RESSALVA Atendendo solicitação do(a) autor(a), o texto completo desta dissertação será disponibilizado somente a partir de 15/02/2025. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE MEDICINA Andréa Cibele Roque Navegação de pacientes oncológicos: benefícios e desafios para a prática de enfermeiros assistenciais Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Enfermagem Orientadora: Profª Associada Regina Célia Popim Coorientadora: Profª Drª Ivana Regina Gonçalves Botucatu 2023 Andréa Cibele Roque Navegação de pacientes oncológicos: benefícios e desafios para a prática de enfermeiros assistenciais Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Enfermagem Orientadora: Profª Associada Regina Célia Popim Coorientadora: Profª Drª Ivana Regina Gonçalves Botucatu 2023 Andréa Cibele Roque Navegação de pacientes oncológicos: benefícios e desafios para a prática de enfermeiros assistenciais Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestre em Enfermagem Orientadora: Profª Associada Regina Célia Popim Coorientadora: Profª Drª Ivana Regina Gonçalves Comissão examinadora: Profa. Dra. Regina Célia Popim Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Profa. Dra. Vera Lúcia Pamplona Tonete Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Prof(a) Dr(a) Pérola Liciana Baptista Cruz e Silva Faculdades Integradas de Jaú Botucatu, 15 de fevereiro de 2023. AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Aos meus pais, Francisco (in memoriam) e Aparecida, que muitas vezes se doaram e renunciaram aos seus sonhos para que eu pudesse realizar os meus. Sempre me conduziram a agir com respeito, honestidade, dignidade, empatia e amor ao próximo. A vocês meu imensurável amor. Meu agradecimento pela estrutura sólida que me propiciaram...Obrigada! À Regina Popim, minha orientadora, que acreditou em mim e me mostrou outros tantos caminhos. Obrigada pelo apoio, atenção e principalmente pela oportunidade da realização deste trabalho. Serei eternamente grata! À Ivana Gonçalves, minha coorientadora, por acreditar em mim desde a graduação, pela ajuda fundamental no desenvolvimento desse trabalho, pelo incentivo, motivação, orientação, compreensão e, acima de tudo, por sua amizade. Muito obrigada! AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus e a Nossa Senhora por me darem a vida e me fazer ser forte mesmo diante das dificuldades, guiando e conduzindo pelo melhor caminho. Ao Reinaldo, meu eterno agradecimento e amor, por sempre acreditar e apoiar meus sonhos e objetivos. Obrigada por sempre estar ao meu lado e por nunca me desamparar. Os momentos de desânimo, angústia, cansaço, das ausências, superam esse momento. Obrigada! Te amo! À minha sobrinha Francine, por representar constante incentivo no alcance dos meus objetivos. Você é umas das razões por eu sempre querer mais... Aos meus irmãos, Leandro e Alessandra, pelo amor, amizade e carinho de sempre. À todos os funcionários do Ambulatório de Oncologia pelo apreço, profissionalismo e empatia que depositaram em mim. Meu muito obrigada! À todos meus parceiros de trabalho que entenderam minha ausência, e contribuíram para a formalização deste sonho. Obrigada! Contem sempre comigo. RESUMO ROQUE, Andréa Cibele. Navegação de pacientes oncológicos: benefícios e desafios para a prática de enfermeiros assistenciais. 2022. 70f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2022. Introdução: o primeiro programa de navegação de pacientes foi desenvolvido em 1990, no Harlem, Nova York, pelo médico estadunidense Harold Freeman, surgindo a figura do enfermeiro navegador, como profissional indicado para assegurar o continuum da assistência, junto à equipe multidisciplinar. Objetivo geral: apreender os benefícios e os desafios para a prática de enfermeiros assistenciais na navegação de pacientes oncológicos. Métodos: realizou-se, inicialmente, revisão de literatura que objetivou analisar pesquisas que adotaram como objeto de estudo os benefícios do programa navegação de pacientes e a assistência de enfermagem em serviços de oncologia, utilizando a estratégia PICO para a elaboração da pergunta a ser respondida pela literatura: “Quais benefícios a navegação de pacientes contribui para melhoria e qualidade da assistência de enfermagem abordados pela literatura científica?”. Foram buscados artigos publicados em periódicos na modalidade open acess, em periódicos incluídos nas bases de dados LILACS, Medline, IBECS, BDENF e SCIELO, entre 2015 e 2020, sendo os resultados sistematizados com o apoio do software Rayyan Systems Inc. Com base nos achados dessa revisão, foi realizado estudo de abordagem qualitativa, conduzido após aprovação por comitê de ética em pesquisa local, que contou com a participação de seis enfermeiros assistenciais atuantes em ambulatório de oncologia de um hospital público do interior paulista. A análise dos depoimentos, coletados por entrevistas semiestruturadas, foi realizada por meio de técnicas de análise de conteúdo, vertente temática, segundo Bardin, considerando os nove princípios da navegação de pacientes oncológicos de Harold Freeman. Resultados: a revisão integrativa de 11 artigos permitiu sistematizar os benefícios relativos à inserção do programa de navegação de pacientes e da enfermagem em serviços de oncologia em três categorias: reestruturação da assistência, buscando padronização e diretrizes; agilidade no tratamento; e empoderamento da família/cliente no seguimento dos processos/tratamentos. A literatura revisada mostrou promissores benefícios ao cliente/família e à instituição, além da agilidade nos processos inerentes ao tratamento. O segundo estudo, que teve como objetivo: Compreender experiências de enfermeiros assistenciais segundo os princípios da navegação de pacientes oncológicos propostos por Harold Freeman, possibilitou sistematizar cinco categorias no atendimento aos pacientes: fluidez na assistência; integração entre as equipes; vínculo com pacientes, seus familiares e os enfermeiros; delimitação de competências dos enfermeiros assistenciais na navegação de pacientes oncológicos; e valorização e facilidades no treinamento das equipes. Considerações finais: a revisão integrativa de literatura revelou a importância dos enfermeiros navegadores de paciente oncológicos, tanto para os próprios pacientes e suas famílias, quanto para a organização da assistência prestadas a eles. Em complementação, o segundo estudo permitiu considerar que, mesmo sem especialização específica e sem implantação institucional do programa de navegação de pacientes oncológicos, os enfermeiros têm seguido alguns dos princípios propostos por Harold Freeman, contribuindo para a qualificação dos cuidados prestados. Espera-se que esses estudos ressaltem a importância da atuação de enfermeiros navegadores em oncologia e estimulem esses e demais profissionais envolvidos com essa assistência, a implementarem, institucionalmente, programa de navegação de pacientes com câncer. Palavras-chave: Navegação de pacientes; Enfermagem; Oncologia; Pesquisa Qualitativa. ABSTRACT ROQUE, Andrea Cibele. Navigation of cancer patients: benefits and challenges for the practice of clinical nurses. 2022. 70f. Dissertation (Master’s in Nursing) - Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2022. Introduction: the first patient navigation program was developed in 1990, in Harlem, New York, by the American physician Harold Freeman, with the emergence of the navigator nurse as a professional indicated to ensure the continuum of care, along with the multidisciplinary team. Objective: to learn the benefits and challenges for the practice of clinical nurses in the navigation of cancer patients. Methods: First of all, a literature review was carried out with the aim of analyzing studies that adopted as an object of study the benefits of the patient navigation program and nursing care in oncology services, using the PICO strategy for the elaboration of the question to be answered by the literature: “What benefits does patient navigation contribute to the improvement and quality of nursing care addressed by the scientific literature?”. Articles published in journals in the open access modality, in journals included in the LILACS, Medline, IBECS, BDENF and SCIELO databases, between 2015 and 2020, were searched, and the results were systematized with the support of the software Rayyan Systems Inc. Based on the findings of this review, a study with a qualitative approach was carried out, conducted after approval by the local research ethics committee, with the participation of six clinical nurses working in an oncology outpatient clinic of a public hospital in the countryside of São Paulo. The analysis of the testimonies, collected through semi-structured interviews, was carried out using content analysis techniques, thematic approach, according to Bardin, considering Harold Freeman's nine principles of navigation for cancer patients. Results: the integrative review of 11 articles allowed systematizing the benefits related to the insertion of the patient and nursing navigation program in oncology services into three categories: restructuring of care, seeking standardization and guidelines; agility in the treatment; and empowerment of the family/client following the processes/treatments. The reviewed literature showed promising benefits for the client/family and the institution, and the agility in the processes inherent to the treatment as well. The second study, which aimed to: Understand the experiences of clinical nurses according to the principles of navigation for cancer patients proposed by Harold Freeman, made it possible to systematize five categories in patient care: fluidity in care; integration between teams; bond with patients, their families and nurses; delimitation of competences of clinical nurses in navigating cancer patients; and valuation and facilities in the training of teams. Final considerations: the integrative literature review revealed the importance of oncology patient navigator nurses, both for the patients themselves and their families, and for the organization of care provided to them. In addition, the second study allowed us to consider that, even without specific specialization and without institutional implementation of the navigation program for cancer patients, nurses have followed some of the principles proposed by Harold Freeman, contributing to the qualification of the care provided. It is expected d that these studies highlight the importance of the role of navigator nurses in oncology and encourage these and other professionals involved with this assistance to institutionally implement a navigation program for cancer patients. Keywords: Patient navigation; Nursing; Oncology; Qualitative research. LISTA DE QUADROS Artigo I Quadro 1 - Descrição da estratégia PICO. Botucatu - SP, 2021 .......................... 22 Quadro 2 - Descrição da estratégia de busca PICO. Botucatu – SP, 2021 .......... 22 Quadro 3 - Estratégia de busca em bases de dados. Botucatu - SP, 2021 ......... 23 Quadro 4 -Descrição dos manuscritos selecionados conforme autor/ano, título objetivo, método e principais achados. Botucatu - SP, 2021 .............. 24 Quadro 5 -Descrição dos artigos selecionados conforme objetivo, método e resultados. Botucatu - SP, 2021 ............................................................ 25 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ANS Agência Nacional de Saúde Suplementar CACOM Centros de Alta Complexidade em Oncologia COREQ Critérios Consolidados para Relatos de Pesquisa Qualitativa EANN Escala de Avaliação das Necessidades de Navegação FAMESP Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar FCMBB Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu HCFMB Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu HEBO Hospital Estadual Botucatu MS Ministério da Saúde NP Navegação de Pacientes OMS Organização Mundial da Saúde PCA Pesquisa Convergente Assistencial SUS Sistema Único de Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UICC União Internacional para o Controle do Câncer UNESP Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13 2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 18 3 RESULTADOS .................................................................................................... 19 3.1 ARTIGO I - Benefícios do programa de navegação de pacientes e assistência de enfermagem em oncologia: revisão integrativa ................... 20 3.2 ARTIGO II - Experiências de enfermeiros assistenciais: aproximações aos princípios da navegação de pacientes oncológicos. .................................... 34 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 55 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 56 ANEXO ................................................................................................................ 61 ANEXO 1 – Parecer consubstanciado do Comitê de Ética e Pesquisa ......... 62 APÊNDICES ........................................................................................................ 67 APÊNDICE 1 – Folha de caracterização do participante ................................. 68 APÊNDICE 2 –Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................ 69 APÊNDICE 3 – Nove princípios da navegação de pacientes .......................... 70 1 INTRODUÇÃO 13 Roque AC et al 2022 1 INTRODUÇÃO O câncer é a segunda causa de morte no mundo, sendo considerado, nos países desenvolvidos, um problema de saúde pública1. No continente americano, o câncer é a segunda causa principal de mortes, estimando-se que, em 2020, aproximadamente 1,4 milhão de pessoas faleceram devido a essa doença, e quatro milhões receberam o diagnóstico. Em relação à faixa etária atingida, tanto por diagnóstico quanto por morte, respectivamente, 57% e 47% das pessoas tinham menos de 69 anos de idade2. No Brasil, houve 522.212 novos casos em 2020, com aproximadamente 206.000 mortes, e estima-se que, para as próximas décadas, o impacto dessa doença na população mundial gere um aumento de quase 47% em relação aos números de 2020. Essa projeção reflete o aumento no número de idosos, o crescimento populacional, o acentuado predomínio dos fatores de risco, o diagnóstico tardio e a dificuldade de acesso aos tratamentos3. Com uma iniciativa global da União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) e o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), a data de quatro de fevereiro emerge objetivando realizar ações de combate à doença e promover conscientização, na esfera mundial, acerca do tema. Mesmo com tais medidas, para o triênio de 2020-2022 são estimados 625.000 novos casos por ano, preocupando as organizações de saúde4. Medidas para o enfrentamento dessa doença no país advêm de décadas atrás e as primeiras iniciativas do Ministério da Saúde (MS) para enfrentar, de forma organizada, a crescente demanda por tratamento de câncer no Brasil surgiram em 1993. Em 1998, a Portaria nº 3.535, da Secretaria de Assistência à Saúde, garantiu o atendimento integral às pessoas acometidas por neoplasias malignas e estabeleceu uma rede hierarquizada de Centros de Alta Complexidade em Oncologia (CACOM), como também atualizou os critérios para seu cadastramento. E, em 2005, surgiu a Portaria nº 2.439, que inovou a abordagem às neoplasias ao decretar o conceito do câncer como um problema de saúde púbica e ao mobilizar as bases para uma ampla Política Nacional de Atenção Oncológica5. Em 2013, o MS lançou a Portaria nº 814, que instituiu a Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de 14 Roque AC et al 2022 reduzir a mortalidade e a incapacidade causadas por essa doença e, ainda, possibilitar a diminuição da incidência de alguns tipos de câncer, bem como contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos usuários com a patologia, por meio de ações de promoção, prevenção, detecção precoce, tratamento oportuno e cuidados paliativos6. Em seguida, em 2014, a Portaria nº 140 foi publicada e redefiniu os critérios e parâmetros para organização, planejamento, monitoramento, controle e avaliação dos estabelecimentos de saúde habilitados na atenção especializada em oncologia e definiu as condições estruturais, de funcionamento e de recursos humanos para a habilitação desses estabelecimentos no âmbito do SUS7. O projeto OncoRede foi lançado em 2016, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), visando a reorganização da rede de atenção oncológica. A proposta busca a melhoria da qualidade do cuidado em saúde, de modo a induzir a implementação de um sistema de cuidado coordenado, efetivo e resolutivo que propicie a redução do tempo médio entre o diagnóstico e o início do tratamento do paciente oncológico, a partir do diagnóstico precoce. O projeto enfatiza a necessidade de articular toda a rede de cuidados e de organizar melhor a transição entre o diagnóstico e o tratamento, colocando em debate estratégias para reorganizar essa rede de cuidado integral em oncologia e, principalmente, trazendo o paciente para o centro do sistema e do cuidado8. A implementação de programas de navegação de pacientes, com a proposição do profissional navegador de paciente, surge como uma das principais estratégias para reorganização do modelo de atenção ao câncer. O papel principal desse profissional consiste em ajudar o paciente a “navegar” pelo percurso assistencial da linha de cuidado, guiando-o e “navegando-o” durante todo o tratamento, de forma a eliminar toda e qualquer barreira que possa prejudicar o sucesso da terapia, facilitando e monitorando seu tratamento e os pontos de dificuldades8. As primeiras iniciativas com o programa Navegação de Pacientes (NP) voltaram-se a melhorar os resultados em populações vulneráveis, eliminando barreiras ao diagnóstico e tratamento oportunos para o câncer e outras doenças crônicas, auxiliando o paciente a navegar pelo sistema de saúde9. O propósito básico da “navegação” é o continuum de cuidados de saúde que representa o acompanhamento da assistência durante a prevenção, detecção, diagnóstico e tratamento da doença e, também, durante a sobrevivência do paciente até o final da vida, de forma a facilitar o acesso de todos a cuidados de qualidade, promover melhor 15 Roque AC et al 2022 adesão ao tratamento e ajudar o paciente a ter uma assistência de qualidade e de forma facilitada10. O conceito de NP foi desenvolvido a partir de achados das Audiências Nacionais da Sociedade Americana do Câncer sobre Câncer nos Pobres, realizadas em 1989, e que se embasavam nas experiências de, majoritariamente, pessoas pobres de diversos grupos étnicos que portavam a doença. Naquele mesmo ano, a American Cancer Society emitiu um “Relatório à Nação sobre o Câncer nos Pobres” com base nessas experiências, e as principais barreiras relatadas foram: pessoas pobres, muitas vezes, não tratam o câncer; pessoas pobres e suas famílias fazem sacrifícios para arcar com os custos do tratamento; o fatalismo da doença prevalece entre os mais pobres; os programas atuais de educação não sensibilizam a população9. Nessa vertente, foi desenvolvido pelo médico estadunidense Harold Freeman em conjunto com American Cancer Society National Hearings on Cancer in the Poor, o primeiro programa de NP do país, sendo concebido e iniciado em 1990, no Harlem, Nova York. Esse programa focalizou na janela crítica de oportunidade para salvar vidas do câncer, buscando eliminar as barreiras do atendimento entre o ponto de um achado suspeito e a resolução do achado por diagnóstico e tratamento adicionais. Com sua implantação, observou-se melhora na educação e no acesso ao diagnóstico e tratamento precoce, aumentando a taxa de sobrevida de pacientes com câncer de mama9. Harold Freeman descreve nove princípios da navegação de pacientes, sendo eles: ser um modelo de atendimento em que o foco é fazer com que a passagem do paciente pelo sistema de saúde ocorra de forma fluida e suave durante todo o cuidado; ser facilitador na integração de esferas fragmentadas da saúde para que o acesso do paciente à assistência seja contínuo; estabelecer uma estreita relação entre pacientes e navegador, proporcionando a eliminação das barreiras que impeçam o efetivo acesso aos cuidados da saúde; definir um escopo claro em relação às distinções de tarefas e profissionais, a fim de manter os navegadores integrados às suas funções e aos outros profissionais da assistência; entregar as tarefas de maneira a englobar o custo/efetivo e proporcional às habilidades e treinamentos necessários para efetuar a plena navegação em todas as fases da assistência; determinar qual processo deve ser feito por cada navegador a partir de seus conhecimentos e treinamentos, sejam eles leigos e/ou profissionais; especificar em qual ponto da assistência deve começar 16 Roque AC et al 2022 e terminar a navegação de pacientes; ser o facilitador na conexão de sistemas de saúde desconectados; haver uma coordenação que entenda o processo de navegação, mas que não esteja envolvida na forma de trabalho com ele9,10. Com o desenvolvimento de programas de navegação surgiu a figura do enfermeiro navegador no cenário da oncologia. Seu papel é o de oferecer um efetivo suporte aos pacientes, fornecendo informações e gerenciando a complexidade do diagnóstico e tratamento oncológico em conjunto com todos os membros da equipe multidisciplinar11. Facilitar a NP entre as etapas de descoberta e tratamento se mostra de extrema relevância, pois sabe-se que o tratamento contra o câncer ocasiona inúmeros sentimentos de incertezas. Além disso, alguns pacientes enfrentam, ainda, certas dificuldades que trazem consequências importantes ao ciclo de seu tratamento, sendo que essas barreiras ocorrem desde o rastreamento até o diagnóstico e o tratamento tardio da doença, promovendo a diminuição de chances de sobrevida e cura12. Poucos estudos já foram realizados no Brasil acerca desse tema13, contudo, destaca-se o papel do Enfermeiro Navegador na coordenação do cuidado11, e melhores resultados clínicos são evidenciados no paciente com câncer por meio da realização da navegação pelo enfermeiro em todo o processo dos cuidados à saúde, desde o diagnóstico, durante o tratamento e no fim de vida12, momentos estes em que o papel enfermeiro navegador está centrado em minimizar as barreiras de acesso ao sistema de saúde que impeçam o paciente de ter o cuidado de que ele necessita14, sendo tal atuação fundamental pra facilitar os acessos aos cuidados15. Acrescenta-se que o enfermeiro é considerado como profissional indicado para realizar a função de navegador, pois seu conhecimento na área de atuação faz com ele seja o mais adequado para atuar junto ao médico e toda a equipe multidisciplinar para identificar lacunas e remover barreiras de acesso ao sistema de saúde, gerenciando as necessidades do paciente nos cuidados oncológicos8. A implantação de programas de NP, embora incipiente, vem sendo considerada um diferencial nos serviços de oncologia do Brasil, sobretudo com atuação do Enfermeiro Navegador, especialmente por agilizar os processos inerentes ao tratamento, facilitando o acesso em todo o percurso assistencial e eliminando barreiras que dificultam o acesso ao sistema de saúde e que podem atrasar o início do tratamento11. 17 Roque AC et al 2022 Tendo em vista a relevância das potencialidades dos programas de NP para superar as dificuldades enfrentadas pelo paciente que convive com o câncer, este estudo buscou mapear as produções de pesquisas que adotaram como objeto de estudo os benefícios de programas com enfermeiros navegadores em serviços de oncologia, assim como procurou compreender as experiências de enfermeiros assistenciais, segundo os princípios da NP oncológicos propostos por Harold Freeman. Dessa forma, esta Dissertação de Mestrado compõe-se da apresentação de dois estudos complementares, conduzidos para a obtenção de uma análise compreensiva da questão central de nosso interesse: apreender os benefícios e os desafios para a prática de enfermeiros assistenciais na navegação de pacientes oncológicos. Nesse sentido, os dois estudos servem como ponto de partida para as análises sequenciais necessárias ao aprofundamento da compreensão da referida prática. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 55 Roque AC et al 2022 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS A abordagem do paciente oncológico apresenta muitas dificuldades, encontradas no diagnóstico da doença, durante seu tratamento e, se for o caso, nos cuidados de final de vida. Com o intuito de superar tais dificuldades, os estudos realizados e aqui apresentados visaram apreender os benefícios e os desafios para a prática de enfermeiros assistenciais na navegação de pacientes oncológicos. A revisão integrativa de literatura revelou a importância dos enfermeiros navegadores de paciente oncológicos, tanto para os próprios pacientes e suas famílias, quanto para a organização da assistência prestada a eles. Em complementação, o segundo estudo permitiu considerar que, mesmo sem especialização específica e sem implantação institucional do programa de navegação de pacientes oncológicos, os enfermeiros têm seguido princípios propostos por Harold Freeman, sendo um facilitador na integração de esferas fragmentadas no serviço de saúde. Mesmo havendo considerável distância física entre as duas unidades do complexo hospitalar para o atendimento aos pacientes oncológicos, essas não foram impeditivas para assegurar a adequada assistência a eles e a suas famílias, minimizando barreiras e facilitando seu trajeto terapêutico. Espera-se que os estudos realizados e aqui apresentados ressaltem a importância a pertinência da atuação clínica e gerencial de enfermeiros navegadores em oncologia e estimulem esses e demais profissionais envolvidos com essa assistência, a implementarem, institucionalmente, programa de navegação de pacientes com câncer. REFERÊNCIAS 56 Roque AC et al 2022 REFERÊNCIAS 1- Ministério da Saúde (Brasil). Instituto Nacional de Câncer. Brasil: estimativa dos casos novos [Internet]. Brasília; 2020 [citado 10 Fev 2022]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/estimativa/estado-capital/brasil. 2- Ministério da Saúde (Brasil). Biblioteca Virtual em Saúde. Por cuidados mais justos [Internet]. Brasília;2022 [citado 02 Mar 2022]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/por-cuidados-mais-justos-04-02-dia-mundial-do- cancer/#:~:text=Por%C3%A9m%2C%20mesmo%20com%20campanhas%20prevent ivas,mil%20novos%20casos%20ao%20ano. 3- Real Instituto de Oncologia e Hematologia. 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