1 JULIANA DA SILVA CORRÊA ADEQUAÇÃO E INCREMENTO DE ESCOLA DE FUTEBOL INTEGRADA A UMA PRAÇA Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da Professora Doutora Maria Solange Gurgel de Castro Fontes FAAC – FACULDADE DE ARQUITETURA, ARTES E COMUNICAÇÃO UNESP – UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO” BAURU - 2011 2 Dedico este trabalho aos meus pais e ao meu irmão. 3 Agradeço aos meus pais pelo apoio em todos os momentos da minha vida. Ao meu irmão pelo companheirismo e amizade. Aos meus amigos que de alguma forma me auxiliaram neste trabalho e me acompanharam durante toda minha formação A meus orientadores Maria Solange Gurgel de Castro Fontes e Samir Hernandes Tenorio Gomes À professora Norma Regina Truppel Constantino e ao professor Marcos de Souza Lima por me apoiarem e me auxiliarem. 4 “Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço" . Dave Weinbaum 5 RESUMO Este Projeto Final de Graduação se destina a adequar e a incrementar, através do desenvolvimento de um projeto arquitetônico, a escola de futebol conhecida como Centro de Treinamento Baroninho (CTB), localizada no Jardim Europa, zona Sul da cidade de Bauru, Estado de São Paulo. O programa da escola contempla tanto instalações necessárias a atividade esportiva quanto atividades voltadas à comunidade. Uma praça fecha o conjunto complementando as necessidades de lazer. A região apresenta claras desigualdades sociais, averiguadas em uma simples visita ao local, e o futebol é utilizado como elemento de socialização, de quebra de preconceitos e diferenças. 6 SUMÁRIO Introdução .......................................................................................................07 1. Espaços de lazer em Bauru ........................................................................11 2. Caracterização da área ...............................................................................14 3. Justificativa/ Relevância ..............................................................................19 4. Objetivos ......................................................................................................21 5. Projeto ..........................................................................................................22 5.1. Partido ...........................................................................................22 5.2. Sistema de fachadas .....................................................................23 5.3. Programa .......................................................................................24 5.4. Área externa ..................................................................................28 5.5. Sustentabilidade .............................................................................30 6. Leituras de projeto ........................................................................................33 7. Conclusão .....................................................................................................38 8. Referências bibliográficas .............................................................................39 7 INTRODUÇÃO Pra estufar esse filó/ Como eu sonhei/ Só/ Se eu fosse o rei/ Para tirar efeito igual/ Ao jogador/ Qual compositor/ Para aplicar uma firula exata/ Que pintor/ Para emplacar em que pinacoteca, nega/ Pintura mais fundamental/ Que um chute a gol (...). (O Futebol, Chico Buarque) O futebol é tema de canções, de prosa e de poesia. Está presente no imaginário nacional, e profundamente ligado à trama da vida do brasileiro: Levanta, levanta, nega manhosa/ Deixa de ser preguiçosa/ Vai procurar o que fazer/ (...) Economiza, olha o dia de amanhã/ Eu preciso do troco/ Domingo tem jogo no maracanã/ Do bate-bola eu sou um fã. (Nega manhosa, Herivelto Martins) No compasso do samba/ Eu disfarço o cansaço/ Joana debaixo do braço/ Carregadinha de amor/ Vou que vou/ Pela estrada que dá numa praia dourada/ Que dá num tal de fazer nada/ Como a natureza mandou/ Vou, satisfeito, a alegria batendo no peito/ O radinho contando direito / A vitória do meu tricolor (...) (Bom Tempo, Chico Buarque – 1968) O futebol faz o País parar: Brasil está vazio na tarde de domingo, né?/ Olha o sambão, aqui é o país do futebol/ (...) No fundo desse país/ Ao longo das avenidas/ Nos campos de terra e grama/ Brasil só é futebol/ Nesses noventa minutos/ De emoção e alegria/ Esqueço a casa e o trabalho (...) (Aqui é o País do Futebol, Milton Nascimento e Fernando Brant) 8 Futebol de rua, de pés descalços, de arrancar gritos e tampões de dedo. A rua é palco da pelada, vira um campo improvisado em que o jogo só pára quando um carro passa ou dono da bola acaba com a brincadeira. O gol é feito de chinelos, tijolos, riscos de giz, e a bola pode ser qualquer coisa esférica, lata vazia, pedra, papel amassado ou a bola própria bola. Figura 1 – Crianças jogam futebol em campinho improvisado entre linha de trem e a estação de Utinga em Santo André Figura 2 – “Pelada” no meio da rua 9 Figura 3 – Meninos improvisam jogo A importância do jogo de rua e de seu papel como agente socializador e recreativo foi retratada na crônica abaixo: Um edifício de treze andares surgiu no lugar do campinho de futebol e, assim, o tradicional jogo das tardes de domingo deixou de ser. Havia tantos times, todos devidamente uniformizados, que foi preciso organizar um campeonato entre as ruas do bairro. Do barranco na lateral do campo assistia-se a partida enquanto discutia-se o cotidiano do lugar. Desde a morte do campinho, o bar da esquina assumiu o papel de ponto de encontro, com a desvantagem que ali é preciso gastar algum dinheiro para poder conversar com os amigos e assistir à partida de futebol na televisão. Alguns ainda aparecem com os antigos uniformes dos times de futebol nas ruas, tentando, talvez, preservar alguma rivalidade. Porém, já são muitos aqueles que ostentam as camisas dos clubes de futebol que duelam em jogos televisionados nas tardes de domingo. Quando o dinheiro dá, a turma vai toda até o Pacaembu ver alguma partida. Outras vezes, faz uma vaquinha para alugar alguma quadra de cimento durante uma hora. Porém, na maior parte do tempo, eles ficam ali, sentados ao redor da mesa de ferro do bar, saudosistas, bebendo cerveja e falando sobre as antigas partidas de futebol que aconteciam no campinho do bairro. Assim, vão envelhecendo as testemunhas de um outro lugar que existiu no bairro do presente. Como exposto o papel do futebol no Brasil vai muito além da prática esportiva e atividade lúdica, possui grande relevância sociocultural e atinge diversas esferas da sociedade tais como a cultura, a política e o mercado. O futebol está presente no imaginário social, no cotidiano do brasileiro, com influência direta em suas formas de organização e relação. Por esse fato se apresenta como uma importante ferramenta de compreensão dos mecanismos da sociedade brasileira e como importante via de atuação para resolução de problemas sociais. O espaço é entendido como suporte para os equipamentos. E os equipamentos são compreendidos como os objetos que organizam o espaço em função de determinada atividade. (...), conclui-se que é possível se exercer atividades de lazer sem um equipamento, mas é impossível fazer um lazer sem a existência de um espaço. (MARCELLINO 2006 p. 66). 10 A existência de um espaço em potencial e a intenção de torná-lo útil e democrático ao lazer, com o desenvolvimento de atividades esportivas, cria equipamentos de forte cunho sociocultural e de fortalecimento da cidadania. A prática esportiva do futebol possui inúmeros benefícios. Ela auxilia no resgate de crianças e adolescentes das ruas, dando-lhes consciência de seu papel na sociedade, aumento da tolerância sobre as diferenças, diminuição do comportamento anti-social, além dos benefícios da prática esportiva em si. Principalmente, áreas de baixa renda, com carência de recursos e opções de diversão necessitam de políticas públicas que favoreçam a construção de espaços que privilegiem o encontro de pessoas e a troca de experiências. O presente estudo não tem por finalidade aprofundar o tema acerca do papel do futebol na sociedade brasileira, muito menos de esgotá-lo - devido à vastidão de seu assunto -, mas sim de lançar mão de dados importantes referentes ao assunto para incrementar a proposta do trabalho. Como exposto acima, este trabalho não possui como meta principal um enfoque teórico e sim uma abordagem projetual e arquitetônica. A proposta do Trabalho Final de Graduação (TFG) tem como objetivo a reformulação e adequação de uma escola de futebol já existente, porém em desuso, no Jardim Europa, na cidade de Bauru/SP. O projeto, voltado ao público jovem e carente entre 8 e 15 anos de idade, foi fundado por Edilson Baroni, o Baroninho, ex jogador de futebol que atuou em equipes como o Noroeste e o Palmeiras. A reformulação do local contará com um edifício e uma praça. O programa da edificação abrigará instalações que atenderão toda a comunidade, com atividades esportivas, biblioteca, salas de vídeo palestra, além de salas comunitárias destinadas ao debate das questões do bairro. A praça, funcionando como complementação das atividades, fecha o programa de lazer. 11 1. ESPAÇOS DE LAZER EM BAURU O futebol, devido à sua popularidade entre os brasileiros, é o esporte mais procurado para se praticar nos bairros de Bauru. Ao contrário de modalidades como atletismo, natação, basquete e handebol, existem escolinhas de futebol na maior parte da cidade, contudo suas instalações requerem investimentos para melhor atender os alunos. Oito praças esportivas distribuídas pelos bairros bauruenses estão sob responsabilidade da Secretaria de Esporte e Lazer de Bauru (Semel). Em algumas delas situam-se escolinhas de futebol para atender crianças e adolescentes, entretanto nem todas estão aptas a desenvolver plenamente suas atividades. Como bom exemplo de espaço esportivo, vale citar o Ginásio de Esportes Izzat Muhamed Saadhe localizado no Jardim Bela Vista e recentemente reformado pela Semel. As obras contemplaram a reforma e ampliação do piso da quadra, melhorias na iluminação, instalação de redes de proteção, além de outras benfeitorias. Figura 4 – Ginásio de Esportes Izzat Muhamed Saadhe 12 Figura 5 - Ginásio de Esportes Izzat Muhamed Saadhe Em situação bem diferente, encontra-se o Distrital Waldemar de Brito, localizado na Vila Nova Paulista. O campo, cedido pela Semel, apresenta-se em estado precário, e a falta de equipamentos é suprida pelos voluntários que cedem parte de seu tempo para ensinar meninos e meninas técnicas de futebol e valores sociais. Figura 6 – Campo de terra batida do Distrital Waldemar de Brito 13 Outro local que necessita de manutenção e reforma é o Ginásio de Esportes Darcy César Improta, localizado no núcleo Geisel, região leste da cidade. O piso das quadras está deteriorado e não existe a proteção de alambrados que separam as quadras das arquibancadas. Na escola de atletismo do Jardim Petrópolis, verificam-se depedrações de muros e alambrados, o mato toma conta da pista, além de inutilizar o campo de futebol, em que só as traves estão em bom estado. Como opção à falta de qualidade dos espaços públicos de lazer, disseminam-se pela cidade campos de futebol para serem alugados, estes espaços, contam com melhor infra-estrutura e suporte. Figura 7 – Mapeamento das escolas de futebol para aluguel de quadras em Bauru 14 2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA Localizada no Jardim Europa na cidade de Bauru, SP, a área escolhida está inserida na bacia hidrográfica denominada Córrego Água da Ressaca (figura 1) e localiza-se numa ZEIS (zona especial de interesse social). Figura 8 – Bacias hidrográficas da cidade de Bauru De acordo com a divisão das ZEIS efetuada pelo Plano Diretor Participativo da cidade de Bauru, a área se localiza na ZEIS 2, segundo o Plano Diretor ZEIS 2 são “glebas ou lotes subutilizados, adequadas a urbanização, onde existe interesse público em promover a produção e a manutenção de habitações de interesse social, incluindo equipamentos sociais e de geração de renda”. 15 Um contexto de desigualdades sociais, esse é o ambiente em que se insere a área de intervenção. Casas de mutirão e uma favela coexistem e se chocam socialmente com condomínios de luxo como Ilha de Capri e Paineiras, e um clube particular Tiliclube, da empresa Tilibra. O limite entre o precário e o luxuoso é estreito, às vezes sendo separado apenas por um muro alto. Área do projeto Condomínio Ilha de Capri Condomínio Paineiras Tiliclube Favela do Jardim Europa Área do projeto Casas de mutirão Figura 9 – Mapa das ZEIS da cidade de Bauru Figura 10- Área do projeto e seu entorno 16 Constantemente, os noticiários relatam acontecimentos da favela em páginas policiais, garotos presos por tráfico de drogas, problemas de saneamento básico, falta de calçamento nas ruas, passagens de pedestres perigosas. Já os condomínios de luxo apresentam-se nesses mesmos jornais em páginas privilegiadas, exaltando suas qualidades e o bem-estar de quem optar por residi-los. Enquanto os residenciais gozam de privilégios em sua infra-estrutura, como por exemplo, campos, salões de jogos e de festas, os moradores do “outro lado do muro” carecem de opções de lazer de qualidade e gratuitas, ficando nas horas vagas mais sujeitos ao crime e à bandidagem. Neste contexto, o CT Baroninho possui potencial para ser uma opção de lazer, esporte e cultura à população menos favorecida, necessitando de melhorias em sua infra- estrutura que ofereçam total suporte aos alunos e à comunidade. A situação atual da área é de completo abandono, suas poucas instalações são precárias e os três campos de futebol são utilizados para pasto de animais e como local de diversão das crianças e jovens que soltam pipas na área. Figura 11 – Crianças soltando pipas nos campo de futebol 17 Figura 12 – Instalações do CTB Figura 13 – Campos servindo de pastos para animais 18 A posse da terra em que está situada a favela do Jardim Europa, localizada em área de preservação ambiental, e os campos de futebol do centro de treinamento Baroninho foi repassada recentemente pela União à prefeitura de Bauru. O local pertencia à antiga Rede Ferroviária Federal (Fepasa), passando, após sua desativação, à tutela da União. A intenção da prefeitura com a tomada de posse é urbanizar a área já desmatada pela favela, oferecendo condições dignas de moradia e infra-estrutura aos moradores, e criar um parque e equipamentos sociais na porção ainda preservada. As necessidades e reivindicações dos moradores do Jardim Europa foram transcritas na reunião do Plano Diretor Participativo do setor 2 referente a bacia do Córrego da Água da Ressaca e resultou no seguinte quadro: Reuniões Setor 2 – Água da Ressaca Dias: 08,12,16,19,21 e 22/12/2005 Horário 19:00 Local: Salão Paroquial Igreja São Judas / Assenag / Salão Paroquial São Cristóvão/ Chalé Hotel BAIRRO O QUE ESTÁ BOM O QUE ESTÁ RUIM REINVINDICAÇÕES/P ROPOSTAS Jardim Europa • Transporte público; • Infra – estrutura. • Não tem praça; • Calçadas inseguras; • Getúlio não tem bueiros, toda água desce para a Nossa Senhora de Fátima. • Destinar uma área para praça; • Padronizar a construção das calçadas; • Construção de galerias; • Duplicar pista acesso da Comendador • Pista de skate em algum lugar da cidade: ao lado da mina na rua Vivaldo Guimarães. Como visto, a população necessita de equipamentos de lazer, gratuitos e de qualidade, propondo a criação de uma pista de skate e de uma praça. Na tentativa de suprir em parte essas necessidades é que o projeto proposto deve se inserir. Atuando como agente socializador e qualificador do espaço urbano e, por conseguinte, na melhoria da qualidade de vida dos moradores. 19 3. JUSTIFICATIVA/ RELEVÂNCIA O contexto que se insere a área de intervenção é um exemplo, em pequena escala, da latente desigualdade social que existe nas cidades brasileiras. Em uma mesma área “convivem” condomínios residenciais (Ilha de Capri, Paineiras); um clube privado (Tiliclube) com entrada restrita aos funcionários da empresa Tilibra; uma favela, localizada em área de proteção ambiental; e casas construídas pelo sistema de mutirão, forma de construção coletiva de casas populares. Essa desigualdade torna-se mais evidente pelo fato de a favela do Jardim Europa situar-se em uma determinada parte de sua extensão, entre o condomínio Ilha de Capri e o Tiliclube. Enquanto as famílias mais abastadas têm melhores condições de oferecer a seus filhos opções de lazer e cultura, com a possibilidade de deslocamento a outras regiões, as famílias menos favorecidas, na maior parte das vezes, restringem-se ao seu bairro ou adjacentes, necessitando de serviços gratuitos mais próximos e de qualidade. As opções de lazer gratuitas são praticamente inexistentes na região. O CTB constituía-se em uma delas, porém suas atividades cessaram, e sua área é utilizada para pastagens de animais e recreação de crianças que se dirigem ao local para soltarem pipas. A infra-estrutura da escola é deficitária, com instalações precárias e carentes de recursos. O projeto de reformulação do CTB vem atender as necessidades, principalmente das famílias mais carentes, de oferecer às crianças e aos jovens uma opção de lazer e cultura. O projeto de pesquisa leva em consideração não só a relevância do futebol como atividade física, mas também como agregador de valores, como fenômeno social e elemento importante na formação do caráter do indivíduo. “O futebol praticado, vivido, discutido e teorizado no Brasil seria um modo específico, entre tantos outros, pelo qual a sociedade brasileira fala, apresenta-se, revela-se, deixando-se, portanto descobrir” (Da Matta, 1982, p. 21). O fato de o Centro de Treinamento situar-se nos limites de uma favela, área com características carentes em recursos sociais, torna maior a relevância do projeto. Este, por ser uma opção gratuita de lazer a todo morador do Jardim Europa e bairros limítrofes, oferece a toda população jovem a inserção social através da prática de esporte e o resgate como cidadão. 20 A presença de escolinhas de futebol, principalmente as gratuitas, num determinado bairro urbano redimensiona o interesse e o gosto do público infantil e pré- adolescente daquele seio urbano pela prática do futebol. Nesse sentido, a escolinha de futebol ganha relevância social e espessura cultural, a partir do seu impacto no cotidiano das populações urbanas e sua importância na construção dos sentidos associados à prática do futebol. (VALENTIM e COELHO, 2005, p.2). 21 4. OBJETIVOS Adequar, qualificar e incrementar são palavras-chave do projeto, cujo objetivo é o de transformar a já existente escola de futebol em uma instituição hábil a ensinar, desenvolver e oferecer opções gratuitas de lazer a toda a população principalmente crianças e jovens, fortalecendo a cidadania. Há também a proposta de criar uma integração entre a escola de futebol e a faculdade de Educação Física da UNESP Bauru, com o intuito de propiciar uma troca de experiência entre os jovens do projeto, os universitários e professores, além de possibilitar a prática de estágio no local. Em se tratando de arquitetura, de partido arquitetônico, o projeto pretende incorporar referências espaciais urbanas, tendo a rua como elemento principal e criador de escalas espaciais. A rua é a primeira escola do futebol, onde a garotada aprende os primeiros passes e dribles. Esse elemento adentra o projeto simbolicamente e se evidencia demonstrando sua importância. 22 5. PROJETO 5.1. PARTIDO O partido arquitetônico adotado no projeto tem a rua como elemento principal e demarcador de fluxos. Como um grande rasgo, esse elemento modifica o edifício, influencia na forma e se evidencia. A rua, metaforicamente, adentra o projeto, e assume seu papel de primeiro palco de experiências com a bola. Figura 14 – Eixo da rua Horton Hoover Figura 15 – Maquete volumétrica, plataforma de acesso principal 23 Figura 16 – Maquete volumétrica A rua assume múltiplas funções como local de mercado, de festa, de protestos, de passagem e de encontro, e são esses dois últimos sentidos que serão trabalhados. Esse elemento funciona como suporte da vida cotidiana, evidenciando a espacialidade das relações sociais. A rua é a primeira escola do futebol, onde a criança tem seus primeiros contatos com a bola, e cria intimidade com ela. O edifício possuirá espaços de encontro e de contemplação. Pontos de parada, locais de passagem e de transição. Espaços que se articulam e dialogam com o ambiente externo, como numa conversa informal, um encontro espontâneo na rua. 5.2. SISTEMA DE FACHADAS Placas de aço corten perfuradas revestem quase todas as superfícies externas da edificação, salvo alguns locais em que a presença de outro elemento, no caso o concreto armado, se fez necessária para a plasticidade e jogo de cores e texturas. Tais placas estão distantes 50 cm da superfície de vedação do conjunto, permitindo a ventilação e propiciando o controle da radiação solar e a melhoria da eficiência energética, especialmente nas fachadas de orientação SO, SE e NO. 24 5.3. PROGRAMA A flexibilidade foi requisito básico a distribuição de todo o programa. Pilares distribuídos em malha de 8m X 8m em conjunto com lajes nervuradas assumem o papel estrutural, possibilitando uma livre organização espacial dos ambientes, podendo estes serem fechamentos com placas de drywall. O edifício além de abrigar as instalações necessárias à uma escola de futebol, contará também com uma biblioteca aberta a toda população, inclusive aos finais de semana. Como forma de angariar fundos ao projeto, durante a semana, à noite, as quadras podem ser alugadas, fazendo com que o complexo funcione todos os períodos do dia, atendendo à disponibilidade de horários de toda a população. O conjunto das instalações destinadas à escola de futebol concentra-se no pavimento térreo. Um pátio, que separa este pavimento em dois blocos, tem a função de conectar visual e espacialmente a praça e as quadras. O programa escolar é composto pelas seguintes atividades: Bloco 1 - Vestiários feminino e masculino - Copa - Banheiros masculino e feminino adaptados - 2 depósitos - 2 lavanderias - Rouparia Bloco 2 - Academia - Sala de massagem 25 - Sala coordenador/ diretor - Sala psicólogo - Sala de reunião/ professores - Sala clínico geral - Sala de exames - Copa - Secretaria - Recepção - Banheiros masculino e feminino adaptados - Lanchonete - Refeitório - Cozinha - Depósito Por se tratar de uma escola com atividades em período integral e com ênfase no atendimento a crianças e jovens carentes, somado ao serviço da lanchonete, existirá um refeitório no qual serão servidas refeições como café da manhã, almoço e lanche da tarde. Os demais andares abrigam todo o conjunto de apoio à biblioteca. A área administrativa, localizada no primeiro pavimento, é composta pelas seguintes atividades: - Serviços técnicos - COMUT - Catalogação 26 - Sala de pesquisa - Depósito - Banheiros masculino e feminino adaptados - Sala de reunião - Diretoria - Administração - Copa A biblioteca em si é dividida por áreas: - Área de pesquisa: permite a consulta do acervo da biblioteca e a localização de exemplares. - Leitura de livros: conta com um acervo de 10.032 livros, mesas para leitura individuais ou coletivas e puffs distribuídos entre as estantes. - Leitura de jornais e revistas: local com poltronas e uma mesa circular, para que as pessoas possam manter-se diariamente informadas, com relação às notícias nacionais e internacionais. - Leitura de Best Sellers: não só de clássicos é feita uma biblioteca, livros de caráter mais contemporâneo ou romanceados funcionam como chamariz para o incentivo à leitura. - Gibiteca: com acervo de 480 gibis, possui estantes de baixa altura, não oferecendo barreiras visuais ao espaço. - Área tecnológica: com 48 computadores conectados à internet, é um espaço destinado à pesquisa, leitura de audiolivros e utilização de CDs e DVDs. - Área infantil: com mesas para leitura e atividades lúdicas, possui bancos-estantes coloridos que atraem a atenção e incentivam a leitura das crianças. - Varanda: local de contemplação, com vista para os campos de futebol e o arvoredo. 27 O último andar, localizado na porção oeste da construção, é constituído por: - 2 salas de audiovisual - Banheiros masculino e feminino adaptados - Sala comunitária - Lounge A circulação vertical entre o pavimento térreo e o 1º pavimento é feita por meio de uma escada circular situada no hall de entrada do bloco 2 e que acaba próxima a recepção da biblioteca. Um elevador contíguo aos banheiros da lanchonete funciona como forma de locomoção para pessoas portadoras de deficiências físicas. Optou-se pela não utilização de casa de máquinas, por esta formar um volume externo que não se integraria à composição volumétrica do conjunto. Figura 17 – Esquema de elevador sem casa de máquinas O acesso entre o 2º e 3º pavimentos acontece por uma escada ou por meio de uma plataforma para locomoção de cadeirantes. 28 Uma caixa de escada externa ao edifício serve como circulação de serviço, interligando os três pavimentos. Ao seu lado, a casa de máquinas do sistema de ar condicionado. Essas duas áreas estão contidas em uma caixa de concreto, formando um volume, o qual acaba nas duas caixas d’água presentes na cobertura. 5.4. ÁREA EXTERNA A proposta paisagística para a área externa é a de um local para atividades físicas, de descanso e de contemplação, que permita a geração de sombras, aromas e beleza. Além de contribuir para o conforto térmico e ambiental do edifício. A idéia de inserir uma referência da infância e suas peraltices foi embasada no seguinte poema de Carlos Drummond de Andrade: Atrás do grupo-escolar ficam as jabuticabeiras. Estudar, a gente estuda. Mas depois, ei pessoal: furtar jabuticaba. Jabuticaba chupa-se no pé. O furto exaure-se no ato de furtar Consciência mais leve do que asa ao descer, volto de mãos vazias para casa. (Menino Antigo, Carlos Drummond de Andrade) Em pontos demarcados por desenho de piso, haverá pomares de jabuticabeiras, pitangueiras, goiabeiras, mexeriqueiras e amoreiras. Essas árvores além de gerar sombras, exalam aromas e atraem pássaros como periquitos, sabiás, sanhaços e bem-te-vis. Circundando quase todo o perímetro do projeto, existe uma pista de caminhada com piso de saibro compactado, pontos de descanso arborizados e equipamentos de ginástica. Em sua parte mais oeste, a pista faz limite com as bordas de um arvoredo já existente, e onde está previsto o plantio de sibipirunas e jacarandás mimosos. A praça, situada na face sudeste do edifício, contará com 1 pista de skate, 2 quadras gramadas, espaço para crianças soltarem pipas e locais arborizados para descanso e permanência. Seus equipamentos poderão servir de suporte para eventuais atividades comunitárias promovidas pela prefeitura, tais como ônibus biblioteca. 29 Em direção oposta à praça, estão as duas quadras de futebol society, de orientação norte-sul, destinadas aos treinos. Em seus limites, alambrados dispostos de forma a criar caminhos e acessos aos campos, criam ângulos rítmicos, através dos quais origina-se o desenho dos pisos. Ipês do cerrado, quaresmeiras e oitis compõem a massa arbórea desta área, gerando sombras e cores. O piso da área livre possui desenho de linhas retas em contraste com a pista de caminhada de desenho sinuoso. O emprego de piso drenante e grama garantem a permeabilidade do terreno. O acesso de pedestres ao edifício se dá em nível tanto na parte da biblioteca quanto nas instalações junto à praça. O usuário que acessar o edifício através da plataforma de acesso principal poderá descer até os campos pela rampa formada pela projeção do rasgo da cobertura. O conjunto conta com três áreas de estacionamento: a primeira anexa a entrada principal com 4 vagas para carros, 3 para motos e 1 para caminhão. A segunda situada ao lado da praça, com 4 vagas para carros, 11 para motos e 1 para caminhão . E a última no alinhamento da rua Adhemar Braz do Amaral, e conta com 10 vagas para carros. Os serviços de carga e descarga para o refeitório e a lanchonete serão efetuados ao nível da praça, junto ao estacionamento de carros e motos; e a chegada de livros à biblioteca será concebida na área de estacionamento próxima à plataforma de entrada principal do prédio. 30 5.5. SUSTENTABILIDADE O local onde está inserido o projeto situa-se em área próxima à remanescente de bioma do cerrado, com muitas árvores principalmente no entorno de sua parte N, S e O. Como forma de inserir o edifício neste contexto, estratégias de sustentabilidade ambiental e ecológica foram adotadas. Fachadas duplas recobrem quase toda a construção, e protegem contra a radiação direta as faces que recebem maior incidência solar como as orientadas para o S, O e LE. Essa estratégia arquitetônica ainda permite a ventilação natural nos ambientes, pois as placas perfuradas não obstruem a passagem do ar para dentro da edificação, além do fato de possibilitaram a visibilidade do ambiente externo. Cobogós foram muitos utilizados na arquitetura colonial brasileira e na arquitetura moderna, e, atualmente, vêm sendo repaginados nas construções (figuras 18 e 19). As placas de aço corten perfuradas e dispostas ao longo de toda a extensão da varanda funcionam como cobogós, podendo permanecer fechadas ou abertas conforme as condições do tempo ou insolação. Figura 18 – Casa cobogó, projeto do estúdio MK 27 31 Figura 19 – Casa cobogó, sombras projetadas pelo elemento arquitetônico Figura 20 - Cobogó repaginado, Masdar Institute Campus Telhado verde do tipo alveolar será aplicado em toda a laje de cobertura como medida para aumentar o conforto térmico e acústico do edifício. Outros benefícios desse sistema são a redução do escoamento da água da chuva, das emissões de carbono e o aumento da biodiversidade. 32 Figura 21 – Esquema de telhado verde do tipo alveolar Figura 22 – Telhado verde do tipo alveolar Outras estratégias sustentáveis propostas: sistema de coleta de águas pluviais para reuso em vasos sanitários e na irrigação; metais e louças de funcionamento automático e de baixo consumo; lâmpadas de alta eficiência. Com esses recursos o edifício busca integrar-se à área de vegetação remanescente do cerrado, criando um diálogo com esta, sem excluir todo o benefício que a natureza oferece para o conforto térmico e ambiental tanto para a arquitetura quanto para as pessoas que a usufruem. 33 6. LEITURAS DE PROJETO TEATRO/ESCOLA, CAMPINAS, SP Una Arquitetos O projeto do teatro-laboratório e das escolas de artes dramáticas e corporais da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) possui como partido arquitetônico o seccionamento do programa em três edificações que se relacionam entre si através de eixos de circulação, numa referência à rua, à viela e à praça, elementos da escala urbana. Aberturas verticais rasgam, transversalmente, todo o bloco da escola de artes cênicas, evidenciando as circulações verticais. Figura 23 – Maquete do Teatro Escola Figura 24 – Aberturas verticais no bloco de artes cênicas O foyer do teatro localizado no térreo se transforma como elemento integrante da praça, sendo parte de sua extensão. Viela Praça Teto jardim 34 Figura 25 – Foyer do teatro integrado à praça O projeto possui eixos de circulação e estar bem demarcados, com áreas de permanência ao ar livre, como é o caso da laje-jardim. Figura 26 – Laje-jardim Venezianas de PVC que cobrem as duas maiores fachadas do bloco de artes cênicas permitem a ventilação natural e servem como proteção contra a radiação solar direta. Transformando-se em um importante elemento de controle térmico da edificação. 35 MUSEU, RECIFE Brasil Arquitetura O projeto Cais do Sertão, centro cultural em homenagem a Luiz Gonzaga, assinado por Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz sócios do escritório Brasil Arquitetura, tem como temática o sertão nordestino. Localizado em terreno próximo a zona portuária do Recife antigo, o projeto pretende ser um elemento impulsionador da revitalização da região. Em claro diálogo com o único imóvel tombado na região, a torre Malakoff, o edifício possui uma grande abertura no nível do solo permitindo a integração do pedestre como o bem tombado, valorizando-o. Figura 27 – Edifício moderno e antigo dialogam no espaço Elementos vazados de concreto de 1 m X 1 m apresentam-se como elementos arquitetônicos marcantes do projeto. Este tipo de fechamento controla a entrada de luz solar, permitindo a ventilação, sem criar barreiras visuais, possibilitando a contemplação do entorno. Além de criar efeitos visuais interessantes, como a projeção de sombras no chão que se modificam dependendo da hora do dia. Figura 28 – Efeitos visuais criados pelo cobogó 36 CASA GRELHA FGMF Premiada pelo IAB-SP em 2006, a casa grelha tem seu desenho arquitetônico todo organizado em função de grelhas modulares de 5,5m X 5,5 m. Possuindo módulos fechados para abrigo do programa da casa ora vazados para contemplação da paisagem do vale de mata virgem da Serra da Mantiqueira. Segundo seus autores Fernando Fortes, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz do escritório FGMF a casa “suspensa sobre o vale e fundida nos morros, se transforma em terreno e o terreno em casa, construindo uma nova paisagem”. Pilotis elevam a casa do solo protegendo-a da elevada umidade, sem interferir na paisagem, num claro respeito à natureza. Figura 29 – Projeto respeita as condições topográficas locais Figura 30 – Casa integra-se à paisagem local 37 O desenho surgido pelas tramas das grelhas cria espaços agradáveis, de permanência e contemplação, além de integrar os ambientes e otimizar a ventilação e a luminosidade natural. Figura 31 – Espaços integrados e fluidos 38 7. CONCLUSÃO Como intenção projetual foi estabelecida a idéia de qualificar e agregar valor a uma área com forte potencial, porém desvalorizada. A iniciativa de transformar este espaço em um local de lazer e esporte agrega valor tanto social quanto material a uma região carente de opções de cultura e lazer. 39 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KLIASS, Rosa. Desenhando paisagens, moldando uma profissão. São Paulo: Senac São Paulo, 2006. FASLA, Grant, W. Reid. From Concept to Form in Landscape Design. 2. ed. Hoboken: John Wiley & Sons John Wiley & Sons, 2007. DA MATTA, Roberto et. al. O universo do Futebol: esporte e sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1982. RINALDI, Wilson. Futebol: Manifestação Cultural e Ideologização. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/RevEducFis/article/viewFile/3804/2618. Acesso em 23 abr. 2011. VALENTIN, Renato Beschizza e COELHO, Marília. Sobre as escolinhas de futebol: processo civilizador e práticas pedagógicas. Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n3/12VBR.pdf. Acesso em: 23 abr. 2011. BRANCO, Celso, Rio de Janeiro. O Futebol e a Música Popular Brasileira (1950 – 1990). Disponível em: http://www.sport.ifcs.ufrj.br/recorde/pdf/recordeV3N1_2010_13.pdf. Acesso em: 14 nov. 2011. PROJETO DESIGN. Arco, n. 360, fevereiro. 2010. ISSN 1808 – 6586. PROJETO DESIGN. Arco, n. 372, fevereiro. 2011. ISSN 1808 – 6586. http://www.ecotelhado.com.br/Por/ecotelhado/default.aspx http://geocidade.blogspot.com/2010/04/um-edificio-no-lugar-do-campinho-de.html http://www.94fm.com.br/editorias_noticia.asp?nomeEditoria=Esportes&idNoticia=1399 &nomeNoticia=Prefeitura+finaliza+reforma+no+Gin%E1sio+Izzat+Muhamed+Saadhe http://www.jcnet.com.br/busca/busca_detalhe2008.php?codigo=122139 COPA 100.15 GRANILITE SECRETARIA MASSAGEM 100.15 GRANILITE WC FEMININO ADAPTADO WC MASCULINO ADAPTADO 100.15 CERÂMICA A=93.57 m2 HALL A=4.27 m2 A=12.60 m2 100.15 GRANILITE A=24.51 m2 HALL/ RECEPÇÃO 100.15 GRANILITE A=296.30 m2 PÁTIO 100.13 PISO DRENANTE A=396.87 m2 ROUPARIA 100.15 GRANILITE A=8.71 m2 LAVANDERIA 100.13 CERÂMICA A=16.90 m2 DEPÓSITO 100.15 GRANILITE A=12.35 m2 LAVANDERIA 100.13 CERÂMICA A=11.13 m2 ESCOLA DE FUTEBOL 100.15 GRANILITE A=9.76 m2 SALA COORDENADOR/ DIRETOR VERGALHÕES VERGALHÕES SALA DE UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP Aluna: Juliana da Silva Corrêa Departamento de Arquitetura e Urbanismo 01/05Orientadora: Maria Solange Gurgel de Castro Fontes Trabalho de conclusão de curso 2011 N ESCOLA DE FUTEBOL UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA - UNESP Aluna: Juliana da Silva Corrêa Departamento de Arquitetura e Urbanismo 03/05Orientadora: Maria Solange Gurgel de Castro Fontes Trabalho de conclusão de curso 2011 SALA AUDIOVISUAL 107.21 GRANILITE A=46.44 m2 SALA AUDIOVISUAL 107.21 GRANILITE A=62.70 m2 DEPÓSITO 107.21 GRANILITE A=2.44 m2 CIRCULAÇÃO 107.21 GRANILITE A=38.77 m2 PLATAFORMA CADEIRANTE SALA COMUNITÁRIA 107.21 GRANILITE A=39.08 m2 LOUNGE 107.21 GRANILITE A=82.95 m2 N TÉCNICOS 104.18 GRANILITE CATALOGAÇÃO 104.18 GRANILITE A=14.17 m2 DEPÓSITO 104.18 GRANILITE A=2.44 m2 A=10.60 m2 CIRCULAÇÃO 104.18 GRANILITE A=75.80 m2 VARANDA 104.18 GRANILITE A=44 m2 ÁREA INFANTIL 104.18 GRANILITE LEITURA DE JORNAIS E REVISTAS 104.18 GRANILITE GIBITECA 104.18 GRANILITE COMPUTADORES 104.18 GRANILITE PLATAFORMA CADEIRANTE ATENDIMENTO 104.18 GRANILITE SERVIÇOS DE ALUMÍNIO E PINTURA PRETA FACHADA DE VIDRO COM ESQUADRIAS PLACAS DE AÇO CORTEN PERFURADAS PORTA CAMARÃO DE VIDRO COM ESQUADRIA DE ALUMÍNIO E PINTURA PRETA JANELA CAMARÃO DE PLACAS DE AÇO CORTEN PERFURADAS PORTA CAMARÃO DE PLACAS DE AÇO CORTEN PERFURADAS CAPA DEDICATÓRIA AGRADECIMENTOS EPÍGRAFE RESUMO SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. ESPAÇOS DE LAZER EM BAURU 2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA 3. JUSTIFICATIVA/ RELEVÂNCIA 4. OBJETIVOS 5. PROJETO 6. LEITURAS DE PROJETO 7. CONCLUSÃO 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS