UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA ALEXANDRE RICARDO FACHINI PINTO FILHO ESTUDO DE CASO: INSPEÇÃO PREDIAL EM RESIDÊNCIA E A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA DIAGNÓSTICA NA FORMAÇÃO DOS ENGENHEIROS CIVIS Ilha Solteira 2021 Campus de Ilha Solteira ALEXANDRE RICARDO FACHINI PINTO FILHO ESTUDO DE CASO: inspeção predial em residência e a importância da engenharia diagnóstica na formação dos engenheiros civis Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira – Unesp como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Nome do orientador Marco Antônio de Morais Alcântara Ilha Solteira 2021 Pinto Filho Estudo de caso: inspeção predial em residência e a importância da engenharia diagnóstica na formação dos engenheiros civisIlha Solteira2021 64 Sim Trabalho de conclusão de cursoEngenharia CivilEngenharia DiagnósticaNão FICHA CATALOGRÁFICA Desenvolvido pelo Serviço Técnico de Biblioteca e Documentação Pinto Filho, Alexandre Ricardo Fachini. Estudo de caso: inspeção predial em residência e a importância da engenharia diagnóstica na formação dos engenheiros civis / Alexandre Ricardo Fachini Pinto Filho. -- Ilha Solteira: [s.n.], 2021 64 f. : il. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, 2021 Orientador: Marco Antônio de Morais Alcantara Inclui bibliografia 1. Engenharia diagnóstica. 2. Inspeção predial. 3. Orçamento. P659e Alexandre Ricardo Fachini Pinto Filho ESTUDO DE CASO: INSPEÇÃO PREDIAL EM RESIDÊNCIA E A IMPORTÂNCIA DA ENGENHARIA DIAGNÓSTICA NA FORMAÇÃO DOS ENGENHEIROS CIVIS Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado como parte dos requisitos para obtenção do grau de Engenheiro Civil, junto ao Curso de Graduação em Engenharia Civil, da Faculdade de Engenharia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Ilha Solteira. Aprovado em 19/10/2021 Comissão Examinadora Prof. Dr. Marco Antônio de Morais Alcantara UNESP/FE - Campus de Ilha Solteira (Orientador) Prof. Dr. Adriano Souza UNESP/FE - Campus de Ilha Solteira Prof. Dr. Artur Pantoja Marques UNESP/FE - Campus de Ilha Solteira Ilha Solteira 19 de outubro de 2021 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu falecido avô José, cujo caráter me serve de inspiração e exemplo até hoje. AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, à minha namorada, Isabela e à minha família, meus pais, Alexandre e Eliana, e minha irmã, Rayssa, que me deram toda condição e suporte para que eu chegasse até aqui, além de muito amor e afeto. Gostaria de agradecer à UNESP e todos seus funcionários, que me ajudaram neste tempo que passei convosco. Sou infinitamente grato por todo o conhecimento e aprendizagem que adquiri. Principalmente, a meu orientador Marco Alcantara, que dentro e fora da sala de aula é um grande professor e uma grande pessoa e me auxiliou neste trabalho de conclusão de curso e em meu relatório final de estágio. Agradeço a todos meus amigos que conviveram comigo em Ilha Solteira e torceram por mim nesse período de estágio. Espero que o crescimento convosco seja mútuo, pois vocês agregam muito a mim. “Sabe o que é mais caro na engenharia? O desconhecimento”. Luiz Anibal de Oliveira Santos RESUMO Inspeção predial de uma edificação residencial da cidade de Caraguatatuba – SP, constatando tecnicamente as manifestações patológicas presentes no imóvel, realizando o registro fotográfico destas mediante verificação “in loco”, com ensaios não destrutivos de percussão e utilização de um fissurômetro para determinação da espessura de fissuras. Analisando as anomalias encontradas na residência, elaborou- se uma tabela de prioridade das intervenções, utilizando critérios de gravidade, urgência e tendência das manifestações. Com base na inspeção predial, concluiu-se que o imóvel se encontra num estado regular de conservação, podendo atingir o grau satisfatório com relativa facilidade, devido à simplicidade das anomalias e falhas apuradas. Faz-se, também, uma reflexão da importância do ensino da engenharia diagnóstica na formação de engenheiros civis, apresentando esta área para os graduandos, contribuindo para que estes saiam mais preparados para o mercado de trabalho, já que um engenheiro diagnóstico pode atuar em vários âmbitos da profissão, desde um mero registro fotográfico documental até a prescrição de metodologias de execuções, tal como serviços de auditorias técnicas, determinação das causas e origens das diversas anomalias construtivas, possibilitando executar projetos tanto para reparos de edifícios já em uso, quanto para novos empreendimentos. Palavras-chave: Engenharia Diagnóstica; Inspeção Predial; Patologia; Manifestações Patológicas; Ensino. ABSTRACT Building inspection of a residential building in the city of Caraguatatuba - SP, technically verifying the pathological manifestations present in the property, performing the photographic record of these by verification "in loco", with non-destructive percussion tests and use of a fissurometer to determine the thickness of cracks. Analyzing the anomalies found in the residence, a priority chart of interventions was elaborated, using criteria of severity, urgency and tendency of the manifestations. Based on the building inspection, it was concluded that the property is in a regular state of conservation and can reach a satisfactory level with relative ease, due to the simplicity of the anomalies and faults found. There is also a reflection on the importance of teaching diagnostic engineering in the education of civil engineers, presenting this area to undergraduates, contributing to their leaving more prepared for the job market, since a diagnostic engineer can work in various areas of the profession, from a mere photographic documental record to the prescription of execution methodologies, such as technical audit services, determination of the causes and origins of the various constructive anomalies, making it possible to carry out projects both for repairs of buildings already in use, and for new projects. Keywords: Diagnostic Engineering; Building Inspection; Pathology; Pathological Manifestation; Education. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Esqueleto Humano.................................................................................... 14 Figura 2 - Modelo 3D de projeto estrutural ................................................................ 14 Figura 3 - Fases do processo construtivo do produto imobiliário .............................. 16 Figura 4 - Evolução dos custos pela fase de intervenção (Lei de Sitter) ................... 22 Figura 5 – Influência da manutenção e recuperação no desempenho do empreendimento ....................................................................................................... 22 Figura 6 – Ferramentas da engenharia diagnóstica .................................................. 24 Figura 7 - Situação de vizinhança ............................................................................. 34 Figura 8 - Croqui do imóvel ....................................................................................... 36 Figura 9 – Vista frontal do imóvel .............................................................................. 36 Figura 10 – Entupimento da calha do portão esquerdo ............................................. 38 Figura 11 – Tubulação de escoamento rompida ....................................................... 38 Figura 12 - Furo na calha dos fundos ........................................................................ 39 Figura 13 – Calha da lateral com amarra solta.......................................................... 39 Figura 14 – Ausência de friso na pingadeira do peitoril ............................................. 40 Figura 15 – Ineficiência das pingadeiras cerâmicas .................................................. 40 Figura 16 – Degradação das juntas de assentamento .............................................. 41 Figura 17 - Teste de escoamento no banheiro social ................................................ 42 Figura 18 – Revestimentos cerâmicos danificados ................................................... 43 Figura 19 – Teste de percussão com martelo de ABS .............................................. 43 Figura 20 – Registro de água da cozinha .................................................................. 44 Figura 21 – Mofo e deterioração dos forros............................................................... 45 Figura 22 – Forros dos banheiros da residência ....................................................... 45 Figura 23 – Entupimento dos ralos da área externa .................................................. 46 Figura 24 – Umidade nas paredes internas............................................................... 47 Figura 25 – Umidade nas paredes internas............................................................... 47 Figura 26 – Umidade nas paredes internas............................................................... 47 Figura 27 - Descascamento da pintura ..................................................................... 48 Figura 28 – Desprendimento da argamassa na lavanderia ....................................... 48 Figura 29 – Manchas e bolor nas alvenarias de vedação ......................................... 49 Figura 30 – Beiral da laje no corredor da lavanderia ................................................. 50 Figura 31 – Instalações elétricas ............................................................................... 51 Figura 32 – Manifestações patológicas do telhado ................................................... 52 Figura 33 – Fissura na janela do dormitório 1 ........................................................... 53 Figura 34 - Fissura na janela do dormitório 2 ............................................................ 53 Figura 35 – Fissura sobre a porta do dormitório 2 ..................................................... 54 Figura 36 – Trinca na janela do dormitório 2 ............................................................. 55 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Estimativa de horas despendidas para realização do trabalho ................ 28 Tabela 2 - Cálculo das horas despendidas para realização do trabalho .................. 29 Tabela 3 – Classificação GUT sobre gravidade ........................................................ 56 Tabela 4 – Classificação GUT sobre urgência .......................................................... 56 Tabela 5 – Classificação GUT sobre tendência ........................................................ 56 Tabela 6 – Siglas das manifestações patológicas ..................................................... 57 Tabela 7 – Análise das prioridades das intervenções ............................................... 57 Tabela 8 – Ordem de prioridades das intervenções .................................................. 58 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS IBAPE/SP Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CONFEA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia GUT Gravidade Urgência e Tendência UNESP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Unicamp Universidade Estadual de Campinas USP Universidade de São Paulo SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 1.1 Objetivos ..................................................................................................... 15 1.2 Metodologia ................................................................................................ 15 2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 15 2.1 Engenharia Diagnóstica ............................................................................ 15 2.2 Fases da Edificação ................................................................................... 16 2.2.1 Responsabilidade e Atribuição .......................................................... 18 2.3 Patologia e Manifestações Patológicas ................................................... 20 2.4 Norma de Desempenho ............................................................................. 20 2.5 Tipos de Serviços....................................................................................... 23 2.5.1 Inspeções de Edificações ................................................................... 25 2.6 Ensaios e Ferramentas .............................................................................. 25 3 PROPOSTA DE SERVIÇO ................................................................................. 26 3.1 Dados Gerais .............................................................................................. 26 3.2 Objetivo da Proposta ................................................................................. 26 3.3 Escopo ........................................................................................................ 27 3.4 Prazo ........................................................................................................... 27 3.5 A Empresa .................................................................................................. 28 3.6 Áreas de Atuação em Avaliações e Perícias ........................................... 28 3.7 Honorários e Condições de Pagamento .................................................. 28 3.8 Despesas .................................................................................................... 29 3.9 Valor Final Adequado ................................................................................ 29 3.10 Condições Gerais de Pagamento .......................................................... 29 4 INSPEÇÃO PREDIAL ........................................................................................ 29 4.1 Considerações Preliminares ..................................................................... 29 4.2 Ressalvas e Princípios .............................................................................. 30 4.3 Escopo de Serviços ................................................................................... 31 4.4 Diligências .................................................................................................. 32 4.5 Metodologia: Orientação dos Trabalhos .................................................. 32 4.6 Características da Região ......................................................................... 33 4.6.1 Aspectos Físicos e Condições Ambientais ....................................... 33 4.6.2 Melhoramentos Públicos .................................................................... 33 4.6.3 Sistema Viário ...................................................................................... 33 4.6.4 Equipamentos e Serviços Comunitários ........................................... 33 4.7 Configuração .............................................................................................. 33 4.8 Anamnese ................................................................................................... 35 4.9 Vistoria da Edificação ................................................................................ 35 4.10 Relação de Anomalias e Falhas ............................................................. 37 4.10.1 Evento 01 .......................................................................................... 37 4.10.2 Evento 02 .......................................................................................... 40 4.10.3 Evento 03 .......................................................................................... 41 4.10.4 Evento 04 .......................................................................................... 42 4.10.5 Evento 05 .......................................................................................... 44 4.10.6 Evento 06 .......................................................................................... 44 4.10.7 Evento 07 .......................................................................................... 45 4.10.8 Evento 08 .......................................................................................... 46 4.10.9 Evento 09 .......................................................................................... 49 4.10.10 Evento 10 .......................................................................................... 49 4.10.11 Evento 11 .......................................................................................... 50 4.10.12 Evento 12 .......................................................................................... 51 4.10.13 Evento 13 .......................................................................................... 52 4.11 Análise do resultado ............................................................................... 55 4.11.1 Conceito ............................................................................................ 55 4.11.2 Metodologia da classificação .......................................................... 55 4.11.3 Ordem de prioridade e recomendações técnicas .......................... 57 4.12 Estado de conservação .......................................................................... 59 5 ENGENHARIA DIAGNÓSTICA NA GRADUAÇÃO ........................................... 59 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 60 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 61 13 1 INTRODUÇÃO Toda edificação tem uma vida útil, cujo tempo pode ser prolongado ou encurtado conforme manutenções sejam feitas no mesmo. Prédios não são feitos para caírem, mas infelizmente isso é uma possibilidade e, portanto, deve ser foco de atenção para que o pior não aconteça. No dia 25 de janeiro de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, foi o que aconteceu com o edifício Liberdade, um prédio de 20 andares, que levou consigo outros dois prédios vizinhos. Em 1º de maio de 2018, na cidade de São Paulo, foi a vez do edifício Wilton Paes de Almeida. Em 15 de outubro de 2019, a história se repetiu em Fortaleza, com o desabamento do edifício Andrea. Em todos os casos, além dos danos materiais e das vidas perdidas, um fator pode ser observado em comum: precariedade de manutenção ou realização de obras fora do controle da administração do condomínio, conforme observado pelo Diário do Comércio (2020). O fator predominante para a longevidade de um edifício é a sua manutenção. É aí que entra a engenharia diagnóstica: a arte de criar ações proativas, por meio dos diagnósticos, prognósticos e prescrições técnicas, visando a qualidade total. Para França et al. (2011), pode-se fazer uma analogia entre o esqueleto humano e os elementos estruturais de um edifício, já que ambos fornecem sustentação, conforme a Figura 1 e a Figura 2. Outras semelhanças também podem ser observadas, tal como a musculatura de um corpo e os elementos de alvenaria de um edifício, além do sistema circulatório com as instalações prediais (elétrica, hidrossanitária e gás). 14 Figura 1 - Esqueleto Humano Fonte: SEPANDJ (2019) Tais semelhanças não cessam apenas em relação às funções exercidas por ambos. Tal como na medicina, quando um corpo adoece, ele precisa ser tratado; já uma edificação que apresenta manifestações patológicas, também pode passar por reparos para recuperar suas condições de uso esperadas. Figura 2 - Modelo 3D de projeto estrutural Fonte: CARVALHO (2018) Assim como os médicos são os responsáveis por cuidar do corpo humano, os engenheiros diagnósticos são aptos a analisar as anomalias dos edifícios. De modo a poder aplicar o tratamento mais eficaz e adequado para cada caso. 15 1.1 Objetivos O objetivo geral do trabalho é identificar e analisar as manifestações patológicas em uma residência. Os objetivos específicos consistem em criar uma tabela com prioridades de manutenções, conforme sua gravidade, urgência e tendência de progressividade e demonstrar a importância da engenharia diagnóstica na formação dos engenheiros civis. 1.2 Metodologia O trabalho foi dividido nas seguintes etapas: revisão de literatura sobre os conceitos, normas e técnicas que regem as perícias na engenharia civil; elaboração de uma proposta de serviço, supondo uma prestação de serviço entre uma empresa hipotética para a proprietária da residência; visitas ao imóvel que foi objeto de estudo para relatório fotográfico e observação das manifestações patológicas; elaboração da inspeção predial analisando tecnicamente tais manifestações; reflexão sobre a importância da engenharia diagnóstica na formação do engenheiro civil. A fim de demonstrar o mais fielmente possível como seria elaborado um laudo para um cliente real, a organização de tanto a proposta de serviço, quanto da inspeção predial, foi redigida de modo que o leitor fosse o próprio cliente. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Engenharia Diagnóstica Foi em 2005, no I Seminário de Inspeção e Manutenção Predial do IBAPE/SP, no qual viu-se a Engenharia Diagnóstica como uma evolução da Inspeção Predial, tendo um caráter mais científico e extrajudicial. O foco era mais voltado à manutenção, com procedimentos corretivos, preventivos e também preditivos. Abrangiam-se os problemas prediais numa visão sistêmica tridimensional, focando na vertente técnica (anomalias construtivas), de uso (anomalias funcionais) e de manutenção (falhas). Através do controle e integração, o objetivo era que evitasse que grandes desvios na idealização do edifício ocorressem, reduzindo as inevitáveis anomalias do processo construtivo. 16 Gomide, Neto, Gullo (2015, p. 17) definem a Engenharia Diagnóstica como “a arte de criar ações proativas por meio dos diagnósticos, prognósticos e prescrições técnicas, visando a qualidade total”. Tal proatividade é decorrente da utilização das ferramentas substanciadas pelas vistorias, inspeções, auditorias, perícias e consultorias, baseadas por pesquisas, ensaios e protótipos, aplicadas nas diversas fases de produção da edificação. 2.2 Fases da Edificação As principais fases de produção de uma construção do produto imobiliário, são representadas pelo PPEEU, de planejamento, projeto, execução, entrega e uso, conforme Figura 3. O planejamento preliminar (P), que pode apresentar-se através de folders ilustrativos, minuta de contrato com memorial básico e estande de vendas, pode conter falhas, contradições e imperfeições nesse agrupamento de informações. Portanto, recomenda-se ações proativas nessa fase, atentando-se ao terreno, condições ambientais e de vizinhança. Figura 3 - Fases do processo construtivo do produto imobiliário Fonte: Gomide (2017) 17 A produção propriamente dita, abrange outras quatro etapas, sendo elas o projeto, execução, entrega e uso (PPEU). A fase de projeto (P) demanda de vistorias para garantir o atendimento das normas, legislações municipais, estaduais e federais, desempenho dos sistemas construtivos e componentes, sem que causem quaisquer incompatibilidades com as necessidades dos usuários e atualizações tecnológicas. Para um bom projeto de imóvel, é essencial que a multidisciplinaridade aconteça de maneira harmoniosa, compatibilizando conhecimentos de arquitetura, fundação, estrutura, instalações, entre outras características dependendo de cada especifidade de determinados projetos. Faz-se necessário, portanto, profissionais experientes e equipes que realizem controles, orientações de para compatibilização de interfaces, revisões e melhorias recomendadas pela engenharia diagnóstica. Na Alemanha, por exemplo, é necessário que um engenheiro verificador fique responsável exclusivamente pelo controle de projetos para aprovação da construção. Já no Brasil, apesar de não existir exigências legais, é comum a presença do coordenador de projetos, que compatibiliza projetos de arquitetura com os demais. Entretanto, é costume haver certo improviso nas obras, onde o coordenador de projetos raramente é avisado sobre ocasionais falhas de projetos, por processos construtivos ou materiais utilizados. Tal como apontava Meseguer (1991), a fase de projeto é responsável por aproximadamente metade dos defeitos na construção, logo mais falhas ocorrem nos escritórios do que nas obras. É papel do engenheiro diagnóstico também trazer as consequências observadas na construção para a fase de projeto, de modo a evitar que ocorram em outras obras. Na fase de Execução (E) três principais fatores são submetidos a ações proativas, ou seja, a mão-de-obra, os materiais utilizados (matérias-primas) e os métodos construtivos. A mão-de-obra especializada deve estar motivada, informada, orientada, supervisionada e em condições de trabalho adequadas. Os materiais, idealmente, devem ser certificados, atendendo às normas e especificações de projeto, armazenados adequadamente para que permaneçam em condições satisfatórias. As metodologias devem ser devidamente planejadas, conforme projetos executivos. O resultado final pode ser analisado através da Vistoria das especificações, pela Inspeção das condições técnicas ou ainda pela Auditoria dos sistemas construtivos. 18 Após a entrega da edificação (E) do produtor (incorporador) para o consumidor (proprietário), inicia-se a contagem da garantia e a transferência da responsabilidade pela manutenção predial, e entra a fase do uso da edificação (U). Nessa fase é imprescindível a atenção em relação à manutenção, com observação técnica e periódica, conforme preconiza a Inspeção Predial. Conforme a norma de desempenho da ABNT, os procedimentos e a periodicidade de manutenção já devem ser especificadas e definidas pelos projetistas, uma vez que os usuários não costumam ter o conhecimento técnico adequado para tal. Através da técnica, produtividade e inovação, a Engenharia Diagnóstica atua em todas as fases da edificação, promovendo uma melhora constante em todo o processo. 2.2.1 Responsabilidade e Atribuição Há tempos existe uma preocupação quanto à segurança e desempenho das edificações. O código de Hamurabi, um conjunto de leis criado para o povo mesopotâmio daquela época, contém referências sobre esse assunto. Uma seção é dedicada à responsabilidade de arquitetos e construtores quanto às suas edificações. 229º - Se um arquiteto constrói para alguém e não o faz solidamente e a casa que ele construiu cai e fere de morte o proprietário, esse arquiteto deverá ser morto. 230º - Se fere de morte o filho do proprietário, deverá ser morto o filho do arquiteto. 231º - Se mata um escravo do proprietário ele deverá dar ao proprietário da casa escravo por escravo. 232º - Se destrói bens, deverá indenizar tudo que destruiu e porque não executou solidamente a casa por ele construída, assim que essa é abatida, ele deverá refazer à sua custa a casa abatida. 233º - Se um arquiteto constrói para alguém uma casa e não a leva ao fim, se as paredes são viciosas, o arquiteto deverá à sua custa consolidar as paredes. (BOUZON, 1980, p. 94) Repousa sobre o profissional de engenharia e também da arquitetura, nos dias de hoje, responsabilidade técnica, civil e penal (ou criminal). A responsabilidade técnica preconiza o cumprimento das normas, dos encargos e das exigências de natureza técnica”, por outro lado a responsabilidade civil refere-se à aplicação de medidas que exijam a reparação do dano causado a terceiros, conforme o Novo Código Civil Brasileiro, nas Leis 5.194/66 e 6.496/77. Já a responsabilidade penal 19 pode levar o profissional à pena de reclusão, dependendo da gravidade de suas ações, relacionadas ao exercício de sua profissão. As atividades das perícias e avaliações técnicas são função dos diplomados em engenharia, arquitetura, agronomia, geologia, geografia e meteorologia, conforme a Lei 5.194/66 e discriminada pela Resolução n°218 de 29/06/73. Cabe também destacar que na Resolução n°345 do CONFEA, refere-se à nulidade de trabalhos elaborados por profissionais não registrados nos CREAs. Art. 2º - Compreende-se como a atribuição privativa dos Engenheiros em suas diversas especialidades, dos Arquitetos, dos Engenheiros Agrônomos, dos Geólogos, dos Geógrafos e dos Meteorologistas, as vistorias, perícias, avaliações e arbitramentos relativos a bens móveis e imóveis, suas partes integrantes e pertences, máquinas e instalações industriais, obras e serviços de utilidade pública, recursos naturais e bens e direitos que, de qualquer forma, para a sua existência ou utilização, sejam atribuições destas profissões. Art. 3º - Serão nulas de pleno direito as perícias e avaliações e demais procedimentos indicados no Art. 2º, quando efetivados por pessoas físicas ou jurídicas não registradas nos CREAs. (CONFEA, 1990) Também cabe destacar, que o síndico de um edifício pode responder civil ou criminalmente por seus atos ou omissões, conforme o Código Civil, artigo 1348. Portanto é imprescindível que o síndico contrate um profissional, de modo que este, com conhecimento e experiência, possa analisar o edifício, zelando pela manutenção das áreas, equipamentos e coisas comuns do condomínio. Com a passagem do tempo, o condomínio sofre avarias, desgastes e precisa passar por manutenções periódicas, mantendo o nível de utilização e satisfação do público. Vale ressaltar que o síndico não responde pelas unidades privativas, apenas pelas áreas comuns. O engenheiro diagnóstico responde criminalmente somente quando houver negligência, imprudência ou imperícia de sua atuação profissional que acarretem em danos ou perigos ao edifício ou usuários. Logo, as anomalias de falhas construtivas na edificação não podem ser atribuídas ao engenheiro diagnóstico, se ele não tiver tido participação seja no projeto, execução ou manutenção nas mesmas. Porém, conforme Gomide, Neto & Gullo (2015), caso o laudo tenha omitido constatação óbvia de alguma situação perigosas, ele pode ser responsabilizado por ter exposto a perigo a edificação e, consequentemente, colocando terceiros a riscos. 20 2.3 Patologia e Manifestações Patológicas É corriqueiro, mesmo para os profissionais da área de engenharia, a confusão entre os termos patologia e manifestação patológica. O termo patologia é uma analogia ao emprego da mesma palavra utilizada na área da saúde. Conforme o Dicionário Etimológico, a origem da palavra vem do grego pathos, que significa sofrimento, doença, e logos, significando estudo. Desta forma, a patologia seria o estudo das doenças de um modo geral. Tal como vale para a área da medicina, o conceito também pode ser usado em outras áreas, como a engenharia. As manifestações patológicas, por sua vez, são as degradações observadas na edificação, que podem ter sido causadas tanto no período de execução da obra, quanto na elaboração do projeto, ou ainda ao longo do tempo de utilização da edificação. Sena et al. (2020) diferem as duas definições sendo a patologia das edificações como o ramo da engenharia (ciência) responsável pelo estudo das causas e mecanismos de anomalias e problemas nas estruturas, enquanto a manifestação patológica é a expressão desses problemas encontrados nas edificações propriamente. Uma trinca encontrada em uma edificação, não seria uma patologia, mas sim uma manifestação patológica, ou seja, um sintoma causado por um mecanismo de degradação (doença). Tal sintoma poderia estar acontecendo devido a inúmeras possibilidades, tais como deformação excessiva da estrutura, cura do concreto, processo de corrosão de armaduras, etc. 2.4 Norma de Desempenho Na fase de projeto, é importante que seja feita a auditoria de normas, que podem ser tanto NR’s, normas da ABNT, normas internas da empresa, normas ou legislações municipais, legislações federais, entre outras. Tais normas auxiliam o engenheiro diagnóstico na execução dos seus serviços. A ABNT NBR 15575 Edificações Habitacionais Desempenho, tem dentre seus objetivos, estabelecer critérios que visam o desempenho e a segurança em edificações habitacionais, e infelizmente não há, no Brasil, norma específicas para outros tipos de edificações. 21 Mais conhecida como Norma de Desempenho, ela contribui para as discussões na área da patologia das construções, visto que sua observação ajuda na redução da ocorrência das manifestações patológicas. O conjunto normativo da NBR 15575 abrange um total de seis partes, tratando dos requisitos gerais; sistemas estruturais; sistemas de pisos; sistemas de vedações verticais internas e externas; sistemas de coberturas; e sistemas hidrossanitários. Cada uma destas partes foi feita a partir de elementos da construção, organizados em sequência de exigências relativas à segurança (estrutural, contra incêndio, segurança no uso e operação), habitabilidade (estanqueidade, desempenho térmico e acústico, desempenho lumínico, saúde, higiene e qualidade do ar, funcionabilidade e acessibilidade, conforto tátil e antropodinâmico) e sustentabilidade (durabilidade, manutenibilidade e impacto ambiental). A norma traz a definição de desempenho como o comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas, pensada com o objetivo final de atendimento às necessidades daqueles que viverão naquelas construções. Para que isso ocorra, é necessário conhecimento sobre as manifestações patológicas, prevenindo o surgimento destas. Ligado ao conceito de desempenho, outros termos também trazidos na NBR 15575 merecem o destaque. Requisitos de desempenho dizem respeito às condições qualitativas das características que a edificação habitacional precisa possuir, em conjunto aos seus sistemas, atendendo os requisitos do usuário. Critérios de desempenho seriam as especificações dos requisitos de desempenho, apresentados na forma de quantidades mensuráveis. Durabilidade refere-se à capacidade que uma edificação ou seus componentes conseguem exercer suas funções ao longo do tempo, respeitando as condições de uso e manutenções especificadas pelo manual de uso, operação e manutenção. Manutenção é descrita como o conjunto de atividades a fim de que se assegure a conservação ou até mesmo recuperação funcional da edificação e seus sistemas. Pode-se dividir as manutenções em três tipos principais, sendo eles: manutenção corretiva, manutenção preventiva e manutenção preditiva. A manutenção corretiva é a mais dispendiosa, visto que a ação de reparo ou recuperação ocorre apenas depois da ocorrência da falha. Tutikian e Pacheco (2013) reforçam a lei de Sitter (1984), que representa o custo de correção como uma curva crescente, em progressão geométrica numa razão de cinco. Crescendo a partir do 22 planejamento, para execução, manutenção preventiva e manutenção corretiva. Chega-se a gastar 125 vezes mais na manutenção corretiva do que na etapa de planejamento, conforme Figura 4. Figura 4 - Evolução dos custos pela fase de intervenção (Lei de Sitter) Fonte: SITTER, 1984 apud HELENE, 1997 A manutenção preventiva atua antecipadamente, para que não necessite da corretiva. Desta forma, é preciso que tais manutenções tenham datas definidas previamente, seguindo critérios técnicos e administrativos, baseados em dados estatísticos ou histórico de manutenções anteriores. A manutenção preditiva, por sua vez, analisa os comportamentos de uso, buscando predizer ações necessárias para manter os sistemas em funcionamento. Figura 5 – Influência da manutenção e recuperação no desempenho do empreendimento Fonte: PELACANI, 2010. apud PADARATZ, 2000. 23 Correia (2013) enfatiza a necessidade da definição de um programa de manutenção, com inspeções e manutenções periódicas, registradas por professional responsável. Conforme observam Sena et al. (2020), a aplicação dessa norma permite a possibilidade de os imóveis apresentarem um tempo de uso muito maior ao longo do tempo, fazendo com que as edificações, em tese, possam durar mais sob cuidados adotados durante a sua execução e ao longo da sua utilização. Verifica-se como a manutenção e ações preventivas prolongam a vida útil do projeto na Figura 5. 2.5 Tipos de Serviços Os procedimentos técnicos investigativos são as principais ferramentas da engenharia diagnóstica, que podem ser classificados pela sua complexibilidade, representados pelas vistorias, inspeções, auditorias, perícias e consultorias. Normas antigas da ABNT e também do IBAPE apregoam até hoje, embasadas na resolução do CONFEA, n° 345 (1990): Art. 1 – Para efeito desta Resolução define-se: a) VISTORIA é a constatação de um fato, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos que o constituem, sem a indagação das causas que o motivaram. b) ARBITRAMENTO é a atividade que envolve tomada de decisão ou posição entre alternativas, tecnicamente, controversas ou que decorrem de aspectos subjetivos. c) AVALIAÇÃO é a atividade que envolve a determinação técnica do valor qualitativo ou monetário de um bem, de um direito ou de um empreendimento. d) PERÍCIA é a atividade que envolve a apuração das causas que motivaram determinado evento ou da asserção de direitos. e) LAUDO é a peça na qual o perito, profissional habilitado, relata o que observou e dá suas conclusões ou avalia o valor de coisas ou direitos, fundamentalmente. (CONFEA, 1990) 24 Figura 6 – Ferramentas da engenharia diagnóstica Fonte: Gomide (2017) Simplificadamente, pode-se diferenciadas as ferramentas diagnósticas pela progressividade, categorizadas por Gomide, Neto & Gullo (2015): as vistorias constatam; inspeções analisam; auditorias atestam, perícias apuram causas; e as consultorias utilizam todos os conhecimentos das outras ferramentas para fazer as prescrições técnicas, conforme Figura 6. A vistoria é uma ferramenta que visa, exclusivamente, o registro, sem aprofundar em qualquer análise, atestamento, apuração ou recomendação. Tais ferramentas podem ser aprimoradas por meio de pesquisas, ensaios e protótipos, além de ilustrações fotográficas, plantas e medições. Essas ferramentas diagnósticas costumam ter seus resultados apresentados através de peças escritas, que têm denominações e significados específicos, conforme o tipo de serviço. Relatórios são exclusivos das vistorias, uma vez que contêm apenas relatos descritivos (imagem e linguagem). Todavia o termo laudo também é usado no meio policial, para auditorias, inspeções e perícias; enquanto o termo parecer é usado para as consultorias. 25 2.5.1 Inspeções de Edificações As inspeções de edificações podem focar nos materiais, sistemas ou serviços executados (obras) além das próprias edificações. Além da constatação do objeto referenciado pela vistoria, o fator analítico também deve estar presente, com base na qualidade e segurança. A inspeção predial é um dos tipos de inspeções em edificações, com enfoque para a manutenção a ser exercida pelo usuário, considerando a obra em plena utilização. Sena et al. (2020) definem inspeção predial como a análise das condições técnicas de uso e de manutenção da edificação, visando orientar a manutenção e a qualidade predial total. 2.6 Ensaios e Ferramentas Eventualmente há a necessidade de investigação técnica ou complementações de dados a serem fornecidos pelos ensaios tecnológicos. O ensaio tem um valor muito baixo quando comparado ao valor total da obra e os resultados destes ensaios tem grandes impactos relacionado aos riscos dessa construção, à vida útil e a quantidade de manifestações patológicas que podem surgir. Os ensaios dão embasamento para argumentação e envolvem análise de riscos e possíveis falhas nos sistemas. Da mesma maneira que os médicos as vezes necessitam de exames laboratoriais para melhor diagnosticar a tratar um paciente, na engenharia diagnóstica o mesmo também acontece quando os engenheiros necessitam de empresas especializadas para realizar determinados ensaios. Os ensaios são divididos em ensaios destrutivos (ensaios mecânicos), que danificam o elemento analisado de forma permanente e este não consegue ser utilizado novamente; e ensaios não destrutivos, onde a peça não sofre danos físicos e nem químicos que impeçam ou afetem o desempenho posterior ao ensaio. Diversos são os ensaios e cabe ao engenheiro diagnóstico analisar quais são necessários em cada caso. Dentre os ensaios, podemos citar: ensaios de tração; ensaios de compressão; ensaios de impacto; ensaio visual; ultrassom; ensaio de esclerometria; pacometria; potencial de corrosão; ensaio de umidade; ensaio de 26 arrancamento; ensaio de percussão; termografia; selo de monitoramento; teste de fenolftaleína; entre outros. Dentre as inúmeras ferramentas que auxiliam o engenheiro diagnóstico, podemos citar algumas: multímetro; caneta de teste; esquadro; prumo; nível; trena; fissurômetro; pacômetro; drone; câmera termográfica; martelo; câmera; câmera endoscópica; medido de umidade; entre outras. 3 PROPOSTA DE SERVIÇO 3.1 Dados Gerais Os dados gerais do contratante e do contratado seguem no Quadro 1 a seguir. Quadro 1 - Dados gerais Caraguatatuba, 05 de maio de 2021 Orçamento gerado pelo graduando em eng. Alexandre R. Fachini P. Filho A/C: Laura Fachini Pinto Fonte: Elaborado pelo autor 3.2 Objetivo da Proposta Realização de Inspeção Predial nas instalações da residência localizada na Rua Bonifácio de Freitas, n° 69, no Centro de Caraguatatuba-SP, sendo ela o processo de avaliação das condições técnicas, de uso, operação, manutenção e funcionalidade da edificação e de seus sistemas e subsistemas construtivos, de forma sistêmica e predominantemente sensorial (na data da vistoria), considerando os requisitos dos usuários. Será emitido no final dos serviços um relatório expondo o parecer técnico com relação aos elementos analisados. De modo a indicar por grau de prioridade e gravidade as manifestações patológicas presentes na edificação. Áreas contempladas na inspeção: área externa, garagem e área interna. Não contemplando sistemas elétricos, sótão e os cômodos ao fundo da residência. 27 3.3 Escopo Os serviços contratados se subdividem nas seguintes etapas: a) entrevista (anamnese) com proprietária para averiguação de informações sobre o uso da edificação, histórico de reforma e manutenção, dentre outras intervenções ocorridas; b) realização de vistorias na edificação; c) classificações das irregularidades (anomalias e falhas), de acordo com grau de prioridade, conforme estabelecido em norma, considerando os fatores de conservação, as rotinas de manutenção previstas, os agentes de deterioração precoce, a depreciação, os riscos à saúde, a segurança, a funcionalidade e o comprometimento de vida útil; d) elaboração de recomendações ou orientações técnicas para a solução dos problemas constatados. Essas orientações podem estar relacionadas à adequação do plano de manutenção ou a reparos e reformas para a solução de anomalias; e) elaboração de lista de prioridades técnicas, conforme a classificação de prioridade de cada problema constatado. Essa lista é ordenada do mais crítico ao menos crítico; f) avaliação da qualidade de manutenção, conforme estabelecido em norma NBR 5674. Resumidamente, para essa classificação, consideram-se as falhas constatadas na edificação, as rotinas, a execução das atividades de manutenção e as taxas de sucesso, dentre outros aspectos; g) avaliação do uso da edificação. Pode ser classificado em regular ou irregular. Observam-se as condições originais da edificação e seus sistemas construtivos, além de limites de utilização e suas formas; h) redação e emissão do laudo técnico; 3.4 Prazo A entrega do referido documento se dará em até 28 dias após a assinatura do contrato. 28 3.5 A Empresa A Alfachini Laudos e Perícias é composta por profissionais com experiência nas áreas técnicas, jurídicas e administrativas, atuando no ramo de avaliações, perícias e consultoria de engenharia. Realizamos os trabalhos com imparcialidade e confiabilidade absoluta, fundamentados nas Normas Técnicas Brasileiras em vigor, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e IBAPE (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia). 3.6 Áreas de Atuação em Avaliações e Perícias Perícias de engenharia, laudos técnicos de engenharia, inspeções prediais, vistorias, levantamentos patrimoniais, consultoria de engenharia. 3.7 Honorários e Condições de Pagamento A previsão de horas estimadas para realização de cada etapa do trabalho, conforme segue na Tabela 1 a seguir. Tabela 1 - Estimativa de horas despendidas para realização do trabalho Vistorias com anotações e registros fotográficos 03h Elaboração do Laudo Técnico de Engenharia 03h Total de horas estimadas para realização do trabalho 06h Fonte: Elaborada pelo autor A estimativa de honorários tem como base nos artigos 8º e 9º, Capitulo II, do Regulamento de Honorários do IBAPE/SP, fulcrada nos artigos 7ª alínea “c” e 34 “r” da Lei Federal n 5.194 de 24 de dezembro de 1966, assim como na resolução n 205 do CONFEA – Conselho Federal De Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Art.7º - O valor da hora técnica básica é de R$450,00 (quatrocentos e cinquenta reais) para estimativa do valor dos honorários, que deverá considerar e prever todas as horas necessárias para o efetivo cumprimento do escopo, conforme definido no Parágrafo Primeiro do Art. 8°. O valor da hora técnica básica está demonstrado no documento ANEXO deste regulamento. (IBAPE/SP, 2021) 29 Tabela 2 - Cálculo das horas despendidas para realização do trabalho Valor do trabalho (6 h x R$ 450,00/h) R$ 2.700,00 Encargos para emissão de Nota Fiscal R$100,00 Total R$ 2.800,00 Fonte: Elaborada pelo autor 3.8 Despesas As despesas com ensaios tecnológicos (caso seja necessário), cópias das documentações e projetos apresentados pela contratante, referentes à execução dos serviços propostos, serão suportadas pela contratante. Está incluso no valor da proposta orçamentária o fornecimento do Laudo em 01 (uma) cópia impressa/colorida e o arquivo em “pdf” e emissão de ART referente ao mesmo. 3.9 Valor Final Adequado O valor total para prestação dos serviços solicitados é de R$2.800,00 (três mil e trezentos reais). 3.10 Condições Gerais de Pagamento Primeira parcela na assinatura do contrato: R$1.400,00 (mil e quatrocentos reais). Segunda parcela até 5 dias após a entrega dos serviços solicitados: R$1.400,00 (mil e quatrocentos reais). 4 INSPEÇÃO PREDIAL 4.1 Considerações Preliminares Consoante aos termos da consulta, a presente Inspeção tem por finalidade determinar as características e condições físicas do imóvel localizado à Rua Bonifácio de Freitas, n° 69, Centro, do município de Caraguatatuba-SP, CEP 11660-190. Tal 30 medida é decorrente de anomalias detectadas pelo proprietário na edificação. Os outros imóveis confrontantes não foram vistoriados devido a não contratação. 4.2 Ressalvas e Princípios O presente Laudo Técnico obedeceu aos seguintes princípios: a) o laudo apresenta todas as condições limitativas impostas pela metodologia empregada, que afetam as análises, opiniões e suas conclusões; b) os signatários inspecionaram pessoalmente a propriedade objeto da perícia e o laudo foi elaborado por si e ninguém, a não ser os próprios peritos, preparam as análises e as respectivas conclusões; c) o laudo foi elaborado com estrita observância aos postulados constantes do Código de Ética Profissional; d) os honorários profissionais dos peritos não estão, de qualquer forma, subordinados às conclusões deste laudo; e) os peritos não têm nenhuma inclinação pessoal em relação à matéria envolvida neste laudo no presente, nem contempla para o futuro, qualquer interesse nos bens objeto desta perícia; f) a responsabilidade profissional é limitada ao nível de Inspeção Predial especificado e escopo contratual, eximindo-se os profissionais de análises de problemas ocultos ou de projeto, construção, manutenção e outros de responsabilidade de terceiros, bem como pelo eventual desatendimento das recomendações constantes do laudo; g) a Inspeção não tem como objetivo teste de desempenho de equipamentos da edificação, como elevadores, sistemas elétricos, sistemas hidráulicos, sistema de incêndio e outros; h) caberá à construtora/ incorporadores, bem como empresas subcontratadas para execução de serviços responderem pela responsabilidade técnica, segurança do trabalho e garantia integral, não podendo ser computado à Alfachini Laudos e Perícias qualquer ônus decorrente de eventuais acidentes e reincidências/surgimento de novas anomalias ou em razão de não conformidades técnicas legais eventualmente não apontadas; i) não foram consideradas quaisquer revisões dos cálculos e/ou memoriais técnicos de qualquer projeto executivo envolvendo a edificação, tais como: 31 elétrica, hidráulica, arquitetura, estrutura, formas, ferragens, fundações, impermeabilização, alvenaria, combate a incêndio, paisagismo ou telefonia; j) as anomalias construtivas foram registradas de forma amostral, não representando a totalidade das tipologias apresentadas neste laudo; k) cabe ao condomínio contratar profissionais habilitados e capacitados para realizar as manutenções sugeridas e inspecionarem futuramente o edifício; l) a inspeção é realizada de forma sensorial, não estando contemplados ensaios especializados. 4.3 Escopo de Serviços A atividade de inspeção predial estabelecida pela norma NBR 16747 tem por objetivo constatar o estado de conservação e funcionamento da edificação, seus sistemas e subsistemas, por meio de análise fundamentalmente sensorial, de forma a permitir um acompanhamento sistêmico do comportamento em uso ao longo da vida útil, para que sejam mantidas as condições mínimas necessárias à segurança, habitabilidade e durabilidade da edificação. Trata-se, portanto, de trabalho com finalidade de instruir a gestão de uso, operação e manutenção da edificação, sendo certo que não se presta ao objetivo de instruir ações judiciais para asserção de responsabilidades por eventuais irregularidades construtivas. A inspeção predial não tem a finalidade de avaliar de forma exaustiva o cumprimento de todas as normas técnicas que se aplicam às edificações e, no caso dos empreendimentos imobiliários, não tem a finalidade de avaliar a aderência do empreendimento ao que foi vendido ou avaliar o atendimento aos requisitos da ABNT NBR 15575, pois se baseia na premissa de que, no ato de recebimento da edificação por parte do proprietário, é responsabilidade das construtoras e incorporadoras entregar o imóvel em consonância a todas as normas técnicas vigentes. Considera-se, também, que a mesma tem caráter fundamentalmente sensorial, destacando-se, assim, não ser parte do processo a identificação de problemas que não tenham manifestado funcionamento inadequado, sintomas ou sinais aparentes, ou que somente possam ser identificados por ensaios específicos. Elaboração de documento de Inspeção Predial visando analisar a situação estrutural da edificação, levando em consideração os seguintes sistemas prediais: elementos de concreto armado (pilares, lajes e vigas); alvenaria e vedações; 32 revestimentos (cerâmicos e argamassados); instalações hidráulicas aparentes (esgoto, água pluvial e água potável); impermeabilizações; coberturas; esquadrias. Não foram analisados: sistemas elétricos; sistema contra descargas atmosféricas; sistemas não aparentes ou analisáveis de modo sensorial. 4.4 Diligências O local de interesse foi vistoriado no dia 14/08/2021, para coligir todos os dados técnicos necessários para a elaboração do presente relatório. 4.5 Metodologia: Orientação dos Trabalhos A inspeção predial está baseada no “check-up” da edificação, que tem como resultado a análise técnica do fato ou da condição relativa à habitabilidade, mediante a verificação “in loco” de cada sistema construtivo, estando à mesma voltada para o enfoque da segurança e da manutenção predial, de acordo com as diretrizes da Norma de Inspeção Predial do IBAPE e da Norma de Manutenção em Edificações - NBR 5674, e a Norma de Inspeção predial NBR 16747 da ABNT. A metodologia empregada na presente vistoria constou de visitas “in loco” ao imóvel para observação sensorial dos problemas que por ventura se apresentam na edificação, constatações de não conformidades, possibilidade de prováveis vícios de construção e levantamento fotográfico para posterior emissão de laudo técnico. Nota: não foram realizados testes, medições ou ensaios por ocasião das vistorias, consoante o nível de inspeção estabelecido como escopo para este trabalho. Consoante os bons procedimentos técnicos recomendados para as vistorias do gênero, foram adotadas as seguintes medidas: levantamento das características da região, melhoramento públicos e vias de acesso; determinação da configuração, topografia e confrontações de terreno-motivo; documentação solicitada e documentação disponibilizada; análise da documentação disponibilizada; anamnese; vistoria da edificação; coordenação dos dados técnicos apurados; ordenação das prioridades (plano de manutenção predial); avaliação da manutenção. 33 4.6 Características da Região 4.6.1 Aspectos Físicos e Condições Ambientais Topografia regular; meio urbano de região metropolitana. 4.6.2 Melhoramentos Públicos Redes de água e esgoto; rede de energia elétrica; rede de telefonia; rede de TVs a cabo; rede de internet. 4.6.3 Sistema Viário Pistas de rolamento de veículos pavimentadas, com camada asfáltica; passeios de pedestres; vias públicas iluminadas e sinalizadas. 4.6.4 Equipamentos e Serviços Comunitários Coleta de lixo; limpeza de vias públicas; policiamento; assistência médico- hospitalar; escolas; comércio de âmbito local. 4.7 Configuração A situação do terreno motivo está representada na Figura 7. 34 Figura 7 - Situação de vizinhança Fonte: Elaborada pelo autor O imóvel motivo fica na Rua Bonifácio de Freitas n° 69, situado no meio da quadra, o terreno tem formato retangular e a topografia é em nível. A quadra fica delimitada por quatro ruas: Rua Bonifácio de Freitas, Rua Maj. Aires, Rua Teotino Tibiriçá Pimenta e Rua Eng. João Fonseca. O imóvel é confrontado na frente pela Rua Bonifácio de Freitas, na lateral direita pelo imóvel residencial localizado na Rua Bonifácio de Freitas n° 88, na lateral esquerda pelo imóvel residencial localizado na Rua Bonifácio de Freitas n° 65 e pelos fundos por uma casa residencial localizada na Rua Teotino Tibiriçá Pimenta. A casa é habitada há cerca de 40 anos, é uma edificação residencial térrea, com uma área construída de 217m², área do terreno de 431m². Os principais sistemas construtivos do edifício são: sistema estrutural em concreto armado, com paredes de vedação em tijolos cerâmicos, sistema elétrico com cabeamento embutido em alvenaria e sistema hidráulico de água fria. 35 4.8 Anamnese Com o objetivo de coletar informações sobre a edificação e seu histórico foram entrevistados indivíduos relacionados ao imóvel, sendo eles: a proprietária que adquiriu a residência há 15 anos, e vive na casa desde então, além de seus filhos que apesar de não morarem no imóvel, recordam do histórico deste. Entre as informações coletadas se mostram importantes: a casa foi construída há cerca de 40 anos; há 15 anos ela foi pintada, teve os revestimentos cerâmicos trocados, foi construído um banheiro extra anexado ao escritório; há 10 anos a lavanderia foi toda coberta; há um ano uma das paredes da sala foi revestida por elementos vazado e pintada; não há nenhum projeto do edifício; nenhuma das reformas tiveram o acompanhamento de um engenheiro ou arquiteto. 4.9 Vistoria da Edificação O local de interesse foi vistoriado no dia 14/08/2021, para coligir todos os dados técnicos necessários para a elaboração do presente relatório. Os dados fotográficos foram organizados por cômodo ou região, elaborando um croqui, para facilitar o entendimento, conforme Figura 8. 36 Figura 8 - Croqui do imóvel Fonte: Elaborado pelo autor Figura 9 – Vista frontal do imóvel Fonte: Elaborado pelo autor 37 4.10 Relação de Anomalias e Falhas O resultado das inspeções prediais procedidas nos componentes construtivos, por meio da verificação das condições técnicas (anomalias), de uso (pelo homem, meio ambiente e segurança), de manutenção (procedimentos) e de desempenho, seguem dividas em eventos de destaque a seguir. 4.10.1 Evento 01 O primeiro evento observado é a presença de anomalias em calhas e tubulações de escoamento de água pluvial. A calha do portão esquerdo contém material orgânico impedindo o fluxo d’água. A tubulação de escoamento do telhado dos fundos está rompida. Partes da calha dos fundos estão com furos, manchando o revestimento cerâmico e a pintura das paredes de vedação. A calha da lateral direita do imóvel está com uma de suas amarras soltas. Anomalias representadas nas Figuras 10, 11, 12 e 13. 38 Figura 10 – Entupimento da calha do portão esquerdo Fonte: Elaborado pelo autor Figura 11 – Tubulação de escoamento rompida Fonte: Elaborado pelo autor 39 Figura 12 - Furo na calha dos fundos Fonte: Elaborado pelo autor Figura 13 – Calha da lateral com amarra solta Fonte: Elaborado pelo autor Indica-se a limpeza das calhas, a troca das tubulações danificadas e dos trechos soltos. 40 4.10.2 Evento 02 Há manchas de sujidade devido à ineficiência de pingadeiras em peitoris e no muro de divisa. Não há sinais de degradação avançada. Figura 14 – Ausência de friso na pingadeira do peitoril Fonte: Elaborado pelo autor Figura 15 – Ineficiência das pingadeiras cerâmicas Fonte: Elaborado pelo autor 41 4.10.3 Evento 03 Alguns revestimentos cerâmicos requerem manutenção nos rejuntes de assentamento, sendo que, em alguns casos, o vão provocado pelo desgaste do rejunte é avançado, podendo ocasionar percolação de água para baixo da peça, conforme Figura 16. Figura 16 – Degradação das juntas de assentamento Fonte: Elaborado pelo autor Em específico nas regiões dos boxes dos banheiros, também é necessário fazer a manutenção dos rejuntes. Por ser uma área com fluxo frequente d’água e de produtos de limpeza, costuma necessitar de manutenções menor periodicidade. Fez- se um teste de escoamento, onde observou-se que, apesar de a inclinação do piso estar aparentemente correta, as bolas de gude ainda paravam na região dos rejuntes de assentamento, conforme a Figura 17. 42 Figura 17 - Teste de escoamento no banheiro social Fonte: Elaborado pelo autor 4.10.4 Evento 04 Observou-se danos em alguns revestimentos cerâmicos na área externa, alguns estão danificados, com rachaduras e buracos (Figura 18), e alguns revestimentos do rodapé estão completamente soltos, com presença de matéria orgânica atrás deles. 43 Figura 18 – Revestimentos cerâmicos danificados Fonte: Elaborado pelo autor Em específico no caso do rodapé na região afetada, fez-se o teste de percussão com o auxílio de um martelo de ABS (Figura 19), onde constatou-se que outros revestimentos cerâmicos, apesar de não estarem completamente soltos, estão com a argamassa de assentamento prejudicada, seja por defeito na execução ou devido à percolação de água, portanto podem vir a perder a aderência e soltarem-se em breve. O ideal seria a troca dos revestimentos em questão, para que o problema não se propague. Figura 19 – Teste de percussão com martelo de ABS Fonte: Elaborado pelo autor 44 4.10.5 Evento 05 Notou-se que em nenhum dos três banheiros do prédio principal têm registros de água, isso dificulta futuras manutenções ou reparos, uma vez que seria necessário que o profissional em cargo do serviço subisse até o sótão, com acesso pelo forro da cozinha e há móveis que dificultam a entrada. O registro da cozinha está localizado na lavanderia, numa altura de aproximadamente 3m, também de difícil acesso. Figura 20 – Registro de água da cozinha Fonte: Elaborado pelo autor 4.10.6 Evento 06 Os forros da residência necessitam de manutenção, uma vez que muitos deles estão com mofo e sinais de descascamento da pintura, conforme observa-se nas Figuras 21 e 22. Recomenda-se, primeiramente, a inspeção da laje, em busca por infiltrações e vazamentos, em seguida sugere-se a limpeza e repintura dos forros. 3m 45 Figura 21 – Mofo e deterioração dos forros Fonte: Elaborado pelo autor Figura 22 – Forros dos banheiros da residência Fonte: Elaborado pelo autor 4.10.7 Evento 07 Ambos os ralos da área externa estão com sujidade, entupidos, prejudicando o escoamento da água pluvial. Sugere-se a limpeza dos dois, além da aquisição de uma 46 tampa para o que não tem; a tampa impede que novos elementos entrem na tubulação e prejudiquem o escoamento d’água. Figura 23 – Entupimento dos ralos da área externa Fonte: Elaborado pelo autor 4.10.8 Evento 08 Em diversos pontos da casa identificou-se marcas de umidade, descascamento da pintura e mofos. O fato dessas manifestações patológicas ocorrerem ao longo de toda a residência, não só em paredes externas, como também nas internas, sugere que a causa seja a umidade ascendente, devido à ausência ou má impermeabilização das fundações. Para o tratamento, um dos métodos recomendados seria retirar os revestimentos (argamassa de reboco), aplicar cimento polimérico em toda região para impedir que a umidade chegue até a nova massa, que será aplicada só quando a superfície estiver bem seca. 47 Figura 24 – Umidade nas paredes internas Fonte: Elaborado pelo autor Figura 25 – Umidade nas paredes internas Fonte: Elaborado pelo autor Figura 26 – Umidade nas paredes internas Fonte: Elaborado pelo autor 48 Figura 27 - Descascamento da pintura Fonte: Elaborado pelo autor Na lavanderia observa-se um desprendimento mais expressivo e avançado do revestimento argamassado, conforme Figura 28. Figura 28 – Desprendimento da argamassa na lavanderia Fonte: Elaborado pelo autor 49 4.10.9 Evento 09 Algumas falhas na drenagem pluvial mostram sinais de manchas e bolor nas paredes, devido ao escoamento de água diretamente pela alvenaria de vedação (Figura 29). É necessário, primeiramente, acabar com a causa da infiltração, reparando as cobertuas e tubulações danificadas, para então fazer a higienização e repintura das superfícies. Figura 29 – Manchas e bolor nas alvenarias de vedação Fonte: Elaborado pelo autor 4.10.10 Evento 10 O beiral da laje, localizado no corredor de acesso entre a lavanderia e os fundos está com eflorescência e desprendimento do concreto na parte inferior, vide Figura 30. Necessita uma vistoria do telhado na parte superior à manifestação, que provavelmente é a causa da infiltração. Sugere-se também um teste de carbonatação fenolftaleína para melhor analisar a manifestação patológica, para saber se as armaduras estão corroídas. 50 Figura 30 – Beiral da laje no corredor da lavanderia Fonte: Elaborado pelo autor 4.10.11 Evento 11 Apesar de não ser escopo da inspeção, não pode deixar-se de notar dois possíveis riscos nas instalações elétricas. Destacam-se a fiação exposta no teto do escritório e o circuito do ar condicionado da suíte que não vai até o quadro geral da residência, além de estar exposto às intempéries, uma vez que não está sendo protegido por nenhum eletroduto, conforme Figura 31. Sugere-se a análise de um engenheiro elétrico para adequação do sistema, uma vez que como não faz parte do escopo da inspeção, é possível que hajam ainda mais riscos em outros pontos, ocultos ou não. 51 Figura 31 – Instalações elétricas Fonte: Elaborado pelo autor 4.10.12 Evento 12 O telhado que cobre a embarcação, na lateral direita da casa, está com diversas marcas de deterioração, conforme a Figura 32. Destacam-se buracos nas telhas de amianto/fibrocimento, presença de matéria orgânica nas telhas e, o mais alarmante, uma corrosão avançada de na base de uma das colunas. Tal corrosão poderá provocar a ruptura da estrutura, podendo colocar em risco algum morador que esteja na região, ou provocando um prejuízo financeiro, uma vez que a estrutura está sobre uma embarcação. Nota-se que já foi feito um reparo, aparentemente há alguns anos, com a adição de uma placa metálica soldada na lateral da coluna, entretanto sugere-se um novo projeto de reforço e de tratamento da corrosão. 52 Figura 32 – Manifestações patológicas do telhado Fonte: Elaborado pelo autor 4.10.13 Evento 13 Registraram-se algumas fissuras que variam entre 0,2mm a 0,4mm de espessura em cantos de janelas, devido, provavelmente, à ausência ou ineficiência de vergas e contravergas, conforme Figuras 33 e 34. 53 Figura 33 – Fissura na janela do dormitório 1 Fonte: Elaborado pelo autor Figura 34 - Fissura na janela do dormitório 2 Fonte: Elaborado pelo autor Sobre a porta do dormitório 2 há duas fissuras verticais, cuja maior delas chega a 0,6mm de espessura, conforme a Figura 35. Tal tipo de fissura tem como principal causa possível uma carga aplicada sob a alvenaria, maior do que essa pode suportar. Sugere-se uma inspeção da laje antes de iniciar o reparo. 54 Figura 35 – Fissura sobre a porta do dormitório 2 Fonte: Elaborado pelo autor Sob a janela do dormitório 2, no lado interno, a trinca causada pela ineficiência ou ausência de contraverga causou o desprendimento da argamassa de revestimento, onde nota-se um vão de cerca de 1cm entre o reboco e a camada interna, conforme Figura 36, tal janela é a mesma da Figura 32. O tratamento para tais fissuras é a remoção da argamassa de revestimento existente, e instalação de uma tela galvanizada sob a nova argamassa, de modo que esta absorva as solicitações e evite novas trincas e fissuras. 55 Figura 36 – Trinca na janela do dormitório 2 Fonte: Elaborado pelo autor 4.11 Análise do resultado 4.11.1 Conceito Para analisar falhas de manutenção e anomalias encontradas na inspeção predial da residência, adotou-se a metodologia da análise de risco da edificação, que abrange o estudo de ameaças, impactos, vulnerabilidades, detecções, ações e contingências necessárias para conferir a melhor condição de habitabilidade. O gerenciamento de riscos deve ser procedido com a identificação dos pontos que possibilitem a eliminação, redução ou transferência dos riscos, utilizando ações econômicas e estratégicas viáveis. 4.11.2 Metodologia da classificação A metodologia utilizada para a classificação da ordem de prioridades das irregularidades prediais foi desenvolvida através da adaptação do sistema GUT 56 (Gravidade Urgência e Tendência) para a manutenção predial, conforme SOTILLE (2014) cujas funções de criticidade e pesos são as seguintes: Tabela 3 – Classificação GUT sobre gravidade GRAU GRAVIDADE PESO Total Risco de perda de vidas humanas, do meio ambiente ou do edifício 10 Alta Lesão em pessoas, danos ao meio ambiente ou ao edifício 8 Média Desconforto, degradação do meio ambiente ou do edifício 6 Baixa Pequenos incômodos ou pequenos prejuízos financeiros 3 Nenhuma 1 Fonte: Adaptada de Sotille (2014) Tabela 4 – Classificação GUT sobre urgência GRAU URGÊNCIA PESO Total Caso em ocorrência 10 Alta Caso prestes a ocorrer 8 Média Caso prognosticado para breve 6 Baixa Caso prognosticado para adiante 3 Nenhuma Evento imprevisto 1 Fonte: Adaptada de Sotille (2014) Tabela 5 – Classificação GUT sobre tendência GRAU TENDÊNCIA PESO Total Progressão imediata 10 Alta Progressão em curto prazo 8 Média Progressão em médio prazo 6 Baixa Progressão em longo prazo 3 Nenhuma Não vai progredir 1 Fonte: Adaptada de Sotille (2014) 57 4.11.3 Ordem de prioridade e recomendações técnicas As anomalias e falhas de manutenção constatadas e analisadas na inspeção predial foram abreviadas pelas siglas da Tabela 6. Tabela 6 – Siglas das manifestações patológicas SIGLA EVENTO NOME CAL 01 Entupimento, rompimento e falhas nas calhas SUJ 02 Manchas de sujidade REJ 03 Desgaste dos rejuntes de assentamento REV 04 Revestimentos cerâmicos danificados e soltos REG 05 Registros de difícil acesso FOR 06 Mofos e manchas nos forros ENT 07 Entupimento dos ralos UMI 08 Manchas de umidade e descascamento da pintura BOL 09 Bolor nas paredes EFL 10 Eflorescência e desprendimento do concreto FIE 11 Fiações expostas FFT 12 Focos de ferrugem e degradação do telhado TRI 13 Trincas e fissuras em paredes Fonte: Elaborado pelo autor Tabela 7 – Análise das prioridades das intervenções SIGLA GRAVIDADE URGÊNCIA TENDÊNCIA PONTOS (GxUxV) PRIORIDADE CAL 6 10 6 360 6° SUJ 6 10 3 180 10° REJ 6 10 6 360 7° REV 6 10 6 360 8° REG 3 6 1 9 13° FOR 6 8 3 144 12° ENT 6 10 6 600 5° 58 UMI 6 10 6 360 9° BOL 6 10 10 600 4° EFL 10 10 10 1000 1° FIE 10 10 10 1000 2° FFT 10 10 10 1000 3° TRI 6 10 3 180 11° Fonte: Elaborado pelo autor Assim sendo, a ordem de prioridades dos serviços de reparos das anomalias e falhas, de manutenção com suas respectivas recomendações técnicas estão dispostas, sucintamente, na Tabela 8. Tabela 8 – Ordem de prioridades das intervenções ORDEM SIGLA INTERVENÇÃO PONTOS 1° EFL Tratamento das armaduras e reparo estrutural 1000 2° FIE Reparo nas fiações expostas 1000 3° FFT Tratamento dos focos de ferrugem e reforço estrutural 1000 4° BOL Reparo nas infiltrações 600 5° ENT Limpeza e proteção mecânica dos ralos 600 6° CAL Reparos e limpezas das calhas 360 7° REJ Reparo dos rejuntes 360 8° REV Troca dos revestimentos 360 9° UMI Impedir umidade ascendente 360 10° SUJ Reparo das pingadeiras e repintura/limpeza 180 11° TRI Reparo no revestimento 180 12° FOR Verificação da umidade no sótão e limpeza 144 13° REG Instalação de registros d’água 9 Fonte: Elaborado pelo autor 59 4.12 Estado de conservação A classificação quanto ao estado de conservação deve sempre ser fundamentada, considerando a ordem de prioridades e os níveis de aprofundamento da inspeção predial realizada. A residência enquadra-se, quanto ao seu estado de conservação, no patamar regular, em virtude dos cuidados com a conservação do edifício, podendo atingir o grau satisfatório com relativa facilidade, devido à simplicidade das anomalias e falhas apuradas. Indica-se a realização de nova inspeção predial dentro de um ano, para averiguação do reparos e providências sugeridas neste relatório. 5 ENGENHARIA DIAGNÓSTICA NA GRADUAÇÃO Muitos cursos de graduação em engenharia civil pelo Brasil e pelo mundo já ofertam na sua grade de ensino disciplinas, sejam elas obrigatórias ou optativas, da patologia das construções. A Escola de Engenharia de São Carlos da USP (Universidade de São Paulo), por exemplo, tem na sua grade curricular a disciplina de Patologia e Recuperação das Estruturas de Concreto, com carga horária de 60h, onde ensina a patologia das estruturas, abordando conceito de vida útil, requisitos de desempenho, durabilidade do concreto, mecanismos de degradação do concreto, corrosão das armaduras, reações expansivas, ação do fogo sobre as estruturas de concreto, inspeção, avaliação e diagnóstico, recuperação e reforço das estruturas, manutenção das estruturas, etc. (JUPITERWEB, 2021) Entretanto, grande parte dos cursos não têm a patologia como disciplina obrigatória, assim os profissionais não saem completamente preparados para prevenir e diagnosticar as manifestações patológicas que podem ocorrer nas edificações. O curso da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), por exemplo, tem a disciplina Patologia e Monitoração de Estruturas como optativa na sua grade curricular. (DAC UNICAMP, 2021) Já o curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), do campus de Ilha Solteira, não tem sequer uma disciplina optativa que trate do tema com exclusividade. Um grande diferencial do engenheiro diagnóstico é poder de atuar em vários âmbitos da profissão, o engenheiro pode fazer desde um mero registro fotográfico 60 documental até a prescrição de metodologias de execuções, tal como serviços de auditorias técnicas, determinação das causas e origens das diversas anomalias construtivas, incluindo as instalações prediais, desta maneira, possibilitando executar projetos tanto para reparos de edifícios em uso quanto para novos empreendimentos. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Por intermédio da inspeção realizada, pode-se verificar que as edificações estão sujeitas a diversos agentes externos e internos que podem prejudicar sua vida útil, desempenho e durabilidade. A elaboração de projetos eficientes, o acompanhamento da execução por profissionais adequados e a implementação de manutenção tanto preventivas quanto corretivas são essenciais para que tais edificações exerçam as funções para qual elas foram projetadas inicialmente, estendendo sua vida útil. Tais medidas são ainda mais necessárias em edifícios antigos, tal qual a residência que foi objeto da inspeção, uma vez que mais manifestações patológicas tendem a surgir, já que as técnicas e tecnologias envolvidas na construção civil evoluíram muito desde a construção do imóvel em estudo, assim como a rigorosidade na fiscalização de novas edificações. Um dos grandes inimigos das edificações é a água, o que foi evidente na origem da maioria das anomalias registradas na residência. Seja problemas de infiltração, de umidade ascendente, manchas de sujidade, bolor, eflorescência, corrosão, oxidação, etc., a maior parte deles têm como um dos agentes a água. Com a utilização da metodologia do sistema GUT, foi possível orientar o usuário do imóvel numa ordem de prioridade de reparação, facilitando a determinação de tomadas de decisões para manutenção do edifício. Muitas vezes os usuários são leigos, e podem tomar decisões equivocadas que não cumprem as reais urgências de reparos, portanto é importante a execução de um laudo de inspeção. É evidente que, em virtude da urbanização do país nas últimas décadas, a engenharia diagnóstica será cada vez mais necessária, tanto para edifícios antigos quanto para novos empreendimentos. Portanto é imprescindível que os cursos de graduação de engenharia civil apresentem esta área para os graduandos, contribuindo para que estes saiam mais preparados para o mercado de trabalho. 61 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575 – Desempenho de edificações habitacionais. Rio de Janeiro, 2013 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16747 – Inspeção predial – Diretrizes, conceitos, terminologia e procedimento. Rio de Janeiro, 2020 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5674 – Manutenção de edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 2012 BOUZON, Emanuel. O Código de Hammurabi. Introdução, tradução do texto cuneiforme e comentários. 8 ed. Petrópolis, Vozes, 2000 BRASIL. Conselho Federal De Engenharia, Arquitetura E Agronomia. Resolução n° 218, de 29 de junho de 1973. Disponível em: Acesso em: 13 ago. 2021 BRASIL. Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Art. 1348. Disponível em: Acesso em: 13 ago. 2021 BRASIL. Lei n° 5.194, de 24 de dezembro de 1966. Regula o exercício das profissões de Engenharia, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências.. Disponível em: Acesso em: 13 ago. 2021 BRASIL. Lei n° 6.496, de 7 de dezembro de 1977. Regula o exercício das profissões de Engenharia, Arquiteto e Engenheiro-Agrônomo, e dá outras providências.. Disponível em: Acesso em: 13 ago. 2021 CARVALHO, Claudio. Modelo 3D de Projeto Estrutural em Concreto Armado de Edifício Comercial com 4 pavimentos. Analândia Engenharia. 2018. Disponível em: https://analandiaengenharia.blogspot.com/2018/09/modelo-3d-de-projeto-estrutural- em.html. Acesso em: 14 ago. 2021. CONFEA. Resolução nº 345, de 27 de julho de 1990. Dispõe quanto ao exercício por profissional de Nível Superior das atividades de Engenharia de Avaliações https://normativos.confea.org.br/downloads/0218-73.pdf https://legis.senado.leg.br/norma/547056/publicacao/15758786/ https://legis.senado.leg.br/norma/547056/publicacao/15758786/ 62 e Perícias de Engenharia. Brasília, DF. Disponível em . Acesso em: 14 ago. 2021 CORREIA, Marcelo I.F. Manifestações patológicas na construção – Implantação ed programas de manutenção preventiva e corretiva em estruturas de concreto armado. Congresso Internacional sobre Patologia e Recuperação de Estruturas – CINPAR. João Pessoa, 2013. DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO. Etimologia e Origem das Palavras. Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2021. DAC UNICAMP. Disponível em: https://www.dac.unicamp.br/sistemas/catalogos/grad/catalogo2020/coordenadorias/0 010/0010.html#CV014. Acesso em: 18 ago. 2021. FRANÇA, Alessandra A. V.; MARCONDES, Carlos Gustavo N.; ROCHA, Francielle C. da; MEDEIROS, Marcelo Henrique Farias de; HELENE, Paulo R. L. Patologia das construções: uma especialidade na engenharia civil. Téchne, São Paulo, v. 19, n. 174, p. 72-77, 2011. GOMIDE, Tito; NETO, Jerônimo; GULLO, Marco. Engenharia Diagnóstica em Edificações. 2 ed. São Paulo: Pini, 2015. 424 p. GOMIDE, Tito. Avaliação Técnica de Desempenho em Edificações e a NBR /13 da ABNT. Docplayer. 2017. 113 p. Disponível em: https://docplayer.com.br/37453998- Avaliacao-tecnica-de-desempenho-em-edificacoes-e-a-nbr-13-da-abnt.html. Acesso em: 14 ago. 2021. JUPITERWEB. Disponível em: https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/listarGradeCurricular?codcg=18&codcur=18023&c odhab=0&tipo=N. Acesso em: 18 ago. 2021. HELENE, P. R. L. Manual para reparo, e reforço de estruturas de concreto – 2ª ed. – São Paulo: Pini, 1997. IBAPE/SP. Regulamento de Honorários para Avaliações e Perícias de Engenharia. Ibape SP. 2021. 5 p. Disponível em: https://www.ibape- sp.org.br/honorarios.php. Acesso em: 15 ago. 2021. 63 MANUTENÇÃO aumenta vida útil de edificações e previne acidentes. Diário do Comércio, 8 jan. 2020. Disponível em: https://diariodocomercio.com.br/especial- sme/manutencao-aumenta-vida-util-de-edificacoes-e-previne-acidentes/. Acesso em: 10 maio 2021. MESEGUER, A.G. Controle e garantia da qualidade na construção. São Paulo: Sinduscon-SP, 1991. MICHAELIS moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos. Disponível em: . Acesso em: 14 ago. 2021 PADARATZ, Ivo José. Patologia das Edificações. Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Catarina.Turma: Universidade Estadual de Maringá - UEM. Florianópolis, 2000,v.1 e 2. PELACANI, Vamir Luiz. Responsabilidade na construção civil. Curitiba, CREA-PR, 2010. (Caderno do CREA-PR – nº7 – Responsabilidade na construção civil, 142 p.). PELACANI, Vamir Luiz. Responsabilidade na construção civil. Curitiba, CREA-PR, 2010. POSSANI, Edna; DEMOLINER, Carlos A. Desempenho, durabilidade e vida útil das edificações: abordagem geral. Revista Técnico-Científica do CREA-PR. 1ª ed. Curitiba, PR. 2013. SANTOS, Luiz Anibal de Oliveira. Vamos Falar de Engenharia. 2018. Disponível em: https://vamosfalardeengenharia.wordpress.com/. Acesso em: 20 ago. 2021. SENA, Gildeon Oliveira et al. Patologia das Construções. 1. ed. [S. l.]: 2B Educação, 2020. 256 p. SEPANDJ. Esqueleto humano Modelo 3D. Turbosquid. 2019. Disponível em: https://www.turbosquid.com/pt_br/3d-models/human-skeleton-3d-model-13807. Acesso em: 14 ago. 2021. SITTER, W.R. Costs for Service Life Optimization. The “Law of Fives”. CEB- RILEM Durability of Concrete Structures, 1984 64 SOTILLE, Mauro Afonso. A ferramenta GUT - Gravidade, Urgência e Tendência. 2014. Disponível em: . Acesso em: 18 ago. 2021 TUTIKIAN, B; PACHECO, M. Inspección, Dianóstico y Prognóstico em la construcción Civil. Revista Alconpat. Mérida, México, 2013.