UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP MARIA EDUARDA SALLES ALVES USO DE RECURSOS DIGITAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM TEMPOS DE PANDEMIA ARARAQUARA 2022 UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” Faculdade de Ciências e Letras Campus de Araraquara - SP USO DE RECURSOS DIGITAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM TEMPOS DE PANDEMIA Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Conselho de Curso de Letras, da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Letras. Orientador: Profª. Drª. Sandra Mari Kaneko Marques ARARAQUARA 2022 MARIA EDUARDA SALLES ALVES USO DE RECURSOS DIGITAIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE LÍNGUA INGLESA EM TEMPOS DE PANDEMIA Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Conselho de Curso de Letras, da Faculdade de Ciências e Letras – Unesp/Araraquara, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Letras. Orientador: Profª. Drª. Sandra Mari Kaneko Marques Data de entrega: 28/02/2022 MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA: _____________________________________________________________ Presidente e Orientador: Profª. Drª. Sandra Mari Kaneko Marques Universidade Estadual Paulista de Araraquara ______________________________________________________________ Membro Titular: ______________________________________________________________ Membro Titular: ______________________________________________________________ Local: Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Letras UNESP – Campus de Araraquara RESUMO Durante a pandemia do vírus SARS-CoV-2, a educação brasileira passou por diversas adaptações e transformações. A partir disso, o presente trabalho aborda o uso de recursos e ferramentas digitais por professores de língua inglesa no contexto pandêmico, buscando compreender as principais dificuldades, anseios e mudanças que foram experienciados durante esse período, além de abordar os impactos do uso de tecnologias para trazer dinâmica e conectar alunos e professores. Para a realização da pesquisa, o foco do estudo se deu nos professores-bolsistas do Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores da Faculdade de Ciências e Letras - UNESP Araraquara, que por meio de um questionário estruturado compartilharam suas impressões sobre o ensino remoto. A partir dos dados analisados e do estudo presente na fundamentação teórica, foi possível chegar a conclusões que evidenciam, apesar das dificuldades, resultados positivos acerca do uso de recursos digitais no ensino de língua inglesa, além de outros aprendizados e mudanças que o contexto pandêmico trouxe para a educação como um todo. Palavras-chave: Recursos digitais. Língua inglesa. Pandemia. ABSTRACT During the pandemic of COVID-19, the Brazilian education went through several adaptations and transformations. Based on that, the present study approaches the main difficulties, anxieties and changes that were experienced during this time, as well as the use of digital resources and tools by English language teachers in the pandemic context, aiming to understand the impacts caused by the use of technologies to create dynamics and connect students and teachers. In order to conduct the research, the focus of the study was on the fellow-teachers of the Language and Teacher Development Center at UNESP Araraquara, who, by means of a questionnaire, shared their impressions about remote teaching. From the data analyzed and the study presented in the theoretical foundation, it was possible to reach conclusions that show, despite the difficulties, very positive outcomes about the use of digital resources in English language teaching, in addition to other learnings and changes that the pandemic context provided to education as a whole. Keywords: Digital resources. English language. Pandemic. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Avaliação do curso de formação 18 Gráfico 2 Eficácia do curso de formação 20 Gráfico 3 Gamificação 23 Gráfico 4 Recursos digitais antes da pandemia 24 Gráfico 5 Recursos digitais durante a pandemia e ensino remoto 25 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................ 7 2. MOTIVAÇÕES............................................................ 9 3. OBJETIVOS................................................................ 9 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................. 10 4.1 Formação de professores.......................................... 12 4.2 Recursos Digitais no Ensino Remoto......................... 13 5. METODOLOGIA......................................................... 14 5.1 Natureza da pesquisa................................................ 14 5.2 Procedimentos metodológicos................................... 15 5.3 Contexto de pesquisa................................................ 16 5.4 Perfil dos participantes............................................... 16 6. ANÁLISE DE DADOS................................................ 17 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................... 28 8. REFERÊNCIAS.......................................................... 30 9. APÊNDICES............................................................... 33 10. ANEXOS..................................................................... 36 7 INTRODUÇÃO Em dezembro de 2019, surgia na China a epidemia de COVID-19, “uma doença infectocontagiosa causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-COV2)” (BRITO et al., 2020, p. 2) que se transformou em pandemia no início de 2020. A partir disso, o mundo inteiro se encontrava no contexto de isolamento social e foram necessárias medidas de adaptação em todos os serviços e setores. Atualmente, a internet passou a dominar quase todos os ramos – tanto na esfera pessoal, quanto profissional, sendo praticamente indispensável. Analisando dessa forma, era inevitável que em algum momento ela seria utilizada também na Educação, apesar da dificuldade de acesso por parte de alguns alunos, professores e instituições de ensino. Com o início da pandemia e consequente quarentena, que se deu de forma gradual, não tivemos outra escolha além de adotar as tecnologias como uma ferramenta, além de que “[...] o ensino remoto permite o uso de plataformas já disponíveis e abertas para outros fins, que não sejam estritamente os educacionais, assim como a inserção de ferramentas auxiliares e a introdução de práticas inovadoras.” (GARCIA et al., 2020, p. 5) Considerando a importância dos recursos digitais no ensino de línguas, sua utilização tornou-se destaque durante os dois anos de isolamento social que ainda estamos enfrentando. Devido à dificuldade do ensino remoto – principalmente por ter sido algo novo para a maioria dos professores – foi essencial a procura de ferramentas que trouxessem dinâmica para as aulas e auxiliassem no processo de formação dos alunos, uma vez que tal ensino “[...] precisou ser feito sem planejamento prévio, sem um ambiente virtual de aprendizagem escolhido com cautela, sem que os professores tivessem tempo de se preparar, de produzir e selecionar materiais e estratégias de ensino adequadas para atividades online.” (RIBEIRO e VECCHIO, 2020, p.15). Dentre os diversos desafios que isso acarretou, é possível mencionar a falta de acesso aos recursos necessários para a realização das aulas; a falta de interesse dos alunos em participar de maneira remota; a ausência de aulas dinâmicas e 8 dificuldade em prender a atenção de aprendizes; alta cobrança de resultados, além de diferentes métodos e ferramentas de avaliação, compatíveis com esse contexto. Em meio a essas adversidades, “No cenário atual, o professor de LE faz o que é possível, dentro de suas possibilidades e dos recursos tecnológicos à disposição, levando em conta adversidades e precariedades” (COSTA, BORSATTI, GABRIEL, 2021, p. 11). Para que fosse possível se adaptar ao ensino remoto emergencial, foi necessário recorrer a recursos e diferentes abordagens de ensino que fossem condizentes com a nova realidade, e usá-las a nosso favor. Por isso, pode-se afirmar que a pandemia também trouxe aspectos positivos para o ensino. A necessidade de busca por novos métodos tirou muitos professores de sua zona de conforto, e estes precisaram encontrar uma maneira diferente de chamar a atenção dos alunos, tendo que se reinventar. No caso da língua inglesa, o uso de recursos digitais foi de grande importância para esse processo. Com eles é possível aplicar e revisar o conteúdo trabalhado, além do uso de diferentes jogos e dinâmicas para que a aula se torne mais leve tanto para o aluno quanto para o professor. A fim de compreender melhor como se deu todo esse processo, foi usado como referência nesta pesquisa o Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores (CLDP), um projeto de extensão universitária que visa oferecer cursos de línguas para a comunidade interna e externa, sendo também responsável por formar professores. Por meio dele, os graduandos têm a experiência de planejar e ministrar aulas, o contato com a sala de aula e a oportunidade de atuar como professores, beneficiando também aqueles que têm interesse em aprender línguas estrangeiras. Dessa forma, o presente trabalho pretende abordar a relevância e as dificuldades do uso de recursos digitais nas aulas de língua inglesa com foco na formação de futuros professores do Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores (CLDP), analisando, com base em dados empíricos, como se dá o uso de tecnologias durante o ensino remoto, trazendo reflexões sobre sua dinâmica e resultado para as aulas. Nesse sentido, no contexto de pandemia e ensino remoto, em que os professores têm que lidar com as adaptações necessárias para que seja possível alcançar os diversos objetivos como profissionais da educação. 9 MOTIVAÇÕES Ampliar os conhecimentos acerca dos diversos recursos digitais que existem atualmente e usar isso a favor dos professores de língua inglesa, que em tempos de pandemia passaram por dificuldades nessa transição e estão tendo que encontrar novas formas de ensino para trazer às aulas produtividade e dinâmica. Essa experiência, a meu ver e a partir do que observo em meu contexto profissional, tem tido aspectos positivos, já que os alunos são familiarizados com a tecnologia e têm respondido de maneira positiva a seu uso no ambiente de ensino. Esta investigação procura analisar tal hipótese, bem como discutir como se dá o uso desses recursos por professores de língua inglesa, quais suas dificuldades e antecedentes com relação a esse uso e o que foi possível depreender ao longo desses anos. OBJETIVOS Considerando o atual cenário de pandemia, ao qual estamos inseridos há quase dois anos, surgiu a necessidade de encontrarmos novos canais e métodos de ensino. Em decorrência disso, o presente trabalho pretende investigar as principais dificuldades dos participantes do projeto Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores de língua inglesa para implementar recursos digitais nas aulas remotas e os impactos positivos da experiência em sua formação. Dessa maneira, nossas perguntas de pesquisa são: a) Quais foram as principais dificuldades de professores-bolsistas de inglês para implementar recursos digitais e tecnológicos em suas aulas remotas? b) Quais os impactos positivos da experiência no uso de tais recursos em sala de aula remota? A partir desta pesquisa, será possível analisar quais foram as principais mudanças acerca do uso da tecnologia no ensino-aprendizagem que esse cenário desencadeou no contexto investigado. 10 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O uso de tecnologias na educação, apesar de hoje se fazer presente, antigamente não era adotado pela maioria dos professores, que acabaram se mantendo no método de ensino tradicional. De acordo com Marques-Schäfer e Rozenfeld (2018, p. 14) “Na última década do século passado e no início deste século, a grande inovação foi a mediação das tecnologias digitais no ensino de línguas. O computador e a Internet sofreram muitas rejeições e os pioneiros que trouxeram a novidade para a sala de aula tiveram que enfrentar críticas de colegas e obstáculos dos administradores das escolas.” A relação dos alunos com a tecnologia pode ser considerada complexa. Conforme passam as gerações, cada vez mais os jovens têm acesso a recursos e aparelhos eletrônicos. “O uso do celular nas escolas é considerado um desafio e [...] as opiniões se dividem entre aquelas que defendem a prática e os que acreditam que ela seja nociva em sala de aula” (MARQUES-SCHÄFER e ROZENFELD, 2018, p. 52). Por esse motivo, é necessário encontrar um equilíbrio entre os benefícios e malefícios desses recursos, tentando fazer com que o aluno faça um uso consciente e dentro das medidas estabelecidas pelo professor. Foi com o passar dos anos que essa prática começou a ser instituída dentro da sala de aula e que os professores começaram a utilizar a tecnologia a seu favor. Apesar da existência de alguns obstáculos, como mencionado no parágrafo anterior, os recursos digitais se mostram positivos no desenvolvimento do conteúdo e na inovação do ensino, principalmente no que diz respeito ao ensino de línguas. Com foco nas aulas de inglês, é possível afirmar que o uso de recursos sempre se fez presente. É muito comum tanto em escolas regulares quanto em escolas de idiomas, que os professores utilizem músicas, vídeos e diversos recursos em inglês para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem e fazer com que as aulas sejam divertidas para os alunos. Com o início da pandemia, não restaram muitas opções além de tornar esse uso ainda mais frequente. Além do uso de diversas ferramentas de música, jogos e vídeos tanto no presencial quanto no ensino remoto, de acordo com Godwin-Jones (2014, apud TUMOLO, LORENSET e SALBEGO, 2017, p. 723), “[...] os jogos digitais permitem o 11 aprendizado de línguas estrangeiras por constituírem-se de ambientes interativos e imersivos, onde a língua alvo é usada repetidamente no jogo, oportunizando o aprendizado em contexto e coerentemente.” Dessa forma, é possível introduzir diferentes tipos de jogos e dinâmicas para tornar o ensino ainda mais eficaz e fazer com que as aulas se tornem mais interessantes para os alunos. Ademais, outra diferença que pode ser destacada sobre o ensino presencial e remoto, concerne ao diferencial da EaD. Essa modalidade, antes mesmo da pandemia, se tornou muito popular entre instituições de Ensino Superior, uma vez que “[...] a expansão da modalidade presencial começou a experimentar certo cansaço, causado pela diminuição progressiva da demanda.” (GIOLO, 2008, p.1217). Dessa forma, ainda citando Giolo (2008, p, 1217-1218), “Esse fenômeno, de certa forma, alterou o sentido da educação a distância: em vez de ser uma modalidade de ensino capaz de ampliar o raio de atuação da educação superior para além da esfera abrangida pela educação presencial, tornou-se concorrente da presencial, ou melhor, para certos cursos, ela se constituiu numa ameaça, pois pode praticar preços menores, além de oferecer outras facilidades práticas ligadas ao tempo, ao espaço e aos métodos de aprendizagem.” É importante ressaltar a diferença entre a Educação a Distância e o Ensino Remoto que se deu durante a pandemia. Como destacado no parágrafo anterior, a EaD, por já ter se tornado uma modalidade de ensino popular, houve um grande preparo de professores e instituições para que a EaD pudesse acontecer de maneira eficiente e adequada. Ao contrário disso, [...] diante de situações inesperadas, como no contexto da pandemia do ano de 2020, na qual o isolamento é imprescindível, há necessidade de buscar alternativas para a continuidade de atividades de ensino. Assim, as tecnologias remotas e ambientes virtuais tornam-se fundamentais.” (ALVES et al., 2020, p. 240) Hoje, em um cenário que o ensino remoto foi experienciado por todas as instituições de ensino em diferentes níveis, foi possível notar a praticidade e acessibilidade a uma grande parcela da população com essa modalidade, que está diretamente atrelada a recursos e tecnologias. Sendo assim, pode-se afirmar que o uso de ferramentas digitais se tornará ainda mais popular, tanto no ensino remoto quanto presencial, uma vez que seu uso, no cenário atual, se torna indispensável. No entanto, é preciso salientar que o ensino remoto emergencial, tal como foi imposto para muitos professores em diversos contextos de ensino durante a 12 pandemia, difere da organização e implementação de cursos de EaD que, normalmente, contam com cursos de formação de professores e tutores para orientação acerca do uso de tecnologias, dentre elas, os ambientes virtuais, nos quais tais cursos são desenvolvidos. Formação de professores Para introduzir a formação de professores e o uso de tecnologias, segundo Barreto (2004, p. 1183), “[...] a presença das TIC tem sido investida de sentidos múltiplos, que vão da alternativa de ultrapassagem dos limites postos pelas “velhas tecnologias”, representadas principalmente por quadro-de-giz e materiais impressos, à resposta para os mais diversos problemas educacionais ou até mesmo para questões socioeconômico-políticas.” A partir desse trecho, nota-se que o uso de tecnologias da informação e comunicação (TIC), antes mesmo da pandemia de COVID-19, já encontrava seu espaço na formação de professores, por meio de velhas e novas tecnologias. Apesar de ter sido deixada de lado por muitos anos, as novas tecnologias são alternativas para modernizar o processo de ensino-aprendizagem, quebrando barreiras que antes limitavam a exploração de todo potencial que o ensino pode ter. Levando em consideração a possível falta de preparo de muitos professores diante da necessidade de recorrer somente às tecnologias durante a pandemia, é possível afirmar que, antes desse período os professores não foram totalmente preparados para o uso de recursos em sua formação. Isso ocorre uma vez que o foco sempre se deu no ensino presencial, fazendo com que as TICs fossem negligenciadas na maior parte da história da educação brasileira. Já no que diz respeito à formação de professores no contexto pandêmico, segundo Fernandes, Isidorio e Moreira (2020, p. 6), “[...] faltou capacitação dos professores e planejamento prévio do currículo, pois as metodologias utilizadas para o processo de ensino/aprendizagem precisaram ser reformuladas. A transição do ensino presencial para aulas remotas exige planejamento, uma vez que, não é eficiente o uso das mesmas metodologias para diferentes modalidades de ensino”. 13 À medida que eclodiu a pandemia de COVID-19, foi necessário encontrar alternativas para dar continuidade ao ensino sem que houvesse tempo suficiente para um planejamento eficaz, que seria fundamental para o preparo dos professores e instituições de ensino. No caso do CLDP, foi de extrema relevância a oportunidade que os professores-bolsistas tiveram de participar de um curso preparatório para o ensino remoto. Através da análise de dados é possível concluir que essa capacitação foi muito positiva para auxiliar os participantes nessa nova fase. Além disso, outra questão acerca da formação de professores é que “[...] os docentes apresentam perfis profissionais diversos, com níveis diferentes de proficiência dos recursos tecnológicos aplicados à educação.” (FERNANDES; ISIDORIO; MOREIRA; 2020, p. 6). Em decorrência disso, podemos levantar duas análises. A primeira diz respeito à dificuldade dos professores que não tinham conhecimento prévio acerca do uso de recursos e tecnologias para se adaptar ao ensino remoto. Entretanto, a partir disso, é possível observar que houve uma troca enriquecedora entre os professores, que juntos criaram uma rede de apoio e a partir dela puderam se reinventar e aprender diferentes metodologias em um novo universo de ensino. A partir desse momento, é possível depreender que o uso de recursos digitais e tecnologias será um foco maior na formação de professores, com o objetivo de torná-los capacitados para o ensino remoto, que apresenta grandes possibilidades de se tornar uma modalidade cada vez mais popular. Tendo isso em mente, na seção seguinte, abordaremos de forma breve o uso de recursos digitais no ensino e aprendizagem de línguas. Recursos Digitais no Ensino Remoto Dentre os diversos recursos digitais que já estavam disponíveis para os professores antes mesmo da pandemia, a partir de 2020 houve um crescimento da oferta e procura dessas ferramentas, com a criação de sites gratuitos, pagos e até mesmo plataformas completas com o foco no ensino e aprendizagem de línguas. As plataformas de webconferência passaram a ser indispensáveis no ensino remoto, definidas como “[...] ferramentas poderosas para a realização de aulas, 14 reuniões, encontros, oficinas e palestras de forma remota” (SOARES, 2020, p. 5), que foram essenciais para conectar professores e alunos. É possível destacar como mais populares o Google Meet, Skype e Zoom. Essas plataformas disponibilizam diversas funcionalidades, como compartilhamento de tela, bate-papo, enviar um sinal em caso de dúvidas, além do uso da câmera e microfone para estabelecer a comunicação de forma mais presente. Divididas em diferentes categorias de aplicabilidade, é possível, de acordo com Fragelli (2020), destacar algumas das ferramentas digitais para a educação online. No que diz respeito a colaboração, temos o Google Docs, Google Planilhas e Jamboard. Para apresentação de Slides: Powerpoint, Google Apresentações, Mentimeter, Sli.do e Answergarden. E nas plataformas de jogos, que são as mais populares entre os alunos, é possível destacar Quizlet, Kahoot, Baamboozle, Gartic, Stopots, Quizziz e Games2LearnEnglish. Tendo tratado do uso de tecnologias, formação de professores e recursos digitais no ensino remoto, questões embasadoras desta pesquisa, na seção seguinte, abordamos a metodologia deste estudo. METODOLOGIA Natureza da pesquisa Esta pesquisa pode ser classificada como de cunho qualitativo, que foi definida por Gerhardt e Silveira (2009, p. 32) como estudos que “[...] buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens”. Tendo em mente essas questões, podemos caracterizar este estudo como qualitativo, pois pretende-se analisar o uso de recursos digitais nas aulas de língua 15 inglesa de professores-bolsistas no contexto de pandemia de COVID-19, em que o ensino se deu à distância. Para isso foi aplicado um questionário – que se entende por “instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante, sem a presença do pesquisador” (GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 69) – aos professores-bolsistas do CLDP a fim de compreender de que maneira esses recursos foram utilizados, quais foram suas dificuldades, e sua relevância para o aprendizado dos alunos e a dinâmica das aulas. Procedimentos metodológicos para a Coleta e Análise de Dados A pesquisa foi realizada por meio de um questionário1 (APÊNDICE A) enviado por e-mail e realizado via Google Forms, que foi respondido por três professores- bolsistas (APÊNDICE B) responsáveis por ministrar aulas pelo Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores (CLDP), com uma média de 18 alunos por turma, de idades variadas. O envio do questionário foi realizado no dia 20 de agosto de 2021 para os participantes que fizeram ou fazem parte do CLDP. A fim de preservar a identidade dos respondentes, será feito o uso de anonimato através de letras para a análise dos dados. O questionário foi dividido em duas seções. A primeira conta com 12 questões acerca da Formação e Ensino Remoto, com foco no Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores, informações sobre um curso de formação para uso de recursos digitais ministrado para os professores-bolsistas, o uso de recursos digitais durante as aulas, além de suas maiores dificuldades em relação ao ensino remoto e uso de tecnologias durante esse período. Já a segunda seção contém 7 questões com foco no Perfil e Antecedentes, a fim de traçar um perfil para os participantes e compreender suas experiências profissionais. 1 Link para acesso ao questionário completo: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeYN33Cn8WitnRVATJz-4U0FqAtLE- Kcr4N1euEEAn1K0wEEQ/viewform about:blank about:blank 16 Contexto de pesquisa A pesquisa terá como referência professores do Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores, que, de acordo a Faculdade de Ciências e Letras da UNESP Araraquara, é um programa que [...] conta com a participação de alunos bolsistas da graduação e pós- graduação, bem como profissionais das seguintes áreas: inglês, português como língua estrangeira, alemão, espanhol, mandarim e libras que atuam, sob a supervisão de professores e orientadores em suas respectivas línguas, nas fases de planejamento de cursos, elaboração de materiais didáticos e instrumentos de avaliação, além de ministrar as aulas de línguas estrangeiras para alunos da comunidade unespiana e externa (alunos a partir do 1º ano de Ensino Médio da rede pública e privada e demais interessados. O foco desta pesquisa é o uso de recursos digitais no ensino e aprendizagem de inglês, sua implementação por professores-bolsistas do Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores (CLDP) e suas principais dificuldades durante a crise pandêmica do vírus COVID-19. No primeiro semestre de 2020, os professores-bolsistas do CLDP prepararam materiais didáticos com foco no ensino remoto. Tendo em vista a gravidade da pandemia e, com ela, a continuidade da Educação a Distância, no meio do ano foi oferecido um curso de formação (ANEXO 1) para uso dessas tecnologias, a fim de preparar os professores-bolsistas para essa nova metodologia. O curso (ANEXO 1) teve uma duração média de um mês, e foi composto por 13 aulas que ocorreram por meio de encontros síncronos e atividades assíncronas, com o objetivo de discutir o uso de tecnologias no processo de ensino- aprendizagem, além de elaborar um planejamento de curso. No que diz respeito ao conteúdo trabalhado, nota-se que o curso fez uso de diversos textos, artigos e vídeos para que no fim da dinâmica das aulas houvesse um debate produtivo e enriquecedor. Perfil dos participantes 17 Foi aplicado um questionário de maneira remota para o levantamento do perfil dos participantes do CLDP, que desde 2020 estão inovando seus métodos de ensino com a nova realidade na qual estamos inseridos. Como mencionado anteriormente, as professoras respondentes do questionário serão nomeadas como A, B e C, a fim de preservar o anonimato das participantes. Todas as professoras-bolsistas atuaram ou atuam no Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores por pelo menos dois anos. Além disso, a Professora A atuou também em aulas particulares com crianças, adolescentes e adultos; a Professora B em escola de idiomas para os níveis Básico e Pré- Intermediário, enquanto a Professora C teve experiências com aulas particulares, cursinho pré-vestibular e escola regular, para turmas de Básico 2 e Pré- Intermediário. No que diz respeito a experiências no exterior, como turista, estudante ou a trabalho, somente a Professora C afirma ter feito um intercâmbio cultural com duração de um mês no Texas. A média de idade das professoras-bolsistas é entre 21 e 22 anos, e a média de alunos por turma nas aulas do CLDP das respondentes é de 18 pessoas. Dentre os materiais utilizados, a Professora A faz uso de atividades dos livros do PNLD, materiais que encontra em sites online, além de adaptações e formulações próprias. A Professora B utiliza as gramáticas e alguns materiais da National Greographic Learning e a Professora C sites da internet, como TeachThis e BBC Learning English, assim como formulação própria. Ressaltamos que as três professoras-bolsistas participantes desta pesquisa fizeram o curso de formação para o ensino remoto oferecido pelo CLDP em 2020. ANÁLISE DE DADOS A análise de dados “[...] tem como objetivo organizar os dados de forma que fique possível o fornecimento de respostas para o problema proposto” (GERHARDT 18 e SILVEIRA, 2009, p. 81). A partir disso, serão apresentados os resultados qualitativos obtidos através do questionário. Como mencionado no contexto de pesquisa, no início da pandemia foi oferecido aos professores-bolsistas do CLDP um curso para orientar a melhor forma de realizar o ensino remoto, com o intuito de dar dicas sobre ferramentas e recursos, e fazer com que os participantes refletissem acerca de seus principais receios neste novo contexto. Gráfico 1: Avaliação do curso de formação Fonte: Elaboração Própria Como salientamos, todos os participantes fizeram o curso de formação, e de acordo com o Gráfico 1, nota-se que a satisfação dos respondentes em relação ao curso, de 0 a 10, foi 9. A questão número 3 do questionário foi aberta, perguntando às professoras- bolsistas quais alterações teriam feito no referido curso de formação. As respostas foram muito positivas, como podemos observar no Quadro abaixo. Quadro 1 – Alterações no curso Pergunta: Se pudesse sugerir uma alteração, qual seria? Respostas: 19 Professora A Acho que algumas aulas por passarem muito do tempo estipulado, acabaram sendo um pouco cansativas, mas de um modo geral, tanto os conteúdos quanto as discussões foram muito úteis. Professora B O curso foi ótimo, na minha opinião. Entramos em contato com várias ferramentas super interessantes. Porém, foi bastante difícil trabalhar com os alunos usando essas ferramentas. Era uma ou outra (mais "simples") que era possível. Às vezes a internet do aluno caia ou travava no meio de uma atividade, por exemplo. Então eu acho que, para além de apresentar novas ferramentas (o que é, sim, importante), algo válido seria explorar mais as ferramentas já disponíveis e que, em termos de funcionamento e praticidade para os dois lados, são mais funcionais. Nesse sentido, achei o Google Docs bastante interessante. Professora C Durante as aulas síncronas, senti falta de uma explicação mais profunda sobre ferramentas digitais específicas e sugestões de uso em atividades reais em sala de aula. Por exemplo, a ferramenta Mentimeter, poderíamos ter tido uma aula mais prática sobre como usar essa ferramenta, as funcionalidades que ela oferece ao professor e sugestões de atividades que poderiam ser feitas com essa ferramenta em salas de alunos básicos, intermediários e avançados. Acredito que menos aulas poderiam ter 20 sido utilizadas para questões teóricas sobre o Ensino Remoto e um maior foco poderia ter sido dado para as ferramentas em si. Fonte: Elaboração Própria A partir dessas respostas, podemos mencionar, dentre os aspectos que poderiam ser alterados, a duração das aulas, que em alguns casos acabaram se estendendo; o ensino de algumas ferramentas que na prática foram mais complexas de serem utilizadas e por fim, que o foco principal poderia não ter sido na questão teórica do ensino remoto, mas nas ferramentas em si. Apesar da sugestão de algumas mudanças, nota-se sua importância para a reflexão e o aprendizado acerca do uso de ferramentas digitais e o ensino remoto em si. A oportunidade de ter participado desse curso, diferente da realidade de muitos professores, tornou as professoras-bolsistas mais preparadas para lidar com esse novo contexto, refletindo no processo de ensino-aprendizagem, principalmente nos anos de pandemia. Gráfico 2: Eficácia do curso de formação Fonte: Elaboração Própria No que diz respeito à sua eficácia, acordo com o Gráfico 2, é possível afirmar que todos os respondentes (100%) afirmaram que o curso ajudou nas dificuldades e 21 ansiedades acerca dessa nova modalidade de ensino. Tal fato reforça a preocupação do Centro na formação de futuros docentes, indo na contramão do que aponta Oliveira (2020), uma vez que “o ensino presencial foi subitamente convertido a modalidade online [...] e com isso professores e instituições não tiveram tempo hábil de adaptação de seus conteúdos e organizar capacitações para o ensino EaD.” (OLIVEIRA, 2020, p. 3). As perguntas 5 e 6 foram utilizadas para traçar um perfil para as participantes, enquanto a pergunta 7 questionou quais foram as principais dificuldades e anseios para as professoras durante as aulas online em 2020 e 2021, como consta no Quadro 2. Quadro 2 - Principais dificuldades e anseios Pergunta: Quais foram ou quais são suas principais dificuldades e anseios nas aulas online em 2020 e 2021? Respostas: Professora A O medo de a internet estar instável ou não estar pegando no dia da aula ao vivo. Professora B A minha maior ansiedade foi devido à sensação de que era preciso dominar mil ferramentas e tecnologias digitais para se dar uma boa aula de inglês na modalidade remota. Depois de um tempo, e observando que nem era isso que os alunos queriam, não senti mais dificuldade em relação a isso. A dificuldade era apenas desenvolver as atividades adequadas ao contexto de cada turma, incluindo as atividades assíncronas. Mas foi uma experiência incrível. Adorei os alunos. 22 Professora C Questões técnicas pessoais como funcionalidade de microfone, câmera e internet bem como a dos alunos, pois não sabia se uma aula com determinada ferramenta digital seria bem-sucedida por conta dessas questões. Fonte: Elaboração Própria Dessa forma, é possível observar que com o início da modalidade remota, os professores precisaram se adaptar a uma realidade nunca antes vivida, que apesar de ter pontos positivos – como usar a tecnologia e seus diversos recursos – também possui muitas dificuldades e fatores que a tornam difícil de ser aplicada. Dentre as palavras destacadas pelas professoras-bolsistas sobre seus principais receios, formamos a seguinte nuvem de palavras: Imagem 1: Principais receios Fonte: Elaboração Própria 23 Um fator que pode ser considerado um dos maiores obstáculos para o ensino remoto, não apenas em nosso contexto de estudo, mas em outros, é a falta de recurso de muitos alunos, fazendo com que “o ensino online para crianças e adolescentes se torna inviável desde a oferta para a grande massa, que ainda carece de esgoto encanado e água potável, então a internet e dispositivos tecnológicos não estão na lista de prioridades dessas famílias.” (OLIVEIRA, 2020, p. 3). Outro grande desafio que professores e alunos têm enfrentado diz respeito à saúde emocional. Recentemente, o termo burnout – “distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade” (BRASIL 2020) – tem sido muito discutido nas redes e mídias sociais, a fim de destacar a importância de manter-se atento ao desgaste mental, que reflete nas relações e atividades diárias. Durante o cenário de COVID-19, de acordo com uma pesquisa realizada pela Nova Escola2, apenas 8% dos educadores afirmam que se sentem ótimos, 28% avaliam a saúde emocional como péssima ou ruim, e 30% como razoável (NOVA ESCOLA, página 14). Gráfico 3: Gamificação Fonte: Elaboração Própria 2 Link para acesso à pesquisa completa https://novaescola.org.br/conteudo/19386/qual-e-a-situacao-dos-professores-brasileiros-durante-a- pandemia?gclid=CjwKCAiAo4OQBhBBEiwA5KWu_wrGOdxq57xVU_Zpmev4fBseZbEPtYZ0F9LfiAIC 2xZBDkkS_EZjtxoCll0QAvD_BwE about:blank about:blank about:blank 24 A questão 8 buscava compreender quais professores-bolsistas conheciam o termo gamificação, e através do gráfico é possível observar que 100% dos respondentes são familiarizados com essa expressão. De acordo com Murr e Ferrari (2020, p. 7) A gamificação, tradução do termo em inglês “gamification”, pode ser entendida como a utilização de elementos de jogos em contextos fora de jogos, isto é, da vida real. O uso desses elementos – narrativa, feedback, cooperação, pontuações etc. – visa a aumentar a motivação dos indivíduos com relação à atividade da vida real que estão realizando. Dando continuidade na parte de tecnologias, a pergunta 9 diz respeito ao uso de recursos digitais/tecnológicos e sua utilização pelos professores antes da pandemia. Gráfico 4: Recursos digitais antes da pandemia Fonte: Elaboração Própria Nota-se que 66,7% das respondentes faziam uso de recursos durante as aulas presenciais. Isso corresponde ao costume dos professores em utilizar a tecnologia no ensino de língua inglesa, no qual é possível observar um histórico de diferentes atividades e ferramentas de música, jogos e vídeos. Enquanto isso, 33,3% dos respondentes faziam uso desses recursos às vezes. Com o início da pandemia, é possível afirmar que a utilização dessas ferramentas se tornou imprescindível. Com essa mudança “[...] foi observado um crescimento significativo de demanda por alternativas que possam substituir as 25 atividades presenciais. Nesse sentido, as aulas remotas apresentaram-se como uma promissora alternativa [...]” (LIMA; JÚNIOR; COUTINHO, 2020, p. 31) e com isso a necessidade de encontrar uma maneira viável de conectar professores e alunos e trazer dinâmica para as aulas, o que não é possível sem o auxílio dos recursos digitais. Por isso, ao observarmos as respostas da pergunta 10, fica evidente a necessidade desses recursos no ensino remoto, em que 100% dos respondentes afirmam utilizá-lo. Gráfico 5: Recursos digitais durante a pandemia e ensino remoto Fonte: Elaboração Própria A questão 11 foi aberta e perguntou quais foram os pontos positivos do ensino remoto, como observa-se no Quadro 3. Quadro 3 - Pontos positivos Pergunta: Quais foram os pontos positivos do Ensino a Distância? Respostas Professora A Uma possibilidade maior de dar aulas mais interativas e de pensar de uma forma mais interessante de aplicar os 26 conteúdos. Professora B Tive uma aluna que era de muito longe e estava frequentando o curso do Inter I. Ela me disse que para ela a modalidade foi ótima. Então é um ponto positivo. Com relação à parte docente, foi um desafio. Mas aprendi e descobri coisas novas. Professora C A questão do deslocamento foi algo positivo, pois as aulas foram ministradas de casa e o contato com novas ferramentas de ensino. Fonte: Elaboração Própria A partir das respostas do Quadro 3, nota-se uma variedade de resultados positivos que o ensino remoto trouxe. Dentre eles, podemos destacar a possibilidade de trazer novas dinâmicas e interações para as aulas, fazendo com que o conteúdo se torne mais interessante; a oportunidade de alunos que moram em cidades distantes de participarem das aulas em casa, e a descoberta, mencionado pela Professora B, em termos de ensino e aprendizagem; além do contato com novas ferramentas de ensino, que foram um ponto chave na inovação das aulas. Por fim, a questão 12 trouxe uma reflexão acerca do que os bolsistas aprenderam sobre seu papel como professor e o papel de seus alunos durante as aulas online. A Professora A conclui que No fim das contas, na maior parte do tempo, o professor acaba sendo central nas aulas online, então é preciso estar preparado para modificar alguma atividade na hora da aula mesmo e entender que alguns alunos podem apresentar menor rendimento, mas por outro lado, alguns alunos mostram maior resultado. Me sinto mais segura e confiante agora enquanto professora do que no presencial. (Resposta Professora A – Questionário, seção 1) 27 Notamos que a professora A menciona estar melhor preparada para o ensino remoto do que para o ensino presencial. Isso pode ser consequência do curso de formação, que cumpre com os objetivos de contribuir para a atuação remota de professores de línguas, assim como para o uso de recursos digitais na prática de sala de aula. Além disso, podemos destacar a praticidade que o uso de ferramentas traz para as aulas, ocasionando mais conforto e confiança para os professores que antes, na maioria das aulas, utilizavam recursos tradicionais como a lousa e materiais impressos. Já a Professora B menciona sobre a importância de troca de ambiente presencial para o remoto, afirmando: Para mim, foi mais importante do que qualquer outra coisa, especificamente num contexto de ferramentas digitais, pois não me sinto muito à vontade com elas. Então eu aprendi bastante sobre isso, muitas vezes com a ajuda dos alunos. (Resposta Professora B – Questionário, seção 1) É possível afirmar que, mesmo sendo uma das professoras que responderam fazer o uso de recursos digitais com frequência antes do ensino remoto, ela não tinha tanta desenvoltura no uso, atestando que aprendeu muito com seus alunos durante o período pandêmico. Finalmente, a Professora C reflete que Aprendi que professores, sem dúvidas, são eternos alunos e é muito bom construir conhecimento junto com o aluno, já que muitas vezes, a dificuldade técnica que o aluno tinha era a nossa também. Além disso, reinventar aulas e pensar em novas possibilidades de transmitir o conteúdo também foi muito enriquecedor. (Resposta Professora C – Questionário, seção 1) Verificamos na fala da Professora C, a noção de que o desenvolvimento profissional docente é um processo (co)construído junto aos seus pares e seus aprendizes, além de ressaltar a oportunidade de reinventar suas aulas, que pode ter sido muito importante para trazer novas possibilidades para o ensino. 28 CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir dos dados analisados e do estudo da fundamentação teórica abordada neste trabalho, é possível concluir que o ensino remoto trouxe muitas mudanças para a educação no Brasil e no mundo. Apesar das muitas dificuldades que o cercaram por conta da urgência de adaptação a esse novo contexto, podemos destacar diversos pontos positivos que também foram resultado dessa modalidade. Sendo assim, respondendo às perguntas propostas no objetivo deste trabalho, no que diz respeito acerca das principais dificuldades e aflições sobre o ensino remoto, observadas através do questionário aplicado às professoras- bolsistas do Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores, podemos afirmar que dentre os maiores receios das participantes estava o funcionamento de questões técnicas, como microfone, câmera, e, principalmente, a conexão com a internet. A partir disso, nota-se que a insegurança não era no uso de recursos digitais em si, uma vez que 2/3 das respondentes já utilizavam essas ferramentas no ensino presencial, fazendo com que tivessem certa familiaridade com essas tecnologias antes mesmo das aulas remotas. No que concerne aos impactos positivos da experiência no uso desses recursos, é possível mencionar a oportunidade dos professores de se reinventarem e trazerem diferentes dinâmicas para as aulas, ocasionando bons resultados tanto para o ensino remoto quanto para o presencial. Além disso, a comunidade criada entre professores para a troca de experiências, recursos e cursos de formação, assim como foi ministrado aos professores-bolsistas do CLDP, com o intuito de melhorar o desempenho das aulas e do ensino durante o período pandêmico, mas que acaba refletindo também no ensino presencial. De maneira geral, podemos atestar que sem a presença das ferramentas e recursos digitais, o ensino remoto durante a pandemia não teria sido possível, e através dele, foi possível gerar mudanças e aprendizados que servirão para todo futuro da educação. Em decorrência disso, espera-se que nos próximos anos de adaptação ao contexto pandêmico e gradual retorno ao ensino presencial, o uso de recursos se torne cada vez mais presente na metodologia dos professores, proporcionando 29 inovações e diferentes maneiras de abordar o conteúdo nas salas de aula. De acordo com Gregolin (2020, p. 241), “[...] será fundamental que professores de línguas re-pensem formas de mediação e interação com uso de tecnologias digitais para conseguir manter o vínculo e engajamento em um modelo híbrido de ensino. Precisaremos compreender melhor as lógicas de comunicações e de sociabilidades digitais e como podemos integrá-las em nossas práticas.” Vale evidenciar que o uso de recursos digitais e tecnologias somente podem causar impactos positivos no ensino e aprendizagem de línguas, se os professores tiverem acesso a cursos de formação para implementá-los em suas salas de aula. Caso contrário, teremos apenas uma transposição de conteúdos da velha tecnologia (lousa, por exemplo) para uma tela de computador. Sendo assim, podemos concluir que o presente trabalho defende o uso de recursos digitais em uma perspectiva que procura observar os benefícios e auxílios que essas ferramentas podem proporcionar aos professores de língua inglesa tanto no ensino presencial, quanto remoto; e assim fazer com que as tecnologias se tornem grandes aliadas do ensino. Apesar de existir a possibilidade de enxergar dessa forma, é possível encontrar diferentes posicionamentos para esse tema, com trabalhos que repudiam o uso desses recursos nas aulas e acabam por defender métodos tradicionais de ensino. Em uma constante descoberta do que pode ou não ser adequado para o ensino de línguas, sempre encontraremos opiniões divergentes, mas podemos sempre afirmar que todos temos o mesmo objetivo: a melhor maneira de ensinar. 30 REFERÊNCIAS ALVES, Giovana Rodrigues et al. O ensino remoto em tempos da pandemia do covid-19: uma adequação metodológica do curso de línguas popular aberto à comunidade. Revista Eletrônica do Programa de Educação Tutorial-Três Lagoas/MS, v. 2, n. 2, p. 238-250, 2020. Disponível em: Acesso em: 15 ago. 2020. BARRETO, Raquel Goulart. Tecnologia e educação: trabalho e formação docente. Educação & Sociedade, v. 25, p. 1181-1201, 2004. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/es/a/6HmDSHGqC5VC3RSNtYWZmWS/?lang=pt&format= pdf> Acesso em: 20 dez. 2021. BERNARDINO DA SILVA LIMA, N. R. .; DA SILVA JÚNIOR, J. J. .; GUSMÃO COUTINHO, D. J. . Desafios diante da modalidade remota na prática docente frente à pandemia da COVID-19: doi.org/10.29327/211653.6.11-4. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, [S. l.], v. 6, n. 11, p. 11, 2020. Disponível em: Acesso em: 12 set. 2021. BIMBATTI, Ana Paula. Qual é a situação dos professores brasileiros durante a pandemia? Nova Escola, 2020. Disponível em: Acesso em 15 dez. 2021. Brasil. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Síndrome de Burnout. Brasília, 2020. Atualizado em: 30 dez. 2021. Disponível em: < https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout> Acesso em: 22 nov. 2021. COSTA, A. R.; BORSATTI, D. A.; GABRIEL, R. Exercícios no ensino de Línguas Estrangeiras em tempos de pandemia: opções de recursos tecnológicos. Trem de Letras, v. 8, n. 1, p. e021014, 3 maio 2021. Disponível em: < https://publicacoes.unifal- mg.edu.br/revistas/index.php/tremdeletras/article/view/1419/1150> Acesso em: 12 set. 2021. FERNANDES, Ana Paula Campos; ISIDORIO, Allisson Roberto; MOREIRA, Edney Ferreira. ENSINO REMOTO EM MEIO À PANDEMIA DO COVID-19: PANORAMA DO USO DE TECNOLOGIAS. Anais do CIET:EnPED:2020 - (Congresso Internacional de Educação e Tecnologias | Encontro de about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank https://publicacoes.unifal-mg.edu.br/revistas/index.php/tremdeletras/article/view/1419/1150 https://publicacoes.unifal-mg.edu.br/revistas/index.php/tremdeletras/article/view/1419/1150 31 Pesquisadores em Educação a Distância), São Carlos, ago. 2020. ISSN 2316- 8722. Disponível em: . Acesso em: 31 jan. 2022. GARCIA, Tânia Cristina Meira; MORAIS, Ione Rodrigues Diniz; ZAROS, Lilian Giotto; RÊGO, Maria Carmem Freire Diógenes. Ensino remoto emergencial: proposta de design para organização de aulas. UFRN: SEDIS, 2020. Disponível em: Acesso em: 10 jun. 2021. GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (organizadores). Métodos de Pesquisa. Coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e SEAD/UFRGS. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. Disponível em: Acesso em: 8 jun. 2021 GIOLO, Jaime. 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As dificuldades docentes em tempos de pandemia. São Paulo, 2020. Disponível em: < http://www.abed.org.br/congresso2020/anais/trabalhos/58521.pdf> Acesso em: 20 nov. 2021. about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank 32 PIRES BRITO, S. B.; BRAGA, I. O.; CUNHA, C. C.; PALÁCIO, M. A. V.; TAKENAMI, I. Pandemia da COVID-19: o maior desafio do século XXI. Vigilancia Sanitaria em Debate, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 54-63, 2020. DOI: 10.22239/2317-269X.01531. Disponível em: < https://visaemdebate.incqs.fiocruz.br/index.php/visaemdebate/article/view/1531> Acesso em: 5 ago. 2021. RIBEIRO, Ana Elisa, Pollyanna de Mattos Moura Vecchio (Orgs). Tecnologias digitais e escola: reflexões no projeto aula aberta durante a pandemia. 1. ed. São Paulo: Parábola, 2020. (recurso digital – Linguagens e tecnologias; 8). Disponível em: < https://www.academia.edu/44414161/Tecnologias_digitais_e_escola> Acesso em: 3 out. 2021. SCHURT, Leonardo Gallego. Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores da Faculdade de Ciências e Letras da UNESP – Araraquara. FCLAR, 2021. Disponível em: < https://www.fclar.unesp.br/#!/centrodelinguas> Acesso em: 18 set. 2021. SOARES, Israel Rodrigues. Webconferências: os momentos síncronos na prática! [Goiânia]: Instituto Federal de Goiás, 2020. Disponível em: Acesso em: 11 jan. 2022. TUMOLO, C. H. S; LORENSET, C. C.; SALBEGO, N. N. Recursos digitais para o ensino e aprendizagem de inglês. Anais do VI Congresso Latino-americano de Formação de Professores de Língua, abril 2017, v. 2, n. 2, p. 720-729. Disponível em: Acesso em: 6 jan. 2022. about:blank about:blank about:blank#!/centrodelinguas about:blank about:blank about:blank about:blank about:blank 33 APÊNDICE A Seção 1 Formação e Ensino Remoto Com esse formulário anônimo e exploratório, pretendemos abordar suas experiências individuais sobre as aulas ministradas pelo Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores durante a pandemia. 1. Participou do curso de formação para o Ensino Remoto oferecido para os professores do Centro de Línguas? Sim Não 2. O quão satisfatório foi o curso? Sendo 1 insatisfatório e 10 excelente. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3. Se pudesse sugerir uma alteração, qual seria? 4. O curso ajudou nas dificuldades/ansiedades? Sim Não Outro: 34 5. Há quanto tempo ministra aulas de inglês? E em quais contextos já atuou? 6. Teve alguma experiência no exterior (como turista, estudante ou trabalhador)? Se sim, para qual país foi e por quanto tempo ficou? 7. Quais foram ou quais são suas principais dificuldades e anseios nas aulas online em 2020 e 2021? 8. Você conhece o termo gamificação? Sim Não 9. Você costumava usar algum recurso digital/tecnológico durante as aulas presenciais antes da pandemia? Sim Não Às vezes Raramente 10. E nas aulas a distância, tem usado tais recursos? Sim Não Às vezes Raramente 11. Quais foram os pontos positivos do Ensino a Distância? 12. O que mais aprendeu sobre seu papel como professor e o papel de seus alunos durante as aulas online na pandemia? 35 Seção 2 Perfil e Antecedentes 1. Há quanto tempo participa do Centro de Línguas e Desenvolvimento de Professores (CLDP)? 2. Já deu ou dá aula em outros contextos? Se sim, quais? Sim Não Outro: 3. Para quais turmas já lecionou? 4. Qual a média de alunos por turma? 5. Quais materiais didáticos você utiliza? 6. Como são feitas as reuniões pedagógicas na área de inglês? 7. Qual sua idade? 36 ANEXO 1 FORMAÇÃO DE PROFESSORES-TUTORES PARA O USO DE TICS E TDICS NO ENSINO DE LÍNGUAS PÚBLICO-ALVO: professores-tutores do projeto de extensão CEL/CLDP, campi Araraquara, São José do Rio Preto e Assis PROFESSORES: Mayara Mayumi Sataka, Edson Luis Rezende Junior e Vivian Nádia Ribeiro De Moraes Caruzzo COORDENAÇÃO GERAL: Cibele C. de F. Rozenfeld EMENTA DO CURSO: Educação a Distância. Ensino Remoto. Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs). Cibercultura. Gamificação. Abordagens-metodológicas de ensino de línguas. Planejamento de aulas. Planejamento de curso. JUSTIFICATIVA A formação de professores de línguas estrangeiras requer constante articulação entre conhecimentos teóricos, ações práticas e momentos de reflexão. Assim, os Centros de Línguas (CEL/CLDP) da UNESP constituem importantes espaços para a realização do ciclo formativo discente, especialmente, por possibilitar o diálogo entre alunos do curso de graduação, bem como de pós-graduação, e os docentes, especialistas no campo de ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras. Diante disso, num momento (inesperado) de pandemia, urge intensificar esse diálogo, na busca de preparar os discentes/professores em formação para utilizarem a tecnologia como uma aliada na elaboração de seus planos de cursos e de aulas. OBJETIVOS DO CURSO: Objetivo Geral: 37 • Contribuir para a atuação remota de professores de línguas em formação inicial do projeto de extensão CEL/CLDP da UNESP, bem como para o uso de recursos digitais na prática de sala de aula; Objetivos específicos: • Compreender o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) nos processos educacionais de línguas; • Compreender e elaborar a estrutura de um planejamento de curso segundo as concepções de língua e abordagem contemporâneas. PROGRAMA: 1. Netiqueta e formas de comunicação nos encontros assíncronos; 2. Educação a Distância e Ensino Remoto; 3. Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) na Educação e no ensino/aprendizagem de Línguas Estrangeiras; 4. Abordagens-metodológicas de ensino de Línguas; 5. O conceito de Cibercultura e de Gamificação; 6. Planejamento de aulas de línguas (presenciais e remotas); 7. Planejamento de curso de línguas (presenciais e remotos). METODOLOGIA: O curso será ministrado por meio de encontros síncronos e atividades assíncronas. Serão utilizados os princípios da sala de aula invertida, de forma que os aprendizes estudarão individualmente os conteúdos nas atividades assíncronas e, nos encontros síncronos, serão realizadas discussões e práticas acerca do foi visto assíncronamente. As atividades assíncronas serão disponibilizadas em um Ambiente Virtual Aprendizagem (AVA) do Moodle, no qual serão alocados os 38 conteúdos (como textos teóricos, vídeos, entrevistas, etc.) e mediadas discussões em fóruns . Além disso, serão disponibilizados, a cada semana, os links do Google Meet, para participação em vídeo-chamadas, para os encontros síncronos. ATIVIDADES DO CURSO (AVALIAÇÃO): Serão propostas atividades que visem a compreensão tanto teórica quanto prática, dos aspectos que dizem respeito ao programa do curso. Sendo assim, pretendemos propor: (a) pesquisas sobre um tema relacionado ao programa de curso; (b) pesquisas sobre ferramentas tecnológicas para o uso nas práticas de ensino de línguas; (c) elaboração de atividade de língua estrangeira com ferramentas tecnológicas; (d) participação em fóruns de discussão no AVA; (e) elaboração do plano do curso. A avaliação dos alunos será de caráter processual, considerando-se as participações nas discussões propostas e as entregas de atividades. BIBLIOGRAFIA: Bibliografia básica: BLUME, C. SCHMIDT, T. Jogos digitais interativos e aplicativos gamificados para a aprendizagem de línguas na era digital. 2018, p. 76-96. Disponível em: . Acesso em 07 de julho de 2020. Estratégias de gamificação para aulas remotas. Disponível em: . Acesso em 07 de julho de 2020. Minicurso Como se aprende uma língua estrangeira? Disponível em: Acesso em 07 de julho de 2020. about:blank about:blank about:blank about:blank 39 MORGADO, Lina. O papel do professor em contextos de ensino online: Problemas e virtualidades. Discursos, Lisboa, Série 3, nº especial, p. 125-138, Jun. 2001. Disponível em: . Acesso em: 29 de junho de 2020. “Sala de aula invertida faz alunos aprenderem de forma livre”. Disponível em: . Acesso em: 12 de julho de 2020. O que é cibercultura? Disponível em: . Acesso em 07 de julho de 2020. Bibliografia complementar: MENEGOLLA, M. e SANT’ANNA, I. M. Por que planejar? Como planejar? Currículo, área e aula. 12ª edição, Petrópolis, Editora Vozes, 2002. REZENDE JR, E. L. A formação inicial de professores de língua espanhola no Centro de Línguas da UNESP FCL/Assis. 2020. 167f. Dissertação. Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Estadual Paulista - Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente/SP. p. 39 - 46, 2020. ORSO, P. J. Planejamento escolar em tempos de precarização da educação. Revista HISTEDBR Online, Campinas, nº 65, p. 265 - 279, 2015. PLANO DE DESENVOLVIMENTO - CRONOGRAMA Total: 32 horas Formato: atividades síncronas (11 horas) e assíncronas (21 horas) Ambiente virtual: MOODLE Encontros síncronos: terças-feiras (1h30 de duração) Período: de 14/07 a 25/08 (seis semanas) about:blank about:blank 40 Aula 1 (14/07) - APRESENTAÇÃO - Apresentação geral do curso; - Conversa sobre o que se espera do curso (expectativas quanto ao curso, e eventualmente incluir no programa os temas sugeridos pelos alunos etc); - Apresentação das atividades da primeira semana, o formato do curso, o papel do AVA e o programa (inicial); Discussão EaD x Ensino Remoto (diferenças e semelhanças). Aula 2 (14/07 a 20/07) - ROTEIRO DE ESTUDOS, AVA (MOODLE) E NETIQUETA 1. Leitura dos textos sobre a Netiqueta e Roteiro de estudos em EaD; 2. Leitura do artigo do Porvir: “Sala de aula invertida faz alunos aprenderem de forma livre” (https://porvir.org/sala-de-aula-invertida-faz-os- alunos-aprenderem-de-forma-livre/) 3. Vídeo: Sala de aula invertida . Atividade: - Debate em fórum: quais aspectos da netiqueta e formas de comunicação vocês conheciam? Quais mais chamaram sua atenção? - Elaboração de um vídeo explicativo sobre a prática de sala de aula invertida (como youtubers, colocar no youtube, usar vinheta etc.) Aula 3 (21/07) - Discussão sobre a elaboração dos vídeos, pontos favoráveis e desfavoráveis, funciona ou não funciona, quais foram os desafios; - Dúvidas e comentários Aula 4 (22 a 27/07) - O PROFESSOR EM CONTEXTOS ONLINE 1. Leitura de texto teórico sobre aprender por meio de TDICs: MORGADO, L. O papel do professor em contextos de ensino online: Problemas e virtualidades. Discursos, Lisboa, Série 3, nº especial, p. 125-138, Jun. 2001. about:blank about:blank about:blank about:blank 41 sobre as formas de comunicação, o roteiro de estudos e netiqueta; - Discussão sobre sala de aula invertida. Disponível em: . Acesso em: 29 de junho de 2020. Atividade: - Elaboração de perguntas norteadoras sobre o texto de Morgado e postagem no fórum; - Elaboração de resenha crítica (individual); Aula 5 (28/07) • Discussão do texto teórico e das questões norteadoras/ficha mento: • papel do professor; • modelos de ensino; • (usar por exemplo Jamboard). Aula 6 (29/07 a 03/08) - ABORDAGENS E METODOLOGIAS DE ENSINO DE LÍNGUAS E ATIVIDADES REMOTAS 1. Visionamento: minicurso completo “como se aprende uma língua estrangeira” com Vera L. Menezes de O. Paiva (https://www.youtube.com/playlist?list=PLJTYyIbC 0TwnOC-kEanpD7UZB_tmJdc0r) Atividade: • Fórum: debate sobre as impressões/questões/aspectos relevantes para o curso dos professores-tutores Aula 7 (04/08) Discussões sobre o minicurso da Vera e articulação com o debate no fórum; Diálogo: • Modelos de aulas síncronas e Aula 8 (05/08 a 10/08) - Atividade: - Disponibilização das ferramentas que conhecemos; - Pesquisa individual sobre ferramentas que podem ser usadas em aula; - Complementar: Vídeo “cibercultura: O que é cibercultura: (https://www.youtube.com/watch?v=hCFXsKeIs0w); about:blank about:blank about:blank 42 assíncronas (prós e contras); • Práticas no ensino online (mostrar exemplos em vídeos). • Discussão de casos: Analisar em aula, em que situação é des/favorável. Cada grupo analisa uma materialidade diferente (vídeoaula do youtube, o programa deste curso, etc) - uso de mapa mental ou padlet 45 minutos: discussão; 5 minutos: apresentação do grupo, reportando o mapa mental (coogle, miro, mindmeister... ) Vídeo: Tecnologia e Metodologia (youtube) - Fórum: Como usar as ferramentas para que o aluno Aula 9 (11/08) Aula 10 (12/08 17/08) - 43 - Discussão de tudo o que foi pesquisado e visto sobre cibercultura; - aluno consumidor vs. aluno produtor; - agência do aluno… 20’: roda de conversa com todos na sala sobre as ferramentas investigadas 15’: mostrar plano de aula • 1 quadro comum europeu • uma sala só no meet: lista de espera para serem chamados PLANEJAMENTO DE DUAS MINIAULAS REMOTAS - Elabore miniaulas, não deixando de pensar: 1) nos objetivos didático pedagógicos; 2) no nível de proficiência dos alunos; 3) na importância da agência do aluno; 4) na interação e; 5) explicitando o papel do professor; Aula 11 (18/08) Discussão sobre as miniaulas criadas: quais foram os principais desafios? Qual é a posição do aluno no uso do suporte: ele se apropria e produz? Ou ele é apenas um “consumidor”? Agência Aula 12 (19/08 a 24/08) - ELABORAÇÃO DO PROGRAMA DO CURSO Atividade final: • Elaboração de programa de curso e cronograma (planejamento) que irá ministrar no CEL/CLDP (os que forem trabalhar em duplas farão apenas um); • Utilização das atividades elaboradas no encontro anterior no planejamento; 44 do aluno. (divisão em grupos - cada prof. ficará responsável por um grupo). • apresentação das ideias Planejamento de curso - o que é, como se faz e por quê? (retomar as respostas dos alunos, preencher as possíveis lacunas ou comentar algum conceito que esteja mal explicitado, concordar com suas respostas) • Cronograma; • Roteiro Edson. Aula 13 (25/08) • discussão do programa e das aulas • Feedback do curso • Impressões finais sobre o curso de formação: houve Acompanhamento: 01h 30min • mensal; • dois grupos - A e B; • leitura - teórica; 45 lacunas? Quais? Quais debates faltaram ser feitos? Que tipo de mudanças houve na concepção do uso de tecnologias no ensino/aprendizag em?