UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO BRUNA FRACALANZA DE OLIVEIRA O ELEMENTO ARTÍSTICO E A EXPRESSÃO CORPORAL NOS CÓDIGOS DE PONTUAÇÃO DA GINÁSTICA RÍTMICA Rio Claro 2017 EDUCAÇÃO FÍSICA BRUNA FRACALANZA DE OLIVEIRA O ELEMENTO ARTÍSTICO E A EXPRESSÃO CORPORAL NOS CÓDIGOS DE PONTUAÇÃO DA GINÁSTICA RÍTMICA Orientador: Prof. Dr. Flávio Soares Alves Co-orientador: Profª Ma. Letícia Bartholomeu de Queiroz Lima Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Licenciada em Educação Física. Rio Claro 2017 Oliveira, Bruna Fracalanza O elemento artístico e a expressão corporal nos códigos de pontuação da ginástica rítmica / Bruna Fracalanza Oliveira. - Rio Claro, 2017 32 f. : il., gráfs., quadros Trabalho de conclusão de curso (licenciatura - Educação Física) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro Orientador: Flávio Soares Alves Coorientador: Letícia Bartholomeu de Queiroz Lima 1. Ginástica. 2. Análise dos elementos artístico e expressão corporal nos CP da GR. 3. Dança. I. Título. 796.41 O48e Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente aos meus pais que contribuíram para que desde criança eu tivesse uma educação de qualidade, sempre me acompanhando na escola e em todas outras escolhas que fiz para que pudesse um dia seguir meu caminho. Mas devo um agradecimento especial à minha mãe, que foi a pessoa que mais me incentivou a sair de casa para começar uma faculdade, que sempre esteve presente na minha vida nos estudos, no esporte, na arte e sempre estará! Estudar da UNESP de Rio Claro e ter a possibilidade de morar aqui foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida, hoje sou essa mulher graças a você! Minha eterna gratidão! Agradeço de coração aberto a todos os amigos que fiz durante esta fase, não tenham dúvidas do quanto foram importantes para o meu desenvolvimento. Um carinho muito grande à Dona Nilza que me acolheu no meu primeiro ano, às meninas da Rep. Melhor de 3 e às meninas da Rep. Devassas que se tornaram minha família, minhas irmãs, eu amo vocês! Agradeço também toda minha turma de 2011, meninos da SPK que são parceiros até hoje e às meninas que caminharam comigo durante esses 7 anos, Gabizinha, Migué, Milena, Ju Lodder, Sara e Carol Sanches. Agradeço aos amigos que sempre dividiram comigo novas experiências e emoções, nós temos grandes histórias, Bruno Dedê, Nativo e Kadu! Àquelas pessoas que não foram citadas e estão presentes constantemente nos meus dias, gratidão imensa em ter vocês comigo! À equipe de Ginástica Rítmica de Poá que foi o elemento crucial na minha decisão em estudar Educação Física, nossa rotina sempre me fez muita falta, agradeço por tudo o que passamos juntas! Ao meu orientador Flávio que aceitou desenvolver este trabalho comigo me dando todo suporte que eu não tinha na área da dança, e à minha co- orientadora Letícia, que disponibilizou grande parte de seu tempo para que eu pudesse concluir este trabalho da melhor forma possível. Agradeço por toda ajuda! RESUMO A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade olímpica que possui grande influência da técnica do ballet clássico desde as primeiras fases do ensino. De acordo com o Código de Pontuação (CP) atual da GR (2013-2016), a nota atribuída aos movimentos combinados com a musicalidade pertencem tanto a “Dificuldade”, como também a “Execução” dos exercícios individuais. Ambas avaliam a dança como elemento obrigatório das séries e como esta passa a ser fundamental, esta valorização da expressão corporal e do ritmo nas performances competitivas na GR representa uma grande modificação do CP atual quando comparado aos CP anteriores. Com base nestas mudanças, tendo a dança como elemento obrigatório, muitos(as) treinadores(as) necessitaram adaptar seus treinamentos para cumprir essas novas exigências. Este trabalho de conclusão de curso teve como objetivo analisar os elementos artísticos nos Códigos de Pontuação da modalidade e verificar como a expressão corporal na GR vem sendo trabalhada na literatura específica sobre a Dança e Ginástica, compreender a noção de expressão corporal na literatura específica sobre dança e Ginástica Rítmica e verificar como o elemento artístico é valorizado na atual versão do CP (2013-2016), quando comparado ao CP anterior. O trabalho é composto por uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa documental em que, posteriormente, serão selecionados apenas os estudos que abordem a temática a partir da leitura do título e do resumo. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo proposta por Laville e Dionne (1999). Ao final do trabalho pudemos concluir que os estudos a respeito da inclusão do elemento dança nos últimos ciclos dos CP de Ginástica Rítmica ainda são muito escassos na literatura. Seria interessante que outras pesquisas fossem realizadas na área para sabermos como estas mudanças influenciam nos treinos de GR tanto para os treinadores quanto para as ginastas. Palavras-chave: Ginástica Rítmica. Dança. Expressão Corporal. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO…………………………………………………………………….05 2. OBJETIVOS……………………………………………………………………….07 3. REFERENCIAL TEÓRICO……………………………………………………....08 4. MÉTODO………………………………………………………………………......11 4.1 Amostra......................................................................................................12 4.2 Análise de Dados.......................................................................................13 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO………………………………………………...14 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………………………………………..28 REFERÊNCIAS………………………………………………………………………30 5 1. INTRODUÇÃO A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade olímpica praticada apenas por mulheres que combina movimentos gímnicos e artísticas com técnicas de manejo de aparelhos, sendo eles: corda, maças, fita, arco e bola. Nas competições oficiais, as ginastas devem encantar os árbitros, para tanto, necessitam de níveis elevados de flexibilidade, potência de membros inferiores, força de tronco e de membros superiores, velocidade e agilidade, além da interpretação musical (FILHO; BÖHME, 2001). Na preparação das atletas de GR, é frequente a grande influência da técnica do ballet clássico desde as primeiras fases do ensino, com isto, a execução dos movimentos ginásticos ganha não só em glamour e elegância, mas também em ritmo e expressão. Graças a estas combinações entre movimentos gímnicos, ritmo e expressão, a GR é considerada, segundo a Federação Internacional de Ginástica (FIG), uma prática que está entre o esporte e a arte (FIG, 2016). De acordo com o Código de Pontuação (CP) da GR (ciclo 2013-2016), documento oficial contendo as normas e regulamentações da modalidade, a nota atribuída aos elementos corporais combinados com a musicalidade pertencem tanto a “Dificuldade”, como também a “Execução” dos próprios exercícios. Ambos critérios, dificuldade e execução, avaliam a dança como elemento obrigatório das séries, porém, dentro das Dificuldades ela é avaliada num quesito técnico, enquanto que na Execução ela está dentro do Componente Artístico, mais específico dentro da composição e é avaliada junto a música, ao movimento, a expressão corporal e a utilização do espaço. São estes, itens que precisam ser realizados em harmonia com a música escolhida para a série/rotina. Como a dança passa a ser fundamental, esta valorização da expressão corporal e do ritmo nas performances competitivas na GR representam uma grande modificação do CP 2013 – 2016 quando comparado aos CP anteriores e, de certa forma, representam também um retorno aos modelos antigos da Ginástica, em que a dimensão artística sempre foi bastante valorizada. 6 Com base nestas mudanças das normas da GR, que exigem passos de dança na avaliação das performances competitivas da modalidade, muitos(as) treinadores(as) necessitaram se adaptar e adaptar seus treinamentos para cumprir essas novas exigências. Para tanto, é interessante que sejam desenvolvidos durante os treinamentos diferentes estilos de dança, o sentido rítmico1 e a expressão corporal das ginastas, além desta ser uma prática interessante para estimular o trabalho em conjunto e a sincronia dos movimentos entre as ginastas de uma equipe. Mas qual será a melhor maneira de trabalhar com a dança dentro dos treinos da GR, para que ela possa ser explorada em seus diversos estilos, além de desenvolver a expressão corporal das ginastas? Como já observado acima, sabemos que a técnica do ballet clássico é bastante considerada, no entanto, a técnica do ballet clássico traz uma experimentação da expressão corporal bastante específica que, muitas vezes, chega a ser avessa à própria noção de expressividade entendida, em outras práticas da dança, como é o caso, por exemplo, da dança moderna e contemporânea. A noção de expressão no treinamento da dança clássica está muito ligada à forma do movimento e à conquista de um padrão de expressividade que leva o corpo a seus limites de flexibilidade, equilíbrio, ritmo e força. Com isto, a expressão corporal no ballet se restringe, muitas vezes, à aquisição de formas cristalizadas2 (GARAUDY, 1989, BOURCIER, 2001). 1 Segundo Artaxo (2013) o sentido rítmico se manifesta em todos os movimentos “condicionando as contrações musculares a amplitude do movimento, a intensidade, a duração e a repetição.” (p. 63). A aquisição do sentido rítmico depende da prática constante, sem a qual não se estabelece uma rápida comunicação “entre o cérebro que percebe e analisa e o corpo que o executa” (p. 63). A conquista do sentido rítmico, portanto, diz respeito a este aperfeiçoamento da comunicação estabelecida entre o cérebro e o corpo. 2 É importante salientar, no entanto que outros autores, como Juliana Moraes, por exemplo, consideram que o problema com essa restrição formal não está na técnica do ballet clássico em si, mas no treinamento neurotizado que faz as bailarinas mergulharem em uma busca obsessiva pela expressão esteticamente bela (http://www.conectedance.com.br/ponto-de-vista/sobre-o-bale-classico- o-que-devemos-jogar-fora/). http://www.conectedance.com.br/ponto-de-vista/sobre-o-bale-classico-o-que-devemos-jogar-fora/ http://www.conectedance.com.br/ponto-de-vista/sobre-o-bale-classico-o-que-devemos-jogar-fora/ 7 Por outro lado, no contexto da dança moderna, a noção de expressão diz respeito a outras dimensões não estritamente formais. Para Brikman (1989), por exemplo, a expressão corporal é a manifestação de ideias e sentidos através da linguagem dos movimentos corporais, portanto, diz respeito a algo que não é dado à priori, mas que emerge como projeção de uma intenção que pede por movimento corporal (LABAN,1978). Tendo em vista estas considerações sobre as diferentes formas de se trabalhar a expressão corporal, indaga-se: Como e quando surgiu essa valorização do elemento artístico nos Códigos de Pontuação da GR? O que o CP exige com o artístico é restrito somente a expressão corporal ou ao trabalho de diversas modalidades de dança? O quanto além da técnica clássica se permitem experimentar, na busca de expressões corporais menos atreladas à formas e mais preocupadas com valor subjetivo da expressão corporal nas ginastas? Será que o CP da GR leva em conta estas distinções sobre o trabalho com a expressão ou, no fundo, a expressão que esperam ver nas performances competitivas são aquelas que impressionam muito mais por suas belezas formais do que propriamente pelo significado e sentido que despertam? 2. OBJETIVOS Objetivo Geral Analisar os elementos artísticos nos Códigos de Pontuação da GR e verificar como a expressão corporal na modalidade vem sendo trabalhada na literatura específica sobre a Dança e a Ginástica. Objetivo Específico Os objetivos específicos desta pesquisa foram: – Compreender a noção de expressão corporal na literatura específica sobre Dança e Ginástica Rítmica. 8 – Verificar como o elemento artístico é valorizado na versão do CP 2013 - 2016, quando comparado ao CP 2009 – 2012. – Verificar as relações que os CP fazem entre a noção de expressão e o elemento artístico considerado na avaliação das performances das ginastas. – Verificar como diversos estilos de dança e expressão corporal podem ser trabalhados nos treinamentos de GR como recurso de aperfeiçoamento/treinamento do elemento artístico das performances ginásticas. 3. REFERENCIAL TEÓRICO A Ginástica Rítmica teve sua origem na primeira metade do século XX, na Europa Central (REZENDE, 2012) e desde seu surgimento a música mostrou ter uma forte relação com este esporte que valoriza o ritmo, a expressão e como o sujeito que a pratica consegue transformar tudo isso em arte. A GR vem sofrendo constantes mudanças referentes ao seu Código de Pontuação desde que se tornou oficialmente competitiva, e traz em sua história muitos nomes que tiveram grande influência em nos apresentar a origem da Ginástica Rítmica até a forma como a conhecemos nos dias de hoje. Toledo e Antualpa (2016) apontam que antes de se tornar competitiva, a GR iniciou-se como Ginástica Moderna sob influência do Método Ginástico Sueco. Ademais, as autoras apresentam outras influências antes desta modalidade ser esportivizada, como: - Jean Georges Noverre, mestre da dança francesa, com método/proposta baseada nos movimentos naturais, com ênfase em “arte de expresar”. - François Delsarte, enfatizou que as posturas e condição espiritual do estudante, e a relação entre eles é a essência do movimento expressivo. - Influência de professores de dança como Rudolf von Laban, Isadora Duncan e Elizabeth Duncan, na expressividade e coreografia. - Emile Jacques Dalcroze, professor e compositor francês que definiu Ginástica Moderna, realçando características rítmicas e musicais. 9 - Rudolf Bode sistematiza a GR através de elementos da dança, teatro, música e pedagodia, utilizando também instrumentos manuais como massas, bola e fita. - Henrich Medau completa esta designação sistematizando-a com instrumentos manuais como corda e arco. Com todas estas influências e após a transição de Ginástica Moderna para Ginástica Rítmica, “[...] no decorrer do tempo, suas estruturas foram se desenvolvendo e se refinando até ganharem a forma de um esporte de competição” (MENDES et. al., 2003, p.120). Mendes (2003) aponta ainda que a GR foi reconhecida oficialmente pela FIG em 1962 e que em 1984, a Ginástica Rítmica Desportiva3 foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional e introduzida nos Jogos Olímpicos. Dessa forma, a cada quatro anos (ciclo olímpico) o CP da modalidade sofre alterações e, como mencionado anteriormente, desde cedo a expressão corporal está como um dos critérios de avaliação da ginasta, assim como a dança atualmente, porém, esta ficou ausente por um período dos CP. De 2012 pra cá, ano em que os Jogos Olímpicos ocorreram em Londres, a dança vem novamente mostrando certa relevância dentro da GR como parte das regras descritas no CP da modalidade. Ribeiro (2010, p. 147) ao referir-se a um estilo de dança afirma que “[...] o Balé possui não só a importância para todas as modalidades de dança, como também exerce influência direta na melhora do desemprenho da prática da GR [...]”, uma vez que ele é a base de trabalho na iniciação da modalidade por desenvolver postura, leveza, graça, musicalidade e expressão (RIBEIRO, 2010). Pensando que este trabalho deve ser realizado durante a fase de iniciação das praticantes de GR, devemos lembrar que a dança é um elemento importante que 3 Podemos observar que a GR teve várias denominações diferentes, primeiramente denominada de Ginástica Moderna, Ginástica Rítmica Moderna, e sendo praticada essencialmente por mulheres, passou a ser chamada de Ginástica Feminina Moderna (VIEBIG et. al, 2006). Posteriormente, por decisão da FIG, passou a denominação de Ginástica Rítmica Desportiva, e hoje, finalmente Ginástica Rítmica (VIEBIG et. al, 2006). 10 contribui para o desenvolvimento de uma forma geral da ginasta, além da Ginástica Rítmica. Neste mesmo sentido, Lima ([s. d.]) afirma que: [...] a dança enquanto processo de aprendizagem, possibilita o aluno aprender pelas experiências do próprio corpo, a compreender o ponto de vista do próximo, a desenvolver habilidades e a expressar sua criatividade [...] o reconhecimento de que cada indivíduo possui diferentes maneiras de se movimentar”, reforçando ainda “que também nos faz observar a dança como uma forma natural de comunicação através da expressão corporal. Sendo assim, o trabalho da dança dentro da GR tem alto grau de relevância para um bom desenvolvimento das praticantes dessa modalidade. Para Gaio (1996), a corrente da dança é muito significativa para o surgimento da GR, principalmente, porque absorveu a influência de muitos estudiosos revolucionários do movimento humano, em uma época em que o clássico era predominante. Dessa forma, tendo em vista a dança no surgimento da GR, pode-se pensar como ela é trabalhada tanto tecnicamente como coreograficamente na modalidade. A dança e expressão corporal estão conectadas e na GR isso não é diferente. Como citado anteriormente, o ballet ajuda a desenvolver musicalidade e expressão nas ginastas, assim como outros tipos de dança. Mas o que é expressão corporal? Stokoe (1987) afirma que expressão corporal é uma linguagem através do qual o ser humano expressa sensações, emoções, sentimentos e pensamentos com seu corpo, integrando-o, assim, às suas outras linguagens expressivas como a fala, o desenho e a escrita, sendo o indivíduo seu próprio instrumento. O autor complementa que ela está integrada ao conceito da dança e que entendemos por dança uma resposta corporal a determinadas motivações. Além disso, “[...] para nós a dança é uma criação pessoal e esta baseada naquilo que todos temos, nossos corpos e movimentos funcionais, mas com uma categoria a mais: a criatividade [...]” (STOKOE, 1987, p. 17). Por fim “[...] é uma linguagem por meio da qual o indivíduo pode sentir-se, perceber-se, conhecer-se e manifestar-se [...] é, assim, uma espécie de estilo pessoal de cada indivíduo, manifestado através de seus movimentos, posições e atitudes” (STOKOE, 1987, p. 17). Na Ginástica Rítmica podemos dizer que a expressão corporal é trabalhada quando uma ginasta, além de pensar na movimentação de seus segmentos corporais, consegue transmitir suas sensações e sentimentos de acordo com a 11 música escolhida, como também com o tema de sua série (composição coreográfica onde estão distribuídas as dificuldades corporais obrigatórias, além de outros elementos de criação). Acreditamos que com a relação existente entre a expressão corporal e a dança, talvez fosse interessante trabalhar outros estilos de dança além do ballet clássico dentro dos treinos de GR, pois assim as ginastas teriam mais liberdade em explorar diferentes tipos de movimentações, saindo da padronização e apenas execução das dificuldades sugeridas pelo código, como também enriqueceriam mais suas séries. 4. MÉTODO O presente trabalho será composto por duas fases, uma pesquisa bibliográfica e uma documental. A pesquisa bibliográfica segundo Gil (2002, p.44) é “[...] desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. A finalidade da pesquisa bibliográfica “[...] é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...]” (MARCONI; LAKATOS, 2002, p.71). Para tanto, nesta fase, foram analisadas pesquisas provenientes de artigos científicos e dissertações e teses de programas de pós-graduação Strictu Sensu. Os artigos científicos são oriundos de periódicos nacionais através das bases de dados Google Acadêmico e Scielo, e as dissertações e teses das bases de dados das três universidades estaduais paulistas (Usp, Unesp e Unicamp). Para o levantamento das pesquisas foram utilizadas as palavras-chave: Ginástica Rítmica e dança, Ginástica Rítmica e expressão corporal e Dança e expressão corporal. Posteriormente, foram selecionados apenas os estudos que abordam a temática a partir da leitura do título e do resumo. A pesquisa documental se assemelha a pesquisa bibliográfica, porém, a diferença se dá na natureza das fontes, em que a documental “[...] vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser 12 reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa” (GIL, 2002, p.45). Assim, foram analisados os Código de Pontuação da Ginástica Rítmica dos últimos dois últimos ciclos olímpicos da modalidade (2009-2012 e 2013-2016). 4.1 Amostra Inicialmente foram encontrados com a palavras-chave “Dança e expressão corporal” um total de 43.275 trabalhos. Para filtrarmos a pesquisa de modo que os resultados contemplassem com o objetivo, utilizamos as palavras-chave “Ginástica Rítmica e dança”, “Ginástica Rítmica e expressão corporal”, obtendo um total de 5,471 trabalhos encontrados para “GR e dança” e 4.511 para “GR e expressão corporal” (Gráfico 1). Gráfico 1: Quantidade de trabalhos encontrados a partir das palavras-chave GR e dança, GR e expressão corporal e Dança e expressão corporal nas bases de dados analisadas. 13 Posteriormente, foram selecionados os estudos que tivessem relação com o tema deste trabalho a partir da leitura dos títulos e resumos de cada um, obtendo um total de 9 trabalhos para “GR e dança” e 9 trabalhos para “GR e expressão corporal”. Por fim, a partir da leitura dos trabalhos, foram selecionados somente aqueles que apresentaram relação com o tema a ser desenvolvido, resultando um total de 4 trabalhos para “GR e dança” e 3 trabalhos para “GR e expressão corporal”. 4.2 Análise dos dados Para a análise dos dados do presente trabalho, os conteúdos das pesquisas encontras foram classificados em “unidades de análise”, também conhecidas como unidades de classificação ou de registro (LAVILLE; DIONNE, 1999). Tendo estas a finalidade de agrupar “[...] em função de sua significação, cumpre que esses sejam portadores de sentido em relação ao material analisado e às intenções da pesquisa” (LAVILLE; DIONNE, 1999, p.216). Ademais, segundo Laville e Dionne (1999, p. 217) As unidades de análise serão ainda palavras, expressões, frases ou enunciados que se referem a temas, mas esses elementos, em vez de serem enumerados ou medidos, serão vistos em função de sua situação no conteúdo, em função do conjunto de outros elementos aos quais vêem-se ligados e que lhes fixam o sentido e o valor. 14 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram encontrados sete estudos pertinentes à temática, sendo 3 artigos, um trabalho de conclusão de curso de graduação (TCC), duas teses e um livro apresentados no quadro 1 Quadro 1: Resultados utilizados referentes à pesquisa das palavras-chave “GR e Dança” e “GR e Expressão Corporal”. Título Autor Base de Dados Tipo O Uso Do Ballet Nos Treinamentos De Alto Nível Da Ginástica Rítmica. (2010) Isabella De Vito Ribeiro Bernardino Google Acadêmico Athena TCC Criatividade Motora Na Dança Esportiva E Na Ginástica Rítmica: Percepção Subjetiva De Técnicos E Árbitros. (2016) Priscila Raquel Tedesco Da Costa Trevisan Google Acadêmico Athena Tese The Appreciation Of Artistic Aspects Of The Code Of Points In Rhythmic Gymnastics: An Analysis Of The Last Three Decades. (2016) Eliana De Toledo; Kizzy Antualpa Google Acadêmico Scielo Artigo Manual De Ginástica Rítmica. (2006) Eunice Lebre; Carlos Araújo Acervus Livro Treinamento Da Ginástica Rítmica: Reflexões Estéticas. (2004) Karenine De Oliveira Porpino Google Acadêmico Artigo Linguagens Do Corpo: Dimensões Expressivas E Possibilidades Educativas Da Ginástica E Da Dança. (2008) Lívia Tenorio Brasileiro; Luciana Pedrosa Marcassa Google Acadêmico Scielo Artigo A Motivação Na Ginástica Rítmica: Um Estudo Descritivo Correlacional Entre Dimensões Motivacionais E Autodeterminação Em Atletas De 13 A 16 Anos. (2010) Patrícia Silveira Fontana Google Acadêmico Tese 15 Como um dos objetivos deste estudo foi avaliar o elemento artístico e sua valorização dentro dos CP, discutiremos inicialmente os resultados encontrados para os CP de dois ciclos, sendo eles 2009-2012 e 2013-2016 e posteriormente faremos a relação destes dados com os resultados encontrados na literatura. A FIG é o órgão responsável pelos regulamentos internos de cada modalidade ginástica, o que torna os CP documentos oficiais de cada uma delas para serem seguidos em todas competições oficiais. Este órgão também é responsável pelo calendário de todos eventos internacionais, enquanto as competições nacionais são regulamentadas por federações locais vinculadas a FIG (BERNARDINO, 2010; TREVISAN, 2016). Com o CP, treinadores e ginastas conseguem elaborar suas séries de acordo com as exigências determinadas pela FIG e os árbitros conseguem ter um padrão para avaliação. Assim, o que diferencia a série de uma ginasta de outra, além da dificuldade, é o que vai ser criado de diferente dentro dos elementos exigidos, a criatividade auxilia muito neste aspecto, é o que tornará as séries mais dinâmicas e graciosas, de forma que fiquem harmoniosas aos olhos da banca de arbitragem. Além disso, Bernardino (2010, p.11) cita que: [...] o Código de Pontuação determina os concursos, júris, faltas, distribuição das notas, saída do praticable, normas e controles dos aparelhos, aparelhos reservas, perdas e recuperações, aparelho quebrado, contato do aparelho com o teto, aparelho preso nas vigas do teto, ginastas reservas, traje das ginastas, repetição dos exercícios, elementos corporais, execução, exigências das composições e as dificuldades corporais”. Para tanto, ao se fazer Ginástica, é necessária uma constante reorganização, de modo a adaptar as práticas às exigências e ao nível técnico das atletas e aos contextos, por esse motivo os CP são atualizados a casa ciclo olímpico (TREVISAN, 2016). Com o fim dos Jogos Olímpicos de 2016, o novo CP se refere ao ciclo de 2017-2020, o qual deve novamente ser estudados por todos que vivenciam a Ginástica Rítmica, ou seja, ginastas, treinadores e árbitros. Para discutirmos sobre o elemento artístico, é interessante entendermos como o CP está organizado, vale lembrar que este trabalho analisou os ciclos de 2009-2012 e 2013-2016 dos CP determinados pela FIG 16 Código de Pontuação 2009-2012 De acordo com o Código de Pontuação (FIG, 2009-2012), o índice está dividido da seguinte maneira: 1ª Parte – Generalidades: Normas válidas para todos exercícios individuais e para os conjuntos. Este capítulo apresenta como devem funcionar os programas de competições, ginastas e conjuntos, como também a cronometragem das séries. Apresenta a composição dos júris, ou seja, quantos são necessários em uma competição oficial e o que cada um avalia, sendo eles: • Dificuldade (D) - 4 juízes, divididas em 2 subgrupos: • Dificuldade corporal (D1) – 2 juízes: avalia o valor técnico da composição (número e nível das dificuldades do respectivo grupo obrigatório e dos eventuais outros grupos). • Dificuldade de aparelho (D2) – 2 juízes: avalia o valor dos elementos com aparelho (maestria de aparelho, com ou sem lançamento, com ou sem risco). • Artístico (A) - 4 juízes: avalia o valor artístico da Composição de Base: acompanhamento musical e coreografia (escolha dos elementos de aparelho, escolha dos elementos corporais, manejo do aparelho e utilização do corpo). • Execução (E) - 4 juízes: avalia a execução (faltas técnicas). Além disso, este capítulo apresenta como devem ser aplicadas as faltas, as penalidades de acordo com os aparelhos de acordo com os aparelhos reservas, com os aparelhos que saírem da área delimitada pelo tablado, contato do aparelho com o teto, entre outros e a disciplina de ginastas e treinadores e sua respectiva penalização. 2ª Parte – Exercícios individuais: este capítulo está organizado em Dificuldades (D: D1 e D2), Artístico (A) e Execução (E). As Dificuldades estão divididas em Dificuldade corporal (D1), que avalia e apresenta as penalizações para todo elemento corporal que a ginasta é obrigada a apresentar em sua série, no caso são os saltos, equilíbrios, pivots e elementos de flexibilidade. E Dificuldades do aparelho (D2), que avalia os manejos de cada aparelho, as maestrias, lançamentos, riscos e originalidades. 17 Já o elemento Artístico, que neste estudo é o que mais nos interessa, tem em sua composição de base como objetivo levar emoção aos espectadores e de mostrar uma ideia de expressão que se traduz dos três aspectos seguintes: acompanhamento musical, imagem artística e expressividade plástica (coreografia). Música: Toda a série deve apresentar acompanhamento musical e pode conter pequenas pausas ou cortes desde que estejam em harmonia com a composição coreográfica, pode apresentar um ou mais instrumentos como também pode conter voz, porém, não é permitido palavras. As séries devem ter relação total com a música escolhida, caso contrário será interpretada pelos júris como “música de fundo”. Coreografia: As séries devem apresentar uma sequência lógica, ou seja, deve-se evitar colocar elementos “quebrados”, devem haver elementos de ligação entre uma dificuldade e outra e estas devem estar bem distribuídas ao longo de toda série, como por exemplo a pose inicial que deve ter relação com o movimento seguinte a ser realizado, além disso deve-se realizar também ligações estéticas e emocionais em relação a música e por fim, a ginasta deve utilizar todo o espaço disponível do tablado. Dentro dos elementos corporais a praticante deve utilizar o corpo de forma completa, como a cabeça, pescoço, ombros, braços, mãos, tronco e pernas, sendo que as ações mais expressivas costumam ser os elementos de ligação. Conectado a isso os elementos do aparelho também devem ser ordenados aos elementos corporais, além de apresentarem variedades de formas, tamanho, amplitude, planos e velocidade, fazendo parto de elementos como saltos, pivots, equilíbrios, entre outros. Por fim, os elementos acrobáticos também são avaliados dentro do componente artístico e devem variar em sua direção, trajetória, níveis de altura e formas de deslocamento. Cada componente apresentado possui uma penalidade que será avaliada pelos árbitros. Já o elemento Execução (E) avalia a “limpeza” da série, ou seja, a postura da ginasta e os segmentos do corpo, o contato da mesma com o aparelho quando não é planejado, perda de aparelho, o desenho bem claro e definido do mesmo durante o manejo e maestria, perda de equilíbrio, quedas, ausência de concordância com a 18 música, falta de amplitude nos elementos corporais escolhidos, dificuldades com falha na forma técnica, entre outros. As penalidades serão descontadas com a especificidade de cada aparelho. 3ª Parte - Exercícios de conjunto: De maneira geral, o que diferencia os exercícios de conjunto dos exercícios individuais dentro das Dificuldades (D1 e D2) são: quadro de dificuldades de troca e exercícios de colaboração entre as ginastas. Enquanto que no Artístico (A), é avaliada a relação entre as ginastas e as diferentes formações. A Execução (E) avalia a falta de todo o conjunto, tudo o que é avaliado no exercício individual, no conjunto é observado nas 5 ginastas. Código de Pontuação 2013-2016 O CP de pontuação deste último ciclo possui algumas diferenças referentes não somente ao elemento artístico, mas também a disposição dos júris e em suas generalidades. O que se manteve igual ao CP apresentado anteriormente não será citado novamente nos itens a seguir, somente as principais mudanças. Observamos então que de acordo com o Código de Pontuação (FIG, 2013-2016), temos: 1ª Parte – Generalidades: Música: entra como elemento em “generalidades” e possui diferença nos seguintes itens: - A música pode conter um ou mais instrumentos, incluindo a voz usada como instrumento. Todos instrumentos estão autorizados com a condição que expressem uma música com as características necessárias para o acompanhamento de um exercício de GR: claro e bem definido em sua estrutura. A fim de respeitar estes princípios, poderá utilizar música com voz e palavras somente para uma das séries individuais e de conjunto. O treinador deverá apresentar qual série será apresentada com música com voz e palavras e indicar na ficha de Dificuldades (D). - A música deve ser unificada e completa (modificação de um arranjo musical existente é permitido). Não é permitido uma justaposição descontínua de vários fragmentos musicais. 19 - A música que não for típica do caráter próprio da GR esta totalmente proibida (ex: sirenes, motores, etc.). Jurados: desta vez estão divididos somente em dois grupos: -Dificuldade (D): 4 jurados avaliam as dificuldades de forma independente. -Execução (E): Avaliam as faltas artísticas e as faltas técnicas, as notas finais E são decididas por dedução, com a média das notas centrais. 2ª Parte – Exercícios individuais: Este item apresenta como estão divididas as Dificuldades (D), sendo Dificuldade corporal D, combinação de passos de dança, elementos dinâmicos com rotação e lançamento e maestria do aparelho. A Dificuldade corporal (D) é responsável em avaliar os pivots, fouettes, dificuldades mistas (contém duas ou mais dificuldades diferentes do mesmo ou de diferentes grupos corporais) e “Mesma forma” (relação idêntica entre tronco, pernas e mãos durante uma dificuldade), além de continuar avaliando as dificuldades corporais obrigatórias que incluem saltos, equilíbrios e as dificuldades de cada aparelho. Para a combinação de passos de dança é necessário que eles estejam ligados de forma contínua (devem ser provenientes da dança de salão, folclore, dança moderna, etc.), apresentando diferentes padrões rítmicos com o aparelho em movimento durante toda a combinação e realizada:  Para o mínimo de 8 segundos em harmonia com o tempo e com o ritmo da música.  Deve transmitir o caráter e as emoções da música através dos movimentos do corpo e do aparelho.  Os verdadeiros passos de dança devem apresentar uma variedade de níveis, direções, velocidades e formas de movimento de acordo com o tempo, ritmo, caráter e acentos da música.  As transições de um movimento para outro devem ser lógicas e estar sutilmente conectadas, sem pausas desnecessárias ou movimentos preparatórios prolongados de acordo com o tempo, ritmo, caráter e acentos da música.  Com deslocamento parcial ou completo. 20  Com no mínimo 1 elemento técnico fundamental do aparelho.  É possível realizar dificuldades corporais, elementos pré acrobáticos ou de maestria que não interrompam a continuidade dos passos de dança. Estes elementos devem estar dentro dos 8 segundos.  É possível incluir lançamentos (pequenos, médios ou grandes) durante os passos de dança para manter a ideia de um passo de dança, ou ajudar aumentar o dinamismo do movimento, ou com a finalidade de realizar parte dos passos de dança sob o voo do aparelho, desde que haja no mínimo 1 grupo básico presente do aparelho.  Os passos de dança não serão válidos quando: haja queda da ginasta ou perda do aparelho, ou a falta de 1 Elemento Técnico Fundamental do aparelho, ou tenha menos do que 8 segundos, ou caso a combinação seja realizada totalmente no solo (é permitido parcialmente). Já o elemento Execução (E) se compõe das faltas artísticas e técnicas, onde o componente artístico é caracterizado por: - Unidade de composição, onde a única diferença se apresenta na música, que deve definir a ideia principal e o tema da composição, sendo que a ginasta deve transmitir esta ideia desde o início até o final de sua série. - Música e movimento. - Expressão corporal, caracterizada por: - Síntese de força, beleza e elegância dos movimentos. - Participação de todos segmentos do corpo em movimento. - As expressões do rosto devem se comunicar com o tema da música e a mensagem da composição. - Variedade na velocidade e intensidade dos movimentos da ginasta/aparelho que devem refletir o dinamismo do movimento. -Utilização do espaço. Já as faltas técnicas são caracterizadas por trabalho com a mão direita/esquerda e as penalizações de execução. A respeito dos elementos de Exercícios de conjunto, eles se mantém. 21 Em suma, podemos notar que os dois últimos ciclos dos CP da GR possuem grande diferença desde a banca que compõe os árbitros, até os elementos que devem conter numa série tanto individual, como de conjunto. O elemento artístico não deixa de existir de fato, ele passa a ser avaliado junto com o elemento Execução e dentro deste, notamos que a dança passa a ser extremamente valorizada como elemento obrigatório nas séries de GR. Este fato fica evidente na pesquisa realizada por Toledo e Antualpa (2016, p.121), em que “[...] no CP do último ciclo, houve um aumento na apreciação dos aspectos artísticos”. Comparado aos ciclos anteriores ao de 2009-2013, observamos que valorizava-se a execução das dificuldades corporais, dando maior importância aos elementos técnicos do que a coreografia em si. Podemos observar as principais diferenças dos códigos anteriores aos citados neste trabalho no quadro 2. 22 Quadro 2: Principais mudanças relacionadas ao valor artístico e técnico do 9º ao 13º CP (segunda etapa). Ciclo Valores Artísticos Valores Técnicos 1997-2000 Os requisitos para o vestuário tornam-se mais suaves, permitindo agora o uso de collants coloridos. O nivelamento continua com os conceitos de A a D. Introdução das tabelas de manipulação do aparelho. Aumento de 11 (ciclo 1993-1996) para 24 para dificuldades de flexibilidade. 2001-2004 O júri é dividido em três grupos de avaliação: execução, artístico e dificuldades O valor do artístico passa a ser mais destacado nas séries, a partir do momento que indica uma análise da música e da série. Nivelamento das dificuldades de A (0,10) para E (0,50). Aumento de 30 tipos de dificuldades de flexibilidade. Introdução da forma de avaliação coreográfica. Treinamentos orientados para a aquisição de amplitude de movimento e desenvolvimento de flexibilidade (capacidade física). 2005-2008 Permissão para usar saias como parte do collant. Valores artísticos, apresentam informação sobre a música (1,0 ponto), que pode ser interpretada com um ou mais instrumentos, incluindo a voz utilizada como instrumento (sem palavras), e coreografia (9,0 pontos). Aumento dos requisitos técnicos (agora 18 dificuldades corporais por ginasta), sendo estes nivelados de A (0,10) para J (1,00) ou mais. 2009-2012 Elementos de risco retornam; Aquisição de um formulário de avaliação e orientações específicas para os juízes Nova organização da banca de arbitragem, adicionando o critério da avaliação da dificuldade de elementos corporais (D1) e de aparelhos (D2); As dificuldades voltam de 18 para 12. 2013-2016 Introdução da combinação de maestria dos aparelhos e passos de dança; A música pode ser interpretada por um ou mais instrumentos musicais, incluindo a voz utilizada como instrumento. O número de dificuldades passa a tem uma diminuição significativa (min. 6 e máx. 9). Fonte: adaptado de Toledo e Antualpa (2016). 23 Podemos notar que esta mudança dentro da GR são positivas para todos que estão inseridos e trabalham com a modalidade. A valorização do elemento artístico faz com que sejam exploradas outros meios de criação de uma série de GR, fazendo com que o esporte tenha um desenvolvimento positivo dos últimos ciclos até o ciclo atual. Visto que a mudança no código acarretou mudanças na forma de se avaliar e preparar as ginastas, pois agora é necessário que trabalhem outras formas de desenvolver a expressão corporal, facial, como também trabalhar outros estilos de dança dentro da ginástica rítmica, apresentamos o que a literatura científica aborda a respeito desta temática Dança e Expressão Corporal Muitos estudos nos trazem a relação existente entre dança e expressão corporal. É interessante entendermos essa relação na literatura para tentarmos compreender como ela se aplica dentro da Ginástica Rítmica, já que tanto a dança, como a expressão corporal, estão inseridas na vida das pessoas de diversas formas, seja culturalmente ou como uma prática corporal alternativa. Quando falamos em dança sem pensarmos no seu lado profissional, vemos que ela não precisa necessariamente seguir alguma regra, já que uma pessoa pode movimentar seu corpo de forma livre e da melhor maneira que encontrar para expressar o que está sentindo. A necessidade de expressão corporal é universal, entretanto, manifesta-se de acordo com cada cultura, como uma necessidade de integração grupal dessa sociedade (NANNI, 2005). Em seu trabalho, Silva (1999) afirma que “[...] a dança é vista como um meio de comunicação, de auto-afirmação e, principalmente, uma forma de expressar um sentimento”. Complementando esta ideia, “[...] a dança é considerada, para todos os povos, em todos os tempos, um meio de comunicação e expressão” (PETO, 2000). O sujeito que exterioriza seus sentimentos em forma de dança tem total liberdade para dançar sozinho, em dupla, grupo, com ou sem música e com ou sem outras pessoas ao redor. Dançar é utilizar diversas movimentações e expressões e 24 se sentir livre para extravasar de seu corpo tudo o que conseguir, de forma que contemple o sentimento que está em seu interior. Peto (2000) diz que “[...] ela nasce da necessidade de comunicação com o transcendental, de conhecer o desconhecido, de estar em relação com o outro […] é possível através da dança, interpretar ritmos internos não audíveis, que são descobertos dentro de cada ser humano e ritmos externos que são vistos ao nosso redor”. Ao dançar podemos transmitir mensagens sem necessariamente o uso de palavras. Quando pensamos ou assistimos uma coreografia, geralmente ela carrega uma história por trás de sua criação, ela traz em si uma ideia a ser passada para quem assiste, ela é a “[...] expressão de sentimentos e pensamentos” (ZOTOVICI, 2001). Para que isso ocorra é necessário que a pessoa que a pratica saiba trabalhar e desenvolver sua expressão corporal, como diz Silva (1999) “[...] a dança surge como um movimento intrinsecamente ligado à expressão, à criatividade, além de ser uma atividade social, com elementos de imitação e de forma [...]”, complementando ainda que “[...] o movimento expressivo representa uma forma assumida pelo corpo ao existir e, também, pelo sentir e mover-se, através de emoções interiores” (SILVA, 1999). Ainda que pensemos na dança em conjunto, onde os praticantes reproduzem algo o que lhes foi proposto inicialmente, ela traz em si a “[...] expressão de um sentimento, são meios na qual uma pessoa movimenta-se em estilos iguais, mas com características diferentes, pois cada corpo é um corpo e nunca uma pessoa se expressa e se identifica de forma a outra, mesmo quando estas são gêmeas idênticas” (VIEIRA, 1997). O mesmo autor diz ainda que o “[...] corpo e mundo existem e se comunicam através das diversas maneiras e formas propostas pelo movimento expressivo no espaço rítmico”. Para entendermos um pouco o que significa a expressão corporal e podermos assimilar melhor sua relação com a dança, Salzer (1982, p.24) explica que vários são os critérios para se classificar a Expressão Corporal: 1- Expressão Corporal “Espetacular”- São as orientações dos grupos que se propõem a trabalhar com o corpo de maneira não habitual, com o propósito declarado de uma atividade da ordem de um espetáculo (balé, teatro, mímica, entre 25 outros). E mesmo se o trabalho não chega a se constituir num espetáculo, é convencionado pôr em cena um corpo diferente numa situação diferente. 2- Expressão Corporal “Não Habitual” mas, não necessariamente, espetacular- São as orientações dos grupos que se propõem a fazer viver o não habitual no corpo, mas não necessariamente dentro da ideia de um espetáculo (ioga, movimentos, ginástica, gestos, mímica, dança, entre outros). Mas neste caso também se trata do tempo de uma festa ou um ensaio, de um local excepcional onde o corpo vai ser posto em jogo. “A Expressão Corporal é, então, considerada como um aprendizado em si mesmo e um estilo pessoal, o que a liga diretamente com a dança, no sentido de que esta pode ser considerada como instrumento para manifestação de conteúdos próprios” (SILVA, 1999). Visto essa relação podemos começar a compreender o porquê de ser tão importante se trabalhar a dança e expressão corporal dentro da Ginástica Rítmica. Ginástica Rítmica e Dança Como já vimos anteriormente, a dança é um dos elementos-chave da GR, desde sua criação. Teve uma participação historicamente forte que perdeu sua característica com o passar dos anos, porém voltou a ser um elemento essencial dentro das séries de GR nos últimos ciclos do CP. Como elemento de avaliação, os passos de dança devem ter 8 segundos em sua composição e Trevisan (2016, p.52) aponta que o CP determina que a transição de um passo ou movimento de dança para outro deve ser executada de forma lógica e ligada […] sejam eles inspirados na Dança de se Salão, dança moderna ou folclore. Alguns trabalhos nos mostram que o balé clássico é a base para o treinamento da GR, sendo trabalhado desde sua fase inicial até a idade adulta das ginastas, como nos aponta Lebre (2008, p.132), “[...] o trabalho de dança clássica realizado na barra é um dos que mais contribuem para a formação das ginastas, numa fase inicial, e para o treino da preparação física específica numa fase mais avançada da carreira desportiva”. Referente ao trabalho da dança na GR, Porpino (2004, p. 125) aponta que “[...] parte desse processo é realizada a exemplo de uma aula de dança, tendo a barra e o centro como espaços 26 possíveis para o treinamento das qualidades físicas necessárias, associadas aos movimentos técnicos da GR e da dança [...]”. Sendo que “estas capacidades são a potência e a força rápida do segmento perna, flexibilidade do tronco, amplitude dos segmentos pernas e braços, flexibilidade ativa e passiva, capacidade de equilíbrio para as posturas, agilidade e resistência anaeróbica geral e específica” (BERNARDINO, 2010, p.24). A mesma autora acrescenta ainda que ambas as práticas necessitam a beleza/expressão corporal, virtuosismo, flexibilidade, coordenação e ritmo. Sendo assim, podemos afirmar que o balé ajuda a ginástica rítmica e vice-versa. Ao analisar as exigências do Código de Pontuação da GR (ciclo 2013-2016), fica implícito que os passos de dança nas séries de GR devem ter ligação com o estilo de música escolhida. A partir disto, indaga-se se nos dias de hoje somente o ballet como base da GR é suficiente para que os treinadores desenvolvam toda criatividade necessária para criar passos de outros estilos de dança dentro das séries. “Fernandez Del Valle (1996), ex-técnica da Equipe Nacional da Espanha e árbitra internacional da modalidade, aponta a dança contemporânea e as danças características dos diversos países como referências no treinamento da GR” (PORPINO apud FERNADEZ; 2004, p. 125). Ademais, a mesma autora “comenta sobre uma adaptação as novas tendências da dança, a exemplo da dança contemporânea, com formas mais arredondadas e soltas, movimentos de contração e relaxamento e regras menos rígidas.” Com a dança sendo elemento obrigatório nos CP, “[...] no que tange à referência da dança e ao aperfeiçoamento de movimentos que farão parte das composições das séries, a preparação física traz consigo a busca pela beleza e elegância dos movimentos, bem como uma harmonia e compatibilidade com a música” (PORPINO, 2004, p. 126). GR e expressão corporal Assim como a dança, alguns estudos nos apresentam a importância do trabalho da expressão corporal para o desenvolvimento das pessoas de forma geral, 27 principalmente dentro da educação. Brasileiro e Marcassa (2008, p.198) consideram importante: Refletir sobre as narrativas (escrita/dramaturgia) culturalmente construídas em torno da dança e da ginástica pode nos revelar os processos e os movimentos que consolidam a expressão corporal como linguagem, que na ação educativa deverá ser elucidada. A expressão corporal na Ginástica Rítmica manteve-se como um elemento importante durante a maioria dos ciclos dos CP como forma de avaliação. Toledo e Antualpa (2016) apontam nos primeiros ciclos da GR a expressão corporal e facial como importantes características da composição coreográfica, lembrando ainda que “[...] o objetivo principal do componente artístico é trazer a emoção e a ideia de expressão, traduzidas pelos três seguintes aspectos: o acompanhamento musical, a imagem artística plástica e a expressividade” (TOLEDO; ANTUALPA, 2016). Percebemos que seu trabalho esta enraizado nos treinos de GR quando a expressão corporal segue o surgimento da mesma, desde as escolas mais antigas de treinamento, como Fontana (2010) aponta que as escolas que mais colaboraram para o surgimento da GR foram: Escola Russa (antiga URSS) focando o estilo clássico, fundamentalmente pela influência do ballet russo e a Escola Búlgara, enfatizando o trabalho corporal e a expressão corporal, como composição estreitamente ligada à interpretação. E embora toda rigidez que as aulas de clássico possuam em sua composição Trevisan (2016, pg.46) aponta que assim como na ginástica, a dança moderna surge como forma de ruptura com o tradicional, com o rigor e o excessivo formalismo. Já na GR a expressão corporal pode ser entendida como “[...] a participação de todos os segmentos corporais em movimento, e juntos com a expressão facial, devem se comunicar com o tema da música e a mensagem da composição de rotina” (TOLEDO et al., 2010, p.127). Em complemento, Trevisan (2016, p.53) deixa claro que dentro do CP a expressão corporal é um componente artístico, sendo caracterizada como uma síntese de força, beleza e elegância, que requer a participação de todos segmentos corporais. É singular de cada treinador possuir uma técnica que acredite ser a melhor forma de explorar a expressão corporal nas ginastas, Enquanto alguns se preocupam com este fator durante a 28 montagem das séries, outros acreditam que elas devem conter alguma história, por exemplo, já que “o propósito é comunicar e expressar o tema, por meio de um dinamismo entre ginasta, aparelho, música e composição” (TREVISAN, 2016, p.53). 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pudemos perceber que a principal mudança que ocorreu na Ginástica Rítmica entre os dois últimos ciclos do Código de Pontuação foi a adição da dança como elemento obrigatório, além da disposição dos árbitros. Ao percebermos que os passos de dança e toda a série das ginastas devem ter relação com a música e tema que foram escolhidos, fica em nós o questionamento do quanto esta mudança influencia os treinos de GR, e como os treinadores se adaptaram para este novo elemento exigido. Na literatura não encontramos muitos resultados com as palavras- chave “GR e dança” e “GR e expressão corporal”, ou seja, podemos perceber que ainda são muito escassos os estudos que abordam esta temática. Fica claro também que o ballet clássico tem influência fundamental na Ginástica Rítmica desde o seu surgimento, talvez pelo fato do ballet clássico ter um treinamento amplamente sistematizado, facilitando a organização de metas para a melhora da performance atlética do bailarino clássico que, antes de tudo, também é um atleta. Porém, além desta técnica de base, também vimos em alguns resultados o quanto é importante se trabalhar outros elementos da dança, como contemporâneo, dança moderna, jazz, entre outros, dentro dos treinos de GR, pois explora nas ginastas outra forma de expressão e faz com que a relação entre série, música e tema estejam mais conectadas entre si. O trabalho da expressão corporal não é algo repentino, ele depende do tempo para que o praticante consiga entender seu conceito e possa aplicá-lo efetivamente em sua performance atlética. Se trabalhado desde a iniciação, com o passar dos anos as ginastas tendem a desenvolver sua consciência corporal e aprendem a explorá-la dentro de um trabalho de expressão corporal, fazendo com que isto seja 29 aplicado no momento de desenvolver e aplicar os passos de dança dentro das séries de GR. Para que isso seja possível, como vimos no decorrer do estudo, a expressão é a manifestação de ideias no corpo, mas é necessário que haja um processo de incorporação que demanda tempo para se desenvolver. Como enfatizado por Salzer (1982), podemos dizer que uma ginasta tende a trabalhar tanto a expressão corporal não-habitual, pois o ato de praticar ginástica faz com que o trabalho do corpo seja diferente do que aquele realizado em atividades da vida diária de pessoas que não vivenciam este tipo de experiência, como também há o trabalho da expressão corporal espetacular, pois dentro dos treinos de GR há o foco competitivo, além de outras apresentações que os clubes e organizações tendem a realizar no decorrer ou no final do ano, ou seja, este propósito segue orientações de uma pessoa responsável, neste caso, o treinador. Uma série com mais história, quando comparadas as séries dos ciclos anteriores que, em sua maioria, apresentavam apenas a execução das dificuldades corporais, pode ser então explorada a partir de diferentes vivências dentro de um treinamento, e a intensidade com que serão trabalhadas fará com que a ginasta aprimore sua capacidade expressiva e enriqueça sua série. Sendo assim, tendo em vista que o CP tem sofrido importantes alterações no que diz respeito a inclusão dos passos de dança e, como pudemos perceber que há necessidade de se trabalhar diferentes estilos além do ballet clássico e a expressão corporal, seria interessante que outras pesquisas na área fossem realizadas para que possamos entender como os treinadores têm trabalhado para se adaptar às mudanças destes últimos ciclos do CP de Ginástica Rítmica. 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARTAXO, I.; MONTEIRO, G. A. Ritmo e Movimento: teoria e prática. São Paulo: Phorte, 2013. BERNARDINO, I. V. R. 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