 5. Expansão marítima. I. Título. Sistema de geração automática de fichas catalográficas da Unesp. Biblioteca da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Franca. Dados fornecidos pelo autor(a). Essa ficha não pode ser modificada. ALINE DOS SANTOS FRANCO DE CAMARGO MAPEANDO O MUNDO: A CARTOGRAFIA DE ANDRÉ HOMEM (1559) E A PRÁTICA DE MAPAS MUNDI NO SÉCULO XVI Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Franca, como pré-requisito para a obtenção do título de Mestre em História. Área de concentração: História e Cultura Social BANCA EXAMINADORA Profa. Dra. Denise Aparecida Soares de Moura (presidente) Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP/campus de Franca) Prof. Dr. Jorge Semedo de Matos Universidade de Lisboa; Escola Naval (FLUL/Portugal) Prof.ª Dr.ª Iris Kantor Universidade de São Paulo (USP/São Paulo) Franca, 25 de junho de 2024. AGRADECIMENTOS Agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo financiamento desta pesquisa (processo 2021/04050-9) e pela concessão de Bolsa de Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) (processo 2022/04311-0). O presente trabalho também foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES). Ao Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a Biblioteca da Faculdade de Letras, a Biblioteca da Ajuda e a Biblioteca Nacional de Portugal, que forneceram bibliografia e fontes essenciais para a realização deste trabalho. Ainda no âmbito internacional, agradeço em especial ao professor doutor Jorge Semedo de Matos pela paciência, receptividade e carinho tanto por mim quanto por este trabalho. Agradeço a UNESP, instituição que me acolheu desde o início da graduação e que deu suporte à esta pesquisa, na figura de pessoas como Adriana Bessa que sempre atuou com paciência, atenção e competência nas burocracias acadêmicas. Aos membros do Ateliê de Projetos em História Visual (APROHVisual), do qual esta pesquisa faz parte. Aquela que me ensinou o ofício do historiador desde primórdios da graduação e a ética profissional acadêmica, mas também que acreditou em meu potencial pessoal e me levou a lugares não concebíveis em minha realidade, professora Denise Moura, agradeço por tudo e me inspiro em sua trajetória. Aquele que sempre foi exemplo profissional e pessoal para mim, Igor Morais, agradeço pelo companheirismo, espero contribuir à altura. Aquela que divide as dores e os amores de ser mulher, Fernanda Salmazo, agradeço por nosso encontro nesta vida. Aquele que chegou recentemente, como colega de grupo, se tornou um grande amigo e ajudou a construir esse trabalho, Lucas Albino, espero retribuir o carinho. Agradeço a todos amigos da graduação e da pós que em Franca conquistaram e tem parte do meu coração. Aquele que me encheu de esperanças e amor, Lucas Merusse, obrigado pela paciência, compreensão e principalmente pela coragem de não se conformar. Aquele que desde a adolescência faz a vida ser mais leve, que esteve em momentos onde ninguém mais poderia estar, Jonathan Pedroso, agradeço por iluminar minha alma com a sua existência. Por fim, aqueles que tem tudo que sou e posso oferecer. Minha irmã, Adriana, a qual compartilho um amor imensurável. Minha mãe Regina e meu pai Amarildo que sempre acreditaram em mim e fizeram de tudo, espiritual, pessoal e financeiramente para que esse sonho se realizasse. Tudo sempre será por e para vocês. CAMARGO, Aline dos Santos Franco de. Mapeando o Mundo: A cartografia de André Homem (1559) e a Prática de mapas mundi no século XVI. 2024. Dissertação (Mestrado em História) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Franca, 2024. RESUMO O planisfério assinado na Antuérpia em 1559 pelo cartógrafo português André Homem não foi alvo de estudo aprofundado até este trabalho. As poucas informações tanto sobre seu contexto de produção, quanto de seu produtor demonstraram que as políticas de contestação, principalmente francesas no Atlântico que buscavam quebrar o monopólio ibérico de comércio, foram o pano de fundo de sua produção. Através da correspondência de embaixadores que atuaram ativa e estrategicamente nas dinâmicas de inteligência para defender o interesse de suas cortes, André Homem surge como um dos agentes técnicos ligados à ciência náutica altamente cobiçados pelas cortes, como figura multifacetada de acordo com as necessidades individuais. Sua passagem na Antuérpia segue como uma incógnita que ratifica a necessidade de averiguar com atenção as contribuições da comunidade de judeus e cristãos novos para a ciência náutica portuguesa no século XVI. O planisfério nesse sentido, é produto direto das técnicas de adaptação que os pilotos portugueses do Mediterrâneo ao Atlântico, possuindo sua base de construção nas cartas náuticas utilizadas para navegação, tendo no século XVI a união com a tradição cartográfica terrestre e também erudita dos mapas mundi medievais, resultando nos planisférios e atlas ornamentados destinados a presentear figuras ligadas ao contexto expansionista em questão. Para entender em que medida essa prática de mapas mundi se manifestou no período, o planisfério de André foi, por fim, cotejado com os produtos de seus familiares e também com outros produzidos no período, constatando a base de produção não só nas cartas náuticas, enfatizada pela presença de tábuas de declinação solar no próprio planisfério, mas também que compartilhava um modelo próprio familiar, aliado à cartografia normanda, de contestação dos mares. O contexto de produção do planisfério de 1559 demonstrou, portanto, a complexidade das dinâmicas entre as cortes europeias e como estas modificaram a visualidade, principalmente do oceano Atlântico, na medida em que influenciaram os produtos cartográficos dos agentes envolvidos, de modo que utilizaram sua técnica como base para a construção de mapas que representavam o mundo. Palavras chave: Cartografia; Planisfério; Ciência náutica; Portugal; Expansão CAMARGO, Aline dos Santos Franco de. Mapping the World: André Homem's Cartography (1559) and the Practice of World Maps in the 16th Century. 2024. Thesis (Master's Degree in History) - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho, Franca, 2024. ABSTRACT The planisphere signed in Antwerp in 1559 by the Portuguese cartographer André Homem has not been the subject of in-depth study until this work. The limited information available about both its production context and its producer has demonstrated that the background to its production was the policies of contestation, particularly French ones in the Atlantic that sought to break the Iberian trade monopoly. Through the correspondence of ambassadors who actively and strategically engaged in intelligence dynamics to defend the interests of their courts, André Homem emerges as one of the highly coveted technical agents linked to nautical science by the courts, as a multifaceted figure according to individual needs. His time in Antwerp remains an enigma that reaffirms the need to carefully investigate the contributions of the community of Jews and New Christians to Portuguese nautical science in the 16th century. In this sense, the planisphere is a direct product of the adaptation techniques that Portuguese pilots used to transition from the Mediterranean to the Atlantic, having its construction base in the nautical charts used for navigation. In the 16th century, these techniques were combined with the terrestrial cartographic tradition and the erudite medieval world maps, resulting in the ornate planispheres and atlases intended as gifts for figures linked to the expansionist context in question. To understand the extent to which this practice of world maps manifested itself in the period, André's planisphere was finally compared with the products of his relatives and also with others produced in the period, confirming that the production base was not only in the nautical charts, emphasized by the presence of solar declination tables in the planisphere itself, but also that it shared a unique family model, allied to Norman cartography, of contesting the seas. The production context of the 1559 planisphere thus demonstrated the complexity of the dynamics between the European courts and how these modified the visualization, mainly of the Atlantic Ocean, insofar as they influenced the cartographic products of the agents involved, so that they used their technique as a basis for the construction of maps that represented the world. Keywords: Cartography; Planisphere; Nautical Science; Portugal; Expansion CAMARGO, Aline dos Santos Franco de. Cartographier le monde: La cartographie d'André Homem (1559) et la pratique des mappemondes au XVIe siècle. 2024. Memórie (Master em Histoire) - Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Franca, 2024. RÉSUMÉ Le planisphère d'André Homem, signé à Anvers en 1559, n'a fait l'objet d'études approfondies qu'à partir de cette recherche. Les rares informations disponibles sur son contexte de production et sur son auteur indiquent que les politiques de contestation du monopole commercial ibérique dans l'Atlantique, menées principalement par la France, ont constitué le contexte de sa création. D'après la correspondance des ambassadeurs qui jouaient un rôle actif et stratégique dans les dynamiques de renseignement pour défendre les intérêts de leurs cours, André Homem se révèle être l'un des agents techniques liés à la science nautique les plus convoités par les cours européennes, assumant un rôle multiforme en fonction des besoins individuels. Son séjour à Anvers reste une énigme, ce qui renforce la nécessité d'examiner attentivement les contributions de la communauté des juifs et des nouveaux chrétiens à la science nautique portugaise au XVIe siècle. Le planisphère, en ce sens, est le produit direct des techniques d'adaptation que les pilotes portugais ont développées en passant de la Méditerranée à l'Atlantique. Sa base de construction réside dans les cartes nautiques utilisées pour la navigation, qui, au XVIe siècle, se sont unies à la tradition cartographique terrestre et érudite des mappemondes médiévaux, donnant naissance aux planisphères et aux atlas ornés destinés à être offerts aux personnalités liées au contexte expansionniste de l'époque. Afin de comprendre dans quelle mesure cette pratique des mappemondes s'est manifestée au cours de la période, le planisphère d'André Homem a été comparé aux produits de ses proches et à d'autres exemplaires produits à la même époque. Cette comparaison a permis de constater que la base de production reposait non seulement sur les cartes nautiques, comme en témoigne la présence de tables de déclinaison solaire sur le planisphère lui-même, mais aussi qu'il partageait un modèle familial propre, allié à la cartographie normande, de contestation des mers. Le contexte de production du planisphère de 1559 a donc démontré la complexité des dynamiques entre les cours européennes et la manière dont celles-ci ont modifié la représentation visuelle, notamment de l'océan Atlantique, en influençant les produits cartographiques des acteurs impliqués. Ces derniers ont utilisé leur technique comme base pour la construction de cartes représentant le monde. Mots-clés: Cartographie; Planisphère; Science nautique; Portugal; Expansion LISTA DE FIGURAS Figura 1. Planisfério náutico de André Homem (1559) ........................................................... 33 Figura 2. Comparação entre a costa asiática nos mapas mundo náuticos portugueses do século XVI ........................................................................................................................................... 34 Figura 3. Comparação da representação da ilha japonesa nos mapas de André e Lopo Homem .................................................................................................................................................. 37 Figura 4. Detalhe da massa ao lado da costa asiática no mapa de Lopo Homem (1554) ......... 39 Figura 5. Detalhe da ilha de “Cipangu” no mapa de Fra Mauro (1460) ................................... 40 Figura 6. Detalhe da representação da ilha japonesa nos mapas mundo portugueses .............. 41 Figura 7. Comparação da toponímia asiática em mapas mundi da cartografia europeia ......... 44 Figura 8. Árvore genealógica de Antonio Homem (1564-1624) .............................................. 62 Figura 9. América do Norte e Central em mapas da família Homem .................................... 101 Figura 10. América do Norte e Central em mapas de Dieppe ................................................ 102 Figura 11. Comparação da ilha da Terra Nova nos mapas de Dieppe e da família Homem .. 107 Figura 12. Comparação da costa de Terra Nova e Labrador nos mapas de Dieppe e da família Homem ................................................................................................................................... 109 Figura 13. Toponímia presente no continente norte americano nos mapas de André e Diogo Homem ................................................................................................................................... 112 Figura 14. Naus em conflito nos mapas de André, Diogo Homem e Dieppe ........................ 114 Figura 15. Naus em disputa na costa brasileira no mapa de André Homem .......................... 116 Figura 16. Toponímia de “Canibais” em mapas mundi europeus .......................................... 118 Figura 17. Assinatura de André Homem em seu planisfério de 1559 .................................... 134 Figura 18. Escala de latitudes e cartuchos no planisfério de André Homem ......................... 137 Figura 19. Brasão no topo da Linha de Tordesilhas no planisfério de André Homem .......... 139 Figura 20. Brasões presentes no planisfério de André Homem ............................................. 140 Figura 21. Bandeiras presentes no planisfério de André Homem .......................................... 141 Figura 22. Brasão da família Homem ..................................................................................... 143 Figura 23. Linha de Tordesilhas nos mapas da família Homem ............................................ 144 Figura 24. Linha de Tordesilhas em André e Lopo Homem .................................................. 146 Figura 25. Toponímia da costa da Terra Nova e Labrador em mapas da família Homem ..... 147 Figura 26. Detalhe da toponímia de Terra Nova e Labrador .................................................. 148 Figura 27. Continente norte americano nos mapas da família Homem .................................. 150 Figura 28. “Nova Espanha” nos mapas da família Homem ................................................... 152 Figura 29. Continente sul americano nos mapas da família Homem ..................................... 153 Figura 30. Rio Amazonas nos mapas da família Homem ...................................................... 154 Figura 31. Detalhe da toponímia do Rio Amazonas ............................................................... 155 Figura 32. Detalhe de toponímia indígena nos mapas da família Homem ............................. 156 Figura 33. Detalhe da toponímia do rio maranhão nos mapas da família Homem ................ 158 Figura 34. Detalhe da toponímia acima do Rio Maranhão ..................................................... 160 Figura 35. Detalhe da toponímia acima do Rio Amazonas em mapas da família Homem .... 161 Figura 36. Toponímia abaixo do Rio Amazonas nos mapas de André e Lopo Homem ........ 162 Figura 37. Toponímia indígena na costa brasileira no planisfério de Bartolomeu Velho (1561) ................................................................................................................................................ 163 Figura 38. Costa do Brasil em planisférios, atlas e cartas náuticas portuguesas do século XVI ................................................................................................................................................ 165 Figura 39. Posição da entrada do Rio da Prata nos mapas portugueses em relação da Linha de Tordesilhas.............................................................................................................................. 168 Figura 40. Representação da Linha de Tordesilhas em mapas espanhóis do século XVI ...... 169 Figura 41. Detalhe da toponímia ao redor dos rios no interior do continente sul americano . 170 Figura 42. Detalhe de topônimos dos rios no interior do continente nos mapas de Bartolomeu Velho e Sancho Gutiérrez ....................................................................................................... 173 Figura 43. Detalhe da posição dos rios em relação a linha do Tratado de Tordesilhas nos mapas de Bartolomeu Velho e Sancho Gutiérrez .............................................................................. 174 Figura 44. Detalhe das ilhas próximas da entrada do rio da Prata em mapas portugueses do século XVI .............................................................................................................................. 177 Figura 45. Detalhe da toponímia das ilhas próximas a entrada do Rio da Prata em mapas portugueses ............................................................................................................................. 178 Figura 46. Detalhe da posição dos rios em relação a Linha de Tordesilhas nos mapas de André Homem e Bartolomeu Velho .................................................................................................. 180 Figura 47. Detalhe das tábuas de declinação solar no planisfério de André Homem ............ 182 Figura 48. Detalhes da Tábua de declinação solar no mapa de Bartolomeu Velho (1560) .... 184 Figura 49. Tabela de declinação solar no mapa de Sebastião Lopes (1565) .......................... 186 Figura 50. Tabela de declinação solar no mapa de Fernão Vaz Dourado (1570) ................... 187 Figura 51. Detalhes da primeira tábua de declinação solar no mapa de André Homem (1559) ................................................................................................................................................ 188 Figura 52. Comparação entre tábuas de declinação solar de Francisco Faleiro e André Homem ................................................................................................................................................ 189 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Cotejo da toponímia da ilha japonesa nos mapas portugueses do século XVI ......... 40 Tabela 2. Cotejo da toponímia da Ásia em alguns mapas mundi da cartografia europeia no século XVI ................................................................................................................................ 44 Tabela 3. Brasões e bandeiras no mapa de André de acordo com sua localização e nacionalidade ................................................................................................................................................ 140 Tabela 4. Bandeiras com lua crescente pelos continentes ...................................................... 141 Tabela 5. Comparação das Tábuas de Declinação Solar de André Homem e Francisco Faleiro ................................................................................................................................................ 190 SUMÁRIO Introdução ................................................................................................................................. 16 Capítulo 1. Agentes náuticos .................................................................................................... 24 1.1. André Homem ................................................................. Erro! Indicador não definido. 1.2. Diogo Homem ................................................................................................................ 47 1.3. Antuérpia ........................................................................................................................ 57 Capítulo 2. Conflitos de preponderância nos mares do globo no século XVI ......................... 66 2.1. Diplomacia da disputa dos mares ................................................................................... 74 2.1.1. João Pereira Dantas .................................................................................................. 77 2.1.2. “Príncipe dos cosmógrafos dessa era”: André Homem enquanto agente multifacetado...................................................................................................................... 88 2.2. A Escola de Dieppe e a cartografia franco portuguesa .................................................. 95 2.2.1. Terra Nova e Labrador na cartografia franco portuguesa ...................................... 100 2.2.2. Imagens de disputa na cartografia franco portuguesa ............................................ 114 2.2.3. Outras semelhanças: a etnografia no mapa de André Homem .............................. 118 Capítulo 3. A prática de planisférios náuticos no Renascimento ........................................... 122 3.1 Dos roteiros as cartas: a produção das cartas náuticas no século XVI .......................... 124 3.1.2. A prática de mapas mundi no século XVI ............................................................. 131 3.2 Universa ac navigabilis… a construção do planisfério de 1559 ................................... 135 3.2.1. Descrição do planisfério de 1559 ........................................................................... 136 3.2.2. Linha do Tratado de Tordesilhas ........................................................................... 143 3.2.3. América do Sul em Tordesilhas ............................................................................. 153 3.2.4. Rio da Prata ............................................................................................................ 164 3.3 “Para o mar, melhor é dirigir-se pela altura do sol, que não por nenhuma estrela…”: As tábuas de declinação solar ................................................................................................... 182 Considerações finais ............................................................................................................... 192 FONTES ................................................................................................................................. 195 Mapas .................................................................................................................................. 195 Cartas ................................................................................................................................... 196 Tratados ............................................................................................................................... 198 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 199 E ao imenso e possível oceano Ensinam estas Quinas, que aqui vês, Que o mar com fim será grego ou romano: O mar sem fim é português. Fernando Pessoa 16 Introdução Esta é uma investigação sobre um cartógrafo português ainda pouco conhecido na história da cartografia portuguesa: André Homem e a produção do mapa de sua autoria, intitulado Universa ac navigabilis to / tius terrarum orbis descrip /tio, cum omnibus por /tubus, Ynsulis, fluviis, Promō /toriis, stationibus, Angulis, ac /sinibus, adicta certissima, tum / Latitudinis, tum longitudinis graduū /dimensione, ut nihil reliquum sit, quod ad / Yustum cosmographiae tractatum spectare videatur1. Trata-se de um planisfério náutico, de grandes dimensões, medindo do lado direito 151,6 cm; 152,7 cm no lado esquerdo por 297,5 cm no lado superior e 295,2 cm no lado inferior, feito em pergaminho e assinado em 1559, na Antuérpia. Uma das características da cartografia portuguesa durante o final do século XV e XVI foi sua tradição familiar2. A família Homem, a qual André era um dos membros, detinha parte da produção de planisférios e atlas náuticos que chegaram até nós na atualidade. Seus principais autores foram Lopo, Diogo e o próprio André Homem. A historiografia da cartografia portuguesa teve início, como o próprio estudo dos mapas em si, no século XIX, como uma extensão da história da geografia, definida neste momento como a história dos descobrimentos e da exploração geográfica3. Nesse momento se inicia o interesse no estudo dos mapas como documentos que poderiam ser utilizados como fonte. Pioneiro nos estudos da cartografia portuguesa em si, John Brian Harley aponta como Manuel Francisco de Barros e Sousa, o Visconde de Santarém, utilizou mapas como fontes documentais para sustentar a história dos descobrimentos e descobertas geográficas, um dos patamares do século XIX, bem como promovê-los como objetos de estudo independentes, O exemplo de Santarém também serve para destacar que os atlas de fac- símiles de mapas, geralmente considerados o ápice da história da cartografia do século XIX em diante, na verdade eram frequentemente concebidos tanto para tornar mapas antigos acessíveis para fundamentar a história da descoberta 1 Doravante Universa ac navigabilis to… André Homem (1559). Universa ac navigabilis to / tius terrarum orbis descrip /tio, cum omnibus por /tubus, Ynsulis, fluviis, Promō /toriis, stationibus, Angulis, ac /sinibus, adicta certissima, tum / Latitudinis, tum longitudinis graduū /dimensione, ut nihil reliquum sit, quod ad / Yustum cosmographiae tractatum spectare videatur. Manuscrito iluminado sobre pergaminho, 10 folhas de aproximadamente 60 x 75 cm. Biblioteca Nacional da França. 2 ALEGRIA, Maria Fernanda; DAVEAU, Suzanne; GARCIA, João Carlos; RELAÑO, Francesc. Portuguese Cartography in the Renaissance. In: WOODWARD, David (ed.). The History of Cartography: Cartography in the European Renaissance (Part 1.). v.3. Chicago: The University of Chicago Press, 2007. p. 987. 3 HARLEY, John Brian. The Map and the Development of the History of Cartography. In: HARLEY, John Brian., WOODWARD, David, (ed). The History of Cartography: Cartography in Prehistoric, Ancient, and Medieval Europe and the Mediterranean. v.1. Chicago: The University of Chicago Press, 1987. p. 12. 17 geográfica quanto para promover o estudo desses mapas como objetos históricos independentes4. (tradução nossa) Posteriormente, no século XX, o estudo da história da cartografia e a história dos descobrimentos ainda estariam vinculados, como Cortesão admitia, nos anos 60, sobre a dificuldade de desvencilhar a vasta bibliografia portuguesa relacionada aos Descobrimentos, navegação, ciência náutica e cartografia. A abordagem de Cortesão sobre a cartografia portuguesa foi biobibliográfica, como aponta Harley e que por mais importantes que fossem, suas contribuições deveriam ser vistas como matéria prima para processos de mapeamento que permanecem por trás da contribuição dos indivíduos5, ou seja, como propomos neste trabalho, a análise do contexto histórico de produção do mapa, levando em consideração os aspectos individuais de seu produtor, que neste caso tem como fonte também os trabalhos de Cortesão e Santarém. A confecção da Portugaliæ Monumenta Cartographica, em 1960, no âmbito das Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, pelo próprio Armando Cortesão e Avelino Teixeira, também surge no mesmo impulso biobibliográfico, com o sentido de disponibilizar mapas como fontes para vários campos do conhecimento. Recentemente, o capítulo presente no volume três da coletânea The History of Cartography, escrito por Maria Fernanda Alegria, Suzanne Daveau, João Carlos Garcia, e Francesc Relaño, se consagrou como importante ensaio para a História da Cartografia portuguesa, fazendo um balanço desde Santarém, reafirmando o caráter basilar da PMC, mas ainda sim, trazendo novas interpretações para a historiografia tradicional6. 4 The example of Santarem also serves to make the point that the atlases of map facsimiles which, it is usually assumed, represent the commanding heights of the history of cartography in the nineteenth century and beyond were in fact often designed as much to make early maps accessible for underpinning the history of geographical discovery as to promote the study of these maps as independent historical objects. In: HARLEY, John Brian, op cit. 1987, p. 17. 5 Ibidem. p. 18. 6 Um estudioso chave na história da navegação astronômica portuguesa foi o matemático Luís de Albuquerque, que trabalhou em uma longa tradição de especialistas, incluindo nomes como Joaquim Bensaúde, Luciano Pereira da Silva, Duarte Leite, A. Fontoura da Costa e Gago Coutinho. As iniciativas mais importantes têm sido as Reuniões Internacionais de História da Náutica e da Hidrografia, encontros científicos organizados periodicamente por Albuquerque e Max Justo Guedes, inicialmente, e realizados em Portugal e no Brasil desde o final da década de 1960. Não existe uma revista dedicada exclusivamente à cartografia portuguesa antiga. Artigos sobre o tema aparecem em periódicos universitários (Biblos e Revista da Faculdade de Letras), em publicações de centros de pesquisa (Studia e Finisterra) e em revistas de instituições públicas ou privadas (Cartografia e Cadastro, Revista Militar, Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, Mare Liberum e Oceanos). Os principais grupos de publicações cartográficas são as séries Separatas e Memórias do Centro de Estudos de Cartografia Antiga (hoje Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga) do Instituto de Investigação Científica Tropical. Existem cerca de 250 Separatas publicadas desde 1961 e mais de duas dúzias de Memórias desde 1963. O Centro de Estudos funcionou com duas seções, uma em Lisboa e outra em Coimbra, dirigidas por Teixeira da Mota e Cortesão, cujo trabalho foi continuado por Albuquerque e Maria Emília Santos. In: ALEGRIA, et. al., op. cit. 2007. p. 976-977. 18 Como Alegria et. al. mencionam, o estudo cartografia portuguesa sempre esteve ligado à ciência náutica, logo, recentemente uma abordagem sobre a origem, construção e utilização das cartas portulano vem sendo foco de Joaquim Alves Gaspar7. Apesar do escopo incorporar aspectos técnicos e não necessariamente apenas de cartas portuguesas, estes estudos são essenciais para a compreensão da base da cartografia portuguesa do século XVI, feitas para ornamentação, mas construídas com a lógica da navegação. Apesar disso, de modo geral, a história da cartografia ou da ciência portuguesa na época moderna não realizou um interrogatório do planisfério de 1559 à luz das questões de seu tempo e não investigou o seu processo de produção. O tema desta dissertação de mestrado nasceu justamente vinculado à inquietação sobre o contexto de produção do planisfério de André e consequentemente, suas dinâmicas individuais como um técnico náutico do período. Ao longo da pesquisa fui descobrindo a trajetória e rede de contatos formada por este cartógrafo na Europa, nomeadamente, Antuérpia, Inglaterra e França e como elas interferiram em sua produção cartográfica. As questões que se colocaram sobre este artefato técnico estão diretamente relacionadas com a metodologia da História Social da Cartografia, que entende o mapa como uma produção cultural do homem, em seu tempo e espaço, ou seja, dentro de um determinado contexto que condiciona sua produção8. A produção de John Brian Harley9 tem importância fundamental pois são pioneiras no campo, questionando a neutralidade do mapa, Depois da pergunta “Porquê?”, talvez a pergunta mais importante que devamos fazer relativamente a um mapa inicial seja “Como foi feito?”. Esta pode ser a chave mestra para sua confiabilidade. Aqui, também, o historiador de mapas com conhecimento especial no desenvolvimento de técnicas de elaboração de mapas pode dar uma contribuição particular à interpretação histórica. É também um aspecto da avaliação que pode ser abordado com um sistema simples. O objetivo pode ser reconstruir cada etapa da elaboração do mapa, tentando avaliar a sua contribuição para a validade do produto final. Isto envolve a consideração de técnicas específicas de levantamento, desenho, gravação e impressão, embora, é claro, nem todos os mapas estivessem sujeitos a todas as etapas. Um problema é que a evidência externa que nos 7 O grupo de pesquisa Medea-Chart, coordenado por Joaquim Alves Gaspar, foi responsável pelo desenvolvimento da base de dados Medea-Chart Data Base, responsável por agrupar mapas náuticos com informações primárias e link para seus respectivos repositórios. Link de acesso: https://medea.fc.ul.pt/main 8 FURTADO, Júnia Ferreira. Oráculos da Geografia Iluminista: Dom Luís da Cunha e Jean-Baptiste Bourguignon D'Anville na construção da cartografia do Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. p. 22. 9 HARLEY, John Brian. The New Nature of the Maps: Essays in the History of Cartography. The John Hopkins University Press, USA, 2001., Idem. The Evaluation of Early Maps: Towards a Methodology. In: Imago Mundi. v. 22, pp. 62-74, 1968.; Idem. The Map and the Development of the History of Cartography. In: Idem., WOODWARD, David, (ed). The History of Cartography: Cartography in Prehistoric, Ancient, and Medieval Europe and the Mediterranean. v.1. Chicago: The University of Chicago Press, 1987. https://medea.fc.ul.pt/main 19 informa sobre estes aspectos técnicos (como os próprios mapas) tem um valor histórico diferente10. (tradução nossa) Compreender o processo de produção não só da imagem, mas dos produtos cartográficos analisados nesta pesquisa, são os alicerces das questões feitas às fontes, portanto toda sua metodologia parte deste princípio. O planisfério de André Homem é entendido aqui, no sentido mencionado por Matthew Edney, por um mapeamento que envolveu uma série de práticas multifacetadas relacionadas ao contexto no qual o mapa foi produzido. Um ethos histórico exige que todos nós compreendamos o mapeamento como um conjunto multifacetado de práticas relacionadas, cujas inúmeras formas foram obscurecidas por um ideal do século XIX (Edney 2012). Não devemos aceitar que a “cartografia esteja morta” (Wood 2003), mas que ela nunca existiu. Em vez de um suposto esforço universal que determina o pensamento espacial e que expressa inelutavelmente o poder jurídico centrado no Estado, podemos estudar os vários modos de práticas de mapeamento, cada parte dos discursos espaciais diferenciada pelas suas várias concepções espaciais11. (tradução nossa) Nesse sentido, ao longo da investigação, o contexto e biografia de André Homem andaram lado a lado aos aspectos técnicos de seu processo de mapeamento que resultou no planisfério de 1559. David Woodward, comenta sobre a importância dos estudos biográficos para a análise dos processos de produção de mapas antigos, Para poder interpretar o conteúdo de um mapa inicial, é preciso vê-lo como o resultado final de uma série de etapas do processo cartográfico. Precisamos entender o pessoal, na coluna um, e como eles trabalharam no seu contexto histórico. Podemos aprender isso com estudos biográficos. Embora muitos dos trabalhos gerais na história da cartografia enfatizem os aspectos biográficos, há uma surpreendente falta de uma boa biografia, que deveria relacionar o 10 After the question 'Why?', perhaps the most important question we must ask of an early map is 'How was it made?'. This may be the master key to its reliability. Here, too, the map historian with special knowledge of the development of techniques of map-making can make a particular contribution to historical interpretation. It is also an aspect of evaluation which can be approached with a straightforward system. The aim can be to reconstruct each stage in map-making, trying to assess its contribution to the validity of the end product. This involves a consideration of specific techniques of surveying, drafting, and engraving and printing, though of course every map was not subject to all stages. One problem is that the external evidence which informs us about these technical aspects (as the maps themselves) is of differing historical value. In: HARLEY, John Brian. op. cit. 1968. p. 70. 11 A historical ethos requires all of us to understand mapping as a multifaceted set of related practices whose myriad forms have been obscured by a nineteenth-century ideal (Edney 2012). We must accept not that 'cartography is dead' (Wood 2003) but that it never existed. Instead of a supposed universal endeavour that determines spatial thought and that ineluctably expresses state-focused, juridical power, we can study the several modes of mapping practices, each part of spatial discourses differentiated by their various spatial conceptions. In: EDNEY, Matthew H. Cartography and Its Discontents. In: Cartographica: The International Journal for Geographic Information and Geovisualization, Volume 50, Number 1, Spring 2015, p. 12. 20 indivíduo aos processos pelos quais ele moldou e selecionou informações para representação cartográfica12. (tradução nossa) Assim, o trabalho buscou interpretar elementos morfológicos do planisfério de André Homem, aliados a informações presentes na historiografia da cartografia portuguesa sobre sua biografia, com especial atenção ao artigo de Léon Bourdon, único ao tentar traçar o itinerário do cartógrafo português, desde sua saída de Portugal, até as últimas aparições de André nas correspondências dos embaixadores ao final do século XVI. Bourdon inovou na medida em que relaciona o cartógrafo às complexas dinâmicas das coroas portuguesa, espanhola, francesa e inglesa nas disputas expansionistas no Atlântico do período. O artigo de Bourdon foi na verdade uma extensão de seus estudos sobre agentes técnicos portugueses que atuavam fora de Portugal, que teve notícias através da já comentada correspondência diplomática das coroas envolvidas na Expansão. Luís de Matos também trabalha com o tema, mas explorando os agentes presentes na França durante o século XVI13. Entretanto, ambos trabalhos não têm o planisfério de 1559 como peça aliada aos caminhos que André Homem tomou desde que saiu de Portugal, tal como propõe a metodologia aplicada neste trabalho. A partir dessa abordagem, tanto mapa como cartógrafo se inserem em cenários que se relacionam em seu processo de confecção, que possuem em um primeiro momento o objetivo em comum com seu destinatário. A maioria dos cartógrafos é silenciosa sobre seu trabalho; os motivos podem estar camuflados pelo formato ou convenção, e uma pesquisa meticulosa é necessária para revelar propósitos (e usos) inesperados para mapas antigos. [...] Em muitos mapas, o objetivo do cartógrafo era múltiplo, e não singular. O historiador pode ter que se contentar em identificar a intenção dominante e, talvez, classificar mapas antigos de acordo com a precisão com que ela é definida14. (tradução nossa) 12 To be able to interpret the content of an early map, one has to view it as the end result of a number of stages in the cartographic process. We need to understand the personnel, in column one, and how they worked in their historical context. This we can learn from biographical studies. Although many of the general works in the history of cartography stress the biographical aspects there is a surprising lack of good biography, which should relate the individual to the processes by which he shaped and selected information for cartographic representation. In: WOODWARD, David. The Study of the History of Cartography: A Suggested Framework, The American Cartographer, 1:2, 101-115, 1974. p. 110-111. 13 MATOS, Luís de. Les Portugais en France au XVI siècle: Etudes et documents. Acta Universitatis Conimbrigensis, 1952. 14 Most cartographers are silent about their work; motives may be camouflaged by format or convention, and painstaking research needed to reveal unsuspected purposes (and uses) for early maps. [...] in many maps the purpose of the cartographer was multiple rather than single. The historian may have to be satisfied with identifying the dominant intention, and perhaps classify early maps according to the precision with which this is defined. In: HARLEY, John Brian, op. cit. 1968. p. 68. 21 Nessa perspectiva, o capítulo um se ocupou de uma análise mais ampla da ação dos agentes técnicos portugueses no exterior, que auxiliou na interpretação de muitas de suas decisões que se manifestaram como características próprias desses indivíduos, que se mostraram multifacetados, em diversas situações próprias das dinâmicas de preponderância marítima no Atlântico. Teve como objetivo também analisar aspectos da trajetória de André Homem, reunindo e interpretando as informações existentes na historiografia sobre este cartógrafo, explorando também a trajetória de seu irmão, Diogo Homem, inferindo se houve um contato após a saída de ambos de Portugal. O desenvolvimento do processo de produção de seu mapa na Antuérpia, nos levou a inferir sobre uma possível origem judaica ou cristã nova de André Homem, relacionada à comunidade sefardita portuguesa nos Países Baixos após expulsão da Península em fins do século XV, ou também, que o cartógrafo pudesse estar relacionado a uma prática de mecenato da própria comunidade. No capítulo dois o foco da análise passa para o contexto histórico no qual o planisfério de 1559 foi produzido. Levando em consideração que André planejava entregar o mapa como presente para algum dos membros da corte francesa ligados a empreitada de contestação da hegemonia ibérica no Atlântico, são discutidas as políticas de crítica ao Mare Clausum ibérico, iniciadas por Francisco I da dinastia dos Valois. Entendendo que a diplomacia desempenhou um papel crucial tanto nas informações que obtemos sobre os agentes, quanto no próprio curso que certos acontecimentos tomaram, por serem sujeitos treinados não só para obter informações, mas também para formular estratégias, acordos, etc., de maneira a defender os interesses de seu respectivo monarca, a atuação de João Pereira Dantas, embaixador português na França durante algumas das investidas francesas em busca da quebra do monopólio ibérico no Atlântico, teve destaque neste capítulo, trazendo a tona aspectos sobre a espionagem praticada por André, suas iniciativas na Inglaterra e quais as ações e estratégias tomadas por Dantas para conter - ou não - os agentes técnicos na França e na Inglaterra. Ainda no capítulo dois, a ligação com a política interna da União Ibérica, graças a sua associação com o Dom Antonio, Prior do Crato e posterior contato com Richard Hakluyt, e principalmente, a indicação do embaixador francês em Portugal, Jean Nicot de um mapa da França, feito por André “à moda dos do mar”, aprofundam a discussão sobre a complexidade da figura de André, na medida que amplia sua rede de contatos na Europa para a cartografia tida como “erudita”, indicando outros públicos para além daqueles envolvidos nas disputas de Expansão em si. 22 Seguindo, a produção da chamada cartografia normanda é discutida e cotejada em conjunto com a análise do planisfério de André Homem e Diogo Homem, buscando semelhanças e interlocuções entre os dois tipos de produção, iniciando aqui a investigação mais aprofundada sobre o planisfério de 1559 em si. As aproximações ou não destacadas na região de Terra Nova e Labrador mostraram corroborar com o conceito de cartografia franco portuguesa apontada por Henry Harrisse, onde apesar da predominância da influência portuguesa nos mapas dos franceses estar evidente, portugueses também beberam das características dessa região nos mapas franceses. Por fim, características iconográficas em ambas cartografias são salientadas de modo a reforçar uma possível influência, no que diz respeito às indicações de contestação no Atlântico. No terceiro capítulo foram abordadas as questões referentes às técnicas de produção do planisfério náutico de André Homem, compreendendo seu processo de produção como uma prática que teve como base técnicas diretamente ligadas à navegação, mas que no caso dos planisférios e atlas produzidos à “moda” das cartas de navegar, que tinham como objetivo presentear e ornamentar, dispuseram de elementos particulares de cada cartógrafo de acordo com suas particularidades, geralmente ligadas ao seu destinatário. Em um primeiro momento, é exposto ao leitor a história do desenvolvimento da navegação portuguesa desde o Mediterrâneo até o Atlântico, com destaque para a transposição dos roteiros dos pilotos para a carta portulano, que viria ser base para a construção dos planisférios e atlas do século XVI que chegaram até nós. Com essa base, a cartografia portuguesa desenvolveu cartas que representam o mundo, como planisférios e atlas, mas que não teriam como finalidade a navegação. Seus objetivos giravam em torno da ornamentação, presentes ou encomendas, ou seja, estariam diretamente relacionados com questões de contexto de produção e trajetória de seu próprio cartógrafo. Para tais observações, a classificação dos mapas analisados por gêneros cartográficos, orientada pelo artigo de Carla Lois15, foi imprescindível para entender as características reunidas pela carta de André Homem, a ponto de classificá-la em um gênero e a partir daí identificar outros que seriam mais pertinentes para serem cotejados. O artigo desenvolvido por Jordana Dym e Carla Lois16, ressalta a premissa de que o mapa não é um documento isolado, e abordam o caso das cartas que se encontram dentro de livros, recorrente no século XVI, foco de análise também da 15 LOIS, Carla. El mapa, los mapas: Propuestas metodológicas para abordar la pluralidad y la inestabilidad de la imagen cartográfica. Geograficando, 11 (1). En Memoria Académica. 2015, v. 11, n. 1. 16 DYM, Jordana, LOIS, Carla. Bound images: maps, books, and reading in material and digital contexts, Word & Image, 37:2, 119-141, 2021. 23 pesquisa, dada a incidência de atlas náuticos, principalmente na cartografia normanda tratada aqui. Posteriormente segue uma descrição do mapa de André, e seu cotejo com mapas de sua família, mas também de mapas da cartografia portuguesa e espanhola, acerca das regiões no entorno do traçado de Tordesilhas, com destaque para América do Sul e Rio da Prata. Ao final do capítulo três, são discutidas as tábuas de declinação solar de André. Neste trabalho, as tábuas são preliminarmente datadas para o quadriênio de 1529-1532, e pelo que tudo indica foram copiadas por André das tábuas presentes no Tratado del Esphera y del Arte de Marear (1535), de Francisco Faleiro, de mesmo quadriênio. 192 Considerações finais Este trabalho teve como objetivo analisar o processo de produção do planisfério do cartógrafo português André Homem, assinado na Antuérpia em 1559. Para tanto, o mapa foi analisado em paralelo à trajetória e dinâmicas de seu cartógrafo, que teve passagens - conhecidas - por Portugal, Antuérpia, França e Inglaterra, criando uma rede de contatos diversificada que envolveu atores diretamente ligados ao contexto de disputas expansionistas europeias no Atlântico do século XVI. O primeiro passo foi entender as dinâmicas dos agentes náuticos portugueses, que por fim, acabaram atuando como transmissores de conhecimento técnicos relativos à navegação. A coroa portuguesa buscou reintegrar esses agentes em Portugal, em uma extensão das políticas de manutenção do monopólio no Atlântico, através da diplomacia. A colaboração com a coroa espanhola ocorreu no mesmo sentido de controlar estes agentes, como observado no capítulo sobre o embaixador João Pereira Dantas. Ainda assim, esses peritos, ao que tudo indica, possuíam consciência de seu valor e de como poderiam se utilizar de sua técnica para seus interesses individuais. André entrou nessa conjuntura, na medida em que sua trajetória de vida indicou tais características. Sua saída de Portugal, discutida em conjunto com sua representação do Japão, em cotejos com demais mapas portugueses, mostram que talvez André teria como foco um público erudito em sua cartografia, da tradição de mapas mundi baseados em Ptolomeu, ou até mesmo poderia indicar um contato de André Homem com esta cartografia. Ainda, é possível que André tenha atuado com seus irmãos Tomé e Antônio em uma espécie de oficina cartográfica, e estes tenham participado do processo de produção do planisfério de 1559. Dada a proximidade de Diogo nesse período, apesar de não haver fontes que apontem uma comunicação entre os irmãos, também é possível inferir que ambos entraram em contato em algum momento do período vasto de sua produção cartográfica. Outro ponto essencial na trajetória de André foi sua ida para a Antuérpia. Conforme foi exposto, esta ação pode estar diretamente relacionada com a comunidade sefardita presente nos Países Baixos após a introdução de fato do Tribunal do Santo Ofício em 1536 em Portugal. Nesse sentido, é possível fazer algumas conjecturas. Em primeiro lugar, André pode ter tido origem judaica ou cristã nova, na medida em que observamos seu sobrenome em estudos sobre a Inquisição, portanto saiu de Portugal e buscou refúgio junto a esta comunidade. Uma segunda possibilidade gira em torno do mecenato praticado pela Nação Portuguesa na Antuérpia, na 193 medida que Veiga Frade nos aponta o inventário das famílias como meio para alcançar as fontes do patrocínio a artistas e possivelmente cartógrafos. É possível também que ainda na Antuérpia, Dantas soube ou da ida de André para França ou até mesmo de detalhes de sua estadia, já que o feitor, que também acumulava a função de diplomata, Rui Mendes fazia parte da rede de informantes do embaixador português, que no ano posterior da produção do planisfério de 1559, já tem André em sua casa. Dantas precisava da rede de contatos, na medida em que lidava diretamente com os chamados “conflitos de preponderância” no século XVI, onde a contestação do Atlântico que se inicia com Francisco I, buscou nesse momento a quebra do monopólio ibérico no Atlântico, que seguiam as criticadas políticas de Mare Clausum. A diplomacia teve papel principal, como conseguimos observar ao longo do capítulo dois, nos episódios descritos na correspondência diplomática. Eram responsáveis pela obtenção de informações e faziam através de espionagem, oriunda de sua já citada, rede de contatos. João Pereira Dantas surge nesse contexto como um importante articulador na defesa dos interesses portugueses no Atlântico. Nesse sentido, o envolvimento de André com a escola de Dieppe, que se manifesta em seu planisfério faria sentido, na medida em que as semelhanças entre os mapas estão justamente na forma da América do Norte. Os dados apresentados no capítulo dois, mostram o alto fluxo de informações referentes à ciência náutica e de agentes pela Europa, e como a Espanha estaria muito bem informada sobre as ações francesas e inglesas, na medida em que colaboraram com Portugal na defesa de sua prioridade no Atlântico. Nesse sentido, as informações sobre o mapa da França que André teria feito a pedido do embaixador espanhol, para além de fazer parte da colaboração das coroas ibéricas, atenta para a complexidade de André como agente técnico. Sobre a prática de mapas mundi no século XVI, o caráter técnico da cartografia portuguesa, teve sua origem nos roteiros de navegação no Mediterrâneo e sua adaptação de acordo com as viagens portuguesas ao longo da costa africana no final do século XV. Os mapas do mundo como o de André e outros que chegaram até nós preservados não foram feitos de fato para a navegação, por mais que apresentassem a mesma base de construção. Isto posto, podemos inferir que a construção dessas cartas envolveu dinâmicas próprias dos agentes individuais que as produziram, mas sem deixar a base das cartas feitas “à moda de navegar”. Ainda no capítulo três, o cotejo dos mapas da família Homem entre si, somados à cartografia portuguesa e espanhola demonstrou que a base de André se solidificou na tradição de sua família e na própria cartografia portuguesa. Entretanto, algumas diferenças pontuais 194 tiveram relação direta com sua característica como agente multifacetado, na forma de topônimos, como é o caso do Mare Ynventum per Paramantiel, a nomeação do Japão e outros casos já mencionados acima. Apesar disso, uma análise mais aprofundada da toponímia do continente americano no mapa de André é necessária, juntamente com um cotejo com suas possíveis fontes, como relatos e roteiros de viagem. A ampliação do escopo para as demais regiões dos mapas também é necessária, já que o foco neste trabalho foi o Atlântico. Por fim, as tábuas de declinação foram - pelo que tudo indica - pela primeira vez analisadas aqui. Na comparação com as tábuas de Francisco Faleiro, podemos acreditar que André as copiou para o planisfério de 1559, tanto pelos valores comparados lado a lado, quanto pela datação, que resultou no mesmo quadriênio de Francisco Faleiro, 1529-1532. Assim, o entendimento de André como agente multifacetado, que se baseou em sua técnica para se manter relevante como cartógrafo europeu nas cortes europeias que estariam nesse momento diretamente relacionadas com a expansão marítima no Atlântico, se mostrou essencial para uma análise mais completa de seu mapa. Suas intenções ao produzir o planisfério seriam demonstrar ao seu destinatário o potencial de cartógrafo português, que dominava as técnicas náuticas caras neste momento não somente na França, mas em toda a Europa. 195 FONTES Mapas [Diogo Ribeiro], Castiglione, Planisfério náutico, 1525. Biblioteca Estense Universitaria. Disponível em: https://medea.fc.ul.pt/view/chart/20 [Nuño García de Toreno], Salviati, Planisfério náutico, 1525. Biblioteca Medicea Laurenziana. Disponível em: https://medea.fc.ul.pt/view/chart/47 ANÔNIMO, Atlas Vallard, Atlas náutico, 1547. The Huntington Library. Disponível em https://medea.fc.ul.pt/view/atlas/60 DESCELIERS, Pierre. Planisfério náutico, 1550. 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