ISSN 1808-981X 26 CULTIVO DO COGUMELO COMESTÍVEL Pleurotus florida EM RAMAS DE MANDIOCA Cultivation of edible mushroom Pleurotus florida on cassava foliage Luiz Antônio GRACIOLLI1 Circélia Pereira dos Santos CAETANO2 Magali LEONEL3 Eduardo Barreto AGUIAR4 RESUMO A parte aérea da mandioca, composta por folhas e hastes, suplementada ou não com farelos de arroz, soja e trigo, nas concentrações de 10 e 20%, foi utilizada como substrato na produção do cogumelo comestível P. florida. O cultivo foi realizado em frascos de vidro e o inoculante multiplicado em arroz parboilizado. Após a completa colonização do substrato, os frascos foram transferidos para um barracão de frutificação, sem controle de temperatura e umidade relativa mantida entre 80-90%. A adição de farelos no substrato não influenciou o crescimento micelial, a produtividade e a eficiência biológica de P. florida. A adição de farelo de soja, na concentração de 20%, inibiu o crescimento micelial do cogumelo. O substrato rama de mandioca puro foi eficiente para a produção do cogumelo P. florida, apresentou valores satisfatórios de produtividade (210 g.kg-1) e eficiência biológica (78,2%), podendo ser recomendado como alternativa para o cultivo deste fungo. Palavras-chave: cogumelo, Pleurotus florida, ramas de mandioca, eficiência biológica, resíduo agrícola SUMMARY The aerial part of cassava, consisting of leaves and stems, supplemented with rice bran, soybean and wheat, at concentrations of 10 and 20% was used as substrate for the production of edible mushroom P. florida. The cultivation was carried out in glass bottles and inoculant multiplied on rice grains. After the complete colonization of the substrate, the flasks were transferred to a fructification shed, without control of temperature and average damp of 80-90%. The addition of bran in the substrate did not influence mycelium growth, productivity and biological efficiency of P. florida. The addition of soybean bran at a concentration of 20%, inhibited the growth of mushroom mycelium. The pure substrate was effective for the production of the mushroom P. florida, showed satisfactory values of productivity (210 g.kg-1) and biological efficiency (78.2%) and may be recommended as an alternative to the cultivation of this fungus. Keywords: mushroom, Pleurotus florida, cassava stems, biological efficiency, agricultural wastes. 1 FE/UNESP, Ilha Solteira-SP, AV. Brasil, 56, CEP:15385-000. E-mail: gracioli@bio.fis.unesp.br 2 FE/UNESP, Ilha Solteira-SP, AV. Brasil, 56, CEP:15385-000. E-mail: circelia@bio.feis.unesp.br 3 CERAT/UNESP. Botucatu-SP, CEP:18610-307, CP 237. E-mail: mleonel@fca.unesp.br 4 Doutorando- FCA/UNESP, Botucatu-SP, CEP:18610-307, CP 237. E-mail:aguiareb@msn.com Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 27 INTRODUÇÃO O consumo de cogumelos no Brasil é ainda muito baixo em relação ao povo europeu e asiático. Entretanto, nos últimos anos, a procura vem aumentando e ganhando destaque, em virtude do seu sabor refinado, o valor nutritivo e pelo potencial medicinal (FIGUEIREDO, 2004; NEVES; GRACIOLLI, 2008). O cultivo de cogumelos no Brasil esta restrito nas regiões Sul e Sudeste com destaque para 5 espécies cultivadas comercialmente: Agaricus bisporus (champignon de Paris); Lentinula edodes (shiitake); Pleurotus ostreatus e P. sajor-caju (cogumelo ostra) e A. blazei (cogumelo do sol). O mais cultivado e conhecido é o A. bisporus, representando aproximadamente 90% da produção nacional (EIRA e BRAGA, 1997). Pleurotus é um cogumelo comestível com grande interesse biotecnológico devido à sua habilidade em degradar inúmeros resíduos agrícolas e sua alta qualidade organoléptica (RAJARATHNAM & BANO, 1987). Além disso, é um alimento saudável, pobre em calorias e gorduras, apresenta elevado conteúdo protéico, rico em vitaminas, fibras dietéticas e algumas espécies apresentam compostos biologicamente ativos que conferem propriedades medicinais e terapêuticas (BREENE, 1990; ZHANXI & ZHANHUA, 2001). Pleurotus é um fungo decompositor de matéria vegetal, encontrado praticamente no mundo todo. Ocorre naturalmente nas matas brasileiras (MAZIEIRO et al., 1992; BONATTI et al., 2004). É chamado de fungo causador da podridão branca da madeira, por degradar eficientemente a lignina um polímero fenólico recalcitrante encontrado nos vegetais (ERIKSSON et al., 1990). Os fungos do gênero Pleurotus apresentam algumas vantagens no cultivo em relação ao gênero Agaricus e outros cogumelos comestíveis: são poucos exigentes em relação ao substrato; apresentam alta eficiência biológica e bom desenvolvimento em condições rústicas (COLAUTO, 1994; EIRA; MINHONI, 1997; SCHMIDT et al, 2003). Além disso, apresentam crescimento mais rápido e crescem em uma ampla variação de temperatura (entre 10 a 35ºC) (BONATTI et al., 2004). Até a década de 70 o consumo de Pleurotus era feito basicamente pela coleta de cogumelos na natureza (BONONI et al., 1995). Em 1962, foi mencionado o primeiro cultivo comercial de P. ostreatus utilizando como substrato palha de arroz (BANO; SRIVASTAWA, 1962). A partir daí ganhou grande popularidade devido principalmente à disponibilidade e facilidade de encontrar os substratos utilizados no seu cultivo (SHUKLA; BISWAS, 2000). A produção mundial de Pleurotus cresceu numa taxa acelerada nos últimos anos. Em 1986, representava 7% do total de cogumelos comestíveis produzidos no mundo. Em 1990, a produção de Pleurotus subiu para 24% e atualmente, dos dois milhões de toneladas de cogumelos produzidos anualmente, 40% (800.000 Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 28 toneladas) é atribuído ao gênero Pleurotus, sendo P. ostreatus o mais cultivado (KÜES; LIU, 2000). Geralmente, Pleurotus spp. são cultivados em resíduos lignocelulósicos simples enriquecidos ou não com farelos de cereais. No Japão, por exemplo, um dos maiores produtores do cogumelo ostra do mundo, o substrato mais utilizado é a serragem de madeira suplementada com farelo de arroz ou de trigo (ZHANG; XIUJIN; FADEL, 2002). Palha de arroz e de trigo são também recomendadas para a produção de Pleurotus em escala comercial (RAJARATHNAM; BANO, 1987; ZHANG; XIUJIN; FADEL, 2002). Outros substratos mostraram grande potencial para produção de Pleurotus, como por exemplo: resíduos de algodão (CHANG et al., 1981; CASTRO; PAIVA; BANYS, 2007); sabugo de milho (MEHTA; JANDAIK, 1989); bagaço de cana- de-açúcar (ZANETTI; RANAL, 1997); polpa de café (MAZIEIRO, 1990; COLAUTO, 1994), caule e sementes de girassol (CURVETTO et al., 2002); folha de bananeira (STURION, 1994), palha de feijão (DIAS et al., 2003) e aguapé (MURUGESAN; VIJAYALAKSHMI; MARIAPPAN, 1995; GRACIOLLI et al., 2008). O substrato é um dos itens responsáveis pelo elevado custo no cultivo de cogumelos no Brasil. A cultura de champignon, em escala comercial no Estado de São Paulo, por exemplo, teve inicio em 1953 e naquela época o substrato (palha de arroz) já era um dos itens responsáveis pelo elevado custo de produção (FIDALGO; GUIMARÃES, 1985). Segundo os mesmos autores, a solução para baixar o custo de produção é encontrar substitutos para os substratos tradicionalmente utilizados, e aproximar a área de produção da matéria prima à área de cultivo (FIDALGO; GUIMARÃES, 1985). Segundo a FAO (2008), a produção brasileira de mandioca está em torno de 27,3 milhões de toneladas anuais, colocando o Brasil como segundo maior produtor mundial de mandioca, e também como grande consumidor, apresentando, em 2003, um consumo de raízes per capita de 41 kg/hab/ano, em quanto o consumo per capita mundial foi 16 kg/hab/ano, sendo esta cultura plantada em 87% dos municípios brasileiros (IBGE, 2008). A parte mais importante da planta de mandioca são as raízes tuberosas, ricas em amido, e utilizadas na alimentação humana e animal ou como matéria-prima para diversas indústrias. A parte aérea da mandioca, classificada como resíduo agrícola, é composta por folhas (limbos e pecíolos) e por hastes, e seu potencial de utilização ainda tem sido pouco explorado. O objetivo desse trabalho foi avaliar a produção do cogumelo P. florida em substrato ramas de mandioca: folhas (limbos e pecíolos) e hastes. MATERIAL E MÉTODOS Microrganismo e produção de inoculante A cultura de P. florida utilizada para a produção do inoculante foi obtida a partir de coleção de basidiomicetos preservada em Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 29 óleo mineral, a 4oC, e reativada em meio de cultura batata-dextrose-agar (BDA). O inoculante foi produzido em arroz parboilizado, cozido por 20 minutos. Após drenagem os grãos foram distribuídos em erlenmeyers de 250 mL e esterilizados a 121°C por 20 minutos. Após o resfriamento, em câmara de fluxo laminar, cada frasco recebeu pequenos pedaços do micélio (5 discos de 4 mm de diâmetro) de P. florida desenvolvido em BDA. Os frascos foram incubados a 25oC, no escuro, até completa colonização dos grãos (12 dias). Substrato e preparação As plantas de mandioca variedade IAC 14 foram cultivadas na Fazenda Experimental Lageado em Botucatu, estado de São Paulo (latitude 22°52’47’’ S, longitude 48°25’12’’ W, altitude 810 m). O clima é definido, de acordo com a classificação Koeppen, como Csa ou temperado chuvoso, úmido e com verões quentes. A precipitação média anual da região é 1517 mm e a temperatura média anual de 20,6°C. O plantio foi realizado em outubro de 2008 e a colheita da parte área em dezembro 2010. A parte aérea coletada formada por folhas (limbo e pecíolo) e hastes (denominada agora de ramas), foi desintegrada, em picador elétrico, e colocada para secagem em galpão coberto com ventilação natural por 15 dias. Foi realizado revolvimento do material três vezes ao dia. O material foi analisado quanto aos teores de: umidade, cinzas, fibras, proteína bruta, matéria graxa, açúcares totais (AOAC, 1990), amido (RICKARD; BEHN, 1987). A quantificação do cianeto total foi determinada por espectrofotometria, utilizando a metodologia descrita por Cooke (1978) e, posteriormente adaptada por Essers et al. (1993), com algumas modificações. O tamanho das partículas foi uniformizado, utilizando moinho de facas tipo Willye, sem peneira, em pedaços de 1 cm. Em seguida, foi mergulhado em água por 12 horas e após um breve escorrimento, os farelos de arroz, soja e de trigo foram misturados, na proporção de 10 e 20%, em relação à matéria fresca do substrato base. Os substratos foram acondicionados (150 g) em frascos de vidro, vedados com algodão e esterilizados a 121oC por 1 hora. Inoculação e condição de cultivo Em uma câmara de fluxo laminar, os substratos foram inoculados na superfície, com cerca de 2 g do inoculante e incubados em uma sala com temperatura de 25 + 2 °C, no escuro, até completa colonização do substrato. Frutificação, colheita e avaliação da produção Após completa colonização do substrato os frascos foram abertos e transportados para um barracão de alvenaria para frutificação, sem controle de temperatura. A umidade relativa foi mantida entre 80 e 90% com auxilio de 6 nebulizadores com vazão de 6 L/h, instalados no teto o barracão, dispostos de modo a não molhar os cogumelos. Nos períodos de temperatura mais elevada as Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 30 paredes laterais do barracão foram mantidas úmidas e pequenas aberturas laterais, permitiram a entrada de luz e circulação de ar. Os cogumelos foram colhidos quando a borda apresentava-se no mesmo plano da superfície do píleo e imediatamente pesados (peso fresco). Foram avaliados: o tempo necessário para a completa colonização do substrato, ou seja, a corrida micelial (CM), o início da formação de primórdios (IFP), o tempo total de cultivo (TTC), a produção, em um fluxo de colheita, expressa em gramas de cogumelo fresco por quilograma de substrato úmido e a eficiência biológica: EB = (peso fresco de cogumelo/ peso seco do substrato inicial) x 100. Delineamento experimental O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com 5 repetições, sendo os tratamentos compostos pelas combinações de 3 tipos de farelos: arroz, soja e trigo; 2 proporções de farelos (10 e 20%) e uma testemunha (Tabela 1). Os resultados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste Skott-Knott a 5% de probabilidade, pelo programa SISVAR 4.5. Tabela 1. Composição e teores de nitrogênio do substrato utilizado para o cultivo de Pleurotus florida. Tratamento Parte aérea de mandioca (g) Farelo de arroz (g) Farelo de soja (g) Farelo de trigo (g) N (%) I 1000 0 0 0 1,34 II 900 100 0 0 1,40 III 800 200 0 0 1,47 IV 900 0 100 0 1,94 V 800 0 200 0 2,55 VI 900 0 0 100 1,48 VII 800 0 0 200 1,61 RESULTADOS E DISCUSSÃO A composição química do substrato ramas de mandioca, antes da implantação do experimento, esta apresentada na Tabela 2. Após a esterilização não foi observado a presença de cianeto no substrato. Os resultados da corrida micelial (CM), o início da formação de primórdios (IFP), o tempo total de cultivo (TTC), produção e eficiência biológica (EB) de P. Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 31 florida cultivado em substrato parte aérea de mandioca, enriquecido ou não com farelos de arroz, soja ou de trigo, estão apresentados na Tabela 3. Normalmente, em substratos pobres nutricionalmente, é comum que os mesmos sejam enriquecidos com farelos de cereais para garantir uma rápida colonização e incrementar produção de cogumelos (FASIDI; KADIRI, 1993; ROSSI et al., 2001; EIRA, 2004). Tabela 2. Composição química do substrato ramas de mandioca. Substrato Umidade (%) Cinzas (%) Proteína bruta (%) Fibras (%) Lipídeos (%) Açúcares totais (%) Amido (%) Cianeto total (ppm)* Ramas de mandioca 25,3 2,6 8,4 36,3 2,3 0,47 23,3 10,9 Tabela 3. Produção e eficiência biológica de Pleurotus florida cultivado em ramas de mandioca enriquecido com farelos de arroz, soja e de trigo. Tratamento CM (dias) IFP (dias) TTC (dias) Produção (g.kg-1) EB (%) I 15 17 20 211,4a 78,2a II 15 17 21 152,9b 45,3c III 15 20 24 151,1b 45,3c IV 15 19 23 78,0c 24,4d V - - - 0d 0e VI 15 17 21 228,4a 69,4b VII 15 23 26 227,5a 60,3b CV (%) - - - 8,96 7,75 Médias seguidas de mesma letra minúscula, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Skott- Knott a 5% de probabilidade. No presente trabalho, a adição de farelos em substrato rama de mandioca não estimulou o crescimento micelial de P. florida. Esses resultados estão de acordo com vários autores, que também não observaram efeito de farelos de cereais no crescimento de Pleurotus spp., cultivados em diferentes substratos (DIAS et al. 2003; AKYÜZ; YILDIZ, 2008; MINOTTO et al., 2008; GRACIOLLI; PASCHOALOTO, 2009). Com exceção do tratamento com 20% de farelo de soja, onde ocorreu uma inibição do crescimento micelial de P. florida, toda a extensão dos substratos estava colonizada após 15 dias da Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 32 inoculação. A fibra de coco,utilizada no cultivo de P. florida, também levou 15 dias para ser totalmente colonizada (SHASHIREKHA; RAJARATHNAM, 2007). Em substratos recomendados para a produção comercial de Pleurotus como a palha de arroz e de trigo, a corrida micelial tem sido observada entre 16 a 24 dias (PHILIPPOUSSIS et al., 2001; SHASHIREKHA; RAJARATHNAM, 2007). Por outro lado, uma colonização muito mais rápida do substrato, que a observada no presente experimento, foi constato em P. eryngii que levou apenas 8 e 9 para colonizar a palha de soja e de trigo, respectivamente (AKYÜZ; YILDIZ, 2008). De um modo geral, substratos com teores maiores de N favorecem o crescimento micelial e a produção de cogumelos (PHILIPOUSSIS et al., 2007). Entretanto, o excesso de N orgânico ou mineral pode retardar ou até mesmo inibir completamente o crescimento micelial (BISARIA et al., 1987; BAYSAL et al., 2003; SILVA et al., 2007; GRACIOLLI; PASCHOALOTO, 2009). Pleurotus sajor-caju quando cultivado em capim coast-cross, bagaço de cana-de-açúcar, farelo de trigo e uréia para suplementação de nitrogênio apenas colonizou os substratos com teores de nitrogênio de 0,65 a 1,30%, enquanto nos substratos com 1,75 e 2,20% não houve colonização (SILVA et al., 2007). Donini et al., 2009, verificaram que o crescimento micelial das linhagens BF24, DF33 e HF19 de P. ostreatus, não foi afetado quando desenvolvido em substrato capim-elefante suplementado com farelos de soja, trigo, arroz ou milho nas concentrações de 0, 10 e 20%. No entanto, com referência a produtividade e eficiência biológica, o farelo de soja apresentou um efeito inferior, em relação aos outros farelos, nas três linhagens estudadas. Considerando que a concentração de nitrogênio nos substratos não era limitante para a produção de cogumelos, os autores concluíram que algum componente presente no farelo de soja influenciou os dados de produção. O período médio para a indução natural de primórdios (Figura 1), nos diferentes tratamentos, foi de 19 dias após a inoculação. O tempo mínimo requerido para o IFP (17 dias) foi constatado no tratamento sem adição de farelo e no tratamento com 10% de farelo de arroz ou de trigo. Esses resultados foram semelhantes aos observados com P. florida cultivado em aguapé enriquecido ou não com farelos de arroz ou de trigo, que levou em média 18 dias para o IFP (GRACIOLLI et al., 2008). Figura1 – Detalhe do início da formação de primórdios de P. florida Comparado com outras espécies de Pleurotus valores semelhantes foram Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 33 relatados em palha de trigo para P. ostreatus e P. pulmonarius (SALMONES et al., 2005). Os resultados obtidos no presente trabalho, no entanto, foram melhores quando comparados com P. ostreatus e P. ostreatoroseus cultivados em fibra de coco enriquecido ou não com farelo de arroz ou de trigo os quais levaram em média 35 dias para o IFP (PEDRA; MARINO, 2006). Do mesmo modo, P. sajor-caju, P. platypus e P. citrinopileatus cultivados em caule de algodão, fibra de coco ou palha de sorgo foram necessários entre 21 e 29 dias (RAGUNATHAN; SWAMINATHAN, 2002); com P. sajor-caju cultivado em resíduos de juta entre 22 e 25 dias (BASAK et al., 1996) e P. ostreatus, P. pulmonarius e P. eryngii cultivados em palha de trigo, resíduo de algodão e cascas de amendoim variou entre 26 e 72 dias (PHILIPPOUSSIS; ZERVAKIS; DIAMANTOPOULOS, 2001). O aumento da concentração de farelo de arroz de 10 para 20%, aumentou em 3 dias o tempo requerido para o IFP. Com farelo de trigo o comportamento foi similar, porém mais severo, ou seja, na concentração de 20% o tempo para o IFP aumentou em 6 dias. O TTC, em um fluxo de produção, foi mais rápido em substrato ramas de mandioca puro (20 dias) e mais lento no tratamento com adição de farelo de trigo na proporção de 20% (26 dias). Esses valores estão dentro do período encontrado por outros autores para o gênero Pleurotus (PHILIPPOUSSIS; ZERVAKIS; DIAMANTOPOULOS, 2001; ROYSE et al., 2004). A produção e a EB variaram de acordo com o farelo utilizado. No entanto, os resultados indicam que a adição de farelos, ao substrato rama de mandioca, não estimula a produção de P. florida. A produção máxima de cogumelos (228,4 g.kg-1) (Figura 2) foi obtida em substrato suplementado com 20% de farelo de trigo, porém, esse valor não diferiu do tratamento sem farelo. Não foi observado efeito da concentração dos farelos de arroz e de trigo para a produção e eficiência biológica, no entanto, o farelo de soja na concentração de 20% inibiu o crescimento de P. florida, como já discutido no presente trabalho. A menor produção de cogumelos foi obtida com a adição de 10% farelo de soja (78,0 g.kg-1). Figura 2 – Aspecto dos cogumelos na fase de colheita. A produção de cogumelos, obtida no presente trabalho, em substrato ramas de mandioca puro, foi superior a outros resíduos como, por exemplo, com Pleurotus sp. „Florida‟ cultivado em bagaço de cana-de- açúcar suplementado com guandu, em Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 34 diferentes proporções, onde foi observdo uma produção máxima de 165,9 g.kg-1 de composto (ZANETTI; RANAL, 1997) e com P. sajor-caju cultivado em capim coast-cross, bagaço de cana-de-açúcar, farelo de trigo e uréia, com uma produção máxima de 143,8 g.kg-1 de substrato (SILVA et al., 2007). Valores superiores aos observados no presente trabalho foram obtidos com P. sajor-caju cultivado em restos da colheita de algodão, palha de sorgo, fibra de coco com uma produção de 0,414; 0,368 e 0,273 kg/kg de substrato, respectivamente (RAGUNATHAN et al., 1996), e em resíduos do beneficiamento têxtil do algodão suplementado com farelo de trigo, gesso e calcário com uma produção de 0,560 kg/kg de substrato (CASTRO; PAIVA; BANYS, 2007). Vários resíduos agrícolas têm se destacado na produção de cogumelos do gênero Pleurotus quando suplementados com farelos de cereais (DONINI et al., 2009; WANG; SAKODA; SUZUKI, 2001; BISARIA; MADAN; VASUDEVAN, 1996). No entanto, vários trabalhos mostraram que é possível obter altas produções e EBs, em vários resíduos agrícolas, sem nenhum aditivo, como as observadas no presente trabalho. (SALMONES; MATA; WALISZEWSKI, 2005; PHILIPPOUSSIS; ZERVAKIS; DIAMANTOPOULOS, 2001; RAGUNATHAM et al., 1996; MURUGESAN; VIJAYALAKSHMI, MARIAPPAN, 1995). A EB é definida como a porcentagem de conversão do substrato em cogumelos (WANG; SAKODA; SUZUKI, 2001). Assim, quanto maior a EB mais adequado é o substrato para o cultivo. Segundo Zanetti; Ranal (1997) para cada substrato existe uma concentração ótima de nitrogênio para o crescimento micelial e a produção de cogumelos. Para P. sajor-caju por exemplo, quando cultivado em capim coast-cross, bagaço de cana-de-açúcar, farelo de trigo e uréia para suplementação de nitrogênio é provável que a concentração limite esteja em torno de 1,5% de nitrogênio (SILVA et al., 2007). Os resultados observados no presente trabalho indicam que o conteúdo de nitrogênio presente no substrato rama de mandioca puro (1,34%), foi suficiente para garantir não só o bom desenvolvimento micelial, assim como, a maior EB de P. florida (78,2%). A adição de farelos de arroz, soja e de trigo, no substrato rama de mandioca, diminuiu significativamente a EB de P. florida, em relação ao substrato não suplementado. Isso indica que, o substrato rama de mandioca não necessita de suplementação para a produção de P. florida, tendo como vantagem a redução de custos na produção. REFERÊNCIAS ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of analysis. 15. ed. Arlington, Virginia, 1990. AKYÜZ, M.; YILDIZ, A. Evaluation of cellulosic wastes for the cultivation of Pleurotus eryngii (DC. Ex Fr.) Quel. African Journal of Biotechnology, v. 7, n. 10, p. 1494-1499, 2008. Revista Raízes e Amidos Tropicais, volume 6, p.26-39, 2010. ISSN 1808-981X 35 BANO, Z.; SRIVATAWA, H. C. Studies on the cultivation of Pleurotus spp. on paddy-straw. Food Science, v. 12, p. 363-365, 1962. BASAK, M. K.; CHANDA, S.; BHADURI, S. K.; MONDAL, S. B.; NANDI, R. Recycling of jute waste for edible mushroom production. Industrial Crops and Products, v. 5, p. 173- 176, 1996. BAYSAL, E.; PEKER, H.; YALINKILIÇ, M. K.; TEMIZ, A. Cultivation of oyster mushroom on waste paper with some added supplementary materials. 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